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Introdução e objetivo

O agrupamento dos seres humanos em sociedade tem como objetivo à facilitação das

interações humanas, incluindo aquelas voltadas à sobrevivência; no entanto, a crescente

complexidade dos sistemas sociais e o rápido desenvolvimento tecnológico têm tornado

também estas interações progressivamente mais elaboradas, exigindo o desenvolvimento de

um número cada vez maior de aptidões sociais do ser humano frente uma adaptação mais

difícil.

No desenvolvimento social das crianças, torna-se evidente que, com a ajuda de recursos sociais
adequados, pode-se criar condições necessárias para um desenvolvimento social e em outras áreas da
conduta, mais completa. Por outro lado, a falta ou má utilização destes recursos podem se tornar um fator
de impedimento para um desenvolvimento satisfatório.

Através do contato com adultos e com outras crianças e passando pelo processo educacional é que a
criança se socializará. “Socialização” é, então, o processo pelo qual uma criança absorve formas de
comportamento que estão de acordo com as normas e valores do meio do adulto, que são variáveis,
conforme a cultura, a época e o local, apesar de serem chamados de “comportamento natural”.

O desenvolvimento social, descrito em grande parte como características adquiridas, serve-se com
freqüência dos conceitos de reforço e punição (aprovação e desaprovação) para 2firmar os
comportamentos socialmente desejáveis a um grupo social ou eliminar aqueles comportamentos
indesejáveis.

Do nascimento até aproximadamente os 13 meses de idade a criança encontra-se quase inteiramente sob
o domínio dos adultos, mostrando pouco interesse por outras crianças. A partir desta idade começa-se a
notar o início da cooperação entre crianças e, entre os 18 e 24 meses, há um aumento da disposição para o
contato social e uma maior aceitação mútua. A quantidade e duração das brincadeiras aumentam nessa
fase.

A transição da sociabilidade de um relacionamento com adultos ou com uma criança por vez, muitas vezes
supervisionada por um adulto; para o relacionamento grupal da fase pré-escolar, pode ser chamada de
transição de sociabilidade doméstica para a sociabilidade elementar.

No processo de evolução da sociabilidade, têm grande importância as brincadeiras ou os jogos, que têm a
função de gastar a energia e facilitar a compreensão do universo em que vivem.

No primeiro ano de vida predominam as brincadeiras funcionais, nas quais a criança encontra prazer em
seus próprios movimentos, e a partir do segundo ano começa a predominar as brincadeiras imaginativas,
“o fazer de conta”, que apresenta já significado para as ações e têm por função o alívio de ansiedades e
facilitam a assimilação do mundo.

As brincadeiras ainda podem ser consideradas, conforme sua evolução, em solitárias (predominam nas
crianças pequenas), observativas (predominam o contato verbal ou a observação), paralelas (em que não
há integração entre crianças que brincam num mesmo ambiente), associativa (em que há o início da
interação, são aproveitadas idéias e há empréstimo de objeto) e cooperativas (que têm por objetivo a
consecução de um resultado em conjunto).

O conhecimento do comportamento individual ante as regras grupais ajuda-nos a compreender como o
indivíduo se ajusta a diferentes grupos e como é influenciado por estes, e a detectar inadequações sociais
provenientes do grupo ou do modo de ser do indivíduo.

O desenvolvimento social das crianças é uma forma de relação que implica capacidade da formação e
participação ativa nos grupos. As exigências para aceitação de um indivíduo pelo grupo freqüentemente
são imperativas e opostas à manutenção de sua individualidade; a coletividade muito freqüentemente
impõe a seus membros que abram mão de suas características individuais.

Os processos de participação grupal com suas respectivas regras são fatores de grande importância para a
criança em sua aprendizagem da forma de lidar com limites, na percepção de si mesma e dos outros e na
adaptação social.

Os jogos e as brincadeiras são atividades próprias da criança, fundamentais ao seu desenvolvimento
psicológico e mental. Recebem seu nome por assimilação das atividades dos adultos e mesmo que se
assemelhem a elas em forma, pouco tem em comum com estas.

Os jogos são uma etapa da evolução infantil total que se decompõe em períodos sucessivos; confunde-se
com a atividade total da criança, permanecendo espontâneos e sem serem influenciados pelas disciplinas
educativas.

Num primeiro momento, podem ser reconhecidos: jogos funcionais – constam de movimentos simples
como o esticar e fletir os membros, agitar os dedos, tocar objetos, produzir barulhos e sons. É uma
preparação para utilização mais harmônica e apropriada de nossos gestos e movimentos mais variados;
jogos de ficção – como o brincar de bonecas, cavalgar um pedaço de pau, etc. São atividades de
interpretação mais complexas e mais próximas às definições propostas para os jogos; jogos de aquisição –
nos quais a criança vê e escuta, faz esforços no sentido de perceber e compreender as coisas e os seres,
cenas, imagens, poesias e canções que parecem entretê-la boa parte do tempo; jogos de fabricação – 3nos
quais a criança mostra-se contente em reunir objetos, combiná-los entre si, modificá-los, transformá-los,
criá-los de novo.

Os jogos de ficção e aquisição, quando do surgimento dos jogos de fabricação, não são substituídos por
esses, mas neles têm seu papel.

O jogo é algo que, basicamente, demanda esforço podendo exigir e liberar quantidades consideráveis de
energia até maiores que aquelas utilizadas em uma tarefa obrigatória.

O desenvolvimento infantil se encontra vinculado ao brincar, uma vez que este se apresenta como a
linguagem própria da criança, através da qual lhe será possível o acesso à cultura e sua assimilação, num
movimento dialético característico do processo de crescimento e amadurecimento.

Neste sentido, o brincar se apresenta como fundamental tanto ao desenvolvimento cognitivo e motor da
criança quanto à sua socialização, sendo um importante instrumento de intervenção em saúde durante a
infância.

O presente estudo tem como objetivo apresentar resultados obtidos com a inserção de estudantes de
graduação em uma atividade de extensão da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais (FM-UFMG); e também através desta inserção observar o nível e a capacidade de socialização de 16
crianças pré-escolares matriculadasnuma creche pública localizada em uma área de risco da cidade de Belo
Horizonte (BH), Minas Gerais (MG).

