2. “De repente quero te ver/A saudade me pegou/Tanto tempo sem te ver/A tristeza já
chegou/Pego um cavalete e uma tela/Tua imagem começo a pintar/O quadro é branco
como a brisa/Como um sorriso de Mona Lisa/O mundo inteiro vai te ver/E eu sigo
pintando/Hello, Hello Mona Lisa...”
Roupa Nova (Hello Mona Lisa)
2
3. “Para saber muito bem uma língua, não basta uma vida.”
Prof. José Duarte Vanucchi
14/9/2000
3
5. Agora sim, regras de acentuação.
Proparoxítonas: todas são acentuadas
Paroxítonas terminadas em:
r, n, l, x
um, uns
ps, ã
i, u
ditongo
Oxítonas terminadas em:
a, e ,o
em, ens
ditongo aberto (éu, ói, éi)
Acento diferencial
Segunda vogal tônica do hiato (i, u)
Perceba que as regras também servem para não acentuar palavras. Cidade, por exemplo, não tem acento. Se
fosse uma proparoxítona, teria que ter porque a regra diz que todas são acentuadas. Se fosse uma oxítona,
teria que ter porque oxítonas terminadas em “e” precisam de acento. Logo, cidade só pode ser uma paroxítona.
Paroxítonas terminadas em “e” não precisam de acento.
5
7. Construção
Chico Buarque
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
7
8. Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
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9. Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague
9
11. Processos de formação de palavras
Derivação
Prefixal Sufixal Prefixal e sufixal
Parassintética Regressiva Imprópria
11
12. Composição
Por justaposição Por aglutinação
Processos secundários
Hibridismo Onomatopeia Arcaísmo Neologismo Gíria
Estrangeirismo Sigla Abreviação Internetês
12
13. “Português não é uma língua, é um código secreto.”
Fausto Silva
13
14. Sob o Mesmo Céu Lenine
Composição: Lenine e Lula Queiroga
Parte 1 A gente vem
Sob o mesmo céu Do rap, da favela
Cada cidade é uma aldeia A gente vem
Uma pessoa! Do centro do subúrbio
Um sonho, uma nação Da periferia, eh!
Sob o mesmo céu A gente vem
Meu coração Da maré, das palafitas
Não tem fronteiras Vem dos Orixás da Bahia
Nem relógio, nem bandeira A gente traz um desejo
Só o ritmo De alegria e de paz
De uma canção maior... E digo mais:
A gente vem A gente tem a honra
Do tambor do Índio De estar ao seu lado
A gente vem de Portugal A gente veio do futuro
Vem do batuque negro Conhecer nosso passado...
A gente vem Brasil!
Do interior e da capital Com quantos Brasis
A gente vem Se faz um Brasil?
Do fundo da floresta Com quantos Brasis
Da selva urbana Se faz um país?
Dos arranha-céus Chamado Brasil!...(2x)
A gente vem do pampa
Vem do cerrado Repete parte 1
Vem da megalópole
Vem do Pantanal A gente veio do futuro
A gente vem de trem Conhecer nosso passado!
Vem de galope Brasil!
De navio, de avião Com quantos Brasis
Motocicleta Se faz um Brasil?
A gente vem a nado Com quantos Brasis
A gente vem do samba Se faz um país?
Do forró Chamado Brasil!
A gente veio do futuro A gente veio do futuro
Conhecer nosso passado... Conhecer nosso passado!
Brasil! Brasil!
Com quantos Brasis Com quantos Brasis
Se faz um Brasil? Se faz um Brasil?
Com quantos Brasis Com quantos Brasis
Se faz um país? Se faz um país?
Chamado Brasil! Chamado Brasil!...(2x)
A gente veio do futuro!
14
15. Cantiga da Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia é o primeiro texto literário em língua galaico-
portuguesa de que se tem registro. A cantiga foi composta provavelmente em 1198, por Paio Soares de
Taveirós, e recebeu esse nome por ter sito dedicada à Dona Maria Pais Ribeiro, amante de Dom Sancho
I, apelidada de Ribeirinha. Segue o modelo das cantigas de amor do Trovadorismo galego-português
(possui o eu-lírico masculino), pois fala de um amor platônico por uma mulher nobre e inacessível.
