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AMERICAN WORLD UNIVERSITY
MESTRADO EM PSICOLOGIA, SAÚDE, EDUCAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA
MASTER IN PSYCHOLOGY, HEALTH, EDUCATION AND LIFE QUALITY
ANÁLISE SOBRE PRECOCIDADE SEXUAL E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
EM ANGOLA: CASO DO CENTRO MATERNO-INFANTIL DO UÍGE
TEENAGERS’ SEXUAL PRECOCITY AND PREGNANCY ANALYSIS IN ANGOLA:
THE INFANTILE-MOTHERLY CENTER CASE, OF UÍGE
AUGUSTO AMBRÓSIO BUNGA
USA
2013
AMERICAN WORLD UNIVERSITY
MESTRADO EM PSICOLOGIA, SAÚDE, EDUCAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA
MASTER IN PSYCHOLOGY, HEALTH, EDUCATION AND LIFE QUALITY
ANÁLISE SOBRE PRECOCIDADE SEXUAL E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM
ANGOLA: CASO DO CENTRO MATERNO-INFANTIL DO UÍGE
TEENAGERS’ SEXUAL PRECOCITY AND PREGNANCY ANALYSIS IN ANGOLA:
THE INFANTILE-MOTHERLY CENTER CASE, OF UÍGE
Augusto Ambrósio Bunga
4204-LAD
Dissertação apresentada à
American World University
como requisito parcial à
obtenção do título de
Mestre em Psicologia
USA
2013
ii
FOLHA DE APROVAÇÃO
ANÁLISE SOBRE PRECOCIDADE SEXUAL E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM
ANGOLA: CASO DO CENTRO MATERNO-INFANTIL DO UÍGE
TEENAGERS’ SEXUAL PRECOCITY AND PREGNANCY ANALYSIS IN ANGOLA:
THE INFANTILE-MOTHERLY CENTER CASE, OF UÍGE
Augusto Ambrósio Bunga
Apresenta a Dissertação à Banca Examinadora.
USA, 30 / MAIO / 2013.
___________________________________________________________________
Professora Doutora Jaqueline Pinto Martins, PhD – Orientadora/Presidente
___________________________________________________________________
Professor Doutor Gilberto Pinheiro dos Santos, PhD – Examinador
___________________________________________________________________
Professora Doutora Artemis Nogueira Castro, PhD – Examinadora
___________________________________________________________________
Professor Doutor Gilberto Pinheiro dos Santos, PhD – Reitor AWU/LAD/USA
Professora Doutora Maxine Asher, PhD – Presidente AWU/USA
iii
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho, a todos adolescentes do mundo, pois são as
piores vítimas de precocidade sexual e de gravidez na adolescência por várias
causas. À minha família especialmente os meus Pais: o malogrado Luís Manuel e a
minha Mãe Levo Josefina; à minha esposa Natália Isabel Domingos; os meus três
filhinhos Diantete Ananilson Domingos Luís, Jorge Anselmo Domingos Luís e
Augusto William Domingos Luís; aos meus irmãos Bunga Mário, Zoa Coleth
Ambrósio Bunga, N´zamba Ambrósio Bunga, Malekama Pascoal Ambrósio Bunga.
Os meus amigos Bacharel Bento Miguel Vete Dodão, Bacharel António Fernando da
Costa, Licenciado Mântua Pedro Alexandre, Licenciado Costa Barros, Licenciado
Casimiro Francisco Mezonda, Licenciado Aguinaldo, Dibanzilua André Pedro Luzolo,
Mestre Matondo Manuel Quiaquiana Teca e Mestre Celso Edmundo. Ao meu Tio e
Chara Augusto Bunga, tia Paulina, Carlos Francisco Bunga, Eduardo Bunga, João
Bunga e Luís Bunga. O Doutor Dissengomoka Sebastião Alexandre Ph.D.
Orientador da minha Monografia da Licenciatura. A toda equipa da American World
University, ao Reitor Prof. Doutor Gilberto Ph.D e especialmente a minha Orientador
Profª. Doutora Jaqueline Pinto Martins Ph.D e todos outros que não pude citar, mais
que foram, são e continuarão a ser úteis para mim e para a minha careira.
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus pai todo-poderoso, omnipotente e omnisciente, pela complacência e
benevolência em dar-me o dom da vida e a graça da realização do presente
trabalho;
De modo extensivo agradeço também, a todos amigos e colegas que de modo direto
ou indireto, contribuíram para o encorajamento na elaboração e concretização deste
trabalho; o meu agradecimento especial estende-se à American World University,
USA,
Ao Professor Doutor Gilberto Pinheiro dos Santos e também a sua maravilhosa
equipa de colaboradoras;
À minha Orientadora, Professora Doutora Jaqueline Pinto Martins.
O meu Muito Obrigado!
“Existem palavras sábias, mas a
sabedoria não é suficiente, falta ação”
J.L. Moreno (1889-1974)
v
RESUMO
Com base neste estudo pretendeu-se analisar vários aspetos vinculados àas causas
e consequências e também as possíveis medidas de prevenção de gravidez na
adolescência, DTS e HIV/SIDA, com vistas a garantir uma qualidade de vida
aceitável as adolescentes de Angola em particular, e do mundo em geral. A presente
pesquisa foi desenvolvida, no Centro Materno Infantil do Hospital Provincial do Uíge,
com os técnicos da Saúde que fazem o acompanhamento pré-natal das
adolescentes grávidas e também com as próprias adolescentes implicadas na
situação. Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a precocidade sexual e a
gravidez na adolescência no Centro Materno Infantil de Uíge em Angola. Para isso,
foi extraída uma amostra de 90 adolescentes grávidas, que equivale a 10% da
população que fazem o acompanhamento pré-natal. e também uma amostra de 10
técnicos de saúde de ambos os sexos, que equivale a 20%da população, sendo (4)
quatro de sexo masculino e (6) do sexo feminino. Dos resultados obtidos através da
aplicação do inquérito, pode-se concluir que, é preciso que os pais saibam escolher
os programas da mídia em suas diversas composições de conteúdo; deve-se criar
nos adolescentes o hábito de usar preservativos, a fim de evitar a gravidez precoce,
abortos, doenças sexualmente transmissíveis (DTS)/SIDA etc. Pode-se, também,
constatar a necessidade da atuação de Psicólogos de Saúde, não só no referido
Centro, mas também nos outros Centros de acompanhamento pré-natal de Angola.
vi
ABSTRACT
This study intended to analyze several aspects linked with not only the reasons and
consequences, but also the available preventive measure for pregnancy in
adolescence, the Sexual Transmitted Disease (SDT) and the Human
Immunodeficiency Virus (HIV) as well. It aims at warranting an acceptable quality of
life for the Angolan teenagers, specifically and also those all over the world. This
research was developed at the Infantile-Motherly Center of Uíge with health
technicians who wait upon the pregnant teenagers during their prenatal period. The
research had as general target to analyze the teenagers’ sexual precocity and
pregnancy in Angola. It was based on the data from a sample of 90 (ninety) pregnant
adolescents which represents ten percent (10%) of this population who have a
prenatal accompaniment and also a sample of ten (10) health technicians of both sex
which correspond to twenty percent (20%) of this population, in which (4) four are
male and (6) six female. From the applied questionnaires results it’s possible to
conclude that: it’s necessary a better parents’ accompaniment in terms of choosing
the media programs of different kinds of contents, the teenagers should be
stimulated to use condoms, in order to prevent form precocious pregnancy,
abortions, sexual transmitted diseases such as DTS and SIDA etc. It was possible to
confirm the necessity of a better and effective Health Psychologist action and
performance not only at the referred Center, but also in other prenatal
accompaniment Centers all over Angola.
.
vii
ÍNDICE
Capítulos Pág.
Dedicatória .......................................................................................................... iii
Agradecimentos ................................................................................................... iv
Resumo ............................................................................................................... v
Abstract ................................................................................................................ vi
Índice ................................................................................................................... vii
Lista de Tabelas................................................................................................... ix
Principais Siglas................................................................................................... x
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 01
CAPITULO I – PRECOCIDADE SEXUAL NOS ADOLESCENTES .................... 06
1.1 Breve Abordagem sobre a Adolescência e a Sexualidade.................. 06
1.2 Causas de Precocidade Sexual........................................................... 10
1.3 Consequências da Precocidade Sexual.............................................. 13
CAPITULO II – PRECOCIDADE SEXUAL E O RISCO DE CONTÁGIO DE DTS
E HIV/SIDA........................................................................................................... 16
2.1 O Sexo e o Risco de Saúde ................................................................ 16
2.2 Consequências Somáticas e Psicológicas do Portador de HIV/SIDA . 19
2.3 Prevenção e Ajuda Psicológica Sobre o Contágio da Doença............ 22
CAPITULO III – GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O PAPEL DA
PSICOLOGIA DA SAÚDE NA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO SEXUAL ............. 25
3.1 Causas da Gravidez na Adolescência................................................. 25
3.2 Consequências da Gravidez na Adolescência .................................... 26
3.3 Gravidez na Adolescência e o Acompanhamento Pré-Natal .............. 31
3.4 Educação Sexual na Família .............................................................. 33
3.5 Educação Sexual na Escola................................................................ 34
3.6 Educação Sexual na Mídia.................................................................. 35
3.7 Métodos Anticoncecionais com Vista a Prevenir-se da Gravidez
Precoce ............................................................................................... 35
CAPITULO IV – QUALIDADE DE VIDA DA MÃE ADOLESCENTE..................... 38
4.1 Perda de Oportunidades de Bons Empregos...................................... 38
4.2 Excessiva Responsabilidade Pelo Bebé ............................................. 40
4.3 Saúde Física e Psicológica da Mãe e do Bebé ................................... 41
CAPITULO V – METODOLOGIA ...................................................................... 44
5.1 Modelos de Estudo.............................................................................. 44
5.2 Amostra............................................................................................... 44
5.3 Coleta de Dados.................................................................................. 46
5.4 Análise dos Dados............................................................................... 47
viii
CAPITULO VI – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......... 48
6.1 Análise das Questões Dirigidas aos Profissionais da Saúde .............. 48
6.2 Análise das Questões Dirigidas às Adolescentes Grávidas ................ 52
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 60
ANEXO................................................................................................................. 64
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA I – População e amostra .................................................................... 44
TABELA II – Frequência relativa e percentual dos profissionais da saúde........ 44
TABELA III – Frequência relativa e percentual das adolescentes grávidas
atendidas de Janeiro a Setembro de 2012 no Centro Materno..... 45
TABELA 1 – Gravidez na adolescência causa de abandono escolar................ 49
TABELA 2 – Qualidade de Vida deficitária causa de precocidade sexual ......... 49
TABELA 3 – Necessidade de psicólogos da saúde para aconselhamento ....... 50
TABELA 4 – Adolescentes gravidez e o aconselhamento pré-natal.................. 51
TABELA 5 – Adolescente e os métodos anti-concepcionais ............................. 52
TABELA 6 – A Influência dos mídias na precocidade sexual ............................ 53
TABELA 7 – Adolescentes e o uso de preservativo .......................................... 54
TABELA 8 – Adolescentes e os abortos............................................................ 54
TABELA 9 – A abstinência sexual nos adolescentes e a prevenção da
gravidez ........................................................................................ 55
TABELA 10 – A falta da educação sexual como causa da gravidez indesejada . 56
x
PRINCIPAIS SIGLAS USADAS
AIDS..................................... Acquired Immunodeficiency Syndrome
CMIHMU............................... Centro Materno Infantil do Hospital Municipal do Uíge
CIS ....................................... Conferência Internacional sobre Sida
DTS...................................... Doenças de Transmissão Sexual
GA........................................ Gravidez na Adolescência
HIV ....................................... Human Immunodeficiency Virus
INLCS................................... Instituto Nacional de Luta Contra Sida
ITS........................................ Infeções Sexualmente Transmissíveis
MAAP ................................... Mães Adolescentes – Angústia e Promessa.
MGSS................................... Manual de Gravidez Semana a Semana
PJM...................................... Pastoral da Juventude do Maranhão
PND...................................... Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PS ........................................ Precocidade Sexual
PS ........................................ Psicologia da Saúde
SIDA..................................... Síndrome de imunodeficiência Adquirida
VIH ....................................... Vírus de Imunodeficiência Humana
P1......................................... Pergunta nº 1 (Metodologia)
INTRODUÇÃO
Segundo Pommé (2006) nos tempos atuais, tem-se verificado muita
precocidade sexual nos adolescentes, isto quer dizer que, estão emergindo muito
cedo os impulsos sexuais nos adolescentes e que eles, não estão a ser capazes de
controlar. Fala-se de precocidade sexual, quando os impulsos sexuais dos
adolescentes surgem muito cedo em relação a idade que se devia.
Segundo Oliveira (2005) apontam-se algumas causas que deverão estar na
base da emergência desses desejos e/ou impulsos sexuais. Como o caso de: a falta
de educação sexual, as influências dos amigos, das Mídias e das telenovelas em
particular, apreciação de filmes e revistas pornográficas, o alcoolismo e outras
drogas, curiosidade sexual, qualidade de vida inadequada, precocidade da menarca,
etc.
Segundo o Instituto Nacional de Luta Contra Sida/Angola (2010) a partir da
precocidade sexual nos adolescentes surgem as consequências, tais como: a
gravidez precoce ou na adolescência, que do mesmo modo é considerada
indesejada. Frisa McDowell (1994, p.53) que “a atividade sexual precoce do
adolescente, provoca vários problemas. A consequência mais óbvia, é a gravidez.”
O contágio de DTS (Doenças Sexualmente Transmissíveis), o VIH (Virus de
Imunodeficiência Humano) e SIDA (Síndroma de Imunodeficiência Adquirida) é um
outro problema e risco para saúde dos adolescentes pois, se encontra ainda numa
fase de espanto ou admiração de quase tudo que o rodeia e fundamentalmente
quando se trata de situações vinculadas a sexualidade humana.
2
Segundo Reverón (2007) a gravidez na adolescência, hoje em dia tornou-se
uma situação da saúde pública, pois neste século XXI encontra-se quase em todas
as sociedades do mundo. Ela de fato tem como causas a precocidade sexual, a falta
de cuidado, a falta de educação sexual etc.
De acordo com Sprinthal e Collins (2008) por conseguinte, a gravidez na
adolescência acarreta consequências nefastas para a vida do adolescente tanto
para o rapaz quanto para a moça. Tais consequências, podem ser divididas em três
grandes categorias: biológicas ou de saúde, emocionais ou psicológicas e sociais.
Segundo o McDowell (1994, p.46)
As consequências são de vária ordem: social, psicológica
e física. Social, porque uma gravidez na adolescência tem
uma influência enorme no seio da família. Desestabiliza-a
porque, quer a jovem, quer os pais, não estão preparados
para receber uma notícia destas. Psicologicamente, a
jovem ressente-se porque não se sente enquadrada na
escola e acaba por interromper os estudos e a sua
formação. Vai ter assim um impacto social muito grande.
Ogeden (2004) afirma que a precocidade sexual, hoje em dia, tornou-se um
problema de saúde publica, económico e social, a medida que, ela favorece
negativamente para o contágio de várias Doenças de Transmissão Sexual (DTS),
HIV e SIDA e também para a gravidez na adolescência, e não só é considerado
também como um problema económico e social visto que hoje se considera uma
calamidade mundial.
Reverón (2007) salienta que para além de ser considerado um problema de
saúde pública, enquadra-se de igual modo o problema social e económico, porque
quase por todo o mundo ouve-se mortes de milhares de adolescentes, por
complicações de gravidez, aborto e até parto. Entretanto, constata-se por demasia
3
concretamente em países pobres por um lado e em via de desenvolvimento por
outro. É neste molde que se enquadra o problema social e económico que
expressam a qualidade de vida adequada das populações de uma determinada
sociedade.
Stonton e Jones (1999) afirmam que, emerge o interesse pela pesquisa deste
problema, com vista a dar algumas contribuições para reduzir a precocidade sexual
entre adolescentes e de prevenir a gravidez na adolescência, que hoje se considera
como uma calamidade mundial de modo geral e em Angola de modo particular; é
assim que surge a iniciativa de investigar este problema tendo como objetivo de
traçar algumas medidas que visam a reduzir a precocidade sexual nos adolescentes
e de prevenção de gravidez na adolescência para garantir a boa qualidade de vida
das populações.
Por conseguinte, na presente pesquisa, tenciona-se analisar e interpretar a
problemática da precocidade sexual e da gravidez na adolescência em Angola, caso
do Centro Materno Infantil da província do Uíge.
Segundo Lores (2012, p.3)
Em Angola, aumentam os casos de gravidez precoce, ou
seja entre os adolescentes. Os números não são
desconhecidos porque muitas das jovens encontram-se
fora do circuito dos hospitais e clínicas onde podem ser
atendidas, mas a situação é considerada preocupante.
Para tal, levanta-se um problema, quais são as causas e as consequências
da precocidade sexual e da gravidez na adolescência?
Afirmam Freitas e Agostinho (2008), portanto, a precocidade sexual e a
gravidez na adolescência, invertem o rumo das vidas dos adolescentes em muitos
4
sentidos, tais como reduzindo a oportunidade de encontrar um bom futuro emprego,
carrega o adolescente de excesso de responsabilidade precocemente etc.
OBJETIVOS
Objetivos Gerais
Analisar a precocidade sexual e gravidez na adolescência no Centro Materno
Infantil de Uíge em Angola.
Objetivos Específicos
Conscientizar os adolescentes dos riscos do sexo pela saúde e o contágio de
DTS e HIV/SIDA;
Esclarecer os adolescentes as causa e consequências da gravidez na
adolescência;
Informar os adolescentes sobre a responsabilidade e a Qualidade de Vida da
mãe adolescente;
Traçar medidas que visam educar sexualmente os adolescentes e a reduzir o
índice de gravidez na adolescência
JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA
O motivo da escolha do tema foi, senão de pesquisar, analisar e esclarecer as
causas e as implicações da gravidez na adolescência. O mais alarmante, é que a
maior faixa etária é de 12 a 14 anos de idade, onde a maior parte delas engravida-se
5
pouco tempo depois da menarca. Lores (2012, p.1) “a gravidez precoce aumenta em
Angola com 12 a 13 anos de idade e um caso de 11 anos”.
Segundo Oliveira (2006) esta realidade aprova que, há realmente uma
precocidade sexual nos adolescentes da província do Uíge em partícula de Angola
em geral, tendo sido influenciado principalmente, em apreciação de filmes
pornográficos, músicas eróticas, telenovelas, a falta de educação sexual e outros
meios.
Esmiuça Ogden (2008) que do ponto de vista social, este trabalho visa
despertar os adolescentes do risco de saúde que correm através de relações
sexuais desprevenidos, evitarem a promiscuidade sexual, retardarem a iniciação
sexual, para que se reduzam significativamente os riscos pela saúde.
Segundo INLCS (2012, p.32)
Porque desta forma o jovem está a reduzir as
possibilidades de exposição ao HIV, além de que retardar
o início da atividade sexual também protege o jovem da
gravidez não desejada e de ter uma infeção sexual
precoce que possa ser causadora de infertilidade ou de
complicações futuras.
Conforme Freitas e Agostinho (2008) o tema em epígrafe é de âmbito
biopsicossocial, do comportamento sexual do adolescente, e que é analisado no
ponto de vista científico, pois a precocidade sexual, tem sido causa de muitos
problemas de saúde pública, perda de oportunidades na vida, para a melhoria da
qualidade de vida, fraco aproveitamento escolar e abandono escolar, etc.
CAPITULO I
PRECOCIDADE SEXUAL NOS ADOLESCENTES
1.1 Breve Abordagem Sobre a Adolescência e a Sexualidade
O ser humano é o ser supremo de todos os seres existentes na face da terra,
pela sua capacidade de analisar e resolver situações de grandes dimensões que o
aflige e com tudo que existe a sua volta, sendo da realidade objetiva como da
subjetiva. Segundo Bíblia Sagrada em Genesis (1:26) “e disse Deus: façamos o
homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança; e domine sobre os peixes
do mar, e sobre as aves dos seus, e sobre o gado, e sobre toda terra e sobre tudo
que nela se move”.
Através das fases do desenvolvimento humano, o homem foi compreendendo
que para chegar a velhice deve-se atravessar vários estágios da vida. Ao longo da
sua história com o desenvolver do seu pensamento, conseguiu estabelecer uma
periodização, das fases do desenvolvimento humano, nomeadamente: a infância, a
adolescência, a juventude, a vida adulta e a velhice. Afirma Hall (1844-1924) apud
Griffa e Moreno (2008,p.12) que “no transcurso da sua evolução, cada indivíduo
7
atravessa etapas que correspondem às que, por sua vez, ocorreram na história da
humanidade”.
Para Sprinthall e Collins (2008) ao longo da história, entendia-se a criança
como se fosse um adulto em miniatura. Assim entendendo que uma criança de 10 a
15, fosse capaz de realizar as atividades feitas por um adulto, e do mesmo modo
considerado como um adulto.
No entanto, esta fase que aqui se aborda, é, a adolescência, para muitos a
entende como se fosse uma simples criação ou invenção cultural do homem, pois
ela é relativamente ligada a alguns traços culturais. Segundo Parise et allii (2008,
p.24) “No século XVI, periodizaram as faixas etárias; o mundo da criança torna-se
bem definido no século XVII e, no século XIX, surge a faixa etária jovens-
adolescentes, com escolas só para moços ou para moças”.
Segundo, Sprinthall e Collins afirmam (2008, p.5):
Como é óbvio, esta questão assume uma grande
importância. Se a adolescência for uma invenção cultural,
então, deverá ser estudada à luz da Sociologia e da
Antropologia, e não na perspetiva psicológica, já que,
neste caso, a existência da adolescência como um
conceito dependerá totalmente de cada cultura particular.
Por outro lado, a adolescência poderá constituir um
estádio real do desenvolvimento humano, ou representar
um conjunto de respostas situacionais dadas pelos
indivíduos numa fase de transição para a vida adulta,
numa dada sociedade ou cultura.
De acordo com Sprinthal e Collins (2008) a adolescência por ser a fase mais
complexa da vida humana, através das crises e da confusão de papéis a
desempenhar, hoje objeto de estudo de várias ciências, tais como a Sociologia, a
Medicina, a Antropologia, a Psicologia etc., estudando o seu comportamento de
forma diferenciada. O adolescente acha-se adulto suficiente, para fazer tudo o que
8
os adultos são capazes, é assim que se designa como uma fase de crise de
identidade, na medida em que vai se interrogando, do seu ser e da sua tarefa na
sociedade.
Para Sprinthall e Collins (2008, p13):
A adolescência era encarada por ele como um novo e
bastante importante estádio da evolução humana, e a
extensão dos seus conhecimentos era tão vasta quanto a
monumental obra que escreveu, em dois volumes,
intitulada: A adolescência: a sua psicologia e suas
relações com a fisiologia, a antropologia, a sociologia, o
sexo, o crime, a religião e a educação.
Todavia, para melhor esclarecimento do assunto, define-se a adolescência da
seguinte maneira, é a fase que marca a transição de infância à vida adulta, marcada
por estruturação afetiva, psicológica, social, moral, espiritual, religiosa, fisiológica e
intelectual da personalidade. Brisil et al (2012, p.38) definem “a adolescência
descreve o período que se situa entre a infância e a vida adulta”.
Conforme Rodrigues (2005) a adolescência vai acompanhando o
desenvolvimento maturacional e de maturidade do jovem que vive a fase
denominada pelo Erikson (1902- 1994) como identidade vs confusão de papel a
desempenhar na sociedade. Por isso as perguntas mais comuns para o adolescente
são: Quem sou eu? Para onde vou? Por causa do seu desenvolvimento
maturacional, notam-se as marcas da puberdade e pubescência, que tem a ver com
o desenvolvimento, estruturação do corpo e cobrimento de pelos nas axilas e na
região púbica.
Reverón (2007) afirma que adolescência é uma palavra que vem do latim
adolescere, que significa crescer. É a soma de mudanças biológicas, psicológicas,
9
sociais e culturais que acontecem no indivíduo durante sua passagem da infância à
vida adulta.
