SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Baixar para ler offline
0,
l) dlzerodireito.com.br
http://www.dizerodireito.com.br/2012/04/lei-maria-da-penha-pode-ser-aplicada.htm I
A Lei Maria da Penha pode ser aplicada para violência
praticada contra a cu hada?
quarta-f eira, 11 de abril de 2012
A Constituição Federal de 1988 prev', em seu art. 226,9 8°:
I'~8° - O Estado assegurará a ssistência à família na pessoa de cada um dos que a integram,
çriando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
No mesmo sentido deste comando constitucional, o Estado Brasileiro, com o intuito de coibir a violência
contra a mulher, assinou dois importantes tratados internacionais:
o Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher;
• Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher ("Convenção
de Belém do Pará).
Afim de regulamentar o 98° do art. 226 da CF/88 e dar maior efetividade aos compromissos internacionais
assumidos em defesa da mulher, foi editada a Lei n.o 11.340/2006, conhecida como "Lei Maria da Penha".
A referida Lei cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Indaga-se então:
Qual é o conceito legal de violência doméstica?
Quais os casos em que é possível configurar-se violência doméstica?
Violência
doméstica e
familiar
contra a
mulher é:
qualquer ação
ou omissão
baseada no
gênero
I - no âmbito da unidade doméstica; ou
Unidade doméstica é o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem
vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.
/I - no âmbito da família; ou
Famnia aqui deve ser compreendida como a comunidade formada por indivíduos que
são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por
vontade express .
111-em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
que
cause
morte,
lesão,
sofrimento
físico,
sofrimento
sexual ou
sofrimento
psicológico e
dano
moral ou
dano
patrimonial
à
mulher,
e que
ocorra:
Algumas perguntas decorrentes deste conceito, que está previsto no art. 5° da Lei:
1) É possível a aplicação da Lei aria da Penha para a violência praticada por irmão contra irmã,
ainda que eles nem mais morem sob o mesmo teto?
SIM, é possível, com base no inciso 111 acima exposto.
Ressalte-se, mais uma vez, que, para a configuração de violência doméstica não precisa,
necessariamente, que haja coabitação (Quinta Turma. REsp 1.239.850-DF, ReI. Min. Laurita Vaz, julgado em
16/2/2012).
2) A Lei Maria da Penha pode ser aplicada para namorados?
SIM.A Terceira Seção do STJ vem firmando entendimento jurisprudencial de que é possível a aplicação da
Lei nO11.340/2006 à agressão cometida por ex-namorado.
Em tais'circunstâncias, há o press posto de uma relação íntima de afeto a ser protegida, por ocasião do
anterior convívio do agressor com a vítima, ainda que não tenham coabitado.
(HC 181.217/RS, ReI. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em 20/10/2011)
Esta Lei pode ser aplicada a agres or que não se conforma com o término do namoro:
Incide a aplicação da Lei n. 11.340/200 (Lei Maria da Penha) uma vez que a vítima grávida mantinha íntima
relação com o agressor, que vinha praticando agressões físicas por não se conformar com o término do
namoro, sendo ele o suposto paLAssim, competente a Justiça comum para processar e julgar a questão.
CC 92.591-MG, ReI. Min. Felix Fischer, julgado em 5/12/2008.
Mas cuidado: não é qualquer namoro que se enquadra na Lei Maria da Penha:
Como o art. 5° da Lei n.o
11.340/2006 dispõe que a "violência doméstica" abrange qualquer relação íntima de
afeto e dispensa a coabitação, cada demanda deve ter uma análise cuidadosa, caso a caso. Deve-se
comprovar se a convivência é duradoura ou se o vínculo entre as partes é eventual, efêmero, uma vez que
não incide a lei em comento nas relações de namoro eventuais.
(CC 91.979-MG, ReI. Min. Maria Therez de Assis Moura, julgado em 16/2/2009)
3) Por fim, a Lei Maria da Penha pod ser aplicada para a agressão perpetrada por um homem
contra a sua cunhada?
SIM. Trata-se da hipótese prevista no inciso li, considerando que a cunhada é parente por afinidade do
agressor.
Assim, já decidiu o ST J:
(...)
2. Na espécie, apurou-se que a Vitima, irmã da companheira do Acusado, vivendo há mais de um ano com o
casal sob o mesmo teto, foi agredida por ele.
3. Nesse contexto, inarredável concluir pela incidência da Lei n.° 11.343/06 (rectius: Lei n.o 11.340/2006),
tendo em vista a ocorrência de ação ba eada no gênero causadora de sofrimento físico no âmbito da família,
nos termos expressos do art. 5.°, inciso ", da mencionada legislação.
4. '''Para a configuração de violência doméstica, basta que estejam presentes as hipóteses previstas no artigo
5° da Lei 11.343/2006 (Lei Maria da Penha) {...j" (HC 115.857/MG, 6.a Turma, Rei. Min. JANE SILVA
(Desembargadora Convocada do TJ/MG), DJe de 02/02/2009). (...)
(HC 172634/DF, Rei. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em 06/03/2012)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Lei das contravenções penais
Lei das contravenções penaisLei das contravenções penais
Lei das contravenções penaisACS PM RN
 
