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GEOPROCESSAMENTO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
ESTUDO DE CASO - MINERAÇÃO 
Eng. Cart. César Valdenir Teixeira 
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA 
Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) 
e-mail: cesar@csr.ibama.goc.br 
Eng. Agro. Carlos Eduardo de Castro 
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA 
Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILIC) 
SAIN Av L4 Norte Ed. Sede do IBAMA - cep. 70620-000 - Brasilia – DF 
fone: (061) 316-1449 - fax: (061) 223-7108 
e-mail: celucastro@uol.com.br 
RESUMO 
Atualmente, os trabalhos realizados pela Diretoria de Licenciamento e Qualidade Ambiental (DILIQ) do 
IBAMA no controle da qualidade ambiental de áreas destinadas à exploração dos recursos naturais são realizados 
mediante a apresentação de relatórios de monitoramento da qualidade ambiental e mapas analógicos das áreas, como 
também, por posteriores vistorias, realizadas pelos técnicos do IBAMA, aos locais das atividades degradadoras. O 
objetivo é utilizar o geoprocessamento na organização das informações, mostrando a sua potencialidade e agilidade 
como ferramenta tecnológica que pode contribuir para o processo do licenciamento ambiental. A atividade objeto do 
presente estudo é mineração, localizada na Floresta Nacional de Saracá-Taquera, município de Oriximiná, no estado do 
Pará. 
ABSTRACT 
The work of IBAMA’s Directorate of Licensing and Environmental Quality Control (DILIQ) in the field of 
environmental quality control and natural resources conservation of areas destined for commercial mining exploration 
is fulfilled by the presentation of an environmental quality monitoring report, analogical maps of the degraded sites, as 
well as a thorough field inspection carried out by IBAMA’s personnel. The objective of this monography is to 
demonstrate the potentiality and agility of geoprocessing tecnologies in the organization of information used during the 
environmental licensing process. The study area is situated at the Saracá-Taquera National Forest, in the Oriximiná 
municipality, Pará State. 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 - Apresentação 
A presente monografia objetiva atender, as 
normas e regras estabelecidas para o “Curso de 
Especialização em Geoprocessamento” oferecido pelo 
Instituto de Geociências da Universidade de Brasília, 
como documento final para a conclusão do curso. O 
curso tem duração de 450 horas e abrange 
conhecimento nas áreas abordadas pelas seguintes 
disciplinas, com seus respectivos n.ºs de créditos: 
Estatística para Geoprocessamento – 02; Fundamentos 
de Cartografia – 02; Sensoriamento Remoto – 03; 
Zoneamento Ambiental – 02; Interpretação de Imagens 
– 03; Processamento de Imagem de Satélite – 05; 
Introdução ao SIG – 04; Análise Espacial em SIG – 03; 
Monografia – 06. Cada crédito corresponde a 15 h aula. 
1.2 Objetivos 
O trabalho tem por objetivo apresentar uma 
ferramenta de apoio ao processo administrativo de 
licenciamento ambiental, utilizando-se de técnicas de 
geoprocessamento e suas aplicações para o 
levantamento, análise e integração de dados de variáveis 
ambientais, que subsidiem o desenvolvimento de 
metodologias para otimizar a execução de programas de 
acompanhamento e monitoramento dos impactos 
ambientais causados pela atividade de mineração. 
1.3 Localização da Área 
Floresta Nacional é uma categoria de Unidade de 
Conservação de Uso Sustentável instituída pela lei do 
SNUC (A Lei 9.985 de 18 de julho de 2000), com os 
objetivos de promover o manejo dos recursos naturais, 
garantir a proteção dos recursos hídricos, belezas 
1-Técnico em geoprocessamento - Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) IBAMA ,(cesar@csr.ibama.goc.br) 
2-Técnico em licenciamento ambiental - Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILIC) IBAMA , (celucastro@uol.com.br) 
IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
cênicas e fomentar o desenvolvimento de pesquisa, 
recreação, lazer e turismo, compatibilizando a 
conservação da natureza com o uso sustentável de 
parcela dos seus recursos naturais, necessitando para tal, 
do estabelecimento de um instrumento norteador, de 
suas ações de manejo. 
A Floresta Nacional de Saracá-Taquera, criada 
pelo Decreto 98.704 de 27 de dezembro de 1989, 
publicado no D.O.U. de 27/12/89, é uma unidade de 
conservação de uso direto. Possui oficialmente 429.600 
ha e um grande potencial de recursos naturais 
renováveis (madeira e outros produtos não 
madeiráveis), além de outros não renováveis (bauxita), 
e importância ecológica significativa. Esses fatos, 
aliados às características ambientais dessa área 
transformaram-na em unidade de suma importância na 
proteção e conservação (uso racional e sustentável) de 
importantes ecossistemas do bioma floresta tropical 
existente na região norte do Brasil 
No caso em questão, a atividade minerária 
localiza-se dentro da Floresta Nacional Saracá-Taquera, 
na grande região norte do Brasil (Amazônia), mais 
especificamente no estado do Pará, nos municípios de 
Oriximiná, Faro e Terra Santa, entre as coordenadas 
geográficas 10 20’ e 10 55’ de latitude Sul e 560 00’ e 
57015’ de longitude Oeste, na margem direita do rio 
Trombetas. Limita- se ao norte com a Reserva Biológica 
do Rio Trombetas, cujo limite geográfico é feito em sua 
maior parte pelo rio Trombetas. O rio Nhamundá, que 
limita os estados do Pará e Amazonas, contorna a 
Floresta Nacional de Saracá-Taquera em seu limite sul-sudoeste, 
à aproximadamente 20 km de distância da 
Flona. 
Figura 01 - Localização 
2. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 
2.1 – Licenciamento Ambiental 
O meio ambiente, além da sua evolução natural, 
está sujeito a constantes alterações provocadas pelo 
homem. Observa-se, ao longo da história da 
humanidade, que a interação do homem com seu 
ambiente natural, bem como os processos de 
apropriação dos recursos naturais, tem sido regidos por 
sua conduta predatória. O uso e ocupação racional do 
espaço físico com atividades rurais, urbanas, ou 
exploratórias, são expressões diretas da forma pela qual 
estas atividades são realizadas em determinado local ou 
região, em um determinado tempo. Assim, as atividades 
humanas, sob pretexto de uma demanda crescente para 
atender suas necessidades básicas, têm imprimido 
processos intensivos de exploração dos recursos 
ambientais de maneira a ameaçar tanto a disponibilidade 
de alguns desses recursos, como também, a capacidade 
de regeneração de diversos sistemas ambientais 
determinantes para sustentação do seu hábitat no 
planeta. 
A questão ambiental é atualmente uma das 
grandes preocupações mundiais e está presente em 
praticamente em todas as áreas, o que levou vários 
segmentos da sociedade a intensificar esforços voltados 
à conservação do meio ambiente. Assim, com o objetivo 
de preservar, melhorar e recuperar a qualidade 
ambiental foi instituído, dentre outros, pela Lei da 
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.º 6.938 de 
1981, no seu art. 9.º, no inciso IV, e posteriormente, 
aperfeiçoado pelas resoluções CONAMA n.º 001/1986 
e n.º 237/1997), um instrumento para controle da 
implantação e de operação das atividades modificadoras 
do meio ambiente, o Licenciamento Ambiental. 
O licenciamento tem como finalidade promover 
o controle prévio à “construção, instalação, ampliação, e 
o funcionamento de estabelecimentos e atividades 
utilizadoras de recursos ambientais considerados efetiva 
ou potencialmente poluidoras, bem como os capazes, 
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental” 
(art. 10). Tem um caráter dinâmico e é um eficaz 
mecanismo preventivo para gestão ambiental, em 
particular no que se refere à organização espacial das 
atividades potencialmente degradadoras. 
A condução do Licenciamento Ambiental é 
concebida dentro de um processo de avaliação 
preventiva que consiste no exame dos aspectos 
ambientais dos projetos em suas diferentes fases 
(concepção, planejamento, instalação e operação), 
concedendo Licença Prévia (LP), de Instalação (LI) e de 
Operação (LO), funcionando sob a forma de um 
sistema, o SLAP – Sistema de Licenciamento de 
Atividades Poluidoras, atuando assim no processo de 
gestão ambiental, como instrumento preventivo de 
controle da qualidade ambiental e de conservação dos 
recursos naturais. 
