O documento descreve um projeto de professores de português que tem como objetivo utilizar músicas e textos para promover discussões sobre denúncias sociais em aulas de português. O projeto conta com contatos em sites e redes sociais e apresenta letras de músicas e poemas para serem analisados.
1. PROJETO
BASE ARTÍSTICA E REFLEXIVA
PROFESSORES: JÉSSICA DOS ANJOS, JOSIELIO MARINHO, MILÊNA DAFANNI,
PÂMELA MELO E RAABE QUEIROZ.
MÓDULO II
AS AULAS DE PORTUGUÊS NO RITMO DA
DENUNCIA SOCIAL.
ALUNO(A):________________________________________________________ ________
2. Contatos do projeto:
http://pibidbar.blogspot.com.br/
http://www.facebook.com/ProjetoBar
Admirável chip novo ²
(Pitty)
Pane no sistema alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente, eu sei o
que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim
senhor
Admirável chip novo - Pitty
Pane no sistema alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que
vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more,gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim
senhor
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que
vão fazer:
Reinstalar o sistema
__________________________________
3. ² http://www.vagalume.com.br/pitty/admiravel- chip-novo.htm
Rodo Cotidiano ³
(Rappa)
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
A ideia lá
comia solta
subia a manga
amarrotada social
no calor alumínio
não tinha caneta nem papel
e uma ideia fugia
era o rodo cotidiano
era o Rodo cotidiano
0 espaço é curto
quase um curral
na mochila amassada
uma quentinha abafada
meu troco é pouco (x2)
é quase nada
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Não se anda por onde gosta
mas por aqui nao tem jeito todo mundo se
encosta
ela some ela no ralo de gente
ela é linda
mas não tem nome
é comum e é normal
Sou mais um no Brasil da Central
Da minhoca de metal
que corta as ruas
da minhoca de metal
como um Concorde apressado
cheio de força
voa, voa pesado que o ar
e o avião, o avião, avião
do trabalhador
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
0 espaço é curto
quase um curral
na mochila amassada
uma vidinha abafada
meu troco é pouco (x2)
é quase nada
Não se anda por onde gosta
mas por aqui não tem jeito todo mundo se
encosta
ela some ela no ralo de gente
ela é linda
4. mas não tem nome
é comum e é normal
Sou mais um no Brasil da Central
Da minhoca de metal
que corta as ruas
da minhoca de metal que entorta as ruas
como um Concorde apressado
cheio de força
Voa, voa pesado que o ar
e o avião, o avião, avião
do trabalhador
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother 3x
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Ô Ô Ô Ô Ô My Brother
Rap Denuncia 4
(Rapaziada MC's)
Ae ladrão, vem que vem,
Vem com nóis na missão
Fala da realidade
Sem ter medo de prisão
Voz de assalto
Pra que?
Se nóis tem voz pra canta
rap
Rap nacional,
É assim que nóis segue
Não cantamo porcaria
Estilo hungria e mag
Falamo da realidade
Esse é o rap
Falamo do tiozinho
Catando papelão
Fazendo a correria
Pra compra o pão
Falamo dos playboy
Que só sabe ostenta
Das mina interesseira
Que com eles que ta
Falamo do amor
Da realidade
O rap tem seu valor
Trutão, na humildade
Então tamo aqui
Fazendo esse rap
Pra você ouvir
Então lembra e nunca
esquece
Que o rap tem seu valor
Na batalha o sofredor
Memo tamo na guerra
Não esquece do amor
Do amor da sua familia
Do amor de seus amigos
Do amor da sua mina
Dos loko e dos primo
O rap é assim, fala da
realidade
Sem ter medo de cair
Nois segue com lealdade
Policia embaça
Pede pra nóis para
Mais nós ignoramos
Nós vamos continuar
Porque assim que é o rap
Assim que tem que ser
Driblando as armadilhas
Tanto eu quanto você
Apologia ao crime
Falam que nós fazemos
Incentivamo a morte
E o sangue escorrendo
Olha bem playboy
Compara seu olerite
Com do pobre
Que não tem nem o do dia
seguinte
Isso sim é apologia
Desigualdade social
Desses politico
Vadio e imoral
5. Que só sabe roba
Passa a mão no que é do
outro
Foi aí que eu descobri
O porque de tanto imposto
O porque da corrupção
O porque da ladruage
E esses vadio
Sai só, na vantage
Policia sai bantendo
Dando porrada
Em mano que tá queto
Sem faze nada
Policia corrupta
Só para por propina
Quero ver lembrar disso
Quando passa pela esquina
Do unibanco
Com a rua da fome
Os pm tão ali
Pra canetia os home
Dano multa em todo
Pra junta dinheiro
Pra esse governo
Que todo mundo tem
desprêzo
O rap denuncia
Não faz apologia
Citamo a realidade
Do dia-a-dia
Morde o calcanhar
Do presidente
Que prende por apologia
Um inocente
Discontam do meu salário
Vai tudo pro bolso
Desses maldito salafrário
O rap denuncia
Não faz apologia
Citamo a realidade
Do dia-a-adia
Charges
6.
