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COZINHA-ESCOLA EM ALTO PARAÍSO:
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COM ÊNFASE NOS
ALIMENTOS REGIONAIS DA CHAPADA DOS VEADEIROS
Livia Penna Firme Rodrigues
Nina Paula Laranjeira
Nilcionir Garcez Costa
1ª edição
Brasília
2016
Esta obra teve o apoio do Ministério da Educação (MEC) por meio do Edital PROE-
XT 2014, Faculdade UnB de Planaltina (FUP), e executado no Centro UnB Cerrado/
NASPA.
Autores:
Livia Penna Firme Rodrigues
Nina Paula Laranjeira
Nilcionir Garcez Costa
Coordenação:
Livia Penna Firme Rodrigues
Nilcionir Garcez Costa
César Adriano de Souza Barbosa
Tutoras:
Amanda Torres,
Cristiane Meireles
Selma Bernardes
Fotografia:
Ingrid Souza
Bolsistas do Centro UnB Cerrado:
Dyana Regina de Souza
Jhéssica Rosa
Fátima Graciele Martins
Gabrielly da Silva
Graciely Fonte
Maria Campelo
Taisa Fernandes
Telma Gabrielle Paulino
Wallissom Souza
Rodrigues, Livia Penna Firme.
R696 Cozinha-escola em Alto Paraíso : educação
alimentar e nutricional com ênfase nos alimentos
regionais da Chapada dos Veadeiros / Livia Penna
Firme Rodrigues, Nina Paula Laranjeira, Nilcionir
Garcez Costa. – Brasília : Universidade de Brasília,
2016.
36 p. : il.
ISBN 978-85-64593-42-8
1. Educação alimentar. 2. Nutrição. 3. Chapada
dos Veadeiros (Brasil). I. Laranjeira, Nina Paula. II.
Costa, Nilcionir Garcez. III. Título.
CDU 613.2:37
1. Apresentação..................................................................................................... 5
2. Promovendo Alimentação Saudável e Sustentável para a SAN..................... 7
3. As Oficinas...................................................................................................... 11
4. Valor Nutricional dos Alimentos Utilizados................................................. 13
5. Receitas Desenvolvidas.................................................................................. 23
Anexo: Os Dez Passos da Alimentação Saudável............................................. 33
Referências Bibliográficas................................................................................. 36
Sumário
5
Esta cartilha é fruto da experiência realizada no Projeto Cozinha-Escola
em Alto Paraíso(GO): Espaço de Reflexão e Práticas em Segurança Alimentar
e Nutricional (SAN) como Estratégia de Superação da Pobreza, que trata de
implantação de Cozinha-Escola no Centro UnB Cerrado em Alto Paraíso de
Goiás(GO). Tem como objetivos fortalecer a SAN a partir de uma cozinha-es-
cola comunitária, desenvolvendo valores ligados à cidadania, sustentabilidade,
solidariedade e cooperação; elaborar oficinas de culinária com ingredientes
regionais e estimular a criação de espaços populares de comercialização de
alimentos. O projeto foi apoiado pelo PROEXT 2014, do Ministério da Edu-
cação, na Faculdade UnB de Planaltina e executado no Centro UnB Cerrado.
Desde 2009, o Centro UnB Cerrado tem desenvolvido ações de Edu-
cação Alimentar e Nutricional (EAN) aliadas à Educação Ambiental e Agroe-
cologia, com estudantes das escolas locais e com a comunidade, em parceria
com o Projeto de Extensão e Ação Contínua (PEAC) da FUP, intitulado Ali-
mentação Sustentável: Nutrição e Educação. Em 2014, foi criado o Núcleo
Transdisciplinar de Pesquisa em Alimentação Sustentável e Produção Agroe-
cológica, o qual passou a integrar as ações citadas.
Em 2014, foi criado o Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Ali-
mentação Sustentável e Produção Agroecológica - NASPA, por meio da Cha-
mada MCTI/Ação Transversal–LEI/CNPq Nº 82/2013 - Segurança Alimentar
e Nutricional no Âmbito da UNASUL e ÁFRICA, que incluiu o Cozinha Es-
cola além de outros projetos sobre alimentação e agroecologia.
A partir dos resultados obtidos com a pesquisa de SAN na Chapada
dos Veadeiros (RODRIGUES & NARDOTO, 2014) percebeu-se a importân-
cia de continuar desenvolvendo atividades de EAN, porém, em parceria com a
comunidade, a fim de estreitar laços, contribuir para a formação de lideranças
e realizar eventos comunitários, como feiras de produtos locais, buscando no-
vas fontes de renda.
O projeto Cozinha-Escola Comunitária empodera as mulheres da co-
munidade para serem multiplicadoras de práticas que beneficiarão a SAN,
1. Apresentação
6
estimulando o consumo de produtos locais, testando novas receitas e valori-
zando a cultura tradicional alimentar local.
Propõe também a realização de feiras nos bairros, que permitirão que
outras pessoas da comunidade tenham acesso ao que foi preparado na cozi-
nha, repassem o excedente da produção local de hortas e quintais, por meio
de venda ou troca, promovendo a economia solidária. Essas ações contribuem
para a diminuição da pobreza local e, consequentemente, para a melhoria da
SAN do município de Alto Paraíso de Goiás.
