O documento discute a noção de cultura em três pontos principais:
1) A cultura não deve ser vista como um conceito totalizador, mas como diversa, reconhecendo o espaço para o outro.
2) Sistemas culturais mudam ao longo do tempo, não são estáticos, e o isolamento geográfico entre sociedades é relativo.
3) A cultura é uma abstração útil para organizar semelhanças entre humanos, mas que esconde a extraordinária diversidade entre eles.
1. Curso Superior de
Tecnologia em
Design Gráfico
Curso Superior de
Tecnologia em
Produção Multimídia
Sociologia I
Lucas Massimo T A de Souza
Aula 3 – O olhar antropológico
07/03/2013
7:50h-9:40h
Referências Bibliográficas
GEERTZ, Clifford. A interpretação das Culturas, Rio de Janeiro: LTC, 1989
LEVI-STRAUSS, Claude Natureza e Cultura in As formas elementares do parentesco Petrópolis: 1982
RODRIGUES, José Carlos Antropologia e Comunicação: princípios radicais. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo,
1989
LAPLANTINE, François Aprender Antropologia São Paulo: Brasiliense, 1988.
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2. O olhar antropológico
Último encontro
Natureza x Cultura: um debate antropológico
Natureza: universal, corpo biológico
Cultura: particular, representação do eu e do outro
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3. O olhar antropológico
Último encontro
Natureza x Cultura: um debate antropológico
Natureza: universal, corpo biológico
Cultura: particular, representação do eu e do outro
“Ou seja, aquilo que os
seres humanos tem em
comum é sua capacidade
de para se diferenciar uns
dos outros, para elaborar
costumes, línguas, modos
de conhecimento (...) pois
se há algo natural nessa
espécie particular é sua
aptidão à variação
cultural” Laplantine,
1988, p.22
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4. O olhar antropológico
Último encontro
Natureza x Cultura: um debate antropológico
Natureza: universal, corpo biológico
Cultura: particular, representação do eu e do outro
“Ou seja, aquilo que os
seres humanos tem em
comum é sua capacidade
Natureza de para se diferenciar uns Cultura
dos outros, para elaborar
costumes, línguas, modos Particular
Universal
de conhecimento (...) pois Aquilo que pode ou não
Aquilo que não muda
se há algo natural nessa variar
(espécie humana) espécie particular é sua (formações culturais)
aptidão à variação
cultural” Laplantine,
1988, p.22
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5. O olhar antropológico
Último encontro
Natureza x Cultura: um debate do século XIX
Procurar proposições gerais e leis universais para explicar a
relação entre o eu e o outro
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6. O olhar antropológico
Último encontro
Natureza x Cultura: um debate do século XIX
Procurar proposições gerais e leis universais para explicar a
relação entre o eu e o outro
Todos os seres humanos (universal)
pertencem à uma cultura (particular)
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7. O olhar antropológico
Último encontro
Natureza x Cultura: um debate do século XIX
Procurar proposições gerais e leis universais para explicar a
relação entre o eu e o outro
continuidade física
Todos os seres humanos (universal)
pertencem à uma cultura (particular)
descontinuidade metafísica
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8. O olhar antropológico
Último encontro
Natureza x Cultura: um debate do século XIX
Procurar proposições gerais e leis universais para explicar a
relação entre o eu e o outro
continuidade física
Todos os seres humanos (universal)
pertencem à uma cultura (particular)
descontinuidade metafísica
Inversão Ameríndia
Categorias de Levi-Strauss não funcionam na sociedades
ameríndias
A continuidade ali é metafísica: o corpo é uma forma que
muda conforme a perspectiva
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9. ...Se a Lua, as cobras e as
onças vêem os humanos
como tapires ou pecaris, é
porque, como nós, elas
comem tapires e pecaris,
comida própria de gente.
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10. Tapirus terrestris (anta) Tayassu tajacu (pecari ou porco-do-mato)
...Se a Lua, as cobras e as
onças vêem os humanos
como tapires ou pecaris, é
porque, como nós, elas
comem tapires e pecaris,
comida própria de gente.
