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Práticas de Atividades Físicas e Desportivas
Módulo 7242 – Fisiologia do Esforço
Módulo 1 – Fisiologia do Esforço
1ª e 2ªAula
 1. Introdução à fisiologia do esforço
 1.1. Conceitos
 1.2. Classificação das capacidades físicas
 2. Princípios gerais e sistemas energéticos
 2.1. A energia e o ATP
 2.2. Formas de obtenção e fontes de produção de
ATP
1.1. Conceitos:
O que é a fisiologia?
A fisiologia é o ramo da biologia que estuda as
múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas
nos seres vivos. De uma forma mais sintética, a
fisiologia estuda o funcionamento do organismo.
Fisiologia do exercício
Pode ser definida como a área do conhecimento
científico que estuda como o organismo se adapta
fisiologicamente ao stress agudo do exercício, isto é, à
atividade física e também ao stress crónico do treino
físico.
Fisiologia do Esforço
A Fisiologia do Esforço estuda os processos adaptados e
relacionados com a atividade física na execução de
tarefas motoras em diferentes situações de exercício.
1.2.Classificação das capacidades físicas:
(revisão conteúdos do módulo – Met. do Treino)
É através das capacidades físicas que se consegue executar
ações motoras, desde as mais simples às mais complexas
(andar, correr, saltar, nadar, etc).
O facto de seres veloz, flexível ou forte tem alguma origem
hereditária, transmissível de pais para filhos, mas a forma
como as desenvolves ao longo do teu crescimento também é
determinante.
Se treinares muito para desenvolver uma determinada
capacidade, vais ver que obténs êxito. As capacidades físicas
dividem-se em dois grandes grupos: condicionais e
coordenativas.
 Capacidades condicionais:
As capacidades condicionais relacionam-se com o aspeto
quantitativo do movimento e são dependentes dos
processos de obtenção de energia e de fadiga.
 Capacidades coordenativas:
As capacidades coordenativas relacionam-se com o
aspeto qualitativo do movimento. Dependem
fundamentalmente de processos de controlo de
movimento e da coordenação entre o sistema muscular e
o sistema nervoso.
 Capacidades Condicionais:
- Força
- Resistência
- Velocidade
- Flexibilidade
 Capacidades Coordenativas:
- Ritmo;
- Orientação;
- Equilíbrio;
- Reação;
- (…)
2. Princípios Gerais e Sistemas Energéticos
 2.1. A Energia e o ATP:
As funções biológicas do nosso corpo, assim como os
movimentos que realizamos, implicam gasto de energia.
Esta energia é proveniente de uma molécula chamada ATP
(adenosina trifosfato – uma molécula universal condutora
de alta energia, fabricada em todas as células vivas como
um modo de capturar e armazenar energia).
 À medida que o corpo vai realizando suas funções, o ATP é
degradado e, consequentemente, posteriormente, é
restaurado por outra fonte energética que pode ser
proveniente da fosfocreatina ou PC (uma outra molécula
geradora de energia), das gorduras, dos carbohidratos ou
das proteínas.
 Trifosfato de adenosina, adenosina trifosfato ou simplesmente ATP, é
um nucleotídeo responsável pelo armazenamento de energia nas suas
ligações químicas. É constituída por adenosina, um nucleotídeo,
associado a três radicais fosfato conectados em cadeia. O ATP
armazena energia proveniente da respiração celular e da fotossíntese,
para consumo imediato.. Existe uma quantidade limitada de ATP em
cada célula muscular.
 As células do organismo necessitam de energia para funcionarem, para
renovarem as suas estruturas, para fabricarem substâncias e, no caso
das fibras musculares, para se contraírem.
 Esta energia é obtida, na maioria dos casos, a partir da divisão ou
desdobramento de uma substância denominada trifosfato de
adenosina, ou ATP, pela ação de determinadas enzimas o que,
consequentemente, dá origem a uma molécula de difosfato de
adenosina, ou ADP, e outra de ácido fosfórico.
 As células musculares dispõem de uma pequena
reserva de moléculas de ATP que utilizam para
obterem a energia de que necessitam, com vista a
manterem a sua estrutura e contraírem-se. Esta
pequena reserva costuma ser utilizada em situações de
repouso e durante os primeiros segundos após o início
da contração. Todavia, após estes primeiros segundos,
a pequena reserva esgota-se, obrigando à ativação de
mecanismos específicos para obter mais moléculas de
ATP e para poder dispor de mais energia.
Metabolismo anaeróbio
 As fibras musculares costumam "construir" as moléculas de
ATP a partir da combustão ou oxidação dos nutrientes que
armazenam no seu interior através de um processo aeróbio,
ou seja, mediante um processo que necessita da presença de
oxigénio.
 Todavia, como a assimilação de oxigénio a partir da
circulação sanguínea, durante os primeiros dois minutos de
exercício físico é muito reduzida, (demora algum tempo até
que o aparelho cardiorrespiratório necessita se adapte
completamente às necessidades), as fibras musculares,
durante a fase inicial do exercício físico, obtêm o ATP de que
necessitam a partir de dois mecanismos anaeróbios em que,
como já foi mencionado, não é necessária a presença de
oxigénio: o da fosfocreatina e o da glicólise anaeróbia.
 Mecanismo da fosfocreatina.
 A fosfocreatina é uma substância composta por uma
molécula de creatina e outra de ácido fosfórico armazenada
no interior das fibras musculares, que participa no primeiro
mecanismo destinado a obter moléculas de ATP e,
consequentemente, energia, perante necessidades
repentinas.
 O mecanismo da fosfocreatina é activado no preciso
momento em que a contração da fibra muscular se inicia e
consiste no desdobramento desta substância numa
molécula de creatina e noutra de ácido fosfórico e na
posterior junção desta molécula e de outra de ADP, de
modo a formar uma nova molécula de ATP. Embora este
mecanismo seja muito eficaz no início da contração, o
depósito de fosfocreatina acaba igualmente por se esgotar,
obrigando a fibra muscular a recorrer a outro dos seus
processos anaeróbios, com vista a obter mais moléculas de
ATP.
 Mecanismo da glicólise anaeróbia.
 Este segundo processo anaeróbio consiste na progressiva
degradação do glicogénio armazenado no interior das
fibras musculares.
 O glicogénio é um hidrato de carbono complexo
armazenado no tecido muscular precisamente como fonte
de energia. Quando o exercício começa, o glicogénio
muscular é convertido em glicose. A glicose, por sua vez, é
degradada até se formar ATP e Ácido pirúvico (Piruvato).
 Glicólise: processo de degradação de glicose com formação
de moléculas de ATP e de Ácido pirúvico .
 Na ausência de O₂, o ácido pirúvico
transforma-se em ácido lático
(Lactato), que é um produto
residual altamente tóxico. O
esgotamento das reservas de
glicogénio e o aumento das
concentrações de ácido lático são
os fatores limitativos do trabalho
muscular. Esta fonte de energia
denomina-se por fonte anaeróbia
lática, iniciando a sua atividade 30
segundos após o começo do
trabalho muscular, mantendo-se
em funcionamento até aos 5
minutos.
