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ÉTICA
                      Conceito e Classificação
          1. Definições:
b)         Definição1: Ética é a ciência do comportamento moral dos homens
           em sociedade
c)         Definição2: Ética é o conjunto de normas de comportamento e
           formas de vida através do qual o homem tende a realizar o valor do
           bem.
•          Obs:
-          n 1- É ciência: Tem (a) objeto de estudo (a moral, moral positiva, o
           bem), (b) leis e método próprio;
-          n 2- Etimologia: ethos (grego) = costumes {(mos, mores (latim)-->
           moral);
-          n 3- Moral: É um dos aspectos do comportamento humano;
•          (Outros: jurídico, social, alimentar, etc.)
•          É um conjunto de regras de comportamento próprias de uma
           cultura.
-          n 4.- A ética vai além da moral: procura os princípios
           fundamentais do comportamento humano (J. R. Nalini).
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ÉTICA
                      Conceito e Classificação
    2. ÉTICA E MORAL
Ética: é disciplina filosófica que busca refletir sobre os sistemas morais elaborados pelos homens,
    tentando compreender a fundamentação das normas e das interdições peculiares de cada
    sistema social e cultural.
-   É estudo sistematizado das diversas morais, onde se explicita seus pressupostos, seus
    objetivos e valores que sustentam determinada moral.
-   É disciplina teórica sobre a prática humana que se traduz no comportamento moral.
-   Ética vem da palavra grega "Frónesis", que significa prudência.
•   Prudência, por sua vez, quer dizer agir com cuidado para evitar erros.
•   A ética é, assim, uma referência de como se deve agir para fazer o bem e o melhor. E o que é
    bom ou ruim, certo ou errado, varia com o tempo e de sociedade para sociedade.
•   E tem outra coisa: as atitudes consideradas éticas não são decretadas por alguém. Não
    adianta impor um conceito porque “os valores éticos são fruto de um processo histórico que
    conta com a participação de toda a sociedade”, explica o professor de Ciência Política,
    Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília
Moral: é o conjunto de normas que orientam o comportamento humano com base em valores
   próprios tendo em vista certa sociedade e esta varia no espaço e no tempo e constrói e
   moralidade bem como a sua cultura e identidade.
-  A moral traça princípios para que o homem consiga ter uma ação moralmente correta.
-   As normas morais são obedecidas a partir da convicção íntima de cada indivíduo.
-  A moral pode então ser entendida como o conjunto das práticas cristalizadas pelos costumes
   e convenções histórico-sociais.
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ÉTICA
                  Conceito e Classificação
          2.1. Perguntas:
b)         O que é moral?
c)         A moral é igual para todos?
d)         A moral é estática ou dinâmica?
e)         O que influência a formação da moral?
f)         Podemos influenciar na moral de uma pessoa?
g)         Existe conflito moral? O que seria?
h)         A ética e a moral são a mesma coisa?
i)         A ética cria a moral ou a moral cria a ética?
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ÉTICA
             Conceito e Classificação
 2. Valores éticos: sintetizados por Aristóteles em
  “Ética a Nicômaco”
 (Nicômaco era o nome do pai e do filho dele)
 (Escreveu ainda “Ética a Eudemo”, e “Grande Ética”)

      Coragem
     Temperança
     Liberalidade
     Magnanimidade
     Mansidão
     Franqueza
     Justiça
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ÉTICA
              Conceito e Classificação
 3. Importância da Ética


 3.2. Juramento do Formando de Direito


     Prometo,
     no exercício das funções de meu grau,
     respeitar sempre os princípios da honestidade,
     baseando minhas ações no Direito,
     promovendo a justiça,
     pugnando pelos bons costumes
     e nunca faltar à causa da humanidade.
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ÉTICA
                 Conceito e Classificação
 3.3. Mandamento do Advogado
I – Estuda
O direito se transforma constantemente. Se não segues seus passos serás
     cada dia um pouco menos advogado.
II – Pensa
O direito se aprende estudando, mas se exerce pensando.
III – Trabalha
A advocacia é uma árdua fadiga posta ao serviço da Justiça.
IV – Luta
Seu dever é lutar pelo direito, mas o dia em que encontrares em conflito o
     direito com a justiça, luta pela justiça.
V – Sê leal
Leal para com teu cliente, que não deves abandonar até que compreendas
     que é indigno de ti. Leal para com o adversário, ainda mesmo que ele
     seja desleal para contigo. Leal para com o juiz, que ignora os fatos, e
     deve confiar no que tu dizes e que, quanto ao direito, vez por outra, deve
     confiar no que tu dizes.

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ÉTICA
                 Conceito e Classificação
 VI – Tolera
Tolera a verdade alheia na mesma medida que queres que seja tolerada a
   sua.
 VII – Tem paciência
O tempo se vinga das coisas que se fazem sem sua colaboração.
 VIII – Tem fé
Tem fé no direito, como o melhor instrumento para a convivência humana;
   na justiça como destino normal do direito; na paz, como substitutivo
   bondoso da justiça; e, sobretudo, tem fé na liberdade, sem a qual não há
   direito, nem justiça, nem paz.
 IX – Esquece
A advocacia é uma luta de paixões. Se, em cada batalha, forem enchendo
   tua alma de rancor, chegará o dia em que a vida será impossível para ti.
   Terminando o combate, esquece, logo, tua vitória, como tua derrota.
 X – Ama tua profissão
Trata-se de considerar a advocacia de tal maneira que, no dia em que teu
   filho te peça conselho sobre seu destino, consideres uma honra para ti
   propor-lhe que se torne advogado.
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ÉTICA
            Conceito e Classificação
 4. CLASSIFICAÇÕES DA ÉTICA

A) Quanto ao resultado do comportamento:
1 – Ética absoluta (apriorística);
2 – Ética relativa (factual, experimental).
B) Quanto ao aspecto histórico (sobretudo ocidental):
1 – Ética empírica (em contraste com a ética
   racionalista)
2 – Ética dos bens
3 – Ética formal
4 – Ética de valores
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ÉTICA
             Conceito e Classificação
 4.1. Ética absoluta (apriorística):

Conceitos:
- Seu enfoque para explicar o mundo é a razão (constrói a
  teoria explicativa e vai ao mundo para ver sua adequação).
- Cada ser humano tem uma bússola, um semáforo (a
  consciência, a razão)
- Inato que indica racionalmente o que é bom e o que é mau,
  o que tem valor.
- A norma ética é atemporal, absoluta, ubíqua (Existem
  valores éticos que podem ser conhecidos - e ensinados -
  a priori).
- Existe ética universal, objetiva (em contraposição a
  subjetiva).
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ÉTICA
             Conceito e Classificação
 A.2 – Ética relativa (factual, experimental)