Ao se exigir licenciamento para determinados 
empreendimentos, busca-se estabelecer mecanismos de 
controle ambiental nas intervenções setoriais que 
possam vir a comprometer a qualidade do meio 
ambiente. Esses mecanismos são desenvolvidos através
de instrumentos denominados de “Métodos de 
Avaliação de Impactos Ambientais – AIA” os quais são 
utilizados para coletar, analisar, avaliar, comparar e 
organizar informações qualitativas e quantitativas sobre 
os impactos ambientais originados de uma determinada 
atividade modificadora do meio ambiente. 
Assim, a viabilidade ambiental de um 
empreendimento está calcada em estudos denominados 
“Estudos de Impactos Ambientais (EIAs/RIMAs, PCAs, 
RCAs, PRADs, entre outros)”, que baseados nos 
Métodos de AIA, apresentam Programas de 
Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos 
Ambientais aprovados pelos Órgãos de Meio Ambiente, 
por ocasião da emissão da licença ambiental. Ocorre 
que para efetivação do acompanhamento e 
monitoramento dos impactos, inclusive exigidos como 
condicionantes nas licenças ambientais, os Órgãos 
Ambientais têm encontrado dificuldades tais como: a) 
baixa qualidade dos Programas; b) falta de definição de 
normas; c) regulamentos e critérios próprios que 
orientem as atividades de acompanhamento; entre 
outras. 
O fato é que o volume de variáveis a serem 
analisadas limita em muitas situações o alcance de 
propostas mais efetivas para o acompanhamento dos 
impactos, devido em parte a não disponibilidade de 
dados atualizados, o que dificulta sua análise e 
integração, deixando assim de proporcionar suporte à 
tomadas de decisão no Processo de Licenciamento 
Ambiental. 
Neste contexto, o presente trabalho pretende 
contribuir com os Órgãos de Meio Ambiente no 
Processo de Licenciamento Ambiental, apresentando 
mais uma alternativa para execução de Programas de 
Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos 
Ambientais causados pela atividade de mineração, 
utilizando-se de técnicas de Sensoriamento Remoto e/ou 
Geoprocessamento e suas aplicações para o 
levantamento, análise e integração de dados de variáveis 
ambientais. 
2.2 - Caracterização da Atividade Minerária 
A mineração é sem dúvida, uma atividade 
indispensável à sobrevivência do homem moderno dada 
a importância assumida pelos bens minerais em 
praticamente todas as atividades humanas, das mais 
básicas como habitação, agricultura, dentre outras, às 
mais sofisticadas, como tecnologia de ponta nas áreas 
da comunicação e medicina. 
No entanto, segundo o Manual de Impactos 
Ambientais do Banco do Nordeste do Brasil S.A., a 
atividade de exploração mineral propriamente dita, é 
tida como uma das mais impactantes ao meio ambiente, 
haja vista os diversos impactos que gera e assim sendo, 
torna-se um desafio para os órgãos ambientais, pois 
caracteriza-se como o setor que mais demanda pedidos 
de licenciamento ambiental na maioria dos estados 
brasileiros. 
A mineradora que atua na área objeto deste 
estudo, a Mineração Rio do Norte, extrai bauxita há 23 
anos e atualmete produz 16,3 milhões t/ano, de forma a 
atender as necessidades e compromissos já firmados 
com o mercado consumidor. 
As atividades operacionais da mineradora 
consistem na lavra, beneficiamento, transporte 
ferroviário e embarque de navios, tendo o processo de 
lavra sido iniciado em 1979. 
O método de lavra é a céu aberto e por tiras, que 
consiste na retirada da vegetação por meio da derrubada 
direta das árvores por tratores, decapeamento do solo 
(solo este armazenado para posterior utilização em áreas 
que serão recuperadas), retirada do estéril e da bauxita, 
em faixas, de dimensões pré-determinadas. 
As áreas das minas exauridas são preparadas e 
recuperadas nos moldes do reflorestamento 
contempladas no Plano de Recuperação de Áreas 
Degradadas – PRAD, utilizando espécies de mudas 
nativas da região 
3. ETAPAS METODOLÓGICAS 
3.1- Aquisições de Informações 
Os dados utilizados na construção do Sistema, 
encontram-se divididos em duas categorias: 
- Dados gráficos; 
- Dados tabulares. 
Os dados gráficos são de dois tipos: formato 
matricial, compreendido pelas imagens de satélites e 
relevo sombreado e formato vetorial relativos às 
coberturas. 
Os dados utilizados para o trabalho se 
originaram de várias fontes. 
Base Cartográfica (hidrografia, altimetria, 
sedes, entre outros), digitalizados de cartas do IBGE na 
escala 1:100.000 e cedidos pela Diretoria de Florestas 
do IBAMA e Mineração Rio do Norte (MRN). 
Para os limites (políticos e da Flona), foi 
utilizados dados do IBGE e memorial descritivo. 
Os dados temáticos , imagens e outros dados 
existentes no projeto (geologia, solos, geomorfologia, 
zonas populacionais, áreas de recuperação, platôs de 
mineração, entre outros), foram estabelecidos por 
levantamentos da MRN que realizou trabalhos de 
campo para dados temáticos, baseando-se na tipologia 
do RADAMBRASIL. 
Os dados tabulares disponíveis para o projeto 
também têm como fonte a MRN e contém dados 
meteorológicos (temperatura, umidade, pluviosidade, 
entre outros) da área em vários anos.
3.2 - Manipulação dos dados 
Os dados utilizados neste projeto são oriundos 
de várias fontes e sofreram várias manipulações até 
estarem prontos para serem utilizados no ArcView. 
Estas manipulações são ilustradas no diagrama 
de fluxo de dados, apresentado abaixo. 
Diagrama de fluxo dos dados 
3.3 - Softwares 
3.3.1 - ARCINFO 
O ArcInfo é um sistema gerenciador de 
informações geográficas, que está sendo desenvolvido 
pela ESRI (Environmental Systems Research Institute) 
desde a década de 70. 
Ele é um sistema aberto, compatível com os 
mais diversos tipos de periféricos e suportado por vários 
tipos de arquiteturas de computadores, entre elas Intel e 
Risc. Este sistema é dividido em módulos, possuindo 
grande capacidade de processamento. Para o 
desenvolvimento de aplicativos, os usuários também 
contam com duas linguagens de programação: AML 
(Arc Macro Language), para plataformas UNIX, e o 
SML (Simple Macro Language), para plataformas PC. 
3.3.2 -ERDAS-IMAGINE 
O Erdas-Imagine é um sistema produzido pela 
Erdas Inc., que incorpora funções de processamento de 
imagens e sistema de informações geográficas (SIG). 
Ele é um programa versátil que suporta várias 
arquiteturas de computadores, principalmente Intel e 
Risc, e também é compatível com diversos periféricos, 
em muitas aplicações trabalha em conjunto com o 
ArcInfo, gerando e lendo dados do mesmo. 
O sistema é dividido em vários módulos, como: 
visualização, importação/exportação, composição de 
mapas, interpretação de imagens, modelador espacial, 
modulo de vetorização, etc. O Erdas também oferece 
uma linguagem de desenvolvimento de macro, o EML 
(Erdas Macro Language), o que possibilita aos usuários 
a construção de aplicativos específicos. 
Uma característica importante do Erdas é a sua 
capacidade de trabalhar com uma quantidade muito 
grande de dados, como por exemplo imagens satélite, 
com bastante eficiência. 
3.3.3 - ARCVIEW 
O ArcView é um programa da ESRI que 
constitui uma poderosa ferramenta para visualização, 
consulta, pesquisa e análise de dados gerados pelo 
ArcInfo. A última versão do programa permite que se 
realize o cruzamento de corberturas. O programa 
suporta diversas arquiteturas de computadores e possui 
uma linguagem de desenvolvimento, o Avenue. 
3.4 - Processamento da imagens 
As imagens foram utilizadas para detectar o 
desmatamento e tipo de vegetação, através do software 
Erdas-Imagine. Foram utilizadas duas órbitas-pontos: 
228-61 e 229-61 de 1999. 