Apresentaremos a seguir o conteúdo desta cartilha, que trata da im-
portância da alimentação saudável e sustentável para a saúde; das oficinas de
culinária realizadas e do valor nutricional de alguns alimentos regionais, com
respectivas receitas elaboradas, valorizando-se a culinária local e os alimentos
que são cultivados no Cerrado da Chapada dos Veadeiros. Ao final, incluímos
os Dez Passos da Alimentação Saudável, atualizados pelo Ministério da Saúde,
em 2014.
Estimular o consumo dos alimentos regionais e introduzir os dez pas-
sos em seu dia a dia contribui para melhorar a SAN, pois, a partir do cultivo
doméstico em hortas e quintais e da produção limpa e sustentável pelos agri-
cultores familiares, poderemos alcançar a almejada Soberania Alimentar da
região.	
Desfrutem e bom proveito!
7
A promoção da alimentação saudável e sustentável é importante para a
saúde de indivíduos e comunidades. Isso significa utilizar os produtos indus-
trializados à venda nos supermercados o menos possível, dando preferência
aos alimentos in natura, produzidos na região, sem agrotóxicos e preparados
em casa. Além disso, é importante levar em conta outros aspectos essenciais
à saúde, como a consciência sobre o uso e a qualidade da água e a produção e
destino de resíduos.
Segurança Alimentar e Nutricional significa ter alimentos de qualida-
de, na quantidade necessária, produzidos de forma sustentável, respeitando
a diversidade cultural, permitindo que todas as pessoas e comunidades te-
2. Provendo Alimentação Saudável
e Sustentável para a SAN
8
nham acesso a eles, sem prejudicar outras necessidades essenciais da família.
E esses alimentos serão transformados em deliciosas refeições, preparadas
de acordo com as tradições locais e consumidas com alegria, desfrutando do
prazer que proporciona uma alimentação saudável, gostosa e partilhada entre
familiares e amigos.
Soberania Alimentar refere-se ao direito dos povos de decidir seu pró-
prio sistema alimentar e produtivo, definir alimentos saudáveis e culturalmen-
te adequados, produzidos de forma sustentável e ecológica, e colocar aqueles
que produzem, distribuem e consomem alimentos no centro dos sistemas e
políticas alimentares, acima das exigências do mercado e das empresas.
A Cozinha-Escola é uma oportunidade de formar cidadãos críticos
com relação à Soberania Alimentar e SAN, conscientes da importância da ali-
mentação regional e sustentável para a saúde. Atualmente, há uma tendência
de se fazer a maioria das refeições fora de casa ou de comprar alimentos pro-
cessados ou prontos para o consumo; ricos em gorduras, açúcares e aditivos
químicos, responsáveis pelo aparecimento de várias doenças (como as car-
diovasculares, câncer, diabetes, hipertensão arterial, obesidade, entre outras)
que podem ser prevenidas por uma alimentação saudável e sustentável.
O Brasil tem uma grande variedade de alimentos regionais. Na Chapa-
da dos Veadeiros, as hortaliças e frutas cultivadas, de forma orgânica, devem
ser incorporados à alimentação diária, limitando ou substituindo os produtos
nocivos à saúde. Isso requer uma informação permanente à população, por
meio da EAN, aspecto muito importante do Projeto Cozinha-Escola.
O projeto Cozinha-Escola trabalha, preferencialmente, com as mulhe-
res que estão com algum grau de insegurança alimentar. As mulheres são o
grupo-chave para a promoção da alimentação saudável, pois são elas as res-
ponsáveis pelas práticas alimentares da família. É importante que as mulheres
das comunidades sejam ouvidas sobre seus conhecimentos tradicionais em
relação aos seus hábitos alimentares, o que tem sido valorizado neste projeto.
Com o apoio do projeto Cozinha-Escola, os excedentes produzidos e
as receitas elaboradas podem ser negociados nas feiras de pequenos produto-
res, trazendo uma renda extra para a família, contribuindo para a SAN. Nesta
9
primeira versão do Projeto foi feita uma banca com esses produtos, expostos
na IV Feira de Sementes e Mudas da Chapada dos Veadeiros, realizada em
setembro de 2014, em Alto Paraíso. A partir de novembro de 2015 uma nova
feira de pequenos produtores rurais, a Feira Popular da Agricultura Familiar
começou a funcionar no bairro Cidade Alta, permitindo que mais famílias de
baixo poder aquisitivo também tenham acesso a alimentos de qualidade e com
preço baixo.
11
As oficinas foram realizadas na Cozinha do Centro UnB Cerrado e em
outros espaços como o Centro de Vivências Crescer, no primeiro semestre;
no Grupo Mães da Terra, no Assentamento Silvio Rodrigues e no Povoado do
Moinho.
A Comunidade foi mobilizada a partir de reuniões, visitas domicilia-
res a famílias indicadas pelo Centro de Referência em Ação Social (CRAS),
da Prefeitura de Alto Paraíso, convite às famílias dos alunos do Centro UnB
Cerrado e conversas com líderes das comunidades.
Os temas principais abordados nas Oficinas de Culinária foram: Ali-
mentação e Saúde; Dez Passos da Alimentação Saudável; Cardápio Equilibra-
do; Hortaliças: importância para a saúde, vitaminas, minerais e fibras; Horta-
liças mais usadas nos quintais de Alto Paraíso: hortaliças não convencionais;
Alimentos regionais: recursos alimentares do cerrado; Trigo: grão e suas
quebras (farinha integral, branca, germe, farelo, trigo para quibe, trigo bur-
gol); Raízes: mandioca, cará e inhame, valor nutricional e usos culinários. Se-
mentes e oleaginosas: gergelim, abóbora, linhaça; Cocos locais (indaiá, xodó);
Castanha do Brasil, de caju, de baru.