Frisam Malagodi e Braga (2006) que é quase impossível falar da
adolescência sem se quer falar da sexualidade do adolescente, visto que é uma
etapa da vida de muitas curiosidade, de quase tudo e fundamentalmente da
sexualidade, na qualidade de ser sexuado. Ela é um dom que o ser humano recebeu
de graça, para fim de reprodução e não só, mas também amorosa e do bem-estar
da vida psicofisiológica do ser humano. Para Mesquita e Durte (1996, p.184) define-
a como o“ conjunto de fenómenos da vida sexual que inclui os mecanismos
fisiológicos e a organização da vida afetiva”.
Kiala (2004) lamenta dizendo que é muito triste, quando muitos reduzem a
sexualidade humana a uma simples genitalidade ou sexo. O sexo é o órgão
fisiológico que pode ser masculino ou feminino, de qualquer ser: homem ou outro
animal. Segundo Malagodi e Braga (2006, p.33) “o ato genital é apenas um
momento da sexualidade humana; se a tivermos em plenitude, e esta é essencial,
poderemos até mesmo prescindir da relação genital”.
Segundo Griffa e Moreno (2008) logo após, a puberdade e a pubescência, o
(a) adolescente vai, verificando mudanças significativas na sua estrutura corporal e
também no seu comportamento em geral.
Esmiúça Novello (2009, p.13):
Convém salientar que existe uma diferença patente entre
adolescência e puberdade. As duas são frequentemente
confundidas. Puberdade é a fase do desenvolvimento do
organismo humano em que o crescimento físico alcança
seu complemento amadurecimento. Por adolescência
entendemos aquela fase em que ocorrem modificações
globais no indivíduo, intensas e desarmônicas, geradores,
portanto, de grande insegurança.
10
Para Monteiro Neto (2005) a sexualidade e o comportamento sexual, dos
adolescentes e não só, acompanham a realidade e o desenvolvimento cultural de
cada povo, de geração a geração, por essa razão o comportamento sexual ou
mesmo a sexualidade do povo angolano, será de certa medida diferente ao do povo
brasileiro, tudo porque são dois povos com padrões culturais distintos. De acordo
com Monteiro Neto (2005, p.284) “o comportamento sexual e as reações à
sexualidade variam efetivamente segundo as culturas”.
Segundo Oliveira (2006), sendo o homem um ser biopsicossocial, pode-se
afirmar que tal como a própria adolescência, a sexualidade começa com a biologia
(fisiologia), passa pela psicologia (psique) e se concretiza com a cultura. É a
semelhança, do que acontece relativamente à natureza da adolescência, a
dificuldade em compreender a sua sexualidade, se relaciona pelo fato de ser
necessário saber qual é o grau em que a sua natureza é determinada pelas
transformações purbetárias e em que medida é também o reflexo de expetativas
sociais e culturais de padrões comportamentais aprendidos. Salienta Sprinthall e
Collins (2008, p.407) que “tal como a própria adolescência, a sexualidade talvez
comece com a biologia mas termine com a cultura”.
1.2 Causas de Precocidade Sexual
Segundo Parise (2008) são inúmeras as causas da precocidade sexual, tendo
em conta as influências: biológicas, psicológicas, sociais ou ambientais,
tecnológicas etc. quanto mais as sociedades se desenvolvem, mais mudanças
comportamentais e culturais se vão fazendo sentir.
11
Segundo Oliveira (2006, p.54)
“Foram os amigos na rua e nas festas, ou as bancas de
revistas com fotos de mulheres nuas e rapazes
semidespidos; foram livros, revistas, filmes, músicas e
programas de rádio e de televisão que passaram os
adolescentes a ideia de que não devem se reprimir e que
o prazer do sexo é também para ele, agora, já”.
Segundo Azevedo (2008) nesta era da globalização ou era digital, já é
possível partilhar quase toda realidade do mundo sem necessidade física entre
indivíduos que necessitam, e sem sair da casa para a rua; é o fruto do
desenvolvimento da ciência e da tecnologia, mas essa evolução, repercute em parte
em consequências difíceis, que se traduzem em quebra-cabeças, para toda a
sociedade em particular e para o mundo em geral. Em harmonia com Gill apud
Azevedo (2008, p.36) salienta “antes o mundo era pequenos, porque a terra era
grande, hoje o mundo é muito grande, porque a terra é pequena do tamanho da
antena parabólica”.
Para Lores (2012) a precocidade sexual, é considerada como a antecipação
psicológico-fisiológica que os adolescentes apresentam para o envolvimento no
mundo do sexo, sem segurança nem orientação.
Tordjman (2005) faz menção de algumas causas que estão na base da
precocidade sexual, tais como: as influências biológicas: a maturação do próprio
organismo, o desenvolvimento hormonal no caso de androgénio e testosterona,
hormona responsável pelo desenvolvimento dos órgãos sexuais e das caraterísticas
secundárias masculinas sob ação da hipófise e estrogénio na mulher.
Segundo o mesmo autor, o androgênio divide-se em testosterona e
androsterona. Por outro lado, tem-se os estrogênios: que são responsáveis no
12
crescimento e desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos, regula o ciclo
menstrual, a ovulação, a gravidez, e não só também estimula glândulas mamárias.
De acordo com Malagodi e Braga (2006, p.5):
Embora com cronologia diferente e roupagens distintas,
entre 11 e 13 anos de idade, aparece para os meninos e
as meninas o impulso genital; no caso deles, esse
estímulo depende de níveis altos de testosterona,
portanto, é subordinado aos aspetos somáticos, no caso
delas, o impulso é mais dirigido para sexualidade que não
inclui situações eminentemente coitais ou seja, a
genitalidade não desempenha um papel significativo.
Influências psicológicas: de acordo com Rodrigues (2005) através do
processo da imaginação criadora, o/a adolescente cria imagens novas na sua
memória, a partir das conhecidas já existentes e as que lhe são desconhecidas, cria
uma série de fantasias sexuais e que estas por sua vez exercem uma certa
influência na sua psique, influenciando a sua fisiologia, principalmente no hipotálamo
que regula todas as funções vitais através da hipófise e exercendo um certo impacto
ao sistema endócrino nas gónadas (glândulas sexuais).
Influências ambientais ou sociais: Oliveira (2006) aponta algumas tais
como: a curiosidade sexual, pressão do grupo, prova de amor ao parceiro etc.,
assim sendo, cada indivíduo aprende com outro, pela interação, os adolescentes se
atraem mutuamente por qualquer constituição linda do outro de sexo oposto; não só,
é sabido também que existe adultos sem moral, que passam a vida a se contar
sobre a vida sexual de um e de outro, sem querer saber que a volta há indivíduos de
menor idade. Ainda existem pais que fazem de seus filhos de vítima de falsa
educação sexual, isto é, não ousam esclarecer os seus filhos quando lhes
13
perguntam, como consequência estes aprendem mais fora com os amigos e outros
de forma perversiva.
Realça Oliveira (2006) que as influências tecnológicas tem a ver com os
meios de comunicação massiva em geral e telenovelas na TV, apreciação de filmes
pornográficos e não só em VCDs, DVDs, Internet etc., revistas pornográficas, etc.
Esmiuça Oliveira (2006) que na verdade como a adolescência e sexualidade
humana estão diretamente vinculadas a cultura, em algumas das quais, encontram-
se adolescentes de 12, 13 por exemplo a serem dadas as mãos para casamento,
voluntariamente. Mas nas sociedades evoluídas é muito cedo para uma
adolescente dessa idade ser uma esposa, dona de casa ou até mãe.
1.3 Consequências da Precocidade Sexual
Reveirón (2006) realça que como consequências da precocidade sexual,
ressaltam-se fundamentalmente duas, que são: Doenças de Transmissão Sexual
(DTSs), HIV/SIDA e a gravidez precoce ou na adolescência. Oliveira (2006, p.53),
frisa que “o avanço da gravidez na adolescência se deve à iniciação sexual precoce.
Começa, no Brasil, aos 13 e 14 anos”.
De acordo com Rollet (2007) quanto maior for o índice da precocidade sexual
maior é taxa da gravidez precoce e o de taxa de natalidade, fazendo assim elevar o
nível de pobreza; aumento a explosão demográfica, casamentos mal sucedidos, etc.
por isso, o país que não consegue controlar a sua taxa de natalidade, encontra de
certa medida muitas dificuldades no seu desenvolvimento, socio-económicas.
14
Salienta-se ainda que, a maior parte de crianças que nascem das famílias
desestruturadas, acaba se tornando desestruturados com condutas anti-sociais.
Para Reverón (2006, p.12) “o número não só se manterá, mas aumentará,
enquanto existir o padrão desigual de distribuição de riqueza e não se oferecer uma
adequada educação a população sexualmente ativa”
Segundo Parise (2008) as próprias adolescentes, que começas muito
precocemente a prática de atividades sexuais, muitas delas aderem a mais antiga
profissão do mundo «a prostituição», que é uma prática que consiste em trocar-se
por algum valor monetário. Ela pode ser oficial ou oculta/clandestina; prostituição
oficial é aquela que a prostituta paga imposto ao Estado e a oculta ou clandestina,
não paga qualquer imposto, mas trabalha.
Define Kuhelamina (2000, p.6)
A prostituição é uma realização do ato sexual por motivos
puramente económicos, mediante um pagamento ou
vantagem de caráter económica. Como promiscuidade, ou
seja, com variado número de pessoas sem a presença de
elementos emocionais e afetivos.
Abel (2009) afirma que a prostituição como uma das consequências da
precocidade sexual, deu origem a um dos fenómenos considerado prostituição
infantil e que em angola recebeu o nome de «catorzinhas». Compreende-se que
este fenómeno de prostituição infantil em Angola, encontrou a porta de entrada,
através da guerra de 1992, quando o país ficou totalmente desunido. Morreram
milhares de pessoas, muitas das quais, chefes de famílias e de domiciliários, muitas
crianças ficaram órfãs, sem amparo, alimentação, habitação, vestuário, carinho, etc.
segundo Abel (2009, p.83) “as «catorzinhas» são todas as meninas dos 13 aos 16
15
anos. Nos anos 90, o envolvimento com estas menores tornou-se moda e até uma
prova de virilidade para os muitos homens (…)”
CAPITULO II
PRECOCIDADE SEXUAL E O RISCO DE CONTÁGIO DE DTS E HIV/SIDA
2.1 O Sexo e o Risco de Saúde
Segundo Kiura et al (2005) o sexo sendo um órgão de reprodução tanto
masculino quanto feminino, na qual se culmina toda a sexualidade humana,
tornando dois indivíduos de personalidades extremamente diferentes sendo íntimos
e procriarem, também pode acarretar risco na saúde humana. Para Kiala (2004, p.9)
“a genitalidade diz respeito aos órgãos procriadores. Numa linguagem vulgar e
corrente, o termo “sexual” costuma designar realidades físicas bem precisas e
limitadas, em relação imediata com os órgãos sexuais e o seu funcionamento”.
Ogden (2008) no entanto, não quer dizer que o sexo em si só seja um risco
para a saúde humana, pois tal como tudo que tem vantagem tem sempre uma
desvantagem, independentemente do grau, do mesmo modo também o sexo tem
tanta vantagem, que se podem apontar algumas como: o processo de reprodução,
aumentar o nível de paixão, amor e entre casais, para pessoas com um certo grau
de tecidos adiposos serve para o emagrecimento, etc., afirma Quinto (2006, p.20)
17
O sexo é bom para a saúde. Quem tem três vezes
relações sexuais por semana, queima em um ano a
mesma quantidade de calorias que se consome em 130
quilômetros de corrida. A prática do sexo permite libertar
hormonas a inteligência e o sistema imunológico,
fortificando neste caso os ossos e o aumento da nutrição
da pele.
Quinto (2009) continua relatando que, outrossim, o sexo também alivia o
estresse, aumenta a auto-estima, melhora o metabolismo, o humor, melhora a
qualidade do sono, amplia a interação entre os casais ou pares, tal como afirma
Ogden (2004, p.230) que “o sexo vem destacar ainda mais a interação, já que é um
comportamento intrinsecamente interativo”.
Segundo, Avanti (2007) apesar de todos benefícios acima citados, também
acarretam muitos riscos para a saúde, tendo em conta o seu comportamento sexual,
onde uma das causas é a de higiene sexual, principalmente do feminino que tem
uma constituição anatómico-fisiológica mais vulnerável que a do masculino. Pois
muitas adolescentes não têm a noção de como proceder a sua própria higiene
pessoal.
Ogden (2004) relata ainda que outra causa do sexo ser risco para a saúde, é
a falta de prevenção, pois muitos adolescentes tanto do sexo masculino quanto do
feminino, não gostam de usar preservativos em suas relações sexuais, alegando
vários motivos: uns rapazes afirmam que com o uso do mesmo não se sentem bem
nem tampouco realizados sexualmente, de igual modo algumas raparigas dizem e
acrescentam ainda que lhes provoca uma certa comichão no canal vaginal e até
mesmo alergia.
Segundo Ogden (2004, p.230):
18
Deu-se recentemente uma outra mudança de ênfase na
literatura sobre a sexualidade. Embora a investigação
ainda ponha em relevo o sexo enquanto atividade, esta
atividade tem vindo a ser cada vez mais considerada
como uma atividade perigosa e de risco. Como
consequência, o sexo é analisado em termos da
promoção da saúde, educação para a saúde e
autoproteção. Esta mudança resultou numa literatura
psicológica sobre o sexo como risco, tanto no que
respeita a evitar a gravidez, como no contexto da
prevenção de DST/HIV. No entanto, o estudo do
comportamento sexual não é simples, do ponto de vista
psicológico, uma vez que representa um problema para
os psicólogos – um problema de interação.
Para Kiura et al (2005) o outro maior risco do sexo para a saúde, é a gravidez
na adolescência ou gravidez precoce, e as doenças venéreas tais como: Gonorreia,
Sífilis, Herpes, Clamídia, cancro mole etc. ora, o termo doenças venéreas, os
técnicos de medicinas e de saúde, acharam por bem, ao invés de designarem de
doenças venéreas, o melhor é a designar de DTSs o que significa, Doenças de
Transmissão Sexual ou mesmo DST Doenças Sexualmente Transmissíveis, pois
este é o conceito mais amplo, não abrangendo somente as doenças transmitidas por
contato sexual, mas incluindo também outras que se podem transmitir por situações
higiénicas, tal como já se fez menção acima.
Kiura et al (2005, p.86) esmiúçam que:
Qualquer doença que possa ser transmitida por contato
sexual é uma doença sexualmente transmissíveis (DST).
Há uma surpreendente diversidade de DST que podem
causar graves problemas à saúde humana, muitos das
quais ainda não eram reconhecidas como DST, apenas
há uma década.
Tordjman et al (2005) esclarece que, entre as doenças de maior transmissão
sexual, entre parceiros de sexos opostos, é a gonorreia que é causada por um
19
germe denominado gonococos, com maior probabilidade de se manifestar num
intervalo de três a seis ou sete (3-7) dias logos após a relação sexual com a pessoa
infectada.
A mais perigosa doença é a Sífilis, causada por um germe denominado
treponema pallidum. Esta foi a doença mais mortal antes do surgimento da SIDA
que se considera hoje como a maior calamidade no campo epidemiológico mundial.
2.2 Consequências Somáticas e Psicológicas do Portador de HIV/SIDA
Segundo Sumbelelo (2006) entre as doenças de transmissão sexual que já
surgiram no quadro epidemiológico mundial, aponta-se a SIDA como a mais
perigosa. Pois desde o seu surgimento até agora já dizimou milhões de pessoas e
até agora continua cada dia que passa. Entre os quatro continentes do mundo, tem
a maior taxa de prevalência na África, onde com a taxa de pobreza encontrada,
continua se expandindo cada dia mais.
Os Bispos de Angola e São Tomé apud Sumbelelo (2006, p.25), afirmam que:
A pobreza caminha de mãos dadas com o HIV-SIDA,
podemos mesmo dizer que “a pobreza é irmã gémea” do
HIV-SIDA. Nalguns Países, a sul do deserto de Sahara,
as estimativas indicam que o número de pessoas que
vivem em “estado limite da pobreza”, 5% delas resulta
infectado pela epidemia.
Para INLCS/Angola (2010) há mais de trinta anos, não se referia à essa
pandemia a nível do mundo, pois, marca o seu surgimento nos fins do século XX e
com maior expansão e índice de mortalidade elevada no século XXI, sendo assim
considerado como a doença do século. Isto é, a SIDA foi reconhecida em meados
20
do ano de 1981 nos Estados Unidos, a partir da identificação de um número elevado
de doentes adultos do sexo masculino, homossexuais.
Quanto a causa da mesma, não é tão bem esclarecida, porém existem duas
grandes teorias que sustentam a etiologia ou seja origem do vírus e da doença tal
como salienta Sumbelelo (2006, p.21):
É muito difícil hoje dizer com exatidão qual é a verdadeira
origem desta terrível doença. Existem muitas teorias e
também é verdade que à volta destas há uma grande
discussão. Destas tantas teorias, duas delas dividem o
mundo dos cientistas: a Cut hunter theory que catalisa a
atenção de muitos cientistas e a Oral polio vaccine theory
sustentada por poucos.
Resumidamente, a primeira teoria defende que vírus do
HIV se transmitiu ao homem por causa da mordedura do
macaco ou chipanzé. A Oral polio vaccine theory,
defendida pelo escritor Edwad Hooper, afirma ter sido um
erro de laboratório na descoberta da vacina contra a pólio.
Trata-se de teorias, que precisam de serem verificadas
cientificamente, se bem que hoje o pêndulo incline mais
para a primeira teoria, isto é que se combata este grande
flagelo que a todos ameaçam, sem apontar dedos a
ninguém como culpado.
Tordjamen et al (2005) escreve sobre HIV/SIDA que, a sua via de
transmissão, não é somente pela sexual, mas também pelo contato ou uso de
instrumentos cortantes diversificados, não esterilizado. No entanto, Angola é um
país na África austral que não está fora do mesmo problema como é o caso dos
outros países africanos.
Esmiuça o INLCS (2010, p. 4):
No nosso país, os primeiros 4 casos de SIDA foram
diagnosticados em 1985. Até 2009 foram notificados ao
Ministério da Saúde, um total cumulativo de 57.045 de um
total de 207.869 estimados. Desde então, tem-se
verificado um aumento exponencial dos registos de casos
de VIH.
21
A taxa de prevalência nacional do VIH na população
adulta dos 15 anos 49 anos é de 2,1%, porém, é
importante notar que as taxas variam entre 7,4% na
província do Cunene a 0,8% na província de Malange.
Realça Reveirón (2006) que a HIV/SIDA, é uma pandemia que atordoa o
portador, a família, a sociedade e o mundo todo em geral, pois desfigura o seu
portador quando esta não for detetado a tempo e horas, a fim de começar o mais
cedo possível os possíveis tratamentos por anti-retrovirais e adequar-se ao tipo de
alimentação recomendada. Para Sumbelelo (2006, p.25) “a sida tem um forte
impacto sobre os diversos setores da “nossa aldeia”, criando consequências
negativas para a família, para a sociedade e também para a própria economia”.
Segundo Ogden (2008) através da Psicologia da Saúde, o psicólogo tem o
papel de ajudar o soropositivo ou o portador de HIV, a enfrentar as circunstâncias do
âmbito psicológico que se fazem sentir, leva-lo a autoconfiança, autoestima, etc., e
ajudá-lo a sair da depressão.
Blumenfirld e Tiamson-Kassab (2010, p.179) afirmam que:
Quando um indivíduo é diagnosticado com HIV, ele passa
por estágios bastante similares àqueles já descritos na
abordagem do câncer e da morte. Durante a crise inicial,
ele apresenta emoções intensas. Entra em choque, sente
raiva, medo e a negação costuma ser forte. Não é
incomum que um paciente apresente descrença no
diagnóstico inicial e solicite repetição dos exames e
segundas opiniões. Esses pacientes podem não ser
capazes de assimilar e compreender o que lhes está
sendo revelado. Quando a negação passa, ele sente
sofrimento e raiva.
22
2.3 Prevenção e Ajuda Psicológica sobre o Contágio da Doença (HIV/SIDA)
Para INLCS/Angola (2010) o HIV/SIDA, até agora é considerada
perigosíssima, pois, ainda não tem cura, mesmo tendo sido avançado boas
investigações quanto a prevenção e cura da mesma. Sua prevenção está
relacionada com o modo individual do comportamento sexual de cada pessoa e por
outro, o cuidado a ter com os objetos ou instrumentos cortantes não esterilizados.
Dos resultados da 19ª C I S (2012)
Entre os dias 22 e 27 de Julho, aconteceu em Washington
a 19ª Conferência Internacional de Aids. Nos cinco dias
de evento, 23,767 participantes de 183 países se
reuniram para discutir as principais questões que
envolvem a pandemia, além de apresentar estudo sobre
os novos métodos de prevenção e cura. Segundo concluir
os organizadores do evento, o fim de Aids será possível
se houver continuidade dos investimentos financeiros e
dos compromissos políticos e científicos.
Tordjman et al (2005) alertam que, deve-se lembrar que o HIV/SIDA não tem
escolha de idade: criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso; sexo: masculino ou
feminino; raça: branco, negro ou outra; religião: católica, protestante, islão, budismo
etc.; partido político: democrático, socialista etc.; classe social: governantes ou
governados; nível financeiro económico: rico ou pobre; etc. Têm a maior
probabilidade de contágio pelo ato sexual todos aqueles que mantêm relações
sexuais desprotegidos, com um ou mais de um parceiro.
Para tal, deve-se primar pelo uso de preservativos, ou mesmo até a fidelidade
e abstinência sexual e ter cuidados com matérias metálicos ou instrumentos
23
cortantes não esterilizados, nos salões de belezas, nos hospitais ou postos médicos,
barbearia, etc. (TORDJMAN et al, 2005)
Para o INLCS/Angola (2010) por enquanto, não existe melhor forma de
prevenção senão cumprir com as regras, estabelecidas pelo INLCS de Angola, tais
como: o uso de preservativos, a fidelidade sexual e a abstinência sexual, para bem-
estar físico e psicológico do adolescente que se prepara para ser adulto, a fim de
estudar a vontade, ter emprego e criar uma família, só assim que dará a sua
contribuição para o desenvolvimento do país. Sumbelelo (2006, p.31) chama
atenção para “prevenir-se quanto antes. É bem certo e atual o ditado: “prevenir, e
melhor do que remediar”. A estrada para a prevenção passa obrigatória e
necessariamente pela “educação” ”.
Para Gubits e Guimarães (2007) o profissional de psicologia tem o papel de
auxiliar os adolescentes a se prevenirem do HIV/SIDA, a fim de evitar os possíveis
males que ele provoca para com a humanidade. Também, ajudar aqueles indivíduos
que de uma ou outra forma foram vítimas do contágio desta doeça,
independentemente da forma do contágio.
Segundo Ogden (2004, p.231) “as teorias do comportamento sexual, tanto no
contexto da prevenção da gravidez como no contexto da prevenção de DTS/HIV e
sida, ilustram as diferentes formas como os psicólogos têm tentado lidar com o
problema da interação”.
Bluemenfield e Tiamson-Kassab (2010), quanto ao portador de HIV/SIDA,
frisam que, ajudá-lo a aceitar o seu novo estado de saúde, conscientemente e aderir
o programa de aconselhamento, para que saiba como lidar com o seu novo estado
de saúde, começar com tratamentos de antirretrovirais, saber fazer exercícios e a
24
tomar alimentos adequados, para o seu bem-estar. Outrossim, esclarecer que, o
portador de HIV, não é ainda necessariamente um doente de SIDA, uma vez que
adira ao tratamento, chega a não se manifestar, e que possa continuar com a sua
vida, sem muitos problemas desde que respeite os conselho do médico ou do
psicólogo.
Em consonância com Ogden (2004, p.361).
A psicologia também pode ter um papel a desempenhar
na suscetibilidade do indivíduo à exposição ao HIV. Vários
estudos examinaram a possibilidade de que nem todos os
indivíduos que entram em contato com o HIV se tornam
seropositivos, sendo sugeridas várias razões para isso
(2004, p.361).