Os versos
Cantiga da Ribeirinha
No mundo non me sei parelha,
Mentre me for como me vai,
Cá já moiro por vós, e - ai!
Mia senhor branca e vermelha.
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, desd'aquel'di, ai!
Me foi a mi mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D'haver eu por vós guarvaia,
Pois eu, mia senhor, d'alfaia
Nunca de vós houve nem hei
Valia d'ua correa.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantiga_da_Ribeirinha"
15
18. Quanto ao gênero, o substantivo pode ser:
Biforme:
Mesmo radical: cachorro/cachorra
Radicais diferentes: boi/vaca; bode/cabra; homem/mulher; frei/sóror
Uniforme:
Epiceno: cobra macho/cobra fêmea
Comum de dois gêneros: o dentista/a dentista; aquele trapezista/aquela trapezista;
artista famoso/artista famosa
Sobrecomum: criança, pessoa, testemunha
SEXA
Luís Fernando Veríssimo
Comédias para se Ler na Escola
- Pai...
- Hummmmm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
- Não tem.
- Sexo não tem feminino?
- Não.
- Só tem sexo masculino?
- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e Feminino.
- E como é o feminino de sexo?
- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.
- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "SEXO" é masculina. O SEXO masculino, o SEXO feminino.
- Não devia ser "A SEXA"?
- Não.
- Por que não?
- Porque não! Desculpe. Porque não. "SEXO" é sempre masculino.
- O sexo da mulher é masculino?
- É. Não! O sexo da mulher é feminino.
- E como é o feminino?
- Sexo mesmo. Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?
- É. Quer dizer... olha aqui. Tem o SEXO masculino e o SEXO feminino, certo?
- Certo.
- São duas coisas diferentes.
- Então como é o feminino de sexo?
- É igual ao masculino.
- Mas não são diferentes?
- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra.
- Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.
- A palavra é masculina.
- Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculino seria "o pal..."
- Chega! Vai brincar, vai.
O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:
-Temos que ficar de olho nesse guri...
- Por quê?
- Ele só pensa em gramática.
18
19. Segunda feira
Este novo ser de cabelo longo é um valente empecilho. Anda sempre à minha volta e segue-me para todo o
lado. Não gosto disto: não estou habituado a ter companhia. Preferia que ficasse com os outros animais. (...)
Está enevoado hoje, vento de Este; acho que nós ainda vamos ter chuva. [...] NÓS? Onde apanhei esta palavra? -
o novo ser usa-a amiúde.
Terça-Feira
Estive a examinar a cascata. É o melhor do parque, penso. O novo ser chama-lhe "catarata de Niagara" -
porquê?, não compreendo. Diz que parece a Catarata do Niagara. Isso não é razão. É um mero devaneio de
imbecilidade. Não posso nunca dar nome a nada. O novo ser dá nome a tudo o que aparece antes de eu poder
esboçar um protesto. E o pretexto é sempre o mesmo: parece ser aquilo. Por exemplo um dodo, diz que, logo
que se avista um, percebe-se que "parece um dodo". Vai ter de passar a chamar-se assim, sem dúvida.
Desgasta-me tentar discutir sobre isso e nem vale a pena, de qualquer maneira. Dodo! parece-se tanto com um
dodo como eu!
Quarta- feira
Construí um abrigo contra a chuva para mim, mas não pude sequer gozá-lo em paz. O novo ser intrometeu-se.
Quando tentei empurrá-lo para fora deitou água pelos buracos por onde vê e limpou-se com as costas da pata,
e fez um barulho como o que fazem alguns dos outros animais quando estão aflitos. Eu preferia que não falasse.