Metodologia

No segundo semestre do ano de 2003, através do projeto de extensão “Projeto Creche das Rosinhas” da
FM-UFMG, que realiza ações de promoção de saúde introduzindo estudantes de graduação em creches
públicas do município de BH, diversas atividades foram executadas com as crianças matriculadas nestas
creches. Foram acompanhadas crianças matriculadas na turma do Maternal-I da Creche Madre Garcia,
localizada na Região da Barragem Santa Lúcia, considerada uma das áreas de risco da cidade.

Dentre as diversas atividades realizadas no período, como exame físico, oftalmológico e dentário das
crianças, orientações quanto à higiene e prevenção de acidentes, foram estudados o nível e capacidade de
socialização das crianças, uma vez que foi detectado, através do Teste de Triagem de Denver (TTD), uma
possível dificuldade passível de estimulação na área Pessoal-Social, que mede a habilidade para lidar com
pessoas e o autocuidado. O TTD é um método observacional para detecção de dificuldades ou atrasos no
desenvolvimento infantil, através da realização de diversas atividades agrupadas em quatro áreas: Pessoal-
Social, Motor-Fino, Motor-Grosso e Linguagem.

O resultado obtido pelas crianças em cada atividade é comparado com uma amostra aonde foram
definidas as idades mínimas e máximas para cada atividade ser realizada. Dessa forma, frente à idade da
criança em teste, sua capacidade na atividade específica é definida como dentro do esperado ou atrasada.
Assim, podem-se definir as dificuldades existentes em cada uma das áreas ou um atraso global no
desenvolvimento.

Durante a realização do TTD nas crianças que foram acompanhadas, não foi detectado nenhum atraso,
entretanto muitas falhas foram observadas. Ao quantificar estas falhas, as áreas testadas ficaram na
seguinte ordem decrescente em valores percentuais: Linguagem,

Motor-Fino, Pessoal-Social e Motor-Grosso.

Desta forma, uma das atividades realizadas, sendo a área da Linguagem a que apresentou o maior índice
de falhas, foi à estimulação desta através de realização de brincadeiras tais como “Seu mestre mandou”,
aonde se buscava observar a compreensão das crianças para diversas ordens como correr, pegar objetos e
colocar a mão em partes do corpo, e “Contador de estórias”, aonde se buscava uma participação das
crianças com elas como contadores, ou seja, observando a capacidade de expressão de pensamentos e
palavras. 4

Assim além de observar a resposta lingüística das crianças com a realização das atividades também se
buscou caracterizar o padrão de atividade em grupo das mesmas e o grau de interesse destas com as
brincadeiras. Com esta observação detectou-se que as crianças, quase que exclusivamente, realizavam
suas brincadeiras individualmente ou agrupadas, mas sem existir interação umas com as outras,
apresentando desta forma umapossibilidade de estimulação da socialização das crianças pela realização de
brincadeiras em grupo. Assim buscou-se reavaliar as características das crianças durante as brincadeiras,
com a repetição das brincadeiras anteriores e realização de novas atividades, para observar a resposta das
crianças frente a esta nova estimulação.
Como instrumento para detecção e estimulação da capacidade de socialização das crianças,
principalmente em grupo, realizamos novamente as brincadeiras “Seu mestre mandou” e “Contador de
estórias”, e outras como “Corre cotia”, “Trenzinho”, “Marcha soldado” e “Brincadeiras com bola”
objetivando-se a cooperação e a interaçãoefetiva entre as crianças.

Na brincadeira “Corre cotia”, onde todas as crianças ficam sentadas em roda, sendo uma em pé rodando
por trás das demais, até que esta coloca um objeto nas costas de uma das que estão sentadas, e esta se
levanta e corre atrás da outra, até que ela sente no lugar da perseguidora, ou seja, apanhada por esta, fica
nítido o senso de grupo necessário para a sua realização, por sua complexidade e regras. As brincadeiras
de “Trenzinho” e “Marcha soldado” também estimularam a idéia de todas as crianças realizando a mesma
atividade, sendo que no “Trenzinho” é necessária uma interação entre todas para que o objetivo da
brincadeira seja alcançado.

A “Brincadeira de bola” foi realizada com todas as crianças sentadas em roda, sendo que cada uma deveria
rolar a bola para a outra. Esta também foi uma tentativa de agrupar as crianças. Para caracterizar o padrão
das atividades em grupo das crianças, repetiu-se a classificação usada durante a estimulação da
Linguagem, com o intuito de obter uma comparabilidade entre os dados observados neste estudo e os
anteriores. Esta caracterizaçãoprocurou avaliar dois itens inerentes ao padrão de atividades em grupo.

O primeiro foi denominado “Noção de Grupo” (NG), que foi graduada em três níveis:

Boa, Razoável e Fraca. Neste item definiu-se como era a interação entre as crianças, se realizavam
brincadeiras conjuntas, apenas agrupadas ou individuais, definindo como “Boa”, a criança que interagia
bem com as outras, inclusive propondo brincadeiras conjuntas;

“Razoável”, a criança que interagia com as demais, porém necessitava de um estímulo para

isso, tendo pouco iniciativa para realizar atividades; e “Fraca”, a criança que mesmo com

estímulo obtinha pouca interação com as demais crianças, com ausência de iniciativa.

O segundo item foi denominado “Participação nas brincadeiras” (PB), que foi

graduado em dois níveis: Atenta e Dispersa. Neste item definiu-se o nível de interesse das

crianças frente às diversas atividades propostas, definindo como “Atenta” a criança que se

interessava pelas brincadeiras propostas, aceitando suas regras e duração, sendo que para isso

não necessitava estímulo vigoroso; e como “Dispersa” a criança que em pouco tempo se

desinteressava, ou não demonstrava interesse pela brincadeira proposta, permanecendo pouco

tempo realizando a atividade, mesmo sobre estímulo.