Conceitos:
- Seu enfoque é o estado atual do mundo (observa o que
     existe e constrói a teoria explicativa).
- A norma ética é puramente convencional, mutável,
     subjetiva. Logo existem várias normas aplicáveis (para
     uma mesma situação).
- Não existem valores universais, objetivos, mas estes
     são convencionais, condicionados ao tempo e ao
     espaço.
- Não existem valores a priori: eles são criados conforme
     seja necessário ou oportuno.
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ÉTICA
           Conceito e Classificação
 B.1 – Ética Empírica


A ética empírica pode ser enfocada em 4
 configurações:

B.1.1.- Ética Anarquista
B.1.2.- Ética Utilitarista
B.1.3.- Ética Ceticista
B.1.4.- Ética Subjetivista

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ÉTICA
               Conceito e Classificação
 B.1 – Ética Empírica - B.1.1.- Ética Anarquista
Princípio Básico: Só tem valor o que não contraria as tendências
    naturais.
Características:
- Repudia normas e valores: Afirma que o direito (as leis), a moral,
    a religião, etc. são convenções sociais arbitrárias, fruto da
    ignorância, do medo e da maldade.
- --> Toda organização social deve desaparecer.
- Acredita existir a liberdade natural, i. é, inata (o que implicaria
    na prevalência dos mais fortes).
- A busca do prazer e a fuga da dor é o objetivo supremo (ver
    Hedonismo).
OBS. O anarquismo individualista e o comunista ou libertário
    são as formas atuais do anarquismo. No comunista tudo é
    comum, não há propriedade privada enquanto o anarquismo
    individualista adota-a.
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ÉTICA
            Conceito e Classificação
 B.1 – Ética Empírica - B.1.2.- Ética Utilitarista

PRINCÍPIO BÁSICO: É bom o que é útil (“A felicidade é
  o único fim da ação humana e sua consecução o
  critério para julgar toda conduta”. J. S. Mill).

COROLÁRIO: Os fins justificam os meios.

CARACTERÍSTICAS:
Xxxxxxx
OBS.: O utilitarismo pode ser aceito se entendido como
  o emprego dos meios (eticamente válidos) para
  obtenção de fins moralmente valiosos.
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ÉTICA
                Conceito e Classificação
 B.1 – Ética Empírica - B.1.3.- Ética Ceticista

PRINCÍPIO BÁSICO: Não se pode dizer com certeza o que é certo ou
  errado, bom ou mau, pois ninguém jamais será capaz de desvendar
  os mistérios da natureza.
CARACTERÍSTICAS:
- Na dúvida, o cético não nega, nem afirma: não julga, abstém-se de
  tomar uma atitude (o que já é uma atitude).
- Dizem que não crêem em nada (o que é falso, pois se fossem
  coerentes duvidariam até desta afirmação).
- Na realidade os céticos históricos não pregavam o ceticismo
  absoluto: admitiam valores como a dignidade do trabalho,
  acolhimento das leis locais, satisfação moderada das necessidades.
NOMES: Sexto Empírico, Protágoras (c. 487 - 420 a.C.), Carneades
  (214 - 129 a.C.) (ver: “Os 100 livros que mais influenciaram a
  humanidade).
OBS.:
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ÉTICA
                 Conceito e Classificação
 B.1 – Ética Empírica - B.1.4.- Ética Subjetivista

PRINCÍPIO BÁSICO: “O homem é a medida de todas as coisas existentes
  ou inexistentes” (Protágoras).
DIVISÃO: - B.1.4.a. - Ética Subjetivista Individual
        - B.1.4.b.- Ética Subjetivista Social ou Específica
CARACTERÍSTICAS (B.1.4.a. - Ética Subjetivista Individual)
- Nesta ética cada qual adota a conduta mais conveniente com sua própria
  escala de valores.
- O certo e o errado devem ser avaliados em função das necessidades do
  homem.
- Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia com o
  sujeito: Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsas. Não haveria
  ciência.
NOMES: Protágoras (487-420 a.C.)
OBS.:

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ÉTICA
                Conceito e Classificação
 CARACTERÍSTICAS (B.1.4.b. - Ética Subjetivista Social ou
     Específica)
-    Nesta ética o certo, bom, justo, verdadeiro etc. são obtidos por
     apreciação coletiva, por indicação da sociedade.
-    Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta
     varia conforme o grupo focalizado.
-    Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsas. Não haveria
     ciência.

NOMES: Durkheim, Bouglé (Sociólogos Franceses)
OBS.: 1.- Como a sociedade define o que é bom, tem-se a
  possibilidade de que ela chancele um erro pois a verdade não é
  definida estatisticamente (as sociedades nazista, faxista,
  canibais convivem com seus erros éticos).
       2.- O subjetivismo ético (individual ou específico) originam
  o relativismo
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ÉTICA
               Conceito e Classificação
 B.1 – Ética “Empírica” - B.1.4.- Ética Cínica (“Ética do Barril”)

PRINCÍPIO BÁSICO: “A verdadeira felicidade está na libertação das
  coisas efêmeras”
- Independe do prazeres do luxo, do poder, da boa saúde, etc.

Corolário: Pode ser alcançada por todos (e uma vez alcançada não
  pode ser perdida?).
NOMES: Antístenes (fundador)
- Diógenes: Vivia em um barril, só tinha uma túnica, um cajado e
  um embornal de pão. Respondeu a Alexandre, o grande, que lhe
  pediu se tinha algum desejo: “Sim, desejo que te afastes do meu
  sol”.
- (Sócrates: “Inspirador” - “Vejam quantas coisas o ateniense
  precisa para viver” (no mercado))
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ÉTICA
                   Conceito e Classificação
   B.2 – Ética dos bens
PRINCÍPIO BÁSICO: Existe um “bem supremo” a nortear os comportamento. Ele é o
    fim de todos os meios.
Bens possíveis:
a) A Felicidade (grego: eudemonia; (eu = bom) + demonia (= espírito) ). Originou a
    corrente dos
eudemonistas, como Aristóteles.
b) A Virtude ou a prática do bem: A finalidade última do homem está em ser bom,
    virtuoso e não em ser feliz. Originou os idealistas.
c) O Prazer (sensual, intelectual, artístico, etc.). Originou a corrente dos hedonistas
    (ver cínicos).
d) A Sabedoria.
OBS.: Há correntes mistas como Eudemonismo idealista (virtude é o meio, felicidade
    o fim); Eudemonismo hedonista (o prazer é o meio)
DIVISÃO DA ÉTICA DOS BENS: - B.2.1.- Ética Socrática
-   B.2.2.- Ética Platônica
-   B.2.3.- Ética Aristotélica
-   B.2.4.- Ética Epicurista
-   B.2.5.- Ética Estóica

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ÉTICA
              Conceito e Classificação
 B.2 – Ética dos bens - B.2.1.- Ética Socrática

PRINCÍPIO BÁSICO: As 2 máximas de Sócrates (c. 469 – 399
  a.C.) “Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo”. Para
  ele o supremo bem, a virtude máxima é a sabedoria.

