O documento discute o abdome agudo, definindo-o como uma síndrome clínica caracterizada por um quadro intra-abdominal de instalação súbita que necessita de tratamento imediato. Detalha as principais causas do abdome agudo, incluindo perfurativo, obstrutivo, inflamatório, hemorrágico e metabólico/clínico. Enfatiza a importância do exame clínico e do raciocínio para o diagnóstico, já que o abdome agudo é um desafio com frequente subdiag
2. Abdome Agudo
• DEFINIÇÃO
• SÍNDROME CLÍNICA CARACTERIZADA POR UM QUADRO INTRA-ABDOMINAL
DE INSTALAÇÃO SÚBITA (< 48HS) COM EVOLUÇÃO PROGRESSIVA,
NECESSITANTO DE CONDUTA TERAPÊUTICA IMEDIATA.
3. TRATAMENTO CIRÚRGICO VS TRATAMENTO
CLÍNICO
• Por vezes, há a necessidade de tratamento cirúrgico de urgência
• Tempo > 6hrs
• Exame físico com sinais de alarme
• Epidemiologia do doente
• Comorbidades associadas
4. CARACTERISTICA DA DOR
• Tipos de dor
• Visceral vs. Parietal(somática) vs. Referida
• Duração e evolução
• Localização
• Dor somática -> órgão acometido
• Direcionamento da propedêutica
5.
6. EPIDEMIOLOGIA DO ABDOME AGUDO
• Faixa etária
• Infantil – Má-formação / Disturbios de rotação / Megacólon / Acalasia / Hiperplasia
do piloro / Intuscepção
• Jovem – Inflamatório (apendicite)
• Idosos – Vascular (comorbidades associadas) / Volvo / Fecaloma / Diverticulite
• Contexto social
• Megacólon chagásico
• Fecaloma – uso de laxativos / padrão alimentar
• Antecedentes
• Comorbidades associadas
• História de cirurgias abdominais prévias
7. HISTÓRIA CLÍNICA
• Tempo de dor
• Migração da dor
• Relação com alimentação
• Sintomas associados
• Comorbidades
• Antecedentes clínicos-cirúrgicos
8. EXAME FÍSICO NO ABDOME AGUDO
• Inspeção
• Protuberâncias / Massa pulsátil / Posicionamento do paciente (antálgica)
• Percussão
• Macicez móvel / Hepatomegalia / Timpanismo (Jobert)
• Palpação
• Localização da dor somática
• “Peritonismo”
• Massas abdominais
• Ausculta
• RHA aumentados / ausentes
9.
10. ATENÇÃO
• 10% dos casos em pronto-socorro
• 40% subdiagnosticados
• 20% diagnostico na segunda consulta
CASO DESAFIADOR QUE NECESSITA
EXERCÍCIO SEMIOLÓGICO E
RACIOCÍNIO CLÍNICO
14. VASCULAR
• Clínica exuberante
• Dor súbita
• Difusa
• História de claudicação intestinal (medo de comer)
• Exame físico frusto
• Quadro inicial sem comemorativos do exame
DIAGNÓSTICO DIFÍCIL!
PATOLOGIA DE EXTRAMA
MORTALIDADE.
ATENTAR SEMPRE PARA SINAIS DE
ALARME
15. PERFURATIVO
• Quadro súbito de dor lancinante
• Abdome em tábua
• Sinal de Jobert
• PRINCIPAL CAUSA
• ULCERA PÉPTICA PERFURADA –investigação clínica de história prévia de
epigastralgia / gastrite
16.
17. OBSTRUTIVO
• Parada de eliminação de flatus e vezes
• Distensão abdominal
• Hipertimpanismo
• RHA – peristalse de luta vs. Adinamia
• Vômitos (altura da obstrução)
• Fecalóides
• Biliosos
TOQUE RETAL
FAZ PARTE DO
EXAME FÍSICO!
18.
19.
