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a) Menino vê incêndio do prédio.
b) Macaco esquecido no porta-malas é
motivo de confusão.
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Observa-se que as sentenças acima admitem mais de um significado. No
exemplo (a) podemos ter as seguintes interpretações: o menino viu o incêndio
de algo do prédio onde estava, ou o menino viu o prédio ser incendiado. Já no
exemplo (b) podemos inferir que o substantivo macaco pode ser um aparelho
mecânico utilizado para levantar pesos grandes, ou um animal (primata).
Nessas sentenças analisamos que a ambiguidade não ocorre da mesma
forma. Em (a) o contexto dá ideia de duplo sentido; em (b) o fator que
determina o significado ambíguo é o substantivo macaco.
A ambiguidade é o fenômeno que pode ser gerado em virtude de diversos
fatores. Observemos agora algumas classificações atribuídas a ela.
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 É a "circunstância de uma comunicação linguística se prestar a mais de uma
interpretação.”
(CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Dicionário de linguística e gramática. Petrópolis: Vozes, 1986).
Ambiguidade
 A função da ambiguidade é sugerir significados diversos para uma mesma
mensagem. É uma figura de palavra e de construção.
 A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos
adverbiais, expressões e até mesmo enunciados inteiros podem acarretar
em duplo sentido, comprometendo a clareza do texto.
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Embora funcione como recurso estilístico, a ambiguidade também pode ser um vício
de linguagem, que decorre da má colocação da palavra na frase. Nesse caso, deve ser
evitada, pois compromete o significado da oração.
Exemplo:
" (...) os corpos do casal B serão exumados pela segunda vez nesta semana." (Folha de
S.Paulo)
Comentário:
Os corpos serão exumados pela segunda vez, desde quando o inquérito começou; ou os
corpos serão exumados duas vezes numa mesma semana, "nesta semana"? (Unicamp)
Correção:
“... Esta semana, os corpos do casal B serão novamente exumados. É a segunda vez
que o procedimento se repete desde que o inquérito teve início.”
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Tipos
de
Ambiguidade
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A mesma ocorre sempre que uma palavra admite
pelo menos uma dupla interpretação num dado
contexto, sendo que a mesma pode ser gerada por dois
tipos de fenômeno: a homonímia e a polissemia.
Ambiguidade lexical
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1. A homonímia – constitui a ambiguidade lexical as palavras homófonas, isto é, que
apresentam a mesma grafia e sentido diferente (homógrafa) e o mesmo som com grafia e
sentidos distintos. (homófonas).
Ex.: Os ministros devem aterrar a qualquer momento.
(aterrar = causar terror / aterrar = aproximar-se do solo).
2. Polissemia – constitui ambiguidade lexical as palavras polissêmicas, ou seja, que
possuem mais de um sentido.
Ex.: A rede foi cortada ontem à noite.
(rede = rede de deitar, rede elétrica, rede de computadores, etc).
Ambiguidade lexical
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Ocorre quando apresenta problemas de ordem
sintática quanto às funções que cada termo exerce
nas orações. Na ambiguidade sintática há duplo
sentido não em relação ao significado das palavras,
mas em relação às funções dos termos.
Ambiguidade Sintática
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Ex.: Eu li a notícia sobre a greve na faculdade.
Podemos interpretar esta sentença de duas formas: ou eu li a notícia
estando na faculdade, ou a greve acontece na faculdade. Nota-se que a
ambiguidade da sentença não é determinada pelo duplo sentido das
palavras, mas pela funcionalidade dos termos.
Ambiguidade Sintática
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Observe:
“Não faça tempestade em copo d’água para homens”.
(Folha de S.Paulo, 30 nov. 2002.)
O título do livro anunciado parece sugerir que existe uma diferença entre copos d’água para
homens e para mulheres. Essa interpretação pode ser feita porque a preposição para, que aparece
logo após a expressão copo d’água, estabelece um vínculo entre ela e o substantivo seguinte
(homens). A relação promovida pela preposição produz a interpretação equivocada de que o copo
d’água referido no título seria destinado somente a homens, modificando o contexto de uso da
expressão original: (não) fazer tempestade em copo d’água. Nessa expressão, o adjunto adverbial
(em copo d’água) não aparece associado a nenhuma outra especificação.
