1) O documento discute as sete últimas pragas mencionadas no livro de Apocalipse e sua relação com as três mensagens angélicas. 2) Ele fornece referências bíblicas e livros que podem ajudar no entendimento desses assuntos e apresenta uma ordem cronológica dos eventos finais. 3) O autor argumenta que precisamos compreender e pregar sobre essas pragas como parte de nossa missão de alertar o mundo.
1. As Sete Últimas Pragas
Por Hans K. LaRondelle
Sua Relação com as Três Mensagens Angélicas
Alguns livros que podem ajudar na compreensão do
assunto sobre o Armagedom:
1. Dicionário Bíblico Adventista (SDABC, vol. 8).
2. Enciclopédia Adventista (SDABC, vol. 10).
3. Comentário Bíblico Adventista (SDABC, vol. 7, no
Suplemento de Apoc. 12-20).
4. O Grande Conflito, capítulos 39 a 41.
5. Testemunhos, vol. 5, págs. 207 a 216.
6. Primeiros Escritos, pp. 36-38 (Selamento);
pp. 277-279 (O Alto Clamor).
7. Our Firm Foundation, de W. Read, vol. 2, edição de
1953.
Um relatório sobre as conferências bíblicas de 1952. O
autor foi o primeiro a obter uma nova luz sobre o assunto,
saindo fora da linha de Urias Smith.
8. As Três Mensagens de Apocalipse 14, de J. N. Andrews
– 1970. Southern Publishing Association.
O autor foi um pioneiro estudioso, que se preocupava
com a educação em nossa Igreja. Foi o primeiro a
identificar o primeiro anjo de Apoc. 14 com o anjo de
Apoc. 10. Considerou um capítulo explicando o outro.
Disse que o jurar do Anjo de Apoc. 10 só poderia referir-
se a um tempo profético. Também em relação ao segundo
2. anjo ele nos trouxe uma revelação muito importante: fala-
nos sobre uma dupla queda de Babilônia. A primeira é
uma queda de ordem moral, desde 1844. Portanto, as
igrejas que rejeitaram o primeiro anjo tiveram uma queda
moral. Apoc. 14:8. É uma queda progressiva, como um
homem que começa a afundar num pântano e vai cada vez
mais para o fundo. A situação vai se tornando cada vez
pior. A terceira mensagem angélica chama-nos a atenção
para a queda final de Babilônia (Apoc. 16:19) na sétima
praga. Esta é a destruição de Babilônia.
Esta é uma interpretação muito profunda, embora
simples. Mesmo no tipo – a Babilônia do tempo de Daniel,
podemos perceber estes dois tipos da queda. Se o Anjo do
Senhor chegou a escrever na parede que Babilônia estava
sendo pesada na balança e achada em falta, isto anunciou a
queda de ordem moral. Logo após veio a destruição final
de Babilônia.
Andrews também estabelece um paralelo entre a Igreja
Judaica e a mulher pura, em contraste com a mulher
impura (Ezequiel 16 e Isaías 1). Este paralelo também é
encontrado em Apoc. 12 e 17.
O vinho que embebeda todas as nações é interpretado
como sendo falsa doutrina. Algumas dessas doutrinas que
corrompem são mencionadas por Andrews à pág. 51 e
seguintes:
1. O milênio de paz e prosperidade sobre a Terra antes do
Advento de Cristo (doutrina do pós-milenialismo
considerada por Andrews como a pior heresia).
2. Batismo infantil por aspersão.
3. A troca do Sábado pelo Domingo.
4. Imortalidade inerente da alma.
5. O Segundo Advento considerado como espiritual e não
literal.
3. No capítulo 8 de seu livro, Andrews declara que o
vinho não misturado da ira de Deus corresponde às sete
últimas pragas. Apoc. 14:9 e 10.
O primeiro anjo diz para adorar a Deus, o terceiro diz
para não adorar a Besta. Este é o apelo do Elias do Velho
Testamento: ou adorar a Deus ou a Baal. Nas mensagens
angélicas está o terceiro Elias. No verso 10 está a mais
solene admoestação de toda a Bíblia. Não deveríamos
descansar enquanto não compreendermos este assunto.
