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Maricota
Esta é a história da Maricota. A Maricota é uma menina feliz, gira, que gosta de
comer fruta e legumes.
A Maricota tem uma família que adora: O pai Rui, a mãe Sofia, o irmão Gonçalo, a
irmã Rafaela, o avô António e a avó Maria. O pai e a Maricota desenham juntos e ela adora
lavar os dentes ao mesmo tempo que ele, é divertido! Com a mãe ela gosta de fazer bolos
deliciosos, com os irmãos gosta de ir ao parque, com a avó gosta de dar de comer às galinhas e
com o avô gosta de tratar da horta.
A Maricota é feliz porque tem uma FAMILIA. Ter uma família é importante, porque se
tem uma mãe, um pai, avós, irmãos, tios. Ter uma família é importante porque a família cuida
de nós: dá-nos de comer, dá-nos banho, leva-nos a passear, dá-nos abraços, beijinhos, ajuda-
nos nas tarefas difíceis, trata-nos quando estamos doentes e dá-nos AMOR. Se não tivermos
Família, não temos companhia.
Às vezes a Maricota sente-se triste, porque sabe que há muitas crianças no mundo
que não têm família, então pôs-se a pensar e teve algumas ideias:
- ir para a rua tocar flauta (ela toca muito bem!), para ganhar algum dinheiro e mandar para
essas crianças;
- pedir à professora e realizar o “Dia do Pijama” na escola para juntar dinheiro com os amigos;
- dar alguns dos brinquedos aos outros meninos para brincarem.
Agora vai apresentá-las à família, aos amigos e à professora para juntos fazerem
algumas crianças felizes! Assim os meninos e meninas que não têm família podem arranjar
uma família de coração, que é tão boa como todas as outras.
A Maricota tem um sonho: que todas as crianças do mundo tenham PAZ, SOSSEGO,
SAÚDE e uma FAMILIA!
Uma Grande Família
A chegada de Nagibe à turma estava a causar receio e nervosismo. Sabiam que vinha
de um país chamado Iraque. Viam na televisão imagens chocantes desse país: guerra, violência
e falta de liberdade. Imaginavam que o novo colega seria um terrorista, mau e feio.
Quando o menino chegou à escola, havia medo no ar. Nagibe era moreno, cabelo
escuro e olhos castanhos, cansados e tristes. Não era feio! Não falava português; sabia um
pouco de inglês, tal como a professora e os alunos. Contou-lhes que a sua cidade, Mossul,
tinha sido bombardeada por terroristas e que a escola onde estudava, a sua casa e a dos
vizinhos foram destruídas. Então os pais resolveram fugir para a Europa, em busca de paz.
Andaram mais de 1000Km até à Turquia, um país vizinho. Passaram fome e sede, mas
mantiveram-se unidos, como uma família.
Na Turquia conseguiram lugar num barquito que atravessou o Mar Mediterrâneo.
Nagibe estava cheio de medo pois sabia que naquele mar já tinham morrido milhares de
pessoas, que fugiam da guerra. Desembarcaram em Lesbos, uma ilha da Grécia. Aí surgiu a
oportunidade de virem para Portugal, Ponte de Lima, onde os pais tinham esperança de
conseguir trabalho e casa para a família viver sem medo.
Todos ouviam a história de Nagibe em silêncio e coração partido. Ele era apenas um
menino, como eles.
Os alunos contaram aos pais, que contaram aos vizinhos, que contaram aos amigos e
muita gente ficou a saber. Juntaram-se e, como uma grande família, ajudaram Mohammad,
Malala e Nagibe. Arranjaram-lhes emprego, ajudaram-nos a construir uma pequena casa e
ensinaram-nos a falar português.
E assim esta família encontrou paz em Ponte de Lima – “Terra Rica da Humanidade”.
Diferentes por fora, felizes por dentro
A história passa-se num reino encantado de criaturas magníficas, às vezes confusas
ou perdidas: a escola! O professor lembrou que o Dia do Pai estava próximo e pediu sugestões
para as lembranças. Muitas ideias saltaram daquelas cabeças bonitas, mas o entusiasmo não
era geral. Algumas crianças ficaram cabisbaixas, encolhidas nos seus pensamentos.
A campainha tocou. O professor pediu aos três alunos de olhos tristes que ficassem.