Exemplo:
Para homens: Não faça tempestade em copo d’água.
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A ambiguidade é gerada pelo fato de os pronomes
poderem ter diversos antecedentes. Por isso é
chamada de ambiguidade semântica, pois é uma
questão relacionada à correferencialidade.
Ambiguidade Semântica
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O ladrão roubou a casa de José com sua própria arma.
José falou com seu irmão?
As interpretações possíveis são atribuídas ao tipo de ligação entre os
pronomes das sentenças. Na primeira frase, o pronome “sua” pode estar
coindexado em uma ligação tanto com a palavra “ladrão”, quanto com a
palavra “José”. Temos, então, dois acarretamentos distintos para a sentença:
um em que o ladrão usou a própria arma para roubar a casa; e outro em que
o ladrão usou a arma de José.
Na segunda frase, podemos entender que o falante quer saber se o José
falou com o próprio irmão ou com o irmão de quem escuta a pergunta.
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Portanto, o mau uso do pronome pessoal ou possessivo pode acarretar
na indefinição sobre qual seu real referente. O pronome, como indica a própria
palavra, serve para substituir algo que já foi mencionado (anáfora) ou será
mencionado (catáfora), seu significado é totalmente dependente do
reconhecimento da palavra a qual remete.
Os pronomes pessoais oblíquos o e lhe podem causar dúvidas sobre a
qual pessoa do discurso eles estão ligados, devido à evolução histórica dos
termos no português brasileiro. Atualmente, ambos são utilizados tanto para
mencionar a 2ª pessoa quanto a 3ª pessoa. Veja:
Eu o vi. (Eu vi você, “Eu vi ele” (sic)).
Eu lhe falei. (Eu falei para você, Eu falei para ele).
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Há casos em que há a certeza do pronome se referir a um elemento de 3ª
pessoa, mas o mesmo ser dúbio na frase, como ocorre em “Orlando tinha o carro
bem preparado; ninguém poderia vencê-lo naquela competição” (vencer o carro
ou vencer Orlando?).
Os pronomes possessivos costumam também ser responsáveis por casos
de ambiguidade em um texto, especialmente o pronome seu (e variações).
Manuel foi ao cinema com sua mãe.
(Mãe de quem? A mãe da pessoa com quem se está falando ou a mãe de
Manuel?).
Normalmente se evita a confusão utilizando o pronome dele, dela para a
terceira pessoa ou de você, do(a) senhor(a) para segunda pessoa.
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Omitir um termo integrante ou acessório de uma frase
pode provocar ambiguidade. Veja exemplos:
Conheci-o quando era sargento.
(A omissão do sujeito do verbo “ser” impede que se
identifique quem era sargento).
Ambiguidade semântica: elipse de um verbo
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A omissão do sujeito também pode causar ambiguidade
quando a conjugação verbal não é suficiente, em
determinado contexto textual, para identificar quem é o
autor da ação. Uma forma verbal como “contava” pode
ser relacionada à 1ª, 2ª (no uso popular, você) ou 3ª
pessoa, por exemplo.
Elipse
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Palavras parônimas (grafia ou pronúncia apenas
parecida, não igual) também podem causar
ambiguidade (infligir/infringir), principalmente na
linguagem oral.
Ambiguidade semântica
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Existe um outro tipo de ambiguidade estrutural, a chamada ambiguidade de
escopo. Um exemplo dessa ambiguidade é visto abaixo:
Os alunos comeram seis sanduíches.
Ambiguidade de escopo
Na frase acima, temos as seguintes interpretações: os alunos todos
comeram um total de seis sanduíches, ou cada aluno comeu seis sanduíches. A
ambiguidade dessa sentença não decorre de um item lexical ambíguo; também
não podemos reorganizar a sentença em duas estruturas sintáticas possíveis.