As outras igrejas não apresentam o evangelho em sua
plenitude, como nós o fazemos, incluindo a advertência
quanto a estes perigos. Elas não compreendem a
verdadeira mensagem de Elias, nada sabem sobre as
últimas pragas. Esta é a nossa missão no mundo e se não
pregarmos a mensagem do terceiro anjo, mas apenas a do
primeiro e do segundo, estaríamos traindo esta mensagem.
Temos três mensagens a apresentar, e devemos fazê-lo na
ordem correta. Não devemos começar com a mensagem à
Babilônia, mas com a mensagem do primeiro anjo – a lei e
o evangelho. Aqueles que rejeitam essa primeira
mensagem estão em Babilônia, na sua queda moral. O
terceiro anjo acrescenta qual será o juízo sobre Babilônia
(verso 10). Esta é uma mensagem muito pessoal. Deus não
está falando a igreja um denominação, mas a indivíduos.
Não é suficiente tirar os indivíduos de Babilônia para
o Monte de Sião. Devemos também tirar Babilônia do
Monte Sião. Esta é a mensagem de Laodicéia.
As três mensagens angélicas trazem os fiéis da
Babilônia para a Igreja, e a mensagem de Laodicéia tira a
Babilônia de dentro da Igreja. Se fizermos só a metade do
trabalho, termos muitas apostasias. É preciso trazer as
pessoas para a Igreja e guardá-las dentro da Igreja.
Deveria haver uma classe de Escola Sabatina para os
4. recém-batizados e os interessados. A Sra. White aconselha
a revisão de todas as doutrinas após o batismo.
O que significa a palavra "também" do verso 10?
Significa que os que já beberam do vinho de Babilônia,
agora vão beber também do vinho da ira de Deus. Bebem
duas vezes. Em primeiro lugar foram embebedados pelo vinho de
Babilônia e agora vão beber também do vinho da ira de
Deus, sem mistura. Quando misturamos vinho com água,
ele fica muito mais suave. A ira de Deus não será
misturada com misericórdia. É por isso que tal juízo só
pode ser comparado com o juízo sobre Sodoma e Gomorra,
sobre os antediluvianos e sobre Jerusalém no ano 70 de nossa era.
Vamos ler o capítulo 15, verso 1. Aí está a prova de
que o terceiro anjo adverte quanto às sete últimas pragas.
A ira de Deus manifesta-se pela sete últimas pragas.
Devemos pregar ao mundo sobre o evangelho, sobre
Babilônia, e também advertir sobre estas sete últimas
pragas. Portanto, devemos entendê-las bem, incluindo o
secamento do rio Eufrates e o Armagedom. Se não
entendermos bem estes assuntos estaremos sendo servos
infiéis e preguiçosos.
Leiamos os versos 7 e 8 (cap. 15).
Concluímos que estes sete anjos não são instrumentos
do diabo e que as sete pragas são de ordem sobrenatural.
Sem dúvida, os ímpios atraíram as pragas sobre si, através
de suas próprias ações, mas são os juízos específicos de
Deus.
No capítulo 18, verso 5 é-nos dito porque isto
acontece: "porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se
lembrou dos atos iníquos que ela praticou." As pragas são dirigidas a
Babilônia.
No verso 4 lemos: "Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes
cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos"
"Seus flagelos". Todas as sete pragas são de Babilônia,
5. porque os seus pecados se acumularam até ao Céu. Deus
possui no Céu livros, relatórios, onde a culpa vai sendo
acumulada. Os pecados não confessados vão acumulando.
Deus estabeleceu limites para a graça e quando o
indivíduo, família, nação, ou mesmo o mundo atinge este
limite, Deus os "lembra" dos pecados. É uma expressão do
Velho Testamento que significa não apenas trazer à
lembrança, mas agir. Por exemplo, Deus lembrou-se de
Ana, e lhe deu um filho. Deus lembrou-se de Babilônia e
ela caiu (Apoc. 16:19). Há a idéia de ação.
Lemos no verso 4 "voz do céu". Esta é a nossa voz.
Quando lutamos por atrair as pessoas das outras igrejas,
somos considerados como agentes do diabo, mas a voz
que diz: "Retirai-vos dela, povo meu" vem do Céu. Há pessoas do
povo de Deus nas outras igrejas. Talvez haja mais em
Babilônia do que na nossa Igreja. E recebemos de Deus a
ordem para chamar estes que estão em Babilônia.
