EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
Espiritualidade e educação olhar do teólogo
1. ESPIRITUALIDADE E
EDUCAÇÃO:
O OLHAR DO TEÓLOGO
Afonso Murad
www.afonsomurad.blogspot.com
2. APROXIMAR-SE DO MISTÉRIO...
• Não um enigma matemático a resolver, ou algo
obscuro, mas sim uma fonte inesgotável, sempre
nova, da qual nos aproximamos com fascínio e
respeito.
• O teólogo não discorre acerca da espiritualidade
como doutor, e sim como peregrino e aprendiz, que
partilha sua experiência e seu conhecimento.
3. O que existia desde o princípio,
o que vimos e ouvimos, o que vimos com nossos
olhos, o que contemplamos e nossas mãos tocaram
do logos da vida,
Disso damos testemunho e anunciamos,
para que vocês estejam em comunhão conosco, com
o Pai e com o Filho Jesus Cristo.
E que a nossa alegria seja completa (cf.1 Jo 1,1-4)
10. ANALOGIA DO AMOR HUMANO (CT 8, 6-7)
• Encantamento e atração.
• Encontro.
• Repouso.
• Cultivo.
• Rotina risco de perda do encantamento.
• Reencantamento.
• Amadurecimento.
11. PARÁBOLA DO ENCONTRO NA ESTAÇÃO
Certa vez, um europeu que viajava pelo oriente, conheceu uma linda
mulher chinesa, numa estação de trem. Encantou-se por ela, mas
tinha dificuldades de se comunicar, pois não conhecia seu idioma.
Quando voltou, ele começou a aprender o mandarim, para se
comunicar com sua amada. Os dois se correspondiam
constantemente e alimentavam o amor através das cartas. Enquanto
isso, ele mergulhou no estudo da língua e da cultura chinesa, num
esforço gigantesco, a ponto de se tornar um especialista no assunto.
Então, foi requisitado em muitos lugares para cursos e eventos. Não
tinha mais tempo para escrever à sua amada, e ela nem sabia onde
encontrá-lo, pois ele viajava constantemente. O homem se tornou um
personagem importante. Mas abandonou a mulher que o motivou a
aprender o mandarim.
12. ESPIRITUALIDADE EM CONCEITOS
• Cultivo da relação com o sagrado, que dá consolo,
esperança e sentido para a existência.
• Vivência da fé que motiva as ações e alimenta
nossas convicções.
• Jeito de viver o seguimento de Jesus.
• A espiritualidade se expressa em ritos e devoções,
mas não se reduz a isso.
13. É POSSÍVEL CONHECER A DEUS?
• Sim, porque Ele se revelou a nós (corrente
katafática).
• Em parte, pois Ele é sempre maior do que nossas
representações humanas (corrente apofática).
14. Bendito sejas, Pai,
pela sede que despertas em nós
pelos planos arrojados que nos inspiras,
pela chama que és Tu mesmo
crepitando em nós...
Que importa que a sede
fique em grande parte insatisfeita?...
Ai dos saciados!
(Dom Helder Câmara)
18. VIAS DO SEGUIMENTO
Mística
Autoconhecimento
Autodisciplina
Engajamento
Sabedoria
19. 1. VIA DA MÍSTICA:
CULTIVAR A INTIMIDADE COM DEUS
20. A PRÁTICA DA ORAÇÃO
• Manter-se enraizado(a)
em Deus.
• Exercitar a entrega, a
ação de graças e a
súplica.
• Meditar a Palavra de
Deus.
21. LEITURA ORANTE BÁSICA
• Preparar a mente e o corpo. Colocar-se na presença
de Deus.
• Invocar o Espírito Santo.
• Ler o texto bíblico, imaginando as cenas, as pessoas,
as palavras.
• Silenciar.
• Conversar com Jesus (pedir, agradecer, louvar).
24. CULTIVO PESSOAL DA ORAÇÃO
• Ter uma comunidade de referência.
• Fazer silêncio e se retirar, nos momentos mais
exigentes.
• Exercitar a oração de discernimento e assumir o
risco das decisões.
• A cada ano fazer seu projeto pessoal de vida e
revisitá-lo periodicamente.
25. RISCOS DA ESPIRITUALIDADE REDUZIDA À
DEVOÇÃO E AOS RITOS
• Religiosidade para satisfação pessoal.
• Encobrir questões humanas mal resolvidas.
• Autossuficiência religiosa.
26. 2. AUTOCONHECIMENTO
• Quem conhece a si próprio(a) aprende a lidar com
seu lado luminoso, as sombras e o lado tenebroso.
• Quanto mais alguém se conhece, mais tem
condições de livremente optar por Jesus.
• A espiritualidade é mais do que autoconhecimento
ou autoajuda. Trata-se de se conhecer à luz do
amor de Deus.