Esperaram em silêncio… “Porque ficaram tristes?” – perguntou. A Ângela explicou que o pai
trabalhava longe e não iria estar com ele no Dia do Pai. O professor acalmou-a e sugeriu que
guardasse o presente até às férias, quando iria rever o pai. O Leandro soltou um desabafo: “Ao
menos tens um pai. Eu não…”
O professor explicou que a mãe do Leandro não tinha namorado, mas desejava
muito ser mãe, por isso, com ajuda médica, recebeu sementinhas de um dador e engravidou.
As meninas ficaram espantadas e o Leandro, que conhecia bem a explicação, deixou cair umas
lágrimas. O professor abraçou-o e o menino sentiu como se estivesse a receber o carinho de
um pai.
A Maria ganhou coragem para explicar aos amigos que tinha dois pais.
- Eu não vivo com uma mãe e um pai. Fui adotada ainda pequenina. O meu pai adotivo tem
um namorado, que me trata tão bem! Gosto deles da mesma forma… A quem dou a
lembrança?
A Ângela sugeriu que fizesse uma para cada um. Tocou. Os colegas entraram.
Estavam mais tranquilos e todos fizeram as lembranças orgulhosos das suas famílias. As
Famílias são todas diferentes… O que importa é que sejam felizes!
O Leandro decidiu dar a lembrança ao professor porque cuidava dos alunos como se
fossem seus filhos.
Família, minha flor
Família,
Raiz que me sustenta,
Flor poderosa, joia valiosa.
Porto de abrigo,
Teia de emoções,
Pétalas de recordações.
Fruto cheio de bondade,
Ninho de cumplicidade,
Ligação que acalenta o coração.
Família Lopes
Era uma vez uma família riquíssima constituída por seis elementos: mãe, pai, dois jovens
adolescentes e os avôs. Viviam numa casa enorme, com janelas grandes e portadas de
madeira, rodeada de um jardim colorido, ladeado por trepadeiras exóticas. Eram conhecidos
como “Os Lopes do calçado”, pois tinham uma fábrica de calçado que empregava muita gente
daquela vila.
Um dia, o pai chegou a casa muito triste e perturbado. Reuniu a família e expôs o motivo da
sua preocupação:
- Meus queridos, custa-me muito dizer que a nossa fábrica está a atravessar uma grande crise.
O nosso melhor cliente não pagou a última encomenda, deixando-nos à beira da falência. A
partir de hoje teremos de ficar mais unidos e evitar gastos desnecessários.
- Meu filho, somos uma família e, como tal, podes contar connosco, sempre, nos bons e nos
maus momentos! Em primeiro lugar, temos de pensar numa forma de continuar a pagar os
salários aos nossos funcionários, pois também eles têm famílias para sustentar. Se queremos
salvar a fábrica, teremos de pedir a sua compreensão e ajuda – disse o avô muito apreensivo.
Todos concordaram com a sugestão. O filho mais velho, perito em questões de
informática, prontificou-se a criar uma imagem nova e mais moderna da fábrica e colocou
todos os produtos online.
A Rita, nos seus tempos, livres ajudava a mãe no escritório da fábrica e, todos os
dias, ambas incentivavam os trabalhadores a acreditarem na empresa, pois encomendas não
faltavam.
Os meses foram passando e os sacrifícios foram enormes. A família Lopes teve de
vender quase todos os seus bens, mas conseguiu o capital necessário para manter o negócio.
- Vão-se os anéis, fiquem os dedos! – suspirou a avó.
Londres, 2 de fevereiro 2017
Querido diário
Hoje acordei lamechas! Sonhei com o passado.
Como sabes a minha história de vida é muito emocionante. Cedo, perdi os meus pais
num ataque terrorista, desses que ninguém consegue explicar, e que deixa jovens, como eu e
os meus irmãos, mais novos, órfãos, tristes, perdidos, sem chão!
Os meus padrinhos eram a nossa família mais chegada, mas moravam em Londres.
Então, ficamos temporariamente ao cuidado de uma instituição.
Felizmente, a minha madrinha convenceu o meu padrinho a adotar-nos e ambos regressaram
a Portugal para nos “libertarem” daquele pesadelo. Não é que a instituição fosse má ou que
nos maltratassem, nós até fizemos bons amigos… Mas não há nada melhor do que o nosso
cantinho! Assim que as questões legais ficaram resolvidas viajamos para Londres, de avião, o
que foi uma aventura. Até imaginei que era o Peter Pan e que salvava os meus irmãos de um
bando de piratas.
Quando aterramos, apanhamos um táxi e seguimos para casa dos meus padrinhos.