Resultados e discussão

Foram realizadas observações em dois dias, em semanas consecutivas, com uma turma

de 16 crianças que apresentavam idade média de aproximadamente 2 anos e 5 meses, sendo a

idade inferior aproximadamente de 1 ano e 9 meses, e a idade superior de aproximadamente 3
anos. Os resultados da NG no teste anterior foram: Boa em 56,2% (n=9), Razoável em 25%

(n=4) e Fraca em 18,8% (n=3). No teste realizado posteriormente os resultados foram: Boa

em 62,5% (n=10), Razoável em 31,2% (n=5) e Fraca em 6,3% (n=1). Quanto ao item PB os 5

resultados não se alteraram nas duas observações, sendo os resultados: Atenta em 65,5%

(n=10) e Dispersa em 37,5% (n=6).

Sabe-se que nesta idade em que as crianças se encontram é que se iniciam as

brincadeiras em conjunto sendo detectado então um grande potencial que se devidamente

estimulado levará as crianças a uma socialização adequada.

Entretanto nas atividades realizadas foi notado que o desempenho não ocorreu

uniformemente; em algumas brincadeiras a adesão foi maior e em outras ocorreu uma maior

dispersão. As crianças mais novas mostraram-se mais dispersas, e algumas crianças mais

velhas também se mostraram desinteressadas.

Procurando avaliar esta evidente heterogeneidade da turma quanto às idades, as

crianças foram divididas em dois grupos; as que tinham idade acima da média (IACM)

(n=10), com idade média em torno dos 2 anos e 8 meses, e as que apresentavam idade abaixo

da média (IABM) (n=6), com idade média em torno dos 2 anos e 1 mês. Assim foram

readequados os resultados para estes dois grupos que assim se apresentaram: na NG, para o

grupo IABM, os dados anteriores foram: Boa em 50% (n=3), Razoável em 33,3% (n=2) e

Fraca em 16,7% (n=1). Para esse grupo, neste item, os dados posteriores foram: Boa em

33,3% (n=2), Razoável em 66,7% (n=4) e não houve caracterização de NG Fraca. Na NG, o

grupo IACM, apresentou os seguintes resultados anteriores: Boa em 60% (n=6), Razoável em

20% (n=2) e Fraca em 20% (n=2). Neste item, o grupo apresentou os seguintes dados

posteriores: Boa em 80% (n=8), Razoável em 10% (n=1) e Fraca em 10% (n=1). Os

resultados anteriores do item PB para o grupo IABM foram: Atenta e Dispersa em 50% (n=3).

Neste item, os dados posteriores do grupo foram: Atenta em 33,3% (n=2) e Dispersa em

66,7% (n=4). Ainda na PB, o grupo IACM, apresentou os seguintes resultados anteriores:

Atenta em 70% (n=7) e Dispersa em 30% (n=3). Este mesmo grupo apresentou neste item os

seguintes resultados posteriores: Atenta em 80% (n=8) e Dispersa em 20% (n=2).

Nas brincadeiras “Seu mestre mandou”, “Trenzinho” e “Marcha soldado” ocorreu uma
maior adesão por parte das crianças, e as “Brincadeiras com bola” e “Corre cotia”

apresentaram um interesse menor, ocorrendo maior dispersão. Isto mostra que, apesar da

capacidade evidente das crianças em realizar atividades em grupo, as brincadeiras aonde a

interação interpessoal é menor ainda são preferidas, o que é condizente com a idade dos

alunos.

O reduzido número de crianças do grupo observado inviabilizou um estudo

estatisticamente confiável, entretanto algumas observações podem ser feitas frente aos dados

apresentados.

Com a divisão em grupos ficou bastante sugerida a influência da idade no grau de

socialização da turma, sendo que as crianças mais novas apresentaram uma maior dificuldade

na realização das atividades propostas, do que as mais velhas, o que, no entanto é uma

resposta esperada para a idade.

Mesmo não podendo afirmar com exatidão se houve ou não ganhos e perdas no nível

de socialização da turma, houve uma percepção subjetiva apontando um ganho aparente nessa

área, pois se percebeu maior número de crianças brincando em conjunto, por mais tempo,

inclusive sem haver incentivo, o que pode representar a realidade, uma vez que todos os dados

apresentados foram baseados em observações subjetivas, o que torna muito difícil a

quantificaçãoexata dos mesmos.

Conclusões

Frente a todos este dados coletados foi possível observar que existe um excelente grau

de socialização individual de cada criança e um nível a ser estimulado em relação às

atividades em grupo.

Algumas crianças apresentaram boa capacidade de interatividade com os colegas e

outras ainda mostram-se dispersas ou tímidas. 6

Percebeu-se um ganho no desenvolvimento da socialização das crianças,

principalmente por serem detectadas suas capacidades atuais e serem planejados meios de

estimulá-las de forma a adquirirem boa noção de convívio social.

É necessário um processo contínuo para o completo desenvolvimento destas

capacidades nas crianças, e este estudo mostrou um ponto de partida e norteador de atividades
que poderão ser propostas e realizadas inclusive no ambiente da creche, pois é onde as

crianças passam a boa parte do tempo, sendo o ambiente da creche, talvez em igual

importância coma família, uma das maiores responsáveis pelo crescimento bio-psico-social

infantil.

Apesar de ter-se trabalhado com o limite inferior de idade no que diz respeito ao inicio

das atividades grupais na infância, as atividades apresentaram resultados que podem servir de

base para futuras observações, além de ter ajudado no desenvolvimento de capacidades que as

crianças estão adquirindo e não atividades que se encontram muito além das suas idades.

Apesar do estudo não ter levado em conta aspectos socioeconômicos (recursos

sociais), deve-se ter em mente a presença marcante destes nos aspectos tocantes à

sociabilidade, principalmente quando se lida com as populações de baixa renda, como foi a

população observada.