3.3.1 – CORREÇÃO GEOMÉTRICA 
Para efetuar o trabalho utilizou-se o método 
imagem-mouse/tela do Erdas-Imagine. Nas duas janelas 
colocou-se a imagem e, em uma delas, adicionou-se a 
base cartográfica digital, ficando a imagem apenas 
como referência. Os pontos de controle (origem) foram 
coletados a partir da base cartográfica digital e 
associados a pontos comuns (destino) na imagem da 
outra janela. Coleta-se o maior número possível de 
pontos de controle. Terminado a coleta destes pontos, 
verifica-se o erro médio quadrático dos pontos e, se este 
erro for maior do que trinta metros, realiza-se uma nova 
correção geométrica. Caso contrário, deve-se conferir se 
todos os pontos estão localizados de forma correta, 
colocando-os na posição ideal até que o erro seja 
aceitável. No caso específico do Centro de 
Sensoriamento Remoto do IBAMA, adota-se uma 
metodologia onde os resíduos em x e y devem ser no 
máximo de 30 metros e o número de pontos de controle 
entre nove e 20 pontos bem distribuídos pela imagem. 
Além disso, o modelo matemático utilizado na 
retificação das imagens é o polinômio de primeiro grau 
que possui seis coeficientes.
Figura 02 – Imagem TM-Landsat de 1999 
3.3.2 - CLASSIFICAÇÃO DAS IMAGENS 
Classificação é o processo de extração de 
informações em imagens para reconhecer padrões e 
objetos homogêneos. Para o trabalho foram utilizados 
os seguintes tipos de classificação: 
Supervisionada - aplicada quando se tem 
algum conhecimento sobre a cena. Neste tipo de 
classificação, o analista está em contato direto com o 
sistema e o seu conhecimento sobre a cena que permite 
realizar o treinamento, adquirindo amostras de 
treinamento as quais representam o comportamento 
médio das classes. É fundamental que essas amostras 
sejam homogêneas e representativas das classes de 
interesse. Esses grupos de amostras podem ser 
adquiridos por conhecimento teórico ou prático; 
Classificação Não-Supervisionada - aplicado 
quando não se tem informação a priori da imagem. 
Neste caso, o analista tem pouco controle sobre a 
classificação, de modo que, neste tipo de classificação 
quanto mais heterogêneas forem as amostras, maior será 
a certeza de que todas as classes possíveis estarão 
representadas. Sua grande vantagem é que o analista 
não necessita de conhecimento prévio da área de estudo 
eliminando, assim , em alguns casos, a visita a campo. 
A técnica de classificação não-supervisionda utilizada 
neste trabalho é um procedimento de agregamento de 
otimização interativa, também chamado técnica de 
médias migrantes, e é essencialmente um algoritmo de 
“ISODATA”. 
As técnicas de realce visam melhorar a 
qualidade visual das imagens e acentuar as 
características dos dados. Uma das técnicas de realce é a 
filtragem; utilizada principalmente para a suavização, 
detecção e realce de bordas e linhas que representam 
feições em uma imagem. 
Outra técnica utilizada no trabalho foi o NDVI 
- Índices de Vegetação da Diferença Normalizada, que é 
uma quantidade obtida através da razão, diferença, ou 
qualquer outra transformação espectral de dados, para a 
representação das características da cobertura vegetal, 
tais como: índice de área foliar, fitomassa, peso da 
vegetação úmida, peso da vegetação seca, porcentagem 
da cobertura vegetal, etc. Os índices de vegetação 
podem ser calculados tanto a partir de dados orbitais, 
quanto de medições radiométricas de campo. Os índices 
de vegetação são calculados pela razão entre os valores 
de reflectância medidos no intervalo espectral do infa-vermelho 
próximo (onde a vegetação tem alta 
reflectância) pelos valores do vermelho (onde a 
vegetação tem baixa reflectância). 
Também utilizou-se de técnicas de 
manipulação de contraste, procedimento que consiste na 
modificação da forma do histograma, assim o nível de 
cinza da imagem original é transformado em outro valor 
de nível de cinza, de tal modo que o contraste da 
imagem seja ampliando. 
O Erdas-Imagine oferece estas técnicas e 
procedimento que foram utilizados para separar as 
áreas de desmatamento e os tipos de vegetação. 
Figura 04 – Vegetação 
a) Classificação do desmatamento (antropismo) 
A classificação do desmatamento foi realizada 
utilizando o algoritmo de ISODATA. Após a 
classificação, foi realizada uma edição na imagem 
resultante para identificar as áreas desmatadas, isolar 
essas áreas e eliminar áreas periodicamente inundadas.
Figura 03 – Antropismo 
b) Classificação da Vegetação 
O IBGE no ano de 1992 promoveu a 
uniformização da classificação geral das formações 
vegetais existentes no Brasil, as quais são reconhecidas 
atualmente em nível nacional. A classificação definida 
pelo IBGE será adotada como base neste estudo, por ser 
reconhecida internacionalmente e empregada nos 
principais levantamentos efetuados de forma global no 
Brasil, como por exemplo, no caso do 
RADAMBRASIL. 
Utilizando a imagem TM-Landsat, realizou-se 
processamento de imagens com a finalidade de obter 
uma cobertura de vegetação. Nas duas primeiras 
tentativas optou-se por uma classificação 
supervisionada (utilizando amostras baseadas nas 
classificações do RADAMBRASIL) e depois 
classificações não supervisionada (variando no número 
de classes), os resultados não foram satisfatórios, pois 
não apresentaram grandes diferenciações entre as 
classes. Como outra tentativa optou-se por fazer um 
NDVI na imagem e posteriormente com este resultado 
fez-se uma equalização do histograma automática, 
resultando uma melhora visual significativa. A partir 
destas três imagens isolou-se cada classe separadamente 
e posteriormente foram preparadas e editadas no 
software Erdas, para vetorização. 
Na maior parte da imagem foi classificada 
como Floresta Ombrófila Densa, nesta classe conseguiu 
subdividi-la na classe FOD de submotanhas platôs e 
ocupa 94,1% da área da Floresta Nacional de Saracá 
Taquera, as Formações Pioneiras de Influência Fluvial 
(Aluviões) respondem por 2,7% e a Campinarana por 
0,2%. Desta forma, as formas de vegetação natural, 
(primária) respondem por 97% da cobertura vegetal da 
Floresta Nacional de Saracá Taquera, enquanto que as 
áreas que sofreram ação antrópica representam 2% da 
área total da Floresta Nacional. 
3.5 – Vetorização 
Após as classificações, passou-se para o 
processo de vetorização. Esse processo foi realizado 
utilizando o Erdas-Imagine. A vetorização disponível 
no programa é automática, gerando uma cobertura 
(Arc/Info) de polígonos. Essa cobertura possui um 
atributo do tipo inteiro denominado Grid-Code. Assim, 
cada polígono possui um código armazenado em Grid- 
Code, que é o número da classe obtida no processo de 
classificação. 
O Grid-Code é utilizado como chave de 
relacionamento para que se possa fornecer outros 
atributos à cobertura, tais como sigla e descrição. 
Estas coberturas são utilizadas para o 
processamento, fazendo cruzamentos para se realizar, 
por exemplo, zoneamentos. 
3.6 - Modelagem da Superfície (MDT) 
A modelagem digital de terrenos é o ponto de 
partida para a obtenção de informações que auxiliem a 
visualização ou análise das características físicas de 
uma determinada região. Pode-se citar como exemplos 
destas informações, perfilagem, declividade, relevo 
sombreado, vista perspectiva, vôo panorâmico, 
fatiamento, exposição de vertentes, cálculo de volumes, 
corte, aterro, entre outros. 
Todas as informações geradas pela modelagem 
digital de terrenos, podem ser utilizadas em várias 
aplicações, entre elas, planejamento urbano e ambiental, 
projetos de redes de distribuição e de drenagem, 
projetos rodo-ferroviários, entre outros. 