CARACTERÍSTICAS:
- Assim como Platão e Aristóteles, considerava o homem um
  ser social, político.
- Para Sócrates, conhecendo o bem, por conseqüência o
  homem pratica-lo-á e será feliz. Quem faz o mal é porque
  não conhece o bem, pois conhecendo-o, não agiria contra
  “o que tem no coração”, para não ser infeliz (O mundo de
  Sofia, p. 84).
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ÉTICA
                  Conceito e Classificação
  B.2 – Ética dos bens - B.2.2.- Ética Platônica (“Filosofia do bosque”)
PRINCÍPIO BÁSICO: Para Platão (427 – 347 a.C), todos os fenômenos naturais são
   meros reflexos de formas eternas, imutáveis, as idéias, sugerindo o “mundo das
   idéias”.
CARACTERÍSTICAS:
-  Discípulo de Sócrates, de quem registrou e desenvolveu as idéias, ensinava no “
   bosque Academus” procurando embasar a teoria da conduta em bases racionais,
   para serem sólidas, imutáveis.
-  Era “dualista”: os homens são formados por 2 naturezas: material (corpo,
   perecível) e espiritual (alma, imortal).
-  A lógica e a razão são os instrumentos para atingir a sabedoria.
-  O problema moral não é individual, mas coletivo, social e cabe ao estado
   providenciar educação aos cidadãos para conheçam e pratiquem as virtudes, o
   que torna-los-á felizes.
-  Em “A República” propõe o Estado modelo, utópico, com governantes filósofos,
   dividido em 3 castas:
CORPO à CABEÇA PEITO BAIXO VENTRE
-  ALMA à Razão Vontade Desejo
-  VIRTUDE à Sabedoria Coragem Temperança
-  ESTADO à Governantes Segurança Trabalhadores
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ÉTICA
                  Conceito e Classificação
   B.2 - Ética dos bens - B.2.3.- Ética Aristotélica (“Filosofia peripatética:
    do passeio”)

PRINCÍPIO BÁSICO: Aristóteles (384 – 322 a.C.), aluno do Academus, diz que a
   felicidade só pode ser conseguida com a integração de suas 3 formas:
   prazer, virtude, sabedoria (ou: prazeres/satisfação + cidadania responsável +
   filosofia/ciência).

CARACTERÍSTICAS:
- A felicidade é um processo de busca constante da virtude, que é o
  desenvolvimento das faculdades naturais, e deve sempre obedecer a “lei do
  meio termo”, do equilíbrio (“Virtus in medium est”).
- Contrariando Platão, propõe o estudo do mundo usando não só a razão
  (mundo mítico das idéias: visão racionalista) mas também os sentidos para
  observá-lo como ele é (visão empírica), criando a metodologia científica.
- Sua famosa frase: “O homem é um animal político por natureza”, expõe seu
  pensamento quanto ao fato do agir social humano.
OBS.: A mulher é passiva, inferior, mera receptora da ‘semente de humanidade’,
  fornecida pelo homem (idéia que vigorou até a idade média, no ocidente).

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ÉTICA
                 Conceito e Classificação
 B.2 - Ética dos bens - B.2.4.- Ética Epicurista (“Filosofia do jardim”)

PRINCÍPIO BÁSICO: Os seguidores de Epicuro (341 – 270 a.C.) tinham
  como bem supremo a felicidade, a ser atingido por meio dos prazeres
  (eudemonismo hedonista) e os do espírito são mais elevados que os do
  corpo. Seu objetivo maior era afastar a dor e os sofrimentos.
CARACTERÍSTICAS:
- Consideravam a prudência a virtude dos sábios.
- A ética epicurista é individualista, com certo utilitarismo egoísta.
- Admitiam 3 classes de prazer:
• Naturais e necessários (Ex.: satisfação moderada dos apetites);
• Naturais mas não necessários (Ex.: gula, ócio);
• Nem naturais nem necessários (Ex.: glória).

Nomes:


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ÉTICA
                 Conceito e Classificação
 B.2 - Ética dos bens - B.2.5.- Ética Estóica (“Filosofia do pórtico ”
  (Grego Stoa))
PRINCÍPIO BÁSICO: Zenon (de Chipre, c. 300 a.C.) fundou esta filosofia
  que ensina a ética da virtude como fim: o estóico não aspira ser feliz,
  mas ser bom.
CARACTERÍSTICAS:
- Propunham o direito (normas éticas) universalmente válido, atemporal: o
  direito natural.
- Professavam o monismo: os seres têm apenas uma natureza (todas as
  pessoas são parte de uma mesma razão universal, o “logos”).
- Ensinavam que se deve desligar-se das afeições, do mundo exterior e
  viver conforme a natureza concebida pela razão.
- Eram fatalistas: Nada acontece por acaso e o destino de todos está
  traçado.
- Tanto as coisas felizes como as desgraças são coisas naturais e devem
  ser aceitas com naturalidade (com estoicismo).
- NOMES: O imperador romano Marco Aurélio (121 - 180), Sêneca (4 a.C -
  65 d.C.), Cícero (106 - 43 a.C).
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ÉTICA
                       Conceito e Classificação
    B.3 - Ética formal (Ética do dever ou ética da atitude)
PRINCÍPIO BÁSICO: Immanuel Kant propôs diretriz formal a que chamou “imperativo
   categórico” (vale sempre e é uma ordem): “Age sempre segundo aquelas máximas
   através das quais possas, ao mesmo tempo, querer que elas se transformem em lei geral”
   (O mundo de Sofia, p. 356, 357).
CARACTERÍSTICAS:
- Aceita a premissa básica da ética empírica: E possível distinguir o certo do errado
  através da experiência, do resultado do procedimento, da observação sensorial do que de
  fato ocorre no mundo, mas Juntamente com a premissa da ética racional: A razão deve
  ser consultada na investigação do fim último da existência humana.
- Definiu “máxima” como: princípio subjetivo, autônomo, interno (ligada à idéia do dever à
  ética do dever). Lei moral: princípio objetivo, universal (diz como conduzir-se).
- Autonomia e Heteronomia: Kant diz que a atitude ética é proveniente da vontade do
  agente (autonomia) e não de outrem (heteronomia). Uma ação é correta se feita com “boa
  vontade”, pureza de intenção, independente de sua conseqüência (ética da atitude).
Classificação das ações:
-  A à Contrárias ao dever
-  B à Conformes ao dever: - B.1.à Feitas por dever
-  B.2.à Não feitas por dever (mas por outro motivo) (Ex.: Conservar a vida (é um dever) por
   dever mesmo quando não há mais apego a ela).
    12/04/12                                                                            24
ÉTICA
               Conceito e Classificação
 B.4 - Ética dos valores

PRINCÍPIO BÁSICO: Uma ação é boa (e conseqüentemente é
  um dever) se estiver fundamentada em um valor (Kant, de
  modo inverso, se baseia na idéia do dever: uma ação é boa,
  tem valor, deve ser feita, se obedece o “princípio categórico”).

