Este documento discute modelos e práticas de autoavaliação para bibliotecas escolares. Apresenta um subdomínio sobre condições humanas e materiais para prestação de serviços e atividades para analisar esse subdomínio usando instrumentos de avaliação sugeridos pelo modelo.
1. Oficina de Formação
PRÁTICAS E MODELOS DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES
Formadoras:
Dr.ª Elsa Conde
Dr.ª Paula Correia
Formanda:
Sílvia Maria Passos Baltazar
Outubro/Dezembro de 2009
Unidade 5
O Modelo de Auto-Avaliação da BE: metodologias
de operacionalização II
Objectivos da sessão:
- Compreender como é que a auto-avaliação pode ser concretizada para
demonstrar a contribuição da BE para o ensino e aprendizagem e a missão e
objectivos da escola.
- Ganhar familiaridade com o processo de auto-avaliação adoptado pelo
Modelo de Auto-Avaliação RBE e capacitar para a sua aplicação.
- Conhecer as técnicas e instrumentos propostos, o modo como se organizam e
podem ser usados.
Actividades:
1. Escolha de um Subdomínio no Domínio D do Modelo de Auto-Avaliação
da BE.
2. Construir uma tabela relativa ao Subdomínio.
3. Apreciação do tipo de instrumentos indicados e análise do teor ou tipo
de conteúdo desses instrumentos.
4. Frases-tipo que exemplifiquem as evidências passíveis de serem obtidas a
partir dos instrumentos, para cada um dos indicadores do subdomínio
escolhido, tendo por base o exemplo dado no guia desta sessão.
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2. 5. Indicação de sugestões: duas coisas que considere que a BE deve deixar
de fazer; duas coisas que a BE deve continuar a fazer; duas coisas que a
BE deve começar a fazer.
Realização das actividades
1. Escolha de um Subdomínio no Domínio D do Modelo de Auto-Avaliação
da BE.
Subdomínio escolhido:
D.2 – Condições humanas e materiais para prestação de serviços
Níveis de desempenho da BE no domínio D.2
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3. D. Gestão da BE
D.2. Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços
Indicadores Factores Críticos de Sucesso Instrumentos de Recolha de Evidências extraídas dos Instrumentos, a integrar no
Evidências sugeridos Relatório de Auto-Avaliação
O professor bibliotecário exerce Auto-avaliação do professor
D.2.1 Liderança do uma liderança forte e eficaz, Bibliotecário (CK3). O professor foi um membro activo da comunidade
professor promovendo: educativa e mobilizou a equipa e outros docentes
- O trabalho sistemático e a para a organização e dinamização da BE,
bibliotecário na Questionário aos docentes participando em reuniões, interagindo com os
comunicação com os órgãos de
Escola/Agrupamento. (QD3) colegas informalmente, revelando uma relação
direcção, administração e gestão
(director, conselho pedagógico), cordial e de valorização do trabalho dos alunos e
departamentos curriculares e demais Registos diversos (actas de dos colegas (registos em actas, questionários
estruturas de coordenação educativa e reuniões, encontros aplicados).
supervisão pedagógica. informais…)
- Uma participação efectiva no O professor bibliotecário fez questão de representar
conselho pedagógico e demais Registos do trabalho articulado a BE, a sua missão, os seus princípios e objectivos
estruturas de coordenação educativa e com departamentos e nas reuniões em que participou ou promoveu,
supervisão pedagógica, garantindo a docentes. registando nas actas todas as suas intervenções
integração e adequação dos (registos em actas, questionários aplicados,
objectivos e actividades da BE aos Registos de projectos / documentos produzidos e enviados/entregues aos
objectivos educativos e curriculares da actividades desenvolvidas docentes dos vários departamentos curriculares)
escola. pela BE, por iniciativa do
- Uma gestão integrada que rentabilize professor bibliotecário. O professor bibliotecário conseguiu promover a BE,
recursos e possibilidades de trabalho na desenvolvendo uma estratégia apelativa e
escola. Registos das intervenções do interactiva, numa perspectiva de dar/receber
- Uma boa gestão dos recursos professor bibliotecário em propostas de actividades (registos em actas,
humanos, criando boas relações reuniões (Conselho questionários aplicados).