Em cada oficina apresentou-se uma parte teórica, de acordo com o
tema do dia, seguida da elaboração das receitas com alimentos regionais e
degustação pelos participantes. Em algumas delas foram convidadas pessoas
da comunidade para expor sua experiência. 			
Além das oficinas, aconteceram outras atividades no Projeto Cozi-
nha-Escola como a organização da banca exposta na IV Feira de Sementes
e Mudas, com degustação de algumas preparações com alimentos regionais,
atividades de sensibilização e reuniões com a equipe.
O Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico do Centro UnB
Cerrado criou um grupo intitulado Cozinha-Escola, em que, inspirados
pelo projeto maior, os estudantes realizaram pesquisas sobre os alimentos
regionais e desenvolveram diversas atividades nas escolas da cidade, com o
objetivo de sensibilizar alunos, professores e merendeiras, para a melhoria
3. As Oficinas
12
da alimentação escolar, a partir da utilização de produtos da agricultura fami-
liar, de baixo custo, sazonais, contribuindo, também, para o fortalecimento da
economia local. No Povoado do Moinho foram realizadas outras oficinas espe-
cíficas, voltadas para o resgate do uso tradicional de alguns frutos da região,
como jabuticaba, amora e manga.
13
Nas oficinas de culinária foi priorizado o uso de alimentos regionais,
alguns típicos da região do Cerrado, outros, mais comuns, que nascem nos
quintais ou são produzidos pelos agricultores familiares da região. Deve-se
ressaltar que esses alimentos são de baixo custo e estão disponíveis nas feiras
e supermercados, e nos quintais dos domicílios.
Apresentaremos, a seguir, características e uso culinário de alguns ali-
mentos regionais utilizados. As informações sobre os alimentos foram retira-
das da publicação intitulada Alimentos Regionais Brasileiros (BRASIL, 2015).
4. Alimentos Regionais Utilizados
nas Oficinas de Culinária
14
ABACATE
Nome científico: Persea americana
Mill
De sabor suave e gosto bom, nem doce
nem amargo, o abacate é fruto macio e car-
nudo. Sua polpa cremosa, verde-amarelada
ou amarela quase branca, assemelha- se a um
creme amanteigado, sendo basicamente constituída por ácidos graxos não
saturados e concentrando apenas 70% de água em sua composição, o que é
pouco em comparação com a maioria das frutas existentes.
Uso culinário: por suas qualidades e extrema suavidade ao paladar,
é uma das frutas mais versáteis existentes, podendo ser utilizada em incon-
táveis e variadas receitas. Pelo sabor de sua polpa pouco açucarada, o abacate
pode ser consumido como iguaria doce ou salgada, de acordo com os hábitos
e a cultura dos povos das regiões em que é cultivado.
Receita elaborada: Guacamole.
ABÓBORA
Nome científico: Cucurbita moschata Duch. e C. maxima Duch.
Os tipos mais encontrados são: seca
(frutos grandes), baianinha (casca rajada), mo-
ranga (casca alaranjada) e cabotiá (casca verde
escura). É cultura tipicamente de clima tropi-
cal, sendo produzida de norte a sul do Brasil. Os
frutos são ricos em vitamina A e também forne-
cem vitaminas do complexo B, cálcio e fósforo.
Uso culinário: a abóbora é consumida
em saladas, cozidos, refogados, sopas, purês,
pães, bolos, pudins e doces. As sementes
15
podem ser torradas e consumidas como aperitivo. Elas podem conter até 50%
de óleo e 35% de proteína, sendo consideradas como suplemento proteico.
As abóboras maduras, quando armazenadas em local fresco e seco, possuem
longo período de conservação pós-colheita, por mais de três a quatro meses.
Receita elaborada: quibe de abóbora.
BARU
Nome científico: Dipteryx alata Vogel
O baruzeiro, que é uma leguminosa arbórea,
oferece um fruto de casca fina no qual se esconde
uma amêndoa dura e comestível. Quando maduros,
os frutos caem com facilidade da árvore. O baru
tem alto valor nutricional, com mais de 26% no teor
de proteína. A amêndoa é rica em cálcio, fósforo e
manganês.
Uso culinário: a polpa pode ser consumida
ao natural ou na forma de geleia e licor. Para retirar
a amêndoa do baru, é necessário quebrar o caroço, que é muito duro. Reco-
menda-se quebrar apenas os frutos cujas amêndoas deslizam no seu interior.
A amêndoa pode ser comida crua ou torrada e, nesse último caso, substitui
com equivalência a castanha-de-caju, servindo como ingrediente em receitas
de pé de moleque, rapadura e paçoquinha. É utilizada também para enrique-
cer pães, bolos, sorvetes e acompanhar aperitivos.
Receitas elaboradas: pão integral com gergelim e baru, bolo de arroz.
CAPUCHINHA
Planta anual, prostrada, que se alastra com facilidade. O caule é her-
báceo, retorcido, longo e carnoso. As folhas são arredondadas, com colora-
ção verde-azulada; as flores são vistosas e afuniladas, apresentando diversas
16
cores. Produz frutos de coloração esverdeada,
formados por dois ou três pequenos aquênios
arredondados.
Uso culinário: a capuchinha é uma
das flores comestíveis mais consumidas no
Brasil, com sabor picante, assemelhando-se
ao do agrião ou mostarda ardida. As flores,
com cores variadas, vermelhas, laranjas, ama-
relas, mescladas, dão um toque especial às
saladas.