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11. Tapirus terrestris (anta) Tayassu tajacu (pecari ou porco-do-mato)
...Se a Lua, as cobras e as
onças vêem os humanos
como tapires ou pecaris, é
porque, como nós, elas
comem tapires e pecaris,
comida própria de gente. Só
poderia ser assim, pois,
sendo gente em seu próprio
departamento, os não-
humanos vêem as coisas
como “a gente” vê.
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12. ...Se a Lua, as cobras e as Mas as coisas que eles
onças vêem os humanos vêem são outras: o que
como tapires ou pecaris, é para nós é sangue, para o
porque, como nós, elas jaguar é cauim;
comem tapires e pecaris,
comida própria de gente. Só
poderia ser assim, pois,
sendo gente em seu próprio
departamento, os não-
humanos vêem as coisas
como “a gente” vê.
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13. ...Se a Lua, as cobras e as Mas as coisas que eles
onças vêem os humanos vêem são outras: o que
como tapires ou pecaris, é para nós é sangue, para o
porque, como nós, elas jaguar é cauim; o que para
comem tapires e pecaris, as almas dos mortos é um
comida própria de gente. Só cadáver podre, para nós é
poderia ser assim, pois, mandioca pubando;
sendo gente em seu próprio
departamento, os não-
humanos vêem as coisas
como “a gente” vê.
Sociologia – IED – Lucas Massimo – DG3.PM3
14. ...Se a Lua, as cobras e as Mas as coisas que eles
onças vêem os humanos vêem são outras: o que
como tapires ou pecaris, é para nós é sangue, para o
porque, como nós, elas jaguar é cauim; o que para
comem tapires e pecaris, as almas dos mortos é um
comida própria de gente. Só cadáver podre, para nós é
poderia ser assim, pois, mandioca pubando; o que
sendo gente em seu próprio vemos como um barreiro
departamento, os não- lamacento, para as antas é
humanos vêem as coisas uma grande casa
como “a gente” vê. cerimonial…
Viveiros de Castro, 1996, p.127
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15. Etnocentrismo e perspectivismo
Ler trecho do capítulo “o etnocentrismo”, Raça e História, p.19-21
...Se a Lua, as cobras e as Mas as coisas que eles
onças vêem os humanos vêem são outras: o que
como tapires ou pecaris, é para nós é sangue, para o
porque, como nós, elas jaguar é cauim; o que para
comem tapires e pecaris, as almas dos mortos é um
comida própria de gente. Só cadáver podre, para nós é
poderia ser assim, pois, mandioca pubando; o que
sendo gente em seu próprio vemos como um barreiro
departamento, os não- lamacento, para as antas é
humanos vêem as coisas uma grande casa
como “a gente” vê. cerimonial…
Viveiros de Castro, 1996, p.127
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16. Dois Relativismos
Etnocentrismo e perspectivismo
Ler trecho do capítulo “o etnocentrismo”, Raça e História, p.19-21
...Se a Lua, as cobras e as Mas as coisas que eles
onças vêem os humanos vêem são outras: o que
como tapires ou pecaris, é para nós é sangue, para o
porque, como nós, elas jaguar é cauim; o que para
comem tapires e pecaris, as almas dos mortos é um
comida própria de gente. Só cadáver podre, para nós é
poderia ser assim, pois, mandioca pubando; o que
sendo gente em seu próprio vemos como um barreiro
departamento, os não- lamacento, para as antas é
humanos vêem as coisas uma grande casa
como “a gente” vê. cerimonial…
Viveiros de Castro, 1996, p.127
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17. Objetivo da aula
Como aplicar as habilidades do antropólogo no
campo da comunicação visual?
1. Debate sobre a noção de cultura
2. Um conceito como proposta de conhecimento
3. Como implementar essa proposta?
(AV 2 de semiótica)
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20. A Cultura
Conceito totalizador: pouco espaço para o outro
Cultura x Barbárie
Definição aristotélica do homem
Cultura e civilização (bons modos)
21. A Cultura
Conceito totalizador: pouco espaço para o outro
Cultura x Barbárie
Definição aristotélica do homem
Cultura e civilização (bons modos)
A ideia essencialista de Cultura: tem em vista a
ontologia* do ser social
22. A Cultura
Conceito totalizador: pouco espaço para o outro
Cultura x Barbárie
Definição aristotélica do homem
Cultura e civilização (bons modos)
A ideia essencialista de Cultura: tem em vista a
ontologia* do ser social
*Ontologia: parte da filosofia que tem por objeto o estudo das
propriedades mais gerais do ser, apartada da infinidade de
determinações que, ao qualificá-lo particularmente, ocultam sua
natureza plena e integral
23. 1. Diversidade das Culturas
Por quê pensar em termos de diversidade das culturas?
não é um problema estático, sujeito à taxonomia.