Entre todos os métodos de modelagem de 
superfícies, a triangulação de Delaunay se tornou 
atualmente um padrão e por isso a maioria dos 
programas líderes do mercado mundial utiliza-se deste 
método. Entre os usuários ocorre o mesmo, apesar de 
alguns programas oferecerem vários métodos de 
modelagem de superfícies, o usuário, na maioria das 
vezes, faz a opção de utilizar a triangulação de 
Delaunay. Além disso, a modelagem gerada pela 
triangulação apresenta-se melhor que a modelagem 
gerada por outros métodos, já que eles possuem a 
característica de suavizar excessivamente a superfície. 
Este trabalho apresentará somente a modelagem por 
meio de triangulação. 
A modelagem digital de terrenos (MDT) foi 
feita no ArcView, utilizando método de triangulação e 
uma resolução (grade) de 30 metros. O MDT foi gerado 
para se obter um mapa de declividade e uma imagem de 
relevo sombreado (hillshade). 
O mapa de declividade foi gerado e depois 
convertido para um shapfile (ArcView) para que 
pudesse ser utilizado para efetuar cruzamentos com 
outras coberturas. 
O relevo sombreado foi gerado para se obter
uma melhor vizualização do relevo da região, que pode 
ser observado na figura 05. 
Figura 05 –Relevo Sombreado 
Figura 06 - Declividade 
3.7 - Cruzamento e análises 
Visando a realização de algumas análises e 
geração de informações para auxiliar na tomada de 
decisões sobre a área de estudo, houve a necessidade de 
se realizar alguns cruzamentos entre os temas, 
utilizando os softwares ArcView e ArcInfo. 
Desta forma para exemplificar, foram geradas 
três coberturas, uma destinada especificamente para uso 
e ocupação do solo e outras para zoneamento da área. 
3.7.1 - Zoneamento Da Área De Mineração 
A operação utilizada para obter a cobertura que 
nos mostrará as áreas utilizadas para mineração foi à 
união (union), este processo reuniu as coberturas de 
Platôs de mineração, correias e áreas de recuperação. 
Na cobertura de correias foi realizado um 
Buffer de 150 metros e posteriormente realizado a união 
com os outros temas. Também foi utilizada uma 
cobertura com a área limite de mineração estabelecida 
pelo departamento nacional de produção mineral 
(DNPM). Assim foram definidas as classes deste tema: 
• áreas de lavra; 
• áreas de recuperação; 
• áreas de futuras lavras; e 
• áreas de uso restrito. 
Figura 07- zonas de mineração 
3.7.2 – Zoneamento Da Flona 
Para a obtenção da cobertura destinada ao 
zoneamento, utilizou-se das coberturas temáticas, 
vegetação, geologia, geomorfologia, solos, antropismo 
áreas de recuperação, estradas, hidrografia poligonal, 
zoneamento mineração e zonas de população nativa. 
Como para o zoneamento, os interesses ficam 
restritos à área da reserva, foram utilizadas para esse 
cruzamento as operações de união. Para a cobertura de 
zona de população nativa foi feito um Buffer de 500 
metros; para a cobertura de estradas optou-se por fazer 
também um Buffer de 500 metros, mas neste caso foi 
considerado somente o resultado na classe de estrada 
principal. 
Como não foi utilizada nenhuma metodologia 
específica para classificar o resultado final e definir as 
características de determinada zona, preferiu-se deixar o 
tema em um estado primário e aparentemente um tanto 
confuso com vários polígonos sobrepostos, mas com os 
atributos de todos os temas unidos de modo que a partir 
deste momento pudesse ser executado o zoneamento da 
área da FLONA.
Figura 08 – zoneamento da FLONA 
3.7.3 - Uso E Ocupação Do Solo 
Para realizar o cruzamento para obtenção da 
cobertura de Uso e Ocupação do Solo, decidiu-se 
abranger não somente a área de estudo como também a 
sua área de entorno onde se localiza o núcleo urbano, 
para isso foi realizado um Buffer sobre o limite da flona 
de 10 km. 
A partir deste momento também foi utilizada a 
operação união (union), para obter a cobertura que nos 
mostrará o uso e ocupação do solo, assim foram 
reunidas as coberturas de vegetação, infra estrutura, 
desmatamento, estradas, hidrografia poligonal e áreas 
de recuperação. As classes definidas foram as seguintes: 
• Formação Ombrofila Densa; 
• Formação Pioneira; 
• Campinarana; 
• Área Reflorestada; 
• Agricultura e Pastagem; 
• Núcleo Urbano; 
• Mineração; e 
• Outros Usos (estradas e aeroporto) 
Figura 09 – Uso e ocupação do solo 
4. RESULTADOS OBTIDOS 
Mesmo que o foco principal do trabalho seja 
apenas apresentar as potencialidades da ferramenta de 
geoprocessamento, foram desenvolvidos os métodos 
descritos acima para obtenção de alguns resultados que 
podem ser utilizados para o licenciamento ambiental no 
caso específico de trabalhos com mineração. 
Primeiramente apresentou-se uma imagem 
georeferenciada, onde se pode obter um melhor controle 
na qualidade nos resultados finais. Assim foram 
abordadas apenas algumas das muitas possibilidades de 
se trabalhar com as ferramentas de geoprocessamento. 
Utilizando o processamento digital de imagem, 
conseguiu-se extrair dois temas de suma importância 
para o processo de licenciamento ambiental, que foram 
os temas de vegetação e antropismo. Temas estes que 
podem ser localizados espacialmente, analisados, 
quantificados e verificados se condizem com a 
veracidade das informações prestadas aos órgãos 
ambientais. Também foram apresentadas as 
possibilidades de cruzamento de temas para geração de 
outros que podem ter fins específicos, aqui mostramos 
exemplos de zoneamento e uso ocupação do solo. 
Apresenta-se também como produtos deste 
trabalho mapas dos temas gerados, que se encontram em 
anexo. 
Outro importante resultado apresentado é a 
organização dos dados em um sistema de informações 
geográficas, armazenados em um CD incluído neste 
trabalho. Nele foram disponibilizados os dados 
distribuídos em quatro categorias que compõe o projeto, 
são elas, base cartográfica, base temática, base de 
análise e base de imagens. Para visualização dos 
mesmos utilizou-se do software ArcExplorer, um 
produto da família ArcView/ArcInfo de distribuição 
gratuita e uma forma de disseminar as informações. 
Assim procurou-se por meio destes resultados 
mostrar, que esta ferramenta tem muito a contribuir e 
incrementar, podendo ter um papel de muita 
importância para que os processos de licenciamento 
ambientais venham garantir a sua principal função que é 
a proteção e o uso racional do meio ambiente. 
5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
O objetivo principal deste trabalho foi 
apresentar o geoprocessamento como uma variante que 
pode ser incorporada aos trabalhos do licenciamento 
ambiental com o intuito de auxiliar, dinamizar e agilizar 
este processo, que ainda, neste momento, continua 
sendo realizado analogicamente. 
Assim recomenda-se que a diretoria de 
licenciamento ambiental tenha seu próprio banco de 
informações (dados e imagens), que seriam livres de
quaisquer tendências, e que também sejam realizados 
estudos para criação de metodologias de manipulações 
de informações, não somente para atender casos como o 
apresentado neste trabalho, o da mineração, mas 
também, para as mais diversas situações que causam 
impactos ambientais, como por exemplo, 
monitoramento de reservatórios de hidrelétricas, 
exploração de floresta, agricultura, desmatamento entre 
outros. 
Sabe que atualmente a tecnologia do 
geoprocessamento tem crescido mundialmente de forma 
ascendente em uso, importância e desenvolvimento, e 
espera-se que este trabalho venha contribuir 
substancialmente para que seja analisado o seu uso 
efetivo nos trabalhos do licenciamento ambiental. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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[et al.] 1995. Avaliação de Impacto Ambiental: Agentes 
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IBAMA. 136p. 
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EDUSP – São Paulo -SP. 
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MACHADO, P.A.L. 2001. Direito Ambiental 
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1031p. 
MATIAS, L.F. & FERREIRA, N.C. 1996, Reflexões 
Sobre o Uso e Aplicações do Termo SIG. Apostilas do 
Centro de Sensoriameto Remoto do Ibama - Brasília - 
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NOVO, E. M., 1988, Sensoriamento Remoto - 
Princípios e Aplicações - Editora Edgard Blucher Ltda. 
São José dos Campos - SP 300 pg. 