Está sempre a falar! Isto pode parecer um golpe baixo contra o pobre coitado, uma injúria; mas não é nada
disso. Eu nunca ouvi a voz humana antes e qualquer som estranho e novo irrompendo aqui, na solene pacatez
destas solidões de sonho, ofende os meus ouvidos e soa como uma nota artificial. E este novo som irrompe
sempre tão perto de mim, vem sempre detrás do meu ombro, direito ao meu ouvido. primeiro de um lado,
depois do outro... e eu estou habituado a sons que estão sempre mais ou menos distantes de mim.
Mark Twain, "Excertos dos diários de Adão e Eva"
http://dragoscopio.blogspot.com/2006/03/o-dirio-de-ado.html
19
20. Artigo
Artigos são palavras que precedem os substantivos para determiná-los ou indeterminá-los.
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Carlos Drummond de Andrade
De Alguma poesia (1930)
Os artigos definidos (o, a, os, as), de modo geral, indicam seres determinados, conhecidos da pessoa
que fala ou escreve.
Falei com o médico.
Já encontramos os livros perdidos.
Os artigos indefinidos (um, uma , uns, umas) indicam os seres de modo vago, impreciso.
Uma pessoa lhe telefonou.
Uns garotos faziam barulho na rua.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artigo_(gram%C3%A1tica)
20
22. ARTIGO UM e NUMERAL UM
Como distinguir:
UM e UMA só são numerais quando designamos a unidade.
Exemplo:
Com uma só mão, Pedro levantou a saca de café.
Neste caso ele se opõe a dois, três, quatro, etc.
As formas de plural uns, umas pertencem exclusivamente ao artigo indefinido.
Podemos, portanto dizer que em dada frase, sempre que pudermos passar para o plural as palavras um, uma e
exigir o emprego de uns ou umas, trata-se de artigo indefinido e não de numeral. E se o plural de um, uma for
dois, duas, ou melhor, se opõe a dois, três, quatro, é um numeral.
22
23. Técnicas de Redação
Narração, Descrição e Dissertação
I- NARRAÇÃO
Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é
CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um
fato vai sendo narrado:
onde ?
|
quando? --- FATO --- com quem?
|
como?
A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é
contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e
com quem ocorreu o episódio.
É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um
conjunto de ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de
texto são os VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto
narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de
ENREDO.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS,
que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado
("com quem?" do quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas)
no texto narrativo pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem querer) ele
acaba contando "onde" (=em que lugar) as ações do enredo foram realizadas
pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de
ESPAÇO, representado no texto pelos ADVÉRBIOS DE LUGAR.
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer "quando"
ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO,
representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente
pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO.
É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor
"como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma
INTRODUÇÃO (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
DESENVOLVIMENTO do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo"
da narrativa, também chamada de trama) e termina com a CONCLUSÃO da
história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o NARRADOR, que
pode ser PESSOAL (narra em 1a pessoa : EU...) ou IMPESSOAL (narra em 3a.
pessoa: ELE...).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por
advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as
personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as
ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
II - DESCRIÇÃO
Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através
de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres
23
24. da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É
"fotografar" com palavras.
No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais
comuns) são os VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR,
CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as
características - representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres
caracterizados - representados pelos SUBSTANTIVOS.
Ex. O pássaro é azul . 1-Caractarizado: pássaro / 2-Caracterizador ou
característica: azul / O verbo que liga 1 com 2: é
Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas,
concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem
descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.:
Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (carcterização subjetiva).
III- DISSERTAÇÃO
Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de
discurso: a DISSERTAÇÃO.
Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um
determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a
esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de
maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor ; e isso só acontece
quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas,
exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar= convencer,
influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma
dissertação.
Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no
texto seus pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa ( de
prestígio, famosa, especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira
IMPESSOAL, OBJETIVA e sem prolixidade ("encher lingüiça"): que a dissertação
seja elaborada com VERBOS E PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto
impessoal soa como verdade e, como já citado, fazer crer é um dos objetivos de
quem disserta.
Na dissertação, as idéias devem ser colocadas de maneira CLARA E
COERENTE e organizadas de maneira LÓGICA:
a) o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente
e lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou
subordinativas, dependendo da idéia que se queira introduzir e defender; é por
isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS.
b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes:
INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.