CARACTERÍSTICAS:
- Os valores existem e devem ser descobertos, ensinados e
  aprendidos.
- Axiologia: Ciência que estuda os valores, sobretudo os morais.
- Os valores obedecem a uma escala hierárquica e podem ser
  classificados em: a) vitais; b) espirituais; c) religiosos, etc.
Exs. de valores: Justiça, Caridade, Temperança, família, pátria,
  liberdade, fraternidade, igualdade, ...
12/04/12                                                       25
ÉTICA
                Conceito e Classificação
 B.4 - Ética dos valores

Moral cristã (= “ocidental”)
Santo Agostinho (354 – 430)
São Tomás de Aquino – Tomismo (1225 – 1274)
Moral cristã (= “ocidental”)
PRINCÍPIO BÁSICO: Cristo reafirmou a doutrina bíblica do Antigo
  Testamento (decálogo), mas ressaltou enfaticamente 2 mandamentos:
  (1) “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, com toda a tua
  alma e com toda a tua força” e (2) “ao próximo como a si mesmo”
  (Deuteronômio, VI, 5 e Levítico, XIX, 18).
CARACTERÍSTICAS:
- Cristo põe de forma pró-ativa a lei de ouro da ética “Não faça ao outro
   o que não queres que o outro te faça”, dizendo: “Tudo que quereis que
   os outros vos façam, fazei primeiro a eles” (Mateus, VII, 12).
(“Bastaria a sua observância para a desnecessidade de qualquer outro
   comando ético ou legal” – J. R. Nalini).

12/04/12                                                                26
ÉTICA
                 Conceito e Classificação
 B.4 - Ética dos valores - Moral cristã (= “ocidental”)
“Lei de ouro da ética” (Não faça ao outro o que não queres que o outro
   faça a ti) vista por outras religiões
- Hinduísmo: “O dever é, em suma, isto: não faças aos outros aquilo que
   se a ti for feito, tecausará dor”. Mahâbhârata, 5, 1517.
- Budismo: “Não atormentes o próximo com o que te aflige”. Udanavarga,
   5, 18.
- Confucionismo: “Não faças aos outros aquilo que não desejas que te
   façam”. Analecto, 15, 23.
- Zoroastrismo: “Só terás boa índole quando não fizeres aos outros o que
   não for bom para ti próprio”. Dadistani-dinik, 94,5.
- Taoísmo: “Considera o lucro do teu vizinho como se fora o teu próprio e
   o prejuízo do teu vizinho como se fora teu próprio prejuízo”. T’ ai Shang
   Kan Ying P’ ien.
- Judaísmo: “Se algo te fere, não o use contra o próximo. Isto é todo o
   Torah; o mais simples comentário”. Talmude.
 - Islamismo: “Ninguém será um crente enquanto não desejar para o seu
   próximo aquilo que desejaria para si mesmo”. Tradições.
12/04/12                                                                 27
ÉTICA
               Conceito e Classificação
 B.4 - Ética dos valores
Moral cristã (= “ocidental”)
Santo Agostinho (354 – 430)
PRINCÍPIO BÁSICO: “Ama e faça o que quiseres”.
CARACTERÍSTICAS:
- Os atos humanos serão bons ou maus conforme o for o objeto do
  seu amor.
- O mal é a ausência de Deus e o bem Sua presença.
- Seguiu, quando jovem, a doutrina maniqueísta (Mani, seu
  idealizador, pregava um mundo dividido de modo estanque em
  bem e mal, luz e trevas, etc.).
- Após conversão ao cristianismo adotou o ideário platônico,
  “cristianizando-o”. Atribuiu a Deus as “idéias eternas”: antes de
  ter criado o mundo Ele já as tinha em Sua cabeça

12/04/12                                                         28
ÉTICA
                Conceito e Classificação
 B.4 - Ética dos valores
Moral cristã (= “ocidental”)
São Tomás de Aquino – Tomismo (1225 – 1274)
PRINCÍPIO BÁSICO: O tomismo é considerado uma adaptação do
   aristotelismo e do cristianismo.
(Tomás “cristianizou” Aristóteles - Ver Agostinho)
CARACTERÍSTICAS:
- É a doutrina que mais influenciou a Igreja Cristã.
- Ensinou que, assim como existem 2 caminhos para a revelação de Deus,
  i. é, as verdades reveladas na Bíblia (“Teologia revelada”) e as
  descobertas na natureza (“Teologia natural”), o mesmo vale para o
  campo moral: Existe o caminho mostrado pela consciência, “natural”, e
  dos mandamentos bíblicos.
- (Aristóteles também propunha a visão do mundo com “2 lentes” a
  racional e a empírica).
- Aceitou o equívoco de Aristóteles da inferioridade da natureza (não da
  alma) da mulher, o que se alastrou pela civilização ocidental.
12/04/12                                                             29
ÉTICA
           Conceito e Classificação
 Conclusão (J. R. Nalini)

- Ética pode ser ensinada e aprendida.
- Os estudos dos cursos de direito são adequados
  quanto à extensão e profundidade, mas
  negligentes quanto aos aspectos da ética.
- O primeiro compromisso do profissional deve ser
  o de bem conhecer a ética e praticando-a (uma
  de suas normas propõe o aperfeiçoamento
  profissional contínuo) crescerá nas disciplinas
  que caracterizam sua profissão.

