1. Política Industrial & Inovação
1
Prof. Jackson De Toni1
Jackson De Toni
jackson.detoni@gmail.com
Fevereiro de 2016
A Política Industrial
(1ª PARTE)
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Roteiro da Apresentação
1. Um pouco de história, as origens da indústria
brasileira
2. O período de industrialização acelerada
3. A política industrial do regime militar, os PNDs
4. A crise depois do “milagre” econômico
5. Os planos econômicos no tempo da
redemocratização
6. O que é uma política industrial ?
7. O que é uma política pública ?
8. A política industrial recente de FHC a Dilma
2. Política Industrial & Inovação
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O CAFÉ: A BASE PARA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
A atividade cafeicultora cria bases para o processo industrial
no Brasil:
• Mão de obra assalariada potencialmente qualificada
• Criação de um mercado consumidor
• Estimulou o crescimento urbano e a formação de
uma classe média urbana
• Acúmulo de capitais
• Excedente de infra estrutura de transporte
• Fatores concentrados na região sudeste
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Infraestrutura deixada pelo café
• Sistemas ferroviário e
hidroviários
• Capital: deixaram de
investir no café
• Mercado consumidor
• Mão de obra:
imigrantes,
principalmente italianos
• Energia elétrica; muitos
rios de planaltos
5. Política Industrial & Inovação
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O que diz Celso Furtado ?
• Revolução de 1930: perda da hegemonia política pela burguesia cafeeira
• A Grande Depressão só precipitou a crise
• No período de 1925 -1929: produção aumenta quase 100%, com as
exportações estáveis de dois terços de todo o café
• Preservação da renda dos cafeicultores: desvalorização cambial (1 dolar
vale mais reais = exportador ganha mais!), PORÉM gera alta dos preços de
importação = inflação interna !
• A compra desses excedentes foi financiada por impostos sobre a
exportação de café e pela pura e simples expansão do crédito (inflacão)
• O financiamento público da compra dos excedentes e sua destruição
anteciparam outras intervenções estatais, com o objetivo de manutenção
do nível de emprego e da demanda agregada
• Redução das importações: 60%, taxa de importações/PIB baixou de 14%
para 8% => procura passou a ser atendida pela oferta interna.
• A demanda interna = elemento dinâmico = substituição de importações
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Industrialização “restringida”... fatores históricos e estruturais
1) Histórico de colônia
2) Economia agro exportadora
3) Elite agrícola
4) Mão de obra escrava
Pacto colonial
Impossibilidade de modernização
Economia baseada em produtos agrícolas
Cana, borracha, drogas do sertão, charque e café
Política para manutenção da hegemonia
Ausência de um mercado consumidor
Mão de obra qualificada para o trabalho industrial
6. Política Industrial & Inovação
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• Em 1941, Vargas conseguiu tecnologia e
financiamento dos estados unidos para a
construção da Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN), em Volta Redonda, Rio de Janeiro
• A criação, em 1942, da Companhia Vale do Rio
Doce (CVRD), para explorar e exportar minério
de ferro de Minas Gerais
• O novo governo Vargas inaugurou, em 1951, a
Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Usina
de Paulo Afonso) e, em 1953, a Petróleo
Brasileiro S.A. (Petrobras)
• Em 1º de maio de 1943, o presidente Getulio
Vargas decretou a consolidação das leis do
trabalho, a CLT
Mercado interno é o drive !
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Primeiro poço produtor de
petróleo no Brasil.
Lobato, BA, agosto de 1938.
Visita do Presidente Getúlio Vargas a
Refinaria Landulpho Alves (RLAM).
7. Política Industrial & Inovação
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Inauguração da
Companhia
Siderúrgica Nacional
CSN
Petróleo jorrando
na Bahia, 1950
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Cartão Postal editado pelo DIP
(Departamento de Imprensa e Propaganda),
sobre a Usina de Volta Redonda.
Construção da Companhia Siderúrgica Nacional,
em Volta Redonda.
8. Política Industrial & Inovação
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...a empresa Ford decide em 1919 trazer a empresa
ao Brasil. O próprio Henry Ford sentencia: “O
automóvel está destinado a fazer do Brasil uma
grande nação”...
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General Motors
Em 1925 – montadora no
bairro Ipiranga / SP
dois anos depois, a
companhia inicia a
construção da fábrica de
São Caetano do Sul,
sendo a primeira grande
fábrica na região.
9. Política Industrial & Inovação
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Planoseconômicos
• Relatório Simonsen (1944-45), Missão Cooke (1942-43),
Missão Abbink (1948), Comissão Mista Brasil-EUA (1951-53)
e Plano SALTE (1946).
• Plano de Metas (1956 - 1960)
• Plano Trienal de Desenv. Econ. e Social (1963)
• Plano de Ação Econômica do Governo (1964 – 1967)
• I PND, do milagre à crise. (1968 –1973)
• II PND – fim de um ciclo (1974 – 1977)
• III PND - recessão e estagnação (1980 - 1985)
• Plano Cruzado (1986)
• Plano Bresser (junho/1987)
• Plano Verão (janeiro de 1989)
• Plano Collor (março de 1990)
• Plano Real (1994 -1999)
10. Política Industrial & Inovação
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O Plano de Metas (1956 – 1960)
32
78
62
60
138
76
23
82
%
13Ferrovias (mil km.)
133170Carros e Caminhões (mil un.)
8701400Cimento (mil ton.)
6501100Aço (1000 ton.)
1713Rodovias – construção (mil km)
7596Petróleo – produção (mil barris)
2301000Carvão (1000 ton.)
16502000Energia elétrica (1000 kv)
RealizadoPrevisãoMeta
O Plano de Metas foi a primeira experiência bem sucedida de
planejamento estatal, elaborado pelo grupo BNDE-CEPAL, tinha 31
metas trabalhadas por Grupos Executivos e centrado na associação
do setor estatal com o capital estrangeiro.
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O Presidente Juscelino Kubitschek apresenta ao país
o Plano de Metas.
11. Política Industrial & Inovação
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Inauguração da Volkswagen
JK dirige o L-312, primeiro caminhão
da Mercedes-Benz no Brasil em 56
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• Atração de capital estrangeiro
• Estímulo ao capital nacional
• Indústria de bens de consumo duráreis
• Ampliação dos serviços de infraestruturas
• Transporte e fornecimento de energia
elétrica
• Diversificação da economia nacional
• Criação do G.E.I.A - Grupo Executivo da
Indústria Automobilística
Nacionalismo – Vargas
Desenvolvimentismo - JK
12. Política Industrial & Inovação
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E o agronegócio ?
• Processos críticos: formalização e mecanização
• Custo de produção mais baixo: clima favorável,
disponibilidade de terras e a Embrapa
• A principal fraqueza: infraestrutura logística
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Fonte: USDA, FAO, IBGE.