Produção aeróbia de energia
 Para que se desencadeie esta fonte de energia é
necessária a presença de O₂. Este processo de
produção energética ocorre no interior das
mitocôndrias e utiliza como substratos o ácido
pirúvico, os ácidos gordos e os aminoácidos
(proteínas). Estes sofrem uma série de
transformações, resultando na libertação de energia
(ATP), água e CO₂.
Mitocôndria: … é um organelo celular localizado no citoplasma .Tem
como função realizar a respiração celular, encontrando-se, por isso,
nos locais onde há maior gasto de oxigénio, como por exemplo, a nível
dos tecidos musculares.
 A velocidade de contração torna-se máxima com os
fosfatos ricos em energia, torna-se mínima com a
combustão aeróbia dos ácidos gordos.
 Os hidratos de carbono – suprem 2/3 das necessidades
de energia;
 As gorduras – 1/3
 As proteínas – podem ser negligenciadas porque a sua
função é mais estrutural
Reservas de energia (em quilokalorias)
ATP 1,2
PC 3,6
Hidratos de carbono 1200
Gorduras 50000
Fonte Anaeróbia
Alática
Fonte anaeróbia
Lática
Fonte Aeróbia
Fonte de energia ATP e PC Glicose Ácido pirúvico
Ácidos gordos
aminoácidos
Demora na
intervenção
Praticamente nula Cerca de 15 seg (s) De 2 a 3 min
Duração
predominante
Até 30 s Dos 30 s a 5/6 min Algumas horas
Fator limitativo Exiguidade das
reservas
Produção de ácido
lático
Capacidade de
absorção de O₂;
Intensidade do
esforço
Tipo de esforço Muito intenso e
de curta duração
Intenso e de
média duração
Intensidade
moderada e de
longa duração
Qualidades físicas Força/velocidade Resistência
anaeróbia
Resistência
aeróbia
 Tarefas:
 1) Indicar 3 modalidades por fonte;
 2) Explicar a fonte predominante nos JDC (Futebol,
Basquetebol e Voleibol).
Grupos Pontos
David/Ezequiel 5+5+10 = 20
João M./Tiago 5+5+5 =15
Samuel/ Nuno 10+(-5)+5 =10
Daniel/Adelino 5+5+10 =20
Jéssica/Iago 5+10+10=25
Miguel/ Márcia -20
Vítor/ João C. -5+(-5)+(-5) +10 =-5
Fábio S./ Fábio C. 10+5+10 =25
Jorge/ João F. 10+5+5 =20
Rúben/ Raquel 10+5+5 =20
Pontuação:
10 pontos – resposta 100% certa
5 pontos – resposta incompleta
0 pontos – resposta errada
- 5 pontos – não responder
 http://www.youtube.com/watch?v=XC2d6oabTWE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=XS3kjh1MNNs&feature=related
Aula 03/10/2012
 2.4. Medida de consumo energético
 2.5. Consumo energético (repouso e em atividade
física)
 2.6. A fadiga
 A quilocaloria (Kcal) é a unidade de medida utilizada na
mensuração do consumo e da gasto energética
 A caloria é um termo que indica a quantidade de energia
fornecida por uma alimento, se ele for totalmente
aproveitado pelo organismo.
 A caloria é uma unidade muito pequena, que fornece,
geralmente, valores muito grandes. Por isso, a unidade que
é mais indicada é a quilocaloria ou Kcal.
 1 kcal = 1000 calorias
http://anossadietaonline.blogspot.pt/2012/01/tabela-de-calorias-notas.html
http://anossadietaonline.blogspot.pt/2012/01/tabela-de-calorias-notas.html
 As necessidades energéticas variam de pessoa para pessoa
em função do sexo, idade, altura, peso, atividade física,
clima e outros fatores. Por exemplo, para adultos saudáveis,
com atividade física moderada, é aconselhável uma
ingestão diária média de:
2000 kcal – mulheres
2500 kcal – homens
Uma pessoa que pratique desporto exigente, ou faça trabalho pesado
deve consumir bem mais do que isso: umas 4 horas de atividade pesada
por dia, como natação, trabalho na agricultura ou alpinismo pode fazer
com que uma pessoa precise comer duas vezes mais do que comeria na
ausência dessas atividades. Já crianças ou pessoas de idade avançada e
com pouca atividade física consomem bem menos.
Mulher Homem %
Pequeno-almoço 300kcal 350 kcal 15 %
Meio da manhã 200kcal 250 kcal 10 %
Almoço 600 a 700kcal 750 a 875 kcal 30 a 35 %
Meio da tarde 200kcal 250 kcal 10 %
Jantar 600 a 700kcal 750 a 875 kcal 30 a 35 %
- 1 g de proteínas fornece 4 Kcal
- 1 g de hidratos de carbono fornece 4 Kcal
- 1 g de gorduras fornece 9 Kcal
- 1 g de álcool fornece 7 Kcal
 Os nutrientes energéticos devem ser ingeridos nas
seguintes quantidades diárias:
Mulher Homem
Proteínas 50 a 75 g 63 a 94 g
Hidratos de carbono 275 a 300 g 344 a 375 g
Gorduras 67 a 78 g 83 a 97 g
O que corresponde a:
- Proteínas: 10 a 15% do valor energético diário
- Hidratos de carbono: 55 a 60% do valor
energético diário
- Gorduras: 30 a 35% do valor energético diário
Atividade Homens 70 kg
(kcal/min)
Mulheres 55 kg
(kcal/min)
Nado crol 4,8km/h 20 15.7
Corrida 16 km/h 18,2 14,3
Corrida 12 km/h 14 11
Basquetebol 8,6 6,8
Ciclismo 16 km/h 7,5 5,9
Ciclismo 11.2 km/h 5 3,9
Estar em pé 1,8 1,4
Estar sentado 1,7 1,3
Dormir 1,2 0,9
 Consumo energético em repouso: é a energia gasta em condições
similares ao gasto energético basal, que é definido como a taxa mínima
de energia gasta em 24 horas, correspondendo à energia gasta para
manter o funcionamento normal do organismo.
 Metabolismo basal ou taxa metabólica basal é a quantidade
calórica ou energética que o corpo utiliza, durante o repouso, para o
funcionamento de todos os órgãos, por exemplo, o coração, cérebro,
pulmões, etc.
 http://www.emforma.net/nutricao/calculadora-para-o-metabolismobasal/
2.5- Consumo energético (repouso e em atividade física):
 Consumo energético em atividade física:
 em educação física e nos desportos, a atividade física é definida como:
"qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos
esqueléticos, que resulte em gasto energético maior que os níveis de
repouso”.
Assim:
O trabalho moderado para homens é aquele que dá origem a um
consumo de oxigênio até três vezes maior que a demanda em repouso.
O trabalho pesado é classificado como aquele que requer seis a oito
vezes o metabolismo de repouso,
O trabalho máximo é considerado como qualquer tarefa acima de
nove vezes do nível de repouso.
 A fadiga é resultante de trabalho excessivo.
 A fadiga desempenha um papel negativo no surgimento de lesões, fundamentalmente
pelas alterações electrolíticas, metabólicas e de coordenação muscular que provoca.
 É uma tradução da fadiga geral, sendo particularmente afectados os grupos musculares
mais exercitados durante a prática desportiva.
 A fadiga manifesta-se quando um atleta é submetido a uma tensão que lhe é
demoradamente excessiva e que pode ser de natureza física como psicológica, ou mesmo
de ambas.
