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UniversidadedeSãoPaulo
EscoladeArtesCiênciaseHumanidades
MUDANÇASOCIAL,CIDADANIAEEDUCAÇÃO:CONVERSAS
COMPROFESSORASEPROFESSORESDOENSINOBÁSICO
EMSÃOPAULO
HelenaCristinaPereiradeOliveiraMorita
Orientadora:Prof.ªDr.ªElizabeteFrancoCruz
SãoPaulo
2016
Introdução
Umdos sujeitosdapesquisa
• Geógrafa - FFLCH / USP
• Especialização
“Ética, Valores e Saúde na Escola” -
EACH / USP
• Professora na rede pública e privada
desde 2004
[...] No espelho, eu me vejo lá
onde não estou, em um
espaço irreal que se abre
virtualmente atrás da
superfície [...] é a partir do
espelho que me descubro
ausente no lugar em que estou
porque eu me vejo lá longe. A
partir desse olhar que de
qualquer forma se dirige para
mim, do fundo desse espaço
virtual que está do outro lado
do espelho, eu retorno a mim
e começo a dirigir meus olhos
para mim mesmo e a me
constituir ali onde estou [...]
FOUCAULT
The False Mirror
René Magritte, 1928
Introdução
Nossapergunta
O que pensam os professores do
Ensino Básico sobre a noção de
mudança social?
Introdução
Paraondedirecionamosnossoolhar
Mudança
Social
Cidadania
Educação
Introdução
Objetivos
Estudar os discursos produzidos
por professores do ensino básico
sobre mudança social.
Conhecer as noções de mudança
social que circulam nos discursos
dos professores pesquisados.
Identificar possíveis
entrelaçamentos entre noções de
mudança social e a ideia de ensino
para a cidadania.
Introdução
Campoteórico
Estudos
Pós-críticos
em Educação
Filosofia
Pós-
estruturalista
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Procedimentos Metodológicos
Realização de duas rodas de conversa em escolas da rede
estadual de SP
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dialógico (SPINK, 2004)
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como a
sociedade
deveria ser
Noções de como
devemos agir
para atingir a
sociedade ideal
Um ideal de
sociedade
precisa de um
ideal de
indivíduo Educação produz
o indivíduo
desejado
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EVOLUCIONISMO
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• Alcance da
modernidade
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CIDADÃORACIONAL
• Racional
• Ordeiro
• Autônomo
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CURRÍCULOTRADICIONAL
• Pretende-se
científico e
neutro
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racional de
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• Hierárquico
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MATERIALISMODIALÉTICO
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CIDADÃOCONSCIENTE
• Desconfia do
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• Questiona a
suposta
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• Desnaturalizar a ideia de teoria, mudança social,
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• Problematizar a figura do indivíduo racional, livre e autônomo;
• Questionar a prescrição da ordem, de padrões de
desenvolvimento;
• Acrescentar novas dimensões à noção de tempo;
• Colocar metanarrativas sob suspeita;
• Pensar a participação popular para além do binômio opressor-
oprimido.
• Deslocar a atuação política do eixo Estado-Cidadão
• Pensar e fazer uma educação menos capturada
Itinerários inconstantes: a mudança
social dos andarilhos
... uma forma de existir em que a linha do horizonte não nos
pareça um destino inevitável, imposto a uma vida capturada no
começo-meio-fim das trajetórias lineares, mas uma existência em
que a amplitude do que a vista alcança representa um campo de
virtualidades a serem passeadas com o vagar dos andarilhos que
reinventam seus itinerários e se permitem ser provisórios nos
cenários em que transitam. Uma vida mais desgarrada, porém,
não menos comprometida. Uma existência aberta às contingências
e ciente de que, como nos alertou Caetano Veloso: “tudo é
perigoso, tudo é divino maravilhoso”.
P. 69
O que disseram as professoras e
professores?
Interface, cidadania, mudança social e educação
Estado, governo e política
Conjuntura social
Conjuntura educacional
Uma sociedade transformada
O que disseram as professoras e
professores?
Interface cidadania, mudança social e educação
• A educação tem o dever de formar cidadãos que
provoquem a mudança social
• O cidadão capaz de promover uma mudança na
sociedade é crítico, percebe as injustiças sociais, segue
regras, conhece os limites entre o certo e o errado, busca
vencer mediante esforço, reivindica seus direitos,
aproveita oportunidades, conhece a política
O que disseram as professoras e
professores?