interpessoais com a equipa. Pedagógico e outras)
- A mobilização das comunidades O professor bibliotecário fez questão de identificar,
educativa e escolar para o valor e para ao longo do processo, os pontos fracos mais
o trabalho da/com a BE. evidentes, apresentando e solicitando propostas de
- O trabalho articulado com os melhoria (registos em actas, documentos
docentes. produzidos).
- O apoio e o trabalho com as
BE/escolas do agrupamento, O professor bibliotecário mobilizou o Conselho
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4. garantindo igualdade de condições no Pedagógico e Departamentos Curriculares na
acesso aos recursos de informação e a definição de um perfil de competências no âmbito
actividades que facultem o apoio ao das literacias da informação (documentos
currículo e a formação para as produzidos, registos em actas).
diferentes literacias.
- O apoio a projectos e a articulação
com outros actores com intervenção
pedagógica na escola (PTE, PNEP, PNL,
outros).
- A planificação estratégica e
operacional relacionada com os
resultados da avaliação, com os
objectivos prioritários e o planeamento
da escola.
- A operacionalização de programas
de formação para as literacias e
actividades culturais que contribuam
para as aprendizagens dos alunos e
para o sucesso escolar.
-A implementação da auto-avaliação
dos serviços, introduzindo um processo
de melhoria continua com impacto no
processo de planeamento e em
acções de promoção e marketing.
O professor bibliotecário e alguns membros da
O professor bibliotecário afecto Currículos profissionais dos equipa afecta à BE frequentaram acções de
D.2.2 - Adequação possui formação e competências membros da equipa. formação sobre temáticas de interesse para o
dos recursos adequadas ao seu conteúdo desenvolvimento do trabalho na BE.
Horário da equipa.
humanos às funcional, nos termos da legislação
No seu currículo profissional, o professor
necessidades de vigente. Questionário aos docentes bibliotecário já conta com várias acções de
funcionamento da BE - A equipa é pluridisciplinar, adequada (QD3). formação relacionadas directa ou indirectamente
em número e possui formação e
na competências adequadas seu
com o trabalho desenvolvido na BE.
Escola/Agrupamento. conteúdo funcional. O professor bibliotecário revelou sempre a sua
- O professor bibliotecário e a equipa, inteira disponibilidade para pôr os conhecimentos e
que deve integrar pessoal não experiência que detém ao dispor dos membros da
docente, asseguram uma gestão equipa (colegas professores e assistentes
integrada e serviços eficazes à operacionais afectos à BE).
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5. escola/agrupamento.
- O professor bibliotecário e a equipa O professor bibliotecário revelou inteira
têm uma atitude proactiva que induz disponibilidade para aprender e partilhar saberes e
comportamentos de acesso e uso dos experiências com colegas, formadores, etc.
recursos; garante uma mediação eficaz
entre as necessidades dos utilizadores e
as fontes de informação; promove as
possibilidades de trabalho facultadas
pela BE.
- O professor bibliotecário e a equipa
formam os alunos para o uso da BE,
para as diferentes literacias e
acompanham-nos em trabalho
orientado na BE.
- O professor bibliotecário e a equipa
trabalham articuladamente com outras
BE/escolas e com o exterior.