 Surge sempre, como resultado de um desequilíbrio entre a capacidade do organismo e a
quantidade ou qualidade do trabalho que lhe é exigido.
 Todos os sinais e sintomas não são mais que uma reacção de defesa ao esforço, servindo
de protecção fisiológica perante a sobrecarga física ou psíquica.
2.6- A Fadiga:
 É comum considerarem-se dois tipos de fadiga, a fadiga fisiológica, que se revela de forma
aguda, é derivada ao trabalho intenso e desaparece ao fim de horas ou dias, após repouso,
sono reparador, ou suspensão temporária de um treino, ou por modificação do seu ritmo;
outro tipo, é a fadiga patológica, com causas e consequências diferentes da fadiga
fisiológica.
 A fadiga patológica ou crónica não passa com o repouso e tem como característica
principal, o facto de se instalar de forma traiçoeira, isto é, sem se dar conta e sem que haja
a noção do que se passa ou vai realmente acontecer.
 Este tipo de fadiga revela-se como um temível adversário, é capaz de alterar os objectivos
da carreira de um atleta, incapacitá-lo para a obtenção do recorde pessoal, em
modalidades individuais, ou determinar a sua substituição em modalidades colectivas.
 É preocupante o facto de esta incapacidade poder determinar efeitos psicológicos de
angústia, desânimo e sofrimento, para além dos distúrbios biológicos, como perda
inexplicável de peso, diminuição do apetite, alteração do ritmo do sono, dificuldades em
adormecer ou acordar sem razão aparente, para além da sensação de cansaço
generalizado.
 Cefaleias, mialgias, sensação de mal-estar e tendência para contrair lesões ou até mesmo
infecções, são sintomas que devem chamar a atenção.
 Em atletas jovens é mais frequente observar-se o aumento da frequência cardíaca e
alteração da pressão arterial.
 Nos atletas mais velhos, estes sinais não são evidentes, tornando-se notória a diminuição
do rendimento, muitas vezes interpretadas como simples “baixa de forma”.
Voleibol – fundamentos
técnicos
 http://www.youtube.com/watch?v=EQfNNUdJer0
 http://www.youtube.com/watch?v=khL3RyljvSc
 http://www.youtube.com/watch?v=II-yGJPAH94
 http://www.youtube.com/watch?v=C8tkXhh7H00&fe
ature=related
 http://www.youtube.com/watch?v=m5LR3K7tGMc
 http://www.youtube.com/watch?v=rJLybeVqsME
 http://www.youtube.com/watch?v=ifCumQtd5Lk&fea
ture=related
 http://www.youtube.com/watch?v=o2MNYgLKwyQ&f
eature=relmfu
 http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&
NR=1&v=TM5X20I9Z6Q
 http://www.youtube.com/watch?v=4sec1rDjAhg&feature=re
lated
 http://www.youtube.com/watch?v=16127PpGHxk
 Noção de adaptação:
 Podemos dizer que a adaptação é um dos princípios da natureza. Não fosse a
capacidade de adaptação, que se mostra de diferentes modos e intensidades, várias
espécies de vida não teriam sobrevivido ou conseguido sobreviver por longos
tempos e em diferentes ambientes. O próprio homem conseguiu prevalecer no
planeta, como espécie, devido à sua capacidade de adaptação.
 A adaptação é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações biológicas
apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas.
Sob “adaptações biológicas no desporto”, entendem-se as alterações dos órgãos e
sistemas funcionais, que aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e
desportivas (WEINECK, 1991).
 Adaptações são reversíveis e precisam constantemente ser revalidadas
2.7- Noção de Adaptação:
 Noção de estímulo:
Um estímulo é qualquer alteração externa ou interna, que provoca uma resposta fisiológica,
ou comportamental num organismo.
 Acção motora:
Movimentos que permitem que as qualidades inatas de uma pessoa, como um talento, ou
um potencial se evidenciem.
2.8- Noção de Estimulo / Ação Motora:
 A capacidade funcional do homem é uma propriedade fundamental que se exterioriza
pela elevada capacidade de trabalho do organismo e pela faculdade acrescida de mobilizar
todas as suas capacidades de modo a satisfazer as tarefas da vida diária, assim como as
actividades desportivas.
 O desenvolvimento da capacidade desportiva é representado pela adaptação dos órgãos
que determinam o rendimento. O resultado da adaptação (modificação do nível funcional
das estruturas e sistemas orgânicos dos atletas), depende das circunstâncias do treino (carga;
estímulo), e da competição se ela é espontânea ou programada.
 Estes níveis funcionais apresentam sempre um carácter específico, que depende da
especificidade da carga e dos movimentos da ou das modalidades/especialidades que se
praticam.
2.9- O estímulo como fator desencadeador de
modificações orgânicas;
 No sistema de treino, a carga é o elemento principal pois é um dos
processos que estimula o desenvolvimento e a orientação das adaptações
orgânicas e funcionais, podendo ser caracterizado pela natureza,
grandeza e orientação.
 Carga de treino: conjunto de estímulos, aplicados durante os treinos,
com vista a garantir as adaptações necessárias à elevação do rendimento
desportivo. (Vasconcelos, 2002)
2.10- O estímulo dirigido como carga funcional:
COMPONENTES DA CARGA
 1. Intensidade do estímulo – grau de aplicação de cada
um dos estímulos.
 2. Densidade dos estímulos – tempo que medeia entre a
aplicação da carga e a respectiva recuperação.
 3. Duração do estímulo – tempo de impulso de um
estímulo isolado ou de uma série de estímulos.
 4. Volume: duração e quantidade de estímulos por unidade
de treino
 5. Frequência do treino – número de unidades de treino
por dia ou por semana.
2.11- Características do estimulo; 2.12- Relação estimulo
/ Adaptação :
Estímulo Adaptação
 Intensidade Para existir adaptação
 Duração tem que existir um estímulo.
 Periodicidade
 O músculo humano é um tecido orgânico que apresenta como
principal característica uma grande capacidade adaptativa
neurofisiológica, metabólica e morfológica, que se expressa diante de
estímulos advindos do exercício físico.
 No âmbito do treino físico, podem-se destacar as atividades de
caráter aeróbio, que promovem o aperfeiçoamento funcional das
fibras de contração lenta (TIPO IA), por meio do aprimoramento da
capacidade respiratória das mitocôndrias, viabilizado pelo aumento do
número e tamanho destas;
 Atividades do tipo anaeróbio, que promovem os incrementos de
força, potência e a ocorrência da hipertrofia muscular .
2.13- Mecanismos bioquimicos e genéticos da
adaptação:
 O QUE É O STRESS
Estado no qual extensas regiões do organismo se desviam da condição normal de repouso.
Conjunto de reações do organismo a qualquer agressão e que se torna doença quando repetitivo ou
persistente (crónico).
 O QUE É O SINDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO
Quando nosso cérebro, independente de nossa vontade, interpreta alguma situação como
ameaçadora (stressante), todo nosso organismo passa a desenvolver uma série de alterações
denominadas, em seu conjunto, de Síndrome Geral da Adaptação ao Stress.
O síndrome geral de adaptação, diz que períodos de treino de alta intensidade seguidos por períodos
de treino com baixa intensidade ou períodos de descanso são necessários.
