Ecossistemas de empreendedorismo e inovacao

Ecossistemas de Empreendedorismo e Inovação:
o papel das Universidades
Alexandre Nabil Ghobril, PhD

A nova “economia” e os ecossistemas de
empreendedorismo e inovação
• Startups agora são desenvolvidas por
milhares de pessoas, ao invés de milhões
de dólares
• Temos agora uma indústria de
investimentos de risco mais madura e
capitalizada
• Empreendedorismo de startups
desenvolveu sua própria ciência de gestão
• Grande velocidade de adoção de novas
tecnologias pelo consumidor
Seminário de Inovação Instituto Valor – 10/nov/2016 - Alexandre Nabil Ghobril

O que as startups significam para o crescimento econômico e do trabalho?
nos últimos 28 anos, as startups foram responsáveis por toda a criação líquida de novos empregos nos EUA.

O que as startups significam para as estruturas de poder e para a sociedade?
todos os aspectos da sociedade estão sendo reinventados: governo, negócios, finanças, educação, saúde,
energia, tecnologia, arte e ciência.

A nova dinâmica das relações nos
ambientes de inovação
• Ideias em ambientes abertos x Segredo
• Fazer acontecer x Sonhar
• As relações humanas
• Diversidade
• Geografia única
• Mentores

Ecossistemas podem
influenciar a criação de
startups?
• Onde um empreendedor pode encontrar grande concentração de
diferentes de clientes e de mentores?
• Onde a cultura funciona tão profundamente que mesmo nos cafés as
pessoas negociam serviços em troca de equity na sua startup?
• O que certas localidades geográficas têm de especial para gerarem
concentrações dramaticamente mais altas de startups por décadas?

Boom de Aceleradoras, Co-Working e Eventos de
Empreendedorismo e Ambientes de Inovação

Startups de alto crescimento são muito
diferentes de outras empresas inovadoras
Quem preenche a lacuna para financiamento startups ealy-stage?
Anjos e Aceleradores.
• pouco capital e muita validação do modelo de negócios
• preparam para primeiro investimento, normalmente três meses após o término de seu
programa.
• Investem em termos de mercado, acesso a mentores e treinamento em um amplo
conjunto de assuntos relacionados

Os atores-chave nos ecossistemas de
empreendedorismo e inovação

Múltiplos papeis das Universidades
• Na oferta de cursos diversos, competições, projetos e eventos
com empreendedores
• Na disseminação de uma cultura empreendedora e do mindset
para a inovação
• No incentivo à participação dos alunos em projetos extra-
curriculares relevantes, que os fazem planejar e executar algo de
valor;
• Nas parcerias com aceleradoras, coworkings e outros agentes do
ecossistema mais ageis na transformação da ideia em inovação;
• Na oferta de programas de incubadoras, parques científicos e outras
iniciativas para criar, licenciar e comercializar a propriedade intelectual;
• Nas iniciativas de P & D que desenvolvem novas tecnologias e sua
conexão com o mercado.

A pesquisa aplicada para inovação tecnológica

E que mais é necessário para esse ecossistema
funcionar e ser atrativo a empreendedores?
• Sem um ambiente regulatório adequado, o ecossistema tem
dificuldade em estabelecer novas operações comerciais e
novas parcerias entre Empresários, Instituições Cívicas e
Cidadãos.
• Sem uma qualidade de vida adequada, o ecossistema luta
para recrutar talentos que as startups precisam ter sucesso.
• Sem um pensamento criativo adequado, o ecossistema é
incapaz de gerar as novas ideias necessárias para que as
startups possam abraçar novas formas de fazer negócios que
contraponham os modelos tradicionais existentes.
• Sem densidade adequada, o ecossistema não pode conectar
atores entre si de modo a formar uma rede coesa, fluida. Deve
haver oportunidades suficientes de sobreposição para
interação regular.