20. • EMPILHAMENTO DE MOEDA
• PADRÃO DA DILATAÇÃO
• Central vs. Periférica
• NÍVEIS HIDROAEREOS
• AR EM AMPOLA RETAL
21. VOLVO
• Torção do sigmóide sob seu próprio
eixo
• Chagas
• Megacólon Congênito
23. HEMORRAGICO
• Alta mortalidade
• Dor abdominal + Choque hipovolêmico
• Hemorragia intra-abdominal
Aneurisma de aorta
Aneurisma de artérias viscerais
Gravidez ectópica rota
Ruptura esplênica
24. Hemorragia intra-abdominal
• Na suspeita:
• Estável -> TC de abdome com contraste
• Instável -> Laparotomia exploradora
Tríade: Massa abdominal pulsátil
+ Dor abdominal + Choque
Aneurisma de aorta abdominal
25. INFLAMATÓRIO
• Quadro agudo/subagudo
• Pródomos febris + cólica
• Astenia + vômitos
• AVALIAÇÃO CLÍNICA
• Sintomas associados
• Localização e história da dor
• Idade
26. INFLAMATÓRIO
• Apendicite
• Diagnóstico clínico
• Histórica clínica: dor periumbilical com migração para FID (Dor visceral -> dor parietal
com irritação peritoneal) + febre + anorexia
• Radiografia
• Apagamento do psoas
• Alça sentinela
• Apendicolito
• US de abdome
• Aumento do apêndice e espessamento
• TC com contraste
• Melhor exame para avaliação
28. • Sinal de Blumberg: Dor à descompressão súbita no ponto de McBurney ( irritação peritoneal, dor
ao retorno do peritônio a posição habitual)
• Sinal de Rovsing: Dor na fossa ilíaca direita à palpação ascendente da fossa ilíaca esquerda ->
mesogástro. Relaciona-se ao deslocamento dos gases para o cólon ascendente, levando a
distensão do ceco e atingindo o apêndice inflamado hipersensível, provocando dor.
• Sinal de Lenander: Temperatura retal maior que a temperatura axilar em mais de 1º C.
• Sinal de Dunphy: Dor na FID que piora com a tosse (irritação peritoneal).
• Sinal de Lapinsky: Dor à compressão da FID enquanto se eleva o membro inferior direito esticado.
Presente no apêndice retrocecal.
• Sinal de Aaron: Dor epigástrica referida à palpação do ponto de McBurney.
• Sinal do Iliopsoas: Dor à extensão e abdução da coxa direita com o paciente em decúbito lateral
esquerdo. Presente no apêndice retrocecal.
• Sinal do Obturador: Dor hipogástrica à flexão e rotação interna do quadril. Presente no apêndice
pélvico.
29. INFLAMATÓRIO
• Colecistite
• Dor em HCD
• Sinal de Murphy – parada da inspiração profunda decorrente de dor
• US de abdome – espessamento de parede, calculose, distensão
• Tratamento antibiótico + colecistectomia (quente vs. Frio)
• Pancreatite
• Dor em faixa
• Irritação peritoneal
• Tratamento jejum + analgesia
• Investigar etiologia: alcoolica vs. biliar
• Diverticulite
• “Apendicite” a esquerda
• TC de abdome para avaliar complicações
• Tratamento antibiótico -> cirúrgico somente se complicações
• Apengeite
• Inflamação de linfonodos peritoneais
• Tratamento com AINES + Analgesia
32. Padronização do exame
• A padronização do exame auxilia na propedêutica diagnóstica em
casos urgenciais
• Descartar causas mais graves
• Discernimento clínico é ESSENCIAL
• NADA SUBSTITUI UMA BOA ANAMNESE E UM BOM EXAME CLÍNICO
33. Padronização – principais causas (GUIADO
PELA CLÍNICA)
• Hemograma completo / provas inflamatórias
• Avaliar anemias
• Leucometria – avaliar padrão inflamatório/infeccioso
• Uréia / Creatinina
• Grau de hidratação – função renal atentar para desidratação e IRA pré-renal
• Eletrólitos (Sódio/Potássio)
• DHE - vômitos
34. Padronização – principais causas (GUIADO
PELA CLÍNICA)
• TGO / TGP/ Bilirrubinas / Coagulograma
• Avaliação da função/integridade hepática
• FAL / GGT
• Canaliculares
• Amilase/Lipase
• PancreatiTE
• EAS/Urina tipo I
• ITU / Hematúria
36. ULTRASSONOGRAFIA
• Arma diagnóstica
• Vias biliares + vesícula biliar
• Liquido livre
• Avaliação de DIPA (inflamatória pélvica) + gestação ectópica
• Visualização do apêndice
• Vias urinárias
37. TC de abdome com contraste
• Melhor exame para elucidação diagnóstica
• Inflamatório
• Vascular (oclusão dos vasos)
• Obstrutivo -> ponto de obstrução / tumorações
• Sangramento -> foco do sangramento / planejamento de abordagem
38. CONCLUSÃO
A abordagem do abdome agudo em ambiente de urgência é sempre
desafiadora.
O conhecimento clínico prévio e o raciocínio rápido e prático são
necessários na abordagem e propedêutica do quadro.
A padronização das causas e seus tipos de abdome agudo ajudam na
determinação de guidelines mentais e condutas perante um quadro de
dor abdominal.