Área
8,5 milhões km2
(5º maior)
População
(2014)
202 milhões
PIB (2013)
US$ 2,24 Trilhões
(7ª maior)
Liderança do Brasil no Ranking Mundial - 2014
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31%
Distribuição
A importância do Agronegócio para o Brasil
Fontes: CEPEA/USP, CNA, GAF 2014, IPEA, MAPA e MDIC. Elaboração: GV Agro
22,5% (R$ 1,09 tri)
30% 41% (R$ 99,9 bi)
Empregos (2013) Exportações (2013)
12%
Insumos
29%
Agro-
pecuária
28%
Agro-
indústria
Distribuição do PIB no Sistema Agroindustrial
PIB (2013)
Outros Setores
Outros Setores Outros Setores
14. Política Industrial & Inovação
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O Brasil possui 30% das áreas cultiváveis adicionais
globalmente Bilhões de acres, %
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Plano Trienal de Desenv. Econ. e Social (1963)
• Meta de taxa anual de crescimento de 7% com prioridade para educação,
pesquisa científica, tecnológica e de saúde pública.
• Estratégia baseada na elevação da carga fiscal, redução do dispêndio
público, captação de recursos no mercado de capitais, recursos
monetários.
• Restrições ao capital estrangeiro e reformas de base (reforma agrária).
• Tentava conciliar objetivos de crescimento, repartição e estabilidade que
eram conflitantes.
• Os objetivos do plano fracassaram pelo aumento da inflação (73% ao ano),
aumento do déficit público e taxa de crescimento do PIB da ordem de
1,6%.
• O golpe militar de 1964 interrompe o quadro institucional do governo
João Goulart.
15. Política Industrial & Inovação
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O Plano de Ação Econômica do Governo (1964 – 1967)
• Origens: crise cíclica de esgotamento dos investimentos
anteriores (Tavares & Serra), instabilidade política do
período anterior (Simonsen), acirramento da disputa
pelo excedente econômico entre capital e trabalho
(Oliveira, Singer) + caráter recessivo do Plano Trienal
(Celso Furtado) apresentado em 1962.
• Elaborado pelo Ministério do Planejamento (Roberto
Campos).
• Objetivos: acelerar o ritmo do desenvolvimento
econômico, conter o processo inflacionário, atenuar os
desequilíbrios regionais, aumentar o investimento
externo e corrigir o déficit (impactos do PSI).
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16. Política Industrial & Inovação
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O Plano de Ação Econômica do Governo (1964 – 1967)
• Medidas de combate à inflação: redução do déficit
público via reforma tributária e aumento de tarifas
públicas, redução de salários públicos, restrição do
crédito, contenção da demanda (arrocho salarial). A
inflação caiu de 90% em 1964 para 20% em 1967.
Políticas de “stop and go”.
• As reformas institucionais: Reforma Tributária (introduz
a correção monetária), cria o IPI, ICM tipo “valor
adicionado”, redefine as competências tributárias, cria
fundos parafiscais (FGTS, PIS), política de “realismo
tarifário” no setor público, cria BNH, reforma Mercado
de Capitais e cria CACEX.
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O I PND, do milagre à crise 1 (1968 –1973)
• Crescimento médio do PIB de 11% ao ano !
• Criação de 231 empresas estatais e política de recuperação
tarifária
• Expansão da construção civil estimulada pelo BNH/SFH
• Grande endividamento externo financiando investimentos:
a dívida pula de US$ 3,7 bi em 1968 para US$ 12,6 bi em
1973
• A inflação é associada aos custos e ociosidade produtiva,
não mais à pressões da demanda
• Medidas principais: expansão do crédito e da moeda,
aumento da abertura comercial externa, financiamento
externo
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O I PND, do milagre à crise! (1968 –1973)
Críticas:
• Agravamento das condições sociais pela concentração da
renda (“teoria do bolo” de Delfim Netto)
• Perda de valor real dos salários: em 1972, 75,3% dos
assalariados recebiam até dois salários mínimos
• Ressurgimento da inflação
• Intervenção pesada do Estado: 50% dos investimentos
foram estatais
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18. Política Industrial & Inovação
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II PND – fim de um ciclo (1974 – 1977)
• Origens: inflação crescente (1974:15,5%, 1979: 77,2%),
déficit comercial de US$ 6,5 bilhões, desajustes estruturais
no setor de bens de capital
• A derrota eleitoral da ARENA em 1974 impediu a ajuste
ortodoxo para se ajustar ao choque externo
• Prioridades: setor de bens de capital, insumos básicos e
bens intermediários
• Os investimentos públicos provocariam demanda derivada
no setor público: incentivos fiscais (IPI e II), depreciação
acelerada, reserva de mercado na informática
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19. Política Industrial & Inovação
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II PND – fim de um ciclo (1974 – 1977)
• Metas (exemplos): passar de 7 ton/ano de aço em
1974 para 18 ton/ano em 1980, triplicar a produção de
alumínio, diminuir o peso das importações de bens de
capital
• Financiamento: empréstimos externos (estatização da
dívida), reciclagem dos petrodólares (juros baixos e
taxas flutuantes)
• Limites: ambição da mudança estrutural do setor de
bens de capital, oposição interna ao regime (política e
econômica)
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Explicações para a industrialização
W. Suzigan
1. “Teoria dos choques adversos”: crises no setor exportador,
guerras, crises econômicas internacionais - aumenta os preços
relativos das importações e/ou impõe dificuldades internas à
importação; políticas econômicas expansionistas, Celso
Furtado (1963) e Maria da Conceição Tavares (1972)
2. “Industrialização liderada pela expansão das exportações”:
indústria desenvolve-se durante períodos de bom desempenho
exportador e retarda-se com há uma crise desse mesmo setor
3. “Industrialização intencionalmente promovida por políticas
governamentais”: proteção tarifária, cambial e da concessão
de incentivos e subsídios
20. Política Industrial & Inovação
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III PND - recessão e estagnação (1980 - 1985)
• Objetivos: reequilíbrio das contas cambiais e controle da inflação.
• Estratégia: aumento da taxa de juros e contenção da despesa pública.
• Superavit comercial em 1981 decorrente da queda das importações (renda
interna diminui) e da menor produção industrial.
• Retração mundial dos mercados causada pela recessão nos países importadores
do Brasil inicia processo de recessão interna.
• Entre 1982 -83 mais de 80% das receitas cambiais em transações correntes eram
comprometidas com o serviço da dívida externa.
• Governo institui o Conselho Interministerial de Preços (CIP) para controle de
preços, redução do poder de compra dos salários (20% em 1983), secas e
enchentes diminuem oferta agrícola e expansão monetária estimula inflação.
• A partir de 1984 maxidesvalorizações tentam recuperar os saldos comerciais,
porém o atraso tecnológico impede competitividade nos mercados externos.
