SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Escola E. B. 2,3/s de Mora




                      Português




                  Recensão Crítica




                      “A Aia”




Mora, 26 de Maio de 2009




                                            Realizado por:

                                    Ana Margarida Pinto

                                                      Nº3

                                                     10ºA
Recensão crítica
                                         “A aia”

        O conto “A aia” está incluído na obra Contos de Eça de Queirós.
        Eça de Queirós que foi um importante romancista português do século
XIX, considerado ainda nos dias de hoje como um dos principais representantes
do realismo português, assim, como um dos escritores enquadrado no
movimento Realista-Naturalista. Com este estilo, Eça pretendia fazer uma
crítica ao Homem e ao seu comportamento, para expor e condenar, de forma
realista, o que havia de mau na sociedade do seu tempo.
        No conto “A aia”, o escritor retrata valores como a fidelidade e lealdade
(Aia), mas também, a ganância e ambição (Tio). A personagem Aia, pretende
evidenciar que a lealdade e fidelidade se pode sobrepor à ganância e aos bens
materiais, já a personagem do Tio, demonstra que por vezes a ganância e
ambição cerram o coração e, que quem tudo quer tudo perde.
        Neste conto, narra-se um episódio em que depois da morte do rei, a aia
de um príncipe, para o salvar das mãos do seu tio, sacrifica o filho, e, depois,
quando a rainha a leva à sala do tesouro para escolher uma peça que seria o
preço da sua abnegação, epicamente enterra um punhal no peito.
        Desta forma, estamos perante uma narrativa fechada, pois apresenta um
desenlace irreversível. A articulação das sequências narrativas (momentos de
avanço) faz-se por encadeamento – a morte do rei, depois a morte do
escravozinho em vez da do principezinho e, como consequência, a morte da
Aia. Os momentos de pausa abrem e fecham a narrativa e interrompem, por
vezes, a narração com descrições (espaço, objectos, personagens).
        A narração é constituída por uma personagem principal - a Aia, que no
fim do conto se torna uma personagem modelada, uma vez que adquire uma
densidade psicológica elevada – e cinco personagens secundárias e planas – o
rei, a rainha, o tio, o príncipe e o escravo – estas personagens não são
identificadas com um nome próprio pois remetem para a intemporalidade da
história.
        Ao longo do texto está presente caracterização directa mas também
caracterização indirecta (que é deduzida a partir do comportamento das
personagens). A personagem principal é caracterizada como uma “bela e robusta
escrava” e com “seus olhos brilhantes”, ela que é uma mulher dedicada ao filho e
ao príncipe - “E, como se o amasse mais por aquela humildade ditosa, cobria o seu
corpinho gordo de beijos pesados e devoradores – dos beijos que ela fazia ligeiros sobre as
mãos do seu príncipe”, “A leal escrava, porém, a ambos cercava de carinho igual” -, e
aos reis prova, com o gesto da troca das crianças, ser leal e nobre - “ela tinha a
paixão, a religião dos seus senhores”, “ama leal parecia segura”, “Serva sublimemente
leal”-, perspicaz, decidida e corajosa - “Então, rapidamente, sem uma vacilação,
uma dúvida, arrebatou o príncipe do seu berço de marfim (…)”- mas, anteriormente,
aquando da morte do rei demonstra ser também venerável e sofredora,
“Nenhum pranto correra mais sentidamente do que o seu pelo rei morto”. O rei “moço”
e “formoso”, era um homem “valente”, rico - “senhor de um reino abundante em
cidades e searas”- “alegre”, poderoso, sonhador e ambicioso – “levado no seu sonho
de conquista e de fama”. O tio, irmão bastardo do rei, um “homem enorme” de “face
mais escura que a noite”, que era mau, terrível, cruel, selvagem e que a riqueza
ambicionava – “homem depravado e bravio, consumido de cobiças grosseiras,
desejando só a realeza por causa dos seus tesouros e que havia anos vivia num castelo
sobre os montes, com uma horda de rebeldes, à maneira de um lobo que, de atalaia, no
seu fojo, espera a presa.”, “tio cruel”, “bastardo cruel”. A “rainha desventurosa” era
“solitária e triste”devido à partida do rei, com a morte deste, tornou-se uma
mulher chorosa - “A rainha chorou magnificamente o rei. Chorou ainda
desoladamente o esposo (…), sobretudo, chorou ansiosamente o pai que assim deixava o
filhinho desamparado”, “e chorar sobre ele a sua franqueza de viúva”-, depois do
assalto, a rainha ficou surpreendida ao ver que o seu filho se encontrava no
berço – “A mãe caiu sobre o berço, com um suspiro”, “a rainha, deslumbrada, com
lágrimas entre risos, ergueu nos braços, para lho mostrar, o príncipe que despertara” -,
e ficou muito grata por a Aia o ter salvado – “a mãe ditosa, emergindo da sua
alegria extática, abraçou apaixonadamente a mãe dolorosa, e a beijou, e lhe chamou irmã
do seu coração…”. O principezinho que tinha cabelo “louro e fino” era frágil –
“pensava na sua fragilidade”- e inseguro – “a presa agora era aquela criancinha”-, já o
escravozinho que “tinha o cabelo negro e crespo” era simples e livre – “a sua alma
simples e livre de escravo”- e estava seguro – “Esse, na sua indigência, nada tinha a