CAPITULO III
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O PAPEL DA PSICOLOGIA DA SAÚDE NA
PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO SEXUAL
3.1 Causas da Gravidez na Adolescência
Segundo Oliveira (2006) a gravidez na adolescência é entendida como a que
ocorre na adolescente de 10 aos 17 anos, pois os órgãos reprodutores ainda não se
encontram bem consolidados, ela pode ser desejada ou indesejada. Geralmente,
ocorre logo após a menarca (primeira menstruação), desde que se acompanha a
ovulação. Reverón (2007, p.12) explica que “a OMS, carateriza a gravidez na
adolescência a partir dos parâmetros etários como aquela que ocorre na faixa etária
dos 10 aos 19 anos de idade, não é homogéneo”
Segundo Lores (2012) todavia, a gravidez na adolescência está a tornar como
se tratasse de moda, ou trofeu para adolescentes, fundamentalmente as de 12 a 14
anos de idade, deste modo a tal prática, preocupa as autoridades de saúde
angolanas, na luta contra a redução da gravidez na adolescência ou precoce. Faz-se
referência das causas da gravidez na adolescência, eis aqui as principais: o divórcio
26
dos pais, o estupro ou violação sexual, a falta de educação sexual, etc. Segundo
Graham e Dormon (2007, p.21) “Identifiquei alguns fatores que contribuíram para
isso: a negligência de seu pai e o buraco que o divórcio deixara em seu coração, o
qual ela tentava preencher procurando amor em todos os lugares errados”.
De acordo com Bennett e Murphy (1999) a Psicologia da Saúde (PS), tem o
papel de contribuir, na promoção da saúde psicológica da Adolescente grávida e não
só, sua intervenção de acordo com o seu estado clínico e do feto e a prevenção de
certas doenças crónicas ou graves infeto-contagiosas da mãe para o bebé, no caso
de corte de transmissão vertical. Por isso a PS tem o papel mais do que prevenir
fazer a manutenção e a promoção da saúde pública.
Segundo Matarazzo (1980) apud Ogden (2007, p.27):
A Psicologia da Saúde consiste no conjunto de
contribuições educacionais, científicos e profissionais,
específicos da psicologia, para a promoção e manutenção
da saúde, a prevenção e tratamento das doenças, na
identificação da etiologia e diagnóstico relacionados à
saúde, à doença e às disfunções associadas, bem como
no aperfeiçoamento de políticas da saúde (2007,p.27).
3.2 Consequências de Gravidez na Adolescência
Freitas e Agostinho (2008) explicam que a gravidez na adolescência, não é
somente traumatizante a adolescente ou ao adolescente, mas também para a
família e para a sociedade inteira, pelas implicações que envolve. Essas implicações
vão desde o primeiro momento da gravidez, durante, o parto até no estado
puerperal. Entre tanto, as consequências podem ser categorizadas em: biológicas,
psicológicas ou emocionais e sociais. Segundo Lores (2012, p.3) “essas
27
consequências podem ser apresentadas em três grandes categorias: 1)
consequências biológicas, 2) psicológicas ou emocionais e 3) sociais”.
Consequências biológicas: Tordjaman (2005) explicar que, pelo fato do
organismo da mãe adolescente não estar ainda preparada anátomo-fisiológicamente
de maneira aceitável para a reprodução, no momento do parto, muitas não
conseguem ter êxito no canal normal de parto, daí tem-se a maior probabilidade de
passar por uma intervenção cirúrgica (cesariana), ou poder ter problemas como
rotura uterina, provocando uma hemorragia forte, capaz de matar a mãe
adolescente, se não houver uma boa intervenção médica.
Segundo Sprinthall e Collins (2008, p.435):
As próprias mães adolescentes têm a maior probabilidade
do que as mais velhas de vivenciarem uma gravidez e um
parto difícil, apresentado índices mais elevados de
toxemia e complicações com ela relacionados à anemia,
peso ou posição irregular do feto e um prolongado
trabalho de parto.
Para Graham e Dormom (2007) as consequências biológicas, não somente
começam ou terminam somente com a mãe, mas também inclui o bebé, que é um
ser tão frágil, indefesa que precisa de muitos cuidados, que as vezes a mãe
adolescente primípara não consegue lhe dar logo, a primeira instância. São
inúmeras situações, que aumentam a taxa da mortalidade infantil, quase por todo o
mundo com maior incidência em países pobres e/ou na via do desenvolvimento.
Para Rollet (2007, p.61):
Poderá ser útil analisar a mortalidade infantil se fundo as
suas várias componentes distingue-se a mortalidade
neonatal (morte no primeiro mês), extremamente sensível
às condições da gravidez e do parto e mal formações, e a
28
mortalidade pós-natal (morte ocorrida entre o primeiro
mês e o 12º mês), mais sensíveis ao ambiente, aos
comportamentos e as doenças infeciosas...
Consequências Psicológicas ou Emocionais
Afirma Reveirón (2006) que a gravidez na adolescência acarreta muitas
consequências psicológicas ou emocionais, pelas dificuldades do tempo de
gravidez, tais como: depressão, estresse, frustração, conflito, raiva, recusa,
complexos de culpa e de inferioridade, pelo seu novo estilo de vida cheio de
responsabilidade que vai carregar durante os nove meses de gestação.
De acordo com Lores (2012, p.3):
Concernente, as consequências psicológicas ou
emocionais, tem-se a dizer que, a adolescente grávida
enfrenta um momento de crise psicológica e emocional,
na medida em que, vai vivenciando inúmeras dificuldades
ao longo do tempo da sua gestação. Nomeadamente:
depressão, stress, conflito, frustração, baixa estima etc.
As adolescentes sentem-se culpadas de tudo, achando que o mundo está
prestes a desabar ao seu lado, cheias de vergonha e de receio de contar para suas
amigas mais próximas. Sendo assim, começa a viver um mundo cheio de
interrogações, podendo até provocar uma depressão profunda. Afirma Pommé
(2006, p.17) que “ todas adolescentes fazem-se secretamente a mesma pergunta. O
que posso dizer para todas as amigas é que gravidez é uma etapa de muitas
transformações e angústias, e dificilmente as pessoas confessam isso, pois se
sentem erradas e culpadas”.
Consequências Sociais
Segundo Freitas e Agostinho (2008) são tantas as consequências na vida
social de uma adolescente grávida, partindo, no entanto, na situação escolar, pois
29
muitas abandonam a escola, pela vergonha de colegas e de outras pessoas, há
muito insucesso escolar, na medida em que, a adolescente grávida só pensam
mais nas responsabilidades que vem carregando nos últimos dias ou meses,
fazendo neste caso com que haja muito insucesso escolar, pela preguiça e sono
constante provocadas pela gravidez.
A fuga à paternidade, que para Graham e Dermon (2007) é mais um
fenômeno que se atormentam à sociedade, onde o rapaz (adolescente), pelo fato de
não estar preparado para ser pai, põe-se em fuga e abandona toda a
responsabilidade pela rapariga (adolescente) com a sua família. Quando na verdade
os adolescentes deveriam crescer, amadurecerem, estudarem, terem emprego, casa
e depois se casarem e esperarem filhos.
Sprinthall e Colinns (2008) a adolescente deve ter sempre em conta, as vezes
tudo pode aparecer fora do controlo mas deve lembrar-se que, está sob controlo de
algo muito importante que fez viragem da página da sua vida, isto é, cuidar do bebé
que se vai desenvolvendo no seu interior.
De acordo com Grahm e Dermon (2007, p.71):
A mãe da mãe biológica deve, desde o início, perder duas
coisas realmente importantes. Primeiro, ela e a filha
encaram essa gravidez precoce ou na adolescência de
duas perspetivas totalmente diferentes. A mãe biológica
não tem noção do que espera, enquanto a sua mãe olha
para isso como uma mulher mais madura que já teve
filhos e os criou.
Em relação aos abortos, de acordo com Tonet (2011) depois que a
adolescente notar a irresponsabilidade do rapaz de querer fugir da situação, ela
frustra-se, entra em conflito consigo mesma, com o rapaz e com a própria gravidez,
Daí surge o conflito, entre o continuar grávida e/ou abortar, para que se livre da
30
responsabilidade que lhe é deixada, surge então, o estresse. Para Tonet (2011,
p.130) “o aborto traz solução imediata para o problema, mas também pode trazer
arrependimento, remorso, culpa, e sentimento de perda”.
Segundo Kiala (2004) o aborto pode ser espontâneo ou provocado; mas
nestes casos geralmente os abortos são provocados premeditadamente, mas como
consequência, esses abortos podem trazer muitas complicadas na vida futura da
adolescente, podendo até perder a fertilidade. Freitas e Agostinho (2008, p.100)
afirmam:
Os abortos realizados em domicílios por pessoas
inexperientes e em condições deficientes de assepsia
podem provocar graves complicações, tais como:
intoxicação do organismo, hemorragia, infeções que por
vezes terminam na infertilidade ou morte da mãe.
Em Angola, o aborto voluntário é proibido pela lei, pois é uma pessoa em
formação e desenvolvimento, segundo a Lei Constitucional (2010, p.15) “ o estado
respeita e protege a vida da pessoa humana, que é inviolável”
Afirma Tonet (2011, p.129):
O aborto é a interrupção voluntária ou involuntária da
gravidez. A Lei Angolana condena-o em qualquer
circunstância. Nos últimos anos, o aumento exponencial
do número de casos tem crescido com a proliferação de
casebres onde se pratica em péssimas condições de
salubridade. As implicações psicológicas e sociais não se
fazem esperar. É um problema de saúde pública que
merece um amplo debate.
Porém das várias razões que levam os adolescentes a prática de abortos,
alguns deles são: problemas financeiros (qualidade de vida inadequada/ pobreza),
problemas sociais (ser nova de mais para mãe ou ficar fora da moda), problemas
31
psicológicos e/ou emocionais (o complexo de culpa, baixa auto estima, frustração,
complexos recusa), rompimento da relação amorosa, medo de interrogatório dos
pais etc. (TONET, 2011).
Segundo Pimenta (2010, p.144):
Nos dias de hoje temos observado comportamentos
socio-afetivos que expressam uma inversão da pirâmide
das necessidades dos jovens. Senão vejamos:
tendencialmente os adolescentes, primeiro, engravidam-
se, a seguir casam-se, depois pensam em ter casa,
seguidamente consideram trabalhar para sustentar o lar;
com o passar dos anos, pensam em estudar para adquirir
habilitações literárias que lhes permitam arranjar “um bom
emprego que lhes garanta um salário” compatível com
suas necessidades. É, por excelência, a pirâmide
invertida das necessidades humanas, preconizada pelo
conceituado psicólogo social e humanista Maslow.
3.3 Gravidez na Adolescência e o Acompanhamento Pré-natal
Segundo os Profissionais do C.M.I.H.P.U (2012), toda a gravidez precisa de
um acompanhamento médico e psicológico em Hospital ou Centro Materno Infantil,
de modo que os médicos averiguam o estado do feto no ventre e o psicólogo a
ajudar a futura mãe a aceitar a maternidade como um dom natural da mulher.
Realmente algumas adolescentes, na realidade angolana, na primeira gravidez não
aceitam frequentar a Hospital ou Centro Materno Infantil, pela vergonha de ser vista
e descoberta que está grávida.
Segundo MGSS (2006, p.8) o...
Acompanhamento médico pré-natal é um programa
completo de exames e avaliações de rotina espera-a
durante a gravidez, desde a ecografia inicial às consultas
de rotinas nas últimas semanas antes de nascimento. Há
algumas decisões que podem tomar, no que diz respeito
32
às opções do acompanhamento pré-natal. Porém, se a
sua gravidez se revelar de alto risco, será acompanhada
muito de perto.
Afirma Bachs (1999) que como consequências, muitas crianças nascem com
problemas mentais e de visão, ou outros tais como: as más formações congênitas,
células falciformes enfim, pelo fato da mãe adolescente não ter tido o
acompanhamento médico e psicológico pré-natal, durante o período de gravidez.
Segundo Parise (2012) gerar um bebê é uma grande responsabilidade, para
os pais adolescentes, visto que altera o plano da vida dos mesmos, tornando-os
mais responsáveis, pelo bebê e não incumbirem a responsabilidade aos seus pais
que são os avós do bebé.
O MGSS (2006) afirma que só com o respectivo acompanhamento, os
médicos conseguem ajudar a gestação da adolescente no sentido de tomar todas
as vacinas necessárias, fazer todas as consultas de saúde materna, podendo
também realizar o corte de transmissão vertical caso a mãe adolescente tenha sido
infectada pelo virus do HIV/SIDA. Também podem fazer ecografias para o
conhecimento antecipado do estado do feto, conseguindo até calcular a data
provável do parto etc.
Ainda para o MGSS (2006, p.122):
A gravidez implica uma série de exames, não só para
mulher saber, logo de início, se está realmente grávida,
mas também para controlar o estado de saúde da
gestante e do seu bebé. Os resultados são registados no
boletim de saúde da grávida, que será provavelmente
aconselhada a ter sempre consigo. Poderá, por
conseguinte, ser útil saber o que esses resultados
significam.
33
Segundo Bachs (1999) deve-se ter em conta a alimentação da gestante, ela
deve ser adequada, ao longo da gravidez, isto é, deve tomar alimentos ricos em
vitaminas: B,C e D e outras vitaminas, pois sem estes há maior probabilidade de se
haver mal formações congénitas.
Segundo o mesmo autor, o acompanhamento pré-natal deve começar desde
o início da gravidez, para que se possa tratar e prevenir certas doenças oportunistas
e contagiosa tais como: (varíola, varicela, sarampo, papeira, etc.).
Esmiuça Bachs (1999) que a mulher grávida (adolescente) deve saber que é
contra indicado tomar medicamentos fora da prescrição médica ou de um técnico da
saúde (enfermeiro/médico); também deve saber que, é proibido frequentar lugares
de muito barrulho (discotecas, e outras festas com música alta), deve evitar viajar
muito em regiões com temperaturas ou climas diferentes, deve ainda evitar
exposição ao raio X; etc.. Estes e outros fatores podem alterações e
comprometerem o bom desenvolvimento físico e psicológico do feto.
3.4 Educação Sexual na Família
Segundo Avanti (2007) a família é a instituição vocacionada, para a educação
de base de qualquer indivíduo antes de ir para escola, a fim de desenvolvê-la e
torná-la mais sistematizada. Por isso, se pode elucidar o papel da família na
educação dos seus membros partindo, no seguinte silogismo, a educação começa
na família, ora a educação sexual é edução, logo ela deve começar na família.
Assim se pode afirmar que, a educação sexual no seio da família deve começar a
34
partir do nascimento, respeitando todos os seus estágios de desenvolvimento
humanos.
De acordo com Macário apud Avanti (2007, p.15) “ a função educativa cabe
em primeiro lugar e sobretudo aos pais; ela não pode ser delegada a terceiros e
deve ser exercida em tempo integral”.
Segundo o relatório de monitoragem dos indicadores da UNGASS (2006)
apud PND (2007, p.15),
Os principais determinantes socioculturais da epidemia
em Angola são os tabus e tradições sexuais, status da
mulher com fracas habilidades para negociação na
relação sexual, dependência económica, recurso ao sexo
comercial, recurso ao sexo contra vantagens, resistência
social ao uso do preservativo, baixo acesso à educação,
início precoce da vida sexual, atividade sexual
intergeracional, baixa qualidade dos serviços de saúde.
Os determinantes de natureza individual são: o não uso
do preservativo, múltiplos parceiros, a falta de acesso aos
serviços de saúde, vulnerabilidade às DST, falta de
informação pessoal.
3.5 Educação Sexual na Escola
Para Alexandre (2010) a escola é a instituição vocacionada, para
complementar a educação que se recebe da família nos primeiros anos de
socialização infantil, onde a criança aprende a ler e a contar e não só também a
fazer contas, etc.
Segundo Malagodi e Braga (2006, p.167):
A escola seja ela pública ou privada, pode realizar um
significativo papel na construção da personalidade das
pessoas ao atuar como coadjuvante de uma instituição
maior, a família, sem a qual as sociedades não
sobrevivem. Nos moldes atuais, se torna bastante
35
questionável aqui nos referimos à formação da
sexualidade.
Pommé (2006) esclarece que a escola considera-se como a segunda casa e
tem os professores como pais, pois eles conseguem responder quase todas as suas
questões da vida em geral e da vida sexual em especial, para o desenvolvimento
integral da sua personalidade.
3.6 Educação Sexual na Mídia
Segundo Canova et al (2005) e Oliveira (2006), a mídia tem promovido,
muitos programas educativos, tanto na TV, rádio, jornais, livros, CDs, DVDs, internet
etc., apesar do seu outro lado, pois que a televisão em particular hoje, apresenta
muitas informações desmedidas. Mas realmente não será esse o caso que fará com
que as pessoas concluam que a televisão pela sua exposição da nudez feminino,
que tanha destruído os padrões culturais dos outros povos ou das outras
sociedades. Assim se carateriza que a mídia em geral e a televisão em particular
como um meio que hoje em dia todo o angolano tem acesso, tem duas facetas:
serve para educar por um lado e deseducar por outro.
Segundo Oliveira (2006, p.55) “o poder de sugestão da mídia é muito
envolvente. Nem todos adolescentes sabem escolher entre o certo e o errado”.
3.7 Métodos Anticoncepcionais com Vista a Prevenir-se da Gravidez Precoce
Tal como afirma Malagodi e Braga (2006, p.184) “na face da terra, o ser
humano é a única criatura capaz de fazer livremente a sua escolha consciente do
bem, seja do próprio ou alheio, seja individual ou coletivo”.
36
Todavia, são vários os métodos contraceptivos que podem ser usados com
vista a ajudar, aqueles adolescentes já têm a vida sexual ativa, possam usar para
poder reduzir o risco pela saúde contra as várias doenças de transmissão sexual e
de gravidez precoce fundamentalmente. Tordjman (2005, p.58) afirma sobre os anti-
conceptivos que “para evitar que isso aconteça devem recorrer a processos que
impedem a fecundação: são métodos anticoncepcionais”.
Malagodi e Braga (2006) apresentam os métodos anticoncepcionais
categorizados em três grupos: 1) Métodos de barreira: a) preservativo e b)
Diafragma; 2) Métodos comportamentais: a) Calendário, tabelinha ou ovulação e
b) Coito Interrompido; 3) Métodos hormonais: a) Pílulas.
Esmiúça Tordjaman (2005, p.58) que:
Existem três grandes grupos de métodos contracetivos
(ou anticoncecionais):
1 – Os chamados “naturais”, porque não necessitam de
nenhum instrumento particular nem do uso de
medicamentos; 2 – Os métodos mecânicos, que implicam
a utilização de preservativos ou da colocação do DIU; 3 –
A contraceção hormonal, ou seja, a pílula.
De acordo com Malagodi e Braga (2006) e Avanti (2007), portanto, todos os
métodos acima expostos, são da escolha do próprio adolescente, visto que, já tem
uma vida sexual ativa, não se deve proibir senão, lhe educar sexualmente como
prosseguir com a sua própria vida. No entanto, estes métodos ajudam de certa
medida a evitar situações como a de gravidez na adolescência e das doenças de
transmissão sexual. Ora, os métodos expostos, não são somente os existentes mas,
os achados adequados, para o uso normal nos adolescentes.
Segundo dados do INLS apud PND (2007, p.79):
37
A distribuição de preservativos em Angola foi iniciada no
ano 2000. A partir de 2005, os projetos angolanos
aprovados pelo Fundo Global para Malária, SIDA e
Tuberculose contribuíram para a ampliação do acesso
aos preservativos (além de melhorar a sistemática de
compra de medicamentos ARV e a capacitação de
equipas interdisciplinares).
CAPITULO IV
QUALIDADE DE VIDA DA MÃE ADOLESCENTE
4.1 Perda de Oportunidade de Bons Empregos
Segundo Freitas e Agostinho (2008) muitas mães adolescentes perdem as
chances de conseguirem bons empregos, pelo fato de serem jovens com
responsabilidades extremamente excessivas, para trabalhar em determinadas áreas
que o emprego ou a empresa lhes proporciona. De tal forma que, a mãe adolescente
vai perdendo cada vez mais a possibilidade de uma formação e emprego desejável,
que exprime a sua boa qualidade de vida.
De acordo com Pommé (2006, p. 22) os adolescentes estão “sem perspetiva
profissional, em função da grande dificuldade de oportunidades que a nossa
sociedade enfrenta”.
Leal (2008) define a qualidade de vida (QV), como sendo, a melhoria de
condições de vida satisfatórias para as populações de diferentes níveis sociais,
económicas, etc., garantindo o seu bem estar-estar, com a facilidade de habitação,
39
alimentação, vestuário, educação, saúde, segurança, felicidade, realização pessoal,
lazer, oportunidades sociais, transportes, energia, água potável, comunicação etc.
Segundo OMS (1999) apud Fleck et al (2010, p.210) “a QV como a perceção
do indivíduo sobre seu bem estar nos níveis físico, emocional, psicológico, espiritual,
mental, social e ambiental, considerando o contexto cultural e sistemas de valores”.
Conforme Bernal (2010) a questão de emprego para jovens, hoje em dia, é a
maior dor de cabeça, tanto para o governo quanto para a própria juventude, pois
existem muitos jovens que terminaram o ensino médio e até superior, mas não
conseguem emprego, na área pela qual se formou ou desejava trabalhar. Muitos
acabam optando por empregos fora da sua área de formação para sobrevivência.
Segundo Bernal (2010,p.89) “na verdade, os processos de inserção têm
resultados importantes para os jovens, porque em parte determinam sua carreira
profissional, suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e seu bem-estar
psicológico”.
Conforme Graham e Dormom (2007) primeiro deve-se ter a formação,
segundo o emprego, terceiro comprar uma casa (habitação) e depois em quarto
lugar vem o casamento e só assim ter filhos.
Para Pommé (2006,p.89):
A partir do século passado, a mulher sai de casa para
trabalhar, deixando a maternidade para mais tarde. As
duas grandes guerras mundiais, a industrialização e a
intensificação da dificuldade econômica levaram o
adolescente da segunda metade do século a se preparar
para o de trabalho e não pensar em casamento antes dos
25 anos”.
40
4.2 Excessiva Responsabilidade pelo Bebê
Para Sprinthall e Collins (2008) ter filho não é pouca responsabilidade tanto
para o pai adolescente quanto para a mãe adolescente, na medida em que, eles têm
a obrigação social de viverem juntos, para que possa criar o seu filho nas melhores
ou pobres condições possíveis. É a fase em que muitos adolescentes põem-se em
fuga abandonando toda a responsabilidade a mãe adolescente, e como só ela não é
capaz de dar solução a todos problemas de maternidade, os pais da mãe
adolescente que são os avós, assume a responsabilidade de paternidade e
maternidade do bebé, e ele acaba crescendo como se fosse irmão ou irmã do seu
próprio bebé.
Segundo Pommé (2006, p.65) “para os homens, o filho interfere em sua vida
após o nascimento e as mudanças não são tão profundas, pois cabe às mulheres o
cuidado com bebê”.
Rollet (2007) afirma que, a responsabilidade é máxima para o cuidado do
bebê, pois é um ser muito frágil, que requer muitos cuidados primários. Também os
estudos afirmam que a taxa de mortalidade infantil de bebés filhos de mães
adolescentes solteiras com idade abaixo de 15 anos é mais elevado do que de
outros adolescentes de idade superior a 15 anos, como se não bastasse, do modo
geral essa taxa é sempre mais elevado do que de bebés de mãe de idade
compreendida de 20 a 34 anos de idade. Lores (2012, p.9) relata que as “mães
adolescentes enfrentam muitos desafios ao criar os filhos”.
Segundo Reverón (2006) muito dos filhos de mãe adolescentes, nascem com
problemas mentais e comportamentais do que de mães de 20 aos 34 anos. Não só
41
as próprias mães adolescentes têm a maior probabilidade de terem muitas
dificuldades ao longo da gravidez, partos difíceis, o peso e posição inadequada do
feto, anemia, trabalho prolongado do parto, isso é no campo biológico.
Esmiúça Reverón (2006, p.12) que “todo ano morrem no mundo centenas de
milhares de adolescentes por complicações de gravidez e do parto, e a maioria dos
casos acontece em países pobres ou em desenvolvimento”.