Fluidas, as redes abertas são o
elemento mais importante na
promoção de comunidades
vibrantes de
empreendedorismo
Porque conectam diversas partes
interessadas dentro de uma indústria e
eliminam lacunas culturais para permitir
uma colaboração eficaz
Uma visão mais ampla
do ecossistema

• Decidem onde viver com base em conexões pessoais e fatores
de qualidade de vida muitos anos antes de iniciar suas
empresas
• Valorizam um conjunto de funcionários talentosos mais do que
qualquer outro recurso relacionado a negócios que as cidades
possam oferecer.
• O acesso a clientes e fornecedores é o segundo recurso
comercial mais valioso que as cidades podem oferecer, de
acordo com esses empresários
• Raramente citam que baixas taxas e impostos ou baixa
burocracia como razões para iniciar um negócio em uma
cidade específica.
Fonte: Relatório da Endeavor baseado em entrevistas de 150 fundadores de empresas de alto crescimento nos Estados Unidos
Opinião de empreendedores em empresas de alto
crescimento (Estados Unidos)

Startup Compass, 2015

FONTE: US CHAMBER OF COMMERCE FOUNDATION, 2015
COMPARANDO ECOSSISTEMAS NOS EUA

Silicon Valley
• O Vale do Silício é a região ao sul de San Francisco, principal
referência mundial em termos de ecossistema empreendedor.
• O segredo do Vale é a facilidade de conectividade na rede. Os
empreendedores percebem a rede global como
significativamente mais forte do que em qualquer outra cidade.
• Apesar do desempenho de outra forma dominante da cidade,
alguns empreendedores citam baixos níveis de apoio de
instituições civis e empresariais.
• Outro fator citado foram os altos custos para atrair mão de obra
qualificada, o que dificulta a atração e retenção de talentos
pelas startups, aumentando sua dependência de capital de
risco, que por outro lado está mais facilmente acessível.
• Em função disso, algumas empresas estão migrando para San
Francisco, pois sua qualidade de vida urbana atrai jovens
talentos. Devido à concorrência por esses talentos, as empresas
estão mudando para onde os funcionários estão, e não vice-
versa.

Boston
• Número significativos de incubadoras,
aceleradores, e espaços de coworking, bem como
um grande número de startups.
• A disponibilidade de talentos é a vantagem mais
forte de Boston. O Massachusetts Institute of
Technology (MIT) e Harvard e as empresas que lá
nasceram são brands que reforçam a cultura do
E&I locais.
• Apesar de muitos recursos disponíveis , alguns
empreendedores citaram que o apoio de anjos e
de capital de risco são limitados.
• Muitos dos nós do ecossistema estão concentradas
em Kendall Square e Cambridge, havendo
necessidade de maior desconcentração.

Chicago
• Chicago reúne, ao lado de um ambiente de negócios
diversificado e vibrante, uma rede de entidades
empresariais atuante, incluindo forte indústria de
venture capital.
• Nos últimos 10 anosm houve reorientação da região em
direção à economia do conhecimento e da inovação
manufatura digital e de alta precisão
• A presença de universidades de ponta como
Universidade de Chicago, Northwestern, Illinois
Institute of Technology, dentre outras, garante a oferta
de talentos e conhecimento em áreas ligadas à
engenharia, design e tecnologia digital
• A cidade é considerada um dos principais polos
emergentes de startup dos Estados Unidos

São Paulo

Modos de interação da Universidade com os
ecossistemas de E&I: os modelos bottom-up e top-down

Modelo A: ‘bottom-up’
estudantes, alumni, empreendedores
• O investimento é focado em capacidade regional e não institucional.
• Focado para preparar seus alunos para serem protagonistas, gerar startups para a
economia da inovação e criar vias mais amplas de apoio da universidade através
da participação efetiva em um ecossistema empresarial vibrante e localizado.
• Gerado tipicamente pelas bases universitárias, estudantes e ex-alunos, um
ecossistema dinâmico e inclusivo é criado através de fortes parcerias de confiança
entre a comunidade empresarial regional e a universidade
• As universidades freqüentemente minimizam a importância da propriedade de IP
e de afiliação, considerando-as como secundárias à meta abrangente de
desenvolver o ecossistema mais amplo.
• Riscos: com muitas atividades de E & I operando fora da própria universidade, o
modelo pode enfrentar dificuldades quando a universidade busca regular e
institucionalizar seu perfil de empreendedorismo.