recear da vida.”-, e ambas as criancinhas tinham olhos reluzentes - “os olhos de
ambos reluziam”. As crianças estão, no conto, marcadas pela sua posição social:
“o berço de um magnífico e de marfim entre brocados”, e o “berço do outro pobre e de
verga”. À hora da morte é por essa marca que o inimigo vai identificar o futuro
rei. O príncipe não intervém directamente na acção, mas é o centro das atenções
de todas as personagens. A personagem escravo existe para salvar a vida do
príncipe.
        Para localizar a acção no tempo existem somente algumas expressões –
“lua cheia”, “começava a minguar”, “noite de Verão”, “antes de adormecer”, “uma
noite, noite de silêncio e de escuridão”, “luz da madrugada”, “já o Sol se erguia” e
“onde subiam os primeiros raios de Sol”. A noite que pode significar a escuridão
onde o conhecimento toma forma e também a preparação de um novo dia, mas,
neste caso, é durante a noite que tudo acontece, a morte do rei - “A lua cheia que
o vira marchar”-, o nascimento do príncipe e do escravo - “Ambos tinham nascido
na mesma noite de Verão”-, o ataque ao palácio, a troca das crianças - “Ora uma
noite, noite de silêncio e de escuridão (…) avistou homens, um clarão de lanternas,
brilhos de armas…”-, as mortes do escravo, do tio e da sua horda. É na escuridão
que a Aia tudo compreende e, corajosamente, decide trocar as crianças de berço.
Mas, a acção fecha com o suicídio da Aia já de madrugada – “onde subiam os
primeiros raios de Sol”. O núcleo central da acção centra-se numa noite. A
condensação de um tempo da história tão longo, numa narrativa curta (conto)
implica a utilização de sumários ou resumos e de elipses (eliminação, do
discurso, de períodos mais ou menos longos da história). Quanto à ordenação
dos acontecimentos, predomina o respeito pela sequência cronológica.
        A acção da história localiza-se num reino grande e rico “abundante em
cidades e searas” e decorre num palácio. Toda acção decorre nesse espaço, sendo
que alguns recantos do palácio são sobrevalorizados por oposição a outros, por
exemplo, a câmara onde o príncipe e o filho da escrava dormiam e a câmara dos
tesouros. No entanto, alguns espaços exteriores adquirem alguma importância
como por exemplo: o primeiro espaço é onde o rei é derrotado e
consequentemente morto – “à beira de um grande rio”- o segundo acaba por ser o
local onde vive o irmão bastardo – “e que havia anos vivia num castelo sobre os
montes, com uma horda de rebeldes, à maneira de um lobo que, de atalaia, no seu fojo,
espera a presa.” Estas características são determinantes no clima que se vive no
palácio, que denota temor e insegurança.
        O espaço é descrito do geral para o particular, do exterior para o interior.
Primeiramente, é nos apresentado “um reino abundante em cidades e searas”, onde
se situa um palácio, habitado por um príncipe frágil que é protegido no seu
berço pela sua ama. À medida que se desenrolam os acontecimentos, o espaço
vai-se concentrando cada vez mais, acabando a Aia por se suicidar na câmara
dos       tesouros.      Verifica-se      um      afunilamento      do       espaço.
No exterior, no alto, encontramos um “castelo sobre os montes”, “o cimo das
serras”, povoado pelo tio bastardo e a sua horda, que vigiam a presa – o
príncipe que vivia no palácio. Cá em baixo, “na planície, às portas da cidade”
existe um palácio, onde a população e o príncipe estão desprotegidos e são
presa fácil. No interior da “casa real” há uma câmara com um berço, um pátio, a
galeria de mármore, a câmara dos tesouros, onde estão a rainha, a aia, o
príncipe e o escravo. Quanto ao espaço social temos a descrição de um ambiente
da corte – palácio, rei, rainha, aias, guardas.
        O conto termina com o suicídio da Aia que grita “- Salvei o meu príncipe –
e agora vou dar de mamar ao meu filho!”, isto porque a Aia pensava que a morte é
apenas uma transição e, por isso, ela deixou o seu filho, pois acreditava que se
iriam rever. Sabia também que o príncipe era necessário na terra, pois cabia a
ele governar todo o reino de seu pai. Esta frase é em discurso directo pois
pretende salientar e dar força ao acto da Aia. A crença espiritual que alimenta o
seu gesto demonstra uma simplicidade de pensamento que coloca acima de
tudo o dever de escrava e o dever de mãe. O desejo da Aia de provar que a
cobiça e a ambição podem estar arredadas de um coração leal, fez com que ela
escolhesse um punhal para pôr termo à sua vida – “E cravou o punhal no
coração”. Trata-se de um objecto pequeno, certeiro que remete para o carácter
decidido da personagem e que era o maior tesouro que aquela mulher
ambicionava, pois, esse objecto lhe abriria caminho para o encontro com o seu
filho, para cumprir o seu dever de mãe, dando-lhe de mamar.
        Ao longo de todo o conto, o escritor, faz uso da ordem directa da frase,
para que a realidade seja transmitida sem alterações e, emprega frases curtas
para que os factos e emoções apresentadas sejam transmitidos objectivamente –
“A ama ficara imóvel no silêncio e na treva.”, “A mãe caiu sobre o berço, com um
suspiro, como cai um corpo morto.”, “E cravou o punhal no coração”.
        Quanto aos tempos verbais, a predominância é do pretérito imperfeito
do indicativo, do gerúndio e do pretérito mais-que-perfeito, que tornam
presentes as acções realizadas no passado, para que desta forma, também quem