A ambiguidade decorre de uma estrutura, mas não, da estrutura sintática, e,
sim, da estrutura semântica da sentença, que gera duas interpretações: é a
maneira de organizar a relação de distribuição entre palavras que expressam
uma quantificação que gera ambiguidade.
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Ou temos uma interpretação coletiva, em que a expressão “os
alunos” tem como alcance, ou ESCOPO, seis sanduíches, como um
todo.
Ou temos uma interpretação distributiva, em que cada aluno tem
seis sanduíches como ESCOPO.
OU SEJA, a ambiguidade de escopo sempre envolve ideia de
distribuição coletiva ou individual.
Ambiguidade de escopo
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Outros exemplos de ambiguidade de escopo.
Os alunos dessa sala falam duas línguas.
Nesta frase, podemos interpretar que todos os alunos falam as mesmas
duas línguas ou que cada aluno fala duas línguas distintas. Poderíamos ter
representações assim:
Todos os alunos falam (as mesmas) duas línguas.
OU
Cada aluno da sala fala duas línguas (diferentes).
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Carlos e José são ricos.
Na frase acima, temos que Carlos e José, juntos, são ricos,
ou que cada um separadamente é rico. Portanto, há as
seguintes interpretações:
Carlos e José (todos) são ricos.
Cada um é rico (separado).
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Além das palavras grafadas de modo distinto, mas pronunciadas da
mesma forma, há sequências de palavras que levam a identificá-las com outras
palavras. Mais perceptível na linguagem oral, sua exploração pelo humor é
recorrente:
Ambiguidade Fonética
“Estas mulheres, como as concebo, são-me aprazíveis” .
A expressão “como as concebo” pode soar como (comoas com
sebo).
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“Ele lutou por cada ponto”
A expressão “por cada” pode soar como (porcada).
É bonita essa fada.
Em “É bonita essa fada” temos uma ambiguidade sonora na frase
como um todo, pois poderia soar como (bonita e safada).
“Não tem nada de errado a cerca dela”.
Já em “Não tem nada de errado a cerca dela” pode haver uma
ambiguidade fonética na expressão “cerca dela” que soaria como (ser
cadela).
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Outras situações que nos permitem múltiplas interpretações
são as que se apresentam através das imagens. É possível
verificarmos a ambiguidade por meio de fotos, desenhos, gravuras
e etc.
Ambiguidade de texto imagético
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A imagem permite que o observador atribua mais de um significado para a
imagem, dependendo do enfoque ou da ótica de quem vê. Olhando
ligeiramente, tem-se a impressão que se trata de um casal de velhinhos
olhando um para o outro, mas ao analisar bem a cena, podemos perceber que
são duas pessoas: uma tocando violão e outra segurando um pote na cabeça.
Ao longe, percebe-se outra pessoa saindo de uma sala, sendo que o
ambiente retratado parece uma espécie de palácio. Neste caso, a ambiguidade
permite que vejamos mais de uma cena, retratada na mesma imagem.
Como se pode ver, o fenômeno da ambiguidade ocorre em virtude de
diversos eventos linguísticos, sendo que não está presente apenas em
enunciados, mas também em imagens, piadas, músicas, entre outras situações
em que o receptor possa inferir mais de uma interpretação.
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Mais ambiguidade...
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O mau uso dos possessivos
O diretor geral de um banco estava preocupado com um jovem e brilhante diretor que, depois de ter
trabalhado durante algum tempo junto dele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meiodia.
Então o diretor do banco chamou um detetive particular e disse-lhe:
-“Siga o diretor Lopes uma semana.”
O detetive, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
-“O diretor Lopes sai normalmente ao meio dia, pega o seu carro, vai à sua casa almoçar, namora a sua
mulher, fuma um dos seus excelentes charutos cubanos e regressa ao trabalho.”
Responde o diretor:
- “Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.”
Logo em seguida, o detetive pergunta.
