Uma menina pobre vendia caixas de fósforos nas ruas geladas da cidade na véspera de Natal. Sem conseguir vender os fósforos, acendeu alguns para se aquecer e imaginou estar com sua família e em frente à árvore de Natal. Ao acender os últimos fósforos, foi encontrada por uma nova família que a adotou, onde seu coração foi aquecido pelo amor.
2. Era uma vez, numa grande cidade, uma linda
menina muito pobre que ganhava a vida a
vender caixas de fósforos. Ela sabia que, se
chegasse a casa sem ter conseguido vender os
fósforos, seria castigada com severidade pelo
pai. Para ele, o Natal não tinha encanto; só lhe
interessava o dinheiro que a filha lhe tinha de
entregar todos os dias.
3. Numa noite, véspera de Natal, a
pequena vendedora vagueava pelas ruas,
com a neve a cair em abundância,
afundando nela os seus pezinhos. Nas mãos
geladas, levava as caixinhas de fósforos.
Dentro das casas aquecidas, as famílias
cantavam junto das lareiras e das árvores de
Natal, repletas de presentes. O cheiro dos
assados quentinhos espalhava-se pelas
ruas, desertas e gélidas. Ninguém queria
comprar os seus fósforos.
4. Muito cansada, sentou-se num
canto e lembrou-se das bonitas
fábulas que a sua doce mãezinha lhe
contava, enquanto a embalava nos
seus braços quentes. Mas isso fora
antes de a tuberculose a ter levado
para junto de Jesus.
5. O frio aumentava. Com lágrimas nos
olhos, ela olhou para as caixinhas de
fósforos: se acendesse apenas um para
aquecer as mãos, talvez o pai não notasse.
Pegou num fósforo e acendeu-o. Uma
chamazinha quente e luminosa logo brilhou.
Para ela, parecia o calor de um grande fogão
ali perto.
6. Pegou noutro fósforo e acendeu-o
também. Diante dela surgiu uma mesa
posta com porcelanas e um delicioso
assado, recheado com ameixas e maçãs,
exalando um cheiro delicioso. Quando
estendeu a mão... a chama desapareceu.
7. Só a neve caía diante dela. Acendeu
um terceiro fósforo. Agora parecia
estar sentada junto a uma enorme
árvore de Natal, onde milhares de
bolas coloridas e estrelinhas
cintilavam. De repente, a chama
tremeu, o fósforo apagou-se... e tudo
desapareceu.
8. A menina acendeu mais um fósforo e
lembrou-se da sua avó, que sempre a
tratara com ternura. Mas o fósforo
apagou-se e a imagem desfez-se.
9. O frio aumentava. A menina, então,
acendeu todos os fósforos que ainda
restavam e à sua volta tudo brilhou. Os
seus olhos brilharam quando viu dois
braços na sua direcção. Quando acordou,
estava numa cama bem quentinha. Todos
olhavam para ela com muito amor. Agora
tinha uma nova família que a adoptara.
10. NAQUELE LAR, O AMOR TINHA
ACENDIDO UMA NOVA
CHAMA, QUE NUNCA MAIS SE
IRIA APAGAR.