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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO CULTURAL




       Prof. Marco Escobar
               2011
“De repente quero te ver/A saudade me pegou/Tanto tempo sem te ver/A tristeza já
chegou/Pego um cavalete e uma tela/Tua imagem começo a pintar/O quadro é branco
como a brisa/Como um sorriso de Mona Lisa/O mundo inteiro vai te ver/E eu sigo
pintando/Hello, Hello Mona Lisa...”
                                                   Roupa Nova (Hello Mona Lisa)




                                       2
“Para saber muito bem uma língua, não basta uma vida.”

                           Prof. José Duarte Vanucchi

                                            14/9/2000




   3
Regras de acentuação
Não podemos falar delas antes de entender algumas coisas...




                            4
Agora sim, regras de acentuação.
 Proparoxítonas: todas são acentuadas


 Paroxítonas terminadas em:
 r, n, l, x


 um, uns

 ps, ã

 i, u

 ditongo




 Oxítonas terminadas em:
 a, e ,o

 em, ens

 ditongo aberto (éu, ói, éi)



 Acento diferencial




 Segunda vogal tônica do hiato (i, u)




Perceba que as regras também servem para não acentuar palavras. Cidade, por exemplo, não tem acento. Se
fosse uma proparoxítona, teria que ter porque a regra diz que todas são acentuadas. Se fosse uma oxítona,
teria que ter porque oxítonas terminadas em “e” precisam de acento. Logo, cidade só pode ser uma paroxítona.
Paroxítonas terminadas em “e” não precisam de acento.




                                                     5
6
Construção
Chico Buarque


Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina

Ergueu no patamar quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo num desenho mágico

Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe

Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado

E flutuou no ar como se fosse um pássaro

E se acabou no chão feito um pacote flácido

Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último

Beijou sua mulher como se fosse a única

E cada filho seu como se fosse o pródigo

E atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se fosse sólido


                                              7
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas

Tijolo com tijolo num desenho lógico

Seus olhos embotados de cimento e tráfego

Sentou pra descansar como se fosse um príncipe

Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo

Bebeu e soluçou como se fosse máquina

Dançou e gargalhou como se fosse o próximo

E tropeçou no céu como se ouvisse música

E flutuou no ar como se fosse sábado

E se acabou no chão feito um pacote tímido

Agonizou no meio do passeio náufrago

Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina

Beijou sua mulher como se fosse lógico

Ergueu no patamar quatro paredes flácidas

Sentou pra descansar como se fosse um pássaro

E flutuou no ar como se fosse um príncipe

E se acabou no chão feito um pacote bêbado

Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir

A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir

Por me deixar respirar, por me deixar existir,

Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir

Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
                                                 8
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,

Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir

E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir

E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,

Deus lhe pague




                                                 9
10
Processos de formação de palavras




                   Derivação




     Prefixal         Sufixal     Prefixal e sufixal




  Parassintética     Regressiva      Imprópria




                       11
Composição




       Por justaposição                  Por aglutinação




              Processos secundários




Hibridismo   Onomatopeia     Arcaísmo   Neologismo         Gíria




     Estrangeirismo           Sigla     Abreviação     Internetês




                              12
“Português não é uma língua, é um código secreto.”

                                     Fausto Silva




     13
Sob o Mesmo Céu           Lenine
                      Composição: Lenine e Lula Queiroga

Parte 1                                   A gente vem
Sob o mesmo céu                           Do rap, da favela
Cada cidade é uma aldeia                  A gente vem
Uma pessoa!                               Do centro do subúrbio
Um sonho, uma nação                       Da periferia, eh!
Sob o mesmo céu                           A gente vem
Meu coração                               Da maré, das palafitas
Não tem fronteiras                        Vem dos Orixás da Bahia
Nem relógio, nem bandeira                 A gente traz um desejo
Só o ritmo                                De alegria e de paz
De uma canção maior...                    E digo mais:
A gente vem                               A gente tem a honra
Do tambor do Índio                        De estar ao seu lado
A gente vem de Portugal                   A gente veio do futuro
Vem do batuque negro                      Conhecer nosso passado...
A gente vem                               Brasil!
Do interior e da capital                  Com quantos Brasis
A gente vem                               Se faz um Brasil?
Do fundo da floresta                      Com quantos Brasis
Da selva urbana                           Se faz um país?
Dos arranha-céus                          Chamado Brasil!...(2x)
A gente vem do pampa
Vem do cerrado                            Repete parte 1
Vem da megalópole
Vem do Pantanal                           A gente veio do futuro
A gente vem de trem                       Conhecer nosso passado!
Vem de galope                             Brasil!
De navio, de avião                        Com quantos Brasis
Motocicleta                               Se faz um Brasil?
A gente vem a nado                        Com quantos Brasis
A gente vem do samba                      Se faz um país?
Do forró                                  Chamado Brasil!
A gente veio do futuro                    A gente veio do futuro
Conhecer nosso passado...                 Conhecer nosso passado!
Brasil!                                   Brasil!
Com quantos Brasis                        Com quantos Brasis
Se faz um Brasil?                         Se faz um Brasil?
Com quantos Brasis                        Com quantos Brasis
Se faz um país?                           Se faz um país?
Chamado Brasil!                           Chamado Brasil!...(2x)
                                          A gente veio do futuro!




                                     14
Cantiga da Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia é o primeiro texto literário em língua galaico-
portuguesa de que se tem registro. A cantiga foi composta provavelmente em 1198, por Paio Soares de
Taveirós, e recebeu esse nome por ter sito dedicada à Dona Maria Pais Ribeiro, amante de Dom Sancho
I, apelidada de Ribeirinha. Segue o modelo das cantigas de amor do Trovadorismo galego-português
(possui o eu-lírico masculino), pois fala de um amor platônico por uma mulher nobre e inacessível.

Os versos

                    Cantiga da Ribeirinha
No mundo non me sei parelha,
Mentre me for como me vai,
Cá já moiro por vós, e - ai!
Mia senhor branca e vermelha.
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, desd'aquel'di, ai!
Me foi a mi mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D'haver eu por vós guarvaia,
Pois eu, mia senhor, d'alfaia
Nunca de vós houve nem hei
Valia d'ua correa.

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantiga_da_Ribeirinha"




                                                 15
16
TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. São Paulo, Scipione, 1988.


                                 17
Quanto ao gênero, o substantivo pode ser:
Biforme:
    Mesmo radical: cachorro/cachorra
    Radicais diferentes: boi/vaca; bode/cabra; homem/mulher; frei/sóror
Uniforme:
    Epiceno: cobra macho/cobra fêmea
      Comum de dois gêneros: o dentista/a dentista; aquele trapezista/aquela trapezista;
       artista famoso/artista famosa
      Sobrecomum: criança, pessoa, testemunha


                                               SEXA
                                                                  Luís Fernando Veríssimo
                                                            Comédias para se Ler na Escola
 - Pai...
- Hummmmm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
- Não tem.
- Sexo não tem feminino?
- Não.
- Só tem sexo masculino?
- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e Feminino.
- E como é o feminino de sexo?
- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.
- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "SEXO" é masculina. O SEXO masculino, o SEXO feminino.
- Não devia ser "A SEXA"?
- Não.
- Por que não?
- Porque não! Desculpe. Porque não. "SEXO" é sempre masculino.
- O sexo da mulher é masculino?
- É. Não! O sexo da mulher é feminino.
- E como é o feminino?
- Sexo mesmo. Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?
- É. Quer dizer... olha aqui. Tem o SEXO masculino e o SEXO feminino, certo?
- Certo.
- São duas coisas diferentes.
- Então como é o feminino de sexo?
- É igual ao masculino.
- Mas não são diferentes?
- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra.
- Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.
- A palavra é masculina.
- Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculino seria "o pal..."
- Chega! Vai brincar, vai.
O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:
-Temos que ficar de olho nesse guri...
- Por quê?
- Ele só pensa em gramática.




                                                   18
Segunda feira
Este novo ser de cabelo longo é um valente empecilho. Anda sempre à minha volta e segue-me para todo o
lado. Não gosto disto: não estou habituado a ter companhia. Preferia que ficasse com os outros animais. (...)
Está enevoado hoje, vento de Este; acho que nós ainda vamos ter chuva. [...] NÓS? Onde apanhei esta palavra? -
o novo ser usa-a amiúde.

Terça-Feira
Estive a examinar a cascata. É o melhor do parque, penso. O novo ser chama-lhe "catarata de Niagara" -
porquê?, não compreendo. Diz que parece a Catarata do Niagara. Isso não é razão. É um mero devaneio de
imbecilidade. Não posso nunca dar nome a nada. O novo ser dá nome a tudo o que aparece antes de eu poder
esboçar um protesto. E o pretexto é sempre o mesmo: parece ser aquilo. Por exemplo um dodo, diz que, logo
que se avista um, percebe-se que "parece um dodo". Vai ter de passar a chamar-se assim, sem dúvida.
Desgasta-me tentar discutir sobre isso e nem vale a pena, de qualquer maneira. Dodo! parece-se tanto com um
dodo como eu!