Ou seja, o corpo inevitavelmente irá ficar exausto se não houver períodos de descanso, podendo
chegar ao sobretreino (overtraining). Este é um dos motivos mais frequentes que levam milhares de
pessoas a falharem em sua tentativa de melhorar a performance no treino e rendimento nas
competições.
2.14- Síndroma geral de adaptação ao stress:
O treino é a base do sucesso desportivo.
Um dos processos de treino mais popular é, sem dúvida, a periodização do
treino. Um treino eficaz deve ser baseado em alguns princípios do treino
desportivo, como os princípios da individualidade biológica, da adaptação, da
especificidade, da sobrecarga, da interdependência volume X intensidade, e
da continuidade.
Assim como também deve se basear nos períodos do treino, onde o dividimos
em fases, que se subdividem em médios e pequenos ciclos. Nesta
periodização é onde se traça objetivos e métodos de treino diferenciados e
específicos para cada fase do treino.
 Sistema neuromuscular
3.1. Estrutura e função do músculo-esquelético
3.2. Controlo muscular no movimento
3.3. Adaptações neuromusculares
3.4. Tipos de contração muscular na relação
força/velocidade
3.5. Características funcionais do músculo estriado:
relação força comprimento
3.6. Força/velocidade e produção de potência
3.7. Implicações dos tipos de unidades motoras e
fibras musculares para o exercício
http://www.youtube.com/watch?v=OKPcGpWkBvA&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=0z9nYzsc-hA&NR=1&feature=endscreen
Tipos de tecidos musculares
 A principal função do músculo consiste em transformar energia
química, fornecida através dos nutrientes energéticos, em energia
mecânica, de que resulta contração muscular e , habitualmente
movimento.
 O músculo constitui cerca de 40% do peso corporal total e tem ainda a
função de proteção das estruturas profundas (vasos, nervos, orgãos, …).
 O organismo existem cerca de 600 músculos diferentes.
 Existem 3 tipos de tecido muscular:
1- Tecido muscular liso – constituído por células ou fibras musculares
lisas, que se contraem involuntariamente, sendo controladas pelo
sistema nervoso autónomo. Este tipo de tecido tem uma contração
lenta e encontra-se nas paredes dos vasos sanguíneos e das vísceras
(estômago e intestinos).
Funções importantes: controlo do fluxo sanguíneo e pressão arterial; digestão; expulsão
urina; etc
2- Tecido muscular estriado cardíaco- as suas fibras caracterizam-se por
terem estrias. Tem uma contração involuntária, automática, contínua e
quase simultânea. Podemos encontrá-lo no coração – miocárdio. A sua
principal função é bombear o sangue do coração para todas as partes do
corpo.
3- Tecido muscular estriado esquelético- este músculo também possui
estrias, sendo constituído por fibras musculares. Tem uma contração
rápida e vigorosa dependendo de um grande controlo voluntário. Este
tipo de músculos encontra-se inserido nos ossos através dos tendões.
Tem como principal função a produção de movimento do esqueleto e
de proteção de órgãos internos.
 Fibras Musculares:
O músculo esquelético é constituído por vários feixes ou fascículo
musculares, dentro dos quais se encontram as fibras musculares, que
são as unidades contráteis. Cada fibra muscular, por sua vez, é
constituída por miofibrilas : a actina e a miosina, que são denominadas
por proteínas contráteis. A contração ocorre devido ao deslizamento
que acontece entre estas duas proteínas contráteis.
 Tipo de fibras musculares:
1- Tipo I (vermelhas ou de contração lenta)
2 – Tipo II (brancas ou de contração rápida)
 Tipo de Contração Muscular
a) Contração estática ou isométrica – o comprimento total do
músculo permanece constante durante a contração;; sem
movimento articular; gera tensão muscular sem realizar
movimentos.
 Tipo de Contração Muscular
a) Contração dinâmica ou isotónica – provoca um
movimento articular; há alteração do comprimento do
músculo sem alterar sua tensão máxima.
 Tipo de Contração Muscular
b) Contração estática isométrica – o comprimento toral do
músculo permanece constante durante a contração;; sem
movimento articular; gera tensão muscular sem realizar
movimentos.
Contração dinâmica
 Contração concêntrica – quando há diminuição do ângulo articular; há
encurtamento muscular; o movimento se faz contra a gravidade.
 Contração excêntrica – quando há alongamento muscular para além do
seu comprimento em repouso; 0 movimento ocorre com gravidade.
 4. Sistema cardiovascular
4.1. Estrutura
 O sistema cardiovascular ou circulatório é composto
pelo sangue, condutores (veias e artérias) e coração. O
coração é o órgão que bombeia o sangue.
 4.2. Função
 transporte de gases;
 transporte de nutrientes;
 transporte de resíduos metabólicos;
 transporte de hormonas;
 transporte de calor;
 distribuição de mecanismos de
defesa;
 coagulação sanguínea.
 4.3. Comportamento das variáveis em resposta ao repouso e a diferentes
tipos de exercícios físicos /4.4. Adaptações cardiovasculares
Desafio a homeostasia/equilíbrio:
• Necessidade de O2 pelos músculos:
– 15 a 20x dos valores de repouso.
• Objetivos do Sistema cardiovascular:
– Fornecer O2 suficiente;
– Remover produtos de degradação;
– Transporte de nutrientes.
• Ajustes de fluxo sanguíneo
• Débito cardíaco(DC);
• Redistribuição do fluxo para
músculos ativos;
•Manter a temperatura corporal.
OBS: Cérebro não sofre redução do
fluxo!!
 Com o treino o organismo sofre ajustes cardiovasculares,
com o fim de prepará-lo para o exercício:
- Aumento do volume sistólico/ débito cardíaco
O volume sistólico é a quantidade de sangue ejetada pelo ventrículo esquerdo
em uma contração. Ele normalmente varia de 60 a 130 mL/batida em pessoas
saudáveis.
Débito cardíaco é o volume de sangue sendo bombeado pelo coração em um
minuto. É igual à frequência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico.
Portanto, se o coração bater 70 vezes por minuto e a cada batimento 70 mililitros
de sangue são ejetados, o débito cardíaco é de 4900 ml/minuto. Este valor é
típico para um adulto médio em repouso, embora o débito cardíaco possa atingir
30 litros/minuto durante exercícios extremos.
 Com o treino o organismo sofre ajustes cardiovasculares,
com o fim de prepará-lo para o exercício:
- Aumento do volume sistólico/ débito cardíaco;
- Aumento do nº de capilares;
- Aumento do nº de mitocôndrias;
- Aumento de concentração de enzimas oxidativas (aeróbias)
Coração de atleta ?
 Menor FC em repouso (30 bpm!!), logo menor gasto energético;
 Redução mais rápida da FC após exercício;
 Maior volume sistólico/débito cardíaco;
 Aumento do consumo máximo de oxigénio;
 Dilatação e hipertrofia cardíaca.
 Outra adaptação importante é a diminuição da pressão
arterial !!
5. Sistema cardiorrespiratório
5.1. Estrutura
 O aparelho respiratório situa-se numa estrutura óssea expansível,
formada pelas costelas, o esterno e a coluna vertebral.
 O aparelho respiratório, é o conjunto de estruturas do organismo, que
possibilita a captação do oxigénio e do ar, e por sua vez elimina o
dióxido de carbono. A este processo damos o nome de respiração.