12/04/12                                        30
ÉTICA
                   Conceito e Classificação
   Temas para último trabalho (Entrega em ___.___.03)

1.- A república (Platão)
2.- Ética a Nicômaco (Aristóteles, Ed. Martin Claret)
3.- Ética demonstrada à maneira dos geômetras (Baruch Spinoza, Ed. Martin
    Claret)
4.- Crítica da razão pura (Immanuel Kant)
5.- Fundamentos de ética geral e profissional (Marculino Camargo, Ed. Vozes)
6.- O mundo de Sofia (Jostein Gaarder, Ed. Cia. das Letras) (Pontos 7 a 11 do
    livro: Ética geral e profissional - José Renato Nalini, Ed. Revista dos tribunais,
    www.rt.com.br)
7.- Bioética
8.- Ética e sociedade
9.- Deveres éticos na família
10.- A ética do estudante (de direito)
11.- A ética e a vida

Obs.: Em forma de monografia, em equipe (3 ou 4), avaliado com entrevista no
   dia da entrega.
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  • 1. ÉTICA Conceito e Classificação  1. Definições: b) Definição1: Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade c) Definição2: Ética é o conjunto de normas de comportamento e formas de vida através do qual o homem tende a realizar o valor do bem. • Obs: - n 1- É ciência: Tem (a) objeto de estudo (a moral, moral positiva, o bem), (b) leis e método próprio; - n 2- Etimologia: ethos (grego) = costumes {(mos, mores (latim)--> moral); - n 3- Moral: É um dos aspectos do comportamento humano; • (Outros: jurídico, social, alimentar, etc.) • É um conjunto de regras de comportamento próprias de uma cultura. - n 4.- A ética vai além da moral: procura os princípios fundamentais do comportamento humano (J. R. Nalini). 12/04/12 1
  • 2. ÉTICA Conceito e Classificação  2. ÉTICA E MORAL Ética: é disciplina filosófica que busca refletir sobre os sistemas morais elaborados pelos homens, tentando compreender a fundamentação das normas e das interdições peculiares de cada sistema social e cultural. - É estudo sistematizado das diversas morais, onde se explicita seus pressupostos, seus objetivos e valores que sustentam determinada moral. - É disciplina teórica sobre a prática humana que se traduz no comportamento moral. - Ética vem da palavra grega "Frónesis", que significa prudência. • Prudência, por sua vez, quer dizer agir com cuidado para evitar erros. • A ética é, assim, uma referência de como se deve agir para fazer o bem e o melhor. E o que é bom ou ruim, certo ou errado, varia com o tempo e de sociedade para sociedade. • E tem outra coisa: as atitudes consideradas éticas não são decretadas por alguém. Não adianta impor um conceito porque “os valores éticos são fruto de um processo histórico que conta com a participação de toda a sociedade”, explica o professor de Ciência Política, Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília Moral: é o conjunto de normas que orientam o comportamento humano com base em valores próprios tendo em vista certa sociedade e esta varia no espaço e no tempo e constrói e moralidade bem como a sua cultura e identidade. - A moral traça princípios para que o homem consiga ter uma ação moralmente correta. - As normas morais são obedecidas a partir da convicção íntima de cada indivíduo. - A moral pode então ser entendida como o conjunto das práticas cristalizadas pelos costumes e convenções histórico-sociais. 12/04/12 2
  • 3. ÉTICA Conceito e Classificação  2.1. Perguntas: b) O que é moral? c) A moral é igual para todos? d) A moral é estática ou dinâmica? e) O que influência a formação da moral? f) Podemos influenciar na moral de uma pessoa? g) Existe conflito moral? O que seria? h) A ética e a moral são a mesma coisa? i) A ética cria a moral ou a moral cria a ética? 12/04/12 3
  • 4. ÉTICA Conceito e Classificação  2. Valores éticos: sintetizados por Aristóteles em “Ética a Nicômaco”  (Nicômaco era o nome do pai e do filho dele)  (Escreveu ainda “Ética a Eudemo”, e “Grande Ética”)  Coragem  Temperança  Liberalidade  Magnanimidade  Mansidão  Franqueza  Justiça 12/04/12 4
  • 5. ÉTICA Conceito e Classificação  3. Importância da Ética  3.2. Juramento do Formando de Direito Prometo, no exercício das funções de meu grau, respeitar sempre os princípios da honestidade, baseando minhas ações no Direito, promovendo a justiça, pugnando pelos bons costumes e nunca faltar à causa da humanidade. 12/04/12 5
  • 6. ÉTICA Conceito e Classificação  3.3. Mandamento do Advogado I – Estuda O direito se transforma constantemente. Se não segues seus passos serás cada dia um pouco menos advogado. II – Pensa O direito se aprende estudando, mas se exerce pensando. III – Trabalha A advocacia é uma árdua fadiga posta ao serviço da Justiça. IV – Luta Seu dever é lutar pelo direito, mas o dia em que encontrares em conflito o direito com a justiça, luta pela justiça. V – Sê leal Leal para com teu cliente, que não deves abandonar até que compreendas que é indigno de ti. Leal para com o adversário, ainda mesmo que ele seja desleal para contigo. Leal para com o juiz, que ignora os fatos, e deve confiar no que tu dizes e que, quanto ao direito, vez por outra, deve confiar no que tu dizes. 12/04/12 6
  • 7. ÉTICA Conceito e Classificação  VI – Tolera Tolera a verdade alheia na mesma medida que queres que seja tolerada a sua.  VII – Tem paciência O tempo se vinga das coisas que se fazem sem sua colaboração.  VIII – Tem fé Tem fé no direito, como o melhor instrumento para a convivência humana; na justiça como destino normal do direito; na paz, como substitutivo bondoso da justiça; e, sobretudo, tem fé na liberdade, sem a qual não há direito, nem justiça, nem paz.  IX – Esquece A advocacia é uma luta de paixões. Se, em cada batalha, forem enchendo tua alma de rancor, chegará o dia em que a vida será impossível para ti. Terminando o combate, esquece, logo, tua vitória, como tua derrota.  X – Ama tua profissão Trata-se de considerar a advocacia de tal maneira que, no dia em que teu filho te peça conselho sobre seu destino, consideres uma honra para ti propor-lhe que se torne advogado. 12/04/12 7