PINTO, W. D. e PINTO M. A., CONAMA Resoluções 
/pesquisa, organização, revisão e comentários. 
Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – 
CONAMA – 1984 – 1999. Brasília: WD Ambiental 
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ROCHA, C.H.B, 2000, Geoprocessamento – 
Tecnologia Transdisciplinar - Edição do autor, Juiz de 
Fora – MG – 210 pg. 
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Informações Geográficas – Instituto de Geociências – 
UnB – Brasília - DF 
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Cartografia - FCT/UNESP - Presidente Prudente -SP. 
SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza: Lei n.º 9.985, de 18 de julho de 2000. 
Brasília: MMA, 2000 
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– Departamento de Cartografia FCT/UNESP - 
Presidente Prudente –SP – Trabalho de final de curso – 
130 pag . 
VEIGA, R.D. Ferreira, E. Machado, R.V. Andrade, H. 
Alves, H.M.R. 2001. Sensoriamento Remoto. Lavras: 
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  • 1. GEOPROCESSAMENTO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ESTUDO DE CASO - MINERAÇÃO Eng. Cart. César Valdenir Teixeira Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) e-mail: cesar@csr.ibama.goc.br Eng. Agro. Carlos Eduardo de Castro Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILIC) SAIN Av L4 Norte Ed. Sede do IBAMA - cep. 70620-000 - Brasilia – DF fone: (061) 316-1449 - fax: (061) 223-7108 e-mail: celucastro@uol.com.br RESUMO Atualmente, os trabalhos realizados pela Diretoria de Licenciamento e Qualidade Ambiental (DILIQ) do IBAMA no controle da qualidade ambiental de áreas destinadas à exploração dos recursos naturais são realizados mediante a apresentação de relatórios de monitoramento da qualidade ambiental e mapas analógicos das áreas, como também, por posteriores vistorias, realizadas pelos técnicos do IBAMA, aos locais das atividades degradadoras. O objetivo é utilizar o geoprocessamento na organização das informações, mostrando a sua potencialidade e agilidade como ferramenta tecnológica que pode contribuir para o processo do licenciamento ambiental. A atividade objeto do presente estudo é mineração, localizada na Floresta Nacional de Saracá-Taquera, município de Oriximiná, no estado do Pará. ABSTRACT The work of IBAMA’s Directorate of Licensing and Environmental Quality Control (DILIQ) in the field of environmental quality control and natural resources conservation of areas destined for commercial mining exploration is fulfilled by the presentation of an environmental quality monitoring report, analogical maps of the degraded sites, as well as a thorough field inspection carried out by IBAMA’s personnel. The objective of this monography is to demonstrate the potentiality and agility of geoprocessing tecnologies in the organization of information used during the environmental licensing process. The study area is situated at the Saracá-Taquera National Forest, in the Oriximiná municipality, Pará State. 1. INTRODUÇÃO 1.1 - Apresentação A presente monografia objetiva atender, as normas e regras estabelecidas para o “Curso de Especialização em Geoprocessamento” oferecido pelo Instituto de Geociências da Universidade de Brasília, como documento final para a conclusão do curso. O curso tem duração de 450 horas e abrange conhecimento nas áreas abordadas pelas seguintes disciplinas, com seus respectivos n.ºs de créditos: Estatística para Geoprocessamento – 02; Fundamentos de Cartografia – 02; Sensoriamento Remoto – 03; Zoneamento Ambiental – 02; Interpretação de Imagens – 03; Processamento de Imagem de Satélite – 05; Introdução ao SIG – 04; Análise Espacial em SIG – 03; Monografia – 06. Cada crédito corresponde a 15 h aula. 1.2 Objetivos O trabalho tem por objetivo apresentar uma ferramenta de apoio ao processo administrativo de licenciamento ambiental, utilizando-se de técnicas de geoprocessamento e suas aplicações para o levantamento, análise e integração de dados de variáveis ambientais, que subsidiem o desenvolvimento de metodologias para otimizar a execução de programas de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais causados pela atividade de mineração. 1.3 Localização da Área Floresta Nacional é uma categoria de Unidade de Conservação de Uso Sustentável instituída pela lei do SNUC (A Lei 9.985 de 18 de julho de 2000), com os objetivos de promover o manejo dos recursos naturais, garantir a proteção dos recursos hídricos, belezas 1-Técnico em geoprocessamento - Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) IBAMA ,(cesar@csr.ibama.goc.br) 2-Técnico em licenciamento ambiental - Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILIC) IBAMA , (celucastro@uol.com.br) IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
  • 2. cênicas e fomentar o desenvolvimento de pesquisa, recreação, lazer e turismo, compatibilizando a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, necessitando para tal, do estabelecimento de um instrumento norteador, de suas ações de manejo. A Floresta Nacional de Saracá-Taquera, criada pelo Decreto 98.704 de 27 de dezembro de 1989, publicado no D.O.U. de 27/12/89, é uma unidade de conservação de uso direto. Possui oficialmente 429.600 ha e um grande potencial de recursos naturais renováveis (madeira e outros produtos não madeiráveis), além de outros não renováveis (bauxita), e importância ecológica significativa. Esses fatos, aliados às características ambientais dessa área transformaram-na em unidade de suma importância na proteção e conservação (uso racional e sustentável) de importantes ecossistemas do bioma floresta tropical existente na região norte do Brasil No caso em questão, a atividade minerária localiza-se dentro da Floresta Nacional Saracá-Taquera, na grande região norte do Brasil (Amazônia), mais especificamente no estado do Pará, nos municípios de Oriximiná, Faro e Terra Santa, entre as coordenadas geográficas 10 20’ e 10 55’ de latitude Sul e 560 00’ e 57015’ de longitude Oeste, na margem direita do rio Trombetas. Limita- se ao norte com a Reserva Biológica do Rio Trombetas, cujo limite geográfico é feito em sua maior parte pelo rio Trombetas. O rio Nhamundá, que limita os estados do Pará e Amazonas, contorna a Floresta Nacional de Saracá-Taquera em seu limite sul-sudoeste, à aproximadamente 20 km de distância da Flona. Figura 01 - Localização 2. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 2.1 – Licenciamento Ambiental O meio ambiente, além da sua evolução natural, está sujeito a constantes alterações provocadas pelo homem. Observa-se, ao longo da história da humanidade, que a interação do homem com seu ambiente natural, bem como os processos de apropriação dos recursos naturais, tem sido regidos por sua conduta predatória. O uso e ocupação racional do espaço físico com atividades rurais, urbanas, ou exploratórias, são expressões diretas da forma pela qual estas atividades são realizadas em determinado local ou região, em um determinado tempo. Assim, as atividades humanas, sob pretexto de uma demanda crescente para atender suas necessidades básicas, têm imprimido processos intensivos de exploração dos recursos ambientais de maneira a ameaçar tanto a disponibilidade de alguns desses recursos, como também, a capacidade de regeneração de diversos sistemas ambientais determinantes para sustentação do seu hábitat no planeta. A questão ambiental é atualmente uma das grandes preocupações mundiais e está presente em praticamente em todas as áreas, o que levou vários segmentos da sociedade a intensificar esforços voltados à conservação do meio ambiente. Assim, com o objetivo de preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental foi instituído, dentre outros, pela Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.º 6.938 de 1981, no seu art. 9.º, no inciso IV, e posteriormente, aperfeiçoado pelas resoluções CONAMA n.º 001/1986 e n.º 237/1997), um instrumento para controle da implantação e de operação das atividades modificadoras do meio ambiente, o Licenciamento Ambiental. O licenciamento tem como finalidade promover o controle prévio à “construção, instalação, ampliação, e o funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental” (art. 10). Tem um caráter dinâmico e é um eficaz mecanismo preventivo para gestão ambiental, em particular no que se refere à organização espacial das atividades potencialmente degradadoras. A condução do Licenciamento Ambiental é concebida dentro de um processo de avaliação preventiva que consiste no exame dos aspectos ambientais dos projetos em suas diferentes fases (concepção, planejamento, instalação e operação), concedendo Licença Prévia (LP), de Instalação (LI) e de Operação (LO), funcionando sob a forma de um sistema, o SLAP – Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, atuando assim no processo de gestão ambiental, como instrumento preventivo de controle da qualidade ambiental e de conservação dos recursos naturais. Ao se exigir licenciamento para determinados empreendimentos, busca-se estabelecer mecanismos de controle ambiental nas intervenções setoriais que possam vir a comprometer a qualidade do meio ambiente. Esses mecanismos são desenvolvidos através