O sistema respiratório é constituído pela:
• cavidade nasal que filtra, aquece e humedece o ar;
•nasofaringe, por onde o ar passa para a garganta;
• glote;
• laringe onde se dá a produção de sons;
• traqueia,
• brônquios e bronquíolos
•e pelos alvéolos, que são sacos aéreos onde se
realizam as trocas gasosas.

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  • 1. Práticas de Atividades Físicas e Desportivas Módulo 7242 – Fisiologia do Esforço
  • 2. Módulo 1 – Fisiologia do Esforço 1ª e 2ªAula  1. Introdução à fisiologia do esforço  1.1. Conceitos  1.2. Classificação das capacidades físicas  2. Princípios gerais e sistemas energéticos  2.1. A energia e o ATP  2.2. Formas de obtenção e fontes de produção de ATP
  • 3. 1.1. Conceitos: O que é a fisiologia? A fisiologia é o ramo da biologia que estuda as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres vivos. De uma forma mais sintética, a fisiologia estuda o funcionamento do organismo.
  • 4. Fisiologia do exercício Pode ser definida como a área do conhecimento científico que estuda como o organismo se adapta fisiologicamente ao stress agudo do exercício, isto é, à atividade física e também ao stress crónico do treino físico. Fisiologia do Esforço A Fisiologia do Esforço estuda os processos adaptados e relacionados com a atividade física na execução de tarefas motoras em diferentes situações de exercício.
  • 5. 1.2.Classificação das capacidades físicas: (revisão conteúdos do módulo – Met. do Treino) É através das capacidades físicas que se consegue executar ações motoras, desde as mais simples às mais complexas (andar, correr, saltar, nadar, etc). O facto de seres veloz, flexível ou forte tem alguma origem hereditária, transmissível de pais para filhos, mas a forma como as desenvolves ao longo do teu crescimento também é determinante. Se treinares muito para desenvolver uma determinada capacidade, vais ver que obténs êxito. As capacidades físicas dividem-se em dois grandes grupos: condicionais e coordenativas.
  • 6.  Capacidades condicionais: As capacidades condicionais relacionam-se com o aspeto quantitativo do movimento e são dependentes dos processos de obtenção de energia e de fadiga.  Capacidades coordenativas: As capacidades coordenativas relacionam-se com o aspeto qualitativo do movimento. Dependem fundamentalmente de processos de controlo de movimento e da coordenação entre o sistema muscular e o sistema nervoso.
  • 7.  Capacidades Condicionais: - Força - Resistência - Velocidade - Flexibilidade  Capacidades Coordenativas: - Ritmo; - Orientação; - Equilíbrio; - Reação; - (…)
  • 8. 2. Princípios Gerais e Sistemas Energéticos  2.1. A Energia e o ATP: As funções biológicas do nosso corpo, assim como os movimentos que realizamos, implicam gasto de energia. Esta energia é proveniente de uma molécula chamada ATP (adenosina trifosfato – uma molécula universal condutora de alta energia, fabricada em todas as células vivas como um modo de capturar e armazenar energia).
  • 9.  À medida que o corpo vai realizando suas funções, o ATP é degradado e, consequentemente, posteriormente, é restaurado por outra fonte energética que pode ser proveniente da fosfocreatina ou PC (uma outra molécula geradora de energia), das gorduras, dos carbohidratos ou das proteínas.
  • 10.  Trifosfato de adenosina, adenosina trifosfato ou simplesmente ATP, é um nucleotídeo responsável pelo armazenamento de energia nas suas ligações químicas. É constituída por adenosina, um nucleotídeo, associado a três radicais fosfato conectados em cadeia. O ATP armazena energia proveniente da respiração celular e da fotossíntese, para consumo imediato.. Existe uma quantidade limitada de ATP em cada célula muscular.
  • 11.  As células do organismo necessitam de energia para funcionarem, para renovarem as suas estruturas, para fabricarem substâncias e, no caso das fibras musculares, para se contraírem.  Esta energia é obtida, na maioria dos casos, a partir da divisão ou desdobramento de uma substância denominada trifosfato de adenosina, ou ATP, pela ação de determinadas enzimas o que, consequentemente, dá origem a uma molécula de difosfato de adenosina, ou ADP, e outra de ácido fosfórico.
  • 12.  As células musculares dispõem de uma pequena reserva de moléculas de ATP que utilizam para obterem a energia de que necessitam, com vista a manterem a sua estrutura e contraírem-se. Esta pequena reserva costuma ser utilizada em situações de repouso e durante os primeiros segundos após o início da contração. Todavia, após estes primeiros segundos, a pequena reserva esgota-se, obrigando à ativação de mecanismos específicos para obter mais moléculas de ATP e para poder dispor de mais energia.
  • 13.
  • 14. Metabolismo anaeróbio  As fibras musculares costumam "construir" as moléculas de ATP a partir da combustão ou oxidação dos nutrientes que armazenam no seu interior através de um processo aeróbio, ou seja, mediante um processo que necessita da presença de oxigénio.  Todavia, como a assimilação de oxigénio a partir da circulação sanguínea, durante os primeiros dois minutos de exercício físico é muito reduzida, (demora algum tempo até que o aparelho cardiorrespiratório necessita se adapte completamente às necessidades), as fibras musculares, durante a fase inicial do exercício físico, obtêm o ATP de que necessitam a partir de dois mecanismos anaeróbios em que, como já foi mencionado, não é necessária a presença de oxigénio: o da fosfocreatina e o da glicólise anaeróbia.
  • 15.  Mecanismo da fosfocreatina.  A fosfocreatina é uma substância composta por uma molécula de creatina e outra de ácido fosfórico armazenada no interior das fibras musculares, que participa no primeiro mecanismo destinado a obter moléculas de ATP e, consequentemente, energia, perante necessidades repentinas.
  • 16.  O mecanismo da fosfocreatina é activado no preciso momento em que a contração da fibra muscular se inicia e consiste no desdobramento desta substância numa molécula de creatina e noutra de ácido fosfórico e na posterior junção desta molécula e de outra de ADP, de modo a formar uma nova molécula de ATP. Embora este mecanismo seja muito eficaz no início da contração, o depósito de fosfocreatina acaba igualmente por se esgotar, obrigando a fibra muscular a recorrer a outro dos seus processos anaeróbios, com vista a obter mais moléculas de ATP.
  • 17.  Mecanismo da glicólise anaeróbia.  Este segundo processo anaeróbio consiste na progressiva degradação do glicogénio armazenado no interior das fibras musculares.  O glicogénio é um hidrato de carbono complexo armazenado no tecido muscular precisamente como fonte de energia. Quando o exercício começa, o glicogénio muscular é convertido em glicose. A glicose, por sua vez, é degradada até se formar ATP e Ácido pirúvico (Piruvato).  Glicólise: processo de degradação de glicose com formação de moléculas de ATP e de Ácido pirúvico .
  • 18.
  • 19.  Na ausência de O₂, o ácido pirúvico transforma-se em ácido lático (Lactato), que é um produto residual altamente tóxico. O esgotamento das reservas de glicogénio e o aumento das concentrações de ácido lático são os fatores limitativos do trabalho muscular. Esta fonte de energia denomina-se por fonte anaeróbia lática, iniciando a sua atividade 30 segundos após o começo do trabalho muscular, mantendo-se em funcionamento até aos 5 minutos.