Frente aos dados observados ressalta-se a necessidade de uma maior homogeneidade

em relação à idade das crianças, pois principalmente nas idades mais novas, pequenas

diferenças podem representar grandes discrepâncias no desenvolvimento, o que pode causar

dificuldades no manejo da turma, como definição de atividades a serem realizadas; e pode

causar também conflitos para as crianças, inclusive por se sentirem inferiores ou diferentes

dos demais. Assim este estudo apresentou como a inserção do estudante de graduação em um

projeto de extensão é uma atividade duplamente vantajosa.

Estas atividades, como todas aos outras pertencentes ao currículo de formação do

estudante, devem ser estimuladas a valorizadas frente às experiências que proporcionam,

primeiro porque possibilitando ao estudante uma forma de aplicar os conhecimentos

adquiridos na sua formação acadêmica, além de adquirir experiências e ensinamentos fora do

ambiente de sua faculdade; e segundo porque aproxima a faculdade da sociedade, levando a

ela benefícios e vantagens que muitas vezes não seriam atingidos de outras formas.

Referências bibliográficas

GESELL, Arnold. A criança dos 0 aos 5 anos. 5, ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 392 p.

JUNQUEIRA, M.F.P.S. O brincar e o desenvolvimento infantil. Pediatria Moderna, Rio de

Janeiro, v. 35, n. 12, p. 988-990, dez. 1999.
FERREIRA, M.C.R.; AMORIM, K.S.; VITÓRIA, T. A creche enquanto contexto possível de

desenvolvimento da criança pequena. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento

Humano, São Paulo, v. 4, n. 2, p.35-40, jul./dez. 1994.

SLYWITCH, MironVladmir; e col. Desenvolvimento psicossocial da criança: Abordagem

pediátrica e psicológica. Monografias médicas: Série Pediatria. São Paulo: Sarvier, 1988.

v.30. 132p.

MACHADO, Dulce V. M.; e col. Açãopsicoprofilática do pediatra. Monografias médicas:

Série Pediatria. São Paulo: Sarvier, 1979. v.12. 135p.

COUTINHO, Maria Tereza da Cunha. Psicologia da criança: da fase pré-natal aos 12 anos. 2.

ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1978. 166p.

KRYNSKI, Stanislau; e col. Psiquiatria infantil: Aspectos terapêuticos. Monografias médicas:

Série Pediatria. São Paulo: Sarvier, 1976. v.9. 133p.




PREFEITURA MUNICIPAL DE CANANÉIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
EMEI CRECHE “RECANTO FELIZ”

Professoras:
Ana Carolina Rangel TeixeiraSandra Regina Sanches de Camargo
PROJETO
“RECICLAR E BRINCAR” –
Casinha de Caixa de leiteOBJETIVO GERAL
Construir uma casinha de brinquedos com caixinhas de leite.
JUSTIFICATIVA
A brincadeira é reconhecidamente como um dos mais importantes conteúdosda Educação
Infantil. Tudo vira brinquedo nas mãos das crianças desta faixa-etária, e, brincando, elas
aprendem muito sobre todas as coisas do mundo.Qualquer caixinha, qualquer pedacinho de
papel podem se tornar brinquedosinteressantíssimos, no delicioso jogo simbólico com o qual
estão sempreenvolvidas. Sabendo que enquanto brincam as crianças aprendem, podemosorganizar
situações nas quais estas brincadeiras possam intermediar aaprendizagem de outros conteúdos que
também precisam estar contidos nouniverso do que se pretende ensinar para elas, como matemática,
artes plásticasou cuidados com o meio ambiente, como tantos outros. E foi essa ideia que
nosmobilizou a construir junto com nossos pequenos de 4 anos (1ª etapa), uma linda
casinha de brinquedo que já poderia ser brinquedo antes mesmo de estar pronta,ainda que
envolvendo muito trabalho sério.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Organizar momentos de trocas de informações sobre o destino demateriais recicláveis e
algumas boas razões para se reciclar o lixo;- Comtemplar todos os eixos da educação infantil,
como:
Matemática

 –
 estimar quantidade de caixas que já temos que ainda devem estar faltando, oespaço que iremos
precisar aproximadamente e o tempo provável para o términoda mesma, noções de dentro/fora,
em cima/embaixo, direito-esquerda etc.;
Linguagem Oral e Escrita
- ler os rótulos das marcas diversas das caixas, leiturasde histórias com temas com casas, como:
Os Três Porquinhos, João e Maria,Cachinhos Dourados, Chapeuzinho Vermelho;
Natureza e Sociedade

 –
 desenvolver noções de como cuidar do meio ambiente (perceber sua importância eaprender a
como preservá-la), separar os diferentes tipos de lixo (coletaseletiva) eaprender a reciclar os
diferentes tipos de materiais existentes; As
Artes
estarãopresentes durante todo o processo de construção e acabamento da casinha.- Deve-se levar em
consideração que outras atividades podem surgir nomeio da realização deste projeto, mas este
deve ser flexível de acordo com ascuriosidades que surgirem no percurso.
RECURSOS MATERIAIS
- 682 Caixas de Leite Tetra Pak (aproximadamente);- Jornais ou papeis para enchimento
(Conforme necessidade);- Cola quente;- Fita adesiva larga;- Madeira Compensado esp. 5 mm
(Conforme necessidade) ou tábua de forropara reforço e batentes;- Tintas (cores diversas);- Base
de madeira de 2m x 2m (4m²) com assoalho.
PROJETO
DESENVOLVIMENTO PASSO A PASSO:1-
Abrir as caixas de leite na parte superior, descolando as bordas. Lavar edeixar secar;
2-
Enche-la com jornais ou outros papeis, (dar firmeza as caixas);
3-
Fechar colando com cola quente ou fita adesiva larga;
4-
Com cola quente, colar as caixas intercalando-as como se fossem tijolos.Para os arremates usar
½ caixa dobrando e colando sua nova boca. Montar asparedes deixando os vãos das janelas e
porta. Fazer quatro paredesseparadas com o encaixe de uma nas outras (veja as dimensões no
itemprojeto);
5-
Na parte superior dos batentes, colar as madeiras transpassando toda extensão para reforçar a
parede;
6-
Para a parte inclinada do telhado recortar as caixas fazendo opreenchimento com triângulos;
7-
Os batentes da porta e janelas são feitos colando as madeiras nos vãos comcola quente;
8-
Para o acabamento, pintar e fechar o telhado com as caixas abertas,cortadas nos formatos de
telhas e colando com cola quente;
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Desenvolvimento social e brincadeiras de crianças pré-escolares