Sistemas culturais se modificam ao longo do tempo
Ideia de tempo com algo absoluto: ver Rodrigues p.128-129
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24. 1. Diversidade das Culturas
Por quê pensar em termos de diversidade das culturas?
não é um problema estático, sujeito à taxonomia.
A cultura: artifício de raciocínio
A cultura é uma abstração, um
artefato de pensamento por
meio do qual se faz economia
da extraordinária diversidade
que os homens apresentam
entre si e com auxílio do qual
se organiza o que os homens
têm de semelhante. Rodrigues,
1989, p.132
Sistemas culturais se modificam ao longo do tempo
Ideia de tempo com algo absoluto: ver Rodrigues p.128-129
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25. 1. Diversidade das Culturas
Por quê pensar em termos de diversidade das culturas?
não é um problema estático, sujeito à taxonomia.
A cultura: artifício de raciocínio “Isolamento geográfico”: sociedades
A cultura é uma abstração, um humanas nunca se encontram
artefato de pensamento por completamente isoladas
meio do qual se faz economia
da extraordinária diversidade ... não é exagero supor que as
que os homens apresentam culturas norte-americanas e as sul-
entre si e com auxílio do qual americanas tenham permanecido
se organiza o que os homens separadas de quase todo o contacto
têm de semelhante. Rodrigues, com o resto do mundo durante um
1989, p.132 período cuja duração se situa entre
dez e vinte cinco mil anos.. Lévi-
Strauss, 1975, p.18
Sistemas culturais se modificam ao longo do tempo
Ideia de tempo com algo absoluto: ver Rodrigues p.128-129
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26. 1. Diversidade das Culturas
Por quê pensar em termos de diversidade das culturas?
não é um problema estático, sujeito à taxonomia.
“isolamento geográfico”?
A partir de qual ponto de vista?
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27. 1. Diversidade das Culturas
Por quê pensar em termos de diversidade das culturas?
não é um problema estático, sujeito à taxonomia.
“isolamento geográfico”?
A partir de qual ponto de vista?
Sociedades Humanas: não se encontram completamente
isoladas
Mas este grande fragmento da humanidade, separado,
consistia numa multidão de sociedades, grandes e
pequenas, que mantinham entre si contatos muito
estreitos. Lévi-Strauss, 1975, p.18
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28. 1. Diversidade das Culturas
Por quê pensar em termos de diversidade das culturas?
não é um problema estático, sujeito à taxonomia.
Diferenças culturais: existem diferenças de isolamento, e
diferenças devido à proximidade
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29. 1. Diversidade das Culturas
Por quê pensar em termos de diversidade das culturas?
não é um problema estático, sujeito à taxonomia.
Diferenças culturais: existem diferenças de isolamento, e
diferenças devido à proximidade
Simples desejo de se diferenciar
Muitos costumes nasceram não de qualquer
necessidade interna ou acidente favorável, mas apenas
da vontade de não permanecer atrasado em relação ao
grupo vizinho (...) a diversidade das culturas humanas
não nos deve induzir a uma observação fragmentária ou
fragmentada. Ela é menos função do isolamento dos
grupos que das relações que os unem. Lévi-Strauss,
1975, p.18
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30. 1. Diversidade das Culturas
Problema para o antropólogo: visto que não existe “A
Cultura”, como definir um conceito de cultura?
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31. 1. Diversidade das Culturas
Problema para o antropólogo: visto que não existe “A
Cultura”, como definir um conceito de cultura?
E. B. Tylor: antropologia britânica, Primitive Culture
(1871)
“um todo complexo que inclui conhecimentos, crenças,
arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra
capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como
membro de uma sociedade.” Rodrigues, 1989, p.132
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32. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn.