Babilônia significa apostasia organizada, o inimigo do
povo de Deus. Devemos chamar de lá os fiéis, para que
não sejam de seus pecados e participem de seus flagelos. É
por isso que devemos pregar sobre as últimas pragas.
Os acontecimentos finais da história deste mundo vão
se dar na seguinte ordem cronológica:
No gráfico a seguir foram acrescentadas as referências
na Bíblia e no Espírito de Profecia.
Alto Prova Selamento Fim da Pragas
Clamor Final Graça
(Chuva Serôdia)
De
Lealdade
Apoc. Apoc. Apoc. Apoc. Apoc. 16,
18:1-4 13:15 7:1-4 22:11 17 Daniel
Apoc. 12:1
6. 14:1-5
Testemunhos, GC, PR, pág. 591 Testemunhos, PE,
vol. 1, p. 604-605 Testemunhos, vol. 2, 190-
vol. 5, p. 475, 191 280-285
353 PE, PE, pág. 207-216. PP, p. 201 GC, cap.
277-279 279 PE, p. 36-38 GC, 612-613 38, pág. 603
GC, 611-
612
O Alto Clamor ou Chuva Serôdia – O Espírito Santo
será derramado na mesma proporção como o foi no dia de
Pentecostes e fará com que o povo de Deus levante a voz
em alto clamor.
O Espírito Santo vai operar como nunca e todos os
pecados de Babilônia serão expostos publicamente.
Quando chegar o Alto Clamor, todos os outros eventos
seguir-se-ão sem qualquer interrupção, inclusive as pragas,
culminando com o Segundo Advento de Cristo, que ocorre
durante a sétima praga.
O Alto Clamor vai provocar uma reação de Babilônia
e uma legislação que procure pôr um fim neste Alto
Clamor. Igreja e Estado vão se unir contra o povo de
Deus. a isto nós chamamos:
A Prova Final de Lealdade. Ninguém, sem o sinal da
besta, poderá comprar ou vender. Esta reação contra o
povo de Deus provocará:
O Selamento. O Selamento vem de Deus – os anjos
imprimindo o Selo de Deus sobre a testa. Não se trata do
Selamento do Espírito no coração – o Selamento do
Evangelho, que todos recebem por ocasião do batismo.
Não devemos confundir o selo evangélico e o selo
apocalíptico.
O Selamento do Espírito Santo por ocasião do batismo
é comprovado pelas seguintes passagens:
7. Efésios 1:13
Efésios 4:30
II Cor. 1:20-22
Rom. 8
O Selamento apocalíptico ocorre naqueles que já são
filhos de Deus, portanto já possuem o Selamento do
Evangelho. Devem agora receber um selo especial que os
anjos imprimem em suas testas. Somente os 144.000
recebem este selo.
Qual o propósito deste Selamento?
A Sra. White escreveu muito sobre isto. Ela diz que
este selo é um sinal de aprovação de Deus e de proteção
contra as sete últimas pragas.
Fim da Graça. Após o Selamento, finda o tempo da
graça e:
As Pragas começam a cair.
Todos esses eventos tão solenes têm um tipo no Velho
Testamento. Vamos agora considerar estes tipos.
Alto Clamor: Em Joel 2:28 e 32 está uma profecia
que foi cumprida em Atos 2 – o Pentecostes. Este
cumprimento é o tipo do Alto Clamor ou Chuva Serôdia.
Em O Grande Conflito, pág. 611 temos um relato sobre
isto, onde a Sra. White diz que o Clamor da Meia-noite do
movimento milerita é um outro tipo que se repetiu.
O tipo da Prova Final de Lealdade está em Daniel 3.
Os três jovens hebreus que permaneceram fiéis a Deus
tinham diante de si a fornalha de fogo ardente. Esta foi
para eles uma verdadeira prova de lealdade que implicava
em obediência ao segundo mandamento. Isto foi um tipo
de prova de lealdade que implicará em obediência ao
quarto mandamento. Todo o mundo estará na planície de
Dura.
8. Outro tipo encontra-se em I Reis 18 – Elias no Monte
Carmelo. A lealdade que será manifestada durante esta
prova será considerada pelo Céu, constando nos registros
celestes e sendo a base para o selamento.