Quarta- feira
Construí um abrigo contra a chuva para mim, mas não pude sequer gozá-lo em paz. O novo ser intrometeu-se.
Quando tentei empurrá-lo para fora deitou água pelos buracos por onde vê e limpou-se com as costas da pata,
e fez um barulho como o que fazem alguns dos outros animais quando estão aflitos. Eu preferia que não falasse.
Está sempre a falar! Isto pode parecer um golpe baixo contra o pobre coitado, uma injúria; mas não é nada
disso. Eu nunca ouvi a voz humana antes e qualquer som estranho e novo irrompendo aqui, na solene pacatez
destas solidões de sonho, ofende os meus ouvidos e soa como uma nota artificial. E este novo som irrompe
sempre tão perto de mim, vem sempre detrás do meu ombro, direito ao meu ouvido. primeiro de um lado,
depois do outro... e eu estou habituado a sons que estão sempre mais ou menos distantes de mim.


                                                             Mark Twain, "Excertos dos diários de Adão e Eva"
                                                http://dragoscopio.blogspot.com/2006/03/o-dirio-de-ado.html



                                                     19
Artigo
Artigos são palavras que precedem os substantivos para determiná-los ou indeterminá-los.


                                                                       Cidadezinha qualquer
                                                                                         Casas entre bananeiras
                                                                                       mulheres entre laranjeiras
                                                                                           pomar amor cantar.

                                                                                        Um homem vai devagar.
                                                                                       Um cachorro vai devagar.
                                                                                          Um burro vai devagar.
                                                                                      Devagar... as janelas olham.

                                                                                       Eta vida besta, meu Deus.


                                                                                  Carlos Drummond de Andrade
                                                                                       De Alguma poesia (1930)


Os artigos definidos (o, a, os, as), de modo geral, indicam seres determinados, conhecidos da pessoa
que fala ou escreve.

      Falei com o médico.
      Já encontramos os livros perdidos.

Os artigos indefinidos (um, uma , uns, umas) indicam os seres de modo vago, impreciso.

      Uma pessoa lhe telefonou.
      Uns garotos faziam barulho na rua.

                                                        http://pt.wikipedia.org/wiki/Artigo_(gram%C3%A1tica)




                                                      20
singular

                      masculino
                                   plural

         definido
                                  singular

                       feminino
                                   plural

Artigo
                                  singular

                      masculino
                                   plural

         indefinido
                                  singular

                       feminino
                                   plural




                      21
ARTIGO UM e NUMERAL UM
Como distinguir:

UM e UMA só são numerais quando designamos a unidade.
Exemplo:
Com uma só mão, Pedro levantou a saca de café.
Neste caso ele se opõe a dois, três, quatro, etc.
As formas de plural uns, umas pertencem exclusivamente ao artigo indefinido.
Podemos, portanto dizer que em dada frase, sempre que pudermos passar para o plural as palavras um, uma e
exigir o emprego de uns ou umas, trata-se de artigo indefinido e não de numeral. E se o plural de um, uma for
dois, duas, ou melhor, se opõe a dois, três, quatro, é um numeral.




                                                       22
Técnicas de Redação

      Narração, Descrição e Dissertação

I- NARRAÇÃO
      Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é
CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um
fato vai sendo narrado:
                           onde ?
                             |
          quando? ---      FATO --- com quem?
                             |
                          como?
       A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é
contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e
com quem ocorreu o episódio.
      É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um
conjunto de ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de
texto são os VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto
narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de
ENREDO.
      As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS,
que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado
("com quem?" do quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas)
no texto narrativo pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS.
      Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem querer) ele
acaba contando "onde" (=em que lugar) as ações do enredo foram realizadas
pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de
ESPAÇO, representado no texto pelos ADVÉRBIOS DE LUGAR.
      Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer "quando"
ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO,
representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente
pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO.
      É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor
"como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma
INTRODUÇÃO (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
DESENVOLVIMENTO do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo"
da narrativa, também chamada de trama) e termina com a CONCLUSÃO da
história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o NARRADOR, que
pode ser PESSOAL (narra em 1a pessoa : EU...) ou IMPESSOAL (narra em 3a.
pessoa: ELE...).
      Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por
advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as
personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as
ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.


II - DESCRIÇÃO
      Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através
de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres
                                        23
da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É
"fotografar" com palavras.
      No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais
comuns) são os VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR,
CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as
características - representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres
caracterizados - representados pelos SUBSTANTIVOS.
      Ex. O pássaro é azul . 1-Caractarizado: pássaro / 2-Caracterizador ou
característica: azul / O verbo que liga 1 com 2: é
      Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas,
concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem
descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.:
Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (carcterização subjetiva).


III- DISSERTAÇÃO
       Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de
discurso: a DISSERTAÇÃO.
       Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um
determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a
esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de
maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor ; e isso só acontece
quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas,
exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar= convencer,
influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma
dissertação.
       Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no
texto seus pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa ( de
prestígio, famosa, especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira
IMPESSOAL, OBJETIVA e sem prolixidade ("encher lingüiça"): que a dissertação
seja elaborada com VERBOS E PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto
impessoal soa como verdade e, como já citado, fazer crer é um dos objetivos de
quem disserta.
       Na dissertação, as idéias devem ser colocadas de maneira CLARA E
COERENTE e organizadas de maneira LÓGICA:
a) o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente
e lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou
subordinativas, dependendo da idéia que se queira introduzir e defender; é por
isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS.
b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes:
INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.
       A introdução é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um
CONCEITO ( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente
tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de
QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE
VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é
interessante seguir esses passos:
  1. Transforme o tema numa pergunta;
  2. Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA);
  3. Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO).

                                        24
O desenvolvimento contém as idéias que reforçam o argumento principal, ou
seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros,
reconhecidos publicamente).
      A conclusão é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve
"amarrar" resumidamente ( se possível, numa frase) todas as idéias do texto para
que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito
como verdadeiro.
      Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor: 1.
Entenda bem o tema; 2. Reflita a respeito dele;3. Passe para o papel as idéias que
o tema lhe sugere; 4. Faça a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a
quantidade de idéias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que
a dissertação terá no DESENVOLVIMENTO do texto.
                            http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/1610892
                          (mais de 12 sites citam trechos deste texto ou a sua íntegra)




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Adjetivos
Marina Cabral - Especialista em Língua Portuguesa e Literatura - Equipe Brasil Escola


Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo, indicando-lhe
qualidade, estado, modo de ser ou aspecto.
        Ex.: neve branca; cidade moderna.
Classifica-se em:
- Simples: quando apresentam um único radical.
Ex.: comida saborosa.
- Composto: quando apresentam mais de um radical.
Ex.: programa sociocultural.
- Primitivo: quando não provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: inimigo leal.
- Derivados: quando provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: calça esverdeada.

Locuções Adjetivas
Locução adjetiva é a expressão formada de preposição + substantivo (ou advérbio), com valor de
adjetivo.
Noite de chuva (chuvosa)
Atitudes de anjo (angelical)
Pneu de trás (traseiro)                                         Não seja deselegante tentando dar
Menina do Brasil (brasileira)                           flagrante no meu coração. Você é absoluta e na
                                                               minha conduta quem manda é a paixão.
Locuções adjetivas e adjetivos correspondentes:                         Um homem comprometido com o amor
Locução adjetiva        Adjetivo correspondente
                                                               não tem tempo nem pra vadiar. Pode ficar
De abdômen              abdominal
                                                               descansada que o anel do meu dedo ninguém vai
De abelha               Apícola
                                                               tirar.
De abutre               vulturino
                                                                        Pra que fazer alvoroço revistando o meu
De alma                 Anímico
                                                               corpo só pra ver se tem marcas de amor no
De aluno                Discente
                                                               pescoço, escondido no bolso um bilhete de
De anjo                 angelical
                                                               alguém.
De asno                 Asinino
                                                                        Se toda vez que eu te vejo meu corpo se
De boca                 Bucal, oral
                                                               agita, logo dá sinal. Se toda vez que eu te beijo
De boi                  Bovino
                                                               desperta o desejo animal.
                                                                        Não faz assim, que o ciúme é traiçoeiro e
De cabelo               Capilar                                faz o amor maneiro se acabar. Não faz assim que
De campo                Rural                                  o teu chamego tem o cheiro eo tempero pro meu
De cavalo               Eqüino                                 paladar.
De chuva                  Pluvial
De cidade                 Urbano
                                                                        É tão ruim ver o ciúme dormir no seu
De estômago               estomacal
                                                               travesseiro pra te perturbar. Eu estou de corpo
De leão                   Leonino                              inteiro pra te amar.
De ovelha                 Ovino                                                                         Absoluta
De paixão                 passional                                                             Netinho de Paula
De rim                    Renal

http://www.brasilescola.com/gramatica/adjetivo-locucoes-adjetivas.htm




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Grau do adjetivo
O adjetivo possui dois graus: comparativo e superlativo:


Grau comparativo: transmite a idéia de igualdade, superioridade ou inferioridade
de um ser em relação a outro.




Igualdade - tão+adjetivo+que (do que):

        Ela é tão alegre quanto (ou como) ele.