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33. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como:
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34. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”;
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35. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”;
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36. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
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37. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
(4) “uma abstração do comportamento”;
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38. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
(4) “uma abstração do comportamento”; (5) “uma teoria elaborada
pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se
comporta realmente;
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39. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
(4) “uma abstração do comportamento”; (5) “uma teoria elaborada
pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se
comporta realmente; (6) “um celeiro de aprendizagem em comum”;
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40. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
(4) “uma abstração do comportamento”; (5) “uma teoria elaborada
pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se
comporta realmente; (6) “um celeiro de aprendizagem em comum”; (7)
“um conjunto de orientações padronizadas para os problemas
recorrentes”;
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41. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
(4) “uma abstração do comportamento”; (5) “uma teoria elaborada
pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se
comporta realmente; (6) “um celeiro de aprendizagem em comum”; (7)
“um conjunto de orientações padronizadas para os problemas
recorrentes”; (8) “comportamento aprendido”;
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42. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
(4) “uma abstração do comportamento”; (5) “uma teoria elaborada
pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se
comporta realmente; (6) “um celeiro de aprendizagem em comum”; (7)
“um conjunto de orientações padronizadas para os problemas
recorrentes”; (8) “comportamento aprendido”; (9) “um mecanismo
para a regulamentação normativa do comportamento”;
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43. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
(4) “uma abstração do comportamento”; (5) “uma teoria elaborada
pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se
comporta realmente; (6) “um celeiro de aprendizagem em comum”; (7)
“um conjunto de orientações padronizadas para os problemas
recorrentes”; (8) “comportamento aprendido”; (9) “um mecanismo
para a regulamentação normativa do comportamento”; (10) “um
conjunto de técnicas para se ajustar tanto ao ambiente externo como
em relação aos outros homens”;
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44. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
(4) “uma abstração do comportamento”; (5) “uma teoria elaborada
pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se
comporta realmente; (6) “um celeiro de aprendizagem em comum”; (7)
“um conjunto de orientações padronizadas para os problemas
recorrentes”; (8) “comportamento aprendido”; (9) “um mecanismo
para a regulamentação normativa do comportamento”; (10) “um
conjunto de técnicas para se ajustar tanto ao ambiente externo como
em relação aos outros homens”; (11) “um precipitado da história”,
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45. 1. Debate sobre o conceito de cultura
“ O Todo mais complexo”: conceito hermético; afinal de
contas, o que é cultura?
O pantanal conceptual para o qual pode conduzir a espécie de
teorização tyloriana sobre cultura é evidente naquela que ainda é uma
das melhores introduções gerais à antropologia, o Mirror for Man, de
Clyde Kluckhohn. Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo
sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) “o
modo de vida global de um povo”; (2) “o legado social que o indivíduo
adquire do seu grupo”; (3) “uma forma de pensar, sentir e acreditar”;
(4) “uma abstração do comportamento”; (5) “uma teoria elaborada
pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se
comporta realmente; (6) “um celeiro de aprendizagem em comum”; (7)
“um conjunto de orientações padronizadas para os problemas
recorrentes”; (8) “comportamento aprendido”; (9) “um mecanismo
para a regulamentação normativa do comportamento”; (10) “um
conjunto de técnicas para se ajustar tanto ao ambiente externo como
em relação aos outros homens”; (11) “um precipitado da história”, e
voltando-se, talvez em desespero, para as comparações, corno um
mapa, como uma peneira e como uma matriz. Geertz, 1989, p.4
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46. 2. Um conceito como proposta de conhecimento
Clifford Geertz: um conceito semiótico de cultura
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47. 2. Um conceito como proposta de conhecimento
Clifford Geertz: um conceito semiótico de cultura
O conceito de cultura que eu defendo, e cuja utilidade os
ensaios abaixo tentam demonstrar, é essencialmente
semiótico. Acreditando, como Max Weber, que o homem
é um animal amarrado a teias de significados que ele
mesmo teceu, assumo a cultura como sendo essas teias
e a sua análise; portanto, não como uma ciência
experimental em busca de leis, mas como uma ciência
interpretativa, à procura do significado. Geertz, 1989,
p.04
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48. 2. Um conceito como proposta de conhecimento
Clifford Geertz: um conceito semiótico de cultura
O conceito de cultura que eu defendo, e cuja utilidade os
ensaios abaixo tentam demonstrar, é essencialmente
semiótico. Acreditando, como Max Weber, que o homem
é um animal amarrado a teias de significados que ele
mesmo teceu, assumo a cultura como sendo essas teias
e a sua análise; portanto, não como uma ciência
experimental em busca de leis, mas como uma ciência
interpretativa, à procura do significado. Geertz, 1989,
p.04
A cultura como uma gramática: ela se encontra
exatamente entre a regra e o comportamento.