Stf e lei maria da penha lamentável decisão revista jus navigandi - doutri...
Stf e lei maria da penha  lamentável decisão   revista jus navigandi - doutri...Stf e lei maria da penha  lamentável decisão   revista jus navigandi - doutri...
Stf e lei maria da penha lamentável decisão revista jus navigandi - doutri...fabio-basilio
 
01 dto penal iv dos crimes contra a dignidade sexual
01 dto penal iv   dos crimes contra a dignidade sexual01 dto penal iv   dos crimes contra a dignidade sexual
01 dto penal iv dos crimes contra a dignidade sexualRemissa Negreiros Feitosa
 
Lei de Abuso de Autoridade comentada.
Lei de Abuso de Autoridade comentada.Lei de Abuso de Autoridade comentada.
Lei de Abuso de Autoridade comentada.Antonio Justino
 
A quantificao da pena em face das circunstncias
A quantificao da pena em face das  circunstnciasA quantificao da pena em face das  circunstncias
A quantificao da pena em face das circunstnciasYara Souto Maior
 
Resumão direito penal- parte geral
Resumão direito penal- parte geralResumão direito penal- parte geral
Resumão direito penal- parte geralFonseca Advocacia
 
Direito penal i fontes do direito penal
Direito penal i   fontes do direito penalDireito penal i   fontes do direito penal
Direito penal i fontes do direito penalUrbano Felix Pugliese
 
04 abuso de autoridade 02
04   abuso de autoridade 0204   abuso de autoridade 02
04 abuso de autoridade 02thiago sturmer
 
Direito penal slides - parte geral
Direito penal   slides - parte geralDireito penal   slides - parte geral
Direito penal slides - parte geraledgardrey
 
Direito penal ii teoria geral da pena
Direito penal ii teoria geral da penaDireito penal ii teoria geral da pena
Direito penal ii teoria geral da penavolemar
 
N O V A L E I P E N A L 11
N O V A  L E I  P E N A L 11N O V A  L E I  P E N A L 11
N O V A L E I P E N A L 11Ronaldo Ferreira
 

Mais procurados (20)

Resumo contravenção penal
Resumo contravenção penalResumo contravenção penal
Resumo contravenção penal
 
Lei das contravenções penais
Lei das contravenções penaisLei das contravenções penais
Lei das contravenções penais
 
Slides lei de tortura
Slides lei de torturaSlides lei de tortura
Slides lei de tortura
 
Direito penal i lei penal do tempo
Direito penal i   lei penal do tempoDireito penal i   lei penal do tempo
Direito penal i lei penal do tempo
 
Resumo penal
Resumo penalResumo penal
Resumo penal
 
Lei maria da penha
Lei maria da penhaLei maria da penha
Lei maria da penha
 
Direito penal oab
Direito penal   oabDireito penal   oab
Direito penal oab
 
Stf e lei maria da penha lamentável decisão revista jus navigandi - doutri...
Stf e lei maria da penha  lamentável decisão   revista jus navigandi - doutri...Stf e lei maria da penha  lamentável decisão   revista jus navigandi - doutri...
Stf e lei maria da penha lamentável decisão revista jus navigandi - doutri...
 