  • 3. de instrumentos denominados de “Métodos de Avaliação de Impactos Ambientais – AIA” os quais são utilizados para coletar, analisar, avaliar, comparar e organizar informações qualitativas e quantitativas sobre os impactos ambientais originados de uma determinada atividade modificadora do meio ambiente. Assim, a viabilidade ambiental de um empreendimento está calcada em estudos denominados “Estudos de Impactos Ambientais (EIAs/RIMAs, PCAs, RCAs, PRADs, entre outros)”, que baseados nos Métodos de AIA, apresentam Programas de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais aprovados pelos Órgãos de Meio Ambiente, por ocasião da emissão da licença ambiental. Ocorre que para efetivação do acompanhamento e monitoramento dos impactos, inclusive exigidos como condicionantes nas licenças ambientais, os Órgãos Ambientais têm encontrado dificuldades tais como: a) baixa qualidade dos Programas; b) falta de definição de normas; c) regulamentos e critérios próprios que orientem as atividades de acompanhamento; entre outras. O fato é que o volume de variáveis a serem analisadas limita em muitas situações o alcance de propostas mais efetivas para o acompanhamento dos impactos, devido em parte a não disponibilidade de dados atualizados, o que dificulta sua análise e integração, deixando assim de proporcionar suporte à tomadas de decisão no Processo de Licenciamento Ambiental. Neste contexto, o presente trabalho pretende contribuir com os Órgãos de Meio Ambiente no Processo de Licenciamento Ambiental, apresentando mais uma alternativa para execução de Programas de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais causados pela atividade de mineração, utilizando-se de técnicas de Sensoriamento Remoto e/ou Geoprocessamento e suas aplicações para o levantamento, análise e integração de dados de variáveis ambientais. 2.2 - Caracterização da Atividade Minerária A mineração é sem dúvida, uma atividade indispensável à sobrevivência do homem moderno dada a importância assumida pelos bens minerais em praticamente todas as atividades humanas, das mais básicas como habitação, agricultura, dentre outras, às mais sofisticadas, como tecnologia de ponta nas áreas da comunicação e medicina. No entanto, segundo o Manual de Impactos Ambientais do Banco do Nordeste do Brasil S.A., a atividade de exploração mineral propriamente dita, é tida como uma das mais impactantes ao meio ambiente, haja vista os diversos impactos que gera e assim sendo, torna-se um desafio para os órgãos ambientais, pois caracteriza-se como o setor que mais demanda pedidos de licenciamento ambiental na maioria dos estados brasileiros. A mineradora que atua na área objeto deste estudo, a Mineração Rio do Norte, extrai bauxita há 23 anos e atualmete produz 16,3 milhões t/ano, de forma a atender as necessidades e compromissos já firmados com o mercado consumidor. As atividades operacionais da mineradora consistem na lavra, beneficiamento, transporte ferroviário e embarque de navios, tendo o processo de lavra sido iniciado em 1979. O método de lavra é a céu aberto e por tiras, que consiste na retirada da vegetação por meio da derrubada direta das árvores por tratores, decapeamento do solo (solo este armazenado para posterior utilização em áreas que serão recuperadas), retirada do estéril e da bauxita, em faixas, de dimensões pré-determinadas. As áreas das minas exauridas são preparadas e recuperadas nos moldes do reflorestamento contempladas no Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, utilizando espécies de mudas nativas da região 3. ETAPAS METODOLÓGICAS 3.1- Aquisições de Informações Os dados utilizados na construção do Sistema, encontram-se divididos em duas categorias: - Dados gráficos; - Dados tabulares. Os dados gráficos são de dois tipos: formato matricial, compreendido pelas imagens de satélites e relevo sombreado e formato vetorial relativos às coberturas. Os dados utilizados para o trabalho se originaram de várias fontes. Base Cartográfica (hidrografia, altimetria, sedes, entre outros), digitalizados de cartas do IBGE na escala 1:100.000 e cedidos pela Diretoria de Florestas do IBAMA e Mineração Rio do Norte (MRN). Para os limites (políticos e da Flona), foi utilizados dados do IBGE e memorial descritivo. Os dados temáticos , imagens e outros dados existentes no projeto (geologia, solos, geomorfologia, zonas populacionais, áreas de recuperação, platôs de mineração, entre outros), foram estabelecidos por levantamentos da MRN que realizou trabalhos de campo para dados temáticos, baseando-se na tipologia do RADAMBRASIL. Os dados tabulares disponíveis para o projeto também têm como fonte a MRN e contém dados meteorológicos (temperatura, umidade, pluviosidade, entre outros) da área em vários anos.
  • 4. 3.2 - Manipulação dos dados Os dados utilizados neste projeto são oriundos de várias fontes e sofreram várias manipulações até estarem prontos para serem utilizados no ArcView. Estas manipulações são ilustradas no diagrama de fluxo de dados, apresentado abaixo. Diagrama de fluxo dos dados 3.3 - Softwares 3.3.1 - ARCINFO O ArcInfo é um sistema gerenciador de informações geográficas, que está sendo desenvolvido pela ESRI (Environmental Systems Research Institute) desde a década de 70. Ele é um sistema aberto, compatível com os mais diversos tipos de periféricos e suportado por vários tipos de arquiteturas de computadores, entre elas Intel e Risc. Este sistema é dividido em módulos, possuindo grande capacidade de processamento. Para o desenvolvimento de aplicativos, os usuários também contam com duas linguagens de programação: AML (Arc Macro Language), para plataformas UNIX, e o SML (Simple Macro Language), para plataformas PC. 3.3.2 -ERDAS-IMAGINE O Erdas-Imagine é um sistema produzido pela Erdas Inc., que incorpora funções de processamento de imagens e sistema de informações geográficas (SIG). Ele é um programa versátil que suporta várias arquiteturas de computadores, principalmente Intel e Risc, e também é compatível com diversos periféricos, em muitas aplicações trabalha em conjunto com o ArcInfo, gerando e lendo dados do mesmo. O sistema é dividido em vários módulos, como: visualização, importação/exportação, composição de mapas, interpretação de imagens, modelador espacial, modulo de vetorização, etc. O Erdas também oferece uma linguagem de desenvolvimento de macro, o EML (Erdas Macro Language), o que possibilita aos usuários a construção de aplicativos específicos. Uma característica importante do Erdas é a sua capacidade de trabalhar com uma quantidade muito grande de dados, como por exemplo imagens satélite, com bastante eficiência. 3.3.3 - ARCVIEW O ArcView é um programa da ESRI que constitui uma poderosa ferramenta para visualização, consulta, pesquisa e análise de dados gerados pelo ArcInfo. A última versão do programa permite que se realize o cruzamento de corberturas. O programa suporta diversas arquiteturas de computadores e possui uma linguagem de desenvolvimento, o Avenue. 3.4 - Processamento da imagens As imagens foram utilizadas para detectar o desmatamento e tipo de vegetação, através do software Erdas-Imagine. Foram utilizadas duas órbitas-pontos: 228-61 e 229-61 de 1999. 3.3.1 – CORREÇÃO GEOMÉTRICA Para efetuar o trabalho utilizou-se o método imagem-mouse/tela do Erdas-Imagine. Nas duas janelas colocou-se a imagem e, em uma delas, adicionou-se a base cartográfica digital, ficando a imagem apenas como referência. Os pontos de controle (origem) foram coletados a partir da base cartográfica digital e associados a pontos comuns (destino) na imagem da outra janela. Coleta-se o maior número possível de pontos de controle. Terminado a coleta destes pontos, verifica-se o erro médio quadrático dos pontos e, se este erro for maior do que trinta metros, realiza-se uma nova correção geométrica. Caso contrário, deve-se conferir se todos os pontos estão localizados de forma correta, colocando-os na posição ideal até que o erro seja aceitável. No caso específico do Centro de Sensoriamento Remoto do IBAMA, adota-se uma metodologia onde os resíduos em x e y devem ser no máximo de 30 metros e o número de pontos de controle entre nove e 20 pontos bem distribuídos pela imagem. Além disso, o modelo matemático utilizado na retificação das imagens é o polinômio de primeiro grau que possui seis coeficientes.