7. Poema
Canção do Exílio 5
(Gonçalves Dias)
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
8. Paráfrase:
Meu país tinha palmeiras,
Lá cantava o Sabiá;
Que hoje quase não canta
Porque poucos deles há.
Nosso céu, tem sim, estrelas,
Mas, nas várzeas não há flores,
Nossos bosques têm queimadas,
Há mais ódio e desamores.
Ao deitar, todas as noites,
A lembrar ponho-me cá;
Daquelas lindas palmeiras,
Do canto do Sabiá.
Meu país tinha primores,
Mas já não os vejo cá.
Ao lembrar –sozinho, à noite-
Quanta tristeza me dá!
Onde estão minhas palmeiras,
Onde anda o Sabiá?
Permita-me, Deus que eu morra,
Sem que tenha de ver cá;
Mais depredação das matas
E a extinção do Sabiá,
Destas matas brasileiras
Qu’igual no mundo não há.
(Mario Quintana)
Paródia
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Minha terra tem relógios,
Cada qual com sua hora
Nos mais diversos instantes...
Mas onde o instante de agora?
Mas onde a palavra "onde"?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus da minha terra
Eu canto a Canção do Exílio!
9. Antes de sairde casa, escolhaa língua portuguesa que você vai vestir!
Você já parou para pensar que saber usar a língua portuguesa é como saber vestir a
roupa adequada para uma ocasião específica?
Hein?! Como assim??Imagine uma pessoa, entrando numa igreja para assistir a uma
cerimônia de casamento, usando roupas de banho como se estivesse na praia… Estranho, não?
Agora, imagine uma pessoa preparada para esquiar, com todos aqueles equipamentos e roupas
de frio, entrando no mar para aproveitar um dia ensolarado na praia!
Ambas as situações nos causam estranheza pelo fato desses personagens estarem
vestindo roupas inadequadas para as ocasiões em que se encontram. O mesmo ocorre com o
uso da língua portuguesa. Podemos dizer que o português tem duas formas, uma coloquial,
informal, e outra formal.
Quando crianças, geralmente, aprendemos com nossos familiares a língua portuguesa
informal, considerada “incorreta”. Já, quando vamos à escola, a professora nos ensina a língua
portuguesa formal, culta, considerada gramaticalmente “correta”.Na verdade, não se trata de
língua “correta” ou “incorreta”. Trata-se de língua em situação formal ou informal de uso.
Quando estamos em casa ou entre amigos, não há problema em usarmos a modalidade
informal. Logo, as frases “pra mim fazer” e “os caderno está na gaveta” podem ser ditas sem
problemas. Mas, quando estamos no trabalho ou em situações que pedem formalidade, não
podemos usar a modalidade informal, mas, necessariamente, a formal, a gramaticalmente
“correta”.
Imagine-se participando de uma palestra com o maior conhecedor de informática. Ele
usa um terno de um estilista famoso e tem uma caneta Mont Blanc na mão. Todos os
participantes estão maravilhados com a apresentação pessoal do palestrante. Provavelmente,
alguns estão pensando “a palestra vai ser muito boa.” E, ainda, para auxiliar sua apresentação,
o sujeito faz uso do melhor equipamento, do mais caro. Então, ele diz:
“Bom dia! Estou aqui pra mostrá procêis uma nova tecnologia que a gente
desenvolvemos. Mas, pra nóis quebrá o gelo, seria bom a gente fazermos uma apresentação
breve. Cada um fala nome, cidade…”
Com certeza, a caneta Mont Blanc e o terno caríssimo caem por terra. Será mesmo que
um cara que fala desse jeito entende do assunto que vai falar? O que você pensaria se
estivesse assistindo essa palestra?
Lembre-se: fazer uso da norma culta é muito importante se você quer ter credibilidade
no que diz e no que faz. E usar a norma culta compreende tanto a fala quanto a escrita. Antes
10. de sair de casa, não se esqueça de “vestir” a modalidade (formal ou informal) que melhor se
encaixará em suas atividades!
A língua portuguesa no mercado de trabalho
De cada dez pessoas que passam por uma entrevista de trabalho, sete são reprovadas
porque falam e escrevem errado, segundo as agências de empregos. Esta é uma curiosa e
assustadora estatística apresentada em uma reportagem do Jornal Hoje (30/10/2006).
A reportagem mostra que as empresas têm exigido o domínio da língua portuguesa,
tanto na fala, como na escrita. Para isso, elas realizam testes de português, que são
eliminatórios. Os resultados são altos índices de reprovação: “62% dos candidatos de nível
médio e 45% dos candidatos de nível superior não conseguem passar porque têm pouco
vocabulário, não compreendem o texto e demonstram falta de leitura”.