01 dto penal iv dos crimes contra a dignidade sexual
01 dto penal iv   dos crimes contra a dignidade sexual01 dto penal iv   dos crimes contra a dignidade sexual
01 dto penal iv dos crimes contra a dignidade sexual
 
Lei de Abuso de Autoridade comentada.
Lei de Abuso de Autoridade comentada.Lei de Abuso de Autoridade comentada.
Lei de Abuso de Autoridade comentada.
 
A quantificao da pena em face das circunstncias
A quantificao da pena em face das  circunstnciasA quantificao da pena em face das  circunstncias
A quantificao da pena em face das circunstncias
 
Resumão direito penal- parte geral
Resumão direito penal- parte geralResumão direito penal- parte geral
Resumão direito penal- parte geral
 
Direito penal i fontes do direito penal
Direito penal i   fontes do direito penalDireito penal i   fontes do direito penal
Direito penal i fontes do direito penal
 
04 abuso de autoridade 02
04   abuso de autoridade 0204   abuso de autoridade 02
04 abuso de autoridade 02
 
Lei de execução penal
Lei de execução penalLei de execução penal
Lei de execução penal
 
Direito penal slides - parte geral
Direito penal   slides - parte geralDireito penal   slides - parte geral
Direito penal slides - parte geral
 
Lei Maria da Penha.
Lei Maria da Penha.Lei Maria da Penha.
Lei Maria da Penha.
 
Lei Maria da Penha
Lei Maria da PenhaLei Maria da Penha
Lei Maria da Penha
 
Direito penal ii teoria geral da pena
Direito penal ii teoria geral da penaDireito penal ii teoria geral da pena
Direito penal ii teoria geral da pena
 
N O V A L E I P E N A L 11
N O V A  L E I  P E N A L 11N O V A  L E I  P E N A L 11
N O V A L E I P E N A L 11
 

Semelhante a Material de apoio penal a lei maria da penha

44361736 lei-11-340-lei-maria-da-penha-comentada
44361736 lei-11-340-lei-maria-da-penha-comentada44361736 lei-11-340-lei-maria-da-penha-comentada
44361736 lei-11-340-lei-maria-da-penha-comentadaAgassis Rodrigues
 
Ana Paula de Oliveira IX Congresso LMP
Ana Paula de Oliveira IX Congresso LMPAna Paula de Oliveira IX Congresso LMP
Ana Paula de Oliveira IX Congresso LMPAtualidades Do Direito
 
Lei maria da penha (11
Lei maria da penha (11Lei maria da penha (11
Lei maria da penha (11Silvio Candido
 
N O V A L E I P E N A L 10
N O V A  L E I  P E N A L 10N O V A  L E I  P E N A L 10
N O V A L E I P E N A L 10Ronaldo Ferreira
 
Dir. penal lei maria da penha
Dir.  penal    lei maria da penhaDir.  penal    lei maria da penha
Dir. penal lei maria da penhaAlexandre Bento
 
1057- Agravo de Instrumento Cc Tutela Recursal
1057- Agravo de Instrumento Cc Tutela Recursal1057- Agravo de Instrumento Cc Tutela Recursal
1057- Agravo de Instrumento Cc Tutela RecursalConsultor JRSantana
 