Nem queríamos acreditar! A casa era tipicamente inglesa. No jardim havia um carvalho
enorme que suportava uma casinha de madeira, com duas janelinhas, uma porta e uma
varanda de onde caía uma escada de corda. Ao ver-nos de boca aberta, o meu padrinho disse:
- Sejam bem-vindos! Queremos muito que sejam felizes aqui. Construí-a para vocês.
Abraçamos os meus padrinhos com a lágrima no canto do olho. A mudança ia ser
grande, mas eles estariam ali para nós.
Família é saber dar a mão, é carinho, … muito mais do que apenas laços de sangue.
Elias Santos
Rico e pobre
Era uma vez um homem muito rico que vivia sozinho numa mansão rodeada de lindos
jardins. A casa era protegida por grades altas e pontiagudas que tinham como objetivo proteger a
propriedade da cobiça e da inveja.
Era detestado por todos os que o conheciam e que tinham de se relacionar com ele,
porque tinha um feitio difícil. Não gostava de pessoas, só de dinheiro. Só este o fazia sentir bem.
Quem tratava do seu jardim era um jardineiro muito pobre, porque os salários que o
homem pagava eram miseráveis.
Todas as manhãs, quando saía para o escritório, se cruzava com aquele empregado, que
lhe dirigia um “Bom Dia!” muito caloroso e verdadeiro. O homem rico ficava surpreendido com
aquela boa disposição. E seguia o seu caminho, pensando nos motivos que teria o jardineiro para
estar tão contente.
Até que, após tantos anos a assistir àquela simpatia diária, resolveu perguntar-lhe:
-Como é que tu, que tens um trabalho tão duro, ao sol e à chuva, ao frio e ao vento, e
ainda por cima mal pago, consegues ser tão feliz?
Era a primeira vez que o patrão lhe dirigia uma palavra.
-Senhor, para ser feliz, basta-me o amor da minha família. Venha hoje à noite jantar a
minha humilde casa e saberá de onde me vem a felicidade - respondeu.
O homem rico ficou perplexo com o convite, mas resolveu aceitar.
Estacionou frente a casa do jardineiro à hora marcada. Era uma casa pequena e velha,
com sinais de humidade.
Lá dentro, apesar do frio, reparou logo no ambiente caloroso. O jardineiro e a esposa
preparavam alegremente o jantar, os avós estavam junto à lareira a contar histórias aos netos.
Estranhamente apeteceu-lhe viver ali.
Percebeu, então, que a verdadeira riqueza está na união da família.

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  • 6. Maricota Esta é a história da Maricota. A Maricota é uma menina feliz, gira, que gosta de comer fruta e legumes. A Maricota tem uma família que adora: O pai Rui, a mãe Sofia, o irmão Gonçalo, a irmã Rafaela, o avô António e a avó Maria. O pai e a Maricota desenham juntos e ela adora lavar os dentes ao mesmo tempo que ele, é divertido! Com a mãe ela gosta de fazer bolos deliciosos, com os irmãos gosta de ir ao parque, com a avó gosta de dar de comer às galinhas e com o avô gosta de tratar da horta. A Maricota é feliz porque tem uma FAMILIA. Ter uma família é importante, porque se tem uma mãe, um pai, avós, irmãos, tios. Ter uma família é importante porque a família cuida de nós: dá-nos de comer, dá-nos banho, leva-nos a passear, dá-nos abraços, beijinhos, ajuda- nos nas tarefas difíceis, trata-nos quando estamos doentes e dá-nos AMOR. Se não tivermos Família, não temos companhia. Às vezes a Maricota sente-se triste, porque sabe que há muitas crianças no mundo que não têm família, então pôs-se a pensar e teve algumas ideias: - ir para a rua tocar flauta (ela toca muito bem!), para ganhar algum dinheiro e mandar para essas crianças; - pedir à professora e realizar o “Dia do Pijama” na escola para juntar dinheiro com os amigos; - dar alguns dos brinquedos aos outros meninos para brincarem. Agora vai apresentá-las à família, aos amigos e à professora para juntos fazerem algumas crianças felizes! Assim os meninos e meninas que não têm família podem arranjar uma família de coração, que é tão boa como todas as outras. A Maricota tem um sonho: que todas as crianças do mundo tenham PAZ, SOSSEGO, SAÚDE e uma FAMILIA!