Segundo Pommé (2006) no campo psicológico, verificam-se situações como
depressão pós parto, angústia, desejo de suicídio, rejeição do seu próprio bebé; e
social, muitas mães adolescentes deixa os seus próprios filhos na lixeira pelo fato de
se sentir acabado a sua juventude, tem que trabalhar no duro para o auto-sustento e
do bebé, daí sente que a sua juventude acabou, deve aprender a fazer as coisas
mais seriamente do que fazia antes, para de encarar o mundo como uma mera
fantasia mas sim como, mundo de responsabilidades sérias, pois que deve
trabalhar, cuidar do bebé, estudar, etc.
Segundo MA-AP apud Lores (2012,p.3)
Os bebês de mãe adolescentes “costumam nascer abaixo
do peso ideal, ter mais doenças infantis, ser mais
suceptiveis à mortalidade infantil, receber cuidados
médicos inadequados, sofrer mais com a fome e
subnutrição, estar mais expostos à violência e ter um
desenvolvimento mais lento comparado ao de bebés
cujas mães têm mais idade”. De fato a probabilidade de
filhas de adolescentes também engravidarem na
adolescência é maior do que de jovens nascidas de mãe
com mais idade.
4.3 Saúde Física e Psicológica da Mãe e do Bebé
Segundo Freitas e Agostinho (2006) a saúde da mãe adolescente é tão frágil
quanto do seu bebé, pois, ela precisa de muito apoio, dos seus familiares mais
42
próximos e não só, fundamentalmente do pai do seu bebé (marido se for o caso).
Ela carrega um processo longo de gravidez, isto é, sustentando biológica e
psicologicamente dois seres. Assim sendo, o bem-estar da mãe implica
proporcionalmente o bem-estar do filho.
Griffa e Moreno (2008, p.82) afirmam que “para a mulher, entre outras
experiências, o parto está associada á separação e á dor, física e psíquica. Ela
deixa o lugar de filha para assumir o de mãe converter seus pais em avós; ou seja,
modifica a ordem de filiação”.
Bachs (1999) e Ogden (2008) afirmam que toda mãe adolescente, requer
cuidados, um tempo de repouso tal como qualquer outra mulher. Pois requer um
bem-estar emocional e/ou psicológico, para a promoção e manutenção da sua
saúde psicológica e/ou mental. Quando a mãe se sente emocionalmente bem,
consegue transmitir essa afetividade ao seu filho e se estiver angustiado, de igual
modo pode transmiti-la ao seu bebê.
Para Griffa e Moreno (2008, p.110):
Um aspeto fundamental da relação mãe-filho depende do
desenvolvimento do segundo elemento, o filho; o outro
aspeto, porém, está vinculado ao amadurecimento da
mãe, aos cuidados maternos, às qualidades e mudanças
da mãe para satisfazer às necessidades do filho.
Tourrette e Guidetti (2009) afirmam que os dois meios ambientes do bebê
devem ser preparados da melhor forma possível. São dois porque ele se divide em
meio ambiente pré-natal e meio ambiente pós-natal, ou seja o meio ambiente intra-
uterino e o meio ambiente extra-uterino. Segundo Bachs (1994, p.24) o meio
43
ambiente é “como o mundo de estímulos que rodeiam o ser vivo desde o momento
da conceção até a sua morte”.
Segundo Griffa e Moreno (2008) para o bem-estar da saúde física e
psicológica do bebê deve-se ter em conta primeiro o meio ambiente pré-natal, que o
feto depende diretamente da mãe, recebe o que a mãe comer ou beber, respirar,
etc., e o meio ambiente pós-natal, isto é adaptar-se ao meio social. Bochs (1994,
p.26) relata que “a presença afetiva da mãe no primeiro ano de vida da criança é a
peça fundamental do desenvolvimento pós-natal”.
Barros (2008) afirma que em relação ao meio ambiente pós-natal, deve-se
assegurar que o bebê no seu primeiro contato social, receba os estímulos físicos,
psicológicos, humanos e culturais. Barros (2008, p.55) acredita que “os psicólogos
concordam sobre a grande importância da família na determinação de nossos traços
da personalidade. Os pais e as condições do lar moldam a criança, em seus
primeiros anos de vida”.
Segundo Cória-Sabini (2010) na verdade a criança, precisa de estímulos
suficientes ao longo do seu desenvolvimento, pois, para além dos reflexos inatos,
com que ela nasce, já não sabe mais nada, precisa aprender tudo, e a principal
agente da sua socialização é a mãe.
CAPITULO V
METODOLOGIA
5.1. Modelo de Estudo
O trabalho foi realizado através de pesquisa descritiva e bibliográfica.
Segundo Zassala (2012,p.42) “a pesquisa descritiva é a investigação que procura
determinar a natureza e o grau de condições existentes”. Andrade (1995, p.87)
define que “a pesquisa bibliográfica deve começar pelas obras de carácter geral:
enciclopédias, anuários, catálogos, resenhas, abstract, que indicarão fontes de
consulta mais específicas”.
5.2. Amostra
O trabalho foi realizado no Centro Materno Infantil do Uíge, com os técnicos
da Saúde e com as adolescentes grávidas que fizeram o seu acompanhamento pré-
natal, no referido Centro, de Janeiro a Setembro de 2012. O total de adolescentes
era de oitocentos e noventa e oito (898), sendo todas do sexo feminino. É nesse
45
universo onde se extraiu a amostra de 90 adolescentes grávidas, que é
aproximadamente 10% do universo. No que concerne aos Profissionais da Saúde do
referido centro, estes perfazem um total de 50 sendo 14 do sexo masculino e 36 do
sexo feminino. No entanto, aponta-se como amostra dos profissionais da Saúde 10
técnicos, sendo 4 do sexo masculino e 6 do sexo oposto, o que corresponde a 20%
da população.
Tabela I – População E Amostra
Profissionais de saúde Adolescentes grávidas
População
M F
Amostra
M F
População
M F
Amostra
M F
14 36 4 6 0 898 0 90
Total 50 10 898 90
Tabela II – Frequência Relativa e Percentual dos Profissionais da Saúde
Idades
População Amostra
Fr
(M)
Fr
(F)
Fr
(MF)
Fr %
M F T M F T
22 28 3 18 21 01 03 04 0,25 0,5 0,4 40
28 34 06 06 12 02 02 04 0,5 O,33 0,4 40
34 40 5 12 17 01 01 02 0,25 O,16 0,2 20
 14 36 50 04 06 10 1 0,99 1 100%
46
Tabela III – Frequência Relativa e Percentual das Adolescentes Grávidas Atendidas
de Janeiro a Setembro de 2012 no Centro Materno Infantil do Hospital Provincial do
Uíge.
Idades
População Amostra
Fr
(M)
Fr
(F)
Fr
(MF
)
Fr %
M F T M F T
12 14 0 301 301 0 29 29 0
O,3
2
0,32 32
14 16 0 368 368 0 38 38 0 0,42 0,42 42
16 18 0 229 229 0 23 23 0 0,25 0,25 25
 0 898 898 0 90 90 0 0,99 0,99 99%
5.3. Coleta de Dados
Para a coleta de dados nesta pesquisa foi utilizado o questionário. Foi
elaborado dois questionários diferentes - A e B. O questonário A foi dirigido ao
corpo médico ou profissionais de saúde pré-natal e o questionário B às adolescentes
grávidas. Ambos com 5 (cinco) questões fechadas em forma de afirmativas, cujas
respostas poderiam ser: concordo plenamente, concordo, não tenho opinião a
respeito, discordo e discordo plenamente. Segundo Doron e Parot (2001, p.635) “o
questionário é o conjunto de questões redigidas e apresentadas segundo uma
ordem precisa quer oralmente, quer por escrito, quer seja para recolher uma
situação padronizada”.
47
5.4. Análise dos Dados
A análise dos dados foi feita quantitativamente. Este tipo de análise refere-se
ao conjunto de métodos quantitativos utilizados na análise e descrição de um
fenômeno (INFOPÉDIA, 2013). Trata-se de uma análise mais objetiva, mais fiel e
mais exata, visto que a observação é mais controlada do que na análise qualitativa.
CAPITULO VI
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os dados foram analisados em duas etapas, primeiro foi feita uma análise
das respostas dos profissionais da saúde e depois foi feita uma análise das
adolescentes.
6.1 Análise das Questões Dirigidas aos Profissionais da Saúde.
Na primeira questão: a gravidez na adolescência tem sido uma das razões
de abandono escolar.
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº 1.
Tabela – 1 Gravidez na adolescência causa de abandono escolar.
Técnicos
De
Saúde
Concordo
plenamente
Concordo Discordo
plenamente
Discordo Não
tenho
opinião a
respeito
disso
Total
10 03 30% 03 30% 2 20% 1 10% 1 10% 10 100%
49
Dos 10 Profissionais de Saúde inqueridos 4 masculinos e 6 femininos; três (3)
responderam concordo plenamente com 30% três (3) responderam concordo,
perfazendo 30%; um (1) respondeu discordo plenamente 10% dois (2) responderam
discordo com 20%; e um (1) respondeu não tenho opinião a respeito, equivalendo
10%. Esta resposta está em concordância com Freitas e Agostinho (2008) que
afirma que a gravidez na adolescência tem sido uma das rezões de abandono
escolar. Pois, se a adolescente for estudante, a gravidez provoca quase sempre a
interrupção dos estudos ou seja abando escolar.
Na segunda questão: A qualidade de vida deficitária leva as adolescentes a
ter precocidade sexual.
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº 2.
Tabela – 2 Qualidade de Vida deficitária causa de Precocidade Sexual
Técnicos
De
Saúde
Concordo
Plenamente
Concordo Discordo
plenamente
Discordo Não
tenho
opinião a
respeito
Total
10 02 20% 02 20% 2 20% 03 30% 1 10% 10 100%
Todavia, dois (2) responderam concordam plenamente com 20%; dois (2)
responderam concordo, com 20%; dois (2) responderam discordo plenamente com
20%; três (3) responderam discordo, com 30% e um (1) respondeu não tenho
opinião a respeito com 30%. Esta resposta está de acordo com Abel (2009) que
afirma que, a Qualidade de Vida deficitária, leva as adolescentes a ter precocidade
sexual. Pois, o poder económico dos homens mais velhos é um apelo irresistível
50
para as meninas, que, em troca de roupas, carregadores para o telemóvel e uma
mesada, oferecem os seus corpos e entregam o seu amor a que promete cuidar
delas e das suas famílias e quando se engravidam acabam por ser abandonadas.
Na terceira Questão: É necessária a presença de Psicólogos da Saúde para
o aconselhamento de adolescentes grávidas e portadores de HIV/SIDA.
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº3.
Tabela 3 – Necessidade de Psicólogos da Saúde para Aconselhamento
Técnicos
De
Saúde
Concordo
Plenamente
Concordo Discordo
plenamente
Discordo Não
tenho
opinião
Total
10 07 70% 03 30% 0 0% 0 0% 0 0% 10 100%
Três (3) responderam concordo plenamente, com 70%; três (3) responderam
concordo, com 30%; ninguém (0) respondeu discordo plenamente, com 0%;
Ninguém (0) respondeu discordo, com 0% e ninguém (0) respondeu não tenho
opinião a respeito com 0%. Esta resposta está de acordo com Almeida e Tanaka
apud Tostes (2009) que afirmam que é necessária a presença de psicólogos da
saúde para o aconselhamento de adolescentes grávidas e portadores de HIV/SIDA.
Pois para além da disponibilidade dos serviços médicos de acompanhamento pré-
natal, os fatores psicológicos interferem no tempo com que a gestante busca o
serviço de saúde para o início do acompanhamento.
Na quarta questão: Todas as adolescentes grávidas frequentam o Centro
Materno infantil do Hospital Provincial do Uíge para o acompanhamento pré-natal.
51
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº4.
Tabela - 4 Adolescentes Grávidas e o Acompanhamento Pré-natal.
Técnicos
De
Saúde
Concordo
plenamente
Concordo Discordo
plenamente
Discordo Não
tenho
opinião
Total
10 03 30% 03 30% 02 20% 01 10% 10 10% 1 100%
Três (3) responderam concordo plenamente, com 30%; três (3) responderam
concordo, perfazendo 30%; um (1) respondeu discordo plenamente com 10%; um
(1) respondeu discordo, com 10% e dois (2) responderam não tenho opinião a
respeito com 20%. Esta resposta está em consonância com a ideia descrita no
Manual de Gravidez Semana a Semana (2006) de que todas as adolescentes
grávidas frequentam o Centro Materno infantil do Hospital Provincial do Uíge para o
acompanhamento pré-natal. O acompanhamento médico pré-natal é um programa
completo de exames e avaliações de rotina durante a gravidez, que vai desde a
ecografia inicial a consultas de rotinas nas últimas semanas de nascimento.
Na quinta questão: Tem vindo muitas adolescentes a solicitar os vossos
serviços no que concernem os métodos anti-concepcionais.
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº5.
52
Tabela 5 – Adolescentes e os Métodos Anti-concepcionais.
Técnicos
De
Saúde
Concordo
plenamente
Concordo Discordo
plenamente
Discordo Não
tenho
opinião
Total
10 06 60% 04 40% 0 0% 0 0% 0 0% 10 100%
Seis (6) responderam que concordam plenamente com 60%; quatro (4)
responderam concordo, 40%; ninguém respondeu discordo plenamente com 0%;
nenhum (0) respondeu discordo perfazendo 0% e nenhum (0) respondeu, não tenho
opinião a respeito 0%. Esta resposta vai de acordo com a ideia de Tordjaman (2005)
que afirma que tem vindo muitas adolescentes solicitar os vossos serviços no que
concerne os métodos anti-concepcionais. Para evitar que a gravidez na
adolescência aconteça, devem recorrer a processos que impeçam a fecundação,
isto é aos métodos anticoncepcionais.
6.2 Análise das Questões Dirigidas às Adolescentes Grávidas
Na primeira questão: Os mídias (TV, revistas pornográficas, vídeos, internet
etc.), através dos seus programas e conteúdos jogam influências na precocidade
sexual.
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº1.
53
Tabela – 1 A Influência dos Mídias na Precocidade Sexual
Adolescentes
Grávidas
Concordo
Plenamente
Concordo Discordo
plenamente
Discordo Não
tenho
opinião
Total
90 45 50% 35
38,9
%
0 0% 03
3,5
%
07
7,8
%
90
100
%
Quarenta e cinco (45) responderam concordo plenamente com 50%; trinta e
cinco (35) responderam concordo com 38,9%; nenhum respondeu discordo
plenamente com 0%; três (3) responderam discordo com 3,3%; sete (7)
responderam não tenho opinião a respeito, com 7,8%. Esta resposta está em
conformidade com o que afirma Oliveira (2006) que as mídias (TV, revistas
pornográficas, vídeos, internet etc.), através dos seus programas e conteúdos
influenciam a precocidade sexual. As bancas de revistas com fotos de mulheres
nuas e rapazes semidespidos; livros, revistas, filmes, músicas e programas de rádio
e de televisão que passam aos adolescentes a ideia de que não devem se reprimir e
que o prazer do sexo é também para eles.
Na segunda questão: Os adolescentes devem sempre usar preservativos
antes de ter uma relação sexual.
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº2.
54
Tabela – 2 Adolescentes e o Uso de Preservativos
Adolescentes
Grávidas
Concordo
Plenamente
Concordo Discordo
plenamente
Discordo Não
tenho
opinião
Total
90 50 55,6% 40 40,4% 0 0% 0 0% 0 0% 90 100%
Cinquenta (50) responderam concordo plenamente, com 55,6%; Quarenta
(40) responderam concordo, com 40,4%; ninguém respondeu discordo plenamente
com 0%; nenhum respondeu discordo isto é 0% e nenhuma (0) respondeu não tenho
opinião a respeito 0%. Afirma Kiura et al (2005) que, os adolescentes devem
sempre usar preservativos antes de ter uma relação sexual. Pois o preservativo é
um dos métodos anticoncepcional mais eficaz no que concerne a prevenção da
gravidez na adolescência ou indesejada, concomitantemente na prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o vírus de HIV o causador da SIDA.
Quanto a terceira questão: Muitas adolescentes procuram livrar-se da
maternidade provocando abortos.
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº3.
Tabela – 3 Adolescentes e os Abortos
Adolescentes
Grávidas
Concordo
Plenamente
Concordo Discordo
plenamente
Discordo Não
tenho
opinião a
respeito
Total
90 40 44,4% 30 33,3% 0 0% 10
11,1
%
10
11,1
%
90
100
%
Quarenta (40) responderam concordo plenamente com 44,4%; trinta (30)
responderam concordo com 33,3%; ninguém (0) respondeu concordo plenamente
55
com 0%; dez (10) responderam concordo, com 11,1% e dez (10) responderam não
tenho opinião com 11,1%. De acordo com Graham e Dermon (2007) e Tonet (2011)
muitas adolescentes procuram livrar-se da maternidade provocando abortos. Pois o
aborto traz solução imediata para o problema, mas também pode trazer
arrependimento, remorso, culpa e sentimento de perda. A tal prática é condenável
pela lei constitucional angolana, tudo porque, as implicações psicológicas e sociais
não se fazem esperar.
Na quarta questão: A abstinência sexual nos adolescentes é a melhor opção
para prevenir-se da gravidez na adolescência.
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº4.
Tabela – 4 A Abstinência Sexual nos Adolescentes e a Prevenção da Gravidez
Adolescentes
Grávidas
Concordo
Plenamente
Concordo Discordo
Plenamente
Discordo Não
tenho
opinião
Total
90 42 46,7% 38
42,2
%
02 2,2% 03
3,3
%
05
5,6
%
90
100
%
Quarenta e dois (42) responderam concordo plenamente, com 46,7%; trinta e
oito (38) responderam concordo com 42,2%; três (3) responderam discordo
plenamente, com 2,2%; três (3) responderam discordo com 3,3% e cinco (5)
responderam não tenho opinião a respeito perfazendo 5,6%. Oliveira (2006) e Prisil
(2008) afirmam que a abstinência sexual nos adolescentes é a melhor opção para
prevenir-se da gravidez na adolescência. A abstinência sexual é a privação
premeditada de satisfação dos desejos sexuais, de modo a evitar certos problemas
56
consideradas nefastas a saúde, tais como a as doenças sexualmente transmissíveis
e a gravidez precoce.
Na quinta questão: A falta de educação sexual na família e na escola esteja
na base da gravidez indesejada na adolescência.
A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na
questão nº5.
Tabela – 5 A Falta Educação Sexual como Causa da Gravidez Indesejada
Adolescentes
Grávidas
Concordo
plenamente
Concordo Discordo
plenamente
Discordo Não
tenho
opinião
Total
90 30 33,3% 45 50% 04 4,4% 06 6,7% 05 5,6% 90 100%
Trinta (30) responderam concordo plenamente com 33,3%; Quarenta e cinco
(45) responderam concordo com 50%; quatro (4) responderam discordo plenamente
com 4,4%; seis (6) responderam discordo com 6,7 e cinco (5) responderam não
tenho opinião a respeito com 5,6%. Esta resposta está em conformidade com
Stonton e Jones (1999) que afirmam que a falta de educação sexual no seio familiar
e na escola reflete na gravidez indesejada na adolescência. O objetivo principal dos
professores, educadores sexuais e pais deve ser proteger os adolescentes da morte,
das ruínas e desgraças da doença, da gravidez na adolescência, do aborto, da culpa
e da devastação emocional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados alcançados na presente pesquisa pode-se concluir que,
a mídia isto é, através dos programas de televisão, novelas, filmes pornográficos,
revistas pornográficas, vídeos pornográficos na internet, diversos filmes com
conteúdos eróticos, infuenciam a iniciação precoce das atividades sexuais por parte
de muitos adolescentes.
Os adolescentes, devem criar o hábito e o gosto de usar preservativos
(camisas de venus), antes de qualquer relação sexual, pois, este não serve somente
para prevenir-se da gravidez precoce ou na adolescência mas também das doenças
de transmissão sexual.
As adolescentes devem entender que, o aborto não é a melhor opção para
não passar pela maternidade, mas sim, retardar as práticas sexuais mas se não
conseguir se prevenir, deve aceitar a maternidade, no caso do rapaz a paternidade,
mesmo sendo uma grande responsabilidade.
Uma das melhores formas de se prevenir da gravidez precoce ou na
adolescência, para aqueles que não usam preservativos, é a abstinência sexual,
visto que, ela ajuda os /as adolescentes a crescerem e amadurecerem, sem nenhum
risco de gravidez ou de qualquer doença de transmissão sexual; fazendo com que
os adolescentes estudem ou se formem e consigam encontrar os seus melhores
empregos possíveis.
Muitas adolescentes, têm tido vergonha ou complexo de inferioridade de
aparecerem grávidas diante dos colegas e/ou professores na escola, optando neste
58
caso, pelo abando escolar; quando realmente a gravidez, não pode ser um fator
primordial que leva a adolescente a abandonar a escola.
Do inquérito feito, admite-se que muitas adolescentes começam a atividade
sexual muito cedo, prostituindo-se e consequentemente engravidando, pelo fato de
ter uma qualidade de vida deficitária, e também para conseguir o que desejam, pois
os pais não podem lhes dar o que querem, além de se sentir moça e precisar se
apresentar bem diante dos amigos.
A família e a escola têm a nobre função de educar os adolescentes
sexualmente. Na realidade de Angola ainda existem aqueles pais cheios de
preconceitos e tabus que acreditam ser asneira falar de sexualidade com os seus
próprios filhos.
Também se faz necessária a presença de Psicólogos de Saúde, nos Centros
Maternos Infantis de Angola em geral e da província do Uíge em Particular, no que
concerne o aconselhamento de adolescentes grávidas por um lado e portadores de
HIV/SIDA por outro. Visto que, o Psicólogo da Saúde tem o papel de garantir a
promoção e manutenção da saúde. Segundo Matarazzo (1980) apud Ogden
(2007,p.18) “ a Psicologia da Saúde contribui para a promoção e manutenção da
saúde, prevenção e tratamento da doença e disfunções relacionadas”.
Pode-se concluir que no centro Materno Infantil do Hospital provincial do Uíge
tem havido uma enorme afluência de adolescentes gravidas para o
acompanhamento pré-natal, pois é fundamental para a saúde tanto do bebê quanto
da mãe.
Das respostas dos profissionais de Saúde do referido Centro, conclui-se que,
tem havido pouquíssima solicitação, dos adolescentes no que diz respeito aos
59
métodos anti-concepcionais, isto é, para evitar a gravidez precoce ou na
adolescência.
Essa (palestra) foi a forma que se utilizou para esclarecer as adolescentes as
causa e consequências da gravidez na adolescência; Informar os adolescentes
sobre a responsabilidade e a Qualidade de Vida da mãe adolescente e Traçar
medidas que visam educar sexualmente as adolescentes e a reduzir o índice de
gravidez na adolescência.
Das palestras realizadas no Centro Materno Infantil do Uíge, por duas vezes,
com presença de 90 adolescentes grávidas que faziam o seu acompanhamento pré-
natal, foram abordadas várias questões, que consistem em prevenir a precocidade
sexual e gravidez na adolescência, as causas e as implicações da gravidez na
adolescência e fundamentalmente, elucidar situações vinculadas as implicações e
responsabilidades da mãe adolescente, onde as adolescentes puderam colocar as
suas inquietações, no conhecimento profundo das suas situações, foram
esclarecidas de acordo as questões colocadas
Visto que a gravidez precoce em adolescentes, de Uíge em particular e de
Angola em geral, já é uma preocupação da saúde pública. Na medida em que as
suas consequências são de âmbito biopsicossocial e educativo, sugere-se que o
Que o Ministério da Saúde através da Direção Nacional da Saúde Reprodutiva, crie
uma base de dados sobre os resultados das gravidezes na adolescência e divulgar,
os mesmos dados pela internet.
Os Centros Maternos Infantis de Angola teriam o dever de enviar os dados a
respeito da mesma, à Direção Nacional de Saúde Reprodutiva, pois o Ministério da
Saúde Pública, é o órgão de Direto na prevenção e promoção da saúde público-
60
preventiva, das enfermidades que abalam os adolescentes, e também a prevenção
da precocidade sexual e da gravidez na adolescência.
Portanto, o presente trabalho será divulgado em congressos, palestras,
revistas especializadas, na internet, transformá-lo em artigos e também será
adaptado em linguagem de livro e ser publicado.