        Lídia é tão bonita quanto Raquel.

Superioridade – mais+adjetivo+quanto (como):

        Ele é mais alegre que (ou do que) ela.

        Lídia é mais bonita que Raquel.

Inferioridade – menos+adjetivo+que (do que):

        Ele é menos alegre que (ou do que) ela.

        Lídia é menos bonita que Raquel.


Grau superlativo: o grau superlativo pode ser:
Relativo – quando se faz sobressair, com vantagem desvantagem, a qualidade de um ser em relação a
outros (a um conjunto de seres). Pode ser de superioridade ou de inferioridade:

        Mateus é o mais inteligente da turma. (superioridade)

        Mateus é o menos inteligente da turma. (inferioridade)

Absoluto – quando a qualidade de um ser é intensificada sem a relação com outros seres. Pode ser
analítico ou sintético:

       Analítico: quando o adjetivo é modificado pelo advérbio muito, extremamente, etc.
        Paula é extremamente bela.

       Sintético: quando se acrescenta o sufixo –íssimo, -imo ou -rimo ao radical do adjetivo:
        Conversa agradabilíssima.
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva/gramatica004.asp




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Superlativos absolutos sintéticos eruditos
Eis os principais superlativos absolutos, quase todos exclusivos da língua culta:
              1. Acre, acérrimo                            31. Incrível, incredibilíssimo
              2. Alto, supremo, sumo                       32. Inimigo, inimicíssimo
              3. Ágil, agílimo                             33. Íntegro, integérrimo
              4. Amargo, amaríssimo                        34. Livre, libérrimo
              5. Amável, amabilíssimo                      35. Magnífico, magnificentíssimo
              6. Amigo, amicíssimo                         36. Magro, macérrimo
              7. Antigo, antiquíssimo                      37. Mau, péssimo
              8. Áspero, aspérrimo                         38. Mísero, misérrimo
              9. Atroz, atrocíssimo                        39. Negro, nigérrimo
              10. Baixo, ínfimo                            40. Notável, notabilíssimo
              11. Benéfico, beneficentíssimo               41. Nobre, nobilíssimo
              12. Benévolo, benevolentíssimo               42. Parco, parcíssimo
              13. Bom, ótimo                               43. Pequeno, mínimo
              14. Célebre, celebérrimo                     44. Pessoal, personalíssimo
              15. Comum, comuníssimo                       45. Pio, piíssimo
              16. Cristão, cristianíssimo                  46. Pobre, paupérrimo
              17. Cruel, crudelíssimo                      47. Pródigo, prodigalíssimo
              18. Difícil, dificílimo                      48. Provável, probabilíssimo
              19. Doce, dulcíssimo                         49. Pudico, pudicíssimo
              20. Dócil, docílimo                          50. Respeitável, respeitabilíssimo
              21. Fácil, facílimo                          51. Sábio, sapientíssimo
              22. Feliz, felicíssimo                       52. Sagrado, sacratíssimo
              23. Feroz, ferocíssimo                       53. Salubre, salubérrimo
              24. Fiel, fidelíssimo                        54. São, sanérrimo
              25. Frágil, fragílimo                        55. Simpático, simpaticíssimo
              26. Frio, frigidíssimo                       56. Simples, simplicíssimo
              27. Geral, generalíssimo                     57. Soberbo, superbíssimo
              28. Grácil, gracílimo                        58. Terrível, terribilíssimo
              29. Grande, máximo                           59. Veloz, velocíssimo
              30. Humilde, humílimo                        60. Voraz, voracíssimo

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Cia Editora Nacional, 46
edição, 1 reimpressão, São Paulo, 2005. P. 170 e 171




                                                   28
29
TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. São Paulo, Scipione, 1988.




                                                30
Os pronomes
           Pronomes acompanham ou substituem um nome.
   Quando acompanham, são chamados de __________________________.

     Quando substituem são chamados de __________________________.



                                                 Pessoais oblíquos
                       Pessoais retos        Átono              Tônicos     Possessivos
                                        (sem preposição) (com preposição)
           1ª pessoa                                                         Meu, minha,
                            Eu                 Me              Mim
                                                                            meus, minhas
           2ª pessoa                                                        Teu, tua, teus,
Singular                    Tu                 Te                Ti
                                                                                 tuas
           3ª pessoa                                                        Seu, sua, seus,
                          Ele/ela        Se, o, a, lhe      Si, ele, ela
                                                                                 suas
           1ª pessoa                                                        Nosso, nossa,
                           Nós                 Nos             Nós
                                                                            nossos, nossas
           2ª pessoa                                                         Vosso, vossa,
 Plural                     Vós                Vos             Vós
                                                                            vossos, vossas
           3ª pessoa                                                        Seu, sua, seus,
                         Eles/elas      Se, os, as, lhes   Si, eles, elas
                                                                                 suas




                                          31
Pronomes de tratamento


              Pronome                                Usado para
            Vossa Alteza                       Príncipes, duques
          Vossa Majestade                             Reis
          Vossa Santidade                            Papas
          Vossa Eminência                           Cardeais
          Vossa Excelência                    Autoridades em geral




                  Pronomes demonstrativos
               São os que indicam a posição ou o lugar dos seres.
            Variáveis                                  Invariáveis
      Este, esta, estes, estas

      Esse, essa, esses, essas

 Aquele, aquela, aqueles, aquelas




                      Pronomes indefinidos
        Referem-se à terceira pessoa e podem ser variáveis ou invariáveis.

           variáveis                                  Invariáveis
Algum, alguns, alguma, algumas             Alguém
nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas         Ninguém
Todo, todos, toda, todas                   Tudo
Outro, outra, outros, outras               Outrem
Muito, muitos, muita, muitas               Nada
Pouco, poucos, pouca, poucas               Cada
Certo, certos, certa, certas               algo
Tanto, tantos, tanta, tantas
Quanto, quantos, quanta, quantas
Qualquer, quaisquer




                                      32
Pronomes interrogativos
   Evidentemente, só são utilizados em__________________________.
           Que, quem, qual, quanto, quantos, quanta, quantas



                   Pronomes relativos

               Variáveis
                                                      Invariáveis
  Masculinos               Femininos
O qual, os quais         A qual, as quais                 Que
  Cujo, cujos              Cuja, cujas                   Quem
Quanto, quantos          Quanta, quantas                 Onde




                                33
O meu guri
    Chico Buarque

Quando, seu moço
Nasceu meu rebento               Chega no morro
Não era o momento                Com carregamento
Dele rebentar                    Pulseira, cimento
Já foi nascendo                  Relógio, pneu, gravador
Com cara de fome                 Rezo até ele chegar
E eu não tinha nem nome          Cá no alto
Prá lhe dar                      Essa onda de assaltos
Como fui levando                 Tá um horror
Não sei lhe explicar             Eu consolo ele
Fui assim levando                Ele me consola
Ele a me levar                   Boto ele no colo
E na sua meninice                Prá ele me ninar
Ele um dia me disse              De repente acordo
Que chegava lá                   Olho pro lado
Olha aí! Olha aí!                E o danado já foi trabalhar
Olha aí!                         Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!          Olha aí!
Olha aí!                         Ai o meu guri, olha aí!
É o meu guri e ele chega!        Olha aí!
Chega suado                      É o meu guri e ele chega!
E veloz do batente               Chega estampado
Traz sempre um presente          Manchete, retrato
Prá me encabular                 Com venda nos olhos
Tanta corrente de ouro           Legenda e as iniciais
Seu moço!                        Eu não entendo essa gente
Que haja pescoço                 Seu moço!
Prá enfiar                       Fazendo alvoroço demais
Me trouxe uma bolsa              O guri no mato
Já com tudo dentro               Acho que tá rindo
Chave, caderneta                 Acho que tá lindo
Terço e patuá                    De papo pro ar
Um lenço e uma penca             Desde o começo eu não disse
De documentos                    Seu moço!
Prá finalmente                   Ele disse que chegava lá
Eu me identificar                Olha aí! Olha aí!
Olha aí!                         Olha aí!
Olha aí!                         Ai o meu guri, olha aí
Ai o meu guri, olha aí!          Olha aí!
Olha aí!                         E o meu guri!...(3x)
É o meu guri e ele chega!