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  • 19. Uma Grande Família A chegada de Nagibe à turma estava a causar receio e nervosismo. Sabiam que vinha de um país chamado Iraque. Viam na televisão imagens chocantes desse país: guerra, violência e falta de liberdade. Imaginavam que o novo colega seria um terrorista, mau e feio. Quando o menino chegou à escola, havia medo no ar. Nagibe era moreno, cabelo escuro e olhos castanhos, cansados e tristes. Não era feio! Não falava português; sabia um pouco de inglês, tal como a professora e os alunos. Contou-lhes que a sua cidade, Mossul, tinha sido bombardeada por terroristas e que a escola onde estudava, a sua casa e a dos vizinhos foram destruídas. Então os pais resolveram fugir para a Europa, em busca de paz. Andaram mais de 1000Km até à Turquia, um país vizinho. Passaram fome e sede, mas mantiveram-se unidos, como uma família. Na Turquia conseguiram lugar num barquito que atravessou o Mar Mediterrâneo. Nagibe estava cheio de medo pois sabia que naquele mar já tinham morrido milhares de pessoas, que fugiam da guerra. Desembarcaram em Lesbos, uma ilha da Grécia. Aí surgiu a oportunidade de virem para Portugal, Ponte de Lima, onde os pais tinham esperança de conseguir trabalho e casa para a família viver sem medo. Todos ouviam a história de Nagibe em silêncio e coração partido. Ele era apenas um menino, como eles. Os alunos contaram aos pais, que contaram aos vizinhos, que contaram aos amigos e muita gente ficou a saber. Juntaram-se e, como uma grande família, ajudaram Mohammad, Malala e Nagibe. Arranjaram-lhes emprego, ajudaram-nos a construir uma pequena casa e ensinaram-nos a falar português. E assim esta família encontrou paz em Ponte de Lima – “Terra Rica da Humanidade”.
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  • 21. Diferentes por fora, felizes por dentro A história passa-se num reino encantado de criaturas magníficas, às vezes confusas ou perdidas: a escola! O professor lembrou que o Dia do Pai estava próximo e pediu sugestões para as lembranças. Muitas ideias saltaram daquelas cabeças bonitas, mas o entusiasmo não era geral. Algumas crianças ficaram cabisbaixas, encolhidas nos seus pensamentos. A campainha tocou. O professor pediu aos três alunos de olhos tristes que ficassem. Esperaram em silêncio… “Porque ficaram tristes?” – perguntou. A Ângela explicou que o pai trabalhava longe e não iria estar com ele no Dia do Pai. O professor acalmou-a e sugeriu que guardasse o presente até às férias, quando iria rever o pai. O Leandro soltou um desabafo: “Ao menos tens um pai. Eu não…” O professor explicou que a mãe do Leandro não tinha namorado, mas desejava muito ser mãe, por isso, com ajuda médica, recebeu sementinhas de um dador e engravidou. As meninas ficaram espantadas e o Leandro, que conhecia bem a explicação, deixou cair umas lágrimas. O professor abraçou-o e o menino sentiu como se estivesse a receber o carinho de um pai. A Maria ganhou coragem para explicar aos amigos que tinha dois pais. - Eu não vivo com uma mãe e um pai. Fui adotada ainda pequenina. O meu pai adotivo tem um namorado, que me trata tão bem! Gosto deles da mesma forma… A quem dou a lembrança? A Ângela sugeriu que fizesse uma para cada um. Tocou. Os colegas entraram. Estavam mais tranquilos e todos fizeram as lembranças orgulhosos das suas famílias. As Famílias são todas diferentes… O que importa é que sejam felizes! O Leandro decidiu dar a lembrança ao professor porque cuidava dos alunos como se fossem seus filhos.
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  • 23. Família, minha flor Família, Raiz que me sustenta, Flor poderosa, joia valiosa. Porto de abrigo, Teia de emoções, Pétalas de recordações. Fruto cheio de bondade, Ninho de cumplicidade, Ligação que acalenta o coração.