61
ANEXOS
62
United States of America
QUESTIONÁRIO DO TRABALHO FINAL DO CURSO DE MESTRADO EM PSICOLOGIA SAÚDE EDUCAÇÃO E
QUALIDADE DE VIDA, DIRIGIDO AO CORPO MÉDICO (PROFISSIONAIS DA SAÚDE) DO CENTRO MATERNO INFANTIL
DO HOSPITAL PROVINCIAL DO UÍGE.
Leva-se a cabo a pesquisa sobre a Análise sobre Precocidade Sexual e Gravidez
na Adolescência em Angola. (caso do Centro Materno Infantil do Hospital
Provincial do Uíge).
Pede-se marcar com o “x”, nos quadradinhos abaixo, tanto no concordo
plenamente, concordo, não tenho opinião a respeito, discordo e discordo
plenamente, de acordo com a resposta achada conveniente, pois, o mesmo é
anónimo.
Sexo___________ Idade__________________
1 – A gravidez na adolescência tem sido uma das razões de abandono escolar.
Concordo plenamente
Concordo
Não tenho opinião a respeito
Discordo
Discordo plenamente
2 – A Qualidade de Vida deficitária, leva as adolescentes a terem precocidade
sexual.
Concordo plenamente
Concordo
Não tenho opinião a respeito
AMERICAN WORLD UNIVERSITY
LATIN AMERICAN DIVISION
Análise da precocidade sexual e gravidez na adolescência em Angola
Análise da precocidade sexual e gravidez na adolescência em Angola
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Análise da precocidade sexual e gravidez na adolescência em Angola

  • 1. AMERICAN WORLD UNIVERSITY MESTRADO EM PSICOLOGIA, SAÚDE, EDUCAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA MASTER IN PSYCHOLOGY, HEALTH, EDUCATION AND LIFE QUALITY ANÁLISE SOBRE PRECOCIDADE SEXUAL E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM ANGOLA: CASO DO CENTRO MATERNO-INFANTIL DO UÍGE TEENAGERS’ SEXUAL PRECOCITY AND PREGNANCY ANALYSIS IN ANGOLA: THE INFANTILE-MOTHERLY CENTER CASE, OF UÍGE AUGUSTO AMBRÓSIO BUNGA USA 2013
  • 2. AMERICAN WORLD UNIVERSITY MESTRADO EM PSICOLOGIA, SAÚDE, EDUCAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA MASTER IN PSYCHOLOGY, HEALTH, EDUCATION AND LIFE QUALITY ANÁLISE SOBRE PRECOCIDADE SEXUAL E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM ANGOLA: CASO DO CENTRO MATERNO-INFANTIL DO UÍGE TEENAGERS’ SEXUAL PRECOCITY AND PREGNANCY ANALYSIS IN ANGOLA: THE INFANTILE-MOTHERLY CENTER CASE, OF UÍGE Augusto Ambrósio Bunga 4204-LAD Dissertação apresentada à American World University como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Psicologia USA 2013
  • 3. ii FOLHA DE APROVAÇÃO ANÁLISE SOBRE PRECOCIDADE SEXUAL E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM ANGOLA: CASO DO CENTRO MATERNO-INFANTIL DO UÍGE TEENAGERS’ SEXUAL PRECOCITY AND PREGNANCY ANALYSIS IN ANGOLA: THE INFANTILE-MOTHERLY CENTER CASE, OF UÍGE Augusto Ambrósio Bunga Apresenta a Dissertação à Banca Examinadora. USA, 30 / MAIO / 2013. ___________________________________________________________________ Professora Doutora Jaqueline Pinto Martins, PhD – Orientadora/Presidente ___________________________________________________________________ Professor Doutor Gilberto Pinheiro dos Santos, PhD – Examinador ___________________________________________________________________ Professora Doutora Artemis Nogueira Castro, PhD – Examinadora ___________________________________________________________________ Professor Doutor Gilberto Pinheiro dos Santos, PhD – Reitor AWU/LAD/USA Professora Doutora Maxine Asher, PhD – Presidente AWU/USA
  • 4. iii DEDICATÓRIA Dedico o presente trabalho, a todos adolescentes do mundo, pois são as piores vítimas de precocidade sexual e de gravidez na adolescência por várias causas. À minha família especialmente os meus Pais: o malogrado Luís Manuel e a minha Mãe Levo Josefina; à minha esposa Natália Isabel Domingos; os meus três filhinhos Diantete Ananilson Domingos Luís, Jorge Anselmo Domingos Luís e Augusto William Domingos Luís; aos meus irmãos Bunga Mário, Zoa Coleth Ambrósio Bunga, N´zamba Ambrósio Bunga, Malekama Pascoal Ambrósio Bunga. Os meus amigos Bacharel Bento Miguel Vete Dodão, Bacharel António Fernando da Costa, Licenciado Mântua Pedro Alexandre, Licenciado Costa Barros, Licenciado Casimiro Francisco Mezonda, Licenciado Aguinaldo, Dibanzilua André Pedro Luzolo, Mestre Matondo Manuel Quiaquiana Teca e Mestre Celso Edmundo. Ao meu Tio e Chara Augusto Bunga, tia Paulina, Carlos Francisco Bunga, Eduardo Bunga, João Bunga e Luís Bunga. O Doutor Dissengomoka Sebastião Alexandre Ph.D. Orientador da minha Monografia da Licenciatura. A toda equipa da American World University, ao Reitor Prof. Doutor Gilberto Ph.D e especialmente a minha Orientador Profª. Doutora Jaqueline Pinto Martins Ph.D e todos outros que não pude citar, mais que foram, são e continuarão a ser úteis para mim e para a minha careira.
  • 5. iv AGRADECIMENTOS A Deus pai todo-poderoso, omnipotente e omnisciente, pela complacência e benevolência em dar-me o dom da vida e a graça da realização do presente trabalho; De modo extensivo agradeço também, a todos amigos e colegas que de modo direto ou indireto, contribuíram para o encorajamento na elaboração e concretização deste trabalho; o meu agradecimento especial estende-se à American World University, USA, Ao Professor Doutor Gilberto Pinheiro dos Santos e também a sua maravilhosa equipa de colaboradoras; À minha Orientadora, Professora Doutora Jaqueline Pinto Martins. O meu Muito Obrigado! “Existem palavras sábias, mas a sabedoria não é suficiente, falta ação” J.L. Moreno (1889-1974)
  • 6. v RESUMO Com base neste estudo pretendeu-se analisar vários aspetos vinculados àas causas e consequências e também as possíveis medidas de prevenção de gravidez na adolescência, DTS e HIV/SIDA, com vistas a garantir uma qualidade de vida aceitável as adolescentes de Angola em particular, e do mundo em geral. A presente pesquisa foi desenvolvida, no Centro Materno Infantil do Hospital Provincial do Uíge, com os técnicos da Saúde que fazem o acompanhamento pré-natal das adolescentes grávidas e também com as próprias adolescentes implicadas na situação. Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a precocidade sexual e a gravidez na adolescência no Centro Materno Infantil de Uíge em Angola. Para isso, foi extraída uma amostra de 90 adolescentes grávidas, que equivale a 10% da população que fazem o acompanhamento pré-natal. e também uma amostra de 10 técnicos de saúde de ambos os sexos, que equivale a 20%da população, sendo (4) quatro de sexo masculino e (6) do sexo feminino. Dos resultados obtidos através da aplicação do inquérito, pode-se concluir que, é preciso que os pais saibam escolher os programas da mídia em suas diversas composições de conteúdo; deve-se criar nos adolescentes o hábito de usar preservativos, a fim de evitar a gravidez precoce, abortos, doenças sexualmente transmissíveis (DTS)/SIDA etc. Pode-se, também, constatar a necessidade da atuação de Psicólogos de Saúde, não só no referido Centro, mas também nos outros Centros de acompanhamento pré-natal de Angola.
  • 7. vi ABSTRACT This study intended to analyze several aspects linked with not only the reasons and consequences, but also the available preventive measure for pregnancy in adolescence, the Sexual Transmitted Disease (SDT) and the Human Immunodeficiency Virus (HIV) as well. It aims at warranting an acceptable quality of life for the Angolan teenagers, specifically and also those all over the world. This research was developed at the Infantile-Motherly Center of Uíge with health technicians who wait upon the pregnant teenagers during their prenatal period. The research had as general target to analyze the teenagers’ sexual precocity and pregnancy in Angola. It was based on the data from a sample of 90 (ninety) pregnant adolescents which represents ten percent (10%) of this population who have a prenatal accompaniment and also a sample of ten (10) health technicians of both sex which correspond to twenty percent (20%) of this population, in which (4) four are male and (6) six female. From the applied questionnaires results it’s possible to conclude that: it’s necessary a better parents’ accompaniment in terms of choosing the media programs of different kinds of contents, the teenagers should be stimulated to use condoms, in order to prevent form precocious pregnancy, abortions, sexual transmitted diseases such as DTS and SIDA etc. It was possible to confirm the necessity of a better and effective Health Psychologist action and performance not only at the referred Center, but also in other prenatal accompaniment Centers all over Angola. .
  • 8. vii ÍNDICE Capítulos Pág. Dedicatória .......................................................................................................... iii Agradecimentos ................................................................................................... iv Resumo ............................................................................................................... v Abstract ................................................................................................................ vi Índice ................................................................................................................... vii Lista de Tabelas................................................................................................... ix Principais Siglas................................................................................................... x INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 01 CAPITULO I – PRECOCIDADE SEXUAL NOS ADOLESCENTES .................... 06 1.1 Breve Abordagem sobre a Adolescência e a Sexualidade.................. 06 1.2 Causas de Precocidade Sexual........................................................... 10 1.3 Consequências da Precocidade Sexual.............................................. 13 CAPITULO II – PRECOCIDADE SEXUAL E O RISCO DE CONTÁGIO DE DTS E HIV/SIDA........................................................................................................... 16 2.1 O Sexo e o Risco de Saúde ................................................................ 16 2.2 Consequências Somáticas e Psicológicas do Portador de HIV/SIDA . 19 2.3 Prevenção e Ajuda Psicológica Sobre o Contágio da Doença............ 22 CAPITULO III – GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O PAPEL DA PSICOLOGIA DA SAÚDE NA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO SEXUAL ............. 25 3.1 Causas da Gravidez na Adolescência................................................. 25 3.2 Consequências da Gravidez na Adolescência .................................... 26 3.3 Gravidez na Adolescência e o Acompanhamento Pré-Natal .............. 31 3.4 Educação Sexual na Família .............................................................. 33 3.5 Educação Sexual na Escola................................................................ 34 3.6 Educação Sexual na Mídia.................................................................. 35 3.7 Métodos Anticoncecionais com Vista a Prevenir-se da Gravidez Precoce ............................................................................................... 35 CAPITULO IV – QUALIDADE DE VIDA DA MÃE ADOLESCENTE..................... 38 4.1 Perda de Oportunidades de Bons Empregos...................................... 38 4.2 Excessiva Responsabilidade Pelo Bebé ............................................. 40 4.3 Saúde Física e Psicológica da Mãe e do Bebé ................................... 41 CAPITULO V – METODOLOGIA ...................................................................... 44 5.1 Modelos de Estudo.............................................................................. 44 5.2 Amostra............................................................................................... 44 5.3 Coleta de Dados.................................................................................. 46 5.4 Análise dos Dados............................................................................... 47
  • 9. viii CAPITULO VI – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......... 48 6.1 Análise das Questões Dirigidas aos Profissionais da Saúde .............. 48 6.2 Análise das Questões Dirigidas às Adolescentes Grávidas ................ 52 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 60 ANEXO................................................................................................................. 64
  • 10. ix LISTA DE TABELAS TABELA I – População e amostra .................................................................... 44 TABELA II – Frequência relativa e percentual dos profissionais da saúde........ 44 TABELA III – Frequência relativa e percentual das adolescentes grávidas atendidas de Janeiro a Setembro de 2012 no Centro Materno..... 45 TABELA 1 – Gravidez na adolescência causa de abandono escolar................ 49 TABELA 2 – Qualidade de Vida deficitária causa de precocidade sexual ......... 49 TABELA 3 – Necessidade de psicólogos da saúde para aconselhamento ....... 50 TABELA 4 – Adolescentes gravidez e o aconselhamento pré-natal.................. 51 TABELA 5 – Adolescente e os métodos anti-concepcionais ............................. 52 TABELA 6 – A Influência dos mídias na precocidade sexual ............................ 53 TABELA 7 – Adolescentes e o uso de preservativo .......................................... 54 TABELA 8 – Adolescentes e os abortos............................................................ 54 TABELA 9 – A abstinência sexual nos adolescentes e a prevenção da gravidez ........................................................................................ 55 TABELA 10 – A falta da educação sexual como causa da gravidez indesejada . 56
  • 11. x PRINCIPAIS SIGLAS USADAS AIDS..................................... Acquired Immunodeficiency Syndrome CMIHMU............................... Centro Materno Infantil do Hospital Municipal do Uíge CIS ....................................... Conferência Internacional sobre Sida DTS...................................... Doenças de Transmissão Sexual GA........................................ Gravidez na Adolescência HIV ....................................... Human Immunodeficiency Virus INLCS................................... Instituto Nacional de Luta Contra Sida ITS........................................ Infeções Sexualmente Transmissíveis MAAP ................................... Mães Adolescentes – Angústia e Promessa. MGSS................................... Manual de Gravidez Semana a Semana PJM...................................... Pastoral da Juventude do Maranhão PND...................................... Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PS ........................................ Precocidade Sexual PS ........................................ Psicologia da Saúde SIDA..................................... Síndrome de imunodeficiência Adquirida VIH ....................................... Vírus de Imunodeficiência Humana P1......................................... Pergunta nº 1 (Metodologia)
  • 12. INTRODUÇÃO Segundo Pommé (2006) nos tempos atuais, tem-se verificado muita precocidade sexual nos adolescentes, isto quer dizer que, estão emergindo muito cedo os impulsos sexuais nos adolescentes e que eles, não estão a ser capazes de controlar. Fala-se de precocidade sexual, quando os impulsos sexuais dos adolescentes surgem muito cedo em relação a idade que se devia. Segundo Oliveira (2005) apontam-se algumas causas que deverão estar na base da emergência desses desejos e/ou impulsos sexuais. Como o caso de: a falta de educação sexual, as influências dos amigos, das Mídias e das telenovelas em particular, apreciação de filmes e revistas pornográficas, o alcoolismo e outras drogas, curiosidade sexual, qualidade de vida inadequada, precocidade da menarca, etc. Segundo o Instituto Nacional de Luta Contra Sida/Angola (2010) a partir da precocidade sexual nos adolescentes surgem as consequências, tais como: a gravidez precoce ou na adolescência, que do mesmo modo é considerada indesejada. Frisa McDowell (1994, p.53) que “a atividade sexual precoce do adolescente, provoca vários problemas. A consequência mais óbvia, é a gravidez.” O contágio de DTS (Doenças Sexualmente Transmissíveis), o VIH (Virus de Imunodeficiência Humano) e SIDA (Síndroma de Imunodeficiência Adquirida) é um outro problema e risco para saúde dos adolescentes pois, se encontra ainda numa fase de espanto ou admiração de quase tudo que o rodeia e fundamentalmente quando se trata de situações vinculadas a sexualidade humana.
  • 13. 2 Segundo Reverón (2007) a gravidez na adolescência, hoje em dia tornou-se uma situação da saúde pública, pois neste século XXI encontra-se quase em todas as sociedades do mundo. Ela de fato tem como causas a precocidade sexual, a falta de cuidado, a falta de educação sexual etc. De acordo com Sprinthal e Collins (2008) por conseguinte, a gravidez na adolescência acarreta consequências nefastas para a vida do adolescente tanto para o rapaz quanto para a moça. Tais consequências, podem ser divididas em três grandes categorias: biológicas ou de saúde, emocionais ou psicológicas e sociais. Segundo o McDowell (1994, p.46) As consequências são de vária ordem: social, psicológica e física. Social, porque uma gravidez na adolescência tem uma influência enorme no seio da família. Desestabiliza-a porque, quer a jovem, quer os pais, não estão preparados para receber uma notícia destas. Psicologicamente, a jovem ressente-se porque não se sente enquadrada na escola e acaba por interromper os estudos e a sua formação. Vai ter assim um impacto social muito grande. Ogeden (2004) afirma que a precocidade sexual, hoje em dia, tornou-se um problema de saúde publica, económico e social, a medida que, ela favorece negativamente para o contágio de várias Doenças de Transmissão Sexual (DTS), HIV e SIDA e também para a gravidez na adolescência, e não só é considerado também como um problema económico e social visto que hoje se considera uma calamidade mundial. Reverón (2007) salienta que para além de ser considerado um problema de saúde pública, enquadra-se de igual modo o problema social e económico, porque quase por todo o mundo ouve-se mortes de milhares de adolescentes, por complicações de gravidez, aborto e até parto. Entretanto, constata-se por demasia
  • 14. 3 concretamente em países pobres por um lado e em via de desenvolvimento por outro. É neste molde que se enquadra o problema social e económico que expressam a qualidade de vida adequada das populações de uma determinada sociedade. Stonton e Jones (1999) afirmam que, emerge o interesse pela pesquisa deste problema, com vista a dar algumas contribuições para reduzir a precocidade sexual entre adolescentes e de prevenir a gravidez na adolescência, que hoje se considera como uma calamidade mundial de modo geral e em Angola de modo particular; é assim que surge a iniciativa de investigar este problema tendo como objetivo de traçar algumas medidas que visam a reduzir a precocidade sexual nos adolescentes e de prevenção de gravidez na adolescência para garantir a boa qualidade de vida das populações. Por conseguinte, na presente pesquisa, tenciona-se analisar e interpretar a problemática da precocidade sexual e da gravidez na adolescência em Angola, caso do Centro Materno Infantil da província do Uíge. Segundo Lores (2012, p.3) Em Angola, aumentam os casos de gravidez precoce, ou seja entre os adolescentes. Os números não são desconhecidos porque muitas das jovens encontram-se fora do circuito dos hospitais e clínicas onde podem ser atendidas, mas a situação é considerada preocupante. Para tal, levanta-se um problema, quais são as causas e as consequências da precocidade sexual e da gravidez na adolescência? Afirmam Freitas e Agostinho (2008), portanto, a precocidade sexual e a gravidez na adolescência, invertem o rumo das vidas dos adolescentes em muitos
  • 15. 4 sentidos, tais como reduzindo a oportunidade de encontrar um bom futuro emprego, carrega o adolescente de excesso de responsabilidade precocemente etc. OBJETIVOS Objetivos Gerais Analisar a precocidade sexual e gravidez na adolescência no Centro Materno Infantil de Uíge em Angola. Objetivos Específicos Conscientizar os adolescentes dos riscos do sexo pela saúde e o contágio de DTS e HIV/SIDA; Esclarecer os adolescentes as causa e consequências da gravidez na adolescência; Informar os adolescentes sobre a responsabilidade e a Qualidade de Vida da mãe adolescente; Traçar medidas que visam educar sexualmente os adolescentes e a reduzir o índice de gravidez na adolescência JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA O motivo da escolha do tema foi, senão de pesquisar, analisar e esclarecer as causas e as implicações da gravidez na adolescência. O mais alarmante, é que a maior faixa etária é de 12 a 14 anos de idade, onde a maior parte delas engravida-se
  • 16. 5 pouco tempo depois da menarca. Lores (2012, p.1) “a gravidez precoce aumenta em Angola com 12 a 13 anos de idade e um caso de 11 anos”. Segundo Oliveira (2006) esta realidade aprova que, há realmente uma precocidade sexual nos adolescentes da província do Uíge em partícula de Angola em geral, tendo sido influenciado principalmente, em apreciação de filmes pornográficos, músicas eróticas, telenovelas, a falta de educação sexual e outros meios. Esmiuça Ogden (2008) que do ponto de vista social, este trabalho visa despertar os adolescentes do risco de saúde que correm através de relações sexuais desprevenidos, evitarem a promiscuidade sexual, retardarem a iniciação sexual, para que se reduzam significativamente os riscos pela saúde. Segundo INLCS (2012, p.32) Porque desta forma o jovem está a reduzir as possibilidades de exposição ao HIV, além de que retardar o início da atividade sexual também protege o jovem da gravidez não desejada e de ter uma infeção sexual precoce que possa ser causadora de infertilidade ou de complicações futuras. Conforme Freitas e Agostinho (2008) o tema em epígrafe é de âmbito biopsicossocial, do comportamento sexual do adolescente, e que é analisado no ponto de vista científico, pois a precocidade sexual, tem sido causa de muitos problemas de saúde pública, perda de oportunidades na vida, para a melhoria da qualidade de vida, fraco aproveitamento escolar e abandono escolar, etc.
  • 17. CAPITULO I PRECOCIDADE SEXUAL NOS ADOLESCENTES 1.1 Breve Abordagem Sobre a Adolescência e a Sexualidade O ser humano é o ser supremo de todos os seres existentes na face da terra, pela sua capacidade de analisar e resolver situações de grandes dimensões que o aflige e com tudo que existe a sua volta, sendo da realidade objetiva como da subjetiva. Segundo Bíblia Sagrada em Genesis (1:26) “e disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos seus, e sobre o gado, e sobre toda terra e sobre tudo que nela se move”. Através das fases do desenvolvimento humano, o homem foi compreendendo que para chegar a velhice deve-se atravessar vários estágios da vida. Ao longo da sua história com o desenvolver do seu pensamento, conseguiu estabelecer uma periodização, das fases do desenvolvimento humano, nomeadamente: a infância, a adolescência, a juventude, a vida adulta e a velhice. Afirma Hall (1844-1924) apud Griffa e Moreno (2008,p.12) que “no transcurso da sua evolução, cada indivíduo
  • 18. 7 atravessa etapas que correspondem às que, por sua vez, ocorreram na história da humanidade”. Para Sprinthall e Collins (2008) ao longo da história, entendia-se a criança como se fosse um adulto em miniatura. Assim entendendo que uma criança de 10 a 15, fosse capaz de realizar as atividades feitas por um adulto, e do mesmo modo considerado como um adulto. No entanto, esta fase que aqui se aborda, é, a adolescência, para muitos a entende como se fosse uma simples criação ou invenção cultural do homem, pois ela é relativamente ligada a alguns traços culturais. Segundo Parise et allii (2008, p.24) “No século XVI, periodizaram as faixas etárias; o mundo da criança torna-se bem definido no século XVII e, no século XIX, surge a faixa etária jovens- adolescentes, com escolas só para moços ou para moças”. Segundo, Sprinthall e Collins afirmam (2008, p.5): Como é óbvio, esta questão assume uma grande importância. Se a adolescência for uma invenção cultural, então, deverá ser estudada à luz da Sociologia e da Antropologia, e não na perspetiva psicológica, já que, neste caso, a existência da adolescência como um conceito dependerá totalmente de cada cultura particular. Por outro lado, a adolescência poderá constituir um estádio real do desenvolvimento humano, ou representar um conjunto de respostas situacionais dadas pelos indivíduos numa fase de transição para a vida adulta, numa dada sociedade ou cultura. De acordo com Sprinthal e Collins (2008) a adolescência por ser a fase mais complexa da vida humana, através das crises e da confusão de papéis a desempenhar, hoje objeto de estudo de várias ciências, tais como a Sociologia, a Medicina, a Antropologia, a Psicologia etc., estudando o seu comportamento de forma diferenciada. O adolescente acha-se adulto suficiente, para fazer tudo o que
  • 19. 8 os adultos são capazes, é assim que se designa como uma fase de crise de identidade, na medida em que vai se interrogando, do seu ser e da sua tarefa na sociedade. Para Sprinthall e Collins (2008, p13): A adolescência era encarada por ele como um novo e bastante importante estádio da evolução humana, e a extensão dos seus conhecimentos era tão vasta quanto a monumental obra que escreveu, em dois volumes, intitulada: A adolescência: a sua psicologia e suas relações com a fisiologia, a antropologia, a sociologia, o sexo, o crime, a religião e a educação. Todavia, para melhor esclarecimento do assunto, define-se a adolescência da seguinte maneira, é a fase que marca a transição de infância à vida adulta, marcada por estruturação afetiva, psicológica, social, moral, espiritual, religiosa, fisiológica e intelectual da personalidade. Brisil et al (2012, p.38) definem “a adolescência descreve o período que se situa entre a infância e a vida adulta”. Conforme Rodrigues (2005) a adolescência vai acompanhando o desenvolvimento maturacional e de maturidade do jovem que vive a fase denominada pelo Erikson (1902- 1994) como identidade vs confusão de papel a desempenhar na sociedade. Por isso as perguntas mais comuns para o adolescente são: Quem sou eu? Para onde vou? Por causa do seu desenvolvimento maturacional, notam-se as marcas da puberdade e pubescência, que tem a ver com o desenvolvimento, estruturação do corpo e cobrimento de pelos nas axilas e na região púbica. Reverón (2007) afirma que adolescência é uma palavra que vem do latim adolescere, que significa crescer. É a soma de mudanças biológicas, psicológicas,
  • 20. 9 sociais e culturais que acontecem no indivíduo durante sua passagem da infância à vida adulta. Frisam Malagodi e Braga (2006) que é quase impossível falar da adolescência sem se quer falar da sexualidade do adolescente, visto que é uma etapa da vida de muitas curiosidade, de quase tudo e fundamentalmente da sexualidade, na qualidade de ser sexuado. Ela é um dom que o ser humano recebeu de graça, para fim de reprodução e não só, mas também amorosa e do bem-estar da vida psicofisiológica do ser humano. Para Mesquita e Durte (1996, p.184) define- a como o“ conjunto de fenómenos da vida sexual que inclui os mecanismos fisiológicos e a organização da vida afetiva”. Kiala (2004) lamenta dizendo que é muito triste, quando muitos reduzem a sexualidade humana a uma simples genitalidade ou sexo. O sexo é o órgão fisiológico que pode ser masculino ou feminino, de qualquer ser: homem ou outro animal. Segundo Malagodi e Braga (2006, p.33) “o ato genital é apenas um momento da sexualidade humana; se a tivermos em plenitude, e esta é essencial, poderemos até mesmo prescindir da relação genital”. Segundo Griffa e Moreno (2008) logo após, a puberdade e a pubescência, o (a) adolescente vai, verificando mudanças significativas na sua estrutura corporal e também no seu comportamento em geral. Esmiúça Novello (2009, p.13): Convém salientar que existe uma diferença patente entre adolescência e puberdade. As duas são frequentemente confundidas. Puberdade é a fase do desenvolvimento do organismo humano em que o crescimento físico alcança seu complemento amadurecimento. Por adolescência entendemos aquela fase em que ocorrem modificações globais no indivíduo, intensas e desarmônicas, geradores, portanto, de grande insegurança.