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Políticas ortodoxas
Descontrole monetário,
excesso de demanda
Plano Real, 1994
Plano Collor, 1990
Plano Cruzado, 1986
Políticas heterodoxas
Política Monetária e Fiscal
Conselho Interministerial
de preços – CIP, início anos 80
Plano Verão,1989
Plano Bresser, 1987
Inercial, gargalos produtivos,
choques externos.
Gradualismo na pol. econômica
Diagnóstico da Inflação nos anos oitenta
21. Política Industrial & Inovação
21
Prof. Jackson De Toni41
O Plano Cruzado (1986)
• Conversão de salários pela média dos 6 meses e abono
de 8%, escala móvel com “gatilho” em 20% de inflação.
• Congelamento de preços em 28.02.86 sem ajuste de
preços relativos, inclusiva taxa de câmbio.
• Ativos financeiros: criação da OTN e congelamento por
12 meses, contratos pré-fixados com introdução da
“tablita” (deságio) com desvalorização diária de 0,45%
para eliminar projeção inflacionária.
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22. Política Industrial & Inovação
22
Prof. Jackson De Toni43
O Plano Cruzado (1986)
• Impactos:
• Queda drástica da inflação
• Perda de aplicação em poupança (ilusão monetária –
queda nominal de juros), bolhas de consumo
• Piora na situação externa importação para combater
ágio e mercado negro, deterioração fiscal (subsídios e
defasagens tarifárias)
• Resultados: Cruzado II ( 27/11/1986) fracassa, tarifaço
no setor público, gatilho salarial, desestruturação da
oferta: inflação de 16,8% em fev/1987 moratória
da dívida Funaro cai em Abril
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O Plano Bresser (junho/1987)
• Objetivo: evitar a hiperinflação em situação de emergência nacional.
• Medidas:
• Congelamento de preços e salários por três meses.
• Mudança da base do IPC para 15/6 com incorporação dos aumentos em
Junho.
• Desvalorização cambial de 9,5% com minidesvalorizações diárias.
• Criação da URP para correção salarial em 3 meses com base na média do
trimestre.
• Juros reais positivos para penalizar a manipulação de estoques e evitar
“bolhas” de demanda.
• Resultados: a inflação volta no final do prazo, Bresser é demitido.
• Assume Ministro Maílson com política ortodoxa do “feijão com arroz” que
“estabiliza” inflação no patamar de 15% am.
23. Política Industrial & Inovação
23
Prof. Jackson De Toni45
O Plano Verão (janeiro de 1989)
• Contenção da demanda via restrição de gastos públicos
• Altos juros para evitar fuga de capitais e congelamento administrado dos preços.
• Reforma monetária: Cruzado novo valendo 1000 cruzados
• Congelamento de salários pela média dos 12 meses com sub-indexação e grandes
perdas (URP)
• Tablita nos contratos pré-fixados e expurgo da correção mone´tara nos pós-
fixados
• Desvalorização cambial de 18% e paridade cambial
• Resultados: sem ajuste fiscal explode o déficit público e descontrole monetário,
hiperinflação no final do governo Sarney (80% am)
• Novo diagnóstico da inflação: crescente liquidez de haveres financeiros não-
monetários, monetização das aplicações, indexação plena dos ativos (over night),
inoperância da política fiscal (dívida fora de controle), da política monetária (altos
juros) e da politica cambial (aumento ativos dolarizados)
Prof. Jackson De Toni46
O Plano Collor (março de 1990)
• Reforma monetária: redução da liquidez financeira
bloqueio de metade dos depósitos a vista, 80% das
aplicações do over night, 1/3 da poupança (70% do M4).
• Reforma administrativa e fiscal: ajuste de 10% do PIB,
dedução de subsídios, contenção salarial, proibição de
cheques ao portador, tributação sobre exportadores,...
• Privatizações e abertura comercial: redução das tarifas
externas, privatização,...
24. Política Industrial & Inovação
24
Prof. Jackson De Toni47
O Plano Collor (março de 1990)
Impactos:
• Desestruturação das condições de emprego e produção
(confisco da liquidez).
• Descontrole da expansão da liquidez (BACEN) e
retomada da inflação.
• Política do Ministro Marcílio Marques Moreira retomou
o gradualismo e a ortodoxia.
• Impeachment de Collor (1993) Itamar assume,
política econômica não se altera (Gustavo Krause, Paulo
Haddad e Eliseu Resende).
Prof. Jackson De Toni48
25. Política Industrial & Inovação
25
Prof. Jackson De Toni49
Prof. Jackson De Toni50
Indústria de Transformação Brasileira (% do PIB)
1955 a 2029
26. Política Industrial & Inovação
26
Prof. Jackson De Toni51
O Plano Real (1994)
• Fase I: ajuste fiscal para equacionar o desequilíbrio
orçamentário, criação do IPMF (0,25%), e FSE,
acumulação de reservas cambiais para operar a política
monetária e fiscal (Bacen)
• Fase II: eliminou a inércia inflacionária (Unidade Real de
Valor – URV), indexação completa e diminuição do
conflito distributivo.
• Hiperinflação induzida em cruzeiro real (só meio de
troca)
• Fase III: URV assume função de moeda, o real, na
proporção de R$ 1,00 = CR 2.770,00
Prof. Jackson De Toni52
27. Política Industrial & Inovação
27
Prof. Jackson De Toni53
O PlanoReal (1994)
• Reforma do setor público: aceleração do processo de
privatizações, Plano Diretor da Reforma do Estado
(1995), modernização do sistema de planejamento
federal (PPA 2000)
• Contenção do crédito e demanda após queda da
inflação vai importante para dar tempo aos ajustes de
oferta
• Valorização do real e a folga cambial viabilizaram
contenção de preços internos.