está a ler possa ser “testemunha” daquilo que se está a passar –, “criava”, “era”,
“amamentava”, “chalrava”, “vinha”, “reluziam”, ”seria”, “tinha”, “faltava”,
”estaria”, “lançavam”; “reinando”, “morrendo”, ”deixando”, “espreitando”,
“atirando”, “tombando”; “partira”, “vira”, “descera”, “ficara”, entre muitos outros.
        Existe um uso muito frequente de adjectivos e advérbios. A utilização da
adjectivação, muitas vezes dupla, contribui para dar expressividade e ritmo,
realçando a caracterização do substantivo. Com isto, Eça de Queirós, pretende
não só sugerir relações entre o nome que qualifica e outros, excitando
vivamente a imaginação, como também, mostrar a dupla faceta da realidade
que observa (por um lado mostra o que vê mas, por outro, revela a impressão
que lhe fica do que observa) – “(…) um rei, moço e valente (…)”, “(rainha) solitária
e triste)”, “(rei) formoso e alegre”, “homem depravado e bravio”, “bela e robusta
escrava”, “principezinho (…) cabelo louro e fino, (…) escravozinho (…) cabelo negro e
crespo”, “existência (…) preciosa e digna”, “beijos pesados e devoradores”, “passos
pesados e rudes”. O advérbio de modo mantém as mesmas funções do adjectivo
já que, mais do que caracterizar a acção/verbo, o advérbio de modo incide
sobre o sujeito. Este também contribui para modificar o sentido do verbo,
tornando as expressões mais específicas e, desta forma, estimular a imaginação
do leitor – “A rainha chorou magnificamente (…) desoladamente (…) ansiosamente.”,
“correra mais sentidamente”, “corpo tombando molemente”, “Descerrou violentamente
a cortina”, “rapidamente (…) arrebatou o príncipe”, “Bruscamente um homem enorme
(…) surgiu”, “Serva sublimemente leal!”, “escutou ansiosamente”.
        Os recursos expressivos são muitas vezes utilizados para enriquecer o
conto. Alguns dos presentes, são: comparação – “Uma roca não governa como uma
espada.”, A mãe caiu sobre o berço, com um suspiro, como cai um corpo morto”, “Os
olhos de ambos reluziam como pedras preciosas.”, “Um corpo tombando molemente
sobre lajes, como um fardo.”, “vivia num castelo (…) à maneira de um lobo”, “de face
mais escura que a noite e coração mais escuro que a face”, “fosse ao menos do tamanho
de uma espada”; metáfora – “acendeu um maravilhoso e faiscante incêndio de ouro e
pedrarias”; personificação – “a luz da madrugada, já clara e rósea”, “era para ele que
os seus braços corriam com um ardor mais feliz.”; enumeração (para intensificar e
ritmar) – “O príncipe lá estava, quieto, adormecido, num sonho que o fazia sorrir, lhe
iluminava toda a face entre os seus cabelos de ouro.”, “Do chão de rocha até às sombrias
abóbadas, por toda a câmara, reluziam, cintilavam, refulgiam os escudos de ouro, as
armas marchetadas, os montões de diamantes, as pilhas de moedas, os longos fios de
pérolas, todas as riquezas daquele reino, acumuladas por cem reis durante vinte
séculos.”, “O seu cavalo de batalha, as suas armas, os seus pajens tinham subido com
ele às alturas.”, “ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos
de armas…”, “Então calada, muito lenta, muito pálida, a ama descobriu o pobre berço
de verga…”; aliteração e anáfora (para intensificar e ritmar, tal como a
enumeração) – “(…)sem um braço que o defendesse, forte pela força e forte pelo
amor.”, “Então calada, muito lenta, muito pálida, a ama descobriu o pobre berço de
verga…”, “Ao lado dele, outro menino dormia noutro berço.”; perífrase – “trespassado
por sete lanças entre a flor da sua nobreza”; antítese – “principezinho (…) cabelo louro
e fino, (…) escravozinho (…) cabelo negro e crespo”, “para conservar a vida ao seu
príncipe, mandara à morte o seu filho…”, “o berço de um magnífico e de marfim entre
brocados (…) berço do outro pobre e de verga”; sinestesia – “era para ele que os seus
braços corriam com um ardor mais feliz.”
                Eu gostei muito de ler este conto. Primeiro, porque acho que é
muito acessível de ler e de perceber e, assim, não há espaço para dúvidas.
Depois, a forma como Eça de Queirós escreve, caracterizando as personagens e
passagens do texto com muitos adjectivos e advérbios, torna possível “criar” as
cenas e tudo o que elas envolvem na nossa cabeça. E por fim, nunca imaginei,
quando comecei a ler o conto, que ele iria acabar com o suicídio da personagem
principal. Ficando, assim, muito surpreendida, pela positiva, com o seu final, já
que só é perceptível mesmo na altura da sua morte. Acho também, muito
interessante a forma como se desenrolam os acontecimentos (a Aia só se suicida
porque o seu filho está morto, em que isso, por sua vez, apenas aconteceu para
salvar o principezinho que ia ser morto pelo seu tio, pois o rei tinha sido morto).
       Apesar do conto ser de um escritor do século XIX, acho que, de certa
forma, ele podia ser transportado para o século XXI. A ganância e ambição, que
põem de lado os valores morais, continuam presentes, e tudo é válido quando
se fala em dinheiro e riqueza. Por sua vez, a lealdade e fidelidade é cada vez
menor, e são poucos os que põem os valores acima de tudo, muito menos de
deixar o filho ser morto sem ganhar nada em troca.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Teste 9 b_auto (1)
Teste 9 b_auto (1)Teste 9 b_auto (1)
Teste 9 b_auto (1)apfandradeg
 