  • 21. 10 Para Monteiro Neto (2005) a sexualidade e o comportamento sexual, dos adolescentes e não só, acompanham a realidade e o desenvolvimento cultural de cada povo, de geração a geração, por essa razão o comportamento sexual ou mesmo a sexualidade do povo angolano, será de certa medida diferente ao do povo brasileiro, tudo porque são dois povos com padrões culturais distintos. De acordo com Monteiro Neto (2005, p.284) “o comportamento sexual e as reações à sexualidade variam efetivamente segundo as culturas”. Segundo Oliveira (2006), sendo o homem um ser biopsicossocial, pode-se afirmar que tal como a própria adolescência, a sexualidade começa com a biologia (fisiologia), passa pela psicologia (psique) e se concretiza com a cultura. É a semelhança, do que acontece relativamente à natureza da adolescência, a dificuldade em compreender a sua sexualidade, se relaciona pelo fato de ser necessário saber qual é o grau em que a sua natureza é determinada pelas transformações purbetárias e em que medida é também o reflexo de expetativas sociais e culturais de padrões comportamentais aprendidos. Salienta Sprinthall e Collins (2008, p.407) que “tal como a própria adolescência, a sexualidade talvez comece com a biologia mas termine com a cultura”. 1.2 Causas de Precocidade Sexual Segundo Parise (2008) são inúmeras as causas da precocidade sexual, tendo em conta as influências: biológicas, psicológicas, sociais ou ambientais, tecnológicas etc. quanto mais as sociedades se desenvolvem, mais mudanças comportamentais e culturais se vão fazendo sentir.
  • 22. 11 Segundo Oliveira (2006, p.54) “Foram os amigos na rua e nas festas, ou as bancas de revistas com fotos de mulheres nuas e rapazes semidespidos; foram livros, revistas, filmes, músicas e programas de rádio e de televisão que passaram os adolescentes a ideia de que não devem se reprimir e que o prazer do sexo é também para ele, agora, já”. Segundo Azevedo (2008) nesta era da globalização ou era digital, já é possível partilhar quase toda realidade do mundo sem necessidade física entre indivíduos que necessitam, e sem sair da casa para a rua; é o fruto do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, mas essa evolução, repercute em parte em consequências difíceis, que se traduzem em quebra-cabeças, para toda a sociedade em particular e para o mundo em geral. Em harmonia com Gill apud Azevedo (2008, p.36) salienta “antes o mundo era pequenos, porque a terra era grande, hoje o mundo é muito grande, porque a terra é pequena do tamanho da antena parabólica”. Para Lores (2012) a precocidade sexual, é considerada como a antecipação psicológico-fisiológica que os adolescentes apresentam para o envolvimento no mundo do sexo, sem segurança nem orientação. Tordjman (2005) faz menção de algumas causas que estão na base da precocidade sexual, tais como: as influências biológicas: a maturação do próprio organismo, o desenvolvimento hormonal no caso de androgénio e testosterona, hormona responsável pelo desenvolvimento dos órgãos sexuais e das caraterísticas secundárias masculinas sob ação da hipófise e estrogénio na mulher. Segundo o mesmo autor, o androgênio divide-se em testosterona e androsterona. Por outro lado, tem-se os estrogênios: que são responsáveis no
  • 23. 12 crescimento e desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos, regula o ciclo menstrual, a ovulação, a gravidez, e não só também estimula glândulas mamárias. De acordo com Malagodi e Braga (2006, p.5): Embora com cronologia diferente e roupagens distintas, entre 11 e 13 anos de idade, aparece para os meninos e as meninas o impulso genital; no caso deles, esse estímulo depende de níveis altos de testosterona, portanto, é subordinado aos aspetos somáticos, no caso delas, o impulso é mais dirigido para sexualidade que não inclui situações eminentemente coitais ou seja, a genitalidade não desempenha um papel significativo. Influências psicológicas: de acordo com Rodrigues (2005) através do processo da imaginação criadora, o/a adolescente cria imagens novas na sua memória, a partir das conhecidas já existentes e as que lhe são desconhecidas, cria uma série de fantasias sexuais e que estas por sua vez exercem uma certa influência na sua psique, influenciando a sua fisiologia, principalmente no hipotálamo que regula todas as funções vitais através da hipófise e exercendo um certo impacto ao sistema endócrino nas gónadas (glândulas sexuais). Influências ambientais ou sociais: Oliveira (2006) aponta algumas tais como: a curiosidade sexual, pressão do grupo, prova de amor ao parceiro etc., assim sendo, cada indivíduo aprende com outro, pela interação, os adolescentes se atraem mutuamente por qualquer constituição linda do outro de sexo oposto; não só, é sabido também que existe adultos sem moral, que passam a vida a se contar sobre a vida sexual de um e de outro, sem querer saber que a volta há indivíduos de menor idade. Ainda existem pais que fazem de seus filhos de vítima de falsa educação sexual, isto é, não ousam esclarecer os seus filhos quando lhes
  • 24. 13 perguntam, como consequência estes aprendem mais fora com os amigos e outros de forma perversiva. Realça Oliveira (2006) que as influências tecnológicas tem a ver com os meios de comunicação massiva em geral e telenovelas na TV, apreciação de filmes pornográficos e não só em VCDs, DVDs, Internet etc., revistas pornográficas, etc. Esmiuça Oliveira (2006) que na verdade como a adolescência e sexualidade humana estão diretamente vinculadas a cultura, em algumas das quais, encontram- se adolescentes de 12, 13 por exemplo a serem dadas as mãos para casamento, voluntariamente. Mas nas sociedades evoluídas é muito cedo para uma adolescente dessa idade ser uma esposa, dona de casa ou até mãe. 1.3 Consequências da Precocidade Sexual Reveirón (2006) realça que como consequências da precocidade sexual, ressaltam-se fundamentalmente duas, que são: Doenças de Transmissão Sexual (DTSs), HIV/SIDA e a gravidez precoce ou na adolescência. Oliveira (2006, p.53), frisa que “o avanço da gravidez na adolescência se deve à iniciação sexual precoce. Começa, no Brasil, aos 13 e 14 anos”. De acordo com Rollet (2007) quanto maior for o índice da precocidade sexual maior é taxa da gravidez precoce e o de taxa de natalidade, fazendo assim elevar o nível de pobreza; aumento a explosão demográfica, casamentos mal sucedidos, etc. por isso, o país que não consegue controlar a sua taxa de natalidade, encontra de certa medida muitas dificuldades no seu desenvolvimento, socio-económicas.
  • 25. 14 Salienta-se ainda que, a maior parte de crianças que nascem das famílias desestruturadas, acaba se tornando desestruturados com condutas anti-sociais. Para Reverón (2006, p.12) “o número não só se manterá, mas aumentará, enquanto existir o padrão desigual de distribuição de riqueza e não se oferecer uma adequada educação a população sexualmente ativa” Segundo Parise (2008) as próprias adolescentes, que começas muito precocemente a prática de atividades sexuais, muitas delas aderem a mais antiga profissão do mundo «a prostituição», que é uma prática que consiste em trocar-se por algum valor monetário. Ela pode ser oficial ou oculta/clandestina; prostituição oficial é aquela que a prostituta paga imposto ao Estado e a oculta ou clandestina, não paga qualquer imposto, mas trabalha. Define Kuhelamina (2000, p.6) A prostituição é uma realização do ato sexual por motivos puramente económicos, mediante um pagamento ou vantagem de caráter económica. Como promiscuidade, ou seja, com variado número de pessoas sem a presença de elementos emocionais e afetivos. Abel (2009) afirma que a prostituição como uma das consequências da precocidade sexual, deu origem a um dos fenómenos considerado prostituição infantil e que em angola recebeu o nome de «catorzinhas». Compreende-se que este fenómeno de prostituição infantil em Angola, encontrou a porta de entrada, através da guerra de 1992, quando o país ficou totalmente desunido. Morreram milhares de pessoas, muitas das quais, chefes de famílias e de domiciliários, muitas crianças ficaram órfãs, sem amparo, alimentação, habitação, vestuário, carinho, etc. segundo Abel (2009, p.83) “as «catorzinhas» são todas as meninas dos 13 aos 16
  • 26. 15 anos. Nos anos 90, o envolvimento com estas menores tornou-se moda e até uma prova de virilidade para os muitos homens (…)”
  • 27. CAPITULO II PRECOCIDADE SEXUAL E O RISCO DE CONTÁGIO DE DTS E HIV/SIDA 2.1 O Sexo e o Risco de Saúde Segundo Kiura et al (2005) o sexo sendo um órgão de reprodução tanto masculino quanto feminino, na qual se culmina toda a sexualidade humana, tornando dois indivíduos de personalidades extremamente diferentes sendo íntimos e procriarem, também pode acarretar risco na saúde humana. Para Kiala (2004, p.9) “a genitalidade diz respeito aos órgãos procriadores. Numa linguagem vulgar e corrente, o termo “sexual” costuma designar realidades físicas bem precisas e limitadas, em relação imediata com os órgãos sexuais e o seu funcionamento”. Ogden (2008) no entanto, não quer dizer que o sexo em si só seja um risco para a saúde humana, pois tal como tudo que tem vantagem tem sempre uma desvantagem, independentemente do grau, do mesmo modo também o sexo tem tanta vantagem, que se podem apontar algumas como: o processo de reprodução, aumentar o nível de paixão, amor e entre casais, para pessoas com um certo grau de tecidos adiposos serve para o emagrecimento, etc., afirma Quinto (2006, p.20)
  • 28. 17 O sexo é bom para a saúde. Quem tem três vezes relações sexuais por semana, queima em um ano a mesma quantidade de calorias que se consome em 130 quilômetros de corrida. A prática do sexo permite libertar hormonas a inteligência e o sistema imunológico, fortificando neste caso os ossos e o aumento da nutrição da pele. Quinto (2009) continua relatando que, outrossim, o sexo também alivia o estresse, aumenta a auto-estima, melhora o metabolismo, o humor, melhora a qualidade do sono, amplia a interação entre os casais ou pares, tal como afirma Ogden (2004, p.230) que “o sexo vem destacar ainda mais a interação, já que é um comportamento intrinsecamente interativo”. Segundo, Avanti (2007) apesar de todos benefícios acima citados, também acarretam muitos riscos para a saúde, tendo em conta o seu comportamento sexual, onde uma das causas é a de higiene sexual, principalmente do feminino que tem uma constituição anatómico-fisiológica mais vulnerável que a do masculino. Pois muitas adolescentes não têm a noção de como proceder a sua própria higiene pessoal. Ogden (2004) relata ainda que outra causa do sexo ser risco para a saúde, é a falta de prevenção, pois muitos adolescentes tanto do sexo masculino quanto do feminino, não gostam de usar preservativos em suas relações sexuais, alegando vários motivos: uns rapazes afirmam que com o uso do mesmo não se sentem bem nem tampouco realizados sexualmente, de igual modo algumas raparigas dizem e acrescentam ainda que lhes provoca uma certa comichão no canal vaginal e até mesmo alergia. Segundo Ogden (2004, p.230):
  • 29. 18 Deu-se recentemente uma outra mudança de ênfase na literatura sobre a sexualidade. Embora a investigação ainda ponha em relevo o sexo enquanto atividade, esta atividade tem vindo a ser cada vez mais considerada como uma atividade perigosa e de risco. Como consequência, o sexo é analisado em termos da promoção da saúde, educação para a saúde e autoproteção. Esta mudança resultou numa literatura psicológica sobre o sexo como risco, tanto no que respeita a evitar a gravidez, como no contexto da prevenção de DST/HIV. No entanto, o estudo do comportamento sexual não é simples, do ponto de vista psicológico, uma vez que representa um problema para os psicólogos – um problema de interação. Para Kiura et al (2005) o outro maior risco do sexo para a saúde, é a gravidez na adolescência ou gravidez precoce, e as doenças venéreas tais como: Gonorreia, Sífilis, Herpes, Clamídia, cancro mole etc. ora, o termo doenças venéreas, os técnicos de medicinas e de saúde, acharam por bem, ao invés de designarem de doenças venéreas, o melhor é a designar de DTSs o que significa, Doenças de Transmissão Sexual ou mesmo DST Doenças Sexualmente Transmissíveis, pois este é o conceito mais amplo, não abrangendo somente as doenças transmitidas por contato sexual, mas incluindo também outras que se podem transmitir por situações higiénicas, tal como já se fez menção acima. Kiura et al (2005, p.86) esmiúçam que: Qualquer doença que possa ser transmitida por contato sexual é uma doença sexualmente transmissíveis (DST). Há uma surpreendente diversidade de DST que podem causar graves problemas à saúde humana, muitos das quais ainda não eram reconhecidas como DST, apenas há uma década. Tordjman et al (2005) esclarece que, entre as doenças de maior transmissão sexual, entre parceiros de sexos opostos, é a gonorreia que é causada por um
  • 30. 19 germe denominado gonococos, com maior probabilidade de se manifestar num intervalo de três a seis ou sete (3-7) dias logos após a relação sexual com a pessoa infectada. A mais perigosa doença é a Sífilis, causada por um germe denominado treponema pallidum. Esta foi a doença mais mortal antes do surgimento da SIDA que se considera hoje como a maior calamidade no campo epidemiológico mundial. 2.2 Consequências Somáticas e Psicológicas do Portador de HIV/SIDA Segundo Sumbelelo (2006) entre as doenças de transmissão sexual que já surgiram no quadro epidemiológico mundial, aponta-se a SIDA como a mais perigosa. Pois desde o seu surgimento até agora já dizimou milhões de pessoas e até agora continua cada dia que passa. Entre os quatro continentes do mundo, tem a maior taxa de prevalência na África, onde com a taxa de pobreza encontrada, continua se expandindo cada dia mais. Os Bispos de Angola e São Tomé apud Sumbelelo (2006, p.25), afirmam que: A pobreza caminha de mãos dadas com o HIV-SIDA, podemos mesmo dizer que “a pobreza é irmã gémea” do HIV-SIDA. Nalguns Países, a sul do deserto de Sahara, as estimativas indicam que o número de pessoas que vivem em “estado limite da pobreza”, 5% delas resulta infectado pela epidemia. Para INLCS/Angola (2010) há mais de trinta anos, não se referia à essa pandemia a nível do mundo, pois, marca o seu surgimento nos fins do século XX e com maior expansão e índice de mortalidade elevada no século XXI, sendo assim considerado como a doença do século. Isto é, a SIDA foi reconhecida em meados
  • 31. 20 do ano de 1981 nos Estados Unidos, a partir da identificação de um número elevado de doentes adultos do sexo masculino, homossexuais. Quanto a causa da mesma, não é tão bem esclarecida, porém existem duas grandes teorias que sustentam a etiologia ou seja origem do vírus e da doença tal como salienta Sumbelelo (2006, p.21): É muito difícil hoje dizer com exatidão qual é a verdadeira origem desta terrível doença. Existem muitas teorias e também é verdade que à volta destas há uma grande discussão. Destas tantas teorias, duas delas dividem o mundo dos cientistas: a Cut hunter theory que catalisa a atenção de muitos cientistas e a Oral polio vaccine theory sustentada por poucos. Resumidamente, a primeira teoria defende que vírus do HIV se transmitiu ao homem por causa da mordedura do macaco ou chipanzé. A Oral polio vaccine theory, defendida pelo escritor Edwad Hooper, afirma ter sido um erro de laboratório na descoberta da vacina contra a pólio. Trata-se de teorias, que precisam de serem verificadas cientificamente, se bem que hoje o pêndulo incline mais para a primeira teoria, isto é que se combata este grande flagelo que a todos ameaçam, sem apontar dedos a ninguém como culpado. Tordjamen et al (2005) escreve sobre HIV/SIDA que, a sua via de transmissão, não é somente pela sexual, mas também pelo contato ou uso de instrumentos cortantes diversificados, não esterilizado. No entanto, Angola é um país na África austral que não está fora do mesmo problema como é o caso dos outros países africanos. Esmiuça o INLCS (2010, p. 4): No nosso país, os primeiros 4 casos de SIDA foram diagnosticados em 1985. Até 2009 foram notificados ao Ministério da Saúde, um total cumulativo de 57.045 de um total de 207.869 estimados. Desde então, tem-se verificado um aumento exponencial dos registos de casos de VIH.
  • 32. 21 A taxa de prevalência nacional do VIH na população adulta dos 15 anos 49 anos é de 2,1%, porém, é importante notar que as taxas variam entre 7,4% na província do Cunene a 0,8% na província de Malange. Realça Reveirón (2006) que a HIV/SIDA, é uma pandemia que atordoa o portador, a família, a sociedade e o mundo todo em geral, pois desfigura o seu portador quando esta não for detetado a tempo e horas, a fim de começar o mais cedo possível os possíveis tratamentos por anti-retrovirais e adequar-se ao tipo de alimentação recomendada. Para Sumbelelo (2006, p.25) “a sida tem um forte impacto sobre os diversos setores da “nossa aldeia”, criando consequências negativas para a família, para a sociedade e também para a própria economia”. Segundo Ogden (2008) através da Psicologia da Saúde, o psicólogo tem o papel de ajudar o soropositivo ou o portador de HIV, a enfrentar as circunstâncias do âmbito psicológico que se fazem sentir, leva-lo a autoconfiança, autoestima, etc., e ajudá-lo a sair da depressão. Blumenfirld e Tiamson-Kassab (2010, p.179) afirmam que: Quando um indivíduo é diagnosticado com HIV, ele passa por estágios bastante similares àqueles já descritos na abordagem do câncer e da morte. Durante a crise inicial, ele apresenta emoções intensas. Entra em choque, sente raiva, medo e a negação costuma ser forte. Não é incomum que um paciente apresente descrença no diagnóstico inicial e solicite repetição dos exames e segundas opiniões. Esses pacientes podem não ser capazes de assimilar e compreender o que lhes está sendo revelado. Quando a negação passa, ele sente sofrimento e raiva.
  • 33. 22 2.3 Prevenção e Ajuda Psicológica sobre o Contágio da Doença (HIV/SIDA) Para INLCS/Angola (2010) o HIV/SIDA, até agora é considerada perigosíssima, pois, ainda não tem cura, mesmo tendo sido avançado boas investigações quanto a prevenção e cura da mesma. Sua prevenção está relacionada com o modo individual do comportamento sexual de cada pessoa e por outro, o cuidado a ter com os objetos ou instrumentos cortantes não esterilizados. Dos resultados da 19ª C I S (2012) Entre os dias 22 e 27 de Julho, aconteceu em Washington a 19ª Conferência Internacional de Aids. Nos cinco dias de evento, 23,767 participantes de 183 países se reuniram para discutir as principais questões que envolvem a pandemia, além de apresentar estudo sobre os novos métodos de prevenção e cura. Segundo concluir os organizadores do evento, o fim de Aids será possível se houver continuidade dos investimentos financeiros e dos compromissos políticos e científicos. Tordjman et al (2005) alertam que, deve-se lembrar que o HIV/SIDA não tem escolha de idade: criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso; sexo: masculino ou feminino; raça: branco, negro ou outra; religião: católica, protestante, islão, budismo etc.; partido político: democrático, socialista etc.; classe social: governantes ou governados; nível financeiro económico: rico ou pobre; etc. Têm a maior probabilidade de contágio pelo ato sexual todos aqueles que mantêm relações sexuais desprotegidos, com um ou mais de um parceiro. Para tal, deve-se primar pelo uso de preservativos, ou mesmo até a fidelidade e abstinência sexual e ter cuidados com matérias metálicos ou instrumentos
  • 34. 23 cortantes não esterilizados, nos salões de belezas, nos hospitais ou postos médicos, barbearia, etc. (TORDJMAN et al, 2005) Para o INLCS/Angola (2010) por enquanto, não existe melhor forma de prevenção senão cumprir com as regras, estabelecidas pelo INLCS de Angola, tais como: o uso de preservativos, a fidelidade sexual e a abstinência sexual, para bem- estar físico e psicológico do adolescente que se prepara para ser adulto, a fim de estudar a vontade, ter emprego e criar uma família, só assim que dará a sua contribuição para o desenvolvimento do país. Sumbelelo (2006, p.31) chama atenção para “prevenir-se quanto antes. É bem certo e atual o ditado: “prevenir, e melhor do que remediar”. A estrada para a prevenção passa obrigatória e necessariamente pela “educação” ”. Para Gubits e Guimarães (2007) o profissional de psicologia tem o papel de auxiliar os adolescentes a se prevenirem do HIV/SIDA, a fim de evitar os possíveis males que ele provoca para com a humanidade. Também, ajudar aqueles indivíduos que de uma ou outra forma foram vítimas do contágio desta doeça, independentemente da forma do contágio. Segundo Ogden (2004, p.231) “as teorias do comportamento sexual, tanto no contexto da prevenção da gravidez como no contexto da prevenção de DTS/HIV e sida, ilustram as diferentes formas como os psicólogos têm tentado lidar com o problema da interação”. Bluemenfield e Tiamson-Kassab (2010), quanto ao portador de HIV/SIDA, frisam que, ajudá-lo a aceitar o seu novo estado de saúde, conscientemente e aderir o programa de aconselhamento, para que saiba como lidar com o seu novo estado de saúde, começar com tratamentos de antirretrovirais, saber fazer exercícios e a
  • 35. 24 tomar alimentos adequados, para o seu bem-estar. Outrossim, esclarecer que, o portador de HIV, não é ainda necessariamente um doente de SIDA, uma vez que adira ao tratamento, chega a não se manifestar, e que possa continuar com a sua vida, sem muitos problemas desde que respeite os conselho do médico ou do psicólogo. Em consonância com Ogden (2004, p.361). A psicologia também pode ter um papel a desempenhar na suscetibilidade do indivíduo à exposição ao HIV. Vários estudos examinaram a possibilidade de que nem todos os indivíduos que entram em contato com o HIV se tornam seropositivos, sendo sugeridas várias razões para isso (2004, p.361).