  • 5. Figura 02 – Imagem TM-Landsat de 1999 3.3.2 - CLASSIFICAÇÃO DAS IMAGENS Classificação é o processo de extração de informações em imagens para reconhecer padrões e objetos homogêneos. Para o trabalho foram utilizados os seguintes tipos de classificação: Supervisionada - aplicada quando se tem algum conhecimento sobre a cena. Neste tipo de classificação, o analista está em contato direto com o sistema e o seu conhecimento sobre a cena que permite realizar o treinamento, adquirindo amostras de treinamento as quais representam o comportamento médio das classes. É fundamental que essas amostras sejam homogêneas e representativas das classes de interesse. Esses grupos de amostras podem ser adquiridos por conhecimento teórico ou prático; Classificação Não-Supervisionada - aplicado quando não se tem informação a priori da imagem. Neste caso, o analista tem pouco controle sobre a classificação, de modo que, neste tipo de classificação quanto mais heterogêneas forem as amostras, maior será a certeza de que todas as classes possíveis estarão representadas. Sua grande vantagem é que o analista não necessita de conhecimento prévio da área de estudo eliminando, assim , em alguns casos, a visita a campo. A técnica de classificação não-supervisionda utilizada neste trabalho é um procedimento de agregamento de otimização interativa, também chamado técnica de médias migrantes, e é essencialmente um algoritmo de “ISODATA”. As técnicas de realce visam melhorar a qualidade visual das imagens e acentuar as características dos dados. Uma das técnicas de realce é a filtragem; utilizada principalmente para a suavização, detecção e realce de bordas e linhas que representam feições em uma imagem. Outra técnica utilizada no trabalho foi o NDVI - Índices de Vegetação da Diferença Normalizada, que é uma quantidade obtida através da razão, diferença, ou qualquer outra transformação espectral de dados, para a representação das características da cobertura vegetal, tais como: índice de área foliar, fitomassa, peso da vegetação úmida, peso da vegetação seca, porcentagem da cobertura vegetal, etc. Os índices de vegetação podem ser calculados tanto a partir de dados orbitais, quanto de medições radiométricas de campo. Os índices de vegetação são calculados pela razão entre os valores de reflectância medidos no intervalo espectral do infa-vermelho próximo (onde a vegetação tem alta reflectância) pelos valores do vermelho (onde a vegetação tem baixa reflectância). Também utilizou-se de técnicas de manipulação de contraste, procedimento que consiste na modificação da forma do histograma, assim o nível de cinza da imagem original é transformado em outro valor de nível de cinza, de tal modo que o contraste da imagem seja ampliando. O Erdas-Imagine oferece estas técnicas e procedimento que foram utilizados para separar as áreas de desmatamento e os tipos de vegetação. Figura 04 – Vegetação a) Classificação do desmatamento (antropismo) A classificação do desmatamento foi realizada utilizando o algoritmo de ISODATA. Após a classificação, foi realizada uma edição na imagem resultante para identificar as áreas desmatadas, isolar essas áreas e eliminar áreas periodicamente inundadas.
  • 6. Figura 03 – Antropismo b) Classificação da Vegetação O IBGE no ano de 1992 promoveu a uniformização da classificação geral das formações vegetais existentes no Brasil, as quais são reconhecidas atualmente em nível nacional. A classificação definida pelo IBGE será adotada como base neste estudo, por ser reconhecida internacionalmente e empregada nos principais levantamentos efetuados de forma global no Brasil, como por exemplo, no caso do RADAMBRASIL. Utilizando a imagem TM-Landsat, realizou-se processamento de imagens com a finalidade de obter uma cobertura de vegetação. Nas duas primeiras tentativas optou-se por uma classificação supervisionada (utilizando amostras baseadas nas classificações do RADAMBRASIL) e depois classificações não supervisionada (variando no número de classes), os resultados não foram satisfatórios, pois não apresentaram grandes diferenciações entre as classes. Como outra tentativa optou-se por fazer um NDVI na imagem e posteriormente com este resultado fez-se uma equalização do histograma automática, resultando uma melhora visual significativa. A partir destas três imagens isolou-se cada classe separadamente e posteriormente foram preparadas e editadas no software Erdas, para vetorização. Na maior parte da imagem foi classificada como Floresta Ombrófila Densa, nesta classe conseguiu subdividi-la na classe FOD de submotanhas platôs e ocupa 94,1% da área da Floresta Nacional de Saracá Taquera, as Formações Pioneiras de Influência Fluvial (Aluviões) respondem por 2,7% e a Campinarana por 0,2%. Desta forma, as formas de vegetação natural, (primária) respondem por 97% da cobertura vegetal da Floresta Nacional de Saracá Taquera, enquanto que as áreas que sofreram ação antrópica representam 2% da área total da Floresta Nacional. 3.5 – Vetorização Após as classificações, passou-se para o processo de vetorização. Esse processo foi realizado utilizando o Erdas-Imagine. A vetorização disponível no programa é automática, gerando uma cobertura (Arc/Info) de polígonos. Essa cobertura possui um atributo do tipo inteiro denominado Grid-Code. Assim, cada polígono possui um código armazenado em Grid- Code, que é o número da classe obtida no processo de classificação. O Grid-Code é utilizado como chave de relacionamento para que se possa fornecer outros atributos à cobertura, tais como sigla e descrição. Estas coberturas são utilizadas para o processamento, fazendo cruzamentos para se realizar, por exemplo, zoneamentos. 3.6 - Modelagem da Superfície (MDT) A modelagem digital de terrenos é o ponto de partida para a obtenção de informações que auxiliem a visualização ou análise das características físicas de uma determinada região. Pode-se citar como exemplos destas informações, perfilagem, declividade, relevo sombreado, vista perspectiva, vôo panorâmico, fatiamento, exposição de vertentes, cálculo de volumes, corte, aterro, entre outros. Todas as informações geradas pela modelagem digital de terrenos, podem ser utilizadas em várias aplicações, entre elas, planejamento urbano e ambiental, projetos de redes de distribuição e de drenagem, projetos rodo-ferroviários, entre outros. Entre todos os métodos de modelagem de superfícies, a triangulação de Delaunay se tornou atualmente um padrão e por isso a maioria dos programas líderes do mercado mundial utiliza-se deste método. Entre os usuários ocorre o mesmo, apesar de alguns programas oferecerem vários métodos de modelagem de superfícies, o usuário, na maioria das vezes, faz a opção de utilizar a triangulação de Delaunay. Além disso, a modelagem gerada pela triangulação apresenta-se melhor que a modelagem gerada por outros métodos, já que eles possuem a característica de suavizar excessivamente a superfície. Este trabalho apresentará somente a modelagem por meio de triangulação. A modelagem digital de terrenos (MDT) foi feita no ArcView, utilizando método de triangulação e uma resolução (grade) de 30 metros. O MDT foi gerado para se obter um mapa de declividade e uma imagem de relevo sombreado (hillshade). O mapa de declividade foi gerado e depois convertido para um shapfile (ArcView) para que pudesse ser utilizado para efetuar cruzamentos com outras coberturas. O relevo sombreado foi gerado para se obter
  • 7. uma melhor vizualização do relevo da região, que pode ser observado na figura 05. Figura 05 –Relevo Sombreado Figura 06 - Declividade 3.7 - Cruzamento e análises Visando a realização de algumas análises e geração de informações para auxiliar na tomada de decisões sobre a área de estudo, houve a necessidade de se realizar alguns cruzamentos entre os temas, utilizando os softwares ArcView e ArcInfo. Desta forma para exemplificar, foram geradas três coberturas, uma destinada especificamente para uso e ocupação do solo e outras para zoneamento da área. 3.7.1 - Zoneamento Da Área De Mineração A operação utilizada para obter a cobertura que nos mostrará as áreas utilizadas para mineração foi à união (union), este processo reuniu as coberturas de Platôs de mineração, correias e áreas de recuperação. Na cobertura de correias foi realizado um Buffer de 150 metros e posteriormente realizado a união com os outros temas. Também foi utilizada uma cobertura com a área limite de mineração estabelecida pelo departamento nacional de produção mineral (DNPM). Assim foram definidas as classes deste tema: • áreas de lavra; • áreas de recuperação; • áreas de futuras lavras; e • áreas de uso restrito. Figura 07- zonas de mineração 3.7.2 – Zoneamento Da Flona Para a obtenção da cobertura destinada ao zoneamento, utilizou-se das coberturas temáticas, vegetação, geologia, geomorfologia, solos, antropismo áreas de recuperação, estradas, hidrografia poligonal, zoneamento mineração e zonas de população nativa. Como para o zoneamento, os interesses ficam restritos à área da reserva, foram utilizadas para esse cruzamento as operações de união. Para a cobertura de zona de população nativa foi feito um Buffer de 500 metros; para a cobertura de estradas optou-se por fazer também um Buffer de 500 metros, mas neste caso foi considerado somente o resultado na classe de estrada principal. Como não foi utilizada nenhuma metodologia específica para classificar o resultado final e definir as características de determinada zona, preferiu-se deixar o tema em um estado primário e aparentemente um tanto confuso com vários polígonos sobrepostos, mas com os atributos de todos os temas unidos de modo que a partir deste momento pudesse ser executado o zoneamento da área da FLONA.
