O documento discute o sacramento da Confirmação na Igreja Católica, explicando que ele aprofunda a graça batismal, dá o dom do Espírito Santo para fortalecer a fé, e vincula mais firmemente os cristãos a Cristo e Sua Igreja.
2. Qual é o lugar da confirmação no designio divino da salvação?
Na Antiga Aliança, os profetas anunciaram a comunicação
do Espírito do Senhor ao Messias esperado e a todo o povo
messiânico. Toda a vida e missão de Jesus se desenvolvem
numa total comunhão com o Espírito Santo. Os Apóstolos
recebem o Espírito Santo no Pentecostes e anunciam “as
grandes obras de Deus” (At 2,11). Comunicam aos neófitos,
através da imposição das mãos, o dom do mesmo Espírito.
Ao longo dos séculos, a Igreja continuou a viver do Espírito e
a comunicá-lo aos seus filhos.
3. Introdução
Antes do dia de Pentecostes, os apóstolos
tinham medo, e depois pregam a palavra de
Deus com decisão; os que eram incultos e
ignorantes, depois falam dos mistérios de Deus.
Esta mudança tão surpreendente produz-se,
porque naquele dia receberam a plenitude do
Espírito Santo.
De maneira semelhante, os fiéis recebem
também a plenitude do Espírito Santo no
sacramento da confirmação.
5. O Sacramento da Confirmação
Nascemos espiritualmente no momento em que somos
batizados; a partir desse momento, passamos a participar da
vida divina da Santíssima Trindade e começamos a viver a
vida sobrenatural. Ao praticarmos as virtudes da fé, da
esperança e da caridade, e ao unirmo-nos a Cristo na sua
Igreja para prestar culto a Deus, crescemos também em
graça e bondade. Mas nessa etapa da vida espiritual,
concentramo-nos principalmente em nós mesmos. Tendemos
a estar preocupados com as necessidades da nossa própria
alma, com os nossos esforços por “sermos bons”.
6. E recebemos a Confirmação ou Crisma. Com ela, chega-nos uma
graça que aprofunda e robustece a nossa fé, para que seja
suficientemente forte não só para as necessidades próprias, como
também para as dos outros, com os quais procuraremos compartilhá-la.
Com o despertar da adolescência, uma criança começa a assumir,
paulatina e progressivamente, as responsabilidades da idade adulta.
Começa a ver o seu lugar no quadro completo da família, e também no
da sociedade. De forma parecida, o cristão crismado começa a ver
cada vez com maior clareza a sua responsabilidade para com Cristo e
o seu próximo. Compromete-se profundamente com o bem de Cristo
no mundo, que é a Igreja, com o bem de Cristo no próximo. Neste
sentido, a Confirmação é um crescimento espiritual.
7. Para que possamos assumir essa responsabilidade para com a Igreja e
para com o próximo, tanto por ações como pelos sentimentos, o
sacramento da Confirmação ou Crisma confere-nos uma graça e um poder
especiais. Assim, como a “marca” do Batismo nos faz participar na função
sacerdotal de Cristo e nos dá o poder de nos unirmos a Cristo na sua
homenagem a Deus, a Confirmação vincula-nos mais perfeitamente à
Igreja, enriquecidos com a especial força do Espírito Santo, e torna-nos
mais estritamente obrigados à fé que, como verdadeiras testemunhas de
Cristo, devemos difundir e defender tanto por palavras como por obras.
Agora compartilhamos com Cristo a sua missão de estender o Reino,
de adicionar novas almas ao Corpo Místico de Cristo. As nossas palavras
e atos já não se dirigem meramente à santificação pessoal, mas vão, além
disso, fazer com que a verdade de Cristo se torne real e viva para aqueles
que nos rodeiam.
8. A Confirmação é o sacramento que aperfeiçoa a
graça batismal, dá o Espírito Santo para enraizar-nos
mais profundamente na filiação divina, incorpora-nos
mais firmemente a Cristo, torna mais sólida a nossa
vinculação com a Igreja, associa-nos mais à sua
missão e ajuda-nos a dar testemunho da fé cristã
pela palavra, acompanhada das obras.
9. Não sabemos exatamente quando foi que Jesus, na sua vida
pública, instituiu o sacramento da Confirmação. É uma das “muitas
coisas que Jesus fez” de que nos fala São João e que não estão
escritas nos Evangelhos. Sabemos da sua existência pela Tradição da
Igreja, isto é, pela doutrina da Igreja transmitida até nós desde os
tempos do Senhor por meio dos Apóstolos, inspirados pelo Espírito
Santo. E a tradição tem a mesma autoridade que a Sagrada Escritura,
como fonte de verdade divina.
O ministro ordinário da Confirmação é o Bispo. Em alguns casos,
porém, pode fazê-lo um sacerdote, por concessão do direito geral – por
exemplo, em perigo de morte – ou por indulto ou delegação especial.
10. No rito atual, costuma haver junto do bispo um ou vários
sacerdotes concelebrantes. Depois da saudação do bispo –
“A paz esteja convosco” – e de uma oração pedindo o dom do
Espírito Santo, tem lugar a celebração da palavra de Deus,
com uma ou várias leituras da Sagrada Escritura. Após essas
leituras os confirmandos são chamados pelo nome e
permanecem diante do bispo, que lhes dirige umas palavras,
comentando a grandeza e o significado do sacramento.