Receita elaborada: salada verde com
flor de capuchinha.
COUVE
Nome científico: Brassica oleracea L. var. acephala D.C.
É muito rica em nutrientes, especialmente
cálcio, ferro e vitaminas A, C, K e B5. As couves
apresentam grande diversidade de cores (de ver-
de claro a violeta escura), formatos e tipos de
crescimento. Em condição ambiente, pode ser
mantida por um a dois dias com os talos den-
tro de uma vasilha com água em local fresco.
Quando em geladeira, deve ser colocada in-
teira ou picada em recipientes fechados.
Uso culinário: pode ser consu-
mida crua, em sucos e saladas, refogada
ou como ingrediente de sopas, farofas e
cozidos.
Receitas elaboradas: suco ver-
de, suco de limão com couve e manga.
17
GERGELIM
Nome científico: Sesamum indicum L
O principal produto do gergelim são suas se-
mentes, que possuem elevado valor nutricional em
virtude de quantidades significativas de vitaminas,
principalmente do complexo B, e de minerais como
cálcio, ferro, fósforo, potássio, magnésio, sódio, zinco e selênio. A semente é
importante fonte de óleo comestível e largamente usada como tempero.
Uso culinário: suas sementes podem ser usadas como tempero em
saladas e arroz. A semente torrada e moída (farinha) é usada como massa
para biscoito, bolachas, bolos, doces, sopas, mingaus, pães e pastas; e pode
ser empregada também no enriquecimento de alimentos. O óleo e o farelo,
extraídos em nível artesanal, são usados na produção de doces (como o pé de
moleque), gersal (sal iodado misturado com gergelim para tempero culinário)
e na fabricação de pães em geral.
Receitas elaboradas: pão integral com gergelim e baru, leite de
gergelim.
JACA
Nome científico: Artocarpus heterophyllus Lam.
Os frutos da jaca são ovalados ou arredondados, de casca amarelada,
quando maduros, e possuem superfície áspera com pequenas saliências. O
interior da jaca é formado por vários gomos,
cada um desses gomos contém grande caroço
recoberto por uma polpa cremosa, viscosa e
muito aromática. As sementes são numerosas,
chegando a 500 unidades por fruto. As varie-
dades mais cultivadas são jaca-dura, jaca-mole
e jaca-manteiga.
18
Uso culinário: a polpa, consumida in natura, possui boa quantidade
de proteínas e vitamina A; se processada, compõe doces, compotas, polpas
congeladas, refrescos, sucos e bebidas (licor). As sementes são ricas em ami-
do, podem ser consumidas cozidas e assadas e, quando moídas, produzem
farinha utilizada no preparo de biscoitos e doces.
Receitas elaboradas: carne de jaca verde, molho de carne de jaca.
JATOBÁ
Nome científico: Hymenaea sp
Fruto comestível, podendo ser consu-
mido cru ou cozido com leite. Fornece farinha
de ótimo valor nutritivo. Cerca de 60 vagens
rende um quilo de farinha. Seu valor protei-
co e utilização são iguais ao do fubá. Os frutos
maduros, de cor escura, são coletados de setembro a dezembro.
Uso culinário: essa polpa farinácea pode ser utilizada em bolos, pães,
mingaus, entre outras iguarias. Pode ser utilizado imediatamente ou conserva-
do sob refrigeração. Para preparar a farinha de jatobá, raspe as sementes com
uma faca até obter a polpa. Bata no liquidificador e, depois, passe na peneira.
Receitas elaboradas: bolo de arroz, suco de açaí com farinha de jatobá.
JABUTICABA
Nome científico: Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg.
É uma fruta silvestre de cor roxa es-
cura ou negra. Apresenta polpa branca e
suculenta. Há três tipos diferentes: jabuti-
caba-gaúcha (jabuticaba-tuba ou jabutica-
ba-açu), que é grande, de casca fina, roxa
19
escura; jabuticaba-de-cabinho, reconhecida pelos seus cabinhos compridos;
e jabuticaba-sabará ou miúda, que é pequena e de casca grossa.
Uso culinário: pode ser consumida ao natural, mas também na forma
de doces, geleias, licor ou vinho. Deve ser imediatamente consumida, pois
tem alto poder de fermentação. O fruto deve estar com consistência firme,
brilhante e sem rachaduras.
Receita elaborada: Vinho de jabuticaba.
MANGA
Nome científico: Mangifera indica L
É uma fruta polposa, de sabor e aroma
muito agradáveis, além de ser grande fonte de
carotenoides e carboidratos. Existe uma gran-
de diversidade de tipos de frutos, com sabores
e cores diferenciadas.
Uso culinário: é consumida preferen-
cialmente in natura, mas, também, em sucos,
compotas, geleias, sorvetes e chutney.
Receitas elaboradas: sucos de limão, couve e manga, picles de manga.
MANGABA
Nome científico: Hancornia speciosa Gomes
O nome mangaba, em tupi-guarani,
significa “coisa boa de comer”. A frutificação
pode ocorrer em qualquer época do ano, mas
principalmente de janeiro a abril ou de julho a
outubro. Apresenta casca muito fina e a polpa
mole, sendo, portanto, altamente perecível. Por
20
isso, é mais seguro e rentável que se faça a coleta dos frutos semimaduros.
Uso culinário: além do seu consumo in natura, a polpa é utilizada na
fabricação de doces, sorvetes, sucos, licores, vinhos, xaropes e vinagre.
