Este documento apresenta um projeto chamado "Janelas da Cidade", que fornece uma visão panorâmica de Campinas a partir de seis janelas em uma torre no Castelo. Cada janela oferece uma perspectiva histórica de uma região da cidade, destacando locais importantes e como a região evoluiu ao longo do tempo.
Janelas da cidade. uma estratégia de leitura urbana
1. Janelas da Cidade
uma estratégia de leitura urbana
Proposição, pesquisa e redação: Mirza Pellicciotta
2. Do alto da Torre do Castelo, nós podemos conhecer e compreender Campinas de maneira mais profunda. A partir de suas suas
seis janelas, avista-se a história da cidade. A Torre do Castelo, edifício de 27 metros localizado em uma porção mais alta da
cidade, foi construído entre os anos de 1938/1940; ele funcionou como caixa dágua e na ataulidade abriga a Rádio Educativa e
o projeto Janelas da Cidade, desenvolvido em parceria entre a Prefeitura (Secretaria de Comércio, Indústria, Serviços e
Turismo/Programa Conheça Campinas) e a Sanasa. Do alto deste edifício, temos a oportunidade de avistar as macroregiões da
cidade, ou ainda, de conhecer e "mergulhar" na diversidade e aprender com a imensa riqueza cultural e histórica de Campinas.
4. Década 1880
janela sul/sudeste
Centro histórico de Campinas
Década 2010
5. janela sul/sudeste
Da "janela" sul/sudeste, avistamos o "centro velho" de Campinas,
área em que nasceu a cidade. Em um território tomado por
prédios, encontramos os principais marcos históricos do Município:
vestígios dos pousos de tropeiros, de arruamentos da Freguesia,
da Vila e da cidade (século 19), ou ainda, marcas mais recentes do
intenso processo de crescimento e especulação urbana que, a
partir da década de 1950, provocou forte descaracterização da
região.
Visite:
Catedral Metropolitana; Monumento
túmulo de Carlos Gomes; Jóquei Club;
Casa de Saúde de Campinas
Fotos: Marilia Vasconcellos
7. janela sul/sudoeste
Da "janela" sudoeste/sul avistamos o Complexo Ferroviário de
Campinas, conjunto de edifícios e instalações que pertenceram
por um séculos às Companhias Paulista (1872) e Mogiana (1875).
A presença, ao todo, de cinco ferrovias na cidade, cumpriu papel
estratégico no desenvolvimento de uma vasta rede de comércio e
serviços que, somada as atividades agrícolas e industriais, deram
forma a “economia cafeeira”. Nas ruas e avenidas localizadas à
frente da estação, encontram-se instalados hospitais, escolas,
instituições e estabelecimentos comerciais centenários.
Nas ruas e avenidas localizadas aos fundos, permanecem
vivas as referências de uma cidade industrial: o complexo
deu origem ao primeiro bairro operário de Campinas, a
Vila Industrial, que no curso do século 20 somou-se a
instalação de cortumes, matadouro, cemitérios e indústrias.
Visite:
Estação Cultura; Palácio da
Mogiana; Mercado Municipal
Fotos: Marilia Vasconcellos
9. janela sudoeste/oeste
Da “janela” oeste/sudoeste podemos avistar uma porção da cidade que
ainda se encontra em formação. Localizada entre as rodovias Bandeirante e
Anhanguera, esta região é remanescente de antigas olarias, pastagens e
áreas agrícolas, outrora cafeeiras mas que no curso do século XX vivenciaram
profunda diversificação. Nesta região, bairros rurais centenários convivem
com novas áreas urbanas – com destaque para os bairros Campo Grande e
Jardim Ouro Verde. Entre os bairros rurais históricos estão Friburgo (origem
alemã, datado de 1870), Fogueteiro (origem suiça, mesmo período) e Pedra
Branca (bairro rural formado do parcelamento da Fazenda Pedra Branca e
constituído por comunidades de japoneses e italianos).
Visite:
Bairro Rural de Pedra Branca (produção de
frutas); bairro rural do Fogueteiro (produção
agrícola diversificada) e Bairro rural de
Friburgo (produção centenária de batatas)
Fotos: Marilia Vasconcellos
11. janela oeste/noroeste
Da “janela” noroeste/oeste avistamos uma região de ocupação
mais recente e originada, no curso dos anos 1950/1970, da
instalação de novas fábricas, agro-indústrias e empresas nas
proximidades das rodovias Anhanguera (1948), Bandeirantes
(1979) e mais recentemente, D.Pedro I. Estes bairros integram um
novo pólo de desenvolvimento econômico, além de contar com o
distrito de Nova Aparecida.
Visite:
Escola Preparatória de
Cadetes; Instituto Agronômico
de Campinas
Fotos: Marilia Vasconcellos
13. janela noroeste/norte
Para além da "janela" norte/noroeste, os prédios nos impedem de ver uma malha urbana
consolidada, originada do bairro do Taquaral e de ocupações que se orientaram pelo leito
da antiga Estrada de Ferro Funilense em direção ao núcleo de Barão Geraldo, hoje um
Distrito. Originalmente caracterizada como área residencial, esta região ganhou maior
desenvolvimento com a instalação da Unicamp (anos 1960/70) e da PUC Campinas (anos
1980) e da criação, nos anos seguintes, de dois pólos de Ciência e Tecnologia (CIATECs)
Visite:
Mata Santa Genebra; Universidade Estadual
de Campinas; Centro de Pesquisa de
Desenvolvimento e Tecnologia (CPQD); Centro
de Pesquisa Renato Archer (CENPRA)
Fotos: Marilia Vasconcellos
15. janela leste/nordeste
A partir da malha central, a cidade se expandiu pelas regiões norte,
leste e sul, originando-se, nas últimas décadas do século 19, os
primeiros bairros nos arrabaldes da cidade. Da janela leste,
avistamos o Cambuí, o Frontão, o Taquaral, e mais ao fundo, os
distritos de Sousas e Joaquim Egídio (localizados em Área de
Proteção Ambiental), ou ainda, o bairro rural Carlos Gomes, que
ainda hoje guardam tradições, espaços e edificações (urbanas e
rurais) centenárias.
Estes bairros e atuais distritos surgiram no período cafeeiro,
impulsionados pelo complexo do café e pela passagem dos trilhos da
Companhia Férrea Campineira, reunindo, em seu interior, várias chácaras,
estábulos e unidades de abastecimento necessários à cidade em
crescimento. Com o passar das décadas (entre os anos 1930 e 1960), a
região deu lugar a novos bairros (Jardins Bela Vista, Flamboyant, Boa
Esperança, Chácara da Barra, Parque Brasília), em parte orientados pela
Rodovia Heitor Penteado.
Visite:
Lagoa do Taquaral; Serra das
Cabras (Área de Proteção
Ambiental); Estação Carlos Gomes
e Observatório Jean Nicolini (APA)
Fotos: Marilia Vasconcellos