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LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE
FACULDADE NATALENSE PARA O DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO
NORTE
CURSO: DIREITO / NOTURNO - TURMA B
ALUNO: FRANKLLIMM ALEXANDRO FERREIRA DA SILVA
Analise do filme Abril despedaçado
Introdução
Baseado no livro homônimo do albanês Ismail Kadaré e adaptado para o
cinema sob a direção de Walter Salles o filme “Abril Despedaçado”, nos leva a
profundas reflexões acerca dos fatos que se desenrolam no sertão brasileiro de
1910, marcado, pela miséria, a disputa pela terra e a guerra de famílias. Conta a
historia de dois irmãos: Tonho e Pacu que vive em uma fazenda de cana-de-açúcar
totalmente destruída, e suas vidas estão representadas pela metáfora da roda de
bois, onde tudo é limitado, os movimentos, as palavras, a visão, homens e bois se
complementam, onde não há lugar para o novo. Mas a roda começa a apresentar
sinais de fraqueza, e nesse momento entendesse que é hora de parar, entretanto o
pai insiste nessa forma arcaica de tocar as coisas baseado nesse modelo já
ultrapassado.
Desenvolvimento: Analise
Abril de 1910, Na deserto do sertão brasileiro, uma camisa manchada de
sangue balança com o vento. Tonho filho do meio da família Breves é impelido pelo
pai a vingar a morte do seu irmão mais velho. Se cumprir sua missão, Tonho sabe
que sua vida ficará partida em dois. Essa rivalidade ocorre em função da luta pela
posse da terra desde tempos mais remotos. E quando seu pai disse tonho “tu
conhece tua obrigação” é nesse momento que o personagem tonho se prepara para
vingar a morte de seu irmão e assina ai sua sentença de morte. É a partir desse
momento que tonho passa a questionar-se sobre o verdadeiro motivo de sua
existência e questiona-se sobre os valores que lhe são impostos; emerge nesse
momento um conflito existencial entre o indivíduo seus valores morais e os valores
sociais existentes.
Tal conflito existencial faz com que surja a possibilidade de quebrar
paradigmas e o leve a refletir sobre os 20 anos que ele já viveu, e o pouco tempo
que lhe restará para viver, por saber que será então perseguido por um membro da
família rival, como dita o código da vingança da região. Angustiado pela perspectiva
da morte e instigado pelo seu irmão menor, Pacu, Tonho começa a questionar a
lógica da violência e da traição.
Através do exposto no filme percebesse temas como vingança, laços de
família, manutenção da honra entre outros que são bastante explorados, e estes
revelam em suas entrelinhas a fragilidade da mão estatal de controle, o que se
evidencia pela falta de controle e senso de justiça inexistente. Pode-se percerber
claramente que a vingança entre famílias ocorre devido à ausência do estado
regulador mediador de conflitos e regulador de conduta.
O filme nos permite fazer uma reflexão do nosso papel social como
pessoas, cidadãos, profissionais, propiciando a conclusão que as ações que
podem transformar são aquelas que saem do alcance do próprio individuo e
atingem outras pessoas libertando-as e propiciando transformações; são ações
voltadas não apenas para aspara as instituições, mas também as que se voltam
para a comunidade em seus mais variados níveis, deixando de ser objeto da ação
de terceiros, emergindo assim uma possibilidade de mudança não somente do
presente, mas também do futuro. Para tonho, essa mudança ocorre quando ele
consegue alargar sua visão de mundo, derrubando as barreiras existentes que ate
então pareciam intransponíveis, partindo a partir de então para uma vida nova, e
aquela apatia existente cede lugar para as ações, atitudes transformadoras,
inovações.
Como acontece no filme, o momento que descobrimos que existe vida no
outro, que existe som naquele individuo, é o momento que conseguimos atribuir
valores intrínsecos e reprimidos, antes estagnados e que passam a ter mobilidade, é
nesse momento que evoluímos da concepção de mero objeto, de mera massa de
manobra, para sermos sujeitos ativos e atuantes na construção social, ou seja,
sujeitos inovadores capazes de realizar mudanças que quebrem o ciclo de repetição
circular dos fatos e nos façam sujeitos ativos dessa historia.
Como podemos bem observar no filme os personagens do filme apresentava-
se numa espécie de transição entre a bolandeira um trabalho extremamente
mecânico não oferecendo qualquer possibilidade de ascensão ou alegria, o tacho da
rapadura e o destino, e nesse processo não se tinha espaço para o novo, as coisas
se repetiam e se perpetuavam cada vez mais nesse processo tradicional e
meramente previsível normatizado pelas regras existentes que não concebiam
alterações nesse modelo.
O trabalho que era imposto pelo pai, como vem no filme abril despedaçado,
nos permite fazer uma comparação com as atividades e ou organizações nas quais
não se há possibilidade de mudanças inovações, onde o trabalho e meramente
mecanicista e não permite a inserção de criatividade no processo produtivo,
ocasionando a desmotivação e cansaço físico e mental ao individuo.
Referencial teórico
SALLES, Walter. Ensaio sobre a cegueira. Imagem filmes, Brasil, 2001. Baseado
no livro Abril Despedaçado de Ismail Kadaré.