D.2.3 Adequação da - A BE reflecte e integra os normativos - Documentos O horário da Be foi revisto e definido de acordo
BE em termos de definidos pelo ME/RBE. caracterizadores da com o previsto no Regulamento Interno do
- A BE disponibiliza condições de BE (planta, equipamentos, Agrupamento, de modo a assegurar um serviço
espaço às espaço capazes de responder, no seu outros). contínuo, sem interrupção de intervalos ou hora do
necessidades da funcionamento, às solicitações da almoço (horário da BE, questionários aplicados)
Escola/Agrupamento. comunidade escolar e a uma - Registos de observação do
utilização diversificada. funcionamento. As áreas funcionais foram redefinidas e a planta foi
- A organização do espaço e dos actualizada (planta, zonas funcionais, fotografias)
recursos permite uma utilização - Questionário aos docentes
integrada e flexível e o trabalho (QD3). As normas de funcionamento da BE foram revistas e
individual e em grupo. actualizadas (normas de funcionamento).
- O mobiliário é adequado em termos - Questionário aos alunos
de ergonomia, quantidade, cor, altura (QA4). A sinalética de estante/prateleira foi actualizada.
à faixa etária e necessidades dos
alunos, proporcionando boas A arrumação dos documentos foi revista,
condições de acomodação e o nomeadamente no que se refere às obras do Plano
acesso livre dos utilizadores à Nacional de Leitura (2.º e 3.º Ciclos).
documentação.
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6. D.2.4 Adequação dos - Os equipamentos são suficientes para - Inventário de equipamentos Foi realizado um inventário dos documentos,
computadores e as necessidades locais e para existente. mobiliário e equipamentos da BE, prática há muito
responder aos serviços de biblioteca por concretizar (inventários).
equipamentos que a BE realiza no agrupamento. - Questionário aos docentes
tecnológicos ao - Os equipamentos respondem em (QD3). Os equipamentos informáticos da BE foram
trabalho da BE e dos actualidade, adequação e considerados suficientes e, em geral, operacionais
utilizadores na funcionalidade aos desafios que o - Questionário aos alunos (registos de ocorrências sobre os equipamentos,
Escola/Agrupamento. paradigma actual coloca e ao (QA4). parecer dos colegas que prestaram apoio à BE, no
trabalho e uso da documentação em âmbito do PTE, questionários aplicados a alunos e a
diferentes suportes. - Registos de ocorrências professores)
- Os equipamentos de leitura, sobre material danificado ou
áudio/Mp3 e vídeo/ DVD são inoperante. Os equipamentos foram utilizados em livre acesso,
adequados em número e condições de acordo com as normas estabelecidas
de funcionamento às necessidades dos - Registo de trabalhos (questionários aplicados, registos mensais de
utilizadores. realizados na BE por alunos e ocupação/utilização dos computadores, registos
professores. de trabalhos impressos nas impressoras da BE).
- Registos mensais de
utilização dos computadores.
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7. 3. Apreciação do tipo de instrumentos indicados e análise do teor ou tipo
de conteúdo desses instrumentos.
Os instrumentos utilizados foram, fundamentalmente, os questionários
provenientes do próprio Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares
(MAABE), registos em actas e o recurso a outros documentos elaborados com a
finalidade de registar o que se passa na BE, para regular o seu funcionamento.
Estes últimos são instrumentos a que a BE já recorria, mesmo antes da
implementação do MAABE. Por exemplo, ao registar os alunos que estão a
utilizar os computadores na zona de consulta multimédia/zona de utilização
predominantemente lúdica, o instrumento de registo é utilizado para regular a
utilização dos recursos, com o objectivo de os disponibilizar para todos os
utilizadores interessados, não é um instrumento utilizado como fonte de recolha
de evidências, embora o permita.
Relativamente aos questionários apresentados pelo MAABE, considero que
os mesmos são, de um modo geral, de fácil resposta, mesmo aqueles que se
destinam aos alunos. Poderá ocorrer que uma palavra/questão ou outra terão
de sofrer alguma adaptação ao nível etário dos alunos, no entanto, parecem-
me adequados. Considero, no entanto, muito exigente utilizar os questionários
como uma espécie de checklist de tudo o que a BE tem/deve fazer ao longo
do ano, pois conseguir pôr em prática tudo o que desejavelmente é
preconizado pelos questionários é obra para muitas pessoas, não apenas para
o professor bibliotecário e mais um ou dois elementos de equipa, que é o caso
de muitas BEs.