  • 8. Figura 08 – zoneamento da FLONA 3.7.3 - Uso E Ocupação Do Solo Para realizar o cruzamento para obtenção da cobertura de Uso e Ocupação do Solo, decidiu-se abranger não somente a área de estudo como também a sua área de entorno onde se localiza o núcleo urbano, para isso foi realizado um Buffer sobre o limite da flona de 10 km. A partir deste momento também foi utilizada a operação união (union), para obter a cobertura que nos mostrará o uso e ocupação do solo, assim foram reunidas as coberturas de vegetação, infra estrutura, desmatamento, estradas, hidrografia poligonal e áreas de recuperação. As classes definidas foram as seguintes: • Formação Ombrofila Densa; • Formação Pioneira; • Campinarana; • Área Reflorestada; • Agricultura e Pastagem; • Núcleo Urbano; • Mineração; e • Outros Usos (estradas e aeroporto) Figura 09 – Uso e ocupação do solo 4. RESULTADOS OBTIDOS Mesmo que o foco principal do trabalho seja apenas apresentar as potencialidades da ferramenta de geoprocessamento, foram desenvolvidos os métodos descritos acima para obtenção de alguns resultados que podem ser utilizados para o licenciamento ambiental no caso específico de trabalhos com mineração. Primeiramente apresentou-se uma imagem georeferenciada, onde se pode obter um melhor controle na qualidade nos resultados finais. Assim foram abordadas apenas algumas das muitas possibilidades de se trabalhar com as ferramentas de geoprocessamento. Utilizando o processamento digital de imagem, conseguiu-se extrair dois temas de suma importância para o processo de licenciamento ambiental, que foram os temas de vegetação e antropismo. Temas estes que podem ser localizados espacialmente, analisados, quantificados e verificados se condizem com a veracidade das informações prestadas aos órgãos ambientais. Também foram apresentadas as possibilidades de cruzamento de temas para geração de outros que podem ter fins específicos, aqui mostramos exemplos de zoneamento e uso ocupação do solo. Apresenta-se também como produtos deste trabalho mapas dos temas gerados, que se encontram em anexo. Outro importante resultado apresentado é a organização dos dados em um sistema de informações geográficas, armazenados em um CD incluído neste trabalho. Nele foram disponibilizados os dados distribuídos em quatro categorias que compõe o projeto, são elas, base cartográfica, base temática, base de análise e base de imagens. Para visualização dos mesmos utilizou-se do software ArcExplorer, um produto da família ArcView/ArcInfo de distribuição gratuita e uma forma de disseminar as informações. Assim procurou-se por meio destes resultados mostrar, que esta ferramenta tem muito a contribuir e incrementar, podendo ter um papel de muita importância para que os processos de licenciamento ambientais venham garantir a sua principal função que é a proteção e o uso racional do meio ambiente. 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O objetivo principal deste trabalho foi apresentar o geoprocessamento como uma variante que pode ser incorporada aos trabalhos do licenciamento ambiental com o intuito de auxiliar, dinamizar e agilizar este processo, que ainda, neste momento, continua sendo realizado analogicamente. Assim recomenda-se que a diretoria de licenciamento ambiental tenha seu próprio banco de informações (dados e imagens), que seriam livres de
  • 9. quaisquer tendências, e que também sejam realizados estudos para criação de metodologias de manipulações de informações, não somente para atender casos como o apresentado neste trabalho, o da mineração, mas também, para as mais diversas situações que causam impactos ambientais, como por exemplo, monitoramento de reservatórios de hidrelétricas, exploração de floresta, agricultura, desmatamento entre outros. Sabe que atualmente a tecnologia do geoprocessamento tem crescido mundialmente de forma ascendente em uso, importância e desenvolvimento, e espera-se que este trabalho venha contribuir substancialmente para que seja analisado o seu uso efetivo nos trabalhos do licenciamento ambiental. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABSY. M.L. Assunção, F.N.A. Faria, S.C. Stroh, P.Y.... [et al.] 1995. Avaliação de Impacto Ambiental: Agentes Sociais, Procedimentos e Ferramentas. Brasília: IBAMA. 136p. IBGE. 1991. Classificação da vegetação Brasileira adaptada a um Sistema Universal. IBGE, Rio de Janeiro. CINTRA, J.P. 1985 Contribuição ao Estudo de Representação de Superfícies com Auxílio do Computador. Tese de Doutoramento em Engenharia, EDUSP – São Paulo -SP. DIAS, M.C.O. Pereira, M.C.B. Dias, P.L.F. Virgílio, J.F. 1999. Manual de Impactos Ambientais. Fortaleza: Banco do Nordeste, 297p. ERDAS IMAGINE. 1995, Erdas Field Guide, 3° edition , Atlanta – CA – EUA. ESRI, 1997, Understanding GIS – The ARC/INFO Method. Redlands – EUA. IBAMA, STPC Engenharia, Consultoria e Gerenciamento e MRN Mineração Rio do Norte - Plano de Manejo da Floresta Nacional de Saraca- Taquerá - - Curitiba, 2001 MACHADO, P.A.L. 2001. Direito Ambiental Brasileiro. 9 ed. São Paulo, Malheiros Editores Ltda. 1031p. MATIAS, L.F. & FERREIRA, N.C. 1996, Reflexões Sobre o Uso e Aplicações do Termo SIG. Apostilas do Centro de Sensoriameto Remoto do Ibama - Brasília - DF MENESES, P.R. 2002, Apostilas de Sensoriamento Remoto, Interpretação de Imagens e Processamento de Imagens – Instituto de Geociências – UnB – Brasília – DF NOVO, E. M., 1988, Sensoriamento Remoto - Princípios e Aplicações - Editora Edgard Blucher Ltda. São José dos Campos - SP 300 pg. PINTO, W. D. e PINTO M. A., CONAMA Resoluções /pesquisa, organização, revisão e comentários. Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – 1984 – 1999. Brasília: WD Ambiental 1999. ROCHA, C.H.B, 2000, Geoprocessamento – Tecnologia Transdisciplinar - Edição do autor, Juiz de Fora – MG – 210 pg. ROSA, J.W.C. 2002, Apostila de Sistema de Informações Geográficas – Instituto de Geociências – UnB – Brasília - DF SILVA, E.A., 1995, Curso de Introdução ao Processamento Digital de Imagens – Departamento de Cartografia - FCT/UNESP - Presidente Prudente -SP. SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: Lei n.º 9.985, de 18 de julho de 2000. Brasília: MMA, 2000 TEIXEIRA, C.V., NUNES, M.A., RIBEIRO, N.V. 1997, Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto – RO – Construção de um Sistema de Informações Geográficas – Departamento de Cartografia FCT/UNESP - Presidente Prudente –SP – Trabalho de final de curso – 130 pag . VEIGA, R.D. Ferreira, E. Machado, R.V. Andrade, H. Alves, H.M.R. 2001. Sensoriamento Remoto. Lavras: UFLA/FAEPE. 94-145