  • 36. CAPITULO III GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E O PAPEL DA PSICOLOGIA DA SAÚDE NA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO SEXUAL 3.1 Causas da Gravidez na Adolescência Segundo Oliveira (2006) a gravidez na adolescência é entendida como a que ocorre na adolescente de 10 aos 17 anos, pois os órgãos reprodutores ainda não se encontram bem consolidados, ela pode ser desejada ou indesejada. Geralmente, ocorre logo após a menarca (primeira menstruação), desde que se acompanha a ovulação. Reverón (2007, p.12) explica que “a OMS, carateriza a gravidez na adolescência a partir dos parâmetros etários como aquela que ocorre na faixa etária dos 10 aos 19 anos de idade, não é homogéneo” Segundo Lores (2012) todavia, a gravidez na adolescência está a tornar como se tratasse de moda, ou trofeu para adolescentes, fundamentalmente as de 12 a 14 anos de idade, deste modo a tal prática, preocupa as autoridades de saúde angolanas, na luta contra a redução da gravidez na adolescência ou precoce. Faz-se referência das causas da gravidez na adolescência, eis aqui as principais: o divórcio
  • 37. 26 dos pais, o estupro ou violação sexual, a falta de educação sexual, etc. Segundo Graham e Dormon (2007, p.21) “Identifiquei alguns fatores que contribuíram para isso: a negligência de seu pai e o buraco que o divórcio deixara em seu coração, o qual ela tentava preencher procurando amor em todos os lugares errados”. De acordo com Bennett e Murphy (1999) a Psicologia da Saúde (PS), tem o papel de contribuir, na promoção da saúde psicológica da Adolescente grávida e não só, sua intervenção de acordo com o seu estado clínico e do feto e a prevenção de certas doenças crónicas ou graves infeto-contagiosas da mãe para o bebé, no caso de corte de transmissão vertical. Por isso a PS tem o papel mais do que prevenir fazer a manutenção e a promoção da saúde pública. Segundo Matarazzo (1980) apud Ogden (2007, p.27): A Psicologia da Saúde consiste no conjunto de contribuições educacionais, científicos e profissionais, específicos da psicologia, para a promoção e manutenção da saúde, a prevenção e tratamento das doenças, na identificação da etiologia e diagnóstico relacionados à saúde, à doença e às disfunções associadas, bem como no aperfeiçoamento de políticas da saúde (2007,p.27). 3.2 Consequências de Gravidez na Adolescência Freitas e Agostinho (2008) explicam que a gravidez na adolescência, não é somente traumatizante a adolescente ou ao adolescente, mas também para a família e para a sociedade inteira, pelas implicações que envolve. Essas implicações vão desde o primeiro momento da gravidez, durante, o parto até no estado puerperal. Entre tanto, as consequências podem ser categorizadas em: biológicas, psicológicas ou emocionais e sociais. Segundo Lores (2012, p.3) “essas
  • 38. 27 consequências podem ser apresentadas em três grandes categorias: 1) consequências biológicas, 2) psicológicas ou emocionais e 3) sociais”. Consequências biológicas: Tordjaman (2005) explicar que, pelo fato do organismo da mãe adolescente não estar ainda preparada anátomo-fisiológicamente de maneira aceitável para a reprodução, no momento do parto, muitas não conseguem ter êxito no canal normal de parto, daí tem-se a maior probabilidade de passar por uma intervenção cirúrgica (cesariana), ou poder ter problemas como rotura uterina, provocando uma hemorragia forte, capaz de matar a mãe adolescente, se não houver uma boa intervenção médica. Segundo Sprinthall e Collins (2008, p.435): As próprias mães adolescentes têm a maior probabilidade do que as mais velhas de vivenciarem uma gravidez e um parto difícil, apresentado índices mais elevados de toxemia e complicações com ela relacionados à anemia, peso ou posição irregular do feto e um prolongado trabalho de parto. Para Graham e Dormom (2007) as consequências biológicas, não somente começam ou terminam somente com a mãe, mas também inclui o bebé, que é um ser tão frágil, indefesa que precisa de muitos cuidados, que as vezes a mãe adolescente primípara não consegue lhe dar logo, a primeira instância. São inúmeras situações, que aumentam a taxa da mortalidade infantil, quase por todo o mundo com maior incidência em países pobres e/ou na via do desenvolvimento. Para Rollet (2007, p.61): Poderá ser útil analisar a mortalidade infantil se fundo as suas várias componentes distingue-se a mortalidade neonatal (morte no primeiro mês), extremamente sensível às condições da gravidez e do parto e mal formações, e a
  • 39. 28 mortalidade pós-natal (morte ocorrida entre o primeiro mês e o 12º mês), mais sensíveis ao ambiente, aos comportamentos e as doenças infeciosas... Consequências Psicológicas ou Emocionais Afirma Reveirón (2006) que a gravidez na adolescência acarreta muitas consequências psicológicas ou emocionais, pelas dificuldades do tempo de gravidez, tais como: depressão, estresse, frustração, conflito, raiva, recusa, complexos de culpa e de inferioridade, pelo seu novo estilo de vida cheio de responsabilidade que vai carregar durante os nove meses de gestação. De acordo com Lores (2012, p.3): Concernente, as consequências psicológicas ou emocionais, tem-se a dizer que, a adolescente grávida enfrenta um momento de crise psicológica e emocional, na medida em que, vai vivenciando inúmeras dificuldades ao longo do tempo da sua gestação. Nomeadamente: depressão, stress, conflito, frustração, baixa estima etc. As adolescentes sentem-se culpadas de tudo, achando que o mundo está prestes a desabar ao seu lado, cheias de vergonha e de receio de contar para suas amigas mais próximas. Sendo assim, começa a viver um mundo cheio de interrogações, podendo até provocar uma depressão profunda. Afirma Pommé (2006, p.17) que “ todas adolescentes fazem-se secretamente a mesma pergunta. O que posso dizer para todas as amigas é que gravidez é uma etapa de muitas transformações e angústias, e dificilmente as pessoas confessam isso, pois se sentem erradas e culpadas”. Consequências Sociais Segundo Freitas e Agostinho (2008) são tantas as consequências na vida social de uma adolescente grávida, partindo, no entanto, na situação escolar, pois
  • 40. 29 muitas abandonam a escola, pela vergonha de colegas e de outras pessoas, há muito insucesso escolar, na medida em que, a adolescente grávida só pensam mais nas responsabilidades que vem carregando nos últimos dias ou meses, fazendo neste caso com que haja muito insucesso escolar, pela preguiça e sono constante provocadas pela gravidez. A fuga à paternidade, que para Graham e Dermon (2007) é mais um fenômeno que se atormentam à sociedade, onde o rapaz (adolescente), pelo fato de não estar preparado para ser pai, põe-se em fuga e abandona toda a responsabilidade pela rapariga (adolescente) com a sua família. Quando na verdade os adolescentes deveriam crescer, amadurecerem, estudarem, terem emprego, casa e depois se casarem e esperarem filhos. Sprinthall e Colinns (2008) a adolescente deve ter sempre em conta, as vezes tudo pode aparecer fora do controlo mas deve lembrar-se que, está sob controlo de algo muito importante que fez viragem da página da sua vida, isto é, cuidar do bebé que se vai desenvolvendo no seu interior. De acordo com Grahm e Dermon (2007, p.71): A mãe da mãe biológica deve, desde o início, perder duas coisas realmente importantes. Primeiro, ela e a filha encaram essa gravidez precoce ou na adolescência de duas perspetivas totalmente diferentes. A mãe biológica não tem noção do que espera, enquanto a sua mãe olha para isso como uma mulher mais madura que já teve filhos e os criou. Em relação aos abortos, de acordo com Tonet (2011) depois que a adolescente notar a irresponsabilidade do rapaz de querer fugir da situação, ela frustra-se, entra em conflito consigo mesma, com o rapaz e com a própria gravidez, Daí surge o conflito, entre o continuar grávida e/ou abortar, para que se livre da
  • 41. 30 responsabilidade que lhe é deixada, surge então, o estresse. Para Tonet (2011, p.130) “o aborto traz solução imediata para o problema, mas também pode trazer arrependimento, remorso, culpa, e sentimento de perda”. Segundo Kiala (2004) o aborto pode ser espontâneo ou provocado; mas nestes casos geralmente os abortos são provocados premeditadamente, mas como consequência, esses abortos podem trazer muitas complicadas na vida futura da adolescente, podendo até perder a fertilidade. Freitas e Agostinho (2008, p.100) afirmam: Os abortos realizados em domicílios por pessoas inexperientes e em condições deficientes de assepsia podem provocar graves complicações, tais como: intoxicação do organismo, hemorragia, infeções que por vezes terminam na infertilidade ou morte da mãe. Em Angola, o aborto voluntário é proibido pela lei, pois é uma pessoa em formação e desenvolvimento, segundo a Lei Constitucional (2010, p.15) “ o estado respeita e protege a vida da pessoa humana, que é inviolável” Afirma Tonet (2011, p.129): O aborto é a interrupção voluntária ou involuntária da gravidez. A Lei Angolana condena-o em qualquer circunstância. Nos últimos anos, o aumento exponencial do número de casos tem crescido com a proliferação de casebres onde se pratica em péssimas condições de salubridade. As implicações psicológicas e sociais não se fazem esperar. É um problema de saúde pública que merece um amplo debate. Porém das várias razões que levam os adolescentes a prática de abortos, alguns deles são: problemas financeiros (qualidade de vida inadequada/ pobreza), problemas sociais (ser nova de mais para mãe ou ficar fora da moda), problemas
  • 42. 31 psicológicos e/ou emocionais (o complexo de culpa, baixa auto estima, frustração, complexos recusa), rompimento da relação amorosa, medo de interrogatório dos pais etc. (TONET, 2011). Segundo Pimenta (2010, p.144): Nos dias de hoje temos observado comportamentos socio-afetivos que expressam uma inversão da pirâmide das necessidades dos jovens. Senão vejamos: tendencialmente os adolescentes, primeiro, engravidam- se, a seguir casam-se, depois pensam em ter casa, seguidamente consideram trabalhar para sustentar o lar; com o passar dos anos, pensam em estudar para adquirir habilitações literárias que lhes permitam arranjar “um bom emprego que lhes garanta um salário” compatível com suas necessidades. É, por excelência, a pirâmide invertida das necessidades humanas, preconizada pelo conceituado psicólogo social e humanista Maslow. 3.3 Gravidez na Adolescência e o Acompanhamento Pré-natal Segundo os Profissionais do C.M.I.H.P.U (2012), toda a gravidez precisa de um acompanhamento médico e psicológico em Hospital ou Centro Materno Infantil, de modo que os médicos averiguam o estado do feto no ventre e o psicólogo a ajudar a futura mãe a aceitar a maternidade como um dom natural da mulher. Realmente algumas adolescentes, na realidade angolana, na primeira gravidez não aceitam frequentar a Hospital ou Centro Materno Infantil, pela vergonha de ser vista e descoberta que está grávida. Segundo MGSS (2006, p.8) o... Acompanhamento médico pré-natal é um programa completo de exames e avaliações de rotina espera-a durante a gravidez, desde a ecografia inicial às consultas de rotinas nas últimas semanas antes de nascimento. Há algumas decisões que podem tomar, no que diz respeito
  • 43. 32 às opções do acompanhamento pré-natal. Porém, se a sua gravidez se revelar de alto risco, será acompanhada muito de perto. Afirma Bachs (1999) que como consequências, muitas crianças nascem com problemas mentais e de visão, ou outros tais como: as más formações congênitas, células falciformes enfim, pelo fato da mãe adolescente não ter tido o acompanhamento médico e psicológico pré-natal, durante o período de gravidez. Segundo Parise (2012) gerar um bebê é uma grande responsabilidade, para os pais adolescentes, visto que altera o plano da vida dos mesmos, tornando-os mais responsáveis, pelo bebê e não incumbirem a responsabilidade aos seus pais que são os avós do bebé. O MGSS (2006) afirma que só com o respectivo acompanhamento, os médicos conseguem ajudar a gestação da adolescente no sentido de tomar todas as vacinas necessárias, fazer todas as consultas de saúde materna, podendo também realizar o corte de transmissão vertical caso a mãe adolescente tenha sido infectada pelo virus do HIV/SIDA. Também podem fazer ecografias para o conhecimento antecipado do estado do feto, conseguindo até calcular a data provável do parto etc. Ainda para o MGSS (2006, p.122): A gravidez implica uma série de exames, não só para mulher saber, logo de início, se está realmente grávida, mas também para controlar o estado de saúde da gestante e do seu bebé. Os resultados são registados no boletim de saúde da grávida, que será provavelmente aconselhada a ter sempre consigo. Poderá, por conseguinte, ser útil saber o que esses resultados significam.
  • 44. 33 Segundo Bachs (1999) deve-se ter em conta a alimentação da gestante, ela deve ser adequada, ao longo da gravidez, isto é, deve tomar alimentos ricos em vitaminas: B,C e D e outras vitaminas, pois sem estes há maior probabilidade de se haver mal formações congénitas. Segundo o mesmo autor, o acompanhamento pré-natal deve começar desde o início da gravidez, para que se possa tratar e prevenir certas doenças oportunistas e contagiosa tais como: (varíola, varicela, sarampo, papeira, etc.). Esmiuça Bachs (1999) que a mulher grávida (adolescente) deve saber que é contra indicado tomar medicamentos fora da prescrição médica ou de um técnico da saúde (enfermeiro/médico); também deve saber que, é proibido frequentar lugares de muito barrulho (discotecas, e outras festas com música alta), deve evitar viajar muito em regiões com temperaturas ou climas diferentes, deve ainda evitar exposição ao raio X; etc.. Estes e outros fatores podem alterações e comprometerem o bom desenvolvimento físico e psicológico do feto. 3.4 Educação Sexual na Família Segundo Avanti (2007) a família é a instituição vocacionada, para a educação de base de qualquer indivíduo antes de ir para escola, a fim de desenvolvê-la e torná-la mais sistematizada. Por isso, se pode elucidar o papel da família na educação dos seus membros partindo, no seguinte silogismo, a educação começa na família, ora a educação sexual é edução, logo ela deve começar na família. Assim se pode afirmar que, a educação sexual no seio da família deve começar a
  • 45. 34 partir do nascimento, respeitando todos os seus estágios de desenvolvimento humanos. De acordo com Macário apud Avanti (2007, p.15) “ a função educativa cabe em primeiro lugar e sobretudo aos pais; ela não pode ser delegada a terceiros e deve ser exercida em tempo integral”. Segundo o relatório de monitoragem dos indicadores da UNGASS (2006) apud PND (2007, p.15), Os principais determinantes socioculturais da epidemia em Angola são os tabus e tradições sexuais, status da mulher com fracas habilidades para negociação na relação sexual, dependência económica, recurso ao sexo comercial, recurso ao sexo contra vantagens, resistência social ao uso do preservativo, baixo acesso à educação, início precoce da vida sexual, atividade sexual intergeracional, baixa qualidade dos serviços de saúde. Os determinantes de natureza individual são: o não uso do preservativo, múltiplos parceiros, a falta de acesso aos serviços de saúde, vulnerabilidade às DST, falta de informação pessoal. 3.5 Educação Sexual na Escola Para Alexandre (2010) a escola é a instituição vocacionada, para complementar a educação que se recebe da família nos primeiros anos de socialização infantil, onde a criança aprende a ler e a contar e não só também a fazer contas, etc. Segundo Malagodi e Braga (2006, p.167): A escola seja ela pública ou privada, pode realizar um significativo papel na construção da personalidade das pessoas ao atuar como coadjuvante de uma instituição maior, a família, sem a qual as sociedades não sobrevivem. Nos moldes atuais, se torna bastante
  • 46. 35 questionável aqui nos referimos à formação da sexualidade. Pommé (2006) esclarece que a escola considera-se como a segunda casa e tem os professores como pais, pois eles conseguem responder quase todas as suas questões da vida em geral e da vida sexual em especial, para o desenvolvimento integral da sua personalidade. 3.6 Educação Sexual na Mídia Segundo Canova et al (2005) e Oliveira (2006), a mídia tem promovido, muitos programas educativos, tanto na TV, rádio, jornais, livros, CDs, DVDs, internet etc., apesar do seu outro lado, pois que a televisão em particular hoje, apresenta muitas informações desmedidas. Mas realmente não será esse o caso que fará com que as pessoas concluam que a televisão pela sua exposição da nudez feminino, que tanha destruído os padrões culturais dos outros povos ou das outras sociedades. Assim se carateriza que a mídia em geral e a televisão em particular como um meio que hoje em dia todo o angolano tem acesso, tem duas facetas: serve para educar por um lado e deseducar por outro. Segundo Oliveira (2006, p.55) “o poder de sugestão da mídia é muito envolvente. Nem todos adolescentes sabem escolher entre o certo e o errado”. 3.7 Métodos Anticoncepcionais com Vista a Prevenir-se da Gravidez Precoce Tal como afirma Malagodi e Braga (2006, p.184) “na face da terra, o ser humano é a única criatura capaz de fazer livremente a sua escolha consciente do bem, seja do próprio ou alheio, seja individual ou coletivo”.
  • 47. 36 Todavia, são vários os métodos contraceptivos que podem ser usados com vista a ajudar, aqueles adolescentes já têm a vida sexual ativa, possam usar para poder reduzir o risco pela saúde contra as várias doenças de transmissão sexual e de gravidez precoce fundamentalmente. Tordjman (2005, p.58) afirma sobre os anti- conceptivos que “para evitar que isso aconteça devem recorrer a processos que impedem a fecundação: são métodos anticoncepcionais”. Malagodi e Braga (2006) apresentam os métodos anticoncepcionais categorizados em três grupos: 1) Métodos de barreira: a) preservativo e b) Diafragma; 2) Métodos comportamentais: a) Calendário, tabelinha ou ovulação e b) Coito Interrompido; 3) Métodos hormonais: a) Pílulas. Esmiúça Tordjaman (2005, p.58) que: Existem três grandes grupos de métodos contracetivos (ou anticoncecionais): 1 – Os chamados “naturais”, porque não necessitam de nenhum instrumento particular nem do uso de medicamentos; 2 – Os métodos mecânicos, que implicam a utilização de preservativos ou da colocação do DIU; 3 – A contraceção hormonal, ou seja, a pílula. De acordo com Malagodi e Braga (2006) e Avanti (2007), portanto, todos os métodos acima expostos, são da escolha do próprio adolescente, visto que, já tem uma vida sexual ativa, não se deve proibir senão, lhe educar sexualmente como prosseguir com a sua própria vida. No entanto, estes métodos ajudam de certa medida a evitar situações como a de gravidez na adolescência e das doenças de transmissão sexual. Ora, os métodos expostos, não são somente os existentes mas, os achados adequados, para o uso normal nos adolescentes. Segundo dados do INLS apud PND (2007, p.79):
  • 48. 37 A distribuição de preservativos em Angola foi iniciada no ano 2000. A partir de 2005, os projetos angolanos aprovados pelo Fundo Global para Malária, SIDA e Tuberculose contribuíram para a ampliação do acesso aos preservativos (além de melhorar a sistemática de compra de medicamentos ARV e a capacitação de equipas interdisciplinares).
  • 49. CAPITULO IV QUALIDADE DE VIDA DA MÃE ADOLESCENTE 4.1 Perda de Oportunidade de Bons Empregos Segundo Freitas e Agostinho (2008) muitas mães adolescentes perdem as chances de conseguirem bons empregos, pelo fato de serem jovens com responsabilidades extremamente excessivas, para trabalhar em determinadas áreas que o emprego ou a empresa lhes proporciona. De tal forma que, a mãe adolescente vai perdendo cada vez mais a possibilidade de uma formação e emprego desejável, que exprime a sua boa qualidade de vida. De acordo com Pommé (2006, p. 22) os adolescentes estão “sem perspetiva profissional, em função da grande dificuldade de oportunidades que a nossa sociedade enfrenta”. Leal (2008) define a qualidade de vida (QV), como sendo, a melhoria de condições de vida satisfatórias para as populações de diferentes níveis sociais, económicas, etc., garantindo o seu bem estar-estar, com a facilidade de habitação,
  • 50. 39 alimentação, vestuário, educação, saúde, segurança, felicidade, realização pessoal, lazer, oportunidades sociais, transportes, energia, água potável, comunicação etc. Segundo OMS (1999) apud Fleck et al (2010, p.210) “a QV como a perceção do indivíduo sobre seu bem estar nos níveis físico, emocional, psicológico, espiritual, mental, social e ambiental, considerando o contexto cultural e sistemas de valores”. Conforme Bernal (2010) a questão de emprego para jovens, hoje em dia, é a maior dor de cabeça, tanto para o governo quanto para a própria juventude, pois existem muitos jovens que terminaram o ensino médio e até superior, mas não conseguem emprego, na área pela qual se formou ou desejava trabalhar. Muitos acabam optando por empregos fora da sua área de formação para sobrevivência. Segundo Bernal (2010,p.89) “na verdade, os processos de inserção têm resultados importantes para os jovens, porque em parte determinam sua carreira profissional, suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e seu bem-estar psicológico”. Conforme Graham e Dormom (2007) primeiro deve-se ter a formação, segundo o emprego, terceiro comprar uma casa (habitação) e depois em quarto lugar vem o casamento e só assim ter filhos. Para Pommé (2006,p.89): A partir do século passado, a mulher sai de casa para trabalhar, deixando a maternidade para mais tarde. As duas grandes guerras mundiais, a industrialização e a intensificação da dificuldade econômica levaram o adolescente da segunda metade do século a se preparar para o de trabalho e não pensar em casamento antes dos 25 anos”.