Apresentação Braga & Ruzzi advocacia - Evento FemiJuris Talks 25/08
Apresentação Braga & Ruzzi  advocacia - Evento FemiJuris Talks 25/08Apresentação Braga & Ruzzi  advocacia - Evento FemiJuris Talks 25/08
Apresentação Braga & Ruzzi advocacia - Evento FemiJuris Talks 25/08FemiJuris
 

Semelhante a Material de apoio penal a lei maria da penha (15)

Lei Maria da Penha
Lei Maria da PenhaLei Maria da Penha
Lei Maria da Penha
 
Lei maria da penha
Lei maria da penhaLei maria da penha
Lei maria da penha
 
Lei maria da penha
Lei maria da penhaLei maria da penha
Lei maria da penha
 
Lei
LeiLei
Lei
 
Palestra recentes decisões
Palestra recentes decisõesPalestra recentes decisões
Palestra recentes decisões
 
44361736 lei-11-340-lei-maria-da-penha-comentada
44361736 lei-11-340-lei-maria-da-penha-comentada44361736 lei-11-340-lei-maria-da-penha-comentada
44361736 lei-11-340-lei-maria-da-penha-comentada
 
Ana Paula de Oliveira IX Congresso LMP
Ana Paula de Oliveira IX Congresso LMPAna Paula de Oliveira IX Congresso LMP
Ana Paula de Oliveira IX Congresso LMP
 
Lei maria da penha (11
Lei maria da penha (11Lei maria da penha (11
Lei maria da penha (11
 
N O V A L E I P E N A L 10
N O V A  L E I  P E N A L 10N O V A  L E I  P E N A L 10
N O V A L E I P E N A L 10
 
Dir. penal lei maria da penha
Dir.  penal    lei maria da penhaDir.  penal    lei maria da penha
Dir. penal lei maria da penha
 
Stj hc maria da penha
Stj hc maria da penhaStj hc maria da penha
Stj hc maria da penha
 
1057- Agravo de Instrumento Cc Tutela Recursal
1057- Agravo de Instrumento Cc Tutela Recursal1057- Agravo de Instrumento Cc Tutela Recursal
1057- Agravo de Instrumento Cc Tutela Recursal
 
N O V A L E I P E N A L
N O V A  L E I  P E N A LN O V A  L E I  P E N A L
N O V A L E I P E N A L
 
Apresentação Braga & Ruzzi advocacia - Evento FemiJuris Talks 25/08
Apresentação Braga & Ruzzi  advocacia - Evento FemiJuris Talks 25/08Apresentação Braga & Ruzzi  advocacia - Evento FemiJuris Talks 25/08
Apresentação Braga & Ruzzi advocacia - Evento FemiJuris Talks 25/08
 
Alice Bianchini IX Congresso LMP
Alice Bianchini  IX Congresso LMPAlice Bianchini  IX Congresso LMP
Alice Bianchini IX Congresso LMP
 

Último

6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptxJssicaCassiano2
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmicolourivalcaburite
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.denisecompasso2
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLidianePaulaValezi
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosLucianoPrado15
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...marcelafinkler
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...DirceuNascimento5
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 