• Riscos: psicologismo, individualismo.
27. 3. AUTODISCIPLINA (ASCÉTICA)
• Esforço pessoal para cultivar atitudes boas e
internalizar hábitos positivos.
• Potencializa a vontade e a superação dos limites.
• Riscos:
- Rigidez e intolerância.
- Autossuficiência.
28. 4. ENGAJAMENTO
• Deus é Amor. Quem se engaja pelo
bem dos outros, toca o mistério de
Deus (1 Jo 4,16).
• Formas de Amor:
- Aos que estão próximos (família,
amigos)
- Aos que mais necessitam.
- Por uma nova sociedade justa,
inclusiva e sustentável.
29. CIRANDA (ELISA LUCINDA)
Não conheço o amor abstrato. Conheço o amor pelo outro, pela
pátria e pelo futuro, pela vida, pela obra. Defender a dignidade do
homem é, no mínimo, uma conexão ideológica, uma posição
ecológica, uma convicção.
Tocar harpa do tempo a muitos dedos. Vencer o mito da impotência
(há muitos medos). Sei que não se pode mudar os começos: os
meninos escravos, as meninas prostitutas, as famílias exploradas
nos campos e nas cidades. ... ora, não se pode mudar o começo. A
História não dá ré, é natural. Mas se pode mudar o final.
Por isso, gosto de agir no meio. Por meio disso, encontro um meio
genial de provocar mudanças nesses destinos, oferecendo meios ao
meu igual.
30. Se um se multiplica, o vento sopra sobre as sementes e a chuva
realiza sua bênção, será trigo a ação da gente, será mesa farta de
pão, será eterno o milharal!
Penso em você, na capacidade que tem de ler, se eu ensinar. Na
vocação que tem de transformar, se eu informar.
Que os mares da generosidade jamais desabasteçam meus
caminhos. Que sejam sustentáveis os desenvolvimentos, não
esporádicos, não bambos, não endividados, não ilusões ocas desse
tempo.
Filantropia para mim não é exibição. Nem é um negócio para Deus
me dar em dobro depois. Tampouco dar feijão com arroz.
Falo de instrumentar o plantador, viabilizar-lhe a enxada do seu
sujeito, a bússola do seu trajeto, o trator infinitamente potente para
que seja sempre sua a lavoura.
31. Sei que na ponta do fato está a arma, no berço está o medo. Aí quero
atuar – antes do desespero - , imobilizando-o, inviabilizando-o,
retirando-lhe o cenário, a probabilidade.
Vivo sobre esta clara ética. Tenho comigo múltiplas personalidades.
Todas elas querem dar a mão à ciranda da História responsável
dessa vida que chamamos sociedade, cidadania.
O amor é nossa unidade e nossa alegria.
Vou me apresentar: não sou herói, não sou rei, tampouco não sou a
metade e não sou um só. Sou um permanente congresso de mãos,
cheio de diversas forças e de boas vontades.
Que mania que tem todos de achar, há muitos anos, que o mundo
está terminando! Pois pra mim, todos os dias, em cada ação de um
dos meus muitos seres, o mundo está apenas começado!
32. RISCO DA ESPIRITUALIDADE
REDUZIDA AO ENGAJAMENTO
• Perda da motivação.
• Ativismo e descentramento.
33. 5. VIA DA SABEDORIA
• Desenvolve a intuição.
• Aprende das experiências cotidianas.
• Descobre Deus nos diversos espaços do mundo: a
tecnologia, a arte, o conhecimento, a beleza, as
lutas pela cidadania.
• Identifica o que nos afasta de Deus.
• Limite: necessita das outras dimensões,
especialmente do profetismo, para se tornar
significativa e profunda.
34. INTERDEPENDÊNCIA DAS VIAS DO
SEGUIMENTO DE JESUS
Mística
Sabedoria Engajamento
Autodisciplina Autoconhecimento
36. FATORES QUE ESTIMULAM O CULTIVO DA
ESPIRITUALIDADE NA ESCOLA
• Educadores(as) e gestores(as) sintonizados no Bem e que
buscam a Deus.
• Clima saudável de relações e gestão compartilhada.
• Eco das grandes causas humanitárias na escola
(ecológica, social, de gênero, ético-culturais, outras).
• Equilíbrio entre eventos pastorais e processos de iniciação
e acompanhamento da fé.
• Criação e acompanhamento de grupos para partilhar fé e
vida.
• Práticas de engajamento socioambiental.
37. PERFIL DO APRENDIZ / MISSIONÁRIO(A)
Paixão/convicção
Conectividade/diálogo
Organização/estratégia
38. UM APELO!
• Cultive a espiritualidade.
• Acompanhe o caminho espiritual das novas
gerações (mistagogia).