                                 http://letras.terra.com.br/chico-buarque/66513/




                            34
35
“A esperança é um urubu pintado de verde.”
                             Mário Quintana




                 36
Verbo
Pode indicar:




Modos:




Tempos:




Formas nominais:




Pessoas:



                     37
Vozes:




Conjugações:




Classificações:




Uso do particípio:
Regular + ter/haver




                      38
Irregular + ser/estar




Formação do imperativo
Verbo:




Verbo:




                         39
Pense, fale, compre, beba     Cala a boca e me beija
Leia, vote, não se esqueça    Cala a boca e me beija
Use, seja, ouça, diga         Eu só quero pedir
Tenha, more, gaste e viva     Faça o que você quiser
Pense, fale, compre, beba     Mas cala a boca e me
Leia, vote, não se esqueça    beija
Use, seja, ouça, diga...
                                   Cala a boca e me beija
Admirável Chip Novo
                                           Carlos e Jader
Pitty

Feche a porta da                     Venha me beijar            Deixa eu te amar
direita com muito               Meu doce vampiroooo             Faz de conta que sou o
cuidado que eu não
                                        Ou ouuuuu               primeiro
estou disposto a ficar
exposto ao sol, vá                    Na luz do luar            Na beleza desse teu olhar
perguntar ao seu                       Ãh ahãããããh              Eu quero estar o tempo
freguês do lado qual               Venha sugar o calor          inteiro
foi o resultado do                  De dentro do meu
fute..bol                                                              Deixa eu te amar
                                 sangue...vermelhoooo!
  Conversa de Botequim
                                      Doce Vampiro                                Agepê
             Noel Rosa
                                           Rita Lee
Chega pra ca meu bem que        Refrão: Libera geral, libera    Chora, me liga,
eu vou te ensinar a nova          geral, libera geral (então    implora meu beijo de
dança do Estado do Pará,        libera). Libera geral, libera   novo.
é o calypso que chegou para       geral, libera geral (então    Me pede socorro,
ficar. Nesse swing você                      libera)            quem sabe eu vou te
também vai entrar .            Libera a tua boca pra sorrir     salvar.
Mexa o pezinho e vá           O melhor remédio pro tédio é      Chora, me liga,
soltando todo o corpo de           se divertir. Livre-se do     implora pelo meu
vez , depois me abraça com     passado que viveu pra ficar
carinho e a gente pode
                                                                amor.
                               também de bem com a vida         Pede por favor.
fazer tudo outra vez                  como eu (libera).
fique à vontade pra rodar e                                     Quem sabe um dia eu
                               Dane-se tudo que te sufocar
pra girar no salão e essa                                       volto a te procurar
                              Tudo aquilo que te impede de
dança é pra mexer com vc e                poder voar
com o seu coração.                                              Chora, me liga
                                             Refrão
Não para não vem cá me                                          João Bosco e Vinícius
                               Libera sobre tudo o coração
dá a tua mão, quero que
                               Não despreze nunca a força
sinta toda essa emoção
                                da intuição, libera o corpo
cavalo manco agora eu
                               pra poder sentir os desejos,
vou te ensinar .
                                  as vontades, o que pedir
Isse e muito mais você só
                                            (libera)
vai encontrar no Pará
                               Canta mais alto, mostra tua
                               voz. O que importa o que os
         Dançando Calypso
                                 outros vão pensar de nós
            Banda Calypso
                                             Refrão

                                       Libera Geral
                                          Xuxa




                                        40
Sintaxe




   41
42
TEXTO
                   Você sabe qual o conceito?
Alfredina Nery*
Especial para a Página Pedagogia e Comunicação

Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu
conceito? Para entendê-lo, pense nas duas seguintes situações:

1 - Você foi visitar um amigo que está hospitalizado e, pelos corredores, você vê
placas com a palavra "Silêncio".
2 - Você está andando por uma rua, a pé, e vê um pedaço de papel, jogado no
chão, onde está escrito "Ouro".

Em qual das situações uma única palavra pode constituir um texto?

Na situação 1, a palavra "Silêncio" está dentro de um contexto significativo por
meio do qual as pessoas interagem: você, como leitor das placas, e os
administradores do hospital, que têm a intenção de comunicar a necessidade de
haver silêncio naquele ambiente. Assim, a palavra "Silêncio" é um texto.

Na situação 2, a palavra "Ouro" não é um texto. É apenas um pedaço de papel
encontrado na rua por alguém. A palavra "Ouro", na circunstância em que está,
quer dizer o quê? Não há como saber.

Mas e se a palavra "Ouro" estiver escrita em um cartaz pendurado nas costas de
um daqueles homens que ficam nas esquinas do centro das cidades grandes que
anunciam a compra de ouro? Aí sim, nessa situação, a palavra "Ouro" constitui um
texto, porque se encontra num contexto significativo em que alguém quer dizer
algo para outra pessoa (no caso, vender/comprar ouro) e, então anuncia isso.

Texto é, então, uma sequência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um
todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma
determinada situação.

O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto
maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto
significativo para existir.

Constituindo sentidos
Agora, leia o texto a seguir de modo a aprofundar ainda mais o conceito de
"texto".




                                        43
Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água,
espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água
fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras,
calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta,
chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa,
cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta,
carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone,
agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de
entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja,
xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas,
vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete,
cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel,
caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro,
giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos,
talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova
de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel,
cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e
papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e
papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta.
Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo,
revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras,
cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e
fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma,
água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
                                                                     (Ricardo Ramos)
Você considera que em "Circuito fechado" há apenas uma série de palavras soltas?
Ou se trata de um texto? Por quê?

Na verdade, trata-se de um texto. Apesar de haver palavras, aparentemente, sem
relação, numa primeira leitura, é possível dizer, depois de outra leitura mais
atenta, que há uma articulação entre elas.

Vamos pensar mais sobre isso... Em "Circuito fechado" há, quase que
exclusivamente, substantivos (nomes de entidades cognitivas e/ou culturais, como
"homem", "livro", "inteligência" ou palavras que designam ou nomeiam os seres e
as coisas).

Verifique que pela escolha dos substantivos e pela sequência em que são usados,
o leitor pode ir descobrindo um significado implícito, um elemento que as une e
relaciona, formando o texto.

Podemos dizer que este texto se refere a um dia na vida de um homem comum.
Quais palavras e que sequência nos indicam isso?

Note que no início do texto, há substantivos relacionados a hábitos rotineiros,
como levantar, ir ao banheiro, lavar o rosto, escovar dentes, fazer barba (para os
homens), tomar banho, vestir-se e tomar café da manhã.



                                         44
“Chinelos, vaso, descarga. Pia. Sabonete. Água. Escova, creme dental, água,
espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete,
água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa,
abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis,
documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de
fósforos.”

Já no final do texto, há o voltar para casa, comer, ler livro, ver televisão, fumar,
tirar a roupa, tomar banho/escovar dentes, colocar pijama e dormir.


“Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo,
revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos.
Xícaras, cigarro e fósforos. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona.
Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama,
espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.”

Descobrimos que a personagem é um homem também pela escolha dos
substantivos. Parece que sua profissão pode estar relacionada à publicidade.


“Creme de barbear, pincel, espuma, gilete [...] cueca, camisa, abotoadura,
calça, meia, sapatos, gravata, paletó [...] Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro,
papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula,
pastas, caixas de entrada, de saída [...] Papéis, telefone, relatórios, cartas,
notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes [...] Mesa, cavalete, cinzeiros,
cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta,
projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz,
papel.”


Também ficamos sabendo que na casa da personagem há quadros, pois o
narrador usa a palavra duas vezes: no momento do café e na volta para casa. No
escritório há "Relógio". Escolha intencional do autor, talvez para relacionar relógio
e trabalho, trabalho e rotina.

Depreendemos que o homem é um grande fumante, basicamente, pelo número de
vezes em que o narrador fala desse hábito, em vários momentos do dia da
personagem: 14 vezes. Além disso, é interessante notar como há sempre a
referência à dupla "cigarro e fósforo".

A palavra que explicita o início da ação do homem, ou da atuação da personagem,
num dia de sua rotina é "chinelos", usada no início do texto para mostrar o
momento do acordar/levantar e depois a hora de dormir.

Há também uma marcação de mudança de espaço, por meio dos termos "carro",
usado como que mostrando o horário de sair de manhã e a volta para casa, à
noite. No meio do texto há também o uso de um "táxi", provavelmente uma saída
do trabalho: um almoço? Um jantar? Uma visita a um cliente?


                                          45
Enfim, "Circuito fechado" é uma crônica - um texto narrativo curto, cujo tema é o
cotidiano e que leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente substantivos,
o autor produziu um texto que termina onde começou. Essa estrutura circular tem
relação com o título ("Circuito fechado") e com os dias atuais? Sem dúvida
nenhuma, podemos compreender suas relações, não é mesmo? O cotidiano
repete-se, fecha-se em si mesmo a cada dia. Rotinas...
http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u10.jhtm Acesso em 16/7/2010




                                        46
Intertextualidade




        A intertextualidade é uma forma de diálogo entre textos, que pode se dar de forma mais
implícita ou mais explícita e em diversos gêneros textuais.
        O intertexto serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como este
interfere no nível de compreensão do texto. Ao relacionar um texto com outro, o leitor entenderá que
a intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a construção dos mesmos.
        No caso específico do anúncio publicitário, por exemplo, o intertexto, quando usado, é uma
forma diferente de persuasão, com o objetivo de levar o leitor a consumir um produto e também
difundir a cultura.

http://drikamil-adriana.blogspot.com/2009/03/o-que-e-intertextualidade_4117.html



Intertextualidade
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
        Grosso modo, pode-se definir a intertextualidade como sendo um "diálogo" entre textos. Esse
diálogo pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação e o
reconhecimento de remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos. Dependendo da
situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/contextos em que ela
é inserida.
        Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo",
que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
        O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,não se restringindo única e
exclusivamente a textos literários.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intertextualidade