• A estabilidade política e o apoio do Congresso foram
cruciais para continuidade do governo (dois mandatos
consecutivos de FHC)
Prof. Jackson De Toni54
28. Política Industrial & Inovação
28
Prof. Jackson De Toni55
Prof. Jackson De Toni56
Peso da indústria no PIB ao longo das décadas
29. Política Industrial & Inovação
29
Prof. Jackson De Toni57
Participação da indústria mundial no PIB (1970-2010)
(Em % do valor adicionado em US$ correntes)
Prof. Jackson De Toni58
30. Política Industrial & Inovação
30
Prof. Jackson De Toni59
Crescimento Anual do PIB Real (em %)
Prof. Jackson De Toni60
33. Política Industrial & Inovação
33
Prof. Jackson De Toni65
Evolução da Indústria no Brasil
19511951
• Criação atual CNPq
19521952
• Fundação BNDES
19531953 19531953
• Instrução 70• Criação da PETROBRAS
19531953
• Instrução 113 SUMOC
1956-601956-60
• Governo JK• Governo JK
19561956
• Criação do GEIA• Criação do GEIA
19561956
• Instalação da Mercedes• Instalação da Mercedes
19571957
• Instalação da Volkswagen
19571957
• Conselho de Política Aduaneira
19591959
• SUDENE
19641964
• Comissão. Desenv. Industrial
19661966
• CONCEX e FINEX
19671967
• CACEX e SUFRAMA
19691969
• EMBRAER
19701970
• INPI
19721972
• CEBRAE (SEBRAE)
19721972
• CAPRE e BEFIEX
1972-731972-73
• Pólo Petroquímico - SP
19741974
• COBRA Computadores
1975-791975-79
• II PND
19761976
• FIAT
19781978
• Pólo Petroquímico - BA
19791979
• Sec. Especial de Informática
19821982
• Pólo Petroquímico - RS
19841984
• Polít. Nac. de Informática
19881988
• Câm. Setoriais e PSI (Sarney)
19901990
• Pol. Ind e Com.Ext (Collor)
19911991
• Lei de Defesa Concorrência
e PROEX
• Lei de Defesa Concorrência
e PROEX
19921992
• Acordos Setoriais
19931993
• PDTI e PDTA
19951995
• CAMEX e Def. Comercial
19961996
• Lei de Propriedade
Industrial
• Lei de Propriedade
Industrial 19991999
• Fundo Setorial – CT - PETRO
20002000
• Fóruns de Competitivade
20032003
• PITCE
• ABDI/ Lei da Inovação
20042004
• Lei do Bem
20052005
• Lançamento da PDP
20082008
• Lançamento do PBM
20112011
Prof. Jackson De Toni66
Roteiro da Apresentação
1. Um pouco de história, as origens da indústria
brasileira
2. O período de industrialização acelerada
3. A política industrial do regime militar, os PNDs
4. A crise depois do “milagre” econômico
5. Os planos econômicos no tempo da
redemocratização
6. O que é uma política industrial ?
7. O que é uima política pública ?
8. A política industrial recente de FHC a Dilma
34. Política Industrial & Inovação
34
Prof. Jackson De Toni67
O que dizem as escolas teóricas?
• Tema aparece como “problema” na desarticulação do
circuito virtuoso do keynesianismo no pós-guerra, anos 70
e 80 (estagnação das economias industriais)
• Casos de sucesso (Ásia) com nenhuma ou pouca base
teórica Japão e NICs (semicondutores no Japão – “obra de
engenheiros”)
• Asiáticos: pol. macro bem ajustadas/+Estado, + escolha de
setores + exportações agressivas – seguridade social
• Até então assunto fora da agenda de pesquisa do
mainstream
• Duas grandes famílias: políticas antecipatórias
(coordenada) X reativas (ad hoc e ex post)
67
Prof. Jackson De Toni68
• PI só como resposta às falhas do mercado
• Economias de escala, sunk costs, comportamentos
colusivos,...
• Falhas de informação e externalidades
• PI: apropriação de externalidades e estímulos públicos
para o bem-estar,bens públicos
• As falhas de intervenção do Estado são mais graves que
as do mercado (rent seeking)
• PI reativa e de natureza horizontal, não seletiva
• Krugman, Stiglitz...
68
Neoclássica/tradicional
35. Política Industrial & Inovação
35
Prof. Jackson De Toni69
Evolucionistas/neo-schumpeterianos
• PI é competitividade e inovação
• Agentes com racionalidade limitada
• Conhecimento tácito e co-evolução de tecnologias e
instituições
• Eficiência dinâmica (diferencial tecnológico, Dosi)
• Novos conceitos e modelos (americano e europeu)
• O centro conceitual é a concorrência e eficiência
• Aquisição/Criação, manutenção e difusão de tecnologia e
inovação
• PI: ativa, ex ante, seletiva e atuante sobre o ambiente
• Dosi, Nelson, Winter, Rodrik, ...
69
Prof. Jackson De Toni70
• Mercado como instituição particular, distinta da
firma
• Custos de transação
• Problema de coordenação (ex ante)
• Controle sobre processos econômicos/informação.
• Explica melhor trajetória coreana (Chang)
• PI: coordenação é central, próxima dos neo-
shcumpeterianos, escolha ativa do Estado, Sistema
de Inovação
• Coase, Hodgson, Drugger, Edquist, North, Johnson,...
70
Neoinstitucionalistas
36. Política Industrial & Inovação
36
Prof. Jackson De Toni71
Dois tipos de politicas industriais
HORIZONTAIS (+ortodoxa)
Afetam o conjunto das atividades econômicas
Não discriminam setores (produtividade,
competitividade,...)
Exemplos: políticas de educação, inovação, ambiente
de negócios, etc.
São mais aceitas (tem menos vetos de atores não-
incluídos)
Exemplos ?
Prof. Jackson De Toni72
Dois tipos de politicas industriais
VERTICAIS (+ heterodoxa)
Direcionadas para setores específicos (campeões
nacionais)
Estabelecem condições distintas de competição no
mercado
Exemplos: regimes tributários especiais, condições
diferenciadas de crédito público, politicas específicas de
comércio exterior, etc.
São mais complexas porque podem cristalizar ineficiências
competitivas
Tem mais vetos pois implicam em incluir e excluir setores
Exemplos ?
37. Política Industrial & Inovação
37
Prof. Jackson De Toni73
Rodrik (2004) Industrial policy for the twenty-first century
• Por que uma política industrial?
• Mercado não revela a lucratividade de uma alocação de
recursos que ainda não existe
• Essa dificuldade está ligada a dois tipos de externalidades
que atrapalham os incentivos à diversificação:
1. Externalidades de informação (descobrir os custos da estrutura
de uma economia: autoconhecimento)
2. Externalidades de coordenação
Prof. Jackson De Toni74
Quando o mercado não resolve ?
Externalidades:
– podem ser negativas ou positivas
– mecanismos de incentivo e penalização econômica para os
geradores de externalidades, trazendo seus efeitos para
dentro do mercado onde terão um preço e preferências
explícitas.
– identificação dos direitos de propriedade em algumas
atividades
– no mundo real o equilibro é apenas uma utopia
– informação é imperfeita e há sempre custos de transação
– ineficiência na alocação de recursos é generalizada e conduz
ao subemprego permanente
38. Política Industrial & Inovação
38
Prof. Jackson De Toni75
Quando o mercado não resolve ?
• Assimetria de informação:
• não sabem se a troca que estão fazendo ocorre
em nível ótimo, ao melhor preço, com o
máximo de benefícios
• dá um poder adicional de monopólio a quem a
controla
• não revelação de preferências ao consumir um
bem publico puro é um tipo de informação
imperfeita
Prof. Jackson De Toni76
Quando o mercado não resolve ?
• Oferta de bens públicos:
– o mercado privado não garante segurança pública, serviço judiciário ou
informações meteorológicas
– não é possível estabelecer um preço vinculado ao custo de produção do
serviço
– não há exclusão ou rivalidade de consumo
– o consumidor tende a ser um “carona”, usufruir sem pagamento.