  • 51. 40 4.2 Excessiva Responsabilidade pelo Bebê Para Sprinthall e Collins (2008) ter filho não é pouca responsabilidade tanto para o pai adolescente quanto para a mãe adolescente, na medida em que, eles têm a obrigação social de viverem juntos, para que possa criar o seu filho nas melhores ou pobres condições possíveis. É a fase em que muitos adolescentes põem-se em fuga abandonando toda a responsabilidade a mãe adolescente, e como só ela não é capaz de dar solução a todos problemas de maternidade, os pais da mãe adolescente que são os avós, assume a responsabilidade de paternidade e maternidade do bebé, e ele acaba crescendo como se fosse irmão ou irmã do seu próprio bebé. Segundo Pommé (2006, p.65) “para os homens, o filho interfere em sua vida após o nascimento e as mudanças não são tão profundas, pois cabe às mulheres o cuidado com bebê”. Rollet (2007) afirma que, a responsabilidade é máxima para o cuidado do bebê, pois é um ser muito frágil, que requer muitos cuidados primários. Também os estudos afirmam que a taxa de mortalidade infantil de bebés filhos de mães adolescentes solteiras com idade abaixo de 15 anos é mais elevado do que de outros adolescentes de idade superior a 15 anos, como se não bastasse, do modo geral essa taxa é sempre mais elevado do que de bebés de mãe de idade compreendida de 20 a 34 anos de idade. Lores (2012, p.9) relata que as “mães adolescentes enfrentam muitos desafios ao criar os filhos”. Segundo Reverón (2006) muito dos filhos de mãe adolescentes, nascem com problemas mentais e comportamentais do que de mães de 20 aos 34 anos. Não só
  • 52. 41 as próprias mães adolescentes têm a maior probabilidade de terem muitas dificuldades ao longo da gravidez, partos difíceis, o peso e posição inadequada do feto, anemia, trabalho prolongado do parto, isso é no campo biológico. Esmiúça Reverón (2006, p.12) que “todo ano morrem no mundo centenas de milhares de adolescentes por complicações de gravidez e do parto, e a maioria dos casos acontece em países pobres ou em desenvolvimento”. Segundo Pommé (2006) no campo psicológico, verificam-se situações como depressão pós parto, angústia, desejo de suicídio, rejeição do seu próprio bebé; e social, muitas mães adolescentes deixa os seus próprios filhos na lixeira pelo fato de se sentir acabado a sua juventude, tem que trabalhar no duro para o auto-sustento e do bebé, daí sente que a sua juventude acabou, deve aprender a fazer as coisas mais seriamente do que fazia antes, para de encarar o mundo como uma mera fantasia mas sim como, mundo de responsabilidades sérias, pois que deve trabalhar, cuidar do bebé, estudar, etc. Segundo MA-AP apud Lores (2012,p.3) Os bebês de mãe adolescentes “costumam nascer abaixo do peso ideal, ter mais doenças infantis, ser mais suceptiveis à mortalidade infantil, receber cuidados médicos inadequados, sofrer mais com a fome e subnutrição, estar mais expostos à violência e ter um desenvolvimento mais lento comparado ao de bebés cujas mães têm mais idade”. De fato a probabilidade de filhas de adolescentes também engravidarem na adolescência é maior do que de jovens nascidas de mãe com mais idade. 4.3 Saúde Física e Psicológica da Mãe e do Bebé Segundo Freitas e Agostinho (2006) a saúde da mãe adolescente é tão frágil quanto do seu bebé, pois, ela precisa de muito apoio, dos seus familiares mais
  • 53. 42 próximos e não só, fundamentalmente do pai do seu bebé (marido se for o caso). Ela carrega um processo longo de gravidez, isto é, sustentando biológica e psicologicamente dois seres. Assim sendo, o bem-estar da mãe implica proporcionalmente o bem-estar do filho. Griffa e Moreno (2008, p.82) afirmam que “para a mulher, entre outras experiências, o parto está associada á separação e á dor, física e psíquica. Ela deixa o lugar de filha para assumir o de mãe converter seus pais em avós; ou seja, modifica a ordem de filiação”. Bachs (1999) e Ogden (2008) afirmam que toda mãe adolescente, requer cuidados, um tempo de repouso tal como qualquer outra mulher. Pois requer um bem-estar emocional e/ou psicológico, para a promoção e manutenção da sua saúde psicológica e/ou mental. Quando a mãe se sente emocionalmente bem, consegue transmitir essa afetividade ao seu filho e se estiver angustiado, de igual modo pode transmiti-la ao seu bebê. Para Griffa e Moreno (2008, p.110): Um aspeto fundamental da relação mãe-filho depende do desenvolvimento do segundo elemento, o filho; o outro aspeto, porém, está vinculado ao amadurecimento da mãe, aos cuidados maternos, às qualidades e mudanças da mãe para satisfazer às necessidades do filho. Tourrette e Guidetti (2009) afirmam que os dois meios ambientes do bebê devem ser preparados da melhor forma possível. São dois porque ele se divide em meio ambiente pré-natal e meio ambiente pós-natal, ou seja o meio ambiente intra- uterino e o meio ambiente extra-uterino. Segundo Bachs (1994, p.24) o meio
  • 54. 43 ambiente é “como o mundo de estímulos que rodeiam o ser vivo desde o momento da conceção até a sua morte”. Segundo Griffa e Moreno (2008) para o bem-estar da saúde física e psicológica do bebê deve-se ter em conta primeiro o meio ambiente pré-natal, que o feto depende diretamente da mãe, recebe o que a mãe comer ou beber, respirar, etc., e o meio ambiente pós-natal, isto é adaptar-se ao meio social. Bochs (1994, p.26) relata que “a presença afetiva da mãe no primeiro ano de vida da criança é a peça fundamental do desenvolvimento pós-natal”. Barros (2008) afirma que em relação ao meio ambiente pós-natal, deve-se assegurar que o bebê no seu primeiro contato social, receba os estímulos físicos, psicológicos, humanos e culturais. Barros (2008, p.55) acredita que “os psicólogos concordam sobre a grande importância da família na determinação de nossos traços da personalidade. Os pais e as condições do lar moldam a criança, em seus primeiros anos de vida”. Segundo Cória-Sabini (2010) na verdade a criança, precisa de estímulos suficientes ao longo do seu desenvolvimento, pois, para além dos reflexos inatos, com que ela nasce, já não sabe mais nada, precisa aprender tudo, e a principal agente da sua socialização é a mãe.
  • 55. CAPITULO V METODOLOGIA 5.1. Modelo de Estudo O trabalho foi realizado através de pesquisa descritiva e bibliográfica. Segundo Zassala (2012,p.42) “a pesquisa descritiva é a investigação que procura determinar a natureza e o grau de condições existentes”. Andrade (1995, p.87) define que “a pesquisa bibliográfica deve começar pelas obras de carácter geral: enciclopédias, anuários, catálogos, resenhas, abstract, que indicarão fontes de consulta mais específicas”. 5.2. Amostra O trabalho foi realizado no Centro Materno Infantil do Uíge, com os técnicos da Saúde e com as adolescentes grávidas que fizeram o seu acompanhamento pré- natal, no referido Centro, de Janeiro a Setembro de 2012. O total de adolescentes era de oitocentos e noventa e oito (898), sendo todas do sexo feminino. É nesse
  • 56. 45 universo onde se extraiu a amostra de 90 adolescentes grávidas, que é aproximadamente 10% do universo. No que concerne aos Profissionais da Saúde do referido centro, estes perfazem um total de 50 sendo 14 do sexo masculino e 36 do sexo feminino. No entanto, aponta-se como amostra dos profissionais da Saúde 10 técnicos, sendo 4 do sexo masculino e 6 do sexo oposto, o que corresponde a 20% da população. Tabela I – População E Amostra Profissionais de saúde Adolescentes grávidas População M F Amostra M F População M F Amostra M F 14 36 4 6 0 898 0 90 Total 50 10 898 90 Tabela II – Frequência Relativa e Percentual dos Profissionais da Saúde Idades População Amostra Fr (M) Fr (F) Fr (MF) Fr % M F T M F T 22 28 3 18 21 01 03 04 0,25 0,5 0,4 40 28 34 06 06 12 02 02 04 0,5 O,33 0,4 40 34 40 5 12 17 01 01 02 0,25 O,16 0,2 20  14 36 50 04 06 10 1 0,99 1 100%
  • 57. 46 Tabela III – Frequência Relativa e Percentual das Adolescentes Grávidas Atendidas de Janeiro a Setembro de 2012 no Centro Materno Infantil do Hospital Provincial do Uíge. Idades População Amostra Fr (M) Fr (F) Fr (MF ) Fr % M F T M F T 12 14 0 301 301 0 29 29 0 O,3 2 0,32 32 14 16 0 368 368 0 38 38 0 0,42 0,42 42 16 18 0 229 229 0 23 23 0 0,25 0,25 25  0 898 898 0 90 90 0 0,99 0,99 99% 5.3. Coleta de Dados Para a coleta de dados nesta pesquisa foi utilizado o questionário. Foi elaborado dois questionários diferentes - A e B. O questonário A foi dirigido ao corpo médico ou profissionais de saúde pré-natal e o questionário B às adolescentes grávidas. Ambos com 5 (cinco) questões fechadas em forma de afirmativas, cujas respostas poderiam ser: concordo plenamente, concordo, não tenho opinião a respeito, discordo e discordo plenamente. Segundo Doron e Parot (2001, p.635) “o questionário é o conjunto de questões redigidas e apresentadas segundo uma ordem precisa quer oralmente, quer por escrito, quer seja para recolher uma situação padronizada”.
  • 58. 47 5.4. Análise dos Dados A análise dos dados foi feita quantitativamente. Este tipo de análise refere-se ao conjunto de métodos quantitativos utilizados na análise e descrição de um fenômeno (INFOPÉDIA, 2013). Trata-se de uma análise mais objetiva, mais fiel e mais exata, visto que a observação é mais controlada do que na análise qualitativa.
  • 59. CAPITULO VI APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Os dados foram analisados em duas etapas, primeiro foi feita uma análise das respostas dos profissionais da saúde e depois foi feita uma análise das adolescentes. 6.1 Análise das Questões Dirigidas aos Profissionais da Saúde. Na primeira questão: a gravidez na adolescência tem sido uma das razões de abandono escolar. A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº 1. Tabela – 1 Gravidez na adolescência causa de abandono escolar. Técnicos De Saúde Concordo plenamente Concordo Discordo plenamente Discordo Não tenho opinião a respeito disso Total 10 03 30% 03 30% 2 20% 1 10% 1 10% 10 100%
  • 60. 49 Dos 10 Profissionais de Saúde inqueridos 4 masculinos e 6 femininos; três (3) responderam concordo plenamente com 30% três (3) responderam concordo, perfazendo 30%; um (1) respondeu discordo plenamente 10% dois (2) responderam discordo com 20%; e um (1) respondeu não tenho opinião a respeito, equivalendo 10%. Esta resposta está em concordância com Freitas e Agostinho (2008) que afirma que a gravidez na adolescência tem sido uma das rezões de abandono escolar. Pois, se a adolescente for estudante, a gravidez provoca quase sempre a interrupção dos estudos ou seja abando escolar. Na segunda questão: A qualidade de vida deficitária leva as adolescentes a ter precocidade sexual. A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº 2. Tabela – 2 Qualidade de Vida deficitária causa de Precocidade Sexual Técnicos De Saúde Concordo Plenamente Concordo Discordo plenamente Discordo Não tenho opinião a respeito Total 10 02 20% 02 20% 2 20% 03 30% 1 10% 10 100% Todavia, dois (2) responderam concordam plenamente com 20%; dois (2) responderam concordo, com 20%; dois (2) responderam discordo plenamente com 20%; três (3) responderam discordo, com 30% e um (1) respondeu não tenho opinião a respeito com 30%. Esta resposta está de acordo com Abel (2009) que afirma que, a Qualidade de Vida deficitária, leva as adolescentes a ter precocidade sexual. Pois, o poder económico dos homens mais velhos é um apelo irresistível
  • 61. 50 para as meninas, que, em troca de roupas, carregadores para o telemóvel e uma mesada, oferecem os seus corpos e entregam o seu amor a que promete cuidar delas e das suas famílias e quando se engravidam acabam por ser abandonadas. Na terceira Questão: É necessária a presença de Psicólogos da Saúde para o aconselhamento de adolescentes grávidas e portadores de HIV/SIDA. A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº3. Tabela 3 – Necessidade de Psicólogos da Saúde para Aconselhamento Técnicos De Saúde Concordo Plenamente Concordo Discordo plenamente Discordo Não tenho opinião Total 10 07 70% 03 30% 0 0% 0 0% 0 0% 10 100% Três (3) responderam concordo plenamente, com 70%; três (3) responderam concordo, com 30%; ninguém (0) respondeu discordo plenamente, com 0%; Ninguém (0) respondeu discordo, com 0% e ninguém (0) respondeu não tenho opinião a respeito com 0%. Esta resposta está de acordo com Almeida e Tanaka apud Tostes (2009) que afirmam que é necessária a presença de psicólogos da saúde para o aconselhamento de adolescentes grávidas e portadores de HIV/SIDA. Pois para além da disponibilidade dos serviços médicos de acompanhamento pré- natal, os fatores psicológicos interferem no tempo com que a gestante busca o serviço de saúde para o início do acompanhamento. Na quarta questão: Todas as adolescentes grávidas frequentam o Centro Materno infantil do Hospital Provincial do Uíge para o acompanhamento pré-natal.
  • 62. 51 A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº4. Tabela - 4 Adolescentes Grávidas e o Acompanhamento Pré-natal. Técnicos De Saúde Concordo plenamente Concordo Discordo plenamente Discordo Não tenho opinião Total 10 03 30% 03 30% 02 20% 01 10% 10 10% 1 100% Três (3) responderam concordo plenamente, com 30%; três (3) responderam concordo, perfazendo 30%; um (1) respondeu discordo plenamente com 10%; um (1) respondeu discordo, com 10% e dois (2) responderam não tenho opinião a respeito com 20%. Esta resposta está em consonância com a ideia descrita no Manual de Gravidez Semana a Semana (2006) de que todas as adolescentes grávidas frequentam o Centro Materno infantil do Hospital Provincial do Uíge para o acompanhamento pré-natal. O acompanhamento médico pré-natal é um programa completo de exames e avaliações de rotina durante a gravidez, que vai desde a ecografia inicial a consultas de rotinas nas últimas semanas de nascimento. Na quinta questão: Tem vindo muitas adolescentes a solicitar os vossos serviços no que concernem os métodos anti-concepcionais. A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº5.
  • 63. 52 Tabela 5 – Adolescentes e os Métodos Anti-concepcionais. Técnicos De Saúde Concordo plenamente Concordo Discordo plenamente Discordo Não tenho opinião Total 10 06 60% 04 40% 0 0% 0 0% 0 0% 10 100% Seis (6) responderam que concordam plenamente com 60%; quatro (4) responderam concordo, 40%; ninguém respondeu discordo plenamente com 0%; nenhum (0) respondeu discordo perfazendo 0% e nenhum (0) respondeu, não tenho opinião a respeito 0%. Esta resposta vai de acordo com a ideia de Tordjaman (2005) que afirma que tem vindo muitas adolescentes solicitar os vossos serviços no que concerne os métodos anti-concepcionais. Para evitar que a gravidez na adolescência aconteça, devem recorrer a processos que impeçam a fecundação, isto é aos métodos anticoncepcionais. 6.2 Análise das Questões Dirigidas às Adolescentes Grávidas Na primeira questão: Os mídias (TV, revistas pornográficas, vídeos, internet etc.), através dos seus programas e conteúdos jogam influências na precocidade sexual. A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº1.
  • 64. 53 Tabela – 1 A Influência dos Mídias na Precocidade Sexual Adolescentes Grávidas Concordo Plenamente Concordo Discordo plenamente Discordo Não tenho opinião Total 90 45 50% 35 38,9 % 0 0% 03 3,5 % 07 7,8 % 90 100 % Quarenta e cinco (45) responderam concordo plenamente com 50%; trinta e cinco (35) responderam concordo com 38,9%; nenhum respondeu discordo plenamente com 0%; três (3) responderam discordo com 3,3%; sete (7) responderam não tenho opinião a respeito, com 7,8%. Esta resposta está em conformidade com o que afirma Oliveira (2006) que as mídias (TV, revistas pornográficas, vídeos, internet etc.), através dos seus programas e conteúdos influenciam a precocidade sexual. As bancas de revistas com fotos de mulheres nuas e rapazes semidespidos; livros, revistas, filmes, músicas e programas de rádio e de televisão que passam aos adolescentes a ideia de que não devem se reprimir e que o prazer do sexo é também para eles. Na segunda questão: Os adolescentes devem sempre usar preservativos antes de ter uma relação sexual. A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº2.
  • 65. 54 Tabela – 2 Adolescentes e o Uso de Preservativos Adolescentes Grávidas Concordo Plenamente Concordo Discordo plenamente Discordo Não tenho opinião Total 90 50 55,6% 40 40,4% 0 0% 0 0% 0 0% 90 100% Cinquenta (50) responderam concordo plenamente, com 55,6%; Quarenta (40) responderam concordo, com 40,4%; ninguém respondeu discordo plenamente com 0%; nenhum respondeu discordo isto é 0% e nenhuma (0) respondeu não tenho opinião a respeito 0%. Afirma Kiura et al (2005) que, os adolescentes devem sempre usar preservativos antes de ter uma relação sexual. Pois o preservativo é um dos métodos anticoncepcional mais eficaz no que concerne a prevenção da gravidez na adolescência ou indesejada, concomitantemente na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o vírus de HIV o causador da SIDA. Quanto a terceira questão: Muitas adolescentes procuram livrar-se da maternidade provocando abortos. A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº3. Tabela – 3 Adolescentes e os Abortos Adolescentes Grávidas Concordo Plenamente Concordo Discordo plenamente Discordo Não tenho opinião a respeito Total 90 40 44,4% 30 33,3% 0 0% 10 11,1 % 10 11,1 % 90 100 % Quarenta (40) responderam concordo plenamente com 44,4%; trinta (30) responderam concordo com 33,3%; ninguém (0) respondeu concordo plenamente
  • 66. 55 com 0%; dez (10) responderam concordo, com 11,1% e dez (10) responderam não tenho opinião com 11,1%. De acordo com Graham e Dermon (2007) e Tonet (2011) muitas adolescentes procuram livrar-se da maternidade provocando abortos. Pois o aborto traz solução imediata para o problema, mas também pode trazer arrependimento, remorso, culpa e sentimento de perda. A tal prática é condenável pela lei constitucional angolana, tudo porque, as implicações psicológicas e sociais não se fazem esperar. Na quarta questão: A abstinência sexual nos adolescentes é a melhor opção para prevenir-se da gravidez na adolescência. A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº4. Tabela – 4 A Abstinência Sexual nos Adolescentes e a Prevenção da Gravidez Adolescentes Grávidas Concordo Plenamente Concordo Discordo Plenamente Discordo Não tenho opinião Total 90 42 46,7% 38 42,2 % 02 2,2% 03 3,3 % 05 5,6 % 90 100 % Quarenta e dois (42) responderam concordo plenamente, com 46,7%; trinta e oito (38) responderam concordo com 42,2%; três (3) responderam discordo plenamente, com 2,2%; três (3) responderam discordo com 3,3% e cinco (5) responderam não tenho opinião a respeito perfazendo 5,6%. Oliveira (2006) e Prisil (2008) afirmam que a abstinência sexual nos adolescentes é a melhor opção para prevenir-se da gravidez na adolescência. A abstinência sexual é a privação premeditada de satisfação dos desejos sexuais, de modo a evitar certos problemas
  • 67. 56 consideradas nefastas a saúde, tais como a as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez precoce. Na quinta questão: A falta de educação sexual na família e na escola esteja na base da gravidez indesejada na adolescência. A partir da tabela que se segue é possível apresentar os dados obtidos na questão nº5. Tabela – 5 A Falta Educação Sexual como Causa da Gravidez Indesejada Adolescentes Grávidas Concordo plenamente Concordo Discordo plenamente Discordo Não tenho opinião Total 90 30 33,3% 45 50% 04 4,4% 06 6,7% 05 5,6% 90 100% Trinta (30) responderam concordo plenamente com 33,3%; Quarenta e cinco (45) responderam concordo com 50%; quatro (4) responderam discordo plenamente com 4,4%; seis (6) responderam discordo com 6,7 e cinco (5) responderam não tenho opinião a respeito com 5,6%. Esta resposta está em conformidade com Stonton e Jones (1999) que afirmam que a falta de educação sexual no seio familiar e na escola reflete na gravidez indesejada na adolescência. O objetivo principal dos professores, educadores sexuais e pais deve ser proteger os adolescentes da morte, das ruínas e desgraças da doença, da gravidez na adolescência, do aborto, da culpa e da devastação emocional.
  • 68. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos resultados alcançados na presente pesquisa pode-se concluir que, a mídia isto é, através dos programas de televisão, novelas, filmes pornográficos, revistas pornográficas, vídeos pornográficos na internet, diversos filmes com conteúdos eróticos, infuenciam a iniciação precoce das atividades sexuais por parte de muitos adolescentes. Os adolescentes, devem criar o hábito e o gosto de usar preservativos (camisas de venus), antes de qualquer relação sexual, pois, este não serve somente para prevenir-se da gravidez precoce ou na adolescência mas também das doenças de transmissão sexual. As adolescentes devem entender que, o aborto não é a melhor opção para não passar pela maternidade, mas sim, retardar as práticas sexuais mas se não conseguir se prevenir, deve aceitar a maternidade, no caso do rapaz a paternidade, mesmo sendo uma grande responsabilidade. Uma das melhores formas de se prevenir da gravidez precoce ou na adolescência, para aqueles que não usam preservativos, é a abstinência sexual, visto que, ela ajuda os /as adolescentes a crescerem e amadurecerem, sem nenhum risco de gravidez ou de qualquer doença de transmissão sexual; fazendo com que os adolescentes estudem ou se formem e consigam encontrar os seus melhores empregos possíveis. Muitas adolescentes, têm tido vergonha ou complexo de inferioridade de aparecerem grávidas diante dos colegas e/ou professores na escola, optando neste
  • 69. 58 caso, pelo abando escolar; quando realmente a gravidez, não pode ser um fator primordial que leva a adolescente a abandonar a escola. Do inquérito feito, admite-se que muitas adolescentes começam a atividade sexual muito cedo, prostituindo-se e consequentemente engravidando, pelo fato de ter uma qualidade de vida deficitária, e também para conseguir o que desejam, pois os pais não podem lhes dar o que querem, além de se sentir moça e precisar se apresentar bem diante dos amigos. A família e a escola têm a nobre função de educar os adolescentes sexualmente. Na realidade de Angola ainda existem aqueles pais cheios de preconceitos e tabus que acreditam ser asneira falar de sexualidade com os seus próprios filhos. Também se faz necessária a presença de Psicólogos de Saúde, nos Centros Maternos Infantis de Angola em geral e da província do Uíge em Particular, no que concerne o aconselhamento de adolescentes grávidas por um lado e portadores de HIV/SIDA por outro. Visto que, o Psicólogo da Saúde tem o papel de garantir a promoção e manutenção da saúde. Segundo Matarazzo (1980) apud Ogden (2007,p.18) “ a Psicologia da Saúde contribui para a promoção e manutenção da saúde, prevenção e tratamento da doença e disfunções relacionadas”. Pode-se concluir que no centro Materno Infantil do Hospital provincial do Uíge tem havido uma enorme afluência de adolescentes gravidas para o acompanhamento pré-natal, pois é fundamental para a saúde tanto do bebê quanto da mãe. Das respostas dos profissionais de Saúde do referido Centro, conclui-se que, tem havido pouquíssima solicitação, dos adolescentes no que diz respeito aos
  • 70. 59 métodos anti-concepcionais, isto é, para evitar a gravidez precoce ou na adolescência. Essa (palestra) foi a forma que se utilizou para esclarecer as adolescentes as causa e consequências da gravidez na adolescência; Informar os adolescentes sobre a responsabilidade e a Qualidade de Vida da mãe adolescente e Traçar medidas que visam educar sexualmente as adolescentes e a reduzir o índice de gravidez na adolescência. Das palestras realizadas no Centro Materno Infantil do Uíge, por duas vezes, com presença de 90 adolescentes grávidas que faziam o seu acompanhamento pré- natal, foram abordadas várias questões, que consistem em prevenir a precocidade sexual e gravidez na adolescência, as causas e as implicações da gravidez na adolescência e fundamentalmente, elucidar situações vinculadas as implicações e responsabilidades da mãe adolescente, onde as adolescentes puderam colocar as suas inquietações, no conhecimento profundo das suas situações, foram esclarecidas de acordo as questões colocadas Visto que a gravidez precoce em adolescentes, de Uíge em particular e de Angola em geral, já é uma preocupação da saúde pública. Na medida em que as suas consequências são de âmbito biopsicossocial e educativo, sugere-se que o Que o Ministério da Saúde através da Direção Nacional da Saúde Reprodutiva, crie uma base de dados sobre os resultados das gravidezes na adolescência e divulgar, os mesmos dados pela internet. Os Centros Maternos Infantis de Angola teriam o dever de enviar os dados a respeito da mesma, à Direção Nacional de Saúde Reprodutiva, pois o Ministério da Saúde Pública, é o órgão de Direto na prevenção e promoção da saúde público-
  • 71. 60 preventiva, das enfermidades que abalam os adolescentes, e também a prevenção da precocidade sexual e da gravidez na adolescência. Portanto, o presente trabalho será divulgado em congressos, palestras, revistas especializadas, na internet, transformá-lo em artigos e também será adaptado em linguagem de livro e ser publicado.
  • 73. 62 United States of America QUESTIONÁRIO DO TRABALHO FINAL DO CURSO DE MESTRADO EM PSICOLOGIA SAÚDE EDUCAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA, DIRIGIDO AO CORPO MÉDICO (PROFISSIONAIS DA SAÚDE) DO CENTRO MATERNO INFANTIL DO HOSPITAL PROVINCIAL DO UÍGE. Leva-se a cabo a pesquisa sobre a Análise sobre Precocidade Sexual e Gravidez na Adolescência em Angola. (caso do Centro Materno Infantil do Hospital Provincial do Uíge). Pede-se marcar com o “x”, nos quadradinhos abaixo, tanto no concordo plenamente, concordo, não tenho opinião a respeito, discordo e discordo plenamente, de acordo com a resposta achada conveniente, pois, o mesmo é anónimo. Sexo___________ Idade__________________ 1 – A gravidez na adolescência tem sido uma das razões de abandono escolar. Concordo plenamente Concordo Não tenho opinião a respeito Discordo Discordo plenamente 2 – A Qualidade de Vida deficitária, leva as adolescentes a terem precocidade sexual. Concordo plenamente Concordo Não tenho opinião a respeito AMERICAN WORLD UNIVERSITY LATIN AMERICAN DIVISION