3. D. W. Griffith – o criador da
montagem cinematográfica moderna
EUA – 1875 - 1948
Produtor e Cineasta
4. A contribuição de D. W. Griffith para o sentido moderno
de montagem é enorme, abrangendo uma série de
procedimentos: a variação de planos para criar
impactos, o grande plano geral, o close up, inserts e o
travelling, a montagem paralela e as variações de ritmo.
Em 1908 Griffith começa movendo a câmera para mais
perto da ação e iniciando a fragmentação de cenas, em
The Greaser´s Gauntlet e Enoch Arden, ele inicia
mudança de planos, variando de planos abertos para
close ups com o objetivo de fazer com o público “entre”
na emoção da cena.
5. Enoch Arden (1908)
Griffith mostrou que uma história poderia ser
fragmentada em planos gerais, médios e próximos
para permitir que o público entre gradualmente na
emoção.
Essa nova forma de organizar as narrativas torna-se
um dos elementos constituitivos da linguagem
audiovisual.
Ainda em Enoch Arden, Griffith cria o chamado
insert, ou seja, a inserção de uma imagem entre os
planos com determinado objetivo. Neste filme,
para mostrar o pensamento de uma mulher em
relação ao marido.
6. The Lonely Vila (1909)
Outra grande inovação de Griffith é a montagem paralela, em
The Lonely Vila (1909), que conta a história de um resgate. Ele
intercala cenas de ladrões invadindo a casa de uma família,
com cenas do marido correndo para salvá-la.
Neste filme, Griffith usa planos mais curtos para aumentar a
dramaticidade. A intercalação de cenas mostra que não é mais
necessário apresentar ações completas para alcançar o
realismo. O tempo dramático passa o substituir o tempo real
como critério para a montagem.
Em Ramona (1911), Griffith utilizou o grande plano geral, em
The Londale Operator (1911) ele coloca uma câmera em um
trem em movimento.
7. O Nascimento de uma Nação – 1915
A partir deste período Griffith passou a experimentar com
filmes de maior duração, alguns com 20 a 30 minutos, até
chegar em O Nascimento de uma nação, de 1915 e Intolerância,
de 1916, ambos com cerca de duas horas de duração.
O Nascimento de uma Nação é um épico sobre a Guerra Civil
americana. A partir da história de duas famílias, uma nortista e
outra sulista, Griffith reúne histórias pessoais e acontecimentos
históricos, como uma cavalgada da Ku Klux Klan e o assassinato
de Lincoln, mostrando o total domínio sobre a montagem.
Griffith também inova ao adotar o simbolismo. Para representar
a disputa entre as famílias, utiliza cenas de luta entre dois gatos,
um preto e outro cinza, que antecedem as cenas de luta familiar.
8. Intolerância (1916)
Griffith lança-se em um desafio ainda maior:
reunir em um filme quatro histórias de
intolerância que se passam na Babilônia,
Jerusalém de Cristo, a França dos
Huguenotes e a América Moderna.
A narrativa assim, se dá em espaços e
tempos históricos diferentes. Cada um dessas histórias tem sua
própria estrutura dramática, em um pararelismo complexo e
funcional, utilizando-se para isso de todos os recursos como o
movimentos de câmera, grande plano geral, close up´s.
Intolerância não foi bem recebido pelo público, embora seja
até hoje reconhecido como um dos grandes filmes da história.
9. Lírio Partido – 1919
Outra obra significativa de Griffith para a história
da montagem é Lirio Partido. O filme conta a
história de um cavaleiro chinês que se apaixona
por uma garota Inglesa, que tem um pai violento que acaba por
matar a filha ao saber do romance com o estrangeiro.
O filme tem uma abordagem que alterna delicadeza e crueldade
e inova ao criar uma expressão imagética da subjetividade,
acrescentando o suspense na narrativa visual.
Por todo este conjunto de inovações na montagem, na narrativa
e na fotografia, que David Wark Griffith é considerado como o
pai da linguagem cinematográfica.