Abi comicos registos_recursos
Abi comicos registos_recursosAbi comicos registos_recursos
Abi comicos registos_recursosTeresa Cabrita
 
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)Raquel Antunes
 
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenasAuto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenasClaudia Lazarini
 
Auto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do fradeAuto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do fradeDelfina Vernuccio
 
Auto da barca do inferno- O frade
Auto da barca do inferno- O fradeAuto da barca do inferno- O frade
Auto da barca do inferno- O fradeZé Carlos Barbosa
 
Auto da barca do inferno, cena VI-O Frade
Auto da barca do inferno, cena VI-O FradeAuto da barca do inferno, cena VI-O Frade
Auto da barca do inferno, cena VI-O FradeBeatriz Campos
 
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexãoO herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexãoMargarida Tomaz
 
Episódio de inês de castro
Episódio de inês de castroEpisódio de inês de castro
Episódio de inês de castroQuezia Neves
 
Esquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosEsquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosdomplex123
 
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiroAuto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiroRita Galrito
 
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"InsdeCastro7
 
Predicativo do complemento direto
Predicativo do complemento diretoPredicativo do complemento direto
Predicativo do complemento diretoquintaldasletras
 

Mais procurados (20)

Teste 9 b_auto (1)
Teste 9 b_auto (1)Teste 9 b_auto (1)
Teste 9 b_auto (1)
 
Adamastor
AdamastorAdamastor
Adamastor
 
Onzeneiro
OnzeneiroOnzeneiro
Onzeneiro
 
Abi comicos registos_recursos
Abi comicos registos_recursosAbi comicos registos_recursos
Abi comicos registos_recursos
 
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
 
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenasAuto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenas
 
A aia
A aiaA aia
A aia
 
Auto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do fradeAuto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do frade
 
Auto da barca do inferno- O frade
Auto da barca do inferno- O fradeAuto da barca do inferno- O frade
Auto da barca do inferno- O frade
 
Teste a aia 2
Teste a aia 2Teste a aia 2
Teste a aia 2
 
Auto da barca do inferno, cena VI-O Frade
Auto da barca do inferno, cena VI-O FradeAuto da barca do inferno, cena VI-O Frade
Auto da barca do inferno, cena VI-O Frade
 
O fidalgo
O fidalgoO fidalgo
O fidalgo
 
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexãoO herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
O herói n’os lusíadas - tópicos para reflexão
 
Episódio de inês de castro
Episódio de inês de castroEpisódio de inês de castro
Episódio de inês de castro
 
Esquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosEsquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versos
 
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiroAuto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
 
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
 
"As Ilhas Afortunadas" - análise
"As Ilhas Afortunadas" - análise"As Ilhas Afortunadas" - análise
"As Ilhas Afortunadas" - análise
 
Predicativo do complemento direto
Predicativo do complemento diretoPredicativo do complemento direto
Predicativo do complemento direto
 
Barca bela
Barca belaBarca bela
Barca bela
 

Semelhante a Recensão crítica - a aia

Resumo da obra literária a Aia - Português 9º ano
Resumo da obra literária a Aia - Português 9º anoResumo da obra literária a Aia - Português 9º ano
Resumo da obra literária a Aia - Português 9º anoAnaMargaridaParreira1
 
A aia resumo com analise mt bom
A aia resumo com analise mt bomA aia resumo com analise mt bom
A aia resumo com analise mt bomostrapaula
 
Fi a aia muito bom
Fi a aia muito bomFi a aia muito bom
Fi a aia muito bomostrapaula
 
A Aia - sistematização.pptx
A Aia - sistematização.pptxA Aia - sistematização.pptx
A Aia - sistematização.pptxfernandomondim
 
A AIA APRESENTAÇÃO PORTUGUÊS.docx
A AIA APRESENTAÇÃO PORTUGUÊS.docxA AIA APRESENTAÇÃO PORTUGUÊS.docx
A AIA APRESENTAÇÃO PORTUGUÊS.docxRitaMag2
 
Correcao do teste aia net
Correcao  do teste aia netCorrecao  do teste aia net
Correcao do teste aia netostrapaula
 
Correção do guião das páginas 204 e 205
Correção do guião das páginas 204 e 205Correção do guião das páginas 204 e 205
Correção do guião das páginas 204 e 205ElisabeteMarques
 
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docxFicha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docxBeatriz Gomes
 
Christian jacq pedra de luz 2 - a mulher sábia
Christian jacq   pedra de luz 2 - a mulher sábiaChristian jacq   pedra de luz 2 - a mulher sábia
Christian jacq pedra de luz 2 - a mulher sábiaAriovaldo Cunha
 
Aula 04 camões épico - os lusíadas
Aula 04   camões épico - os lusíadasAula 04   camões épico - os lusíadas
Aula 04 camões épico - os lusíadasJonatas Carlos
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do conventoMarcos Alex
 

Semelhante a Recensão crítica - a aia (20)

Resumo da obra literária a Aia - Português 9º ano
Resumo da obra literária a Aia - Português 9º anoResumo da obra literária a Aia - Português 9º ano
Resumo da obra literária a Aia - Português 9º ano
 
A aia resumo com analise mt bom
A aia resumo com analise mt bomA aia resumo com analise mt bom
A aia resumo com analise mt bom
 
Fi a aia muito bom
Fi a aia muito bomFi a aia muito bom
Fi a aia muito bom
 
A Aia
A AiaA Aia
A Aia
 
A Aia - sistematização.pptx
A Aia - sistematização.pptxA Aia - sistematização.pptx
A Aia - sistematização.pptx
 
Ficha de leitura
Ficha de leituraFicha de leitura
Ficha de leitura
 
A aia
A aiaA aia
A aia
 
A AIA APRESENTAÇÃO PORTUGUÊS.docx
A AIA APRESENTAÇÃO PORTUGUÊS.docxA AIA APRESENTAÇÃO PORTUGUÊS.docx
A AIA APRESENTAÇÃO PORTUGUÊS.docx
 
Correcao do teste aia net
Correcao  do teste aia netCorrecao  do teste aia net
Correcao do teste aia net
 
Eça de queirós
Eça de queirósEça de queirós
Eça de queirós
 
a-aia-ficha-de-trabalho.doc
a-aia-ficha-de-trabalho.doca-aia-ficha-de-trabalho.doc
a-aia-ficha-de-trabalho.doc
 
Correção do guião das páginas 204 e 205
Correção do guião das páginas 204 e 205Correção do guião das páginas 204 e 205
Correção do guião das páginas 204 e 205
 
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docxFicha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
Ficha de trabalho sobre as categorias da narrativa-AAia.docx
 
Christian jacq pedra de luz 2 - a mulher sábia
Christian jacq   pedra de luz 2 - a mulher sábiaChristian jacq   pedra de luz 2 - a mulher sábia
Christian jacq pedra de luz 2 - a mulher sábia
 
A_narrativa
A_narrativaA_narrativa
A_narrativa
 
Aula 04 camões épico - os lusíadas
Aula 04   camões épico - os lusíadasAula 04   camões épico - os lusíadas
Aula 04 camões épico - os lusíadas
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
 