  • 8. ÉTICA Conceito e Classificação  4. CLASSIFICAÇÕES DA ÉTICA A) Quanto ao resultado do comportamento: 1 – Ética absoluta (apriorística); 2 – Ética relativa (factual, experimental). B) Quanto ao aspecto histórico (sobretudo ocidental): 1 – Ética empírica (em contraste com a ética racionalista) 2 – Ética dos bens 3 – Ética formal 4 – Ética de valores 12/04/12 8
  • 9. ÉTICA Conceito e Classificação  4.1. Ética absoluta (apriorística): Conceitos: - Seu enfoque para explicar o mundo é a razão (constrói a teoria explicativa e vai ao mundo para ver sua adequação). - Cada ser humano tem uma bússola, um semáforo (a consciência, a razão) - Inato que indica racionalmente o que é bom e o que é mau, o que tem valor. - A norma ética é atemporal, absoluta, ubíqua (Existem valores éticos que podem ser conhecidos - e ensinados - a priori). - Existe ética universal, objetiva (em contraposição a subjetiva). 12/04/12 9
  • 10. ÉTICA Conceito e Classificação  A.2 – Ética relativa (factual, experimental) Conceitos: - Seu enfoque é o estado atual do mundo (observa o que existe e constrói a teoria explicativa). - A norma ética é puramente convencional, mutável, subjetiva. Logo existem várias normas aplicáveis (para uma mesma situação). - Não existem valores universais, objetivos, mas estes são convencionais, condicionados ao tempo e ao espaço. - Não existem valores a priori: eles são criados conforme seja necessário ou oportuno. 12/04/12 10
  • 11. ÉTICA Conceito e Classificação  B.1 – Ética Empírica A ética empírica pode ser enfocada em 4 configurações: B.1.1.- Ética Anarquista B.1.2.- Ética Utilitarista B.1.3.- Ética Ceticista B.1.4.- Ética Subjetivista 12/04/12 11
  • 12. ÉTICA Conceito e Classificação  B.1 – Ética Empírica - B.1.1.- Ética Anarquista Princípio Básico: Só tem valor o que não contraria as tendências naturais. Características: - Repudia normas e valores: Afirma que o direito (as leis), a moral, a religião, etc. são convenções sociais arbitrárias, fruto da ignorância, do medo e da maldade. - --> Toda organização social deve desaparecer. - Acredita existir a liberdade natural, i. é, inata (o que implicaria na prevalência dos mais fortes). - A busca do prazer e a fuga da dor é o objetivo supremo (ver Hedonismo). OBS. O anarquismo individualista e o comunista ou libertário são as formas atuais do anarquismo. No comunista tudo é comum, não há propriedade privada enquanto o anarquismo individualista adota-a. 12/04/12 12
  • 13. ÉTICA Conceito e Classificação  B.1 – Ética Empírica - B.1.2.- Ética Utilitarista PRINCÍPIO BÁSICO: É bom o que é útil (“A felicidade é o único fim da ação humana e sua consecução o critério para julgar toda conduta”. J. S. Mill). COROLÁRIO: Os fins justificam os meios. CARACTERÍSTICAS: Xxxxxxx OBS.: O utilitarismo pode ser aceito se entendido como o emprego dos meios (eticamente válidos) para obtenção de fins moralmente valiosos. 12/04/12 13
  • 14. ÉTICA Conceito e Classificação  B.1 – Ética Empírica - B.1.3.- Ética Ceticista PRINCÍPIO BÁSICO: Não se pode dizer com certeza o que é certo ou errado, bom ou mau, pois ninguém jamais será capaz de desvendar os mistérios da natureza. CARACTERÍSTICAS: - Na dúvida, o cético não nega, nem afirma: não julga, abstém-se de tomar uma atitude (o que já é uma atitude). - Dizem que não crêem em nada (o que é falso, pois se fossem coerentes duvidariam até desta afirmação). - Na realidade os céticos históricos não pregavam o ceticismo absoluto: admitiam valores como a dignidade do trabalho, acolhimento das leis locais, satisfação moderada das necessidades. NOMES: Sexto Empírico, Protágoras (c. 487 - 420 a.C.), Carneades (214 - 129 a.C.) (ver: “Os 100 livros que mais influenciaram a humanidade). OBS.: 12/04/12 14
  • 15. ÉTICA Conceito e Classificação  B.1 – Ética Empírica - B.1.4.- Ética Subjetivista PRINCÍPIO BÁSICO: “O homem é a medida de todas as coisas existentes ou inexistentes” (Protágoras). DIVISÃO: - B.1.4.a. - Ética Subjetivista Individual - B.1.4.b.- Ética Subjetivista Social ou Específica CARACTERÍSTICAS (B.1.4.a. - Ética Subjetivista Individual) - Nesta ética cada qual adota a conduta mais conveniente com sua própria escala de valores. - O certo e o errado devem ser avaliados em função das necessidades do homem. - Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia com o sujeito: Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsas. Não haveria ciência. NOMES: Protágoras (487-420 a.C.) OBS.: 12/04/12 15
  • 16. ÉTICA Conceito e Classificação  CARACTERÍSTICAS (B.1.4.b. - Ética Subjetivista Social ou Específica) - Nesta ética o certo, bom, justo, verdadeiro etc. são obtidos por apreciação coletiva, por indicação da sociedade. - Não existe um critério objetivo, seguro de avaliação pois esta varia conforme o grupo focalizado. - Todas as opiniões seriam verdadeiras ou falsas. Não haveria ciência. NOMES: Durkheim, Bouglé (Sociólogos Franceses) OBS.: 1.- Como a sociedade define o que é bom, tem-se a possibilidade de que ela chancele um erro pois a verdade não é definida estatisticamente (as sociedades nazista, faxista, canibais convivem com seus erros éticos). 2.- O subjetivismo ético (individual ou específico) originam o relativismo 12/04/12 16
  • 17. ÉTICA Conceito e Classificação  B.1 – Ética “Empírica” - B.1.4.- Ética Cínica (“Ética do Barril”) PRINCÍPIO BÁSICO: “A verdadeira felicidade está na libertação das coisas efêmeras” - Independe do prazeres do luxo, do poder, da boa saúde, etc. Corolário: Pode ser alcançada por todos (e uma vez alcançada não pode ser perdida?). NOMES: Antístenes (fundador) - Diógenes: Vivia em um barril, só tinha uma túnica, um cajado e um embornal de pão. Respondeu a Alexandre, o grande, que lhe pediu se tinha algum desejo: “Sim, desejo que te afastes do meu sol”. - (Sócrates: “Inspirador” - “Vejam quantas coisas o ateniense precisa para viver” (no mercado)) 12/04/12 17