A introdução é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um
CONCEITO ( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente
tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de
QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE
VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é
interessante seguir esses passos:
1. Transforme o tema numa pergunta;
2. Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA);
3. Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO).
24
25. O desenvolvimento contém as idéias que reforçam o argumento principal, ou
seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros,
reconhecidos publicamente).
A conclusão é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve
"amarrar" resumidamente ( se possível, numa frase) todas as idéias do texto para
que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito
como verdadeiro.
Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor: 1.
Entenda bem o tema; 2. Reflita a respeito dele;3. Passe para o papel as idéias que
o tema lhe sugere; 4. Faça a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a
quantidade de idéias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que
a dissertação terá no DESENVOLVIMENTO do texto.
http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/1610892
(mais de 12 sites citam trechos deste texto ou a sua íntegra)
25
26. Adjetivos
Marina Cabral - Especialista em Língua Portuguesa e Literatura - Equipe Brasil Escola
Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo, indicando-lhe
qualidade, estado, modo de ser ou aspecto.
Ex.: neve branca; cidade moderna.
Classifica-se em:
- Simples: quando apresentam um único radical.
Ex.: comida saborosa.
- Composto: quando apresentam mais de um radical.
Ex.: programa sociocultural.
- Primitivo: quando não provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: inimigo leal.
- Derivados: quando provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: calça esverdeada.
Locuções Adjetivas
Locução adjetiva é a expressão formada de preposição + substantivo (ou advérbio), com valor de
adjetivo.
Noite de chuva (chuvosa)
Atitudes de anjo (angelical)
Pneu de trás (traseiro) Não seja deselegante tentando dar
Menina do Brasil (brasileira) flagrante no meu coração. Você é absoluta e na
minha conduta quem manda é a paixão.
Locuções adjetivas e adjetivos correspondentes: Um homem comprometido com o amor
Locução adjetiva Adjetivo correspondente
não tem tempo nem pra vadiar. Pode ficar
De abdômen abdominal
descansada que o anel do meu dedo ninguém vai
De abelha Apícola
tirar.
De abutre vulturino
Pra que fazer alvoroço revistando o meu
De alma Anímico
corpo só pra ver se tem marcas de amor no
De aluno Discente
pescoço, escondido no bolso um bilhete de
De anjo angelical
alguém.
De asno Asinino
Se toda vez que eu te vejo meu corpo se
De boca Bucal, oral
agita, logo dá sinal. Se toda vez que eu te beijo
De boi Bovino
desperta o desejo animal.
Não faz assim, que o ciúme é traiçoeiro e
De cabelo Capilar faz o amor maneiro se acabar. Não faz assim que
De campo Rural o teu chamego tem o cheiro eo tempero pro meu
De cavalo Eqüino paladar.
De chuva Pluvial
De cidade Urbano
É tão ruim ver o ciúme dormir no seu
De estômago estomacal
travesseiro pra te perturbar. Eu estou de corpo
De leão Leonino inteiro pra te amar.
De ovelha Ovino Absoluta
De paixão passional Netinho de Paula
De rim Renal
http://www.brasilescola.com/gramatica/adjetivo-locucoes-adjetivas.htm
26
27. Grau do adjetivo
O adjetivo possui dois graus: comparativo e superlativo:
Grau comparativo: transmite a idéia de igualdade, superioridade ou inferioridade
de um ser em relação a outro.
Igualdade - tão+adjetivo+que (do que):
Ela é tão alegre quanto (ou como) ele.
Lídia é tão bonita quanto Raquel.
Superioridade – mais+adjetivo+quanto (como):
Ele é mais alegre que (ou do que) ela.
Lídia é mais bonita que Raquel.
Inferioridade – menos+adjetivo+que (do que):
Ele é menos alegre que (ou do que) ela.
Lídia é menos bonita que Raquel.
