Este documento compara as escalas PUSH e RESVECH 2.0 para avaliação de feridas crônicas, aplicando-as em 28 feridas ao longo de 8 semanas. A escala RESVECH 2.0 mostrou comportamento semelhante à PUSH, mas corrige alguns defeitos desta ao avaliar melhor o tamanho, exsudato e profundidade das feridas. Mais estudos são necessários para validar a eficácia da escala RESVECH 2.0.
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
Push vs resvech
1. José Marques & Paulo Alves
Enfermeiro UCCI Arganil; Mestrando de FVT do ICS-UCP Porto
Enfermeiro; Professor Assistente do ICS-UCP Porto
Instrumentos de avaliação de feridas crónicas:
Estudo sobre as escalas PUSH e RESVECH 2.0
2. Contexto
Instrumento de avaliação de feridas crónicas (UPP, Úlcera de
Perna e Pé Diabético): PUSH
Thomas DR. Rodeheaver GT. Bartolucci AA. Franz RA, Sussman
C. Ferrell BA.(1997). Cuddigan J, Stotts NA, Maklebust J. Pressure
ulcer scale for healing: Derivation and validation of the PUSH tool.
AdvWound Care, nº10, vol.5, 96-101.
CEISUC (2005), por Pedro Lopes Ferreira, Cristina Miguéns, João
Gouveia e Kátia Furtado
Ampla utilização
Instrumento de rápido e fácil uso
3. Contexto
Limitações da PUSH
Não avalia as características do exsudado (somente quantidade)
Sensibilidade para o tamanho da lesão (>24 cm2
)1
Não avalia a profundidade da lesão
Escala RESVECH 2.0
Restrepo-Medrano, J. C.; Verdú Soriano, J. (2011). DESARROLLO
DE UN ÍNDICE DE MEDIDA DE LA EVOLUCIÓN HACIA LA
CICATRIZACIÓN DE LAS HERIDAS CRÓNICAS. Gerokomos,
nº22, vol. 4, 176-183
1
Cauble, D. (2010). A Critical Appraisal of Two Measures for Pressure Ulcer Assessment.
Southern Online Journal of Nursing Research, nº10, vol. 4
4. ESCALA RESVECH 2.01
6 Domínios:
Dimensão da lesão; Profundidade / Tecidos atingidos; Bordos; Tipo de tecido
presente no leito da ferida; Exsudado Infeção/inflamação (sinais de biofilme)
Scores de 0 a 35
Evolução da escala RESVECH 1.0
Testes de validade e fiabilidade com 69,2% UPP e 30,8% UEI
(N=91)
Definições operacionais e instruções de uso
Escala completa e de fácil uso
1
Restrepo-Medrano, J. C.; Verdú Soriano, J. (2011). DESARROLLO DE UN ÍNDICE DE
MEDIDA DE LA EVOLUCIÓN HACIA LA CICATRIZACIÓN DE LAS HERIDAS
CRÓNICAS. Gerokomos, nº22, vol. 4, 176-183
5. ESCALA RESVECH 2.0
ITEMS
1.Dimensões da lesão
0. Área = 0 cm2
1. Área < 4 cm2
2. Área = 4 - < 16 cm2
3. Área = 16 - < 36 cm2
4. Área = 36 - < 64 cm2
5. Área = 64 - < 100 cm2
6. Área ≥ 100 cm2
2. Profundidade / Tecidos atingidos
0.Pele intacta regenerada / cicatrizada
1.Atingimento da derme e epiderme
2.Atingimento do tecido celular subcutâneo (tecido adiposo sem atingir a fáscia muscular)
3.Atingimento muscular
4.Atingimento ósseo e/ou tecidos anexos (tendões, ligamentos, cápsula articular, ou
necrose negra que não permite visualizar tecidos subjacentes)
3. Bordos
0.Não distintos; (ausência de bordos de ferida)
1.Difusos
2.Delimitados
3. Lesados
4.Espessos (“envelhecidos”, “evertidos”)
4. Tipo de tecido presente no leito da ferida
4.Necrótico (necrose negra seca ou húmida)
3.Tecido desvitalizado e/ou fibrinoso
2.Tecido de granulação
1.Tecido epitelial
0. Tecido regenerado / cicatrizado
ITEMS
5. Exsudado
3.Seco
0.Húmido
1. Molhado
2.Saturado
3.Com fuga de exsudado
6. Infeção/inflamação (sinais de biofilme)
6.1 Dor aumentada
6.2 Eritema perilesional
6.3 Edema perilesional
6.4 Calor / Pele quente
6.5 Exsudado aumentado
6.6 Exsudado purulento
6.7 Tecido friável ou facilmente sangrante
6.8 Ferida estagnada, sem evolução
6.9 Tecido compatível com biofilme
6.10 Odor
6.11 Hipergranulação
6.12 Aumento do tamanho da ferida
6.13 Lesões satélite
6.14 Descoloração / Palidez dos tecido
SOMAR A PONTUAÇÃO DE TODOS OS SUBITEMS
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Sim=1
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
Não=0
PONTUAÇÃO TOTAL (Máx.= 35, Mín.= 0)
7. OBJETIVO
Comparar a monitorização efetuada a uma amostra de 28 feridas
crónicas, avaliadas ao longo de 5 momentos distintos, durante 8
semanas, em população residente em tipologias de Longa Duração
e Média Duração de Unidade Cuidados Continuados e de Lar de 3ª
Idade, com uso simultâneo da escala PUSH-PT e RESVECH2.0.
8. METODOLOGIA
Paradigma quantitativo: descritivo e longitudinal.
Tradução, validação cultural e semântica do instrumento castelhano
RESVECH 2.0.
Amostra: utentes que ingressaram em Unidade de Cuidados
Continuados – MDR e LDM da Região do Pinhal Interior Norte, e
Lar de 3ª Idade, da mesma região, entre 1 de Outubro de 2014 e 30
de Janeiro de 2015
Colheita de dados através de avaliação presencial e de registo
fotográfico em 5 momentos intercalados por períodos de 2
semanas.
Na avaliação foram preenchidas as escalas e registados os
tratamentos local/sistémico adotados.
9. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
N=28 feridas crónicas (20 utentes)
N médio = 1,4 feridas/utente
Idade média = 84,1 A (min. 54 máx. 96)
Sexo: 14♀ / 6♂
Patologias: essencialmente relacionadas com envelhecimento
Etiologia das feridas: 72% UPP
Tempo médio de evolução: 21 meses (min. 1,5 mês; máx. 40 anos)
18. CONCLUSÕES
A escala RESVECH 2.0 mostrou efetividade na avaliação de feridas
crónicas, em concorrência com a escala PUSH (“comportamento
semelhante”)
A escala RESVECH 2.0 vem corrigir alguns defeitos apontados à
escala PUSH, como:
Apresenta maior sensibilidade no item “tamanho de lesão”
Avalia as características do exsudado
Avalia a profundidade da lesão
Penaliza um “exsudato seco” (cicatrização ocorre em meio húmido)
Depois de validada, serão necessários mais estudos que
demonstrem a efetividade da escala RESVECH 2.0 e a pertinência
do seu uso em feridas crónicas.