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Abril depedaçado filme

  • 1. LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE NATALENSE PARA O DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO NORTE CURSO: DIREITO / NOTURNO - TURMA B ALUNO: FRANKLLIMM ALEXANDRO FERREIRA DA SILVA Analise do filme Abril despedaçado Introdução Baseado no livro homônimo do albanês Ismail Kadaré e adaptado para o cinema sob a direção de Walter Salles o filme “Abril Despedaçado”, nos leva a profundas reflexões acerca dos fatos que se desenrolam no sertão brasileiro de 1910, marcado, pela miséria, a disputa pela terra e a guerra de famílias. Conta a historia de dois irmãos: Tonho e Pacu que vive em uma fazenda de cana-de-açúcar totalmente destruída, e suas vidas estão representadas pela metáfora da roda de bois, onde tudo é limitado, os movimentos, as palavras, a visão, homens e bois se complementam, onde não há lugar para o novo. Mas a roda começa a apresentar sinais de fraqueza, e nesse momento entendesse que é hora de parar, entretanto o pai insiste nessa forma arcaica de tocar as coisas baseado nesse modelo já ultrapassado. Desenvolvimento: Analise Abril de 1910, Na deserto do sertão brasileiro, uma camisa manchada de sangue balança com o vento. Tonho filho do meio da família Breves é impelido pelo pai a vingar a morte do seu irmão mais velho. Se cumprir sua missão, Tonho sabe que sua vida ficará partida em dois. Essa rivalidade ocorre em função da luta pela posse da terra desde tempos mais remotos. E quando seu pai disse tonho “tu conhece tua obrigação” é nesse momento que o personagem tonho se prepara para vingar a morte de seu irmão e assina ai sua sentença de morte. É a partir desse momento que tonho passa a questionar-se sobre o verdadeiro motivo de sua existência e questiona-se sobre os valores que lhe são impostos; emerge nesse
  • 2. momento um conflito existencial entre o indivíduo seus valores morais e os valores sociais existentes. Tal conflito existencial faz com que surja a possibilidade de quebrar paradigmas e o leve a refletir sobre os 20 anos que ele já viveu, e o pouco tempo que lhe restará para viver, por saber que será então perseguido por um membro da família rival, como dita o código da vingança da região. Angustiado pela perspectiva da morte e instigado pelo seu irmão menor, Pacu, Tonho começa a questionar a lógica da violência e da traição. Através do exposto no filme percebesse temas como vingança, laços de família, manutenção da honra entre outros que são bastante explorados, e estes revelam em suas entrelinhas a fragilidade da mão estatal de controle, o que se evidencia pela falta de controle e senso de justiça inexistente. Pode-se percerber claramente que a vingança entre famílias ocorre devido à ausência do estado regulador mediador de conflitos e regulador de conduta. O filme nos permite fazer uma reflexão do nosso papel social como pessoas, cidadãos, profissionais, propiciando a conclusão que as ações que podem transformar são aquelas que saem do alcance do próprio individuo e atingem outras pessoas libertando-as e propiciando transformações; são ações voltadas não apenas para aspara as instituições, mas também as que se voltam para a comunidade em seus mais variados níveis, deixando de ser objeto da ação de terceiros, emergindo assim uma possibilidade de mudança não somente do presente, mas também do futuro. Para tonho, essa mudança ocorre quando ele consegue alargar sua visão de mundo, derrubando as barreiras existentes que ate então pareciam intransponíveis, partindo a partir de então para uma vida nova, e aquela apatia existente cede lugar para as ações, atitudes transformadoras, inovações. Como acontece no filme, o momento que descobrimos que existe vida no outro, que existe som naquele individuo, é o momento que conseguimos atribuir valores intrínsecos e reprimidos, antes estagnados e que passam a ter mobilidade, é nesse momento que evoluímos da concepção de mero objeto, de mera massa de manobra, para sermos sujeitos ativos e atuantes na construção social, ou seja, sujeitos inovadores capazes de realizar mudanças que quebrem o ciclo de repetição circular dos fatos e nos façam sujeitos ativos dessa historia.
  • 3. Como podemos bem observar no filme os personagens do filme apresentava- se numa espécie de transição entre a bolandeira um trabalho extremamente mecânico não oferecendo qualquer possibilidade de ascensão ou alegria, o tacho da rapadura e o destino, e nesse processo não se tinha espaço para o novo, as coisas se repetiam e se perpetuavam cada vez mais nesse processo tradicional e meramente previsível normatizado pelas regras existentes que não concebiam alterações nesse modelo. O trabalho que era imposto pelo pai, como vem no filme abril despedaçado, nos permite fazer uma comparação com as atividades e ou organizações nas quais não se há possibilidade de mudanças inovações, onde o trabalho e meramente mecanicista e não permite a inserção de criatividade no processo produtivo, ocasionando a desmotivação e cansaço físico e mental ao individuo.
  • 4. Referencial teórico SALLES, Walter. Ensaio sobre a cegueira. Imagem filmes, Brasil, 2001. Baseado no livro Abril Despedaçado de Ismail Kadaré.