Considero que a avaliação, feita a quem for, seja de que tipo for, é um
processo subjectivo e sensível, que deve ser conduzido com o máximo de rigor
e de critério. Neste caso, no que se refere ao processo de auto-avaliação das
BEs, o processo é muito completo, de facto, mas igualmente complexo e
exigente e creio que “aproveitar” o tempo “disponível” do professor
bibliotecário dando-lhe a primazia da responsabilidade na condução deste
processo, inibi-lo-á de fazer muitas outras coisas importantes.
Creio que pode ser grave quando um professor bibliotecário afirma que
uma das coisas faz, mas que deve deixar de fazer, é dinamizar tantas
actividades, pois estas podem exigir tempo e recursos que fazem falta para
divulgar a BE. Questiono: quão mais importantes são para os alunos as
actividades, por muito pequenas que sejam, um passatempo, uma curiosidade,
uma adivinha semanal… que o cartaz de divulgação da BE ou a actualização
do blogue da BE? É este o meu receio: que a divulgação da BE, que a recolha
de evidências, que o tempo nestas acções gasto, venha a faltar para o mais
importante: a atenção aos alunos, a dinamização de actividades (mesmo
pequenas), o pensar e imaginar novos passos a dar no futuro…
Os instrumentos a utilizar, além dos questionários, creio que devem ser
aqueles e apenas aqueles que permitem o funcionamento da BE, ou seja,
instrumentos funcionais, não instrumentos específicos de recolha de evidências.
Os registos em acta, por sua vez, são também valiosos, visto que são registos
feitos em contexto formal de reflexão e são partilhados por vários elementos,
que terão a oportunidade de averbar ou contestar o que é referido pelo
professor bibliotecário. As actas são (ou deviam ser) documentos muito fiéis ao
que é dito, não apenas uma súmula das deliberações que por vezes demoram
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8. horas. Alguém disse, numa reunião de Conselho Pedagógico do meu
Agrupamento: “Nunca se falou tanto nas Bibliotecas nos pedagógicos como
este ano!”. Mas não ficou registado, a não ser na memória dos presentes, em
especial na minha, por se considerar que nem tudo o que se diz vai para a
acta. A minha visão é, neste caso e em todos os outros, para o bem e para o
mal, bem diferente…
4. Frases-tipo que exemplifiquem as evidências passíveis de serem obtidas a partir
dos instrumentos, para cada um dos indicadores do subdomínio escolhido, tendo
por base o exemplo dado no guia desta sessão. Actividade realizada na grelha.
5. Indicação de sugestões: duas coisas que considere que a BE deve deixarem
de fazer; duas coisas que a BE deve continuarem a fazer; duas coisas que a BE
deve começarem a fazer.
Duas coisas que a BE faz e que deveria deixar de fazer:
1. Não ter o hábito de registar todos os contactos informais com os
professores do vários Departamentos Curriculares.
2. O professor bibliotecário, principalmente o coordenador de equipa, ser
chamado a participar em outras funções na escola, funções que lhe ocupam
muito tempo e lhe retiram disponibilidade.
Duas coisas que a BE faz e que deve continuar a fazer:
1. Produzir documentos de registo que regulem o seu funcionamento:
grelhas várias para registo de frequência e de vários tipos de utilização.
2. Manter uma comunicação privilegiada com o órgão directivo sobre
necessidades, decisões a tomar, ocorrências irregulares, aconselhamento…
Duas coisas que a BE deve começar a fazer:
1. Organizar desde já os materiais/evidências e reuni-los em dossiers
próprios, ainda não foi possível sistematizar esse processo.
2. Criar um novo blogue e mantê-lo actualizado,na medida do possível.
A Formanda: Sílvia Maria Passos Baltazar
São Brás de Alportel, 06 de Dezembro de 2009
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