Entre os erros gramaticais mais comuns estão a concordância verbal (‘fazem cinco
anos’); o gerundismo (‘vamos estar fazendo’); as gírias(‘dar uns toques’); os lugares comuns
(‘a nível de Brasil’, ‘fechar com chave de ouro’); a pontuação e a acentuação.
A propagação desses erros normalmente acontece através da repetição. Uma pessoa
fala errado, a outra retransmite o que ouviu, tornando-se um círculo vicioso. É o caso do
gerundismo, que surgiu de uma tradução mal feita do inglês e que foi implantado inicialmente
pelas empresas de telemarketing, tornando-se um fenômeno linguístico irritante para os
ouvidos. Como falar bem o português é uma exigência hoje em qualquer função, não
podemos fugir dessa questão. A dica mais simples é a leitura. É lendo que se aumenta o
vocabulário e se evita erros. Com relação aos diálogos, é indicado falar pausadamente,
tomando cuidado com as palavras.
11. PRECONCEITO
Quem planta preconceito
Racismo, indiferença
Não pode reclamar da
violência
Quem planta preconceito
Racismo, indiferença
Não pode reclamar da
violência
Quem planta preconceito
Racismo, indiferença
Não pode reclamar da
violência
Quem planta preconceito
Racismo, indiferença
Não pode reclamar
Lembra da criança
No sinal pedindo esmola?
Não é problema meu
Fecho o vidro
Vou embora
Lembra aquele banco
Ainda era de dia
Tem preto lá na porta
Avisem a polícia
E os milhões e milhões
Que roubaram do povo
Se foi político ou doutor
Serão soltos de novo
Ooooooooooooh!
Quem planta preconceito
Racismo, indiferença
Não pode reclamar da
violência
Quem planta preconceito
Impunidade, indiferença
Não pode reclamar da
violência
Quem planta preconceito
Racismo, indiferença
Não pode reclamar da
violência
Quem planta preconceito
Impunidade, indiferença
Não pode reclamar
-"Ainda há muito
O que aprender
Com África Bambata
E Salassiê
Com Bob Marley e Chuck
D
O reggae, o hip hop
Às vezes não é esse
12. Que está aí
Sequela a violência
Entrando pelo rádio
Pela tela
E você só sente quando
falta
O rango na panela
Nunca aprende
Só se prende, não se
defende
Se acorrenta, toma o mal
Traga o mal, experimenta
Por isso ainda há muito
O que aprender
Com África Bambata
E Salassiê
Com Bob Marley e Chuck
D
O reggae, o hip hop pode
ser
O que se expressa aqui
Jamaica
O ritmo no podium sua
marca
Várias medalhas
Vários ouros, zero prata
E no bater da lata
Decreto morte é o gravata
E no bater das palmas
Viva a cultura rasta"
Crianças não nascem más
Crianças não nascem
racistas
Crianças não nascem más
Aprendem o que
A gente ensina
-"Por isso ainda há muito
O que aprender
Com África Bambata
E Salassiê
Com Bob Marley e Chuck
D
Todo dia algo diferente
Que não percebi
E na lição um novo
Dever de casa
Mais brasa na fogueira
E o comédia vaza
A moda acaba
A gravadora trai
E o fã já não
Te admira mais
Ainda há muito
O que aprender
Lado a lado, aliados
Natiruts, GOG
O DF, o cerrado
Um cenário descreve
Do Riacho a Ceilândia
Cansei de ver
A repressão policial
A criança sem presente
De natal
O parceiro se rendendo ao
mal
Quem planta a violência
Colhe ódio no final"
Ciranda da bailarina
(Chico Buarque)
Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem
13. Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem...
14. Denúncia social em vários ritmos
Racismo é burrice
Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do
seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e
você não?
O quê que importa se ele é preto e você é
branco
Neste Brasil corrupção
pontapé bundão
puto saco de mau cheiro
do Acre ao Rio de Janeiro
Neste país de manda-chuvas
cheio de mãos e luvas
tem sempre alguém se dando bem
15. Pescadorde ilusões
(Gabriel, o pensador)
Se meus joelhos não doessem mais
Diante de um bom motivo
Que me traga fé, que me traga fé
Se por alguns segundos eu observar
E só observar
A isca e o anzol, a isca e o anzol
A isca e o anzol, a isca e o anzol
Ainda assim estarei pronto pra comemorar
Se eu me tornar menos faminto
Que curioso, que curioso
O mar escuro trará o medo lado a lado
Com os corais mais coloridos
Valeu a pena, eh eh
Valeu a pena, eh eh
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões
Se eu ousar catar
Na superfície de qualquer manhã
As palavras de um livro sem final
Sem final, sem final, sem final, final.
ANEXOS
Tirinha 1 - Mafalda