  • 20. Produção aeróbia de energia  Para que se desencadeie esta fonte de energia é necessária a presença de O₂. Este processo de produção energética ocorre no interior das mitocôndrias e utiliza como substratos o ácido pirúvico, os ácidos gordos e os aminoácidos (proteínas). Estes sofrem uma série de transformações, resultando na libertação de energia (ATP), água e CO₂.
  • 21.
  • 22. Mitocôndria: … é um organelo celular localizado no citoplasma .Tem como função realizar a respiração celular, encontrando-se, por isso, nos locais onde há maior gasto de oxigénio, como por exemplo, a nível dos tecidos musculares.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26.  A velocidade de contração torna-se máxima com os fosfatos ricos em energia, torna-se mínima com a combustão aeróbia dos ácidos gordos.  Os hidratos de carbono – suprem 2/3 das necessidades de energia;  As gorduras – 1/3  As proteínas – podem ser negligenciadas porque a sua função é mais estrutural
  • 27. Reservas de energia (em quilokalorias) ATP 1,2 PC 3,6 Hidratos de carbono 1200 Gorduras 50000
  • 28. Fonte Anaeróbia Alática Fonte anaeróbia Lática Fonte Aeróbia Fonte de energia ATP e PC Glicose Ácido pirúvico Ácidos gordos aminoácidos Demora na intervenção Praticamente nula Cerca de 15 seg (s) De 2 a 3 min Duração predominante Até 30 s Dos 30 s a 5/6 min Algumas horas Fator limitativo Exiguidade das reservas Produção de ácido lático Capacidade de absorção de O₂; Intensidade do esforço Tipo de esforço Muito intenso e de curta duração Intenso e de média duração Intensidade moderada e de longa duração Qualidades físicas Força/velocidade Resistência anaeróbia Resistência aeróbia
  • 29.  Tarefas:  1) Indicar 3 modalidades por fonte;  2) Explicar a fonte predominante nos JDC (Futebol, Basquetebol e Voleibol).
  • 30. Grupos Pontos David/Ezequiel 5+5+10 = 20 João M./Tiago 5+5+5 =15 Samuel/ Nuno 10+(-5)+5 =10 Daniel/Adelino 5+5+10 =20 Jéssica/Iago 5+10+10=25 Miguel/ Márcia -20 Vítor/ João C. -5+(-5)+(-5) +10 =-5 Fábio S./ Fábio C. 10+5+10 =25 Jorge/ João F. 10+5+5 =20 Rúben/ Raquel 10+5+5 =20 Pontuação: 10 pontos – resposta 100% certa 5 pontos – resposta incompleta 0 pontos – resposta errada - 5 pontos – não responder
  • 32. Aula 03/10/2012  2.4. Medida de consumo energético  2.5. Consumo energético (repouso e em atividade física)  2.6. A fadiga
  • 33.  A quilocaloria (Kcal) é a unidade de medida utilizada na mensuração do consumo e da gasto energética  A caloria é um termo que indica a quantidade de energia fornecida por uma alimento, se ele for totalmente aproveitado pelo organismo.  A caloria é uma unidade muito pequena, que fornece, geralmente, valores muito grandes. Por isso, a unidade que é mais indicada é a quilocaloria ou Kcal.  1 kcal = 1000 calorias
  • 36.  As necessidades energéticas variam de pessoa para pessoa em função do sexo, idade, altura, peso, atividade física, clima e outros fatores. Por exemplo, para adultos saudáveis, com atividade física moderada, é aconselhável uma ingestão diária média de: 2000 kcal – mulheres 2500 kcal – homens Uma pessoa que pratique desporto exigente, ou faça trabalho pesado deve consumir bem mais do que isso: umas 4 horas de atividade pesada por dia, como natação, trabalho na agricultura ou alpinismo pode fazer com que uma pessoa precise comer duas vezes mais do que comeria na ausência dessas atividades. Já crianças ou pessoas de idade avançada e com pouca atividade física consomem bem menos.
  • 37. Mulher Homem % Pequeno-almoço 300kcal 350 kcal 15 % Meio da manhã 200kcal 250 kcal 10 % Almoço 600 a 700kcal 750 a 875 kcal 30 a 35 % Meio da tarde 200kcal 250 kcal 10 % Jantar 600 a 700kcal 750 a 875 kcal 30 a 35 % - 1 g de proteínas fornece 4 Kcal - 1 g de hidratos de carbono fornece 4 Kcal - 1 g de gorduras fornece 9 Kcal - 1 g de álcool fornece 7 Kcal
  • 38.  Os nutrientes energéticos devem ser ingeridos nas seguintes quantidades diárias: Mulher Homem Proteínas 50 a 75 g 63 a 94 g Hidratos de carbono 275 a 300 g 344 a 375 g Gorduras 67 a 78 g 83 a 97 g O que corresponde a: - Proteínas: 10 a 15% do valor energético diário - Hidratos de carbono: 55 a 60% do valor energético diário - Gorduras: 30 a 35% do valor energético diário
  • 39. Atividade Homens 70 kg (kcal/min) Mulheres 55 kg (kcal/min) Nado crol 4,8km/h 20 15.7 Corrida 16 km/h 18,2 14,3 Corrida 12 km/h 14 11 Basquetebol 8,6 6,8 Ciclismo 16 km/h 7,5 5,9 Ciclismo 11.2 km/h 5 3,9 Estar em pé 1,8 1,4 Estar sentado 1,7 1,3 Dormir 1,2 0,9
  • 40.  Consumo energético em repouso: é a energia gasta em condições similares ao gasto energético basal, que é definido como a taxa mínima de energia gasta em 24 horas, correspondendo à energia gasta para manter o funcionamento normal do organismo.  Metabolismo basal ou taxa metabólica basal é a quantidade calórica ou energética que o corpo utiliza, durante o repouso, para o funcionamento de todos os órgãos, por exemplo, o coração, cérebro, pulmões, etc.  http://www.emforma.net/nutricao/calculadora-para-o-metabolismobasal/ 2.5- Consumo energético (repouso e em atividade física):
  • 41.  Consumo energético em atividade física:  em educação física e nos desportos, a atividade física é definida como: "qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso”. Assim: O trabalho moderado para homens é aquele que dá origem a um consumo de oxigênio até três vezes maior que a demanda em repouso. O trabalho pesado é classificado como aquele que requer seis a oito vezes o metabolismo de repouso, O trabalho máximo é considerado como qualquer tarefa acima de nove vezes do nível de repouso.