O tipo do Selamento encontramos em Êxodo 12:12 e
13. Todos os que tinham a marca de sangue nos batentes
das portas não sofreram a décima praga. Há também uma profecia
muito importante em Ezeq. 9:4 e 5. A Sra. White afirma que esta
profecia refere-se ao Selamento dos 144.000 (Testemunhos para
Ministros, págs. 444-445).
Ainda no VT encontramos um tipo para o Fim da
Graça. Em Gên. 7:16 lemos que Noé ficou sete dias na
arca antes de começar a chuva e que um anjo fechou a
porta da arca. Diz a Sra. White ser este um tipo do
Selamento. Patriarcas e Profetas, pág. 98.
As dez pragas que caíram sobre o Egito são o tipo para
as Sete Últimas Pragas (Êxo. 7 a 12). Têm
características semelhantes e o mesmo objetivo – salvar
Israel, vindicar o nome de Deus e o Seu governo e expor
no coração de cada um a rebelião que há nele (motivar a
rebelião contra Deus).
Nas pragas finais, Deus manifestará Sua fidelidade ao
Seu povo do concerto e uma vez mais revelará a
pecaminosidade de Babilônia. Egito e Babilônia são os
inimigos do Israel de Deus e as pragas são os juízos de
Deus sobre tais inimigos.
As quatro primeiras das últimas pragas são retiradas
das dez que caíram sobre o Egito. A quinta, sexta e a
sétima são retiradas dos juízos sobre Babilônia.
Por que isto? Deus quer assegurar à Igreja
Remanescente que, nos últimos dias, Ele é o mesmo Deus
que libertou Israel do Egito e que tirou Israel da Babilônia.
Ele é o mesmo Deus que possibilitou o êxodo de um Egito
9. ateu e de uma Babilônia apostatada. A mesma libertação
virá no fim dos tempos.
Como podemos saber quando chegará a ocasião do
Alto Clamor? Como poderemos ter esta experiência?
Alto Clamor será o resultado da pregação distinta da
mensagem de Laodicéia (Apoc. 3).
Não devemos apenas pregar as três mensagens
angélicas, mas também apresentar a mensagem de Cristo à
Igreja de Laodicéia.
Como resultado de recebermos e aplicarmos
pessoalmente esta mensagem, seremos zelosos não apenas
em ganhar almas (preocupados só em números) mas nos
preocuparemos com a qualidade. A mensagem a Laodicéia
diz: "Sede zelosos e arrependei-vos." Zelosos na tristeza pelo
pecado em nosso coração. Zelosos em sentir que
morremos para o eu. Zelosos no sentido de depositarmos
todo o nosso orgulho no pó. Zelosos na luta com Deus.
Zelosos no sentido de andarmos com Cristo. Zelosos pela
glória de Deus. Esta é uma obra que tem que ser realizada
pelo indivíduo em si mesmo, antes de sair e anunciar.
Antes de falar de Deus, devemos falar com Deus.
Deus procurará os que são verdadeiramente zelosos.
Procurará o ouro puro, livre de toda escória.
Em Ezequiel 9 encontramos o selamento daqueles que
estão sob o juízo de Deus.
Em Ezequiel 8 e 9 havia muita corrupção em
Jerusalém, particularmente no templo.
Surge então a pergunta: Os que são selados, são
perfeitos e santos?
Sentir-se santo é um pecado.
Tentar sentir-se perfeito é uma rebelião contra Deus,
conforme a teologia bíblica.
10. Muitos cristãos na História quiseram sentir-se
perfeitos, porque sua consciência os condenava nos seus
próprios pecados.
Uma consciência acusando não é uma experiência
muito agradável, e eles queriam livrar-se do sentimento de
culpa e fazer alguma coisa especial para Deus. Às vezes
deixavam de se casar a fim de se tornarem mais santos.
Alguns se tornavam vegetarianos, outros procuravam
vender bastante literatura, ou ganhar muitas almas, e assim
por diante. Mas a justificação só vem por meio da fé em
Cristo. A mensagem de Cristo para a Igreja de Laodicéia é
muito humilhante para o nosso coração. "Vocês pensam
que tudo está muito bem, mas vocês não sabem o que são;
vocês são cegos, não se apercebem da própria nudez; não
sabem quão pobres são."
Cada um deve aplicar esta mensagem a si mesmo,
embora não creia que esteja nesta condição. Jesus diz: "Eu
sinto muito, mas tenho que dizer que o problema está em
seu próprio coração."