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  • 25. Família Lopes Era uma vez uma família riquíssima constituída por seis elementos: mãe, pai, dois jovens adolescentes e os avôs. Viviam numa casa enorme, com janelas grandes e portadas de madeira, rodeada de um jardim colorido, ladeado por trepadeiras exóticas. Eram conhecidos como “Os Lopes do calçado”, pois tinham uma fábrica de calçado que empregava muita gente daquela vila. Um dia, o pai chegou a casa muito triste e perturbado. Reuniu a família e expôs o motivo da sua preocupação: - Meus queridos, custa-me muito dizer que a nossa fábrica está a atravessar uma grande crise. O nosso melhor cliente não pagou a última encomenda, deixando-nos à beira da falência. A partir de hoje teremos de ficar mais unidos e evitar gastos desnecessários. - Meu filho, somos uma família e, como tal, podes contar connosco, sempre, nos bons e nos maus momentos! Em primeiro lugar, temos de pensar numa forma de continuar a pagar os salários aos nossos funcionários, pois também eles têm famílias para sustentar. Se queremos salvar a fábrica, teremos de pedir a sua compreensão e ajuda – disse o avô muito apreensivo. Todos concordaram com a sugestão. O filho mais velho, perito em questões de informática, prontificou-se a criar uma imagem nova e mais moderna da fábrica e colocou todos os produtos online. A Rita, nos seus tempos, livres ajudava a mãe no escritório da fábrica e, todos os dias, ambas incentivavam os trabalhadores a acreditarem na empresa, pois encomendas não faltavam. Os meses foram passando e os sacrifícios foram enormes. A família Lopes teve de vender quase todos os seus bens, mas conseguiu o capital necessário para manter o negócio. - Vão-se os anéis, fiquem os dedos! – suspirou a avó.
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  • 27. Londres, 2 de fevereiro 2017 Querido diário Hoje acordei lamechas! Sonhei com o passado. Como sabes a minha história de vida é muito emocionante. Cedo, perdi os meus pais num ataque terrorista, desses que ninguém consegue explicar, e que deixa jovens, como eu e os meus irmãos, mais novos, órfãos, tristes, perdidos, sem chão! Os meus padrinhos eram a nossa família mais chegada, mas moravam em Londres. Então, ficamos temporariamente ao cuidado de uma instituição. Felizmente, a minha madrinha convenceu o meu padrinho a adotar-nos e ambos regressaram a Portugal para nos “libertarem” daquele pesadelo. Não é que a instituição fosse má ou que nos maltratassem, nós até fizemos bons amigos… Mas não há nada melhor do que o nosso cantinho! Assim que as questões legais ficaram resolvidas viajamos para Londres, de avião, o que foi uma aventura. Até imaginei que era o Peter Pan e que salvava os meus irmãos de um bando de piratas. Quando aterramos, apanhamos um táxi e seguimos para casa dos meus padrinhos. Nem queríamos acreditar! A casa era tipicamente inglesa. No jardim havia um carvalho enorme que suportava uma casinha de madeira, com duas janelinhas, uma porta e uma varanda de onde caía uma escada de corda. Ao ver-nos de boca aberta, o meu padrinho disse: - Sejam bem-vindos! Queremos muito que sejam felizes aqui. Construí-a para vocês. Abraçamos os meus padrinhos com a lágrima no canto do olho. A mudança ia ser grande, mas eles estariam ali para nós. Família é saber dar a mão, é carinho, … muito mais do que apenas laços de sangue. Elias Santos
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  • 29. Rico e pobre Era uma vez um homem muito rico que vivia sozinho numa mansão rodeada de lindos jardins. A casa era protegida por grades altas e pontiagudas que tinham como objetivo proteger a propriedade da cobiça e da inveja. Era detestado por todos os que o conheciam e que tinham de se relacionar com ele, porque tinha um feitio difícil. Não gostava de pessoas, só de dinheiro. Só este o fazia sentir bem. Quem tratava do seu jardim era um jardineiro muito pobre, porque os salários que o homem pagava eram miseráveis. Todas as manhãs, quando saía para o escritório, se cruzava com aquele empregado, que lhe dirigia um “Bom Dia!” muito caloroso e verdadeiro. O homem rico ficava surpreendido com aquela boa disposição. E seguia o seu caminho, pensando nos motivos que teria o jardineiro para estar tão contente. Até que, após tantos anos a assistir àquela simpatia diária, resolveu perguntar-lhe: -Como é que tu, que tens um trabalho tão duro, ao sol e à chuva, ao frio e ao vento, e ainda por cima mal pago, consegues ser tão feliz? Era a primeira vez que o patrão lhe dirigia uma palavra. -Senhor, para ser feliz, basta-me o amor da minha família. Venha hoje à noite jantar a minha humilde casa e saberá de onde me vem a felicidade - respondeu. O homem rico ficou perplexo com o convite, mas resolveu aceitar. Estacionou frente a casa do jardineiro à hora marcada. Era uma casa pequena e velha, com sinais de humidade. Lá dentro, apesar do frio, reparou logo no ambiente caloroso. O jardineiro e a esposa preparavam alegremente o jantar, os avós estavam junto à lareira a contar histórias aos netos. Estranhamente apeteceu-lhe viver ali. Percebeu, então, que a verdadeira riqueza está na união da família.