1ª Ficha Formativa
1ª Ficha Formativa1ª Ficha Formativa
1ª Ficha Formativa
 
Lenda Taa
Lenda TaaLenda Taa
Lenda Taa
 
Questionário a aia
Questionário a aiaQuestionário a aia
Questionário a aia
 

Mais de AMLDRP

Patagónia
PatagóniaPatagónia
PatagóniaAMLDRP
 
filosofia - A morte é...
filosofia - A morte é... filosofia - A morte é...
filosofia - A morte é... AMLDRP
 
Relatório biologia 10ºano - membrana celular
Relatório biologia 10ºano - membrana celularRelatório biologia 10ºano - membrana celular
Relatório biologia 10ºano - membrana celularAMLDRP
 
Folheto filosofia - direitos dos animais
Folheto filosofia - direitos dos animaisFolheto filosofia - direitos dos animais
Folheto filosofia - direitos dos animaisAMLDRP
 
ENSAIO FILOSÓFICO - SERÁ QUE OS ANIMAIS NÃO HUMANOS SÃO DIGNOS DE CONSIDERA...
 ENSAIO FILOSÓFICO  - SERÁ QUE OS ANIMAIS NÃO HUMANOS SÃO DIGNOS DE CONSIDERA... ENSAIO FILOSÓFICO  - SERÁ QUE OS ANIMAIS NÃO HUMANOS SÃO DIGNOS DE CONSIDERA...
ENSAIO FILOSÓFICO - SERÁ QUE OS ANIMAIS NÃO HUMANOS SÃO DIGNOS DE CONSIDERA...AMLDRP
 
Ficha de leitura - brida
Ficha de leitura - bridaFicha de leitura - brida
Ficha de leitura - bridaAMLDRP
 
Ficha de leitura - o natal de poirot
Ficha de leitura - o natal de poirotFicha de leitura - o natal de poirot
Ficha de leitura - o natal de poirotAMLDRP
 
Ficha de leitura: a conspiração - dan brown
Ficha de leitura: a conspiração - dan brownFicha de leitura: a conspiração - dan brown
Ficha de leitura: a conspiração - dan brownAMLDRP
 
Ficha de leitura o sétimo selo - josé rodrigues dos santos
Ficha de leitura o sétimo selo - josé rodrigues dos santosFicha de leitura o sétimo selo - josé rodrigues dos santos
Ficha de leitura o sétimo selo - josé rodrigues dos santosAMLDRP
 
Reflexao critica - baraka
Reflexao critica -  barakaReflexao critica -  baraka
Reflexao critica - barakaAMLDRP
 
recensao critica (portugues) - a igreja do diabo, machado de assis
recensao critica (portugues) - a igreja do diabo, machado de assisrecensao critica (portugues) - a igreja do diabo, machado de assis
recensao critica (portugues) - a igreja do diabo, machado de assisAMLDRP
 
Ficha de leitura - anjos e demónios
Ficha de leitura -  anjos e demóniosFicha de leitura -  anjos e demónios
Ficha de leitura - anjos e demóniosAMLDRP
 
Ficha de leitura - as valquírias, paulo coelho
Ficha de leitura - as valquírias, paulo coelho Ficha de leitura - as valquírias, paulo coelho
Ficha de leitura - as valquírias, paulo coelho AMLDRP
 
a espécie humana
a espécie humanaa espécie humana
a espécie humanaAMLDRP
 
daphniasemmora
 daphniasemmora daphniasemmora
daphniasemmoraAMLDRP
 
Vós jovens sois a esperança do futuro corrigido texto orientado
Vós jovens sois a esperança do futuro  corrigido texto orientadoVós jovens sois a esperança do futuro  corrigido texto orientado
Vós jovens sois a esperança do futuro corrigido texto orientadoAMLDRP
 
Basquetebol
BasquetebolBasquetebol
BasquetebolAMLDRP
 
Tabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de CamposTabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de CamposAMLDRP
 
Campo magnético terrestre
Campo magnético terrestreCampo magnético terrestre
Campo magnético terrestreAMLDRP
 
Nevoeiro - Fernando Pessoa
Nevoeiro - Fernando PessoaNevoeiro - Fernando Pessoa
Nevoeiro - Fernando PessoaAMLDRP
 

Mais de AMLDRP (20)

Patagónia
PatagóniaPatagónia
Patagónia
 
filosofia - A morte é...
filosofia - A morte é... filosofia - A morte é...
filosofia - A morte é...
 
Relatório biologia 10ºano - membrana celular
Relatório biologia 10ºano - membrana celularRelatório biologia 10ºano - membrana celular
Relatório biologia 10ºano - membrana celular
 
Folheto filosofia - direitos dos animais
Folheto filosofia - direitos dos animaisFolheto filosofia - direitos dos animais
Folheto filosofia - direitos dos animais
 
ENSAIO FILOSÓFICO - SERÁ QUE OS ANIMAIS NÃO HUMANOS SÃO DIGNOS DE CONSIDERA...
 ENSAIO FILOSÓFICO  - SERÁ QUE OS ANIMAIS NÃO HUMANOS SÃO DIGNOS DE CONSIDERA... ENSAIO FILOSÓFICO  - SERÁ QUE OS ANIMAIS NÃO HUMANOS SÃO DIGNOS DE CONSIDERA...
ENSAIO FILOSÓFICO - SERÁ QUE OS ANIMAIS NÃO HUMANOS SÃO DIGNOS DE CONSIDERA...
 