Modelo B: ‘top-down’
Pesquisa e Desenvolvimento na Universidade
• Desencadeada pelo desejo de obter renda da pesquisa universitária, com a
agenda de E & I dirigida e focada em um escritório de transferência de
tecnologia (TTO) forte e ambicioso
• Muitas vezes, com base nas forças da pesquisa universitária estabelecida,
este modelo oferece uma abordagem robusta e totalmente
institucionalizada.
• Necessária reputação em pesquisa e forte conexão com o mercado
corporativo
• Riscos: existe o perigo de que as políticas de E & I da universidade
tornarem-se "sinônimo" dos TTOs, levando a uma cultura onde "só os
ativos protegidos pela universidade protegido tem valor". Como resultado,
iniciativas de estudantes, ex-alunos e comunidades empresariais regionais
são deixados em segundo plano.

Fatores de sucesso entre
universidades líderes
• Aalto University (Finland)
• University of Auckland (New Zealand)
• University of Cambridge (UK)
• Imperial College London (UK)
• University of Michigan (US)
• MIT (US)
• University of Oxford (UK)
• Stanford University (US)
• Technion (Israel)
• UC San Diego (US)

Fatores de sucesso entre as Universidades líderes
• Cultura Institucional de E&I (MIT, Stanford, Cambridge)
• Força de lideranças reconhecidas (reputação do reitor Richard Sykes do Imperial College
London )
• Capacidade de pesquisa da Universidade (ETH Zurich, excelencia de pesquisa de longa
data”)
• Qualidade de vida local e regional (pode parecer trivial, mas localização e estilo de vida
são muito valorizados pelos empreendeores. O Silicon Valley é um exemplo clássico.
• Suporte Governamental Regional ou Nacional (Por exemplo, as colaborações entre
universidades, empresas e governo local na cidade de Tomsk, na Sibéria, foram vistas como
um fator importante no ambiente E & I emergente na Universidade Estadual de Sistemas de
Controle e Radioelétrica de Tomsk - TUSUR)
• Efetiva estratégia institutional (O tamanho e isolamento geográfico da Nova Zelândia,
juntamente com a ausência de empresas multinacionais levou a Universidade de Auckland a
desenvolver uma estratégia de "associar suas capacidades com as necessidades de outras
nações“).
• Impulso emprenddor liderado pelos alunos (Aalto University em Helsínquia. A
universidade foi formada através da fusão de três altamente conceituadas escolas de
negócios, engenharia e design, com um foco explícito no "empreendedorismo baseado na
inovação", os "níveis de envolvimento dos alunos em E & I são fenomenais”)

O passado e a reputação da Universidade podem
influir no peso que ela representa no Ecossistema
• O histórico de transferência de tecnologia
• Em que medida em que a propriedade intelectual gerada
pela universidade conduziu à criação de empresas
sustentáveis
• O impacto empresarial e a criação de riqueza dos alumni
• A participação da universidade e de seus professores nas
Associações Empresarias e suas relações governamentais
• A aproximação com a indútria de investimentos, anjos VC e
PE
• Especialistas dos EUA em particular falaram sobre a
importância do desenvolvimento de líderes mundiais
emergentes : estudo da Fundação Kauffman sobre o
impacto dos ex-alunos do MIT
“Melhor que dar os peixes é ensinar a pescar".

E o futuro? Como o IoT e novas oportunidades na
3ª onda da Revolução digital podem mudar as
relações nos ecossistemas?

Obrigado!
Alexandre Nabil Ghobril, PhD
Núcleo de Educação Empreendedora
Universidade Presbiteriana Mackenzie
alexandre.ghobril@mackenzie.br
(11) 2114-8073

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