  • 42.  A fadiga é resultante de trabalho excessivo.  A fadiga desempenha um papel negativo no surgimento de lesões, fundamentalmente pelas alterações electrolíticas, metabólicas e de coordenação muscular que provoca.  É uma tradução da fadiga geral, sendo particularmente afectados os grupos musculares mais exercitados durante a prática desportiva.  A fadiga manifesta-se quando um atleta é submetido a uma tensão que lhe é demoradamente excessiva e que pode ser de natureza física como psicológica, ou mesmo de ambas.  Surge sempre, como resultado de um desequilíbrio entre a capacidade do organismo e a quantidade ou qualidade do trabalho que lhe é exigido.  Todos os sinais e sintomas não são mais que uma reacção de defesa ao esforço, servindo de protecção fisiológica perante a sobrecarga física ou psíquica. 2.6- A Fadiga:
  • 43.  É comum considerarem-se dois tipos de fadiga, a fadiga fisiológica, que se revela de forma aguda, é derivada ao trabalho intenso e desaparece ao fim de horas ou dias, após repouso, sono reparador, ou suspensão temporária de um treino, ou por modificação do seu ritmo; outro tipo, é a fadiga patológica, com causas e consequências diferentes da fadiga fisiológica.  A fadiga patológica ou crónica não passa com o repouso e tem como característica principal, o facto de se instalar de forma traiçoeira, isto é, sem se dar conta e sem que haja a noção do que se passa ou vai realmente acontecer.  Este tipo de fadiga revela-se como um temível adversário, é capaz de alterar os objectivos da carreira de um atleta, incapacitá-lo para a obtenção do recorde pessoal, em modalidades individuais, ou determinar a sua substituição em modalidades colectivas.  É preocupante o facto de esta incapacidade poder determinar efeitos psicológicos de angústia, desânimo e sofrimento, para além dos distúrbios biológicos, como perda inexplicável de peso, diminuição do apetite, alteração do ritmo do sono, dificuldades em adormecer ou acordar sem razão aparente, para além da sensação de cansaço generalizado.  Cefaleias, mialgias, sensação de mal-estar e tendência para contrair lesões ou até mesmo infecções, são sintomas que devem chamar a atenção.  Em atletas jovens é mais frequente observar-se o aumento da frequência cardíaca e alteração da pressão arterial.  Nos atletas mais velhos, estes sinais não são evidentes, tornando-se notória a diminuição do rendimento, muitas vezes interpretadas como simples “baixa de forma”.
  • 44. Voleibol – fundamentos técnicos  http://www.youtube.com/watch?v=EQfNNUdJer0  http://www.youtube.com/watch?v=khL3RyljvSc  http://www.youtube.com/watch?v=II-yGJPAH94  http://www.youtube.com/watch?v=C8tkXhh7H00&fe ature=related  http://www.youtube.com/watch?v=m5LR3K7tGMc  http://www.youtube.com/watch?v=rJLybeVqsME  http://www.youtube.com/watch?v=ifCumQtd5Lk&fea ture=related
  • 45.  http://www.youtube.com/watch?v=o2MNYgLKwyQ&f eature=relmfu  http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen& NR=1&v=TM5X20I9Z6Q  http://www.youtube.com/watch?v=4sec1rDjAhg&feature=re lated  http://www.youtube.com/watch?v=16127PpGHxk
  • 46.  Noção de adaptação:  Podemos dizer que a adaptação é um dos princípios da natureza. Não fosse a capacidade de adaptação, que se mostra de diferentes modos e intensidades, várias espécies de vida não teriam sobrevivido ou conseguido sobreviver por longos tempos e em diferentes ambientes. O próprio homem conseguiu prevalecer no planeta, como espécie, devido à sua capacidade de adaptação.  A adaptação é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações biológicas apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas. Sob “adaptações biológicas no desporto”, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e desportivas (WEINECK, 1991).  Adaptações são reversíveis e precisam constantemente ser revalidadas 2.7- Noção de Adaptação:
  • 47.  Noção de estímulo: Um estímulo é qualquer alteração externa ou interna, que provoca uma resposta fisiológica, ou comportamental num organismo.  Acção motora: Movimentos que permitem que as qualidades inatas de uma pessoa, como um talento, ou um potencial se evidenciem. 2.8- Noção de Estimulo / Ação Motora:
  • 48.  A capacidade funcional do homem é uma propriedade fundamental que se exterioriza pela elevada capacidade de trabalho do organismo e pela faculdade acrescida de mobilizar todas as suas capacidades de modo a satisfazer as tarefas da vida diária, assim como as actividades desportivas.  O desenvolvimento da capacidade desportiva é representado pela adaptação dos órgãos que determinam o rendimento. O resultado da adaptação (modificação do nível funcional das estruturas e sistemas orgânicos dos atletas), depende das circunstâncias do treino (carga; estímulo), e da competição se ela é espontânea ou programada.  Estes níveis funcionais apresentam sempre um carácter específico, que depende da especificidade da carga e dos movimentos da ou das modalidades/especialidades que se praticam. 2.9- O estímulo como fator desencadeador de modificações orgânicas;
  • 49.  No sistema de treino, a carga é o elemento principal pois é um dos processos que estimula o desenvolvimento e a orientação das adaptações orgânicas e funcionais, podendo ser caracterizado pela natureza, grandeza e orientação.  Carga de treino: conjunto de estímulos, aplicados durante os treinos, com vista a garantir as adaptações necessárias à elevação do rendimento desportivo. (Vasconcelos, 2002) 2.10- O estímulo dirigido como carga funcional:
  • 50. COMPONENTES DA CARGA  1. Intensidade do estímulo – grau de aplicação de cada um dos estímulos.  2. Densidade dos estímulos – tempo que medeia entre a aplicação da carga e a respectiva recuperação.  3. Duração do estímulo – tempo de impulso de um estímulo isolado ou de uma série de estímulos.  4. Volume: duração e quantidade de estímulos por unidade de treino  5. Frequência do treino – número de unidades de treino por dia ou por semana.
  • 51.
  • 52. 2.11- Características do estimulo; 2.12- Relação estimulo / Adaptação : Estímulo Adaptação  Intensidade Para existir adaptação  Duração tem que existir um estímulo.  Periodicidade
  • 53.  O músculo humano é um tecido orgânico que apresenta como principal característica uma grande capacidade adaptativa neurofisiológica, metabólica e morfológica, que se expressa diante de estímulos advindos do exercício físico.  No âmbito do treino físico, podem-se destacar as atividades de caráter aeróbio, que promovem o aperfeiçoamento funcional das fibras de contração lenta (TIPO IA), por meio do aprimoramento da capacidade respiratória das mitocôndrias, viabilizado pelo aumento do número e tamanho destas;  Atividades do tipo anaeróbio, que promovem os incrementos de força, potência e a ocorrência da hipertrofia muscular . 2.13- Mecanismos bioquimicos e genéticos da adaptação:
  • 54.  O QUE É O STRESS Estado no qual extensas regiões do organismo se desviam da condição normal de repouso. Conjunto de reações do organismo a qualquer agressão e que se torna doença quando repetitivo ou persistente (crónico).  O QUE É O SINDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO Quando nosso cérebro, independente de nossa vontade, interpreta alguma situação como ameaçadora (stressante), todo nosso organismo passa a desenvolver uma série de alterações denominadas, em seu conjunto, de Síndrome Geral da Adaptação ao Stress. O síndrome geral de adaptação, diz que períodos de treino de alta intensidade seguidos por períodos de treino com baixa intensidade ou períodos de descanso são necessários. Ou seja, o corpo inevitavelmente irá ficar exausto se não houver períodos de descanso, podendo chegar ao sobretreino (overtraining). Este é um dos motivos mais frequentes que levam milhares de pessoas a falharem em sua tentativa de melhorar a performance no treino e rendimento nas competições. 2.14- Síndroma geral de adaptação ao stress:
  • 55. O treino é a base do sucesso desportivo. Um dos processos de treino mais popular é, sem dúvida, a periodização do treino. Um treino eficaz deve ser baseado em alguns princípios do treino desportivo, como os princípios da individualidade biológica, da adaptação, da especificidade, da sobrecarga, da interdependência volume X intensidade, e da continuidade. Assim como também deve se basear nos períodos do treino, onde o dividimos em fases, que se subdividem em médios e pequenos ciclos. Nesta periodização é onde se traça objetivos e métodos de treino diferenciados e específicos para cada fase do treino.