Ficha de leitura - brida
Ficha de leitura - bridaFicha de leitura - brida
Ficha de leitura - brida
 
Ficha de leitura - o natal de poirot
Ficha de leitura - o natal de poirotFicha de leitura - o natal de poirot
Ficha de leitura - o natal de poirot
 
Ficha de leitura: a conspiração - dan brown
Ficha de leitura: a conspiração - dan brownFicha de leitura: a conspiração - dan brown
Ficha de leitura: a conspiração - dan brown
 
Ficha de leitura o sétimo selo - josé rodrigues dos santos
Ficha de leitura o sétimo selo - josé rodrigues dos santosFicha de leitura o sétimo selo - josé rodrigues dos santos
Ficha de leitura o sétimo selo - josé rodrigues dos santos
 
Reflexao critica - baraka
Reflexao critica -  barakaReflexao critica -  baraka
Reflexao critica - baraka
 
recensao critica (portugues) - a igreja do diabo, machado de assis
recensao critica (portugues) - a igreja do diabo, machado de assisrecensao critica (portugues) - a igreja do diabo, machado de assis
recensao critica (portugues) - a igreja do diabo, machado de assis
 
Ficha de leitura - anjos e demónios
Ficha de leitura -  anjos e demóniosFicha de leitura -  anjos e demónios
Ficha de leitura - anjos e demónios
 
Ficha de leitura - as valquírias, paulo coelho
Ficha de leitura - as valquírias, paulo coelho Ficha de leitura - as valquírias, paulo coelho
Ficha de leitura - as valquírias, paulo coelho
 
a espécie humana
a espécie humanaa espécie humana
a espécie humana
 
daphniasemmora
 daphniasemmora daphniasemmora
daphniasemmora
 
Vós jovens sois a esperança do futuro corrigido texto orientado
Vós jovens sois a esperança do futuro  corrigido texto orientadoVós jovens sois a esperança do futuro  corrigido texto orientado
Vós jovens sois a esperança do futuro corrigido texto orientado
 
Basquetebol
BasquetebolBasquetebol
Basquetebol
 
Tabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de CamposTabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de Campos
 
Campo magnético terrestre
Campo magnético terrestreCampo magnético terrestre
Campo magnético terrestre
 
Nevoeiro - Fernando Pessoa
Nevoeiro - Fernando PessoaNevoeiro - Fernando Pessoa
Nevoeiro - Fernando Pessoa
 

Último

SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholaSLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholacleanelima11
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 

Último (20)

SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholaSLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 