– custo marginal (o custo da última unidade produzida) de um bem público
puro (indivisível) tende a zero, portanto seu preço também o será
• Falhas na competição:
– a economia atua em condições de concorrência imperfeita
– políticas antitrustes, para evitar que as firmas formem conluios
– a produção sub-otima a preços mais elevados
– nos monopólios normalmente o custo médio mínimo é muito alto
– o produto de uma única firma deveria absorver uma grande parcela do
mercado
– fragmentação do mercado elevaria ainda mais os custos
39. Política Industrial & Inovação
39
Prof. Jackson De Toni77
Quando o mercado não resolve ?
EXEMPLOS:
1. Descoberta de novos medicamentos
2. Processo de convergência tecnológica em TI
3. Geração e distribuição de energia elétrica
4. Infraestrutura logística
5. Bens e serviços de interesse nacional (defesa,
segurança alimentar, saúde pública, etc.)
6. Regulação do comércio exterior
7. Normas sanitárias, segurança, trabalhistas,...
8. Situações de monopólio: cimento, aço, ...
Prof. Jackson De Toni78
Roteiro da Apresentação
1. Um pouco de história, as origens da indústria
brasileira
2. O período de industrialização acelerada
3. A política industrial do regime militar, os PNDs
4. A crise depois do “milagre” econômico
5. Os planos econômicos no tempo da
redemocratização
6. O que é uma política industrial ?
7. O que é uma política pública ?
8. A política industrial recente de FHC a Dilma
40. Política Industrial & Inovação
40
79
79 Prof. Jackson De Toni
AS FASES DA POLÍTICA PÚBLICA
FORMULAÇÃO DE
ALTERNATIVAS
AVALIAÇÃO
DEFINIÇÃO DA
AGENDA
IMPLEMENTAÇÃO
DAS
DECISÕES
Prof. Jackson De Toni80
41. Política Industrial & Inovação
41
Prof. Jackson De Toni81
DEFINIÇÃO DA AGENDA
Prof. Jackson De Toni82
42. Política Industrial & Inovação
42
Prof. Jackson De Toni83
Prof. Jackson De Toni84
FORMULAÇÃO DE ALTERNATIVAS
• Disponibilidade de conhecimento técnico ?
• Conhecimento de experiências no Brasil e no mundo ?
• Diagnósticos consistentes
• Capacidade de fazer cenários e prospecção sobre os
impactos futuros dos projetos e programas ?
• Quais instrumentos estão disponíveis ? (técnicos,
financeiros, regulatórios, de capacitação, etc.)
43. Política Industrial & Inovação
43
Prof. Jackson De Toni85
IMPLEMENTAÇÃO DAS DECISÕES
• Qual a estratégia de implementação?
• Que tipo de organização pública vai implementar a
política industrial ?
• Como funcionam as organizações de representação do
setor privado na industria?
• Que modelo de governança estão operando na realidade
?
• Como é o processo decisório
• Como é a gestão da informação
• Gestão de recursos humanos
Prof. Jackson De Toni86
AVALIAÇÃO
• Qual é a “avaliabilidade” dos nossos
programas e projetos
• Avaliação de esforço (produto) ou avaliação
de impacto (resultado) ?
• Para que fazemos avaliação de impacto?
• Em que medida a avaliação ajuda a corrigir
problemas e aprender com erros passados ?
44. Política Industrial & Inovação
44
87
87 Prof. Jackson De Toni
PI “antiga” X PI “moderna”
Prof. Jackson De Toni88
Síntese & Pontos de atenção
• Uma política pública é um conjunto de decisões
institucionais, de natureza decisória, que envolvem
conhecimento técnico e pressupõe uma autoridade
política
• A natureza das decisões é estatal e se aplicam a
todos os cidadãos envolvidos
• a a existência de uma crise, a viabilidade técnica da
proposta e a pressão das forças políticas são fatores
decisivos no modelo da agenda setting
88
Prof. Jackson De Toni
45. Política Industrial & Inovação
45
Prof. Jackson De Toni89
Síntese & Pontos de atenção
• Não se faz política pública sem contrariar
interesses e optar por uma visão de cidade
• Grupos de Interesse são naturais e
desejáveis no ciclo de políticas públicas
• A formação da agenda nunca é uma
“receita de bolo”
• Governar exige ciência, perícia, arte e sorte
89
Prof. Jackson De Toni90
Roteiro da Apresentação
1. Um pouco de história, as origens da indústria
brasileira
2. O período de industrialização acelerada
3. A política industrial do regime militar, os PNDs
4. A crise depois do “milagre” econômico
5. Os planos econômicos no tempo da
redemocratização
6. O que é uma política industrial ?
7. O que é uima política pública ?
8. A política industrial recente de FHC a
Dilma
46. Política Industrial & Inovação
46
Prof. Jackson De Toni91
O neo desenvolvimentismo lulista
• O estilo de Lula foi a grande metáfora política do ND brasileiro:
mimetismo e acomodação (Palocci)
• “Ricos X Pobres”, não mais “capital X trabalho” (Singer)
• O conflito central é entre um Estado popular e a “demofobia” das
elites
• O lulismo promove a inclusão dos “de baixo”, sem excluir os “de
cima”: é a síntese da contradição possível
• “Mostrar para as elites que era possível fazer uma mudança sem
que isso as assustasse” (alto dirigente)
• “Concessões sem custos para os ricos” (Perry Anderson)
• E a Política Econômica ? É uma “experimentação responsável”
(Nelson Barbosa)
Prof. Jackson De Toni92
PITCE
PDP
47. Política Industrial & Inovação
47
Prof. Jackson De Toni93
• Elaboradas por GTs monitorados pela Casa Civil, com
IPEA, BNDES, MF, MDIC e MCTI
• São seletivas, horizontais e verticais => P, D & I
• Baseadas em forte desoneração e crédito público
• A competitividade, depende da produtividade sistêmica e
do investimento público e privado
• A PITCE é mais schumpeteriana, a PDP mais convencional
(ricardiana) => vantagens comparativas
• Ambas demandam intensa articulação intra
governamental e adesão do setor privado
Política Industrial, Tecnológica e de C. Exterior (2004)
A Política de Desenvolvimento Produtivo (2008)
Prof. Jackson De Toni94
As novas ideias emolduram a PI lulista
• O Estado regula, induz e fomenta, mas quem investe e corre riscos
são os empresários e investidores
• O Estado não tem como impor escolhas unilaterais
• Elas dependem de arranjos institucionais que funcionem
• Elas demandam estratégias de “escuta” e “articulação” do
Governo (embedded autonomy – Evans)
• A execução das políticas dependem de mecanismos de interação
entre gestores públicos e investidores/ empresários: arenas
• As arenas ganham mais relevância num contexto de
desindustrialização e desnacionalização
• BNDES se torna estratégico (triplica desembolsos)
48. Política Industrial & Inovação
48
Prof. Jackson De Toni95
O empreendedorismo coletivo em ação
• Diminuição da crise de representação dos industriais
• Ação coletiva empresarial: (1) fase liberal, (2) ruptura e
(3) nova repactuação entre Estado e empresários
industriais (Diniz & Boschi)
• Transição política: do corporativismo à disputa de um
projeto nacional: “custo brasil” à “desindustrialização”
• Novos atores: IEDI (1989), PNBE (1987), FIESP, ABs
• CNI repaginada: Agenda Legislativa, Forum da
Indústria,...