Receita elaborada: suco de mangaba.
MANDIOCA
Nome científico: Manihot esculenta Crantz
De fácil adaptação, é cultivada e consumida em todos os estados bra-
sileiros, situando-se entre os nove primeiros produtos agrícolas do País. A
mandioca se deteriora muito mais rapidamente do que as outras hortaliças
de raiz. A melhor alternativa para o armazenamento doméstico e para a co-
mercialização tem sido o congelamento da raiz descascada ou conservada por
alguns dias imersa em água. Outros indicadores de boa qualidade são a polpa
úmida e a casca que se solta com facilidade.
Uso culinário: diferencia-se em mandioca-brava e mandioca-mansa,
também chamada de macaxeira ou aipim. A mandioca-brava apresenta alto
valor de ácido cianídrico, substância tóxica que a torna inadequada para o
consumo humano sem o devido processamento, sendo utilizada no preparo
da farinha de mandioca e do polvilho (goma). A mandioca-mansa apresenta
menores teores de ácido cianídrico, podendo-se fazer uso das raízes cozidas.
Receita elaborada: rosti de mandioca.
21
ORA-PRO-NOBIS
Nome científico: Pereskia aculeata Mill
Planta perene, semiereta, com folhas
suculentas e lanceoladas. Nos ramos jovens,
há pequenos espinhos parecidos com os de
roseiras; nos ramos mais velhos e grossos,
os espinhos são longos como agulhas e nas-
cem aglomerados. O cultivo é feito por en-
raizamento de estacas e é muito comum uti-
lizá-la como cerca viva, em função da grande
quantidade de espinhos. As folhas conser-
vam-se bem quando colocadas na geladeira
e embaladas.
Uso culinário: sopas, refogados,
mistos, mexidos e omeletes. Em algumas regiões, é comum usá-la mistu-
rada ao feijão. As folhas são utilizadas na culinária mineira, refogados, em
substituição a outras hortaliças folhosas, ou combinando-as com aves, como o
tradicional prato “frango com ora-pro-nobis”.
Receita elaborada: Macarrão com ora-pro-nobis.
TAIOBA
Nome científico: Xanthosoma sagittifolium (L.) Schoot
A Taioba é uma planta que faz parte da cultura alimentar dessa região,
mas que está sendo esquecida. Suas folhas são gostosas e ricas em nutrientes.
É muito fácil de ser produzida, especialmente no verão. Pode ser cultivada em
ampla faixa de condições ambientais, mas se desenvolve melhor em regiões
de clima quente e úmido. É preciso assegurar-se de que a variedade utilizada
é comestível e que, mesmo sendo de variedade comestível, apresenta boas
condições para o consumo.
22
Uso culinário: as partes mais utilizadas são as folhas e talos, que po-
dem ser consumidos refogados ou em omeletes e suflês. As folhas devem
sempre ser bem tenras e, no preparo, bem refogadas ou cozidas. Se consumi-
das cruas, provocam irritação das mucosas na boca e na garganta, causando
coceira e sensação de asfixia pelo efeito físico urticante dos cristais de oxalato
de cálcio. A taioba é indicada como substituta do espinafre e da couve em uma
variedade de pratos como tortas, quiches e sanduíches.
Receitas elaboradas: rosti de mandioca, arroz com taioba.
23
5. Receitas Preparadas
nas Oficinas de EAN
Índice
Suco verde................................................................................................................................................................................... 24
Suco de mangaba.............................................................................................................................................. 24
Suco de açaí com farinha de jatobá....................................................... 24
Suco de limão com couve e manga............................................................. 25
Vinho de jabuticaba..................................................................................................................................... 25
Leite de gergelim.................................................................................................................................................... 26
Pão integral com gergelim e baru.................................................................. 26
Bolo de arroz................................................................................................................................................................. 27
Rosti de mandioca........................................................................................................................................... 27
Picles de manga verde........................................................................................................................... 28
Guacamole................................................................................................................................................................................... 29
Salada verde com flor de capuchinha................................................. 29
Quibe de abóbora............................................................................................................................................... 30
Arroz com taioba.............................................................................................................................................. 30
Carne de jaca verde......................................................................................................................................... 31
Molho de carne de jaca...........................................................................................................................31
Macarrão com ora-pro-nobis.....................................................................................32
24
Suco verde
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Limão
Quatro unidades
médias
Esprema os limões, adicione as folhas de
couve, de ora-pro-nobis, o suco de me-
lancia e o gengibre. Bata tudo no liquidi-
ficador, coe e sirva.
Couve Três folhas médias
Ora-pro-nobis Cinco folhas pequenas
Gengibre Duas rodelinhas
Melancia Um copo de suco
Observação: este suco é desintoxicante,
muito bom para a saúde.
Rendimento: 1 litro
Suco de mangaba
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Polpa de
mangaba
300 gramas
Bata a polpa com um pouco de água
no liquidificador. Adoce a gosto.Açúcar
mascavo
A gosto
Rendimento: um litro
Suco de açaí com farinha de jatobá
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Açaí Um quilo
Bata tudo no liquidificador até obter
uma mistura homogênea.
Farinha de
jatobá
200 gramas
Banana nanica Quatro unidades
Rendimento: oito porções
25
Suco de limão com couve e manga
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Limão Uma unidade
Bata tudo no liquidificador.