  • 18. ÉTICA Conceito e Classificação  B.2 – Ética dos bens PRINCÍPIO BÁSICO: Existe um “bem supremo” a nortear os comportamento. Ele é o fim de todos os meios. Bens possíveis: a) A Felicidade (grego: eudemonia; (eu = bom) + demonia (= espírito) ). Originou a corrente dos eudemonistas, como Aristóteles. b) A Virtude ou a prática do bem: A finalidade última do homem está em ser bom, virtuoso e não em ser feliz. Originou os idealistas. c) O Prazer (sensual, intelectual, artístico, etc.). Originou a corrente dos hedonistas (ver cínicos). d) A Sabedoria. OBS.: Há correntes mistas como Eudemonismo idealista (virtude é o meio, felicidade o fim); Eudemonismo hedonista (o prazer é o meio) DIVISÃO DA ÉTICA DOS BENS: - B.2.1.- Ética Socrática - B.2.2.- Ética Platônica - B.2.3.- Ética Aristotélica - B.2.4.- Ética Epicurista - B.2.5.- Ética Estóica 12/04/12 18
  • 19. ÉTICA Conceito e Classificação  B.2 – Ética dos bens - B.2.1.- Ética Socrática PRINCÍPIO BÁSICO: As 2 máximas de Sócrates (c. 469 – 399 a.C.) “Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo”. Para ele o supremo bem, a virtude máxima é a sabedoria. CARACTERÍSTICAS: - Assim como Platão e Aristóteles, considerava o homem um ser social, político. - Para Sócrates, conhecendo o bem, por conseqüência o homem pratica-lo-á e será feliz. Quem faz o mal é porque não conhece o bem, pois conhecendo-o, não agiria contra “o que tem no coração”, para não ser infeliz (O mundo de Sofia, p. 84). 12/04/12 19
  • 20. ÉTICA Conceito e Classificação  B.2 – Ética dos bens - B.2.2.- Ética Platônica (“Filosofia do bosque”) PRINCÍPIO BÁSICO: Para Platão (427 – 347 a.C), todos os fenômenos naturais são meros reflexos de formas eternas, imutáveis, as idéias, sugerindo o “mundo das idéias”. CARACTERÍSTICAS: - Discípulo de Sócrates, de quem registrou e desenvolveu as idéias, ensinava no “ bosque Academus” procurando embasar a teoria da conduta em bases racionais, para serem sólidas, imutáveis. - Era “dualista”: os homens são formados por 2 naturezas: material (corpo, perecível) e espiritual (alma, imortal). - A lógica e a razão são os instrumentos para atingir a sabedoria. - O problema moral não é individual, mas coletivo, social e cabe ao estado providenciar educação aos cidadãos para conheçam e pratiquem as virtudes, o que torna-los-á felizes. - Em “A República” propõe o Estado modelo, utópico, com governantes filósofos, dividido em 3 castas: CORPO à CABEÇA PEITO BAIXO VENTRE - ALMA à Razão Vontade Desejo - VIRTUDE à Sabedoria Coragem Temperança - ESTADO à Governantes Segurança Trabalhadores 12/04/12 20
  • 21. ÉTICA Conceito e Classificação  B.2 - Ética dos bens - B.2.3.- Ética Aristotélica (“Filosofia peripatética: do passeio”) PRINCÍPIO BÁSICO: Aristóteles (384 – 322 a.C.), aluno do Academus, diz que a felicidade só pode ser conseguida com a integração de suas 3 formas: prazer, virtude, sabedoria (ou: prazeres/satisfação + cidadania responsável + filosofia/ciência). CARACTERÍSTICAS: - A felicidade é um processo de busca constante da virtude, que é o desenvolvimento das faculdades naturais, e deve sempre obedecer a “lei do meio termo”, do equilíbrio (“Virtus in medium est”). - Contrariando Platão, propõe o estudo do mundo usando não só a razão (mundo mítico das idéias: visão racionalista) mas também os sentidos para observá-lo como ele é (visão empírica), criando a metodologia científica. - Sua famosa frase: “O homem é um animal político por natureza”, expõe seu pensamento quanto ao fato do agir social humano. OBS.: A mulher é passiva, inferior, mera receptora da ‘semente de humanidade’, fornecida pelo homem (idéia que vigorou até a idade média, no ocidente). 12/04/12 21
  • 22. ÉTICA Conceito e Classificação  B.2 - Ética dos bens - B.2.4.- Ética Epicurista (“Filosofia do jardim”) PRINCÍPIO BÁSICO: Os seguidores de Epicuro (341 – 270 a.C.) tinham como bem supremo a felicidade, a ser atingido por meio dos prazeres (eudemonismo hedonista) e os do espírito são mais elevados que os do corpo. Seu objetivo maior era afastar a dor e os sofrimentos. CARACTERÍSTICAS: - Consideravam a prudência a virtude dos sábios. - A ética epicurista é individualista, com certo utilitarismo egoísta. - Admitiam 3 classes de prazer: • Naturais e necessários (Ex.: satisfação moderada dos apetites); • Naturais mas não necessários (Ex.: gula, ócio); • Nem naturais nem necessários (Ex.: glória). Nomes: 12/04/12 22
  • 23. ÉTICA Conceito e Classificação  B.2 - Ética dos bens - B.2.5.- Ética Estóica (“Filosofia do pórtico ” (Grego Stoa)) PRINCÍPIO BÁSICO: Zenon (de Chipre, c. 300 a.C.) fundou esta filosofia que ensina a ética da virtude como fim: o estóico não aspira ser feliz, mas ser bom. CARACTERÍSTICAS: - Propunham o direito (normas éticas) universalmente válido, atemporal: o direito natural. - Professavam o monismo: os seres têm apenas uma natureza (todas as pessoas são parte de uma mesma razão universal, o “logos”). - Ensinavam que se deve desligar-se das afeições, do mundo exterior e viver conforme a natureza concebida pela razão. - Eram fatalistas: Nada acontece por acaso e o destino de todos está traçado. - Tanto as coisas felizes como as desgraças são coisas naturais e devem ser aceitas com naturalidade (com estoicismo). - NOMES: O imperador romano Marco Aurélio (121 - 180), Sêneca (4 a.C - 65 d.C.), Cícero (106 - 43 a.C). 12/04/12 23
  • 24. ÉTICA Conceito e Classificação  B.3 - Ética formal (Ética do dever ou ética da atitude) PRINCÍPIO BÁSICO: Immanuel Kant propôs diretriz formal a que chamou “imperativo categórico” (vale sempre e é uma ordem): “Age sempre segundo aquelas máximas através das quais possas, ao mesmo tempo, querer que elas se transformem em lei geral” (O mundo de Sofia, p. 356, 357). CARACTERÍSTICAS: - Aceita a premissa básica da ética empírica: E possível distinguir o certo do errado através da experiência, do resultado do procedimento, da observação sensorial do que de fato ocorre no mundo, mas Juntamente com a premissa da ética racional: A razão deve ser consultada na investigação do fim último da existência humana. - Definiu “máxima” como: princípio subjetivo, autônomo, interno (ligada à idéia do dever à ética do dever). Lei moral: princípio objetivo, universal (diz como conduzir-se). - Autonomia e Heteronomia: Kant diz que a atitude ética é proveniente da vontade do agente (autonomia) e não de outrem (heteronomia). Uma ação é correta se feita com “boa vontade”, pureza de intenção, independente de sua conseqüência (ética da atitude). Classificação das ações: - A à Contrárias ao dever - B à Conformes ao dever: - B.1.à Feitas por dever - B.2.à Não feitas por dever (mas por outro motivo) (Ex.: Conservar a vida (é um dever) por dever mesmo quando não há mais apego a ela). 12/04/12 24