Nós queremos participar do Alto Clamor. Queremos
apresentar um bom relatório, mas a direção da motivação
não está correta – está dirigida para o próprio eu. O que
fazer então?
Devemos dizer a Jesus: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu
coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum
(Sal. 139:23 e 24).
caminho mau e guia-me pelo caminho eterno."
Devemos abrir o coração para o trabalho do Espírito Santo,
confessar os nossos pecados, abandonar todo espírito de
competição, tentando ser melhores que os outros, ou mais
santos que os nossos irmãos.
Qual será o início do Alto Clamor na vida individual
de cada um? Qual será a aplicação pessoal do Alto
Clamor?
11. Abandonar todo o orgulho e procurar somente a glória
de Deus, aceitando a todos que estão ao nosso redor como
nossos irmãos.
Em Ezequiel 9 que espécie de povo recebe a marca?
Absolutamente não são aqueles que se julgam perfeitos,
mas aqueles que estão chorando por causa da impiedade
em Israel – aqueles que se arrependerem da impiedade. O
arrependimento é uma experiência gloriosa. Ele nos faz
chorar, traz-nos mesmo o desespero, mas também nos traz
a graça pela fé em Cristo. Peçamos este arrependimento.
Em Atos 5 lemos que Jesus nos dá a fé e o
arrependimento. O arrependimento é um dom de Deus.
Não podemos por nós mesmos passar por esta experiência,
mas podemos orar pedindo-a a Deus.
Deus somente pode habitar no coração contrito e
espírito abatido. Este espírito Ele nunca rejeitará.
Encontramos isto em Isa. 65 e Sal. 51.
Agora vamos falar um pouco mais sobre os 144.000
em relação a este Selamento.
Duas vezes no Apocalipse nós lemos sobre os
144.000. Há nisto um significado especial. Em Apocalipse
7 é abordado um aspecto diferente do que é considerado
no capítulo 14.
Em Apoc. 14, nos primeiros 5 versos é enfatizado o
Seu caráter imaculado. "não se achou mentira na sua boca; não têm
mácula" (verso 5). Este estado de pureza não é uma
peculiaridade apenas dos 144.000, mas dos santos de todas
as eras. Deus não quer mentirosos em Seu reino. No
Salmo 32 lemos: "Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não
atribui iniqüidade e em cujo espírito não há dolo." (Verso 2). Esta é uma
característica dos 144.000.
Qual seria então a diferença entre os 144.000 e os
outros santos?
12. Em princípio, não é a perfeição de caráter. Embora
esses 144.000 sejam perfeitos em caráter, eles não se
sentirão perfeitos. Terão um relacionamento perfeito,
relacionamento de perdão e vitória. Eles possuem o caráter
de Deus e do Cordeiro. Seguem o Cordeiro aonde quer
que vá.
Apocalipse 7 nos dará maior luz sobre o assunto. Este
capítulo começa como se fosse uma resposta aos últimos
versos do capítulo 6. Sabemos o que acontece durante o
sexto selo (versos 12 em diante) – os ímpios finalmente
clamarão às rochas: "Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que
se assenta no trono e da ira do Cordeiro." A ira do Cordeiro são as
sete últimas pragas. O capítulo 6 termina com a pergunta:
"Quem é que pode suster-se?" A resposta está no capítulo 7 – os
144.000 podem suster-se.
É por isso que todos eles são selados. O anjo do
julgamento passará por alto aqueles que estiverem selados,
da mesma forma que o anjo da destruição passou por alto
as casas que estavam manchadas com sangue. Daí vem a
palavra "Páscoa" em inglês Passover, passar por alto.
Este é um propósito específico do selamento. Somente
os 144.000 estarão a salvo no dia da ira de Deus. Eles
conseguiram suportar a prova final e agora estão
enfrentando a ameaça de morte.
Não há possibilidade de outros se salvarem a não ser
estes 144.000 que foram selados. O grupo total dos filhos
de Deus durante as últimas pragas são os 144.000. Se
houvesse possibilidade de salvação fora dos 144.000, o
selamento não teria significado, pois o selamento é a
marca de proteção.
Em Ezequiel 9 os fiéis que se arrependeram foram
selados – receberam uma marca em sua testa. O que
13. aconteceu após esse selamento? A destruição resultante da
ira de Deus.