Água filtrada Um litro
Couve Duas folhas
Açúcar
mascavo
Cinco colheres
Manga Duas mangas maduras
Rendimento: oito copos
Vinho de Jabuticaba
Ingredientes Modo de preparo
Jabuticaba
Primeiro, colete uma boa quantidade de amora (ou jabuticaba)
e lave bem; depois, coloque a amora numa vasilha de plástico.
Amasse bem (com as mãos ou colher) e acrescente açúcar (de
preferência cristal) aos poucos. Deixe esta mistura descansar
(curtir) por, no mínimo, 15 dias; depois, coe e coloque mais um
pouco de açúcar (a gosto) na parte coada. Deixe curtir por mais
alguns dias até perceber que parou de fermentar (ausência de
bolhas). Certifique-se de que realmente encerrou a fermentação
antes de engarrafar.
Amora
Rendimento: 10 copos
26
Leite de gergelim
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Gergelim Uma xícara
Deixe o gergelim de molho na água por
oito horas. Bata tudo no liquidificador e
coe em peneira fina.
Água Duas xícaras
Cacau em pó A gosto
Açúcar mascavo A gosto
Observação: utilizar o leite em qualquer
preparação culinária, inclusive para vita-
minas. Sugestão: vitamina de banana.
Rendimento: um litro
Pão integral com gergelim e baru
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Farinha de trigo
integral
Um quilo
Coloque a água em uma bacia; adicione o
fermento e acrescente a farinha aos pou-
cos. Quando a mistura virar uma massa
grudenta, acrescente o sal, o açúcar, o
óleo, o gergelim e baru. Vá adicionando
o restante da farinha de trigo até que a
massa fique firme, mas não dura. Deixe
crescer até dobrar de volume. Faça os
pães e deixe crescer novamente. Asse até
dourar. Aproximadamente 40 minutos.
Água morna 500ml
Sal A gosto
Óleo de girassol 100ml
Gergelim Meia xícara de chá
Baru moído Meia xícara de chá
Fermento 30 gramas
Açúcar 50 gramas
Observação: Pode enriquecer o pão com
jatobá.
Rendimento: dois pães grandes
27
Bolo de arroz
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Arroz integral Dois copos e meio Deixe o arroz de molho por seis horas.
Coloque todos os ingredientes no liqui-
dificador, exceto o arroz e o fermento.
Deixe bater, vá acrescentando a farinha
de arroz aos poucos, a farinha de baru,
farinha de jatobá e, por último, acres-
cente o fermento, uma pitada de sal e
misture levemente. Coloque em uma
forma untada e leve ao forno pré-aque-
cido. Asse até dourar (aproximadamente
40 minutos).
Suco de laranja 400ml
Açúcar Um copo
Óleo de girassol 100ml
Farinha de Jatobá Uma colher de sopa
Fermento em pó Uma colher de sopa
Farinha de Baru
Três colheres de
sopa
Rendimento: 12 porções
Rosti de mandioca
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Mandioca Um quilo Descasque a mandioca e rale no mesmo
ralador de cenoura. Dessa quantidade de
mandioca ralada, separe um copo ame-
ricano e bata no liquidificador com as
folhas de ora-pro-nobis e o azeite. Após
bater, junte esta mistura com o restante
da mandioca ralada, acrescente o sal e
misture bem.
Numa frigideira untada, espalhe um
pouco da massa, até cobrir o fundo da
frigideira. Depois da panqueca organiza-
da na frigideira, leve ao fogo até dourar,
vire para assar do outro lado.
Ora-pro-nobis 15 folhas
Azeite Três colheres
Sal Uma colher de sopa
Sugestões de recheio: abobrinha
refogada, berinjela, guacamole,
tomate, ou outros ingredientes de sua
preferência.
Rendimento: oito unidades
28
Picles de manga verde
Ingredientes Quantidade Modo de preparo
Mangas verdes
cruas
Um quilo
Lave e corte a manga em pequenos pe-
daços; salgue e deixe descansar por 20
minutos (para absorver o sabor). Em
seguida, coloque no sol por duas a três
horas para desidratar. Aqueça um pouco
de óleo numa frigideira, acrescente as
colheres de sementes de mostarda, me-
xendo até começar a “estourar”; retire
do fogo e deixe esfriar. Triture levemen-
te o feno grego. Misture o feno grego e
os demais ingredientes com a fritura das
sementes de mostarda preta, a cúrcuma,
o chili (pimenta), e mais uma xícara de
óleo. Junte esta mistura com os pedaços
de manga, cobrindo-os por completo.
Transfira os pedaços de manga para um
pote esterilizado. Despeje o restante do
óleo sobre os pedaços de forma que fi-
quem todos submersos no óleo. Coloque
um pano fino sobre os potes, pode utili-
zar um elástico para prender na boca dos
recipientes. Deixe os potes ao sol por
quatro ou cinco dias. Isso dará tempo su-
ficiente para o picles adquirir sabor. De
tempos em tempos, chacoalhe os potes
para auxiliar o processo. Após esse perío-
do, retire o pano e tampe os potes. Certi-
fique-se de que estão bem vedados para
conservar por mais tempo. Sirva este pi-
cles com pão, arroz ou vegetais cozidos.
Óleo de girassol
Uma xícara e meia
(375ml)
Feno grego
Três colheres de
sopa
Sementes de
mostarda preta
Quatro
colheres de sopa
Chili em pó
(pimenta)
Duas colheres de
chá
Cúrcuma (açafrão
da terra)
Duas colheres de
chá
Sal A gosto
Rendimento: 10 porções
29
Guacamole
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Abacate Duas unidades
Amasse o abacate; corte o tomate em
cubinhos bem pequenos (sem a semen-
te) e pique o cheiro verde. Coloque tudo
numa tigela, esprema o limão; coloque o
azeite e sal a gosto.