-“Desculpe. Posso tratá-lo por tu?”
-“Sim, claro”, responde o diretor, surpreendido.
- “Bom, então vou repetir”, disse o diretor. “O diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o teu carro,
vai à tua casa almoçar, namora a tua mulher, fuma um dos teus excelentes charutos cubanos e regressa ao
trabalho.
QUEM MANDOU O DIRETOR FALTAR ÀS AULAS DE PORTUGUÊS!?
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Algumas acepções da palavra receita
 Cul. Relação dos ingredientes e do modo de
preparar um prato.
 Renda, montante arrecadado, quantia recebida.
 Bras. (Com maíuscula) Receita Federal. Órgão do
governo federal que se ocupa da arrecadação de
impostos.
 Cesta básica = cesta contendo alimentos.
Ao dizer “ com a básica União sua RECEITA
rende muito mais“, o anúncio sugere, por exemplo, que
usando um quilo de açúcar União se poderia fazer um
número maior de receitas que usando um quilo de
açúcar de outra marca, consequentemente sua
RECEITA (salário) renderia mais.
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No exemplo ao lado, a ambiguidade
gerada pelo pronome possessivo SUAS,
adquire um sentido absurdo e cria um
problema na construção do sentido do texto.
Que tal corrigir esse problema?
 Correção:
“Recolha as fezes de seu cachorro e
mantenha-o fora dos jardins.”
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O out-door da Assistência Funeral
SINAF “Como arrumar uma coroa” utiliza da
ambiguidade do verbo arrumar e do
substantivo coroa, utilizados no seu sentido
conotativo (arrumar = conseguir, coroa =
senhora idosa) e é a provocação que o texto
faz ao colocar a imagem de um senhor idoso
e jovial (um coroa esperto) ao lado da
mensagem escrita.
Porém, com o auxílio da imagem (este
senhor idoso) atrelada ao nome do produto
(Assistência Funeral) se desfaz a
ambiguidade. O verbo arrumar e o
substantivo coroa passam a ter seu sentido
original, denotativo (conseguir e enfeite de
flores utilizados em funerais).
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Análise das principais formas de ambiguidade em texto

  • 6. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN a) Menino vê incêndio do prédio. b) Macaco esquecido no porta-malas é motivo de confusão.
  • 7. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Observa-se que as sentenças acima admitem mais de um significado. No exemplo (a) podemos ter as seguintes interpretações: o menino viu o incêndio de algo do prédio onde estava, ou o menino viu o prédio ser incendiado. Já no exemplo (b) podemos inferir que o substantivo macaco pode ser um aparelho mecânico utilizado para levantar pesos grandes, ou um animal (primata). Nessas sentenças analisamos que a ambiguidade não ocorre da mesma forma. Em (a) o contexto dá ideia de duplo sentido; em (b) o fator que determina o significado ambíguo é o substantivo macaco. A ambiguidade é o fenômeno que pode ser gerado em virtude de diversos fatores. Observemos agora algumas classificações atribuídas a ela.
  • 8. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN  É a "circunstância de uma comunicação linguística se prestar a mais de uma interpretação.” (CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Dicionário de linguística e gramática. Petrópolis: Vozes, 1986). Ambiguidade  A função da ambiguidade é sugerir significados diversos para uma mesma mensagem. É uma figura de palavra e de construção.  A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo enunciados inteiros podem acarretar em duplo sentido, comprometendo a clareza do texto.
  • 9. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Embora funcione como recurso estilístico, a ambiguidade também pode ser um vício de linguagem, que decorre da má colocação da palavra na frase. Nesse caso, deve ser evitada, pois compromete o significado da oração. Exemplo: " (...) os corpos do casal B serão exumados pela segunda vez nesta semana." (Folha de S.Paulo) Comentário: Os corpos serão exumados pela segunda vez, desde quando o inquérito começou; ou os corpos serão exumados duas vezes numa mesma semana, "nesta semana"? (Unicamp) Correção: “... Esta semana, os corpos do casal B serão novamente exumados. É a segunda vez que o procedimento se repete desde que o inquérito teve início.”