                                                47
Soneto de Luís de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?




                                 Monte Castelo
                                     Legião Urbana

Ainda que eu falasse                           É um não contentar-se
A língua dos homens                            De contente
E falasse a língua dos anjos                   É cuidar que se ganha
Sem amor, eu nada seria...                     Em se perder...
É só o amor, é só o amor                       É um estar-se preso
Que conhece o que é verdade                    Por vontade
O amor é bom, não quer o mal                   É servir a quem vence
Não sente inveja                               O vencedor
Ou se envaidece...                             É um ter com quem nos mata
O amor é o fogo                                A lealdade
Que arde sem se ver                            Tão contrário a si
É ferida que dói                               É o mesmo amor...
E não se sente                                 Estou acordado
É um contentamento                             E todos dormem, todos dormem
Descontente                                    Todos dormem
É dor que desatina sem doer...                 Agora vejo em parte
Ainda que eu falasse                           Mas então veremos face a face
A língua dos homens                            É só o amor, é só o amor
E falasse a língua dos anjos                   Que conhece o que é verdade...
Sem amor, eu nada seria...                     Ainda que eu falasse
É um não querer                                A língua dos homens
Mais que bem querer                            E falasse a língua dos anjos
É solitário andar                              Sem amor, eu nada seria...
Por entre a gente




                                          48
1 Coríntios 13, 1-13
      Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o
1
     metal que soa ou como o sino que retine.
     E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e
2    ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse
     amor, nada seria.
     E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
3    entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me
     aproveitaria.
      O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade,
4
     não se ensoberbece.
     Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita
5
     mal;
6    Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7    Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
     O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
8
     cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9    Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10   Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
     Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como
11
     menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
     Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora
12
     conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
     Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o
13
     amor.




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53
Referências

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Cia Editora Nacional, 46
edição, 1 reimpressão, São Paulo, 2005. P. 170 e 171

TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. São Paulo, Scipione, 1988.
Revista Nova Escola – março/2010, p.20

http://dragoscopio.blogspot.com/2006/03/o-dirio-de-ado.html

http://drikamil-adriana.blogspot.com/2009/03/o-que-e-intertextualidade_4117.html

http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u10.jhtm Acesso em 16/7/2010

http://letras.terra.com.br/chico-buarque/66513/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Artigo_(gram%C3%A1tica)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantiga_da_Ribeirinha

http://pt.wikipedia.org/wiki/Intertextualidade

http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/1610892
(mais de 12 sites citam trechos deste texto ou a sua íntegra)