Recensão crítica - a aia

  • 1. Escola E. B. 2,3/s de Mora Português Recensão Crítica “A Aia” Mora, 26 de Maio de 2009 Realizado por: Ana Margarida Pinto Nº3 10ºA
  • 2. Recensão crítica “A aia” O conto “A aia” está incluído na obra Contos de Eça de Queirós. Eça de Queirós que foi um importante romancista português do século XIX, considerado ainda nos dias de hoje como um dos principais representantes do realismo português, assim, como um dos escritores enquadrado no movimento Realista-Naturalista. Com este estilo, Eça pretendia fazer uma crítica ao Homem e ao seu comportamento, para expor e condenar, de forma realista, o que havia de mau na sociedade do seu tempo. No conto “A aia”, o escritor retrata valores como a fidelidade e lealdade (Aia), mas também, a ganância e ambição (Tio). A personagem Aia, pretende evidenciar que a lealdade e fidelidade se pode sobrepor à ganância e aos bens materiais, já a personagem do Tio, demonstra que por vezes a ganância e ambição cerram o coração e, que quem tudo quer tudo perde. Neste conto, narra-se um episódio em que depois da morte do rei, a aia de um príncipe, para o salvar das mãos do seu tio, sacrifica o filho, e, depois, quando a rainha a leva à sala do tesouro para escolher uma peça que seria o preço da sua abnegação, epicamente enterra um punhal no peito. Desta forma, estamos perante uma narrativa fechada, pois apresenta um desenlace irreversível. A articulação das sequências narrativas (momentos de avanço) faz-se por encadeamento – a morte do rei, depois a morte do escravozinho em vez da do principezinho e, como consequência, a morte da Aia. Os momentos de pausa abrem e fecham a narrativa e interrompem, por vezes, a narração com descrições (espaço, objectos, personagens). A narração é constituída por uma personagem principal - a Aia, que no fim do conto se torna uma personagem modelada, uma vez que adquire uma densidade psicológica elevada – e cinco personagens secundárias e planas – o rei, a rainha, o tio, o príncipe e o escravo – estas personagens não são identificadas com um nome próprio pois remetem para a intemporalidade da história. Ao longo do texto está presente caracterização directa mas também caracterização indirecta (que é deduzida a partir do comportamento das personagens). A personagem principal é caracterizada como uma “bela e robusta escrava” e com “seus olhos brilhantes”, ela que é uma mulher dedicada ao filho e ao príncipe - “E, como se o amasse mais por aquela humildade ditosa, cobria o seu corpinho gordo de beijos pesados e devoradores – dos beijos que ela fazia ligeiros sobre as mãos do seu príncipe”, “A leal escrava, porém, a ambos cercava de carinho igual” -, e aos reis prova, com o gesto da troca das crianças, ser leal e nobre - “ela tinha a paixão, a religião dos seus senhores”, “ama leal parecia segura”, “Serva sublimemente leal”-, perspicaz, decidida e corajosa - “Então, rapidamente, sem uma vacilação, uma dúvida, arrebatou o príncipe do seu berço de marfim (…)”- mas, anteriormente, aquando da morte do rei demonstra ser também venerável e sofredora, “Nenhum pranto correra mais sentidamente do que o seu pelo rei morto”. O rei “moço” e “formoso”, era um homem “valente”, rico - “senhor de um reino abundante em
  • 3. cidades e searas”- “alegre”, poderoso, sonhador e ambicioso – “levado no seu sonho de conquista e de fama”. O tio, irmão bastardo do rei, um “homem enorme” de “face mais escura que a noite”, que era mau, terrível, cruel, selvagem e que a riqueza ambicionava – “homem depravado e bravio, consumido de cobiças grosseiras, desejando só a realeza por causa dos seus tesouros e que havia anos vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes, à maneira de um lobo que, de atalaia, no seu fojo, espera a presa.”, “tio cruel”, “bastardo cruel”. A “rainha desventurosa” era “solitária e triste”devido à partida do rei, com a morte deste, tornou-se uma mulher chorosa - “A rainha chorou magnificamente o rei. Chorou ainda desoladamente o esposo (…), sobretudo, chorou ansiosamente o pai que assim deixava o filhinho desamparado”, “e chorar sobre ele a sua franqueza de viúva”-, depois do assalto, a rainha ficou surpreendida ao ver que o seu filho se encontrava no berço – “A mãe caiu sobre o berço, com um suspiro”, “a rainha, deslumbrada, com lágrimas entre risos, ergueu nos braços, para lho mostrar, o príncipe que despertara” -, e ficou muito grata por a Aia o ter salvado – “a mãe ditosa, emergindo da sua alegria extática, abraçou apaixonadamente a mãe dolorosa, e a beijou, e lhe chamou irmã do seu coração…”. O principezinho que tinha cabelo “louro e fino” era frágil – “pensava na sua fragilidade”- e inseguro – “a presa agora era aquela criancinha”-, já o escravozinho que “tinha o cabelo negro e crespo” era simples e livre – “a sua alma simples e livre de escravo”- e estava seguro – “Esse, na sua indigência, nada tinha a recear da vida.”-, e ambas as criancinhas tinham olhos reluzentes - “os olhos de ambos reluziam”. As crianças estão, no conto, marcadas pela sua posição social: “o berço de um magnífico e de marfim entre brocados”, e o “berço do outro pobre e de verga”. À hora da morte é por essa marca que o inimigo vai identificar o futuro rei. O príncipe não intervém directamente na acção, mas é o centro das atenções de todas as personagens. A personagem escravo existe para salvar a vida do príncipe. Para localizar a acção no tempo existem somente algumas expressões – “lua cheia”, “começava a minguar”, “noite de Verão”, “antes de adormecer”, “uma noite, noite de silêncio e de escuridão”, “luz da madrugada”, “já o Sol se erguia” e “onde subiam os primeiros raios de Sol”. A noite que pode significar a escuridão onde o conhecimento toma forma e também a preparação de um novo dia, mas, neste caso, é durante a noite que tudo acontece, a morte do rei - “A lua cheia que o vira marchar”-, o nascimento do príncipe e do escravo - “Ambos tinham nascido na mesma noite de Verão”-, o ataque ao palácio, a troca das crianças - “Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão (…) avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas…”-, as mortes do escravo, do tio e da sua horda. É na escuridão que a Aia tudo compreende e, corajosamente, decide trocar as crianças de berço. Mas, a acção fecha com o suicídio da Aia já de madrugada – “onde subiam os primeiros raios de Sol”. O núcleo central da acção centra-se numa noite. A condensação de um tempo da história tão longo, numa narrativa curta (conto) implica a utilização de sumários ou resumos e de elipses (eliminação, do discurso, de períodos mais ou menos longos da história). Quanto à ordenação dos acontecimentos, predomina o respeito pela sequência cronológica. A acção da história localiza-se num reino grande e rico “abundante em cidades e searas” e decorre num palácio. Toda acção decorre nesse espaço, sendo que alguns recantos do palácio são sobrevalorizados por oposição a outros, por
