Entendendo a adolescência para melhorar o relacionamento professor-aluno
1. ENTENDER AS ETAPAS DA ADOLESCÊNCIA É O PRIMEIRO PASSO
PARA UM BOM RELACIONAMENTO E FACILITAÇÃO
DA APRENDIZAGEM DE ALUNOS EM SALA.
Sloane Silva Souto Cavalcanti
sloane2@ig.com.br
RESUMO
Este breve texto foi escrito com o objetivo prático de explicitar estratégias concretas que
possam ser utilizadas na prática pedagógica, refletindo sobre os meios necessários para que
professores encontrem soluções para situações de desrespeito mútuo entre eles e seus alunos,
as quais são cada vez mais frequentes, com complicações muitas vezes graves. Nesse sentido,
discorro sobre a necessidade do profissional escolar aprofundar-se no conhecimento das fases
humanas e de alguns fatores que se intercalam nesse contexto, proveniente das reações dos
indivíduos envolvidos que apresentam imaturidade própria da faixa etária em que se
encontram. Sendo assim, tem como objetivo primordial versar sobre a melhoria do
relacionamento professor – aluno para que através desses saberes sejam atrelados alguns
fatores imprescindíveis na dinâmica de convivência em sala, no sentido de melhoria da
didática de ensino e consequentemente da aprendizagem do aluno.
PALAVRAS-CHAVE: prática pedagógica; fases humanas; relação professor-aluno.
RESUMEN
Este breve texto fue escrito con el objetivo de aclarar las estrategias prácticas concretas que se
pueden utilizar en la práctica pedagógica, reflexionando sobre los medios necesarios para que
los maestros a encuentren soluciones a las situaciones de falta de respeto mutuo entre ellos y
sus estudiantes, que son cada vez más frecuentes, a menudo con complicaciones graves. En
este sentido, discurro sobre la necesidad del profesional escolar profundizar en el
conocimiento de las fases humanas y de algunos factores que se intercalan en este contexto,
provenientes de las reacciones de los individuos involucrados presentan inmadurez del grupo
de la edad propia en que se encuentran. Por lo tanto, tiene el objetivo principal de recorrer en
la mejora de la relación maestro - estudiante para que a través del conocimiento sean
remolques algunos de los factores esenciales en la dinámica de la convivencia en el aula, en
el sentido de mejorar la enseñanza didáctica y por lo tanto el aprendizaje del estudiante.
PALABRAS CLAVE: práctica pedagógica; fases Humanas; relación profesor-alumno.
1. INTRODUÇÃO
Para maior parte dos estudiosos do desenvolvimento humano, ser adolescente é um
período de mudanças físicas, cognitivas e sociais. Atualmente, fala-se da adolescência como
Mestranda em Educação – UNASUR; Licenciatura em Pedagogia – UNEAL, 2007.
2. uma fase de desenvolvimento humano que faz uma ponte entre infância e a idade adulta.
Nessa perspectiva, a adolescência é compreendida como um período intenso na construção da
subjetividade dos jovens. É com esse atendimento de pessoas que trabalhamos diariamente,
alunos de diversas faixas etárias que necessitam antes de tudo de um profissional preparado e
conhecedor das transições em que estão passando no momento para através do conhecimento
dessas particularidades começarem a pensar e pôr em prática uma nova abordagem de
atendimento a esses alunos.
É imprescindível que todo profissional que tem seu atendimento voltado para
adolescentes tenham em mente que os jovens estão em processo de formação e que para isso
necessitam de profissionais capacitados para seu atendimento, pois a formação de cidadãos
não só depende da família, é também atribuição do professor que precisa ser um agente
transformador de opinião. Essa iniciativa constitui um passo importante na vida de ambos,
considerando que muitas vezes o professor serve como referencial maior na vida de seus
alunos.
2. ALGUMAS QUESTÕES SOBRE A ADOLESCÊNCIA PARA UMA EFETIVA
EDUCAÇÃO
Um dos maiores motivos de embates entre professor e alunos é a indisciplina em sala,
atribuída pela rebeldia da maioria dos jovens. Este comportamento frequente no jovem, muito
observado em sala de aula, e que, na maioria das vezes por falta de entendimento em algumas
questões pertinentes aos adolescentes, é que muitos professores reagem de forma
tradicionalista fazendo o caso adquirir proporções mais alardosas.
Uma das marcas mais fortes nessa concepção de adolescência- a rebeldia- é enfatizada
por Osório com a afirmação de que “[...] sem a rebeldia e sem contestação não há
adolescência normal [...] O adolescente submisso é que é a exceção a normalidade” (1992, p.
47).
Sendo assim, se partimos do pressuposto que esta fase apresenta naturalmente
desequilíbrios e instabilidades, crises de identidade, instabilidades de afetos, entre outras
características, devemos melhor conhece-las, para melhor trabalhar com todas essas
particularidades. Tal realidade faz com que se tornem urgentes as formações continuadas para
professores com essa temática especifica.
Uma grande contribuição se encontra na abordagem feita por Aberastury que
considera a adolescência como “um momento crucial na vida do homem e constitui a etapa
3. decisiva de um processo de desprendimento” (1980, p. 15). Ainda, destaca esse período como
de “contradições, confuso, doloroso” (Idem, p.16). Além disso, afirma que a “adolescência é o
momento mais difícil da vida homem” (Idem, p. 29).