Sirva com salada de alface ou como ti-
ra-gosto, com pão, torradas, tapioca,
biscoito.
Tomate Uma unidade
Azeite
Duas colheres de
sopa
Limão Uma unidade
Cheiro verde A gosto
Sal A gosto
Rendimento: oito porções
Salada verde com flor de capuchinha
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Folhas de
azedinha
Um molho
Monte a salada com as folhas bem lava-
das e secas. Decore com tomates cereja
e flores de capuchinha. Sirva com mo-
lho de limão.
Folhas beldroega Um molho
Folhas de agrião Um molho
Suco de limão,
azeite, orégano
e sal
A gosto
Flores de
capuchinha
inteiras
A gosto
Tomate cereja Uma xícara (chá)
Rendimento: oito porções
30
Quibe de abóbora
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Triguilho Meio pacote
Refogue a cebola no óleo até dourar;
adicione o triguilho espremido, misture
bem, coloque a abóbora amassada, a
taioba, a aveia e a hortelã picada.
Misture mais um pouco e ponha numa
forma untada, polvilhe o queijo por cima
e asse por 20 minutos.
Abóbora japonesa
cozida no vapor
Um quarto de
abóbora
Mussarela ralada 150 gramas
Cebola pequena Uma unidade
Hortelã 10 folhas
Azeite
Cinco colheres de
sopa
Aveia
Duas colheres de
sopa
Shoyo e sal A gosto
Rendimento: 12 porções
Arroz com taioba
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Arroz cozido Cinco xícaras (chá) Pique a taioba em tiras bem finas, dei-
xando-as molhadas e reserve. Em uma
panela, derreta a manteiga, adicione a
taioba e mexa até que ela desmanche e
vire um creme. Misture o arroz cozido,
adicione o queijo e mexa devagar até o
arroz ficar bem verdinho.
Manteiga Uma colher (sopa)
Queijo ralado Meia xícara (chá)
Taioba picada
(quatro folhas
médias)
Duas xícaras (chá)
Rendimento: seis porções
31
Carne de jaca verde
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Jaca verde Uma unidade Antes de manusear a jaca, passe óleo nas
mãos e na faca para não grudar. Corte
a jaca já lavada em pedaços menores
e lave-os para tirar um pouco do leite.
Disponha-os na panela de pressão,
cubra com água. Leve ao fogo, e, quando
pegar pressão, espere mais 15 minutos e
desligue o fogo. Escorra a água, espere
esfriar para desfiar. Tire o miolo e a
casca, que são mais duros. Retire as
sementes também. A carne de jaca já
está pronta para ser temperada.
Água
O bastante para
cobrir a jaca.
Rendimento: 500 gramas
Molho de carne de jaca
Ingredientes Quantidade Modo de fazer
Carne de jaca Duas xícaras (de chá) 
Em uma panela com o azeite, refogue o
alho e a cebola até dourar. Acrescente a
carne de jaca e o limão e tempere com
sal e temperos a gosto (pode ser comi-
nho e orégano, por exemplo). Refogue
mais um pouco, adicione o molho de
tomate, coloque uma pitada de açúcar
(para quebrar um pouco o ácido do mo-
lho), e adicione a azeitona, misturando
até começar a borbulhar.
Acrescente o cheiro verde picado, regue
com azeite e desligue. Está pronto.
Cebola picada Meia unidade
Alho picado Três dentes médios
Molho de tomate Uma xícara e meia
Limão Meia unidade
Azeitona picada Meia xícara (de chá)
Orégano A gosto
Cominho A gosto
Azeite a gosto
Açúcar Uma pitada
Cheiro verde picado Meia xícara (de chá)
Observação: este molho pode ser servido com
macarrão, polenta; também pode rechear
tortas, fricassê etc.
Rendimento: seis porções
32
Macarrão com ora-pro-nobis
Ingredientes Quantidade Modo de preparo
Macarrão 300 gramas
Cozinhe o macarrão e tempere-o com
vinagre, alho, sal e pimenta, Refogar o
ora-pro-nobis em óleo, com a cebola,
até dourar. Acrescente os tomates e
sirva.
Cebola picada Uma xícara (chá)
Tomate cereja Uma xícara (chá)
Alho amassado Uma colher
Óleo Uma colher
Sal, pimenta-do-
-reino, vinagre
A gosto
Ora-pro-nobis 100 gramas
Rendimento: quatro porções
33
Em 2014, O Ministério da Saúde (BRASIL, 2014) publicou uma nova
versão do Guia Alimentar da População Brasileira, publicação que orienta e
estimula a promoção da alimentação saudável no País.
	 Aqui publicaremos os novos passos, que valorizam o consumo de ali-
mentos regionais e in natura. Vejam, a seguir, e procurem colocar em prática
em seu dia a dia.
1. Fazer de alimentos a base da alimentação.
Alimentos – e não produtos derivados de alimentos – devem ser
a base de sua alimentação.
Alimentos em grande variedade e predominantemente de origem ve-
getal são uma base excelente para uma alimentação equilibrada e saborosa.
Variedade significa alimentos de todos os tipos – grãos, raízes, tubérculos,
legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, ovos e carnes – e variedade dentro
de cada tipo – feijão, arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora, laranja,
banana, frango, peixes, entre outros.