Estado, governo e política
• O Estado representa o poder de mudança e se mantém
insensível aos anseios da população
• O Estado não cumpre com suas funções, por isso a
desordem social, as injustiças e a sensação de retrocesso
• A classe política não está verdadeiramente voltada aos
interesses sociais e, assim, obstrui a mudança social
O que disseram as professoras e
professores?
Conjuntura social
• Sensação de caos, retrocesso
• Individualismo, competição extremada
• Apatia e acomodação
• Estado de Natureza
O que disseram as professoras e
professores?
Conjuntura educacional
• Educadores não conseguem promover a educação para a
cidadania
• Educadores não são consultados pela academia ou pelo
governo em relação às políticas públicas de educação
• Entendem haver uma escola para a elite (rede privada) e
outra para as classes pobres (rede pública)
• Não percebem conexão entre as teorias pedagógicas e as
demandas do cotidiano escolar
• Sentimento de frustração e desencanto
O que disseram as professoras e
professores?
Uma sociedade transformada
• Respeito
• Solidariedade
• Bem-estar coletivo
• Acesso aos direitos sociais previstos
O que disseram as professoras e
professores?
[...] às vezes, a gente
tenta procurar uma
saída ou um caminho,
chega lá na frente, a
gente acha o caminho,
mas volta para trás,
porque a gente encontra
várias barreiras [...] a
gente fica parado, meio
que no escuro. Não tem
como a gente colocar
uma perspectiva para o
aluno em relação a isso
[...]
O que disseram as professoras e
professores?
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The Dominion of light
René Magritte, 1954
Que existências são possíveis no
labirinto?
• Horizontalidade nas
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Dissertação v.1

  • 2. Introdução Umdos sujeitosdapesquisa • Geógrafa - FFLCH / USP • Especialização “Ética, Valores e Saúde na Escola” - EACH / USP • Professora na rede pública e privada desde 2004
  • 3. [...] No espelho, eu me vejo lá onde não estou, em um espaço irreal que se abre virtualmente atrás da superfície [...] é a partir do espelho que me descubro ausente no lugar em que estou porque eu me vejo lá longe. A partir desse olhar que de qualquer forma se dirige para mim, do fundo desse espaço virtual que está do outro lado do espelho, eu retorno a mim e começo a dirigir meus olhos para mim mesmo e a me constituir ali onde estou [...] FOUCAULT The False Mirror René Magritte, 1928
  • 4. Introdução Nossapergunta O que pensam os professores do Ensino Básico sobre a noção de mudança social?
  • 6. Introdução Objetivos Estudar os discursos produzidos por professores do ensino básico sobre mudança social. Conhecer as noções de mudança social que circulam nos discursos dos professores pesquisados. Identificar possíveis entrelaçamentos entre noções de mudança social e a ideia de ensino para a cidadania.