Depois de se vincar a relação da Confirmação com o
Batismo pela renovação das promessas batismais, vem a
parte essencial da cerimônia, que consta da imposição das
mãos e da unção com o santo crisma.
Rito da Confirmação
11. O bispo impõe as mãos sobre todos os confirmandos
e diz: “Deus todo-poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus
Cristo, que pela água e pelo Espírito Santo, fizestes
renascer estes vossos servos, libertando-os do pecado,
enviai-lhes o Espírito Santo Paráclito; dai-lhes, Senhor, o
espírito de sabedoria e inteligência, o espírito de
conselho e fortaleza, o espírito de ciência e piedade, e
enchei-os do espírito do vosso temor. Por Nosso senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.
12. A unção com o crisma, que se faz a seguir, é a parte
essencial do rito. É nesse momento que se confere o
sacramento da Confirmação. A própria unção com o crisma
é a imposição de mãos sacramental.
Cada confirmando aproxima-se do bispo. Colocando a
mão direita sobre o ombro do confirmando, a pessoa que o
apresenta diz o nome deste ao bispo. Também pode
declará-lo o próprio confirmando. O bispo mergulha o
polegar no crisma e marca o confirmando na fronte com o
sinal da cruz, dizendo: “N..., recebe, por este sinal, o Dom
do Espírito Santo”. E o confirmando responde: “Amém”.
13. O significado da Confirmação
O crisma é um dos três óleos que o bispo benze todos os anos na sua
Missa de Quinta-feira Santa. Os outros dois são: o óleo dos catecúmenos
(usado no Batismo) e o óleo dos enfermos (usado na Unção dos
Enfermos). Todos os santos óleos são de azeite puro de oliveira. Já
desde a antiguidade o azeite de oliveira era considerado como uma
substância fortificante, tanto que muitos atletas costumavam untar o
corpo com ele, antes de participarem de um certame atlético. O
significado dos santos óleos que são utilizados na administração dos
sacramentos é, pois, patente: o azeite significa o efeito fortificante da
graça de deus. Além da benção especial e diferente que cada óleo
recebe, o crisma tem outra particularidade: é misturado com bálsamo,
uma substância aromática que se extrai dessa árvore. No Crisma, o
bálsamo simboliza a “fragrância” da virtude, o bom odor, a atração que
deverá desprender-se da vida daquele que põe em movimento as graças
da Confirmação.
14. A cruz que se traça sobre a fronte do confirmando é outro
símbolo poderoso, se realmente o entendemos e pomos em
prática. É muito fácil sabê-lo. Basta perguntar-nos: “Vivo de
verdade como se trouxesse uma cruz visível gravada na
minha fronte, que me marca como homem ou mulher de
Cristo? Nas minhas atitudes e no meu relacionamento com
os que me rodeiam, em todas as minhas ações, proclamo:
Isto é o que significa ser cristão, isto é o que quer dizer viver
segundo o Evangelho?”
15. Sem o Batismo, não podemos ir para o céu. Sem
a Confirmação sim, mas o nosso caminho até ele
será mais difícil. Na verdade, sem a Confirmação, é
muito fácil extraviar-se por completo, muito fácil
perder a fé. Esta é a razão pela qual todo o batizado
tem a obrigação de receber também a Confirmação,
logo que tiver essa oportunidade.
16. Todos temos necessidade da graça da Confirmação.
Tanto que é pecado não receber este sacramento se há
ocasião disso, um pecado que seria mortal se a recusa
se devesse ao desprezo por esse sacramento. Os pais
que, por descuido, impedem que os seus filhos sejam
confirmados, cometem um sério pecado de negligência.
17. Enquanto na Igreja oriental é costume confirmar as
crianças quando são batizadas, a tradição da Igreja latina
requer que a pessoa esteja devidamente preparada para
renovar as promessas do batismo e possa melhor assumir as
responsabilidades apostólicas da vida cristã.
Tanto no caso dos jovens como no de adultos, é
necessário um padrinho, ou madrinha, indiferentemente,
contanto que não seja pai ou mãe do confirmando, que tenha
feito dezesseis anos, seja católico praticante e confirmado, e
esteja disposto a fazer tudo quanto esteja ao seu alcance
para que o afilhado chegue a uma vida católica plena. O
Catecismo da Igreja Católica recomenda que seja o mesmo
padrinho do Batismo, para marcar bem a unidade dos dois
sacramentos.
18. A especial graça sacramental da Confirmação é um
fortalecimento da fé. Torna-nos fortes contra as tentações e a
perseguição; aumenta as nossas forças para chegarmos a
ser testemunhas ativas de Cristo. A Confirmação produz
também na nossa alma um aumento dessa fonte de vida
básica que é a graça santificante. Deus não pode aumentar o
que não está presente; por isso, quem vai receber o
sacramento da Confirmação deve fazê-lo em estado de
graça. Receber a Confirmação em pecado mortal seria
abusar do sacramento: seria cometer o grave pecado de
sacrilégio. No entanto, a recepção do sacramento seria
válida. No momento em que essa pessoa recebesse a
absolvição dos seus pecados, as graças latentes da
Confirmação reviveriam nela.
20. www.conhecendominhafe.blogspot.com.br
1. Qual o rito essencial da Confirmação?
2. Qual é o efeito da Confirmação?
3. Quem pode receber este sacramento?
4. Quem é o ministro da Confirmação?