É exatamente isto que acontecerá quando os 144.000
forem selados.
O tempo da graça terminará e as sete pragas
começarão a cair.
Os 144.000 não são um grupo especial entre os salvos
por se sentirem mais santos do que os outros, mas porque
eles passaram por uma perseguição e uma prova sem
precedente e permaneceram fiéis pela fé em Cristo. Eles
também sofrerão mais do que os outros – experimentarão
o Tempo de Angústia de Jacó. Não podemos explicar o
que é a angústia de Jacó, mas experimentá-la e estar
preparados para recebê-la. Eles beberão desta taça de
sofrimento, muito mais do que a geração que os precede,
por esta razão estarão tão próximos a Cristo. Eles parecem
experimentar mais do que Cristo experimentou no
Getsêmani, por sua causa. Esta é a única esperança que os
conforta.
Em Apoc. 14 o selo representa uma espécie de
carimbo do caráter perfeito de Deus, uma obra completa
daqueles que são selados, como os primeiros frutos para
Deus e para o Cordeiro. Esses selados são perfeitos em
relação à fidelidade e estão prontos para a trasladação
como o remanescente final.
Em Apoc. 7 o selo de Deus é uma marca de proteção e
livramento no dia da ira de Deus.
Percebemos duas visões em Apoc. 7. Os oito
primeiros versos nos falam dos 144.000 provenientes das
tribos de Israel, e do verso 9 em diante lemos: "Depois destas
coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as
nações, tribos, povos e línguas ..."
14. Quem é esta grande multidão? A resposta está no
verso 14: "São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas
vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro."
Há diferença entre os 144.000 que vêm dos judeus e
esta grande multidão que vem de todas as nações?
Não existe uma resposta definida da Igreja quanto a
este assunto, mas julgamos que os 144.000 não são
totalmente idênticos a este segundo grupo da grande
multidão. Eles representam a Igreja Remanescente da
última geração, com um especial selamento apocalíptico
durante as sete últimas pragas. Eles experimentam a
grande tribulação. Mas o segundo grupo, que ninguém
pode contar e que vem de todas as nações, representam
todos os salvos de todas as eras, desde o início do mundo.
É portanto, um grupo diferente. Eles também vêm de uma
grande tribulação, porque ninguém será salvo sem passar
por uma tribulação. Paulo afirmou várias vezes que para
irmos ao reino de Deus teremos que passar por grandes
tribulações.
Os 144.000 serão parte desses salvos de todas as eras,
portanto eles serão um grupo especial dentro do grupo
maior. Esta é a explicação da Sra. White. Ela se refere a
esta grande multidão de Apocalipse 7:9 e 14 como sendo
os redimidos de todas as eras, e também aplica Apoc. 7:9-
14 aos 144.000. Há, portanto, uma fusão entre esses dois
grupos.
Os 144.000 são especificamente chamados israelitas
ou semente de Abraão. Isto não cumpre a promessa feita a
Abraão em Gênesis 15 e 17, que a sua semente seria tão
numerosa quanto a areia do mar e as estrelas no céu? Isto
quer dizer inumerável, que não se pode contar. Só Deus
poderá numerar a descendência de Abraão.
Da mesma forma como o primeiro Elias não morreu,
os 144.000 não passarão pela morte. Este ponto de vista é
15. sustentado pela Bíblia e pelo Espírito de Profecia. (O
Grande Conflito, págs. 648, 649; 665, 646, 428;
Testemunhos, vol. 1, págs. 78 e 155).
Natureza das Pragas
Já definimos os três propósitos das pragas, que são:
1º - Redimir Israel
2º - Vindicar o caráter de Deus e o Seu concerto.
3º - Expor a pecaminosidade dos ímpios e a rebelião
dos professos fiéis a Deus.
Durante as sete últimas pragas o Universo
testemunhará aquilo que não podiam ver antes – o que
estava no coração das pessoas, que não se arrependerão
nem darão glória a Deus.
Vamos agora considerar a natureza das pragas. Já
aprendemos que as pragas são um evento sobrenatural.
Resta saber se são literais ou espirituais.
Josias Litch, um dos pioneiros do movimento milerita,
defendeu a posição que as pragas são literais no que diz
respeito à sua linguagem e descrição.