  • 4. exemplo, a câmara onde o príncipe e o filho da escrava dormiam e a câmara dos tesouros. No entanto, alguns espaços exteriores adquirem alguma importância como por exemplo: o primeiro espaço é onde o rei é derrotado e consequentemente morto – “à beira de um grande rio”- o segundo acaba por ser o local onde vive o irmão bastardo – “e que havia anos vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes, à maneira de um lobo que, de atalaia, no seu fojo, espera a presa.” Estas características são determinantes no clima que se vive no palácio, que denota temor e insegurança. O espaço é descrito do geral para o particular, do exterior para o interior. Primeiramente, é nos apresentado “um reino abundante em cidades e searas”, onde se situa um palácio, habitado por um príncipe frágil que é protegido no seu berço pela sua ama. À medida que se desenrolam os acontecimentos, o espaço vai-se concentrando cada vez mais, acabando a Aia por se suicidar na câmara dos tesouros. Verifica-se um afunilamento do espaço. No exterior, no alto, encontramos um “castelo sobre os montes”, “o cimo das serras”, povoado pelo tio bastardo e a sua horda, que vigiam a presa – o príncipe que vivia no palácio. Cá em baixo, “na planície, às portas da cidade” existe um palácio, onde a população e o príncipe estão desprotegidos e são presa fácil. No interior da “casa real” há uma câmara com um berço, um pátio, a galeria de mármore, a câmara dos tesouros, onde estão a rainha, a aia, o príncipe e o escravo. Quanto ao espaço social temos a descrição de um ambiente da corte – palácio, rei, rainha, aias, guardas. O conto termina com o suicídio da Aia que grita “- Salvei o meu príncipe – e agora vou dar de mamar ao meu filho!”, isto porque a Aia pensava que a morte é apenas uma transição e, por isso, ela deixou o seu filho, pois acreditava que se iriam rever. Sabia também que o príncipe era necessário na terra, pois cabia a ele governar todo o reino de seu pai. Esta frase é em discurso directo pois pretende salientar e dar força ao acto da Aia. A crença espiritual que alimenta o seu gesto demonstra uma simplicidade de pensamento que coloca acima de tudo o dever de escrava e o dever de mãe. O desejo da Aia de provar que a cobiça e a ambição podem estar arredadas de um coração leal, fez com que ela escolhesse um punhal para pôr termo à sua vida – “E cravou o punhal no coração”. Trata-se de um objecto pequeno, certeiro que remete para o carácter decidido da personagem e que era o maior tesouro que aquela mulher ambicionava, pois, esse objecto lhe abriria caminho para o encontro com o seu filho, para cumprir o seu dever de mãe, dando-lhe de mamar. Ao longo de todo o conto, o escritor, faz uso da ordem directa da frase, para que a realidade seja transmitida sem alterações e, emprega frases curtas para que os factos e emoções apresentadas sejam transmitidos objectivamente – “A ama ficara imóvel no silêncio e na treva.”, “A mãe caiu sobre o berço, com um suspiro, como cai um corpo morto.”, “E cravou o punhal no coração”. Quanto aos tempos verbais, a predominância é do pretérito imperfeito do indicativo, do gerúndio e do pretérito mais-que-perfeito, que tornam presentes as acções realizadas no passado, para que desta forma, também quem está a ler possa ser “testemunha” daquilo que se está a passar –, “criava”, “era”, “amamentava”, “chalrava”, “vinha”, “reluziam”, ”seria”, “tinha”, “faltava”, ”estaria”, “lançavam”; “reinando”, “morrendo”, ”deixando”, “espreitando”,
  • 5. “atirando”, “tombando”; “partira”, “vira”, “descera”, “ficara”, entre muitos outros. Existe um uso muito frequente de adjectivos e advérbios. A utilização da adjectivação, muitas vezes dupla, contribui para dar expressividade e ritmo, realçando a caracterização do substantivo. Com isto, Eça de Queirós, pretende não só sugerir relações entre o nome que qualifica e outros, excitando vivamente a imaginação, como também, mostrar a dupla faceta da realidade que observa (por um lado mostra o que vê mas, por outro, revela a impressão que lhe fica do que observa) – “(…) um rei, moço e valente (…)”, “(rainha) solitária e triste)”, “(rei) formoso e alegre”, “homem depravado e bravio”, “bela e robusta escrava”, “principezinho (…) cabelo louro e fino, (…) escravozinho (…) cabelo negro e crespo”, “existência (…) preciosa e digna”, “beijos pesados e devoradores”, “passos pesados e rudes”. O advérbio de modo mantém as mesmas funções do adjectivo já que, mais do que caracterizar a acção/verbo, o advérbio de modo incide sobre o sujeito. Este também contribui para modificar o sentido do verbo, tornando as expressões mais específicas e, desta forma, estimular a imaginação do leitor – “A rainha chorou magnificamente (…) desoladamente (…) ansiosamente.”, “correra mais sentidamente”, “corpo tombando molemente”, “Descerrou violentamente a cortina”, “rapidamente (…) arrebatou o príncipe”, “Bruscamente um homem enorme (…) surgiu”, “Serva sublimemente leal!”, “escutou ansiosamente”. Os recursos expressivos são muitas vezes utilizados para enriquecer o conto. Alguns dos presentes, são: comparação – “Uma roca não governa como uma espada.”, A mãe caiu sobre o berço, com um suspiro, como cai um corpo morto”, “Os olhos de ambos reluziam como pedras preciosas.”, “Um corpo tombando molemente sobre lajes, como um fardo.”, “vivia num castelo (…) à maneira de um lobo”, “de face mais escura que a noite e coração mais escuro que a face”, “fosse ao menos do tamanho de uma espada”; metáfora – “acendeu um maravilhoso e faiscante incêndio de ouro e pedrarias”; personificação – “a luz da madrugada, já clara e rósea”, “era para ele que os seus braços corriam com um ardor mais feliz.”; enumeração (para intensificar e ritmar) – “O príncipe lá estava, quieto, adormecido, num sonho que o fazia sorrir, lhe iluminava toda a face entre os seus cabelos de ouro.”, “Do chão de rocha até às sombrias abóbadas, por toda a câmara, reluziam, cintilavam, refulgiam os escudos de ouro, as armas marchetadas, os montões de diamantes, as pilhas de moedas, os longos fios de pérolas, todas as riquezas daquele reino, acumuladas por cem reis durante vinte séculos.”, “O seu cavalo de batalha, as suas armas, os seus pajens tinham subido com ele às alturas.”, “ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas…”, “Então calada, muito lenta, muito pálida, a ama descobriu o pobre berço de verga…”; aliteração e anáfora (para intensificar e ritmar, tal como a enumeração) – “(…)sem um braço que o defendesse, forte pela força e forte pelo amor.”, “Então calada, muito lenta, muito pálida, a ama descobriu o pobre berço de verga…”, “Ao lado dele, outro menino dormia noutro berço.”; perífrase – “trespassado por sete lanças entre a flor da sua nobreza”; antítese – “principezinho (…) cabelo louro e fino, (…) escravozinho (…) cabelo negro e crespo”, “para conservar a vida ao seu príncipe, mandara à morte o seu filho…”, “o berço de um magnífico e de marfim entre brocados (…) berço do outro pobre e de verga”; sinestesia – “era para ele que os seus braços corriam com um ardor mais feliz.” Eu gostei muito de ler este conto. Primeiro, porque acho que é
  • 6. muito acessível de ler e de perceber e, assim, não há espaço para dúvidas. Depois, a forma como Eça de Queirós escreve, caracterizando as personagens e passagens do texto com muitos adjectivos e advérbios, torna possível “criar” as cenas e tudo o que elas envolvem na nossa cabeça. E por fim, nunca imaginei, quando comecei a ler o conto, que ele iria acabar com o suicídio da personagem principal. Ficando, assim, muito surpreendida, pela positiva, com o seu final, já que só é perceptível mesmo na altura da sua morte. Acho também, muito interessante a forma como se desenrolam os acontecimentos (a Aia só se suicida porque o seu filho está morto, em que isso, por sua vez, apenas aconteceu para salvar o principezinho que ia ser morto pelo seu tio, pois o rei tinha sido morto). Apesar do conto ser de um escritor do século XIX, acho que, de certa forma, ele podia ser transportado para o século XXI. A ganância e ambição, que põem de lado os valores morais, continuam presentes, e tudo é válido quando se fala em dinheiro e riqueza. Por sua vez, a lealdade e fidelidade é cada vez menor, e são poucos os que põem os valores acima de tudo, muito menos de deixar o filho ser morto sem ganhar nada em troca.