  • 1. Introdução e objetivo O agrupamento dos seres humanos em sociedade tem como objetivo à facilitação das interações humanas, incluindo aquelas voltadas à sobrevivência; no entanto, a crescente complexidade dos sistemas sociais e o rápido desenvolvimento tecnológico têm tornado também estas interações progressivamente mais elaboradas, exigindo o desenvolvimento de um número cada vez maior de aptidões sociais do ser humano frente uma adaptação mais difícil. No desenvolvimento social das crianças, torna-se evidente que, com a ajuda de recursos sociais adequados, pode-se criar condições necessárias para um desenvolvimento social e em outras áreas da conduta, mais completa. Por outro lado, a falta ou má utilização destes recursos podem se tornar um fator de impedimento para um desenvolvimento satisfatório. Através do contato com adultos e com outras crianças e passando pelo processo educacional é que a criança se socializará. “Socialização” é, então, o processo pelo qual uma criança absorve formas de comportamento que estão de acordo com as normas e valores do meio do adulto, que são variáveis, conforme a cultura, a época e o local, apesar de serem chamados de “comportamento natural”. O desenvolvimento social, descrito em grande parte como características adquiridas, serve-se com freqüência dos conceitos de reforço e punição (aprovação e desaprovação) para 2firmar os comportamentos socialmente desejáveis a um grupo social ou eliminar aqueles comportamentos indesejáveis. Do nascimento até aproximadamente os 13 meses de idade a criança encontra-se quase inteiramente sob o domínio dos adultos, mostrando pouco interesse por outras crianças. A partir desta idade começa-se a notar o início da cooperação entre crianças e, entre os 18 e 24 meses, há um aumento da disposição para o contato social e uma maior aceitação mútua. A quantidade e duração das brincadeiras aumentam nessa fase. A transição da sociabilidade de um relacionamento com adultos ou com uma criança por vez, muitas vezes supervisionada por um adulto; para o relacionamento grupal da fase pré-escolar, pode ser chamada de transição de sociabilidade doméstica para a sociabilidade elementar. No processo de evolução da sociabilidade, têm grande importância as brincadeiras ou os jogos, que têm a função de gastar a energia e facilitar a compreensão do universo em que vivem. No primeiro ano de vida predominam as brincadeiras funcionais, nas quais a criança encontra prazer em seus próprios movimentos, e a partir do segundo ano começa a predominar as brincadeiras imaginativas, “o fazer de conta”, que apresenta já significado para as ações e têm por função o alívio de ansiedades e facilitam a assimilação do mundo. As brincadeiras ainda podem ser consideradas, conforme sua evolução, em solitárias (predominam nas crianças pequenas), observativas (predominam o contato verbal ou a observação), paralelas (em que não há integração entre crianças que brincam num mesmo ambiente), associativa (em que há o início da
  • 2. interação, são aproveitadas idéias e há empréstimo de objeto) e cooperativas (que têm por objetivo a consecução de um resultado em conjunto). O conhecimento do comportamento individual ante as regras grupais ajuda-nos a compreender como o indivíduo se ajusta a diferentes grupos e como é influenciado por estes, e a detectar inadequações sociais provenientes do grupo ou do modo de ser do indivíduo. O desenvolvimento social das crianças é uma forma de relação que implica capacidade da formação e participação ativa nos grupos. As exigências para aceitação de um indivíduo pelo grupo freqüentemente são imperativas e opostas à manutenção de sua individualidade; a coletividade muito freqüentemente impõe a seus membros que abram mão de suas características individuais. Os processos de participação grupal com suas respectivas regras são fatores de grande importância para a criança em sua aprendizagem da forma de lidar com limites, na percepção de si mesma e dos outros e na adaptação social. Os jogos e as brincadeiras são atividades próprias da criança, fundamentais ao seu desenvolvimento psicológico e mental. Recebem seu nome por assimilação das atividades dos adultos e mesmo que se assemelhem a elas em forma, pouco tem em comum com estas. Os jogos são uma etapa da evolução infantil total que se decompõe em períodos sucessivos; confunde-se com a atividade total da criança, permanecendo espontâneos e sem serem influenciados pelas disciplinas educativas. Num primeiro momento, podem ser reconhecidos: jogos funcionais – constam de movimentos simples como o esticar e fletir os membros, agitar os dedos, tocar objetos, produzir barulhos e sons. É uma preparação para utilização mais harmônica e apropriada de nossos gestos e movimentos mais variados; jogos de ficção – como o brincar de bonecas, cavalgar um pedaço de pau, etc. São atividades de interpretação mais complexas e mais próximas às definições propostas para os jogos; jogos de aquisição – nos quais a criança vê e escuta, faz esforços no sentido de perceber e compreender as coisas e os seres, cenas, imagens, poesias e canções que parecem entretê-la boa parte do tempo; jogos de fabricação – 3nos quais a criança mostra-se contente em reunir objetos, combiná-los entre si, modificá-los, transformá-los, criá-los de novo. Os jogos de ficção e aquisição, quando do surgimento dos jogos de fabricação, não são substituídos por esses, mas neles têm seu papel. O jogo é algo que, basicamente, demanda esforço podendo exigir e liberar quantidades consideráveis de energia até maiores que aquelas utilizadas em uma tarefa obrigatória. O desenvolvimento infantil se encontra vinculado ao brincar, uma vez que este se apresenta como a linguagem própria da criança, através da qual lhe será possível o acesso à cultura e sua assimilação, num movimento dialético característico do processo de crescimento e amadurecimento. Neste sentido, o brincar se apresenta como fundamental tanto ao desenvolvimento cognitivo e motor da criança quanto à sua socialização, sendo um importante instrumento de intervenção em saúde durante a infância. O presente estudo tem como objetivo apresentar resultados obtidos com a inserção de estudantes de graduação em uma atividade de extensão da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas
  • 3. Gerais (FM-UFMG); e também através desta inserção observar o nível e a capacidade de socialização de 16 crianças pré-escolares matriculadasnuma creche pública localizada em uma área de risco da cidade de Belo Horizonte (BH), Minas Gerais (MG). Metodologia No segundo semestre do ano de 2003, através do projeto de extensão “Projeto Creche das Rosinhas” da FM-UFMG, que realiza ações de promoção de saúde introduzindo estudantes de graduação em creches públicas do município de BH, diversas atividades foram executadas com as crianças matriculadas nestas creches. Foram acompanhadas crianças matriculadas na turma do Maternal-I da Creche Madre Garcia, localizada na Região da Barragem Santa Lúcia, considerada uma das áreas de risco da cidade. Dentre as diversas atividades realizadas no período, como exame físico, oftalmológico e dentário das crianças, orientações quanto à higiene e prevenção de acidentes, foram estudados o nível e capacidade de socialização das crianças, uma vez que foi detectado, através do Teste de Triagem de Denver (TTD), uma possível dificuldade passível de estimulação na área Pessoal-Social, que mede a habilidade para lidar com pessoas e o autocuidado. O TTD é um método observacional para detecção de dificuldades ou atrasos no desenvolvimento infantil, através da realização de diversas atividades agrupadas em quatro áreas: Pessoal- Social, Motor-Fino, Motor-Grosso e Linguagem. O resultado obtido pelas crianças em cada atividade é comparado com uma amostra aonde foram definidas as idades mínimas e máximas para cada atividade ser realizada. Dessa forma, frente à idade da criança em teste, sua capacidade na atividade específica é definida como dentro do esperado ou atrasada. Assim, podem-se definir as dificuldades existentes em cada uma das áreas ou um atraso global no desenvolvimento. Durante a realização do TTD nas crianças que foram acompanhadas, não foi detectado nenhum atraso, entretanto muitas falhas foram observadas. Ao quantificar estas falhas, as áreas testadas ficaram na seguinte ordem decrescente em valores percentuais: Linguagem, Motor-Fino, Pessoal-Social e Motor-Grosso. Desta forma, uma das atividades realizadas, sendo a área da Linguagem a que apresentou o maior índice de falhas, foi à estimulação desta através de realização de brincadeiras tais como “Seu mestre mandou”, aonde se buscava observar a compreensão das crianças para diversas ordens como correr, pegar objetos e colocar a mão em partes do corpo, e “Contador de estórias”, aonde se buscava uma participação das crianças com elas como contadores, ou seja, observando a capacidade de expressão de pensamentos e palavras. 4 Assim além de observar a resposta lingüística das crianças com a realização das atividades também se buscou caracterizar o padrão de atividade em grupo das mesmas e o grau de interesse destas com as brincadeiras. Com esta observação detectou-se que as crianças, quase que exclusivamente, realizavam suas brincadeiras individualmente ou agrupadas, mas sem existir interação umas com as outras, apresentando desta forma umapossibilidade de estimulação da socialização das crianças pela realização de brincadeiras em grupo. Assim buscou-se reavaliar as características das crianças durante as brincadeiras, com a repetição das brincadeiras anteriores e realização de novas atividades, para observar a resposta das crianças frente a esta nova estimulação.
  • 4. Como instrumento para detecção e estimulação da capacidade de socialização das crianças, principalmente em grupo, realizamos novamente as brincadeiras “Seu mestre mandou” e “Contador de estórias”, e outras como “Corre cotia”, “Trenzinho”, “Marcha soldado” e “Brincadeiras com bola” objetivando-se a cooperação e a interaçãoefetiva entre as crianças. Na brincadeira “Corre cotia”, onde todas as crianças ficam sentadas em roda, sendo uma em pé rodando por trás das demais, até que esta coloca um objeto nas costas de uma das que estão sentadas, e esta se levanta e corre atrás da outra, até que ela sente no lugar da perseguidora, ou seja, apanhada por esta, fica nítido o senso de grupo necessário para a sua realização, por sua complexidade e regras. As brincadeiras de “Trenzinho” e “Marcha soldado” também estimularam a idéia de todas as crianças realizando a mesma atividade, sendo que no “Trenzinho” é necessária uma interação entre todas para que o objetivo da brincadeira seja alcançado. A “Brincadeira de bola” foi realizada com todas as crianças sentadas em roda, sendo que cada uma deveria rolar a bola para a outra. Esta também foi uma tentativa de agrupar as crianças. Para caracterizar o padrão das atividades em grupo das crianças, repetiu-se a classificação usada durante a estimulação da Linguagem, com o intuito de obter uma comparabilidade entre os dados observados neste estudo e os anteriores. Esta caracterizaçãoprocurou avaliar dois itens inerentes ao padrão de atividades em grupo. O primeiro foi denominado “Noção de Grupo” (NG), que foi graduada em três níveis: Boa, Razoável e Fraca. Neste item definiu-se como era a interação entre as crianças, se realizavam brincadeiras conjuntas, apenas agrupadas ou individuais, definindo como “Boa”, a criança que interagia bem com as outras, inclusive propondo brincadeiras conjuntas; “Razoável”, a criança que interagia com as demais, porém necessitava de um estímulo para isso, tendo pouco iniciativa para realizar atividades; e “Fraca”, a criança que mesmo com estímulo obtinha pouca interação com as demais crianças, com ausência de iniciativa. O segundo item foi denominado “Participação nas brincadeiras” (PB), que foi graduado em dois níveis: Atenta e Dispersa. Neste item definiu-se o nível de interesse das crianças frente às diversas atividades propostas, definindo como “Atenta” a criança que se interessava pelas brincadeiras propostas, aceitando suas regras e duração, sendo que para isso não necessitava estímulo vigoroso; e como “Dispersa” a criança que em pouco tempo se desinteressava, ou não demonstrava interesse pela brincadeira proposta, permanecendo pouco tempo realizando a atividade, mesmo sobre estímulo. Resultados e discussão Foram realizadas observações em dois dias, em semanas consecutivas, com uma turma de 16 crianças que apresentavam idade média de aproximadamente 2 anos e 5 meses, sendo a idade inferior aproximadamente de 1 ano e 9 meses, e a idade superior de aproximadamente 3