• Reposicionamento da CEPAL nos anos noventa
• Surge a ABDI: promessas e ambiguidades
• Presença pouco efetiva dos trabalhadores: oposição
contida
Prof. Jackson De Toni96
Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial
50. Política Industrial & Inovação
50
99
99 Prof. Jackson De Toni
Prioridades
Criar e fortalecer competências críticas da economia
nacional
Aumentar o adensamento produtivo e tecnológico das
cadeias de valor
Ampliar mercados interno e externo das empresas
brasileiras
Garantir um crescimento socialmente inclusivo e
ambientalmente sustentável
Plano Brasil Maior em 2011
Prof. Jackson De Toni100
Oportunidades
Mercado interno grande e dinâmico, com capacidade de sustentar
o crescimento, mesmo no contexto de crise dos países
desenvolvidos
Manutenção do superávit da balança comercial, graças às
condições no mercado de commodities
Existência de núcleo de empresas inovadoras com capacidade de
liderar processo de modernização produtiva
Compras públicas e grandes eventos esportivos: alavanca de novos
negócios e tecnologias
Acúmulo de competências científicas com potencial para o
desenvolvimento de produtos/serviços de alto conteúdo
tecnológico
51. Política Industrial & Inovação
51
Prof. Jackson De Toni101
• Pesquisa e Produção de combustíveis renováveis: empregos,
tecnologia e meio ambiente
• Exploração sustentável dos recursos da biodiversidade: P&D,
fármacos e empregos qualificados
• Exploração do pré-sal: investimentos, empregos, desenvolvimento
de tecnologia, adensamento da cadeia de máquinas e
equipamentos, refinaria e atração de IDE
• Aeroespacial: pesquisa de estruturas leves
• Processamento de alimentos destinados ao consumo humano e
animal
• TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação)
• Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016)
Oportunidades
Prof. Jackson De Toni102
Principais Medidas
Estímulos ao Investimento e à Inovação
Desonerações Tributárias
Financiamento ao Investimento e à Inovação
Marco Legal da Inovação
Comércio Exterior
Desonerações das Exportações
Defesa Comercial
Financiamento e Garantias para Exportações
Promoção Comercial
Defesa da Indústria e do Mercado Interno
Desoneração da Folha de Pagamento
Regimes Especiais Setoriais: Automotivo, TIC, Reporto
Compras Governamentais
52. Política Industrial & Inovação
52
Prof. Jackson De Toni103
Objetivos Estratégicos
103
Desenvolvimento
Sustentável
Ampliação de
Mercados
Adensamento
Produtivo e
Tecnológico das
Cadeias de Valor
Criação e
Fortalecimento de
Competências
Críticas
Aumentar qualificaçãoAumentar qualificação
de RHempresarial em P&D
Elevar dispêndio
empresarial em P&D
Ampliar o investimentoAmpliar o investimento
fixo
Ampliar valor agregado nacional
Inovar e investir para ampliar a competitividade, sustentar o
crescimento e melhorar a qualidade de vida
Ampliar acesso a bens
e serviços para
população
Elevar participação
nacional nos mercados
de tecnologias, bens e
serviços para energias
Diversificar as
exportações e
promover a
internacionalização das
empresas brasileiras
Produzir de forma mais
limpa
Fortalecer as micro,
pequenas e médias
empresas
Elevar participação dosElevar participação dos
setores intensivos em
conhecimento no PIB
empresarial em P&D
Elevar dispêndio
empresarial em P&D
Ampliar o investimentoAmpliar o investimento
fixo
Ampliar valor agregado nacional
Ampliar acesso a bens
e serviços para
população
Elevar participação
nacional nos mercados
de tecnologias, bens e
serviços para energias
Diversificar as
exportações e
promover a
internacionalização das
empresas brasileiras
Fortalecer as micro,
pequenas e médias
empresas
Elevar participação dosElevar participação dos
setores intensivos em
conhecimento no PIB
Prof. Jackson De Toni104
53. Política Industrial & Inovação
53
Prof. Jackson De Toni105
Prof. Jackson De Toni106
Agendas Estratégicas Setoriais
• Criados 19 Comitês e Conselhos de Competitividade Setoriais
em abril de 2012
• Realizadas 300 reuniões de Comitês e Conselhos desde 2012
• Mais de 1000 pessoas envolvidas na elaboração das Agendas
Estratégicas Setoriais
• 320 medidas setoriais programadas
• Medidas priorizadas de acordo com três critérios:
• impactos na indústria
• governabilidade dos Conselhos
• resultados dentro do atual mandato presidencial
54. Política Industrial & Inovação
54
107
107 Prof. Jackson De Toni
1. Volume de investimentos programados ou potenciais + capacidade de arrasto
intersetorial e poder multiplicador efetivo na economia brasileira
2. Oportunidades tecnológicas reais para inserir o Brasil nas áreas críticas do
novo paradigma manufatureiro em gestação, fortemente baseado em TI,
novos materiais e biotecnologia
3. Poder de comando das compras públicas e parapúblicas sobre a trajetória
produtiva e tecnológica do setor
4. Potencial enérgico do país, com claras vantagens comparativas
5. Oportunidades tecnológicas efetiva das corporações brasileiras para criação de
novas competências
6. Setores com potencial para reverter a primarização da pauta comercial e
iniciar um processo programado de incentivos para sua diversificação em
manufaturados
Potencial Competitivo
Prof. Jackson De Toni108
Potencial Competitivo
• Petróleo-Gás e Naval
• Aeuronáutica-Defesa-Aeroespacial
• TICs
• Complexo Industrial da Saúde
• Energias Renováveis (incluindo Etanol)
• Química
• Automobilístico
• Bens de Capital
56. Política Industrial & Inovação
56
Prof. Jackson De Toni111
Prof. Jackson De Toni112
Um balanço ? (David Kupfner)