Grau superlativo: o grau superlativo pode ser:
Relativo – quando se faz sobressair, com vantagem desvantagem, a qualidade de um ser em relação a
outros (a um conjunto de seres). Pode ser de superioridade ou de inferioridade:
Mateus é o mais inteligente da turma. (superioridade)
Mateus é o menos inteligente da turma. (inferioridade)
Absoluto – quando a qualidade de um ser é intensificada sem a relação com outros seres. Pode ser
analítico ou sintético:
Analítico: quando o adjetivo é modificado pelo advérbio muito, extremamente, etc.
Paula é extremamente bela.
Sintético: quando se acrescenta o sufixo –íssimo, -imo ou -rimo ao radical do adjetivo:
Conversa agradabilíssima.
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva/gramatica004.asp
27
31. Os pronomes
Pronomes acompanham ou substituem um nome.
Quando acompanham, são chamados de __________________________.
Quando substituem são chamados de __________________________.
Pessoais oblíquos
Pessoais retos Átono Tônicos Possessivos
(sem preposição) (com preposição)
1ª pessoa Meu, minha,
Eu Me Mim
meus, minhas
2ª pessoa Teu, tua, teus,
Singular Tu Te Ti
tuas
3ª pessoa Seu, sua, seus,
Ele/ela Se, o, a, lhe Si, ele, ela
suas
1ª pessoa Nosso, nossa,
Nós Nos Nós
nossos, nossas
2ª pessoa Vosso, vossa,
Plural Vós Vos Vós
vossos, vossas
3ª pessoa Seu, sua, seus,
Eles/elas Se, os, as, lhes Si, eles, elas
suas
31
32. Pronomes de tratamento
Pronome Usado para
Vossa Alteza Príncipes, duques
Vossa Majestade Reis
Vossa Santidade Papas
Vossa Eminência Cardeais
Vossa Excelência Autoridades em geral
Pronomes demonstrativos
São os que indicam a posição ou o lugar dos seres.
Variáveis Invariáveis
Este, esta, estes, estas
Esse, essa, esses, essas
Aquele, aquela, aqueles, aquelas
Pronomes indefinidos
Referem-se à terceira pessoa e podem ser variáveis ou invariáveis.
variáveis Invariáveis
Algum, alguns, alguma, algumas Alguém
nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas Ninguém
Todo, todos, toda, todas Tudo
Outro, outra, outros, outras Outrem
Muito, muitos, muita, muitas Nada
Pouco, poucos, pouca, poucas Cada
Certo, certos, certa, certas algo
Tanto, tantos, tanta, tantas
Quanto, quantos, quanta, quantas
Qualquer, quaisquer
32
33. Pronomes interrogativos
Evidentemente, só são utilizados em__________________________.
Que, quem, qual, quanto, quantos, quanta, quantas
Pronomes relativos
Variáveis
Invariáveis
Masculinos Femininos
O qual, os quais A qual, as quais Que
Cujo, cujos Cuja, cujas Quem
Quanto, quantos Quanta, quantas Onde
33
34. O meu guri
Chico Buarque
Quando, seu moço
Nasceu meu rebento Chega no morro
Não era o momento Com carregamento
Dele rebentar Pulseira, cimento
Já foi nascendo Relógio, pneu, gravador
Com cara de fome Rezo até ele chegar
E eu não tinha nem nome Cá no alto
Prá lhe dar Essa onda de assaltos
Como fui levando Tá um horror
Não sei lhe explicar Eu consolo ele
Fui assim levando Ele me consola
Ele a me levar Boto ele no colo
E na sua meninice Prá ele me ninar
Ele um dia me disse De repente acordo
Que chegava lá Olho pro lado
Olha aí! Olha aí! E o danado já foi trabalhar
Olha aí! Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí! Olha aí!
Olha aí! Ai o meu guri, olha aí!
É o meu guri e ele chega! Olha aí!
Chega suado É o meu guri e ele chega!
E veloz do batente Chega estampado
Traz sempre um presente Manchete, retrato
Prá me encabular Com venda nos olhos
Tanta corrente de ouro Legenda e as iniciais
Seu moço! Eu não entendo essa gente
Que haja pescoço Seu moço!