Se considerarmos a visão desse autor para nosso dia-a-dia em sala de aula
descobriremos a importância do papel que desempenhamos enquanto formadores de opiniões
e construtores de valores morais no jovem que buscam não somente conhecimento, mas, um
pouco de referências para minimizar o comportamento inconstante, quase próprio da idade.
Segundo Knobel, “o adolescente apresenta uma vulnerabilidade especial para assimilar
os impactos projetivos de pais, irmãos, amigos e de toda sociedade” (1992, p.11). Esses
desequilíbrios e instabilidades e essa vulnerabilidade especial é o que o faz carente de
acompanhamento de profissionais não só com o propósito de transmitir conhecimentos, mas
com uma finalidade além desse dever, o de fazer a diferença na vida desse jovem.
Sabatella (2008), afirma que a formação do professor está pautada nas competências
profissionais que vão possibilitar a sua atuação nos meios educacionais e a praticar atitudes de
desenvolvimento e controle de aprendizagem. E entre os principais princípios norteadores da
sua profissão estão: aprender, planejar, ensinar e avaliar. Dentro destas funções básicas do
professor, é preciso ir bem mais além. Pois se trata de lidar com alguém que passa por
processo de maturação: física, emocional e intelectual. Para conviver com todas essas
transformações é preciso que razão e emoção caminhem juntas. É possível imaginar alguém
que não faça uso da razão, porém é inconcebível alguém agir sem emoção.
Pensando, a partir de Daniel Golemam, é necessário e central que cabeça e coração se
pertençam em harmonia. Pensando nesta perspectiva é que o professor enquanto profissional e
formador de opinião não pode, em hipótese alguma, deixar de ser um bom ouvinte. Precisa ter
sensibilidade para ouvir e firmeza no falar, convicção, sem deixar de ser afetivo. Pois muitas
vezes ele é o único referencial de afeto para o aluno. É nele que o aluno deposita sua
esperança e busca de refugio, afeto e esperança de crescimento pessoal.
A sociedade atual está precisando com urgência de professores emocionalmente
preparados e não apenas de professores conteudistas, onde cumprir o planejamento seja a
única finalidade do trabalho em sala de aula. Mas sim, onde o desenvolvimento do aluno seja
a maior prioridade.
Outra situação que apresenta uma grande contribuição na didática do professor e serve
como norteadora para melhorar o relacionamento professor X aluno é a motivação que não
devemos esquecer-nos de aplicar em nossas aulas, dando atenção para algumas estratégias que
4. podemos utilizar para se confrontar de forma mais autoconfiante e com sucesso perante
situações de desinteresse dos nossos alunos.
Especificamente, existem diversas maneiras para que os professores interajam com
seus alunos nas tarefas escolares, o ponto de partida seria a motivação. O professor ao entrar
em sala de aula, precisa estar motivado, mostrando entusiasmo nas realizações das atividades
propostas, sem deixar de valorizar as atividades concluídas por seus alunos, através de
pontuações que não comprometam a pontuação de sua avaliação, ou seja, permitindo assim
uma avaliação contínua e ao mesmo tempo motivadora. Sendo assim, devemos criar situações
onde os alunos participem das aulas com senso crítico, formando conceitos e realizando
tarefas a partir das vivências do próprio aluno, considerando as diferenças individuais para
valorizar os conhecimentos prévios que trazem consigo.
Quanto à metodologia, é muito importante que seja diversificada, tornando a
explicação do assunto compreensível e interessante, uma vez que a interdisciplinaridade
deverá estar contida no desenvolvimento desses conteúdos.
Como todo ser humano, fazemos parte de um contexto que indiretamente ou
diretamente afeta nosso comportamento pessoal. Trabalhamos com uma mola mestre que se
chama autoestima. O reconhecimento do progresso escolar dos alunos, seu esforço,
capacidade e estímulo para aprimorar cada vez mais os conhecimentos, deverão ser
explicitados verbalmente sempre que necessário, mostrando os avanços adquiridos por mérito
próprio de cada um. Contudo, acima de tudo isso, conhecer nossos alunos particularmente por
meio de conversa informal na própria sala de aula, tendo um comportamento de respeito e
afeto pelas diferenças e particularidades de cada um.
3. CONSIDERAÇOES FINAIS
Sendo assim, seguindo os aspectos apresentados, talvez caminhamos mais para
construir uma educação mais humanizada, onde o contexto da sala de aula seja um lugar de
interação ampla entre os envolvidos, pois precisamos entender que o aspecto afetivo quanto o
cognitivo, são indissociáveis na conduta humana.
Nesse caso o professor desempenha o papel de mediador no processo educativo, isso
significa que a ação do professor precisa ser pautada no conhecimento acerca do
desenvolvimento de habilidades e potencialidades, que façam desse aluno uma pessoa
satisfeita e plenamente realizada em suas aprendizagens. Nessas perspectivas teremos o
5. reconhecimento do nosso alunado e consequentemente seu respeito enquanto amigo e
profissional.
REFERÊNCIAS
ABERASTURY,A; KNOBEL, M. Adolescência normal. Porto Alegre: Artes Médicas,
1981.
CALLIGARIS, C., A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
KNOBEL, M. Orientação familiar. Campinas: Papirus, 1992.
OSÓRIO, L. C. Adolescente hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
SABATELLA, Maria Lucia Prado. Talento e superdotação. São Paulo: Ibpex, 1998.