1. Nem toda política micro é PI
2. A gestão das variáveis micro que governa o cotidiano dos mercados – A PI, que
se relaciona com o longo prazo e busca “construir” coisas, não só fazê-las
funcionar
3. O sucesso de uma PI depende do atendimento de alguns requisitos –
pertinência da estratégia, que lhe dá o seu substrato – convergência com a
política macroeconômica, que lhe dá a potência – e organicidade do modelo
institucional, que lhe dá capacidade de formulação, aperfeiçoamento e
adaptação
4. Dez anos não é suficiente, especialmente para o processo de mudança
estrutural
5. Excessiva volatilidade da economia mundial nos últimos 10 anos
6. A PI manteve-se como uma linha auxiliar das políticas macro – PI não foi capaz
de “olhar para frente”: foca nos problemas atuais e não nos problemas futuros
7. Falta de coesão política e social sobre o futuro da indústria no Brasil
8. Em suma – PI recuperou o ATIVISMO, mas não a FORÇA!
57. Política Industrial & Inovação
57
Prof. Jackson De Toni113
Elementos do cenário atual
Deterioração dos indicadores da indústria
(investimento, produção, emprego e inovação)
Estagnação dos indicadores de produtividade
Cenário de incertezas na economia
internacional
Fim do ciclo recente de alta das commodities
Políticas de “reindustrialização” da Europa e
Estados Unidos
Espaço fiscal restrito no curto prazo
Contingenciamento orçamentário do Governo
Federal
Prof. Jackson De Toni114
Três frentes de expansão (motores do investimento)
Ricardo Bielschowsky
• Crescimento com redistribuição, via produção e consumo de massa
• Matriz de expansão intersetorial centrada em infraestrutura e em
petróleo
• Expansão pela uso adequado de recursos naturais
Dois “turbinadores” dos três motores
• Inovação, educação (sociedade do conhecimento)
• Encadeamentos produtivos tradicionais
Quatro dimensões críticas
• Integração territorial (eixos de desenvolvimento)
• Reformas institucionais
• Combate à pobreza e à concentração da renda
• Sustentabilidade ambiental
58. Política Industrial & Inovação
58
Prof. Jackson De Toni115
Aumentar a competitividade da indústria brasileira:
Elevar a produtividade do setor produtivo
Aumentar a inovação nas empresas
Promover a redução de custos sistêmicos e
de custos de produção
Inserir, de forma qualificada, o país nas
cadeias globais de valor
Principais focos da Política Industrial
Prof. Jackson De Toni116
60. Política Industrial & Inovação
60
Prof. Jackson De Toni119
E a indústria do
futuro ?
Prof. Jackson De Toni120
61. Política Industrial & Inovação
61
Prof. Jackson De Toni121
• Distributed Manufacturing
• Rapidly Responsive Manufacturing
• Complex Manufacturing
• Customised Manufacturing
• Human-Centred Manufacturing
• Sustainable Manufacturing
• Innovation-Receptive Manufacturing
Enablers of future manufacturing
competitiveness
Prof. Jackson De Toni122
Emerging Science &
Engineering Developments
Potentially disruptive science
and engineering developments
Photonics
Biotechnology
Nanotechnology
Microtechnology
ICT in Manufacturing Systems
Advanced Materials
62. Política Industrial & Inovação
62
Prof. Jackson De Toni123
Prof. Jackson De Toni124 124
63. Política Industrial & Inovação
63
Prof. Jackson De Toni125
Future challenges & opportunities
for manufacturingChallenges
• Better understanding of structure and dynamics of
manufacturing
• Systematic approaches to the design of manufacturing
policies
• Aligning policies with local context and capabilities
Opportunities
• Enhanced used of global resources and capabilities
• Exploitation of emerging technologies for improved
productivity
• Capturing value from from dynamic interacting value chains
Prof. Jackson De Toni126
Remarkable Points (UNIDO)
• Modern manufacturing sits within complex international
industrial systems
• Future is, by definition, uncertain, but some trends can
already be discerned
• There are no standard solutions – each country has unique
capabilities and context
• International experience can inform both context and
content of policy making
• New approaches are needed to develop manufacturing
policies tailored to national needs
64. Política Industrial & Inovação
64
Prof. Jackson De Toni127
• Manufacturing needs to be more widely understood to
include services activities without which the production of
goods would simply not occur
• Manufacturing in its broad sense still plays an important role
in the process of economic growth and employment
generation
• Computing direct (formal and informal) jobs in manufacturing
and jobs created in related sectors due to productive linkages,
manufacturing accounted in 2009 for almost 500 million jobs
• While advanced economies have lost jobs (approximately 25
million), emerging economies have created more than 70
million jobs
• In identifying the employment potential of industries, also
consider the productivity and indirect effect interactions
Prof. Jackson De Toni128
65. Política Industrial & Inovação
65
Prof. Jackson De Toni129
• Manufacturing remains important as a source of productivity
growth and dynamism
• Location within global supply chains offers opportunities for
growth but critically low wages alone are unlikely to be the
basis for sustained growth
• Export markets are highly competitive but the rise of the
BRICs offers new possibilities
• Strong demand for skills and training and education remain
priorities
• Exchange rates must not be allowed to become
uncompetitive
• There will be many investment opportunities in energy saving
Prof. Jackson De Toni130
• Blurring demarcation between manufacturing and services and
convergence between two sectors
• A considerable share of value-added in goods is already coming
from the services industry
• “Additive manufacturing” and its impacts on manufacturing
• Large potential to bring out considerable changes in traditional
manufacturing
• Growth of internet economy
• Global penetration of internet and emergence of “big data”
• Dissemination of Smartphone at a global level and creation of new
eco-system incorporating products and services
• Open, network-based type of innovation
• Disruptive innovation increasingly tends to come from open mode
of innovation
66. Política Industrial & Inovação
66
Prof. Jackson De Toni131
• Many traditional manufacturing firms are expanding the
business areas towards providing services and vice
versa
– A considerable share of value-added in goods is already
coming from the services industry
– Creation of new business opportunities through convergence
of manufacturing and services (Ex: Smartphone and apps)
• Increasing role of innovation in services and “non-
technological innovation”
– More and more service firms are involved in innovation
activities, but the full scope and contents of service
innovation is not captured adequately by statistics yet
– Organizational and marketing innovation : non-technological
aspects become increasingly important
Prof. Jackson De Toni132
“Servitisation” : manufacturers as
consultants
67. Política Industrial & Inovação
67
Prof. Jackson De Toni133
• The case of “additive manufacturing” (e.g. 3D-printing)
– New approach to the production of goods
– Still available to limited areas of goods
– Potential to lower the production cost and promote the customized
production
• Make to reconsider the issue of production location: from
the labor cost factor to the proximity to the customers
– The size of population connected to internet is increasing, especially
in emerging economies
– The focus is moving from the broadband to mobile internet with
arrival of Smartphone
• Big data
– Made available thanks to the everyday use of internet search
machine (such as Google) and the dissemination of SNS (Social
Network Services)
– Ggreat potential to identifying business
• App economy
– Combination of platform and software (apps)
– New momentum for the re-emergence of internet economy
Prof. Jackson De Toni134
• Increasing costs of R&D (resource constraints) and
rapid pace of technological advances
• Incorporation of customers early in the development
process
• Models of open innovation
• Product platforming : Ex) Android OS
• Idea competitions
• Customer immersion : “User innovation” (ex: Linux)
• Collaborative product design and development
• Innovation networks : Involving incentive and reward
scheme
71. Política Industrial & Inovação
71
Prof. Jackson De Toni141
Prof. Jackson De Toni142
Debate em aula
Para debater: porque os países desenvolvidos querem a liberalização
comercial dos serviços?