  • 12. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN A mesma ocorre sempre que uma palavra admite pelo menos uma dupla interpretação num dado contexto, sendo que a mesma pode ser gerada por dois tipos de fenômeno: a homonímia e a polissemia. Ambiguidade lexical
  • 13. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN 1. A homonímia – constitui a ambiguidade lexical as palavras homófonas, isto é, que apresentam a mesma grafia e sentido diferente (homógrafa) e o mesmo som com grafia e sentidos distintos. (homófonas). Ex.: Os ministros devem aterrar a qualquer momento. (aterrar = causar terror / aterrar = aproximar-se do solo). 2. Polissemia – constitui ambiguidade lexical as palavras polissêmicas, ou seja, que possuem mais de um sentido. Ex.: A rede foi cortada ontem à noite. (rede = rede de deitar, rede elétrica, rede de computadores, etc). Ambiguidade lexical
  • 14. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Ocorre quando apresenta problemas de ordem sintática quanto às funções que cada termo exerce nas orações. Na ambiguidade sintática há duplo sentido não em relação ao significado das palavras, mas em relação às funções dos termos. Ambiguidade Sintática
  • 15. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Ex.: Eu li a notícia sobre a greve na faculdade. Podemos interpretar esta sentença de duas formas: ou eu li a notícia estando na faculdade, ou a greve acontece na faculdade. Nota-se que a ambiguidade da sentença não é determinada pelo duplo sentido das palavras, mas pela funcionalidade dos termos. Ambiguidade Sintática
  • 16. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Observe: “Não faça tempestade em copo d’água para homens”. (Folha de S.Paulo, 30 nov. 2002.) O título do livro anunciado parece sugerir que existe uma diferença entre copos d’água para homens e para mulheres. Essa interpretação pode ser feita porque a preposição para, que aparece logo após a expressão copo d’água, estabelece um vínculo entre ela e o substantivo seguinte (homens). A relação promovida pela preposição produz a interpretação equivocada de que o copo d’água referido no título seria destinado somente a homens, modificando o contexto de uso da expressão original: (não) fazer tempestade em copo d’água. Nessa expressão, o adjunto adverbial (em copo d’água) não aparece associado a nenhuma outra especificação. Exemplo: Para homens: Não faça tempestade em copo d’água.
  • 17. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN A ambiguidade é gerada pelo fato de os pronomes poderem ter diversos antecedentes. Por isso é chamada de ambiguidade semântica, pois é uma questão relacionada à correferencialidade. Ambiguidade Semântica
  • 18. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN O ladrão roubou a casa de José com sua própria arma. José falou com seu irmão? As interpretações possíveis são atribuídas ao tipo de ligação entre os pronomes das sentenças. Na primeira frase, o pronome “sua” pode estar coindexado em uma ligação tanto com a palavra “ladrão”, quanto com a palavra “José”. Temos, então, dois acarretamentos distintos para a sentença: um em que o ladrão usou a própria arma para roubar a casa; e outro em que o ladrão usou a arma de José. Na segunda frase, podemos entender que o falante quer saber se o José falou com o próprio irmão ou com o irmão de quem escuta a pergunta.
  • 19. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Portanto, o mau uso do pronome pessoal ou possessivo pode acarretar na indefinição sobre qual seu real referente. O pronome, como indica a própria palavra, serve para substituir algo que já foi mencionado (anáfora) ou será mencionado (catáfora), seu significado é totalmente dependente do reconhecimento da palavra a qual remete. Os pronomes pessoais oblíquos o e lhe podem causar dúvidas sobre a qual pessoa do discurso eles estão ligados, devido à evolução histórica dos termos no português brasileiro. Atualmente, ambos são utilizados tanto para mencionar a 2ª pessoa quanto a 3ª pessoa. Veja: Eu o vi. (Eu vi você, “Eu vi ele” (sic)). Eu lhe falei. (Eu falei para você, Eu falei para ele).