TEIAS DE SIGNIFICADO.
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49. 2. A mudança epistemológica
A diferença com a tradição Levi-Straussiana: não se trata
de procurar estabelecer leis gerais, um modelo explicativo
geral (no caso, sobre o parentesco)
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50. 2. A mudança epistemológica
A diferença com a tradição Levi-Straussiana: não se trata
de procurar estabelecer leis gerais, um modelo explicativo
geral (no caso, sobre o parentesco)
Interpretação das culturas: o importante não é determinar
um lei geral a partir do outro, mas descrever
minuciosamente o outro.
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51. 2. A mudança epistemológica
A diferença com a tradição Levi-Straussiana: não se trata
de procurar estabelecer leis gerais, um modelo explicativo
geral (no caso, sobre o parentesco)
Interpretação das culturas: o importante não é determinar
um lei geral a partir do outro, mas descrever
minuciosamente o outro.
Geertz: “Os antropólogos não estudam as aldeias (tribos,
cidades, vizinhanças...), eles estudam nas aldeias” p.32
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52. 2. A mudança epistemológica
A diferença com a tradição Levi-Straussiana: não se trata
de procurar estabelecer leis gerais, um modelo explicativo
geral (no caso, sobre o parentesco)
Interpretação das culturas: o importante não é determinar
um lei geral a partir do outro, mas descrever
minuciosamente o outro.
Geertz: “Os antropólogos não estudam as aldeias (tribos,
cidades, vizinhanças...), eles estudam nas aldeias” p.32
A análise cultural é (ou deveria ser) uma adivinhação dos
significados, uma avaliação das conjeturas, um traçar de
conclusões explanatórias a partir das melhores
conjeturas, e não a descoberta do Continente dos
Significados, e o mapeamento de sua paisagem
incorpórea. Geertz, 1989. p.14
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53. 2. Cultura: o sentido da regra
Em certo sentido, poderíamos dizer que as culturas são
análogas às regras dos jogos:
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54. 2. Cultura: o sentido da regra
Em certo sentido, poderíamos dizer que as culturas são
análogas às regras dos jogos: definem quais são os jogadores,
quais são os apetrechos e metas do jogo, como se devem
computar os pontos, que jogadas são permitidas ou proibidas.
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55. 2. Cultura: o sentido da regra
Em certo sentido, poderíamos dizer que as culturas são
análogas às regras dos jogos: definem quais são os jogadores,
quais são os apetrechos e metas do jogo, como se devem
computar os pontos, que jogadas são permitidas ou proibidas.
. . Pensemos, por exemplo, em um jogo de futebol. Tratar-se-
á de “vinte e dois malucos correndo atrás de uma bola”, para
o espectador que desconheça as regras.
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56. 2. Cultura: o sentido da regra
Em certo sentido, poderíamos dizer que as culturas são
análogas às regras dos jogos: definem quais são os jogadores,
quais são os apetrechos e metas do jogo, como se devem
computar os pontos, que jogadas são permitidas ou proibidas.
. . Pensemos, por exemplo, em um jogo de futebol. Tratar-se-
á de “vinte e dois malucos correndo atrás de uma bola”, para
o espectador que desconheça as regras. Na medida em que
delas seja conhecedor, cada chute, cada passe, cada jogada,
cada gesto de jogador passa a ter sentido como elemento de
um todo, como componente coerente de uma ordem.
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57. 2. Cultura: o sentido da regra
Em certo sentido, poderíamos dizer que as culturas são
análogas às regras dos jogos: definem quais são os jogadores,
quais são os apetrechos e metas do jogo, como se devem
computar os pontos, que jogadas são permitidas ou proibidas.
. . Pensemos, por exemplo, em um jogo de futebol. Tratar-se-
á de “vinte e dois malucos correndo atrás de uma bola”, para
o espectador que desconheça as regras. Na medida em que
delas seja conhecedor, cada chute, cada passe, cada jogada,
cada gesto de jogador passa a ter sentido como elemento de
um todo, como componente coerente de uma ordem. Viver
em sociedade é de certa forma conhecer e sobretudo
obedecer as regras do jogo social.