Prá enfiar Fazendo alvoroço demais
Me trouxe uma bolsa O guri no mato
Já com tudo dentro Acho que tá rindo
Chave, caderneta Acho que tá lindo
Terço e patuá De papo pro ar
Um lenço e uma penca Desde o começo eu não disse
De documentos Seu moço!
Prá finalmente Ele disse que chegava lá
Eu me identificar Olha aí! Olha aí!
Olha aí! Olha aí!
Olha aí! Ai o meu guri, olha aí
Ai o meu guri, olha aí! Olha aí!
Olha aí! E o meu guri!...(3x)
É o meu guri e ele chega!
http://letras.terra.com.br/chico-buarque/66513/
34
40. Pense, fale, compre, beba Cala a boca e me beija
Leia, vote, não se esqueça Cala a boca e me beija
Use, seja, ouça, diga Eu só quero pedir
Tenha, more, gaste e viva Faça o que você quiser
Pense, fale, compre, beba Mas cala a boca e me
Leia, vote, não se esqueça beija
Use, seja, ouça, diga...
Cala a boca e me beija
Admirável Chip Novo
Carlos e Jader
Pitty
Feche a porta da Venha me beijar Deixa eu te amar
direita com muito Meu doce vampiroooo Faz de conta que sou o
cuidado que eu não
Ou ouuuuu primeiro
estou disposto a ficar
exposto ao sol, vá Na luz do luar Na beleza desse teu olhar
perguntar ao seu Ãh ahãããããh Eu quero estar o tempo
freguês do lado qual Venha sugar o calor inteiro
foi o resultado do De dentro do meu
fute..bol Deixa eu te amar
sangue...vermelhoooo!
Conversa de Botequim
Doce Vampiro Agepê
Noel Rosa
Rita Lee
Chega pra ca meu bem que Refrão: Libera geral, libera Chora, me liga,
eu vou te ensinar a nova geral, libera geral (então implora meu beijo de
dança do Estado do Pará, libera). Libera geral, libera novo.
é o calypso que chegou para geral, libera geral (então Me pede socorro,
ficar. Nesse swing você libera) quem sabe eu vou te
também vai entrar . Libera a tua boca pra sorrir salvar.
Mexa o pezinho e vá O melhor remédio pro tédio é Chora, me liga,
soltando todo o corpo de se divertir. Livre-se do implora pelo meu
vez , depois me abraça com passado que viveu pra ficar
carinho e a gente pode
amor.
também de bem com a vida Pede por favor.
fazer tudo outra vez como eu (libera).
fique à vontade pra rodar e Quem sabe um dia eu
Dane-se tudo que te sufocar
pra girar no salão e essa volto a te procurar
Tudo aquilo que te impede de
dança é pra mexer com vc e poder voar
com o seu coração. Chora, me liga
Refrão
Não para não vem cá me João Bosco e Vinícius
Libera sobre tudo o coração
dá a tua mão, quero que
Não despreze nunca a força
sinta toda essa emoção
da intuição, libera o corpo
cavalo manco agora eu
pra poder sentir os desejos,
vou te ensinar .
as vontades, o que pedir
Isse e muito mais você só
(libera)
vai encontrar no Pará
Canta mais alto, mostra tua
voz. O que importa o que os
Dançando Calypso
outros vão pensar de nós
Banda Calypso
Refrão
Libera Geral
Xuxa
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43. TEXTO
Você sabe qual o conceito?
Alfredina Nery*
Especial para a Página Pedagogia e Comunicação
Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu
conceito? Para entendê-lo, pense nas duas seguintes situações:
1 - Você foi visitar um amigo que está hospitalizado e, pelos corredores, você vê
placas com a palavra "Silêncio".
2 - Você está andando por uma rua, a pé, e vê um pedaço de papel, jogado no
chão, onde está escrito "Ouro".
Em qual das situações uma única palavra pode constituir um texto?
Na situação 1, a palavra "Silêncio" está dentro de um contexto significativo por
meio do qual as pessoas interagem: você, como leitor das placas, e os
administradores do hospital, que têm a intenção de comunicar a necessidade de
haver silêncio naquele ambiente. Assim, a palavra "Silêncio" é um texto.