https://www.youtube.com/watch?v=RZKX-0SK41U#t=14
Novas tecnologias
http://youtu.be/4rOR-OheZvc
http://youtu.be/2wto6SFl13A
GVC do notebook Dell
http://youtu.be/owQzo82ac_M
https://www.ted.com/talks/mariana_mazzucato_government_investo
r_risk_taker_innovator?language=pt-br#t-63243
72. Política Industrial & Inovação
72
Prof. Jackson De Toni143
Prof. Jackson De Toni144
What is new in the new industrial
policy? A manufacturing systems
perspective
(Oxford, 2013)
O'Sullivan, Antonio Andreoni, Carlos López-Gómez, e Mike
Gregory
Outro estudo recente…
73. Política Industrial & Inovação
73
Prof. Jackson De Toni145
What is new in the new industrial policy?
A manufacturing systems perspective
Prof. Jackson De Toni146
What is new in the new industrial policy?
A manufacturing systems perspective
74. Política Industrial & Inovação
74
Prof. Jackson De Toni147
What is new in the new industrial policy? A
manufacturing systems perspective
Prof. Jackson De Toni148
Síntese & Pontos de atenção
1. Adoção de uma noção mais moderna de indústria de
transformação em torno do conceito de ecossistema /
sistemas / complexos
2. Os objetivos principais nas políticas industriais dos países
avançados são: desenvolvimento de processos e
tecnologia, sistemas industriais e conceitos de empresa
inteligentes, avanços nas pesquisa das ciências e
engenharias, produtos avançados
3. Distinguir as empresas domésticas nas políticas industriais
(tamanho, tipo de produto/ serviços gerado, papel na
cadeia de valor) - considerando a crescente intersecção
entre os setores nas cadeias de valor globais
75. Política Industrial & Inovação
75
Prof. Jackson De Toni149
Boeing 787: ~45 suppliers spread over
135 sites around the world
Prof. Jackson De Toni150
Síntese & Pontos de atenção
4. Reconhecimento das vantagens de se ter produção e
inovação próximas espacialmente
5. Identificação das tecnologias novas e de alta
prioridade, bem como os campos de pesquisa do
futuro - por exemplo, indústria de transformação
sustentável, tecnologias de produção e fabricação
ecológica, simulação e modelagem, indústria de
transformação aditiva, redes de produção responsivas
76. Política Industrial & Inovação
76
Prof. Jackson De Toni151
Síntese & Pontos de atenção
6. A importância das parcerias público-privadas (PPP)
para endereçar alguns dos desafios em inovação da
indústria
7. Promover a internacionalização de padrões
tecnológicos domésticos como estratégia competitiva
8. Participar das “coalizões de interesse” da indústria,
sejam conferências, reuniões organizadas
por stakeholders, discussões coletivas com diversas
comunidades, participação em feiras e ventos de
negócios, etc
Prof. Jackson De Toni152
Síntese & Pontos de atenção
9. Incentivar Ciência, Tecnologia & Inovação nos
diversos setores, a pesquisa de qualidade e inovação
efetiva estão na raiz do sucesso da indústria -
especialmente quando se pretende aprofundar a
criação de valor dos produtos e serviços
10. Proporcionar condições para a indústria de
transformação solucionar desafios sociais futuros,
por exemplo, em cuidados da saúde, mobilidade,
mudança climática e sustentabilidade
77. Política Industrial & Inovação
77
Prof. Jackson De Toni153
A indústria (continua) é importante ?
• Mais intensiva em investimento produtivo
• Maior multiplicador do crescimento, cada real
movimenta 2,2 na economia
• Postos de trabalho mais qualificados e bem
pagos
• Produtividade é 30% superior ao demais,
transbordamentos para outros setores
• Origem e difusão de inovação, a IT realiza 71% de
todo gasto em P&D
Prof. Jackson De Toni154
Empresarial
1. Empreendedor
2. Sistemas de Gestão
3. Teoria do Negócio
SISTÊMICO
Econômicos
Político institucionais
Internacionais
Sociais
Naturais
Culturais
Tecnológicos
Infra-estruturais
Estrutural
Região / Setor /
Cadeias Produtivas
Os três níveis da competitividade
78. Política Industrial & Inovação
78
Prof. Jackson De Toni155
Quais as perspectivas de FUTURO ?
Estratégia da política industrial
• política corporativa e tecnológica para a
competitividade da nova base econômica
• política comercial como condição decisiva da
estratégia industrial
• integração da política comercial e da política de
investimentos nas relações com os países sul-
americanos e africanos; especialização industrial de
regiões brasileiras de menor industrialização
Prof. Jackson De Toni156
Quais as perspectivas de FUTURO ?
• Fugir da armadilha do baixo crescimento: crescimento do
PIB per capita desde 1980 é de 1,2% ao ano
• Qualificar o setor de serviços => já responde por 70% do PIB
mas não é business services (P&D, TI, design, marketing,
pós-venda,...)
• Recuperar a participação da manufatura nas exportações,
hoje de 38%
• Reduzir a dependência de commodities , sobretudo as não
processadas
• Eliminação dos gargalos de custos sistêmicos e adensar
tecnologicamente as cadeias produtivas da base
econômica.
• Consolidar a Política Industrial na agenda de Estado !
79. Política Industrial & Inovação
79
Prof. Jackson De Toni157
Desafios de altíssima complexidade
• Superar a lógica do “curto-prazismo” do ciclo eleitoral de quatro
anos
• Qualificar o processo decisório: colegiados que funcionem
cooperativamente com responsividade dos stakehokders
• Superar a fragmentação de centros decisórios
• Mudar o patamar do capital intelectual dos gestores públicos e
privados
• Construir relações não-predatórias entre os poderes da
República e com os entes federativos
• Celebrar acordos político-institucionais sobre as prioridades de
desenvolvimento do Brasil e sustentá-los no longo prazo =>
pactuação de prioridades nacionais!
Prof. Jackson De Toni158
1. Qual é a trajetória industrial /
especialização econômica do Brasil ?
2. Em que medida podemos mudar esta
trajetória ? Quais os custos e
benefícios desta mudança ?
3. Quais são nossos recursos
estratégicos?
1. Qual é nosso consenso possível sobre o futuro do país ?
2. Que “indústria” nos interessa ?
3. Que oportunidades e vantagens competitivas animam nosso projeto?
6. Que estratégia devemos construir
para viabilizá-la ?
7. Como construir o consenso?
8. Como equacionar os dilemas
regionais?
80. Política Industrial & Inovação
80
Prof. Jackson De Toni159
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OBRIGADO !
Jackson De Toni
jackson.detoni@gmail.com