  • 8. Introdução Procedimentos Metodológicos Realização de duas rodas de conversa em escolas da rede estadual de SP Gravação dos áudios e análise a partir do método do mapa dialógico (SPINK, 2004)
  • 9. Ferramentas conceituais Conceitosepensamentosquenortearamapesquisa Ideias sobre como a sociedade deveria ser Noções de como devemos agir para atingir a sociedade ideal Um ideal de sociedade precisa de um ideal de indivíduo Educação produz o indivíduo desejado mediante um ideal de sociedade Currículo
  • 10. Ferramentas conceituais MudançaSocial,CidadaniaeEducação EVOLUCIONISMO • Espontâneo • Autônomo • Endógeno • Inevitável • Direcional • Alcance da modernidade industrial • Direcional CIDADÃORACIONAL • Racional • Ordeiro • Autônomo • Disciplinado • Masculino • Diligente • Trabalhador • Urbano • Secular CURRÍCULOTRADICIONAL • Pretende-se científico e neutro • Processo racional de aculturação • Tecnicista • Disciplinador • Hierárquico • Formação de líderes e operários
  • 11. Ferramentas conceituais MudançaSocial,CidadaniaeEducação MATERIALISMODIALÉTICO • Luta de classes • Superação do capitalismo • Questão da participação popular • Direcional CIDADÃOCONSCIENTE • Desconfia do pacto de constituição do Estado • Questiona a ideia de igualdade • Aponta a desigualdade CURRÍCULOCRÍTICO • Questiona a suposta neutralidade e cientificidade do modelo tradicional • Defende mudanças no ensino para que as classes operárias se emancipem
  • 12. Ferramentas conceituais MudançaSocial,CidadaniaeEducação: atravessamentospós-críticosepós-estruturalistas • Desnaturalizar a ideia de teoria, mudança social, desenvolvimento, progresso. Retirá-las do campo metafísico; • Problematizar a figura do indivíduo racional, livre e autônomo; • Questionar a prescrição da ordem, de padrões de desenvolvimento; • Acrescentar novas dimensões à noção de tempo; • Colocar metanarrativas sob suspeita; • Pensar a participação popular para além do binômio opressor- oprimido. • Deslocar a atuação política do eixo Estado-Cidadão • Pensar e fazer uma educação menos capturada
  • 13. Itinerários inconstantes: a mudança social dos andarilhos ... uma forma de existir em que a linha do horizonte não nos pareça um destino inevitável, imposto a uma vida capturada no começo-meio-fim das trajetórias lineares, mas uma existência em que a amplitude do que a vista alcança representa um campo de virtualidades a serem passeadas com o vagar dos andarilhos que reinventam seus itinerários e se permitem ser provisórios nos cenários em que transitam. Uma vida mais desgarrada, porém, não menos comprometida. Uma existência aberta às contingências e ciente de que, como nos alertou Caetano Veloso: “tudo é perigoso, tudo é divino maravilhoso”. P. 69
  • 14. O que disseram as professoras e professores? Interface, cidadania, mudança social e educação Estado, governo e política Conjuntura social Conjuntura educacional Uma sociedade transformada
  • 15. O que disseram as professoras e professores? Interface cidadania, mudança social e educação • A educação tem o dever de formar cidadãos que provoquem a mudança social • O cidadão capaz de promover uma mudança na sociedade é crítico, percebe as injustiças sociais, segue regras, conhece os limites entre o certo e o errado, busca vencer mediante esforço, reivindica seus direitos, aproveita oportunidades, conhece a política
  • 16. O que disseram as professoras e professores? Estado, governo e política • O Estado representa o poder de mudança e se mantém insensível aos anseios da população • O Estado não cumpre com suas funções, por isso a desordem social, as injustiças e a sensação de retrocesso • A classe política não está verdadeiramente voltada aos interesses sociais e, assim, obstrui a mudança social
  • 17. O que disseram as professoras e professores? Conjuntura social • Sensação de caos, retrocesso • Individualismo, competição extremada • Apatia e acomodação • Estado de Natureza
  • 18. O que disseram as professoras e professores? Conjuntura educacional • Educadores não conseguem promover a educação para a cidadania • Educadores não são consultados pela academia ou pelo governo em relação às políticas públicas de educação • Entendem haver uma escola para a elite (rede privada) e outra para as classes pobres (rede pública) • Não percebem conexão entre as teorias pedagógicas e as demandas do cotidiano escolar • Sentimento de frustração e desencanto
  • 19. O que disseram as professoras e professores? Uma sociedade transformada • Respeito • Solidariedade • Bem-estar coletivo • Acesso aos direitos sociais previstos
  • 20. O que disseram as professoras e professores? [...] às vezes, a gente tenta procurar uma saída ou um caminho, chega lá na frente, a gente acha o caminho, mas volta para trás, porque a gente encontra várias barreiras [...] a gente fica parado, meio que no escuro. Não tem como a gente colocar uma perspectiva para o aluno em relação a isso [...]
  • 21. O que disseram as professoras e professores? Ambivalência Medo Decepção Incerteza Esperança The Dominion of light René Magritte, 1954
  • 22. Que existências são possíveis no labirinto? • Horizontalidade nas relações • Ressignificação das formas de agir e pensar • Micropolítica • Estar atento às brechas • Cuidado de Si e do outro • Práticas de liberdade • Ousar destoar e criar espaços heterotópicos The Blank Check René Magritte, 1965