Material de apoio penal a lei maria da penha

  • 1. 0, l) dlzerodireito.com.br http://www.dizerodireito.com.br/2012/04/lei-maria-da-penha-pode-ser-aplicada.htm I A Lei Maria da Penha pode ser aplicada para violência praticada contra a cu hada? quarta-f eira, 11 de abril de 2012 A Constituição Federal de 1988 prev', em seu art. 226,9 8°: I'~8° - O Estado assegurará a ssistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, çriando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. No mesmo sentido deste comando constitucional, o Estado Brasileiro, com o intuito de coibir a violência contra a mulher, assinou dois importantes tratados internacionais: o Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher; • Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher ("Convenção de Belém do Pará). Afim de regulamentar o 98° do art. 226 da CF/88 e dar maior efetividade aos compromissos internacionais assumidos em defesa da mulher, foi editada a Lei n.o 11.340/2006, conhecida como "Lei Maria da Penha". A referida Lei cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Indaga-se então: Qual é o conceito legal de violência doméstica? Quais os casos em que é possível configurar-se violência doméstica? Violência doméstica e familiar contra a mulher é: qualquer ação ou omissão baseada no gênero I - no âmbito da unidade doméstica; ou Unidade doméstica é o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas. /I - no âmbito da família; ou Famnia aqui deve ser compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade express . 111-em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
  • 2. que cause morte, lesão, sofrimento físico, sofrimento sexual ou sofrimento psicológico e dano moral ou dano patrimonial à mulher, e que ocorra: Algumas perguntas decorrentes deste conceito, que está previsto no art. 5° da Lei: 1) É possível a aplicação da Lei aria da Penha para a violência praticada por irmão contra irmã, ainda que eles nem mais morem sob o mesmo teto? SIM, é possível, com base no inciso 111 acima exposto. Ressalte-se, mais uma vez, que, para a configuração de violência doméstica não precisa, necessariamente, que haja coabitação (Quinta Turma. REsp 1.239.850-DF, ReI. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/2/2012). 2) A Lei Maria da Penha pode ser aplicada para namorados? SIM.A Terceira Seção do STJ vem firmando entendimento jurisprudencial de que é possível a aplicação da Lei nO11.340/2006 à agressão cometida por ex-namorado. Em tais'circunstâncias, há o press posto de uma relação íntima de afeto a ser protegida, por ocasião do anterior convívio do agressor com a vítima, ainda que não tenham coabitado. (HC 181.217/RS, ReI. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em 20/10/2011) Esta Lei pode ser aplicada a agres or que não se conforma com o término do namoro:
  • 3. Incide a aplicação da Lei n. 11.340/200 (Lei Maria da Penha) uma vez que a vítima grávida mantinha íntima relação com o agressor, que vinha praticando agressões físicas por não se conformar com o término do namoro, sendo ele o suposto paLAssim, competente a Justiça comum para processar e julgar a questão. CC 92.591-MG, ReI. Min. Felix Fischer, julgado em 5/12/2008. Mas cuidado: não é qualquer namoro que se enquadra na Lei Maria da Penha: Como o art. 5° da Lei n.o 11.340/2006 dispõe que a "violência doméstica" abrange qualquer relação íntima de afeto e dispensa a coabitação, cada demanda deve ter uma análise cuidadosa, caso a caso. Deve-se comprovar se a convivência é duradoura ou se o vínculo entre as partes é eventual, efêmero, uma vez que não incide a lei em comento nas relações de namoro eventuais. (CC 91.979-MG, ReI. Min. Maria Therez de Assis Moura, julgado em 16/2/2009) 3) Por fim, a Lei Maria da Penha pod ser aplicada para a agressão perpetrada por um homem contra a sua cunhada? SIM. Trata-se da hipótese prevista no inciso li, considerando que a cunhada é parente por afinidade do agressor. Assim, já decidiu o ST J: (...) 2. Na espécie, apurou-se que a Vitima, irmã da companheira do Acusado, vivendo há mais de um ano com o casal sob o mesmo teto, foi agredida por ele. 3. Nesse contexto, inarredável concluir pela incidência da Lei n.° 11.343/06 (rectius: Lei n.o 11.340/2006), tendo em vista a ocorrência de ação ba eada no gênero causadora de sofrimento físico no âmbito da família, nos termos expressos do art. 5.°, inciso ", da mencionada legislação. 4. '''Para a configuração de violência doméstica, basta que estejam presentes as hipóteses previstas no artigo 5° da Lei 11.343/2006 (Lei Maria da Penha) {...j" (HC 115.857/MG, 6.a Turma, Rei. Min. JANE SILVA (Desembargadora Convocada do TJ/MG), DJe de 02/02/2009). (...) (HC 172634/DF, Rei. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em 06/03/2012)