2. O QUE FOI A CONJURAÇÃO BAIANA?
CONJURAÇÃO BAIANA (1798)
A conjuração baiana ou revolta dos alfaiates foi
um movimento político popular ocorrido em
Salvador, Bahia, em 1798.
3. Tinha como objetivos separar a Bahia de Portugal, abolir a escravatura e atender
às reivindicações das camadas pobres da população.
É também conhecida como "Conspiração dos Búzios" ou "Revolta dos Alfaiates",
por ter como principais líderes os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos
Santos Lira.
Influenciada pela Revolução Francesa e pela Revolução Haitiana, a Conjuração
Baiana foi fortemente reprimida. Seus membros foram presos e, em 1799, os
líderes do movimento foram condenados à morte ou ao degredo.
A Conjuração Baiana foi composta, em sua maioria, por escravizados, negros
livres, brancos pobres e mestiços, que exerciam as mais diferentes profissões,
como sapateiros, pedreiros, soldados, etc.
4. QUAIS FORAM OS LÍDERES DA CONJURAÇÃO BAIANA?
Além da liderança exercida pelos alfaiates, o
movimento também era encabeçado pelos soldados Luís
Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas.
Os quatro líderes da Conjuração Baiana condenados à morte em 1799.
5. CONTEXTO HISTÓRICO DA CONJURAÇÃO BAIANA
Da mesma forma, repercutia na bahia o movimento chefiado pelo
negro alforriado Toussaint Louverture, no Haiti, contra os
colonizadores franceses - o primeiro grande levante de
escravizados bem sucedidos na história.
François-Dominique Toussaint Louverture
6. Outra causa que levou à revolta foi o fato da população da cidade de
salvador estar em situação de penúria, depois que a capital do brasil
colônia foi transferida para o rio de janeiro, em 1763. Afirmou-se a
necessidade de fundar na bahia uma república democrática, onde não
houvesse diferenças sociais e onde todos fossem iguais.
No dia 12 de agosto de 1798, a cidade de salvador amanheceu coberta
de papéis manuscritos pregados aos muros das igrejas. Os panfletos
chamavam a população à luta e proclamavam ideias de liberdade,
igualdade, fraternidade e república.
Um dos principais dizeres era:
“Animai-vos povo baiense que está para chegar o tempo feliz da
nossa Liberdade: O tempo em que todos seremos irmãos, o tempo em
que todos seremos iguais.”
7. FIM DA CONJURAÇÃO BAIANA
A distribuição dos panfletos com palavras de ordem levou as
autoridades a agir prontamente e reprimir a manifestação. Alguns
membros foram presos e forçados a delatar o restante dos
participantes.
O governador da Bahia, Fernando José de Portugal e Castro, soube
através de uma denúncia feita por Carlos Baltasar da Silveira, que
os conspiradores iriam se reunir no campo de Dique, no dia 25 de
agosto.
8. A ação do governo foi rápida e o Coronel Teotônio de Souza foi encarregado de
surpreendê-los em flagrante. Diante da aproximação das tropas do governo, alguns
conseguiram fugir.
Reprimida a rebelião, as prisões sucederam-se e o movimento foi desarticulado.
Foram presas 49 pessoas, das quais três eram mulheres, nove escravizados e outros
homens livres que exerciam profissões como alfaiates, barbeiros, soldados,
bordadores e pequenos comerciantes.
Os principais envolvidos foram julgados e condenados à morte. No dia 8 de
novembro de 1799, um ano e dois meses depois dos acontecimentos, os acusados
foram declarados culpados por traição.
9. Desta maneira, receberam a pena de morte por enforcamento e depois esquartejados: Luís
Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino dos Santos Lira. Os corpos
foram expostos em diversos locais da cidade de Salvador para servir de exemplo a possíveis
subversivos.
Os intelectuais e membros da maçonaria que participaram da conjuração receberam penas
mais brandas ou foram absolvidos.
Apesar de seu terrível desfecho, a Conjuração Baiana influenciou outros movimentos como a
independência (1822), a Revolta do Malês (1835) e a abolição da escravatura (1888).