  • 25. ÉTICA Conceito e Classificação  B.4 - Ética dos valores PRINCÍPIO BÁSICO: Uma ação é boa (e conseqüentemente é um dever) se estiver fundamentada em um valor (Kant, de modo inverso, se baseia na idéia do dever: uma ação é boa, tem valor, deve ser feita, se obedece o “princípio categórico”). CARACTERÍSTICAS: - Os valores existem e devem ser descobertos, ensinados e aprendidos. - Axiologia: Ciência que estuda os valores, sobretudo os morais. - Os valores obedecem a uma escala hierárquica e podem ser classificados em: a) vitais; b) espirituais; c) religiosos, etc. Exs. de valores: Justiça, Caridade, Temperança, família, pátria, liberdade, fraternidade, igualdade, ... 12/04/12 25
  • 26. ÉTICA Conceito e Classificação  B.4 - Ética dos valores Moral cristã (= “ocidental”) Santo Agostinho (354 – 430) São Tomás de Aquino – Tomismo (1225 – 1274) Moral cristã (= “ocidental”) PRINCÍPIO BÁSICO: Cristo reafirmou a doutrina bíblica do Antigo Testamento (decálogo), mas ressaltou enfaticamente 2 mandamentos: (1) “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, com toda a tua alma e com toda a tua força” e (2) “ao próximo como a si mesmo” (Deuteronômio, VI, 5 e Levítico, XIX, 18). CARACTERÍSTICAS: - Cristo põe de forma pró-ativa a lei de ouro da ética “Não faça ao outro o que não queres que o outro te faça”, dizendo: “Tudo que quereis que os outros vos façam, fazei primeiro a eles” (Mateus, VII, 12). (“Bastaria a sua observância para a desnecessidade de qualquer outro comando ético ou legal” – J. R. Nalini). 12/04/12 26
  • 27. ÉTICA Conceito e Classificação  B.4 - Ética dos valores - Moral cristã (= “ocidental”) “Lei de ouro da ética” (Não faça ao outro o que não queres que o outro faça a ti) vista por outras religiões - Hinduísmo: “O dever é, em suma, isto: não faças aos outros aquilo que se a ti for feito, tecausará dor”. Mahâbhârata, 5, 1517. - Budismo: “Não atormentes o próximo com o que te aflige”. Udanavarga, 5, 18. - Confucionismo: “Não faças aos outros aquilo que não desejas que te façam”. Analecto, 15, 23. - Zoroastrismo: “Só terás boa índole quando não fizeres aos outros o que não for bom para ti próprio”. Dadistani-dinik, 94,5. - Taoísmo: “Considera o lucro do teu vizinho como se fora o teu próprio e o prejuízo do teu vizinho como se fora teu próprio prejuízo”. T’ ai Shang Kan Ying P’ ien. - Judaísmo: “Se algo te fere, não o use contra o próximo. Isto é todo o Torah; o mais simples comentário”. Talmude.  - Islamismo: “Ninguém será um crente enquanto não desejar para o seu próximo aquilo que desejaria para si mesmo”. Tradições. 12/04/12 27
  • 28. ÉTICA Conceito e Classificação  B.4 - Ética dos valores Moral cristã (= “ocidental”) Santo Agostinho (354 – 430) PRINCÍPIO BÁSICO: “Ama e faça o que quiseres”. CARACTERÍSTICAS: - Os atos humanos serão bons ou maus conforme o for o objeto do seu amor. - O mal é a ausência de Deus e o bem Sua presença. - Seguiu, quando jovem, a doutrina maniqueísta (Mani, seu idealizador, pregava um mundo dividido de modo estanque em bem e mal, luz e trevas, etc.). - Após conversão ao cristianismo adotou o ideário platônico, “cristianizando-o”. Atribuiu a Deus as “idéias eternas”: antes de ter criado o mundo Ele já as tinha em Sua cabeça 12/04/12 28
  • 29. ÉTICA Conceito e Classificação  B.4 - Ética dos valores Moral cristã (= “ocidental”) São Tomás de Aquino – Tomismo (1225 – 1274) PRINCÍPIO BÁSICO: O tomismo é considerado uma adaptação do aristotelismo e do cristianismo. (Tomás “cristianizou” Aristóteles - Ver Agostinho) CARACTERÍSTICAS: - É a doutrina que mais influenciou a Igreja Cristã. - Ensinou que, assim como existem 2 caminhos para a revelação de Deus, i. é, as verdades reveladas na Bíblia (“Teologia revelada”) e as descobertas na natureza (“Teologia natural”), o mesmo vale para o campo moral: Existe o caminho mostrado pela consciência, “natural”, e dos mandamentos bíblicos. - (Aristóteles também propunha a visão do mundo com “2 lentes” a racional e a empírica). - Aceitou o equívoco de Aristóteles da inferioridade da natureza (não da alma) da mulher, o que se alastrou pela civilização ocidental. 12/04/12 29
  • 30. ÉTICA Conceito e Classificação  Conclusão (J. R. Nalini) - Ética pode ser ensinada e aprendida. - Os estudos dos cursos de direito são adequados quanto à extensão e profundidade, mas negligentes quanto aos aspectos da ética. - O primeiro compromisso do profissional deve ser o de bem conhecer a ética e praticando-a (uma de suas normas propõe o aperfeiçoamento profissional contínuo) crescerá nas disciplinas que caracterizam sua profissão. 12/04/12 30
  • 31. ÉTICA Conceito e Classificação  Temas para último trabalho (Entrega em ___.___.03) 1.- A república (Platão) 2.- Ética a Nicômaco (Aristóteles, Ed. Martin Claret) 3.- Ética demonstrada à maneira dos geômetras (Baruch Spinoza, Ed. Martin Claret) 4.- Crítica da razão pura (Immanuel Kant) 5.- Fundamentos de ética geral e profissional (Marculino Camargo, Ed. Vozes) 6.- O mundo de Sofia (Jostein Gaarder, Ed. Cia. das Letras) (Pontos 7 a 11 do livro: Ética geral e profissional - José Renato Nalini, Ed. Revista dos tribunais, www.rt.com.br) 7.- Bioética 8.- Ética e sociedade 9.- Deveres éticos na família 10.- A ética do estudante (de direito) 11.- A ética e a vida Obs.: Em forma de monografia, em equipe (3 ou 4), avaliado com entrevista no dia da entrega. 12/04/12 31