Quanto ao secamento do rio Eufrates e à sexta praga,
ele cria que o rio Eufrates seria literalmente seco, assim
como o rei persa Ciro secou-o por ocasião da queda de
Babilônia. Podem ler quanto a isto na Enciclopédia
Adventista, verbete Armagedom.
Para ele havia uma total identificação entre o
secamento do Eufrates do Velho Testamento e o do Novo
Testamento. Consequentemente, ele não chegou a ver a
relação tipológica entre um e outro. No relacionamento
tipológico nunca há uma relação completa entre o tipo e o
antítipo. Onde havia uma analogia, ele viu uma identidade,
uma igualdade. Ele separou o secamento do Eufrates do
16. Novo Testamento do seu contexto literal e teológico,
porque as sete últimas pragas são todas destinadas à
Babilônia mística, e esta Babilônia mística é um poder
espiritual. E não podemos considerar Babilônia
espiritualmente e o rio Eufrates literalmente. Se o Eufrates
é o rio de Babilônia, temos que tomar ambos literalmente
– ambos estão numa conexão inseparável.
Por outro lado, Babilônia é uma organização poderosa,
visível, com manifestações religiosas e políticas concretas.
É o inimigo e perseguidor literal e visível do Israel de
Deus.
Urias Smith chegou à conclusão de que o dilema entre
serem as pragas literais ou não é um dilema infrutífero.
Ele afirmou que a terminologia simbólica diz respeito a
juízos concretos e literais. Ele cria que as pragas eram
simbólicas, afirmando que o Eufrates significava "povos",
mas acreditava que as outras pragas teriam cumprimento
literal.
A sexta praga é tão simbólica quanto a quinta, onde o
trono da besta é um símbolo muito conhecido.
Ao considerarmos a 1ª praga, consideramos várias
coisas como símbolos – o sinal da besta, sua imagem e seu
culto.
O julgamento, que é o resultado de cada praga, é que é
literal, embora as organizações que vão sofrer esse
julgamento possam ser simbólicas.
Este conceito de Urias Smith é bastante profundo. Ele
disse: "As pragas são esculpidas numa linguagem
simbólica, mas as pragas propriamente ditas são literais,
porque os juízos são literais."
Vamos ver o que João N. Andrews tem a dizer. Em
seu livro As Três Mensagens de Apocalipse 14, pág. 117
ele diz que as últimas pragas serão semelhantes em caráter
17. às que foram derramadas sobre o Egito, embora suas
conseqüências serão muito mais terríveis – efeito mundial.
Andrews percebeu um relacionamento tipológico entre
as pragas do Egito e as sete últimas pragas.
Esta é uma boa explicação, pois ele considerou a
Bíblia como um todo.
Vamos considerar o que a Sra. White tem a dizer. O
Grande Conflito, pp. 627 e 628: "As pragas que sobrevieram ao
Egito quando Deus estava prestes a libertar Israel, eram de caráter semelhante
aos juízos mais terríveis e extensos que devem cair sobre o mundo
precisamente antes do libertamento final do povo de Deus."
Esta exposição é perfeitamente teológica. A Sra.
White viu uma relação tipológica, assim como Andrews.
Ela usa as mesmas palavras de Andrews: "semelhantes em
caráter".
E ela ainda vai além, dizendo que as pragas no Egito
estavam relacionadas com o Israel de Deus, a fim de livrá-
lo do Egito, e que as pragas finais terão o objetivo de
livrar o povo de Deus.
Há uma perfeita harmonia com os princípios
hermenêuticos que estudamos. Devemos relacionar as
pragas com o Deus de Israel e o Cristo do Novo
Testamento, com o Israel do Velho Testamento e com o
Israel espiritual do Novo Testamento. Podemos notar que
as pragas têm o mesmo caráter e propósito.
Urias Smith relacionou as pragas com Israel somente
nas três primeiras pragas, e depois se esqueceu. Para ele, a
5ª, 6ª e 7ª pragas nada têm que ver com o Israel de Deus,
mas com os povos que literalmente vivem ao redor do rio
Eufrates, ou seja, os turcos. Por que traria Deus os Seus
juízos mais terríveis ao povo específico que vive ao redor
do rio Eufrates? O que dizer dos adventistas que vivem
naquela região?
