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João Guimarães Rosa
Primeiras Estórias
As Margens da Alegria
Introdução
Em As margens da alegria, Guimarães Rosa coloca-nos diante de um
Menino que, na sua lenta descoberta do mundo, transforma tudo o
que lhe passa diante dos olhos em experiência de dor e alegria, vida e
morte. Essa aprendizagem se dá a partir da relação direta com a
natureza em toda a sua dinâmica, para a qual o Menino volta um olhar
sem reservas, cheio de admiração. Aqui a infância aparece como o
lugar do crescimento, da descoberta, da aprendizagem. O Menino tem
como primeira fonte de conhecimento o olhar: "espiar", "avistar",
"ver" e "vislumbrar" são verbos que percorrem toda a narrativa. É,
portanto, através do olhar atento e encantado que ele conhece e
reconhece todas as coisas que encontra.
Enredo
O protagonista, o menino, faz uma viagem de avião até a casa do Tio
numa cidade em construção, provavelmente Brasília. Esse passeio,
como informa o narrador, é na máxima felicidade. Os adultos estão
sempre o afagando. Tudo é belo e novo. E antes mesmo que tenha
consciência das necessidades, já é satisfeito. Tais descrições conferem
com a ideia que se faz do Paraíso. É onde a criança parece estar.
O clímax de tanta felicidade vai-se dar quando o Menino encontra um
peru majestoso. Mas dura pouco tempo, pois, depois de um passeio, o
garoto fica sabendo que a ave havia sido morta para o aniversário do
Tio. Sua tristeza é aumentada quando depois presencia a derrubada de
uma árvore. É o contato com as imperfeições da vida: a morte e,
consequentemente, a passagem do tempo. Cai do Paraíso.
Tem um momento ilusório: é quando pensa ter visto de novo o tão
amado peru. Na realidade, era outro, menor, menos pomposo. Há
quem enxergue aqui o platonismo, na medida em que esse segundo
pássaro seria sombra do primeiro, perfeito, já que pertencente ao
mundo das ideias.
O segundo bicho, que bica a cabeça decepada da antiga ave,
proporcionará ao menino mais experiências difíceis ligadas ao campo
da inveja e da malignidade. É o instante em que começa a escurecer,
tanto denotativamente (fim do dia, chegada da noite), quanto
conotativamente (contato com o lado escuro da existência).
A angústia é aliviada quando surge, em meio à escuridão da floresta à
sua frente, um vaga-lume. Sua luz em meio ao breu simboliza a
esperança que se deve ter após a queda do Paraíso, após o mergulho
nas imperfeições da condição humana. Por isso alguns associam esse
brilho aos ideais religiosos, como o próprio Espírito Santo, a nos trazer
de volta a felicidade do princípio de tudo.
Imagens
As Margens de Brasília
Ilustração que representa a cidade em construção,
Ilustração do livro As margens da alegria
Representando o Garoto sendo deixado por Seus pais com o seu Tio.
O Peru
“Senhor! Quando avistou o peru, no centro do terreiro, entre a casa e as
árvores da mata. O peru, imperial, dava-lhe as costas, para receber sua
admiração.
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  • 1. João Guimarães Rosa Primeiras Estórias As Margens da Alegria
  • 2. Introdução Em As margens da alegria, Guimarães Rosa coloca-nos diante de um Menino que, na sua lenta descoberta do mundo, transforma tudo o que lhe passa diante dos olhos em experiência de dor e alegria, vida e morte. Essa aprendizagem se dá a partir da relação direta com a natureza em toda a sua dinâmica, para a qual o Menino volta um olhar sem reservas, cheio de admiração. Aqui a infância aparece como o lugar do crescimento, da descoberta, da aprendizagem. O Menino tem como primeira fonte de conhecimento o olhar: "espiar", "avistar", "ver" e "vislumbrar" são verbos que percorrem toda a narrativa. É, portanto, através do olhar atento e encantado que ele conhece e reconhece todas as coisas que encontra.
  • 3. Enredo O protagonista, o menino, faz uma viagem de avião até a casa do Tio numa cidade em construção, provavelmente Brasília. Esse passeio, como informa o narrador, é na máxima felicidade. Os adultos estão sempre o afagando. Tudo é belo e novo. E antes mesmo que tenha consciência das necessidades, já é satisfeito. Tais descrições conferem com a ideia que se faz do Paraíso. É onde a criança parece estar. O clímax de tanta felicidade vai-se dar quando o Menino encontra um peru majestoso. Mas dura pouco tempo, pois, depois de um passeio, o garoto fica sabendo que a ave havia sido morta para o aniversário do Tio. Sua tristeza é aumentada quando depois presencia a derrubada de uma árvore. É o contato com as imperfeições da vida: a morte e, consequentemente, a passagem do tempo. Cai do Paraíso.
  • 4. Tem um momento ilusório: é quando pensa ter visto de novo o tão amado peru. Na realidade, era outro, menor, menos pomposo. Há quem enxergue aqui o platonismo, na medida em que esse segundo pássaro seria sombra do primeiro, perfeito, já que pertencente ao mundo das ideias. O segundo bicho, que bica a cabeça decepada da antiga ave, proporcionará ao menino mais experiências difíceis ligadas ao campo da inveja e da malignidade. É o instante em que começa a escurecer, tanto denotativamente (fim do dia, chegada da noite), quanto conotativamente (contato com o lado escuro da existência). A angústia é aliviada quando surge, em meio à escuridão da floresta à sua frente, um vaga-lume. Sua luz em meio ao breu simboliza a esperança que se deve ter após a queda do Paraíso, após o mergulho nas imperfeições da condição humana. Por isso alguns associam esse brilho aos ideais religiosos, como o próprio Espírito Santo, a nos trazer de volta a felicidade do princípio de tudo.
  • 6. As Margens de Brasília Ilustração que representa a cidade em construção,
  • 7. Ilustração do livro As margens da alegria Representando o Garoto sendo deixado por Seus pais com o seu Tio.
  • 8. O Peru “Senhor! Quando avistou o peru, no centro do terreiro, entre a casa e as árvores da mata. O peru, imperial, dava-lhe as costas, para receber sua admiração.