  • 20. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Há casos em que há a certeza do pronome se referir a um elemento de 3ª pessoa, mas o mesmo ser dúbio na frase, como ocorre em “Orlando tinha o carro bem preparado; ninguém poderia vencê-lo naquela competição” (vencer o carro ou vencer Orlando?). Os pronomes possessivos costumam também ser responsáveis por casos de ambiguidade em um texto, especialmente o pronome seu (e variações). Manuel foi ao cinema com sua mãe. (Mãe de quem? A mãe da pessoa com quem se está falando ou a mãe de Manuel?). Normalmente se evita a confusão utilizando o pronome dele, dela para a terceira pessoa ou de você, do(a) senhor(a) para segunda pessoa.
  • 21. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Omitir um termo integrante ou acessório de uma frase pode provocar ambiguidade. Veja exemplos: Conheci-o quando era sargento. (A omissão do sujeito do verbo “ser” impede que se identifique quem era sargento). Ambiguidade semântica: elipse de um verbo
  • 22. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN A omissão do sujeito também pode causar ambiguidade quando a conjugação verbal não é suficiente, em determinado contexto textual, para identificar quem é o autor da ação. Uma forma verbal como “contava” pode ser relacionada à 1ª, 2ª (no uso popular, você) ou 3ª pessoa, por exemplo. Elipse
  • 23. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Palavras parônimas (grafia ou pronúncia apenas parecida, não igual) também podem causar ambiguidade (infligir/infringir), principalmente na linguagem oral. Ambiguidade semântica
  • 24. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Existe um outro tipo de ambiguidade estrutural, a chamada ambiguidade de escopo. Um exemplo dessa ambiguidade é visto abaixo: Os alunos comeram seis sanduíches. Ambiguidade de escopo Na frase acima, temos as seguintes interpretações: os alunos todos comeram um total de seis sanduíches, ou cada aluno comeu seis sanduíches. A ambiguidade dessa sentença não decorre de um item lexical ambíguo; também não podemos reorganizar a sentença em duas estruturas sintáticas possíveis. A ambiguidade decorre de uma estrutura, mas não, da estrutura sintática, e, sim, da estrutura semântica da sentença, que gera duas interpretações: é a maneira de organizar a relação de distribuição entre palavras que expressam uma quantificação que gera ambiguidade.
  • 25. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Ou temos uma interpretação coletiva, em que a expressão “os alunos” tem como alcance, ou ESCOPO, seis sanduíches, como um todo. Ou temos uma interpretação distributiva, em que cada aluno tem seis sanduíches como ESCOPO. OU SEJA, a ambiguidade de escopo sempre envolve ideia de distribuição coletiva ou individual. Ambiguidade de escopo
  • 26. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Outros exemplos de ambiguidade de escopo. Os alunos dessa sala falam duas línguas. Nesta frase, podemos interpretar que todos os alunos falam as mesmas duas línguas ou que cada aluno fala duas línguas distintas. Poderíamos ter representações assim: Todos os alunos falam (as mesmas) duas línguas. OU Cada aluno da sala fala duas línguas (diferentes).
  • 27. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Carlos e José são ricos. Na frase acima, temos que Carlos e José, juntos, são ricos, ou que cada um separadamente é rico. Portanto, há as seguintes interpretações: Carlos e José (todos) são ricos. Cada um é rico (separado).
  • 28. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Além das palavras grafadas de modo distinto, mas pronunciadas da mesma forma, há sequências de palavras que levam a identificá-las com outras palavras. Mais perceptível na linguagem oral, sua exploração pelo humor é recorrente: Ambiguidade Fonética “Estas mulheres, como as concebo, são-me aprazíveis” . A expressão “como as concebo” pode soar como (comoas com sebo).
  • 29. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN “Ele lutou por cada ponto” A expressão “por cada” pode soar como (porcada). É bonita essa fada. Em “É bonita essa fada” temos uma ambiguidade sonora na frase como um todo, pois poderia soar como (bonita e safada). “Não tem nada de errado a cerca dela”. Já em “Não tem nada de errado a cerca dela” pode haver uma ambiguidade fonética na expressão “cerca dela” que soaria como (ser cadela).
