2. Objetivo: refletir sobre a funcionalidade dos elementos de coesão referencial.
•Após a introdução do conteúdo de coesão referencial, a professora deverá realizar uma dinâmica
interativa com a turma, em que todos deverão participar, com o intermédio da figura do professor,
que figura de modo a incentivar a participação coletiva no exercício oral, que será proposto.
OBS: cada aluno terá o seu momento de fala, levando em conta que o professor irá ressaltar a
importância da ética entre os colegas na hora de falar, e o respeito mútuo que deve haver, para
que, assim, todos possam participar.
•A partir do texto “Um Apólogo'', a professora irá pedir aos alunos que, individualmente e, em
silêncio, procurem no texto os elementos estudados na aula anterior. Será impresso ou
disponibilizado o material a partir do seguinte link:
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/MachadodeAssis/um
apologo.htm
3. •Eles deverão encontrar os elementos que retomam as personagens “agulha” e “novelo de linha”.
Em seguida, a professora irá voltar-se aos alunos pedindo para que eles compartilhem com a turma,
um de cada vez, os elementos que foram retomados, apontando suas respectivas formas
remissivas. Juntos, eles farão uma lista com os elementos retomados e seus respectivos
mecanismos remissivos, de forma a sistematizar esse conteúdo no quadro, ou na apresentação
compartilhada no google meet (em caso de aula ead).
Texto Um Apólogo
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se
passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela.
Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e
entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das
sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor
poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira
só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e
acima.
4. A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela,
silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo
que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de
costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no pano.
Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro,
até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha
espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela
dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a
linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
5. — Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da
elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha
da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência,
murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto
aí ficas na caixinha de costura. Fazes como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me
espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: — Também eu
tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
6. BIBLIOGRAFIA:
ARRUDA, Janaína. Sabe o que é coesão sequencial e coesão referencial? (2016). Disponível em:
<https://jcconcursos.uol.com.br/noticia/concursos/coesao-sequencial-coesao-referencial-66611>. Acesso em: 06 abr. 2020.
ASSIS, Machado. Um Apólogo. Biblioteca Virtual. Coleção Prestígio: Contos consagrados: Ediouro. Disponível em:
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/MachadodeAssis/umapologo.htm. Acesso em: 05
abr. 2020.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2020.
COSTA, Marta Morais da. Metodologia do ensino da literatura infantil. Curitiba: Intersaberes, 2013.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A coesão textual. – 22. ed. São Paulo: Contexto, 2010.
LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo, Editora Brasiliense/Editora Pallotti, 1994.
“O Carvalho e o Junco”. Fábula de Jean de La Fontaine. In: As Mais Belas Fábulas de La Fontaine; Ilustrações de Gauthier
Dosimont. São Paulo: Impala, 1998, pp. 16-21. Impresso na Itália. Citado aqui no Dia das Crianças 2012. Disponível em:
<https://institutopoimenica.com/2012/10/12/o-carvalho-e-o-junco-jean-de-la-fontaine/>. Acesso em: 06 abr. 2020.
“O Foguete Notável”. Oscar Wilde. Nefasto. Disponível em: <https://nefasto.com.br/o-foguete-notavel-oscar-wilde/>. Acesso em:
20 abr. 2021.