Na situação 2, a palavra "Ouro" não é um texto. É apenas um pedaço de papel
encontrado na rua por alguém. A palavra "Ouro", na circunstância em que está,
quer dizer o quê? Não há como saber.
Mas e se a palavra "Ouro" estiver escrita em um cartaz pendurado nas costas de
um daqueles homens que ficam nas esquinas do centro das cidades grandes que
anunciam a compra de ouro? Aí sim, nessa situação, a palavra "Ouro" constitui um
texto, porque se encontra num contexto significativo em que alguém quer dizer
algo para outra pessoa (no caso, vender/comprar ouro) e, então anuncia isso.
Texto é, então, uma sequência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um
todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma
determinada situação.
O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto
maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto
significativo para existir.
Constituindo sentidos
Agora, leia o texto a seguir de modo a aprofundar ainda mais o conceito de
"texto".
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44. Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água,
espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água
fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras,
calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta,
chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa,
cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta,
carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone,
agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de
entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja,
xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas,
vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete,
cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel,
caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro,
giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos,
talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova
de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel,
cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e
papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e
papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta.
Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo,
revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras,
cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e
fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma,
água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
(Ricardo Ramos)
Você considera que em "Circuito fechado" há apenas uma série de palavras soltas?
Ou se trata de um texto? Por quê?
Na verdade, trata-se de um texto. Apesar de haver palavras, aparentemente, sem
relação, numa primeira leitura, é possível dizer, depois de outra leitura mais
atenta, que há uma articulação entre elas.
Vamos pensar mais sobre isso... Em "Circuito fechado" há, quase que
exclusivamente, substantivos (nomes de entidades cognitivas e/ou culturais, como
"homem", "livro", "inteligência" ou palavras que designam ou nomeiam os seres e
as coisas).
Verifique que pela escolha dos substantivos e pela sequência em que são usados,
o leitor pode ir descobrindo um significado implícito, um elemento que as une e
relaciona, formando o texto.
Podemos dizer que este texto se refere a um dia na vida de um homem comum.
Quais palavras e que sequência nos indicam isso?
Note que no início do texto, há substantivos relacionados a hábitos rotineiros,
como levantar, ir ao banheiro, lavar o rosto, escovar dentes, fazer barba (para os
homens), tomar banho, vestir-se e tomar café da manhã.
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45. “Chinelos, vaso, descarga. Pia. Sabonete. Água. Escova, creme dental, água,
espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete,
água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa,
abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis,
documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de
fósforos.”
Já no final do texto, há o voltar para casa, comer, ler livro, ver televisão, fumar,
tirar a roupa, tomar banho/escovar dentes, colocar pijama e dormir.
“Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo,
revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos.
Xícaras, cigarro e fósforos. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona.
Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama,
espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.”
Descobrimos que a personagem é um homem também pela escolha dos
substantivos. Parece que sua profissão pode estar relacionada à publicidade.
“Creme de barbear, pincel, espuma, gilete [...] cueca, camisa, abotoadura,
calça, meia, sapatos, gravata, paletó [...] Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro,
papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula,
pastas, caixas de entrada, de saída [...] Papéis, telefone, relatórios, cartas,
notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes [...] Mesa, cavalete, cinzeiros,
cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta,
projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz,
papel.”
Também ficamos sabendo que na casa da personagem há quadros, pois o
narrador usa a palavra duas vezes: no momento do café e na volta para casa. No
escritório há "Relógio". Escolha intencional do autor, talvez para relacionar relógio
e trabalho, trabalho e rotina.
Depreendemos que o homem é um grande fumante, basicamente, pelo número de
vezes em que o narrador fala desse hábito, em vários momentos do dia da
personagem: 14 vezes. Além disso, é interessante notar como há sempre a
referência à dupla "cigarro e fósforo".
A palavra que explicita o início da ação do homem, ou da atuação da personagem,
num dia de sua rotina é "chinelos", usada no início do texto para mostrar o
momento do acordar/levantar e depois a hora de dormir.