http://www.brasilescola.com/gramatica/adjetivo-locucoes-adjetivas.htm

http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva/gramatica004.asp




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  • 1. COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO CULTURAL Prof. Marco Escobar 2011
  • 2. “De repente quero te ver/A saudade me pegou/Tanto tempo sem te ver/A tristeza já chegou/Pego um cavalete e uma tela/Tua imagem começo a pintar/O quadro é branco como a brisa/Como um sorriso de Mona Lisa/O mundo inteiro vai te ver/E eu sigo pintando/Hello, Hello Mona Lisa...” Roupa Nova (Hello Mona Lisa) 2
  • 3. “Para saber muito bem uma língua, não basta uma vida.” Prof. José Duarte Vanucchi 14/9/2000 3
  • 4. Regras de acentuação Não podemos falar delas antes de entender algumas coisas... 4
  • 5. Agora sim, regras de acentuação. Proparoxítonas: todas são acentuadas Paroxítonas terminadas em: r, n, l, x um, uns ps, ã i, u ditongo Oxítonas terminadas em: a, e ,o em, ens ditongo aberto (éu, ói, éi) Acento diferencial Segunda vogal tônica do hiato (i, u) Perceba que as regras também servem para não acentuar palavras. Cidade, por exemplo, não tem acento. Se fosse uma proparoxítona, teria que ter porque a regra diz que todas são acentuadas. Se fosse uma oxítona, teria que ter porque oxítonas terminadas em “e” precisam de acento. Logo, cidade só pode ser uma paroxítona. Paroxítonas terminadas em “e” não precisam de acento. 5
  • 6. 6
  • 7. Construção Chico Buarque Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego Amou daquela vez como se fosse o último Beijou sua mulher como se fosse a única E cada filho seu como se fosse o pródigo E atravessou a rua com seu passo bêbado Subiu a construção como se fosse sólido 7
  • 8. Ergueu no patamar quatro paredes mágicas Tijolo com tijolo num desenho lógico Seus olhos embotados de cimento e tráfego Sentou pra descansar como se fosse um príncipe Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Bebeu e soluçou como se fosse máquina Dançou e gargalhou como se fosse o próximo E tropeçou no céu como se ouvisse música E flutuou no ar como se fosse sábado E se acabou no chão feito um pacote tímido Agonizou no meio do passeio náufrago Morreu na contramão atrapalhando o público Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro E flutuou no ar como se fosse um príncipe E se acabou no chão feito um pacote bêbado Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir Por me deixar respirar, por me deixar existir, Deus lhe pague Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir 8
  • 9. Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair, Deus lhe pague Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir, Deus lhe pague 9
  • 10. 10
  • 11. Processos de formação de palavras Derivação Prefixal Sufixal Prefixal e sufixal Parassintética Regressiva Imprópria 11
  • 12. Composição Por justaposição Por aglutinação Processos secundários Hibridismo Onomatopeia Arcaísmo Neologismo Gíria Estrangeirismo Sigla Abreviação Internetês 12
  • 13. “Português não é uma língua, é um código secreto.” Fausto Silva 13
  • 14. Sob o Mesmo Céu Lenine Composição: Lenine e Lula Queiroga Parte 1 A gente vem Sob o mesmo céu Do rap, da favela Cada cidade é uma aldeia A gente vem Uma pessoa! Do centro do subúrbio Um sonho, uma nação Da periferia, eh! Sob o mesmo céu A gente vem Meu coração Da maré, das palafitas Não tem fronteiras Vem dos Orixás da Bahia Nem relógio, nem bandeira A gente traz um desejo Só o ritmo De alegria e de paz De uma canção maior... E digo mais: A gente vem A gente tem a honra Do tambor do Índio De estar ao seu lado A gente vem de Portugal A gente veio do futuro Vem do batuque negro Conhecer nosso passado... A gente vem Brasil! Do interior e da capital Com quantos Brasis A gente vem Se faz um Brasil? Do fundo da floresta Com quantos Brasis Da selva urbana Se faz um país? Dos arranha-céus Chamado Brasil!...(2x) A gente vem do pampa Vem do cerrado Repete parte 1 Vem da megalópole Vem do Pantanal A gente veio do futuro A gente vem de trem Conhecer nosso passado! Vem de galope Brasil! De navio, de avião Com quantos Brasis Motocicleta Se faz um Brasil? A gente vem a nado Com quantos Brasis A gente vem do samba Se faz um país? Do forró Chamado Brasil! A gente veio do futuro A gente veio do futuro Conhecer nosso passado... Conhecer nosso passado! Brasil! Brasil! Com quantos Brasis Com quantos Brasis Se faz um Brasil? Se faz um Brasil? Com quantos Brasis Com quantos Brasis Se faz um país? Se faz um país? Chamado Brasil! Chamado Brasil!...(2x) A gente veio do futuro! 14
  • 15. Cantiga da Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia é o primeiro texto literário em língua galaico- portuguesa de que se tem registro. A cantiga foi composta provavelmente em 1198, por Paio Soares de Taveirós, e recebeu esse nome por ter sito dedicada à Dona Maria Pais Ribeiro, amante de Dom Sancho I, apelidada de Ribeirinha. Segue o modelo das cantigas de amor do Trovadorismo galego-português (possui o eu-lírico masculino), pois fala de um amor platônico por uma mulher nobre e inacessível. Os versos Cantiga da Ribeirinha No mundo non me sei parelha, Mentre me for como me vai, Cá já moiro por vós, e - ai! Mia senhor branca e vermelha. Queredes que vos retraia Quando vos eu vi em saia! Mau dia me levantei, Que vos enton non vi fea! E, mia senhor, desd'aquel'di, ai! Me foi a mi mui mal, E vós, filha de don Paai Moniz, e bem vos semelha D'haver eu por vós guarvaia, Pois eu, mia senhor, d'alfaia Nunca de vós houve nem hei Valia d'ua correa. Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantiga_da_Ribeirinha" 15
  • 16. 16
  • 17. TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. São Paulo, Scipione, 1988. 17
  • 18. Quanto ao gênero, o substantivo pode ser: Biforme:  Mesmo radical: cachorro/cachorra  Radicais diferentes: boi/vaca; bode/cabra; homem/mulher; frei/sóror Uniforme:  Epiceno: cobra macho/cobra fêmea  Comum de dois gêneros: o dentista/a dentista; aquele trapezista/aquela trapezista; artista famoso/artista famosa  Sobrecomum: criança, pessoa, testemunha SEXA Luís Fernando Veríssimo Comédias para se Ler na Escola - Pai... - Hummmmm? - Como é o feminino de sexo? - O quê? - O feminino de sexo. - Não tem. - Sexo não tem feminino? - Não. - Só tem sexo masculino? - É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e Feminino. - E como é o feminino de sexo? - Não tem feminino. Sexo é sempre masculino. - Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino. - O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "SEXO" é masculina. O SEXO masculino, o SEXO feminino. - Não devia ser "A SEXA"? - Não. - Por que não? - Porque não! Desculpe. Porque não. "SEXO" é sempre masculino. - O sexo da mulher é masculino? - É. Não! O sexo da mulher é feminino. - E como é o feminino? - Sexo mesmo. Igual ao do homem. - O sexo da mulher é igual ao do homem? - É. Quer dizer... olha aqui. Tem o SEXO masculino e o SEXO feminino, certo? - Certo. - São duas coisas diferentes. - Então como é o feminino de sexo? - É igual ao masculino. - Mas não são diferentes? - Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra. - Mas então não muda o sexo. É sempre masculino. - A palavra é masculina. - Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculino seria "o pal..." - Chega! Vai brincar, vai. O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta: -Temos que ficar de olho nesse guri... - Por quê? - Ele só pensa em gramática. 18
  • 19. Segunda feira Este novo ser de cabelo longo é um valente empecilho. Anda sempre à minha volta e segue-me para todo o lado. Não gosto disto: não estou habituado a ter companhia. Preferia que ficasse com os outros animais. (...) Está enevoado hoje, vento de Este; acho que nós ainda vamos ter chuva. [...] NÓS? Onde apanhei esta palavra? - o novo ser usa-a amiúde. Terça-Feira Estive a examinar a cascata. É o melhor do parque, penso. O novo ser chama-lhe "catarata de Niagara" - porquê?, não compreendo. Diz que parece a Catarata do Niagara. Isso não é razão. É um mero devaneio de imbecilidade. Não posso nunca dar nome a nada. O novo ser dá nome a tudo o que aparece antes de eu poder esboçar um protesto. E o pretexto é sempre o mesmo: parece ser aquilo. Por exemplo um dodo, diz que, logo que se avista um, percebe-se que "parece um dodo". Vai ter de passar a chamar-se assim, sem dúvida. Desgasta-me tentar discutir sobre isso e nem vale a pena, de qualquer maneira. Dodo! parece-se tanto com um dodo como eu! Quarta- feira Construí um abrigo contra a chuva para mim, mas não pude sequer gozá-lo em paz. O novo ser intrometeu-se. Quando tentei empurrá-lo para fora deitou água pelos buracos por onde vê e limpou-se com as costas da pata, e fez um barulho como o que fazem alguns dos outros animais quando estão aflitos. Eu preferia que não falasse. Está sempre a falar! Isto pode parecer um golpe baixo contra o pobre coitado, uma injúria; mas não é nada disso. Eu nunca ouvi a voz humana antes e qualquer som estranho e novo irrompendo aqui, na solene pacatez destas solidões de sonho, ofende os meus ouvidos e soa como uma nota artificial. E este novo som irrompe sempre tão perto de mim, vem sempre detrás do meu ombro, direito ao meu ouvido. primeiro de um lado, depois do outro... e eu estou habituado a sons que estão sempre mais ou menos distantes de mim. Mark Twain, "Excertos dos diários de Adão e Eva" http://dragoscopio.blogspot.com/2006/03/o-dirio-de-ado.html 19
  • 20. Artigo Artigos são palavras que precedem os substantivos para determiná-los ou indeterminá-los. Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. Carlos Drummond de Andrade De Alguma poesia (1930) Os artigos definidos (o, a, os, as), de modo geral, indicam seres determinados, conhecidos da pessoa que fala ou escreve.  Falei com o médico.  Já encontramos os livros perdidos. Os artigos indefinidos (um, uma , uns, umas) indicam os seres de modo vago, impreciso.  Uma pessoa lhe telefonou.  Uns garotos faziam barulho na rua. http://pt.wikipedia.org/wiki/Artigo_(gram%C3%A1tica) 20
  • 21. singular masculino plural definido singular feminino plural Artigo singular masculino plural indefinido singular feminino plural 21
  • 22. ARTIGO UM e NUMERAL UM Como distinguir: UM e UMA só são numerais quando designamos a unidade. Exemplo: Com uma só mão, Pedro levantou a saca de café. Neste caso ele se opõe a dois, três, quatro, etc. As formas de plural uns, umas pertencem exclusivamente ao artigo indefinido. Podemos, portanto dizer que em dada frase, sempre que pudermos passar para o plural as palavras um, uma e exigir o emprego de uns ou umas, trata-se de artigo indefinido e não de numeral. E se o plural de um, uma for dois, duas, ou melhor, se opõe a dois, três, quatro, é um numeral. 22
  • 23. Técnicas de Redação Narração, Descrição e Dissertação I- NARRAÇÃO Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado: onde ? | quando? --- FATO --- com quem? | como? A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de texto são os VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de ENREDO. As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado ("com quem?" do quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas) no texto narrativo pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS. Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (=em que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de ESPAÇO, representado no texto pelos ADVÉRBIOS DE LUGAR. Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma INTRODUÇÃO (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo DESENVOLVIMENTO do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e termina com a CONCLUSÃO da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o NARRADOR, que pode ser PESSOAL (narra em 1a pessoa : EU...) ou IMPESSOAL (narra em 3a. pessoa: ELE...). Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada. II - DESCRIÇÃO Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres 23
