O documento discute os argumentos de céticos sobre o aquecimento global, incluindo que não há consenso que os humanos são a causa, que o mercado desenvolverá novas tecnologias limpas sem gastos do governo, e que as pessoas se preocupam com o meio ambiente apenas temporariamente.
2. Céticos do clima falam a ruralistas em SP O dinamarquês Bjorn Lomborg, e o climatologista americano Pat Michaels deram uma palestra em São Paulo, eles ganharam certa popularidade após o fiasco em Copenhague. Os dois céticos não negam que o planeta possa estar esquentando, mas dizem que não é possível afirmar que os homens sejam causadores disso. Disseram que o governo não precisa gastar dinheiro contra o aquecimento global: “O mercado fará pressão para o desenvolvimento de novas tecnologias mais limpas”. As pessoas querem salvar o planeta, mas chegaram a um patamar de irracionalidade, elas ficam preocupadas por certo tempo, quando alguma catástrofe acontece, mas depois se esquecem e voltam a viver suas vidas normalmente, sem se importar com o planeta.
3. Argumentos: Variação solarAlguns estudos revelam que o nível atual da atividade do Sol é alto porque é determinado pela atividade das manchas solares e outros fatores. A atividade solar pode afetar o clima tanto por causa da variação nas manchas solares como por causa de um efeito indireto da formação de nuvens. Os cientistas Svensmark e Friis-Christensen dizem que os recordes na temperatura da troposfera (camada inferior da atmosfera, onde ocorrem quase todos os fenômenos meteorológicos e cuja temperatura diminui com a altitude: 18 km nos trópicos e 10 km nas zonas polares), ao contrário dos dados da temperatura do ar da superfície usados por Lockwood e Frölich, revelam uma relação significativa entre o fluxo dos raios cósmicos e as temperaturas do ar até 2006.
4. Ilhas de calor Cientistas questionam a importância das chamadas ilhas de calor, dizendo que as estações medidoras localizadas em áreas mais populosas podem revelar o aumento de calor gerado pelas cidades em vez de um aumento na temperatura global. Um relatório do IPCC reconhece que a ilha de calor é um importante efeito local, mas análises de dados históricos que indicam que o efeito delas sobre o aumento da temperatura global não passa de 0,005 °C ao longo de 1990. Recentemente, um cientista descobriu que não existe diferença entre o aquecimento observado nas zonas urbanas e rurais. E em 2006 Parker descobriu que não há diferença de aquecimento entre noites calmas e noites de ventania. Como o efeito das ilhas de calor é mais forte em noites calmas e fraco ou nulo em noites de ventania, isso se transformou numa prova de que a tendência da temperatura global não é afetada significativamente pelos efeitos urbanos. A pouco tempo, Roger Pielke e Stephen McIntyre criticaram o registro instrumental de temperatura americano, além da baixa qualidade de várias estações meteorológicas dos Estados Unidos.
5. Previsões de temperaturaModelos usados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) preveem que a temperatura global deve aumentar de 1,1 °C a 6,4 °C entre 1990 e 2100. Outros modelos prevêem que os aumentos de temperatura podem ser maiores do que as estimativas do IPCC. Uma teoria diz que o clima pode atingir um ponto de virada, em que efeitos positivos levam ao desaparecimento do aquecimento global; esses efeitos positivos incluem uma menor reflexão da radiação solar à medida que o gelo dos oceanos se derrete, expondo águas do oceano mais escuras, e a liberação de grandes volumes de metano por terras que são descongeladas. Um estudo de 2007 de David Douglass e colegas concluiu que os 22 modelos de clima global mais usados pelo IPCC eram incapazes de prever com precisão o aquecimento acelerado na troposfera quando afinadas para se adaptar ao aquecimento real, concluindo que "projeções do clima futuro baseadas nesses modelos devem ser examinadas com cuidado".
6. Gelo do hemisfério norte Uma questão não resolvida relacionada aos aumentos na temperatura é se ou quando o oceano Ártico pode ficar sem gelo no verão. O especialista em ártico Mark Serreze disse recentemente que a região deverá ficar totalmente sem gelo em 2030, segundo "estimativas razoáveis". Mas um estudo de 2003 apresentado na revista Nature alega que as previsões dos modelos feitos em computador já observavam mudanças no gelo do oceano Ártico: "a variação observada na densidade do gelo do oceano Ártico, que indica que a massa de gelo do mar pode mudar em até 16% em um ano, contrasta com o conceito de um derretimento lento, produzido pelo efeito estufa". Em um post em seu blog, Roger Pielke alega que o derretimento do gelo do oceano Ártico é resultado de um aquecimento local, não global.
7. Vapor d'água NathanMyhrvold, que dirige a IntellectualVentures - laboratório de cientistas que se propõe a resolver os principais problemas do mundo de forma criativa e barata - diz que a ênfase sobre o dióxido de carbono é inadequada, já que o gás não é o principal agente do esfeito estufa. Para ele, é o vapor d'água - só que os atuais modelos climáticos não sabem como lidar com o vapor nos vários tipos de nuvens. Segundo Myhrvold, um trabalho recente mostra que o CO2 talvez tenha contribuído muito pouco para o aquecimento recente - revelando justamente o contrário: que a poluição com partículas pesadas que geramos nas últimas décadas parece ter esfriado a atmosfera, ao encobrir o Sol. E que a tendência começou a reverter quando passamos a liberar a atmosfera do CO2.