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58. 2. Cultura: o sentido da regra
Para o etnólogo, o conceito de cultura funciona deste mesmo
modo.
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59. 2. Cultura: o sentido da regra
Para o etnólogo, o conceito de cultura funciona deste mesmo
modo. Suponhamo-lo recém-chegado a uma sociedade
desconhecida:
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60. 2. Cultura: o sentido da regra
Para o etnólogo, o conceito de cultura funciona deste mesmo
modo. Suponhamo-lo recém-chegado a uma sociedade
desconhecida: vê pessoas que trocam “ruídos” verbais, que
se levantam e sentam que penetram em algumas cabanas
mas não em outras, que apalpam determinadas partes dos
seus corpos màs não as dos alheios...
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61. 2. Cultura: o sentido da regra
Para o etnólogo, o conceito de cultura funciona deste mesmo
modo. Suponhamo-lo recém-chegado a uma sociedade
desconhecida: vê pessoas que trocam “ruídos” verbais, que
se levantam e sentam que penetram em algumas cabanas
mas não em outras, que apalpam determinadas partes dos
seus corpos màs não as dos alheios... Permanecerá
pateticamente perplexo, diante dos gestos caóticos dessa
população de “doidos” a correr atrás de bola alguma.
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62. 2. Cultura: o sentido da regra
Para o etnólogo, o conceito de cultura funciona deste mesmo
modo. Suponhamo-lo recém-chegado a uma sociedade
desconhecida: vê pessoas que trocam “ruídos” verbais, que
se levantam e sentam que penetram em algumas cabanas
mas não em outras, que apalpam determinadas partes dos
seus corpos màs não as dos alheios... Permanecerá
pateticamente perplexo, diante dos gestos caóticos dessa
população de “doidos” a correr atrás de bola alguma. Ficará
nesse estado até que comece a compreender as regras do
jogo: progressivamente, cada palavra, cada ato, cada toque,
cada nuança de olhar se encherá de significação, articulando-
se entre si, formando frases e discursos com sentido.
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63. 2. Cultura: o sentido da regra
Para o etnólogo, o conceito de cultura funciona deste mesmo
modo. Suponhamo-lo recém-chegado a uma sociedade
desconhecida: vê pessoas que trocam “ruídos” verbais, que
se levantam e sentam que penetram em algumas cabanas
mas não em outras, que apalpam determinadas partes dos
seus corpos màs não as dos alheios... Permanecerá
pateticamente perplexo, diante dos gestos caóticos dessa
população de “doidos” a correr atrás de bola alguma. Ficará
nesse estado até que comece a compreender as regras do
jogo: progressivamente, cada palavra, cada ato, cada toque,
cada nuança de olhar se encherá de significação, articulando-
se entre si, formando frases e discursos com sentido. A tarefa
do antropólogo seria, por conseguinte, descobrir e decifrar os
códigos (vocabulário e gramática) que estruturam a lingua em
falada elos membros de determinada sociedade. Rodrigues,
1989, p.132-133
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64. 2. Estruturas de significado
O comportamento é percebido como uma ação
simbólica
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65. 2. Estruturas de significado
O comportamento é percebido como uma ação
simbólica
Exemplo das piscadelas de Gilbert Ryle (fazer a leitura
do texto auxiliar)
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66. 2. Estruturas de significado
O comportamento é percebido como uma ação
simbólica
Exemplo das piscadelas de Gilbert Ryle (fazer a leitura
do texto auxiliar)
Questão sobre a ontologia da cultura: é muito
menos importante saber o que a piscadela diz
acerca do que é a cultura, do que saber o que ela
efetivamente DIZ
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67. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
A cultura como texto
Fazer etnografia é tentar ler (no sentido de ‘construir
uma leitura de’) um manuscrito estranho, desbotado,
cheio de elipses, incoerências, emendas suspeitas e
comentários tendenciosos, escrito não com os sinais
convencionais do som, mas com exemplos
transitórios de comportamentos modelados. Clifford
Geertz 1989, p.07
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68. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
A cultura como contexto
... Esse é um objetivo ao qual o conceito de cultura
semiótico se adapta especialmente bem. Como sistemas
entrelaçados de signos interpretáveis (o que eu chamaria
de símbolos, ignorando as utilizações provincianas), a
cultura não é um poder, algo ao qual podem ser
atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, as
instituições ou os processos; ela é o contexto, algo