  • 24. da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É "fotografar" com palavras. No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais comuns) são os VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR, CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características - representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres caracterizados - representados pelos SUBSTANTIVOS. Ex. O pássaro é azul . 1-Caractarizado: pássaro / 2-Caracterizador ou característica: azul / O verbo que liga 1 com 2: é Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (carcterização subjetiva). III- DISSERTAÇÃO Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de discurso: a DISSERTAÇÃO. Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor ; e isso só acontece quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar= convencer, influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma dissertação. Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no texto seus pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa ( de prestígio, famosa, especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira IMPESSOAL, OBJETIVA e sem prolixidade ("encher lingüiça"): que a dissertação seja elaborada com VERBOS E PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto impessoal soa como verdade e, como já citado, fazer crer é um dos objetivos de quem disserta. Na dissertação, as idéias devem ser colocadas de maneira CLARA E COERENTE e organizadas de maneira LÓGICA: a) o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente e lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou subordinativas, dependendo da idéia que se queira introduzir e defender; é por isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS. b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. A introdução é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um CONCEITO ( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é interessante seguir esses passos: 1. Transforme o tema numa pergunta; 2. Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA); 3. Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO). 24
  • 25. O desenvolvimento contém as idéias que reforçam o argumento principal, ou seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros, reconhecidos publicamente). A conclusão é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve "amarrar" resumidamente ( se possível, numa frase) todas as idéias do texto para que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito como verdadeiro. Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor: 1. Entenda bem o tema; 2. Reflita a respeito dele;3. Passe para o papel as idéias que o tema lhe sugere; 4. Faça a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a quantidade de idéias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que a dissertação terá no DESENVOLVIMENTO do texto. http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/1610892 (mais de 12 sites citam trechos deste texto ou a sua íntegra) 25
  • 26. Adjetivos Marina Cabral - Especialista em Língua Portuguesa e Literatura - Equipe Brasil Escola Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo, indicando-lhe qualidade, estado, modo de ser ou aspecto. Ex.: neve branca; cidade moderna. Classifica-se em: - Simples: quando apresentam um único radical. Ex.: comida saborosa. - Composto: quando apresentam mais de um radical. Ex.: programa sociocultural. - Primitivo: quando não provém de outra palavra da língua portuguesa. Ex.: inimigo leal. - Derivados: quando provém de outra palavra da língua portuguesa. Ex.: calça esverdeada. Locuções Adjetivas Locução adjetiva é a expressão formada de preposição + substantivo (ou advérbio), com valor de adjetivo. Noite de chuva (chuvosa) Atitudes de anjo (angelical) Pneu de trás (traseiro) Não seja deselegante tentando dar Menina do Brasil (brasileira) flagrante no meu coração. Você é absoluta e na minha conduta quem manda é a paixão. Locuções adjetivas e adjetivos correspondentes: Um homem comprometido com o amor Locução adjetiva Adjetivo correspondente não tem tempo nem pra vadiar. Pode ficar De abdômen abdominal descansada que o anel do meu dedo ninguém vai De abelha Apícola tirar. De abutre vulturino Pra que fazer alvoroço revistando o meu De alma Anímico corpo só pra ver se tem marcas de amor no De aluno Discente pescoço, escondido no bolso um bilhete de De anjo angelical alguém. De asno Asinino Se toda vez que eu te vejo meu corpo se De boca Bucal, oral agita, logo dá sinal. Se toda vez que eu te beijo De boi Bovino desperta o desejo animal. Não faz assim, que o ciúme é traiçoeiro e De cabelo Capilar faz o amor maneiro se acabar. Não faz assim que De campo Rural o teu chamego tem o cheiro eo tempero pro meu De cavalo Eqüino paladar. De chuva Pluvial De cidade Urbano É tão ruim ver o ciúme dormir no seu De estômago estomacal travesseiro pra te perturbar. Eu estou de corpo De leão Leonino inteiro pra te amar. De ovelha Ovino Absoluta De paixão passional Netinho de Paula De rim Renal http://www.brasilescola.com/gramatica/adjetivo-locucoes-adjetivas.htm 26
  • 27. Grau do adjetivo O adjetivo possui dois graus: comparativo e superlativo: Grau comparativo: transmite a idéia de igualdade, superioridade ou inferioridade de um ser em relação a outro. Igualdade - tão+adjetivo+que (do que): Ela é tão alegre quanto (ou como) ele. Lídia é tão bonita quanto Raquel. Superioridade – mais+adjetivo+quanto (como): Ele é mais alegre que (ou do que) ela. Lídia é mais bonita que Raquel. Inferioridade – menos+adjetivo+que (do que): Ele é menos alegre que (ou do que) ela. Lídia é menos bonita que Raquel. Grau superlativo: o grau superlativo pode ser: Relativo – quando se faz sobressair, com vantagem desvantagem, a qualidade de um ser em relação a outros (a um conjunto de seres). Pode ser de superioridade ou de inferioridade: Mateus é o mais inteligente da turma. (superioridade) Mateus é o menos inteligente da turma. (inferioridade) Absoluto – quando a qualidade de um ser é intensificada sem a relação com outros seres. Pode ser analítico ou sintético:  Analítico: quando o adjetivo é modificado pelo advérbio muito, extremamente, etc. Paula é extremamente bela.  Sintético: quando se acrescenta o sufixo –íssimo, -imo ou -rimo ao radical do adjetivo: Conversa agradabilíssima. http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva/gramatica004.asp 27
  • 28. Superlativos absolutos sintéticos eruditos Eis os principais superlativos absolutos, quase todos exclusivos da língua culta: 1. Acre, acérrimo 31. Incrível, incredibilíssimo 2. Alto, supremo, sumo 32. Inimigo, inimicíssimo 3. Ágil, agílimo 33. Íntegro, integérrimo 4. Amargo, amaríssimo 34. Livre, libérrimo 5. Amável, amabilíssimo 35. Magnífico, magnificentíssimo 6. Amigo, amicíssimo 36. Magro, macérrimo 7. Antigo, antiquíssimo 37. Mau, péssimo 8. Áspero, aspérrimo 38. Mísero, misérrimo 9. Atroz, atrocíssimo 39. Negro, nigérrimo 10. Baixo, ínfimo 40. Notável, notabilíssimo 11. Benéfico, beneficentíssimo 41. Nobre, nobilíssimo 12. Benévolo, benevolentíssimo 42. Parco, parcíssimo 13. Bom, ótimo 43. Pequeno, mínimo 14. Célebre, celebérrimo 44. Pessoal, personalíssimo 15. Comum, comuníssimo 45. Pio, piíssimo 16. Cristão, cristianíssimo 46. Pobre, paupérrimo 17. Cruel, crudelíssimo 47. Pródigo, prodigalíssimo 18. Difícil, dificílimo 48. Provável, probabilíssimo 19. Doce, dulcíssimo 49. Pudico, pudicíssimo 20. Dócil, docílimo 50. Respeitável, respeitabilíssimo 21. Fácil, facílimo 51. Sábio, sapientíssimo 22. Feliz, felicíssimo 52. Sagrado, sacratíssimo 23. Feroz, ferocíssimo 53. Salubre, salubérrimo 24. Fiel, fidelíssimo 54. São, sanérrimo 25. Frágil, fragílimo 55. Simpático, simpaticíssimo 26. Frio, frigidíssimo 56. Simples, simplicíssimo 27. Geral, generalíssimo 57. Soberbo, superbíssimo 28. Grácil, gracílimo 58. Terrível, terribilíssimo 29. Grande, máximo 59. Veloz, velocíssimo 30. Humilde, humílimo 60. Voraz, voracíssimo CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Cia Editora Nacional, 46 edição, 1 reimpressão, São Paulo, 2005. P. 170 e 171 28
  • 29. 29
  • 30. TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. São Paulo, Scipione, 1988. 30
  • 31. Os pronomes Pronomes acompanham ou substituem um nome. Quando acompanham, são chamados de __________________________. Quando substituem são chamados de __________________________. Pessoais oblíquos Pessoais retos Átono Tônicos Possessivos (sem preposição) (com preposição) 1ª pessoa Meu, minha, Eu Me Mim meus, minhas 2ª pessoa Teu, tua, teus, Singular Tu Te Ti tuas 3ª pessoa Seu, sua, seus, Ele/ela Se, o, a, lhe Si, ele, ela suas 1ª pessoa Nosso, nossa, Nós Nos Nós nossos, nossas 2ª pessoa Vosso, vossa, Plural Vós Vos Vós vossos, vossas 3ª pessoa Seu, sua, seus, Eles/elas Se, os, as, lhes Si, eles, elas suas 31
  • 32. Pronomes de tratamento Pronome Usado para Vossa Alteza Príncipes, duques Vossa Majestade Reis Vossa Santidade Papas Vossa Eminência Cardeais Vossa Excelência Autoridades em geral Pronomes demonstrativos São os que indicam a posição ou o lugar dos seres. Variáveis Invariáveis Este, esta, estes, estas Esse, essa, esses, essas Aquele, aquela, aqueles, aquelas Pronomes indefinidos Referem-se à terceira pessoa e podem ser variáveis ou invariáveis. variáveis Invariáveis Algum, alguns, alguma, algumas Alguém nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas Ninguém Todo, todos, toda, todas Tudo Outro, outra, outros, outras Outrem Muito, muitos, muita, muitas Nada Pouco, poucos, pouca, poucas Cada Certo, certos, certa, certas algo Tanto, tantos, tanta, tantas Quanto, quantos, quanta, quantas Qualquer, quaisquer 32
  • 33. Pronomes interrogativos Evidentemente, só são utilizados em__________________________. Que, quem, qual, quanto, quantos, quanta, quantas Pronomes relativos Variáveis Invariáveis Masculinos Femininos O qual, os quais A qual, as quais Que Cujo, cujos Cuja, cujas Quem Quanto, quantos Quanta, quantas Onde 33
  • 34. O meu guri Chico Buarque Quando, seu moço Nasceu meu rebento Chega no morro Não era o momento Com carregamento Dele rebentar Pulseira, cimento Já foi nascendo Relógio, pneu, gravador Com cara de fome Rezo até ele chegar E eu não tinha nem nome Cá no alto Prá lhe dar Essa onda de assaltos Como fui levando Tá um horror Não sei lhe explicar Eu consolo ele Fui assim levando Ele me consola Ele a me levar Boto ele no colo E na sua meninice Prá ele me ninar Ele um dia me disse De repente acordo Que chegava lá Olho pro lado Olha aí! Olha aí! E o danado já foi trabalhar Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! É o meu guri e ele chega! Olha aí! Chega suado É o meu guri e ele chega! E veloz do batente Chega estampado Traz sempre um presente Manchete, retrato Prá me encabular Com venda nos olhos Tanta corrente de ouro Legenda e as iniciais Seu moço! Eu não entendo essa gente Que haja pescoço Seu moço! Prá enfiar Fazendo alvoroço demais Me trouxe uma bolsa O guri no mato Já com tudo dentro Acho que tá rindo Chave, caderneta Acho que tá lindo Terço e patuá De papo pro ar Um lenço e uma penca Desde o começo eu não disse De documentos Seu moço! Prá finalmente Ele disse que chegava lá Eu me identificar Olha aí! Olha aí! Olha aí! Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! Olha aí! E o meu guri!...(3x) É o meu guri e ele chega! http://letras.terra.com.br/chico-buarque/66513/ 34
