2. Mulheres e feminismo
Ao falar sobre o feminismo no Brasil, devemos inicialmente
falar sobre a situação da mulher em nossa sociedade.
Durante vários séculos, as mulheres estiveram relegadas ao
ambiente doméstico e subalternas ao poder das figuras do
pai e do marido. Quando chegavam a se expor ao público, o
faziam acompanhadas e geralmente se dirigiam para o
interior das igrejas. A limitação do ir e do vir era a mais clara
manifestação do lugar ocupado pelo feminino.
3.
A transformação desse papel recluso passou a
experimentar suas primeiras transformações no século
XIX, quando o governo imperial reconheceu a necessidade
de educação da população feminina. No final desse
mesmo período, algumas publicações abordavam essa
relação entre a mulher e a educação, mas sem pensar em
um projeto amplo a todas as mulheres. O conhecimento
não passava de instrumento de reconhecimento das
mulheres provenientes das classes mais abastadas.
4.
Chegando até essa época, as aspirações pelo saber
existiam, mas não possuíam o interesse de subverter
ou questionar a ordem imposta pelo mundo dos
homens. No século XX, os papéis desempenhados
pela mulher se ampliaram quando algumas destas se
inseriram em uma sociedade industrial, onde
assumiram uma gama diversa de postos de trabalho.
Apesar disso, a esfera da mulher ligada ao lar
continuava a ter sua força hegemônica.
5.
Aqui tínhamos uma diversificação dos feminismos
que iam da tendência bem comportada até o
feminismo mais incisivo. Nesse quadro, observamos
a mobilização de mulheres que exigiam o seu direito
à cidadania sem questionar os outros papéis
subalternos assumidos pelas mesmas. Na outra
extremidade, vemos mulheres que reivindicam sua
ampliação na vida pública, a defesa irrestrita do
movimento dos trabalhadores e a consolidação dos
princípios de lutas comunistas.
6.
Entre as décadas de 1930 e 1960, as manifestações
feministas oscilavam mediante as mudanças
desenvolvidas no cenário político nacional. Em 1934,
o voto feminino fora reconhecido pelo governo de
Getúlio Vargas. Já em 1937, os ideais corporativistas
do Estado Novo impediram a expressão de
movimentos de luta e contestação de homens e
mulheres. Nos anos de 1950, a redemocratização
permitira a flexibilização da exigência que
condicionava o trabalho feminino à autorização
marital.
7.
A revolução dos costumes engendrada na década de
1960 abriu caminho para que o feminismo se
tornasse um movimento de maior força e
combatividade. Mesmo sob o contexto da ditadura,
as mulheres passaram a se organizar para
questionarem mais profundamente seu papel
assumido na sociedade. A problemática dos padrões
de comportamento passou a andar de mãos dadas
com os ideias de esquerda que inspiravam várias
participantes desse momento.
8.
Vale aqui ressaltar que a luta pela equidade entre os
gêneros acabou criando dilemas significativos em
relação à mulher feminista. Lutar pelos direitos da
mulher, em muitos momentos, parecia ser a
demonstração que a mulher poderia simplesmente
assumir os mesmos lugares e comportamentos antes
privados ao mundo masculino. Dessa forma, a
subjetividade feminina era deixada de lado para
favorecer um ideal de que a “verdadeira feminista”
deveria ser combativa e, ao mesmo tempo,
embrutecida.
9.
Quando atingimos o processo de redemocratização
do país, observamos que o feminismo passou por
uma reorganização contrária a uma tendência
unificadora. Uma espécie de “feminismo temático”
apareceu em instituições que tratavam de demandas
específicas da mulher. Em certo sentido, o feminismo
tomava para si não só a participação na esfera
política, mas também se desdobrava no debate de
questões e problemas de ordem mais concreta e
imediata.
10.
Dessa forma, chegamos à atualidade vendo que a
ação feminista não mais se comporta apenas na
formação de movimentos organizados. Sendo assim,
a intenção de se pensar sobre as necessidades da
mulher não mais atravessa a dificuldade de se criar
um projeto amplo e universalista. Entre as grandes e
pequenas demandas, as mulheres observam que a
conquista de sua emancipação abre portas para a
compreensão e a resolução de outros novos
desafios.
11. Importância da Mulher na Sociedade
Enfrentando diversas discriminações e adaptações em
relação aos “afazeres puramente femininos”, como cuidar
de casa e da família, a mulher conseguiu superar suas
dificuldades e ainda administrar seu tempo a favor de suas
atividades, para que as questões familiares não entrem em
conflito com questões profissionais e sociais. A mulher
ainda é alvo de grande discriminação por aqueles que
ainda acreditam que “lugar de mulher é no fogão” e por isso
enfrenta o grande desafio de mostrar que apesar de frágil é
ainda forte, ousada e firme na tomada de decisões, quando
necessário.
12.
A mulher tem marcado as últimas décadas mostrando que
competência no trabalho também é um grande marco
feminino. Apesar de ser taxada como sexo frágil, a mulher
tem se mostrado forte o bastante para encarar os desafios
propostos pelo mercado de trabalho com convicção e
disposição. A fragilidade da mulher, ou melhor, a
sensibilidade da mulher tem grande colaboração nas
influências humanas que se tenta propagar na atualidade,
pois, como é sabido, o mundo passa por transformações
rápidas e desastrosas que precisam de mudanças
imediatas. A mulher consegue transmitir a importante e
dura tarefa de mudar hábitos com a clareza e a delicadeza
necessária para despertar o envolvimento de cada
indivíduo e a importância da mudança de cada um.
13.
O avanço feminino frente à política e economia ainda
mostra a força da mulher em perceber e apontar os
problemas tendo sempre boas formas de resolvê-los assim
como os indivíduos do sexo masculino, o que evidencia o
erro de descriminar e diminuir o sexo feminino privando-o a
apenas poucas tarefas (domésticas).
A realidade do crescimento do espaço feminino tem sido
percebida pela participação da mulher em diferentes áreas
da sociedade que lhe conferem direitos sociais, políticos e
econômicos, assim como os indivíduos do sexo oposto.