dentro do qual eles podem ser descritos de forma
inteligível – isto é, descritos com densidade. Clifford
Geertz, 1989, p.10 grifo meu
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69. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
Superar a clivagem “sujeito” x “objeto”
A descrição densa visa calcular a cultura do outro nos seus
próprios termos
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70. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
Superar a clivagem “sujeito” x “objeto”
A descrição densa visa calcular a cultura do outro nos seus
próprios termos
Produzir a fórmula que os informantes usam para definir o
que acontece na vida deles
Interpretação da cultura oscila do observador para o
informante
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71. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
O texto etnográfico é uma leitura de segunda mão
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72. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
O texto etnográfico é uma leitura de segunda mão
Por definição, somente o nativo faz a interpretação em
primeira mão: é a sua cultura. Trata-se, portanto de ficções;
ficções no sentido de que são “algo construído”, “algo
modelado” – o sentido original de fictio – não que sejam
falsas, não-fatuais ou apenas experimentos de pensamento.
Clifford Geetz 1989, p.11
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73. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
Características da descrição etnográfica:
- Interpretativa
- Interpreta o fluxo do discurso social
- Tentar salvar o dito num discurso, fixá-lo em normas
pesquisáveis
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74. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
Características da descrição etnográfica:
- Interpretativa
- Interpreta o fluxo do discurso social
- Tentar salvar o dito num discurso, fixá-lo em normas
pesquisáveis
Cultura como texto: a cultura é pública porque o
significado é público.
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75. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
Características da descrição etnográfica:
- Interpretativa
- Interpreta o fluxo do discurso social
- Tentar salvar o dito num discurso, fixá-lo em normas
pesquisáveis
Cultura como texto: a cultura é pública porque o
significado é público.
Descrever, anotar, registrar, inscrever o discurso social
"O que faz o etnógrafo?"- ele escreve (...) ele observa,
ele registra, ele analisa" - uma espécie de concepção de
veni, vidi, vinci do assunto. Geertz 1989, p.14
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76. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
Natureza microscópica da etnografia: problema real e crítico, e
deverá ser solucionado
... através da compreensão de que as ações sociais são
comentários a respeito de mais do que elas mesmas; de que,
de onde vem uma interpretação, não determina para onde
ela poderá ser impelida a ir. Fatos pequenos podem se
relacionar a grandes temas, as piscadelas à epistemologia....
Geertz, 1989, p.17
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77. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
Natureza microscópica da etnografia: problema real e crítico, e
deverá ser solucionado
... através da compreensão de que as ações sociais são
comentários a respeito de mais do que elas mesmas; de que,
de onde vem uma interpretação, não determina para onde
ela poderá ser impelida a ir. Fatos pequenos podem se
relacionar a grandes temas, as piscadelas à epistemologia....
Geertz, 1989, p.17
Como conversar com o outro
O ponto global da abordagem semiótica da cultura é, como
já se disse, auxiliar-nos a ganhar acesso ao mundo
conceitual no qual vivem nos nossos sujeitos, de forma a
podermos, num sentido um tanto mais amplo, conversar
com eles Geertz, p.17
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78. 3. O que fazer? Interpretar as culturas
Acesso ao mundo conceitual do outro
...Roque Laraia nos fala a habilidade dos índios Tupi de
vizualisar a floresta amazônica, que para o antropólogo não
passa de um amontoado confuso de árvores e arbustos: “cada
um dos vegetais tem um significado qualitativo e uma
referência espacial”. Ao invés de marcar, como nós,
encontros nas esquinas, frequentemente usam determinadas
árvores como pontos de referência: “ao contrário da visão de
um mundo vegetal amorfo, a floresta é vista como um
conjunto ordenado, constituído de formas vegetais bens
definidos. Rodrigues, 1989, p.132-133
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79. Próxima Aula
O método etnográfico
Como fazer trabalho de campo
Qual a importância da fotografia no trabalho de campo
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