  • 5. anos. Os resultados da NG no teste anterior foram: Boa em 56,2% (n=9), Razoável em 25% (n=4) e Fraca em 18,8% (n=3). No teste realizado posteriormente os resultados foram: Boa em 62,5% (n=10), Razoável em 31,2% (n=5) e Fraca em 6,3% (n=1). Quanto ao item PB os 5 resultados não se alteraram nas duas observações, sendo os resultados: Atenta em 65,5% (n=10) e Dispersa em 37,5% (n=6). Sabe-se que nesta idade em que as crianças se encontram é que se iniciam as brincadeiras em conjunto sendo detectado então um grande potencial que se devidamente estimulado levará as crianças a uma socialização adequada. Entretanto nas atividades realizadas foi notado que o desempenho não ocorreu uniformemente; em algumas brincadeiras a adesão foi maior e em outras ocorreu uma maior dispersão. As crianças mais novas mostraram-se mais dispersas, e algumas crianças mais velhas também se mostraram desinteressadas. Procurando avaliar esta evidente heterogeneidade da turma quanto às idades, as crianças foram divididas em dois grupos; as que tinham idade acima da média (IACM) (n=10), com idade média em torno dos 2 anos e 8 meses, e as que apresentavam idade abaixo da média (IABM) (n=6), com idade média em torno dos 2 anos e 1 mês. Assim foram readequados os resultados para estes dois grupos que assim se apresentaram: na NG, para o grupo IABM, os dados anteriores foram: Boa em 50% (n=3), Razoável em 33,3% (n=2) e Fraca em 16,7% (n=1). Para esse grupo, neste item, os dados posteriores foram: Boa em 33,3% (n=2), Razoável em 66,7% (n=4) e não houve caracterização de NG Fraca. Na NG, o grupo IACM, apresentou os seguintes resultados anteriores: Boa em 60% (n=6), Razoável em 20% (n=2) e Fraca em 20% (n=2). Neste item, o grupo apresentou os seguintes dados posteriores: Boa em 80% (n=8), Razoável em 10% (n=1) e Fraca em 10% (n=1). Os resultados anteriores do item PB para o grupo IABM foram: Atenta e Dispersa em 50% (n=3). Neste item, os dados posteriores do grupo foram: Atenta em 33,3% (n=2) e Dispersa em 66,7% (n=4). Ainda na PB, o grupo IACM, apresentou os seguintes resultados anteriores: Atenta em 70% (n=7) e Dispersa em 30% (n=3). Este mesmo grupo apresentou neste item os seguintes resultados posteriores: Atenta em 80% (n=8) e Dispersa em 20% (n=2). Nas brincadeiras “Seu mestre mandou”, “Trenzinho” e “Marcha soldado” ocorreu uma
  • 6. maior adesão por parte das crianças, e as “Brincadeiras com bola” e “Corre cotia” apresentaram um interesse menor, ocorrendo maior dispersão. Isto mostra que, apesar da capacidade evidente das crianças em realizar atividades em grupo, as brincadeiras aonde a interação interpessoal é menor ainda são preferidas, o que é condizente com a idade dos alunos. O reduzido número de crianças do grupo observado inviabilizou um estudo estatisticamente confiável, entretanto algumas observações podem ser feitas frente aos dados apresentados. Com a divisão em grupos ficou bastante sugerida a influência da idade no grau de socialização da turma, sendo que as crianças mais novas apresentaram uma maior dificuldade na realização das atividades propostas, do que as mais velhas, o que, no entanto é uma resposta esperada para a idade. Mesmo não podendo afirmar com exatidão se houve ou não ganhos e perdas no nível de socialização da turma, houve uma percepção subjetiva apontando um ganho aparente nessa área, pois se percebeu maior número de crianças brincando em conjunto, por mais tempo, inclusive sem haver incentivo, o que pode representar a realidade, uma vez que todos os dados apresentados foram baseados em observações subjetivas, o que torna muito difícil a quantificaçãoexata dos mesmos. Conclusões Frente a todos este dados coletados foi possível observar que existe um excelente grau de socialização individual de cada criança e um nível a ser estimulado em relação às atividades em grupo. Algumas crianças apresentaram boa capacidade de interatividade com os colegas e outras ainda mostram-se dispersas ou tímidas. 6 Percebeu-se um ganho no desenvolvimento da socialização das crianças, principalmente por serem detectadas suas capacidades atuais e serem planejados meios de estimulá-las de forma a adquirirem boa noção de convívio social. É necessário um processo contínuo para o completo desenvolvimento destas capacidades nas crianças, e este estudo mostrou um ponto de partida e norteador de atividades
  • 7. que poderão ser propostas e realizadas inclusive no ambiente da creche, pois é onde as crianças passam a boa parte do tempo, sendo o ambiente da creche, talvez em igual importância coma família, uma das maiores responsáveis pelo crescimento bio-psico-social infantil. Apesar de ter-se trabalhado com o limite inferior de idade no que diz respeito ao inicio das atividades grupais na infância, as atividades apresentaram resultados que podem servir de base para futuras observações, além de ter ajudado no desenvolvimento de capacidades que as crianças estão adquirindo e não atividades que se encontram muito além das suas idades. Apesar do estudo não ter levado em conta aspectos socioeconômicos (recursos sociais), deve-se ter em mente a presença marcante destes nos aspectos tocantes à sociabilidade, principalmente quando se lida com as populações de baixa renda, como foi a população observada. Frente aos dados observados ressalta-se a necessidade de uma