18. 1ª Praga. Leiamos Apoc. 16:1 e 2. O primeiro anjo
derramou a sua taça sobre a Terra. Portanto, a primeira
praga é mundial, embora nem todos sejam atingidos por
ela. Alguém poderia argumentar que as úlceras malignas e
perniciosas são espirituais, invisíveis.
Estas úlceras atingem aqueles que têm o sinal da besta
e a adoram. Sem dúvida, esta é uma linguagem figurada,
mas as pessoas atingidas não são invisíveis, são pessoas literais,
indicadas por linguagem simbólica. Portanto, as úlceras também
devem ser literais. Se considerarmos as úlceras como
espirituais, temos que admitir que eles já foram atingidos
por tais úlceras anteriormente. E estas pessoas não são
espirituais, não nasceram de novo. As úlceras que recebem
podem ser vistas e sentidas.
2ª Praga. Apoc. 16:3. Devemos considerar esta praga
como literal ou simbólica? Se for espiritual, um mar
simbólico não faz muito sentido. Devemos considerar o
mar literal que se torna em sangue literal. Este juízo cairá
sobre um povo literal.
Os filhos de Deus não sofrerão estas pragas – não
porque são vegetarianos – mas porque Deus resolve não
derramar estas pragas sobre o Seu povo.
3ª Praga. Apoc. 16:4 – Rios e fontes tornam-se em
sangue. Deus derrama as pragas em estágios. Pela primeira
vez, lemos sobre a razão para estas pragas – Versos 5 a 7.
Por que Deus transforma a água em sangue
coagulado? A razão é dada no verso 6: Porque mataram os
profetas. Todas as pragas são centralizadas em Israel.
Em O Grande Conflito, pág. 628 lemos:
"Condenando o povo de Deus à morte, são tão culpados do crime do
derramamento de seu sangue como se este tivesse sido derramado por suas
próprias mãos. De modo semelhante declarou Cristo serem os judeus de Seu
tempo culpados de todo o sangue dos homens santos que havia sido
derramado desde os dias de Abel; pois possuíam o mesmo espírito, e estavam
procurando fazer a mesma obra daqueles assassinos dos profetas."
19. No ano 70 da nossa era Deus destruiu Jerusalém. Por
que Ele esperou esses quarenta anos? Para dar uma
oportunidade aos Seus filhos. Quando os filhos rejeitaram
a mensagem apostólica, os juízos de Deus caíram sobre
eles. E qual a relação entre este ato de rejeição dos filhos e
o que os pais fizeram rejeitando a Cristo? O pecado era
basicamente o mesmo. Os filhos completaram a medida do
pecado dos pais. Mat. 23:32.
Durante as três primeiras pragas, o Israel de Deus, a
Igreja Remanescente tornou-se o foco de uma perseguição
baseada em leis. O Espírito de Deus foi retirado e nação
após nação legisla contra o povo de Deus. Está aqui
implicado Apoc. 13 – com um decreto de morte. Não
devemos confundir ameaça de morte com decreto de
morte. São diferentes. O decreto de morte é muito mais
sério, e só será proclamado após o fechamento da graça.
Será estabelecida uma data para a execução.
É a experiência de quando Esaú veio em direção a
Jacó para exterminá-lo – a Angústia de Jacó.
Será determinado um prazo, findo o qual, o povo
deverá ser exterminado. O tipo deste decreto de morte,
está num livro do Antigo Testamento que não é citado no
Apocalipse – o livro de Ester.
A Sra. White escreve em O Grande Conflito que o
decreto de morte será publicado durante as três primeiras
pragas.
Será cumprido este decreto? Não.
Então, por que razão Deus lhes dá sangue para beber
uma vez que não consumam este intento?
Urias Smith e a Sra. White dão a mesma resposta.
Pela publicação do decreto de morte o pecado atinge o
seu ponto culminante. O pecado torna-se legalizado. E
Deus então diz: "Basta!" Se o tempo permitisse, eles
20. matariam os filhos de Deus. Deus considera esta culpa
como se o decreto fosse executado, da mesma forma como
Deus aceitou o sacrifício de Isaque como se Abraão o
tivesse levado a cabo.
A decisão da vontade foi tomada e a medida dos
pecados dos antepassados fica completa.
É manifestado o mesmo espírito daqueles que
perseguiram o povo de Deus durante todas as eras. É por
isso que Deus lhes dá a segunda e terceira pragas – sangue
literal. Não existe sangue espiritual.