  • 56.  Sistema neuromuscular 3.1. Estrutura e função do músculo-esquelético 3.2. Controlo muscular no movimento 3.3. Adaptações neuromusculares 3.4. Tipos de contração muscular na relação força/velocidade 3.5. Características funcionais do músculo estriado: relação força comprimento 3.6. Força/velocidade e produção de potência 3.7. Implicações dos tipos de unidades motoras e fibras musculares para o exercício http://www.youtube.com/watch?v=OKPcGpWkBvA&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=0z9nYzsc-hA&NR=1&feature=endscreen
  • 57. Tipos de tecidos musculares  A principal função do músculo consiste em transformar energia química, fornecida através dos nutrientes energéticos, em energia mecânica, de que resulta contração muscular e , habitualmente movimento.  O músculo constitui cerca de 40% do peso corporal total e tem ainda a função de proteção das estruturas profundas (vasos, nervos, orgãos, …).  O organismo existem cerca de 600 músculos diferentes.
  • 58.  Existem 3 tipos de tecido muscular: 1- Tecido muscular liso – constituído por células ou fibras musculares lisas, que se contraem involuntariamente, sendo controladas pelo sistema nervoso autónomo. Este tipo de tecido tem uma contração lenta e encontra-se nas paredes dos vasos sanguíneos e das vísceras (estômago e intestinos). Funções importantes: controlo do fluxo sanguíneo e pressão arterial; digestão; expulsão urina; etc
  • 59. 2- Tecido muscular estriado cardíaco- as suas fibras caracterizam-se por terem estrias. Tem uma contração involuntária, automática, contínua e quase simultânea. Podemos encontrá-lo no coração – miocárdio. A sua principal função é bombear o sangue do coração para todas as partes do corpo.
  • 60. 3- Tecido muscular estriado esquelético- este músculo também possui estrias, sendo constituído por fibras musculares. Tem uma contração rápida e vigorosa dependendo de um grande controlo voluntário. Este tipo de músculos encontra-se inserido nos ossos através dos tendões. Tem como principal função a produção de movimento do esqueleto e de proteção de órgãos internos.
  • 61.
  • 62.  Fibras Musculares: O músculo esquelético é constituído por vários feixes ou fascículo musculares, dentro dos quais se encontram as fibras musculares, que são as unidades contráteis. Cada fibra muscular, por sua vez, é constituída por miofibrilas : a actina e a miosina, que são denominadas por proteínas contráteis. A contração ocorre devido ao deslizamento que acontece entre estas duas proteínas contráteis.
  • 63.
  • 64.  Tipo de fibras musculares: 1- Tipo I (vermelhas ou de contração lenta) 2 – Tipo II (brancas ou de contração rápida)
  • 65.
  • 66.  Tipo de Contração Muscular a) Contração estática ou isométrica – o comprimento total do músculo permanece constante durante a contração;; sem movimento articular; gera tensão muscular sem realizar movimentos.
  • 67.  Tipo de Contração Muscular a) Contração dinâmica ou isotónica – provoca um movimento articular; há alteração do comprimento do músculo sem alterar sua tensão máxima.
  • 68.  Tipo de Contração Muscular b) Contração estática isométrica – o comprimento toral do músculo permanece constante durante a contração;; sem movimento articular; gera tensão muscular sem realizar movimentos.
  • 69. Contração dinâmica  Contração concêntrica – quando há diminuição do ângulo articular; há encurtamento muscular; o movimento se faz contra a gravidade.  Contração excêntrica – quando há alongamento muscular para além do seu comprimento em repouso; 0 movimento ocorre com gravidade.
  • 70.  4. Sistema cardiovascular 4.1. Estrutura  O sistema cardiovascular ou circulatório é composto pelo sangue, condutores (veias e artérias) e coração. O coração é o órgão que bombeia o sangue.
  • 71.  4.2. Função  transporte de gases;  transporte de nutrientes;  transporte de resíduos metabólicos;  transporte de hormonas;  transporte de calor;  distribuição de mecanismos de defesa;  coagulação sanguínea.
  • 72.  4.3. Comportamento das variáveis em resposta ao repouso e a diferentes tipos de exercícios físicos /4.4. Adaptações cardiovasculares Desafio a homeostasia/equilíbrio: • Necessidade de O2 pelos músculos: – 15 a 20x dos valores de repouso. • Objetivos do Sistema cardiovascular: – Fornecer O2 suficiente; – Remover produtos de degradação; – Transporte de nutrientes. • Ajustes de fluxo sanguíneo • Débito cardíaco(DC); • Redistribuição do fluxo para músculos ativos; •Manter a temperatura corporal. OBS: Cérebro não sofre redução do fluxo!!
  • 73.  Com o treino o organismo sofre ajustes cardiovasculares, com o fim de prepará-lo para o exercício: - Aumento do volume sistólico/ débito cardíaco O volume sistólico é a quantidade de sangue ejetada pelo ventrículo esquerdo em uma contração. Ele normalmente varia de 60 a 130 mL/batida em pessoas saudáveis. Débito cardíaco é o volume de sangue sendo bombeado pelo coração em um minuto. É igual à frequência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico. Portanto, se o coração bater 70 vezes por minuto e a cada batimento 70 mililitros de sangue são ejetados, o débito cardíaco é de 4900 ml/minuto. Este valor é típico para um adulto médio em repouso, embora o débito cardíaco possa atingir 30 litros/minuto durante exercícios extremos.
  • 74.  Com o treino o organismo sofre ajustes cardiovasculares, com o fim de prepará-lo para o exercício: - Aumento do volume sistólico/ débito cardíaco; - Aumento do nº de capilares; - Aumento do nº de mitocôndrias; - Aumento de concentração de enzimas oxidativas (aeróbias)
  • 75. Coração de atleta ?  Menor FC em repouso (30 bpm!!), logo menor gasto energético;  Redução mais rápida da FC após exercício;  Maior volume sistólico/débito cardíaco;  Aumento do consumo máximo de oxigénio;  Dilatação e hipertrofia cardíaca.
  • 76.  Outra adaptação importante é a diminuição da pressão arterial !!
  • 77. 5. Sistema cardiorrespiratório 5.1. Estrutura  O aparelho respiratório situa-se numa estrutura óssea expansível, formada pelas costelas, o esterno e a coluna vertebral.  O aparelho respiratório, é o conjunto de estruturas do organismo, que possibilita a captação do oxigénio e do ar, e por sua vez elimina o dióxido de carbono. A este processo damos o nome de respiração.
  • 78. O sistema respiratório é constituído pela: • cavidade nasal que filtra, aquece e humedece o ar; •nasofaringe, por onde o ar passa para a garganta; • glote; • laringe onde se dá a produção de sons; • traqueia, • brônquios e bronquíolos •e pelos alvéolos, que são sacos aéreos onde se realizam as trocas gasosas.