maior homogeneidade em relação à idade das crianças, pois principalmente nas idades mais novas, pequenas diferenças podem representar grandes discrepâncias no desenvolvimento, o que pode causar dificuldades no manejo da turma, como definição de atividades a serem realizadas; e pode causar também conflitos para as crianças, inclusive por se sentirem inferiores ou diferentes dos demais. Assim este estudo apresentou como a inserção do estudante de graduação em um projeto de extensão é uma atividade duplamente vantajosa. Estas atividades, como todas aos outras pertencentes ao currículo de formação do estudante, devem ser estimuladas a valorizadas frente às experiências que proporcionam, primeiro porque possibilitando ao estudante uma forma de aplicar os conhecimentos adquiridos na sua formação acadêmica, além de adquirir experiências e ensinamentos fora do ambiente de sua faculdade; e segundo porque aproxima a faculdade da sociedade, levando a ela benefícios e vantagens que muitas vezes não seriam atingidos de outras formas. Referências bibliográficas GESELL, Arnold. A criança dos 0 aos 5 anos. 5, ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 392 p. JUNQUEIRA, M.F.P.S. O brincar e o desenvolvimento infantil. Pediatria Moderna, Rio de Janeiro, v. 35, n. 12, p. 988-990, dez. 1999.
  • 8. FERREIRA, M.C.R.; AMORIM, K.S.; VITÓRIA, T. A creche enquanto contexto possível de desenvolvimento da criança pequena. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v. 4, n. 2, p.35-40, jul./dez. 1994. SLYWITCH, MironVladmir; e col. Desenvolvimento psicossocial da criança: Abordagem pediátrica e psicológica. Monografias médicas: Série Pediatria. São Paulo: Sarvier, 1988. v.30. 132p. MACHADO, Dulce V. M.; e col. Açãopsicoprofilática do pediatra. Monografias médicas: Série Pediatria. São Paulo: Sarvier, 1979. v.12. 135p. COUTINHO, Maria Tereza da Cunha. Psicologia da criança: da fase pré-natal aos 12 anos. 2. ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1978. 166p. KRYNSKI, Stanislau; e col. Psiquiatria infantil: Aspectos terapêuticos. Monografias médicas: Série Pediatria. São Paulo: Sarvier, 1976. v.9. 133p. PREFEITURA MUNICIPAL DE CANANÉIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO EMEI CRECHE “RECANTO FELIZ” Professoras: Ana Carolina Rangel TeixeiraSandra Regina Sanches de Camargo PROJETO “RECICLAR E BRINCAR” – Casinha de Caixa de leiteOBJETIVO GERAL Construir uma casinha de brinquedos com caixinhas de leite. JUSTIFICATIVA A brincadeira é reconhecidamente como um dos mais importantes conteúdosda Educação Infantil. Tudo vira brinquedo nas mãos das crianças desta faixa-etária, e, brincando, elas aprendem muito sobre todas as coisas do mundo.Qualquer caixinha, qualquer pedacinho de papel podem se tornar brinquedosinteressantíssimos, no delicioso jogo simbólico com o qual estão sempreenvolvidas. Sabendo que enquanto brincam as crianças aprendem, podemosorganizar situações nas quais estas brincadeiras possam intermediar aaprendizagem de outros conteúdos que também precisam estar contidos nouniverso do que se pretende ensinar para elas, como matemática,
  • 9. artes plásticasou cuidados com o meio ambiente, como tantos outros. E foi essa ideia que nosmobilizou a construir junto com nossos pequenos de 4 anos (1ª etapa), uma linda casinha de brinquedo que já poderia ser brinquedo antes mesmo de estar pronta,ainda que envolvendo muito trabalho sério. OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Organizar momentos de trocas de informações sobre o destino demateriais recicláveis e algumas boas razões para se reciclar o lixo;- Comtemplar todos os eixos da educação infantil, como: Matemática – estimar quantidade de caixas que já temos que ainda devem estar faltando, oespaço que iremos precisar aproximadamente e o tempo provável para o términoda mesma, noções de dentro/fora, em cima/embaixo, direito-esquerda etc.; Linguagem Oral e Escrita - ler os rótulos das marcas diversas das caixas, leiturasde histórias com temas com casas, como: Os Três Porquinhos, João e Maria,Cachinhos Dourados, Chapeuzinho Vermelho; Natureza e Sociedade – desenvolver noções de como cuidar do meio ambiente (perceber sua importância eaprender a como preservá-la), separar os diferentes tipos de lixo (coletaseletiva) eaprender a reciclar os diferentes tipos de materiais existentes; As Artes estarãopresentes durante todo o processo de construção e acabamento da casinha.- Deve-se levar em consideração que outras atividades podem surgir nomeio da realização deste projeto, mas este deve ser flexível de acordo com ascuriosidades que surgirem no percurso. RECURSOS MATERIAIS - 682 Caixas de Leite Tetra Pak (aproximadamente);- Jornais ou papeis para enchimento (Conforme necessidade);- Cola quente;- Fita adesiva larga;- Madeira Compensado esp. 5 mm (Conforme necessidade) ou tábua de forropara reforço e batentes;- Tintas (cores diversas);- Base de madeira de 2m x 2m (4m²) com assoalho. PROJETO
  • 10. DESENVOLVIMENTO PASSO A PASSO:1- Abrir as caixas de leite na parte superior, descolando as bordas. Lavar edeixar secar; 2- Enche-la com jornais ou outros papeis, (dar firmeza as caixas);
  • 11.
  • 12. 3- Fechar colando com cola quente ou fita adesiva larga; 4- Com cola quente, colar as caixas intercalando-as como se fossem tijolos.Para os arremates usar ½ caixa dobrando e colando sua nova boca. Montar asparedes deixando os vãos das janelas e porta. Fazer quatro paredesseparadas com o encaixe de uma nas outras (veja as dimensões no itemprojeto);
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  • 14. 5- Na parte superior dos batentes, colar as madeiras transpassando toda extensão para reforçar a parede; 6- Para a parte inclinada do telhado recortar as caixas fazendo opreenchimento com triângulos;
  • 15.
  • 16. 7- Os batentes da porta e janelas são feitos colando as madeiras nos vãos comcola quente; 8- Para o acabamento, pintar e fechar o telhado com as caixas abertas,cortadas nos formatos de telhas e colando com cola quente;