  • 30. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Outras situações que nos permitem múltiplas interpretações são as que se apresentam através das imagens. É possível verificarmos a ambiguidade por meio de fotos, desenhos, gravuras e etc. Ambiguidade de texto imagético
  • 32. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN A imagem permite que o observador atribua mais de um significado para a imagem, dependendo do enfoque ou da ótica de quem vê. Olhando ligeiramente, tem-se a impressão que se trata de um casal de velhinhos olhando um para o outro, mas ao analisar bem a cena, podemos perceber que são duas pessoas: uma tocando violão e outra segurando um pote na cabeça. Ao longe, percebe-se outra pessoa saindo de uma sala, sendo que o ambiente retratado parece uma espécie de palácio. Neste caso, a ambiguidade permite que vejamos mais de uma cena, retratada na mesma imagem. Como se pode ver, o fenômeno da ambiguidade ocorre em virtude de diversos eventos linguísticos, sendo que não está presente apenas em enunciados, mas também em imagens, piadas, músicas, entre outras situações em que o receptor possa inferir mais de uma interpretação.
  • 35. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN O mau uso dos possessivos O diretor geral de um banco estava preocupado com um jovem e brilhante diretor que, depois de ter trabalhado durante algum tempo junto dele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meiodia. Então o diretor do banco chamou um detetive particular e disse-lhe: -“Siga o diretor Lopes uma semana.” O detetive, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou: -“O diretor Lopes sai normalmente ao meio dia, pega o seu carro, vai à sua casa almoçar, namora a sua mulher, fuma um dos seus excelentes charutos cubanos e regressa ao trabalho.” Responde o diretor: - “Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.” Logo em seguida, o detetive pergunta. -“Desculpe. Posso tratá-lo por tu?” -“Sim, claro”, responde o diretor, surpreendido. - “Bom, então vou repetir”, disse o diretor. “O diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o teu carro, vai à tua casa almoçar, namora a tua mulher, fuma um dos teus excelentes charutos cubanos e regressa ao trabalho. QUEM MANDOU O DIRETOR FALTAR ÀS AULAS DE PORTUGUÊS!?
  • 36. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN Algumas acepções da palavra receita  Cul. Relação dos ingredientes e do modo de preparar um prato.  Renda, montante arrecadado, quantia recebida.  Bras. (Com maíuscula) Receita Federal. Órgão do governo federal que se ocupa da arrecadação de impostos.  Cesta básica = cesta contendo alimentos. Ao dizer “ com a básica União sua RECEITA rende muito mais“, o anúncio sugere, por exemplo, que usando um quilo de açúcar União se poderia fazer um número maior de receitas que usando um quilo de açúcar de outra marca, consequentemente sua RECEITA (salário) renderia mais.
  • 37. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN No exemplo ao lado, a ambiguidade gerada pelo pronome possessivo SUAS, adquire um sentido absurdo e cria um problema na construção do sentido do texto. Que tal corrigir esse problema?  Correção: “Recolha as fezes de seu cachorro e mantenha-o fora dos jardins.”
  • 43. AMBIGUIDADE Prof. VICTOR ALAN O out-door da Assistência Funeral SINAF “Como arrumar uma coroa” utiliza da ambiguidade do verbo arrumar e do substantivo coroa, utilizados no seu sentido conotativo (arrumar = conseguir, coroa = senhora idosa) e é a provocação que o texto faz ao colocar a imagem de um senhor idoso e jovial (um coroa esperto) ao lado da mensagem escrita. Porém, com o auxílio da imagem (este senhor idoso) atrelada ao nome do produto (Assistência Funeral) se desfaz a ambiguidade. O verbo arrumar e o substantivo coroa passam a ter seu sentido original, denotativo (conseguir e enfeite de flores utilizados em funerais).