Há também uma marcação de mudança de espaço, por meio dos termos "carro",
usado como que mostrando o horário de sair de manhã e a volta para casa, à
noite. No meio do texto há também o uso de um "táxi", provavelmente uma saída
do trabalho: um almoço? Um jantar? Uma visita a um cliente?
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46. Enfim, "Circuito fechado" é uma crônica - um texto narrativo curto, cujo tema é o
cotidiano e que leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente substantivos,
o autor produziu um texto que termina onde começou. Essa estrutura circular tem
relação com o título ("Circuito fechado") e com os dias atuais? Sem dúvida
nenhuma, podemos compreender suas relações, não é mesmo? O cotidiano
repete-se, fecha-se em si mesmo a cada dia. Rotinas...
http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u10.jhtm Acesso em 16/7/2010
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47. Intertextualidade
A intertextualidade é uma forma de diálogo entre textos, que pode se dar de forma mais
implícita ou mais explícita e em diversos gêneros textuais.
O intertexto serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como este
interfere no nível de compreensão do texto. Ao relacionar um texto com outro, o leitor entenderá que
a intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a construção dos mesmos.
No caso específico do anúncio publicitário, por exemplo, o intertexto, quando usado, é uma
forma diferente de persuasão, com o objetivo de levar o leitor a consumir um produto e também
difundir a cultura.
http://drikamil-adriana.blogspot.com/2009/03/o-que-e-intertextualidade_4117.html
Intertextualidade
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Grosso modo, pode-se definir a intertextualidade como sendo um "diálogo" entre textos. Esse
diálogo pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação e o
reconhecimento de remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos. Dependendo da
situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/contextos em que ela
é inserida.
Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo",
que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,não se restringindo única e
exclusivamente a textos literários.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intertextualidade
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48. Soneto de Luís de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Monte Castelo
Legião Urbana
Ainda que eu falasse É um não contentar-se
A língua dos homens De contente
E falasse a língua dos anjos É cuidar que se ganha
Sem amor, eu nada seria... Em se perder...
É só o amor, é só o amor É um estar-se preso
Que conhece o que é verdade Por vontade
O amor é bom, não quer o mal É servir a quem vence
Não sente inveja O vencedor
Ou se envaidece... É um ter com quem nos mata
O amor é o fogo A lealdade
Que arde sem se ver Tão contrário a si
É ferida que dói É o mesmo amor...
E não se sente Estou acordado
É um contentamento E todos dormem, todos dormem
Descontente Todos dormem
É dor que desatina sem doer... Agora vejo em parte
Ainda que eu falasse Mas então veremos face a face
A língua dos homens É só o amor, é só o amor
E falasse a língua dos anjos Que conhece o que é verdade...
Sem amor, eu nada seria... Ainda que eu falasse
É um não querer A língua dos homens
Mais que bem querer E falasse a língua dos anjos
É solitário andar Sem amor, eu nada seria...
Por entre a gente
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49. 1 Coríntios 13, 1-13
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o
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metal que soa ou como o sino que retine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e
2 ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse
amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
3 entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me
aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade,
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não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita
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mal;
6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
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cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como
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menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora
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conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o
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amor.
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54. Referências
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Cia Editora Nacional, 46
edição, 1 reimpressão, São Paulo, 2005. P. 170 e 171
TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. São Paulo, Scipione, 1988.
Revista Nova Escola – março/2010, p.20
http://dragoscopio.blogspot.com/2006/03/o-dirio-de-ado.html
http://drikamil-adriana.blogspot.com/2009/03/o-que-e-intertextualidade_4117.html
http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u10.jhtm Acesso em 16/7/2010
http://letras.terra.com.br/chico-buarque/66513/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artigo_(gram%C3%A1tica)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantiga_da_Ribeirinha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intertextualidade
http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/1610892
(mais de 12 sites citam trechos deste texto ou a sua íntegra)
http://www.brasilescola.com/gramatica/adjetivo-locucoes-adjetivas.htm
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva/gramatica004.asp
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