  • 35. 35
  • 36. “A esperança é um urubu pintado de verde.” Mário Quintana 36
  • 39. Irregular + ser/estar Formação do imperativo Verbo: Verbo: 39
  • 40. Pense, fale, compre, beba Cala a boca e me beija Leia, vote, não se esqueça Cala a boca e me beija Use, seja, ouça, diga Eu só quero pedir Tenha, more, gaste e viva Faça o que você quiser Pense, fale, compre, beba Mas cala a boca e me Leia, vote, não se esqueça beija Use, seja, ouça, diga... Cala a boca e me beija Admirável Chip Novo Carlos e Jader Pitty Feche a porta da Venha me beijar Deixa eu te amar direita com muito Meu doce vampiroooo Faz de conta que sou o cuidado que eu não Ou ouuuuu primeiro estou disposto a ficar exposto ao sol, vá Na luz do luar Na beleza desse teu olhar perguntar ao seu Ãh ahãããããh Eu quero estar o tempo freguês do lado qual Venha sugar o calor inteiro foi o resultado do De dentro do meu fute..bol Deixa eu te amar sangue...vermelhoooo! Conversa de Botequim Doce Vampiro Agepê Noel Rosa Rita Lee Chega pra ca meu bem que Refrão: Libera geral, libera Chora, me liga, eu vou te ensinar a nova geral, libera geral (então implora meu beijo de dança do Estado do Pará, libera). Libera geral, libera novo. é o calypso que chegou para geral, libera geral (então Me pede socorro, ficar. Nesse swing você libera) quem sabe eu vou te também vai entrar . Libera a tua boca pra sorrir salvar. Mexa o pezinho e vá O melhor remédio pro tédio é Chora, me liga, soltando todo o corpo de se divertir. Livre-se do implora pelo meu vez , depois me abraça com passado que viveu pra ficar carinho e a gente pode amor. também de bem com a vida Pede por favor. fazer tudo outra vez como eu (libera). fique à vontade pra rodar e Quem sabe um dia eu Dane-se tudo que te sufocar pra girar no salão e essa volto a te procurar Tudo aquilo que te impede de dança é pra mexer com vc e poder voar com o seu coração. Chora, me liga Refrão Não para não vem cá me João Bosco e Vinícius Libera sobre tudo o coração dá a tua mão, quero que Não despreze nunca a força sinta toda essa emoção da intuição, libera o corpo cavalo manco agora eu pra poder sentir os desejos, vou te ensinar . as vontades, o que pedir Isse e muito mais você só (libera) vai encontrar no Pará Canta mais alto, mostra tua voz. O que importa o que os Dançando Calypso outros vão pensar de nós Banda Calypso Refrão Libera Geral Xuxa 40
  • 41. Sintaxe 41
  • 42. 42
  • 43. TEXTO Você sabe qual o conceito? Alfredina Nery* Especial para a Página Pedagogia e Comunicação Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu conceito? Para entendê-lo, pense nas duas seguintes situações: 1 - Você foi visitar um amigo que está hospitalizado e, pelos corredores, você vê placas com a palavra "Silêncio". 2 - Você está andando por uma rua, a pé, e vê um pedaço de papel, jogado no chão, onde está escrito "Ouro". Em qual das situações uma única palavra pode constituir um texto? Na situação 1, a palavra "Silêncio" está dentro de um contexto significativo por meio do qual as pessoas interagem: você, como leitor das placas, e os administradores do hospital, que têm a intenção de comunicar a necessidade de haver silêncio naquele ambiente. Assim, a palavra "Silêncio" é um texto. Na situação 2, a palavra "Ouro" não é um texto. É apenas um pedaço de papel encontrado na rua por alguém. A palavra "Ouro", na circunstância em que está, quer dizer o quê? Não há como saber. Mas e se a palavra "Ouro" estiver escrita em um cartaz pendurado nas costas de um daqueles homens que ficam nas esquinas do centro das cidades grandes que anunciam a compra de ouro? Aí sim, nessa situação, a palavra "Ouro" constitui um texto, porque se encontra num contexto significativo em que alguém quer dizer algo para outra pessoa (no caso, vender/comprar ouro) e, então anuncia isso. Texto é, então, uma sequência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação. O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir. Constituindo sentidos Agora, leia o texto a seguir de modo a aprofundar ainda mais o conceito de "texto". 43
  • 44. Circuito Fechado Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro. (Ricardo Ramos) Você considera que em "Circuito fechado" há apenas uma série de palavras soltas? Ou se trata de um texto? Por quê? Na verdade, trata-se de um texto. Apesar de haver palavras, aparentemente, sem relação, numa primeira leitura, é possível dizer, depois de outra leitura mais atenta, que há uma articulação entre elas. Vamos pensar mais sobre isso... Em "Circuito fechado" há, quase que exclusivamente, substantivos (nomes de entidades cognitivas e/ou culturais, como "homem", "livro", "inteligência" ou palavras que designam ou nomeiam os seres e as coisas). Verifique que pela escolha dos substantivos e pela sequência em que são usados, o leitor pode ir descobrindo um significado implícito, um elemento que as une e relaciona, formando o texto. Podemos dizer que este texto se refere a um dia na vida de um homem comum. Quais palavras e que sequência nos indicam isso? Note que no início do texto, há substantivos relacionados a hábitos rotineiros, como levantar, ir ao banheiro, lavar o rosto, escovar dentes, fazer barba (para os homens), tomar banho, vestir-se e tomar café da manhã. 44
  • 45. “Chinelos, vaso, descarga. Pia. Sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos.” Já no final do texto, há o voltar para casa, comer, ler livro, ver televisão, fumar, tirar a roupa, tomar banho/escovar dentes, colocar pijama e dormir. “Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforos. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.” Descobrimos que a personagem é um homem também pela escolha dos substantivos. Parece que sua profissão pode estar relacionada à publicidade. “Creme de barbear, pincel, espuma, gilete [...] cueca, camisa, abotoadura, calça, meia, sapatos, gravata, paletó [...] Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída [...] Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes [...] Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel.” Também ficamos sabendo que na casa da personagem há quadros, pois o narrador usa a palavra duas vezes: no momento do café e na volta para casa. No escritório há "Relógio". Escolha intencional do autor, talvez para relacionar relógio e trabalho, trabalho e rotina. Depreendemos que o homem é um grande fumante, basicamente, pelo número de vezes em que o narrador fala desse hábito, em vários momentos do dia da personagem: 14 vezes. Além disso, é interessante notar como há sempre a referência à dupla "cigarro e fósforo". A palavra que explicita o início da ação do homem, ou da atuação da personagem, num dia de sua rotina é "chinelos", usada no início do texto para mostrar o momento do acordar/levantar e depois a hora de dormir. Há também uma marcação de mudança de espaço, por meio dos termos "carro", usado como que mostrando o horário de sair de manhã e a volta para casa, à noite. No meio do texto há também o uso de um "táxi", provavelmente uma saída do trabalho: um almoço? Um jantar? Uma visita a um cliente? 45
  • 46. Enfim, "Circuito fechado" é uma crônica - um texto narrativo curto, cujo tema é o cotidiano e que leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente substantivos, o autor produziu um texto que termina onde começou. Essa estrutura circular tem relação com o título ("Circuito fechado") e com os dias atuais? Sem dúvida nenhuma, podemos compreender suas relações, não é mesmo? O cotidiano repete-se, fecha-se em si mesmo a cada dia. Rotinas... http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u10.jhtm Acesso em 16/7/2010 46
  • 47. Intertextualidade A intertextualidade é uma forma de diálogo entre textos, que pode se dar de forma mais implícita ou mais explícita e em diversos gêneros textuais. O intertexto serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como este interfere no nível de compreensão do texto. Ao relacionar um texto com outro, o leitor entenderá que a intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a construção dos mesmos. No caso específico do anúncio publicitário, por exemplo, o intertexto, quando usado, é uma forma diferente de persuasão, com o objetivo de levar o leitor a consumir um produto e também difundir a cultura. http://drikamil-adriana.blogspot.com/2009/03/o-que-e-intertextualidade_4117.html Intertextualidade Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Grosso modo, pode-se definir a intertextualidade como sendo um "diálogo" entre textos. Esse diálogo pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação e o reconhecimento de remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/contextos em que ela é inserida. Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. http://pt.wikipedia.org/wiki/Intertextualidade 47
  • 48. Soneto de Luís de Camões Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? Monte Castelo Legião Urbana Ainda que eu falasse É um não contentar-se A língua dos homens De contente E falasse a língua dos anjos É cuidar que se ganha Sem amor, eu nada seria... Em se perder... É só o amor, é só o amor É um estar-se preso Que conhece o que é verdade Por vontade O amor é bom, não quer o mal É servir a quem vence Não sente inveja O vencedor Ou se envaidece... É um ter com quem nos mata O amor é o fogo A lealdade Que arde sem se ver Tão contrário a si É ferida que dói É o mesmo amor... E não se sente Estou acordado É um contentamento E todos dormem, todos dormem Descontente Todos dormem É dor que desatina sem doer... Agora vejo em parte Ainda que eu falasse Mas então veremos face a face A língua dos homens É só o amor, é só o amor E falasse a língua dos anjos Que conhece o que é verdade... Sem amor, eu nada seria... Ainda que eu falasse É um não querer A língua dos homens Mais que bem querer E falasse a língua dos anjos É solitário andar Sem amor, eu nada seria... Por entre a gente 48
  • 49. 1 Coríntios 13, 1-13 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o 1 metal que soa ou como o sino que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e 2 ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que 3 entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, 4 não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita 5 mal; 6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; 7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, 8 cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; 10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como 11 menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora 12 conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o 13 amor. 49
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  • 54. Referências CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Cia Editora Nacional, 46 edição, 1 reimpressão, São Paulo, 2005. P. 170 e 171 TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. São Paulo, Scipione, 1988. Revista Nova Escola – março/2010, p.20 http://dragoscopio.blogspot.com/2006/03/o-dirio-de-ado.html http://drikamil-adriana.blogspot.com/2009/03/o-que-e-intertextualidade_4117.html http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u10.jhtm Acesso em 16/7/2010 http://letras.terra.com.br/chico-buarque/66513/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Artigo_(gram%C3%A1tica) http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantiga_da_Ribeirinha http://pt.wikipedia.org/wiki/Intertextualidade http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/1610892 (mais de 12 sites citam trechos deste texto ou a sua íntegra) http://www.brasilescola.com/gramatica/adjetivo-locucoes-adjetivas.htm http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva/gramatica004.asp 54