1. Agrupamento Vertical de Escolas de Vizela
Janeiro 2008
Vice presidente do Pré- escolar
Presidente do Conselho Executivo
Biblioteca Escolar / Centro de Recursos
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Coordenador Tic
3. Ainda estava deitada e eram para aí umas 6 horas da manhã
quando Amelinha ouviu chamar.
Quem me chama e
o que quer?
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4. Olá, meu amor.
Sou eu, o Inverno.
Acabo de chegar
de muito longe e
vim visitar-te.
Não gosto de ti, Inverno.
És feio, frio, mau e
rabugento. Só vens fazer
disparates e coisas que
não aprecio.
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5. Que maneira
desagradável de
Sei bem do que és me receber,
capaz! Amelinha! Para
quem já não me
via há um ano, é
uma triste
saudação!
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6. As poucas folhas que ainda existem nas árvores vão ser levadas pelo vento,
caindo estonteadas, aqui e além.
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7. O céu vai mudar de cor e faz lembrar o fumo escuro das fábricas…
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8. As nuvens irritadas hão-de correr de um lado para o outro e de
tão tristes, às vezes desatam a chorar. A chuva então cairá dias a
fio, batucando na terra alagada, aborrecida.
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9. Não preciso de ti
Inverno. Só fazes
coisas de que não
gosto.
Mas gostas de
chapinhar nas
poças de água
que ficam nos
caminhos!
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10. Passo bem sem elas! Prefiro o
Verão com os regatos onde posso
nadar, o mar quentinho onde tomo
banhos deliciosos.
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11. Contigo é tudo triste,
desconfortável. Trazes o vento que
me vira o chapéu, o frio que me
obriga a vestir roupa sobre roupa,
tanta, que mal posso brincar. Não
gosto de ti, Inverno.
Atchiiim
!
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12. Mas sou eu que
cubro de neve as
montanhas, para
poderes brincar com
os flocos tão
brancos, tão fofos!
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14. Prefiro as montanhas cobertas de flores e as andorinhas de
regresso aos ninhos, voando no céu azul. Nada se compara
à Primavera com dias grandes e doces, cheios de nêsperas,
cerejas… Ela sim, que nos traz a Páscoa com amêndoas
coloridas e ovos recheados de chocolate!
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15. Não gosto de ti, Inverno! És
irritante e constipado. Obrigas-
me a ficar na cama com o nariz a
pingar, a tomar remédios e sem
poder ir à escola. És mau,
cheiras a luvas de malha que
picam na pele…
Atchiiim
!
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16. Estás a esquecer-te
de que é comigo que
os jardins se
enchem de camélias
e de violetas
perfumadas.
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17. Ora, o que é isso comparado com a
alegria das papoilas escarlates com
que o Verão enfeita os campos, com Não gosto de
os malmequeres amarelos que os ti, Inverno!
transformam em lindos tapetes de És agreste e
ouro… e isto para não falar no barulhento.
perfume estonteante dos cravos, nas
cores variadas das zínias, das
sécias…
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18. Mas sou eu que E que me dizes
encho os rios que do arco-íris,
correm felizes para que aparece
o mar. Sou eu que mais vezes no
espalho a geada Inverno?
nos caminhos…
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19. Mas és tu que fazes roncar
a trovoada de que tenho
tanto medo, és tu que
enxotas os animais, que
assustados se escondem a
dormir
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20. O urso dorme meses a fio…
A rã adormece no lodo dos pântanos…
O morcego pendura-se nas vigas de um telhado de cabeça para
baixo…
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21. Ouve, meu amor. Estás a ser injusta
para comigo. Sem mim a vida não
podia voltar a renascer, sem o sono
que dorme a Natureza, não era
possível que voltasse a tua querida
Primavera vestida de flores e
folhagens verdes, respirando brisas
doces e transparentes, com sol
colorido e céu azul.
Para além de que estás as
esquecer-te de uma coisa muito
importante, querida!
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23. Sou eu que trago o Natal
com pinheiros cheios de
estrelas brilhantes, como
os cabelos de uma fada.
Sou eu que anuncio o
nascimento do Menino
Jesus. Já pensaste nisto,
Amelinha?
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24. Não Inverno. Por acaso
nunca tinha aliado o teu
Está bem, minha
nome e a tua presença a
jóia, está bem. E
essa festa de amor e de
agora adeus, tenho
paz. Desculpa
de ir buscar o frio,
para que logo ao
serão te possas
aquecer à lareira.
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25. Malta! Terminamos
a nossa história
com uma canção ao
Inverno.
Vamos a isto!
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