2. Usar óleos, gorduras, sal e açúcar com moderação.
Óleos, gorduras, sal e açúcar são produtos alimentícios que devem ser
usados com moderação para temperar e cozinhar alimentos e para convertê-
los em preparações culinárias variadas e saborosas.
3. Limitar o uso de produtos prontos para consumo.
Alguns produtos prontos para consumo, como pães e queijos feitos de
modo artesanal, podem fazer parte de uma alimentação saudável quando, em
pequenas quantidades, complementam e não substituem alimentos. Outros
produtos, como pães de forma, pães doces, biscoitos recheados, guloseimas,
“salgadinhos”, refrigerantes, bebidas adoçadas em geral, sopa e macarrão
Anexo
Os Dez Passos da Alimentação Saudável
34
“instantâneos”, “tempero pronto”, embutidos, produtos prontos para aque-
cer, devem ser evitados ou consumidos apenas ocasionalmente.
4. Comer com regularidade e com atenção e em ambientes
apropriados.
Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias e
evite comer nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfru-
te o que está comendo, sem se envolver em outra atividade. Procure comer
em locais limpos e onde você se sinta confortável e evite ambientes ruidosos
ou estressantes. Evite também comer em ambientes onde há estímulo para o
consumo de quantidades ilimitadas de alimentos.
5. Comer em companhia.
Sempre que possível, prefira comer em companhia, com familiares,
amigos ou colegas de trabalho ou escola. A companhia favorece o comer com
regularidade e atenção, combina com ambientes apropriados e amplia o des-
frute da alimentação.
6. Fazer compras de alimentos em locais que ofertem varieda-
des de alimentos frescos e evitar aqueles que só vendem produtos
prontos para consumo.
Em supermercados e outros estabelecimentos onde você encontra to-
dos os tipos de alimentos e produtos, utilize uma lista de compras para não
comprar mais do que você precisa. Fuja das ofertas que oferecem embalagens
gigantes de produtos prontos para consumo, ou que distribuam brindes para
crianças. Faça ao menos parte de suas compras em mercados, feiras livres,
“sacolões” ou “varejões”, dando preferência a alimentos frescos que estão na
safra e a produtores locais.
7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias.
Se você tem habilidades culinárias, procure desenvolvê-las e partilhá-
-las, principalmente com crianças e jovens, sem distinção de gênero. Se você
35
não tem habilidades culinárias – e isso vale para homens e mulheres – procure
adquiri-las. Para isso, converse com as pessoas que sabem cozinhar, peça re-
ceitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, consulte a internet; eventual-
mente, faça cursos e comece a cozinhar.
8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que
ela merece.
Planeje as compras de alimentos, organize a despensa doméstica e de-
fina com antecedência o cardápio da semana. Divida com os membros de sua
família a responsabilidade por todas as atividades domésticas relacionadas ao
preparo de refeições. Faça da preparação de refeições e do ato de comer mo-
mentos privilegiados de convivência e prazer. Reavalie como você tem usado
o seu tempo e identifique quais atividades poderiam ceder espaço para a ali-
mentação.
9. Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem
refeições feitas na hora e evitar redes de fast food.
No dia a dia, procure locais que servem “comida caseira” e a preço
justo. Restaurantes que oferecem comida vendida por peso e “pratos feitos”
podem ser boas opções, assim como refeitórios que servem “comida caseira”
em escolas ou no local de trabalho. De vez em quando, se puder, vá a restau-
rantes que servem pratos mais elaborados da culinária brasileira ou pratos da
cozinha de outros países.
10. Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens
sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
Lembre-se de que a função essencial da publicidade é aumentar a ven-
da de produtos e não informar e, menos ainda, educar as pessoas. Avalie com
crítica o que você lê, vê e ouve sobre alimentação em propagandas comer-
ciais e estimule outras pessoas, particularmente crianças e jovens, a fazerem
o mesmo.
36
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2015.
______. Guia Alimentar da população brasileira. 2. ed. Brasília :
Ministério da Saúde, 2014.
RODRIGUES, L. P. F; NARDOTO, G. Segurança Alimentar e Nutricio-
nal na Chapada dos Veadeiros: Estudo de Caso na região rural e urbana do
município de Alto Paraíso, Goiás. XV Simpósio Internacional IHU – Ali-
mento e Nutrição no contexto dos objetivos do desenvolvimento do
milênio. 5 a 8 de Maio de 2014, UNISINOS, São Leopoldo(RS).
http://unbcerrado2014.blogspot.com.br/
secbsb.unbcerrado@gmail.com
Esta obra teve o apoio do Ministério da Educação (MEC) por
meio do Edital PROEXT 2014 contemplado na Faculdade UnB de
Planaltina (FUP), e executado no Centro UnB Cerrado.
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Cozinha-escola em Alto Paraíso promove alimentação saudável

  • 1. COZINHA-ESCOLA EM ALTO PARAÍSO: EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COM ÊNFASE NOS ALIMENTOS REGIONAIS DA CHAPADA DOS VEADEIROS Livia Penna Firme Rodrigues Nina Paula Laranjeira Nilcionir Garcez Costa 1ª edição Brasília 2016
  • 2. Esta obra teve o apoio do Ministério da Educação (MEC) por meio do Edital PROE- XT 2014, Faculdade UnB de Planaltina (FUP), e executado no Centro UnB Cerrado/ NASPA. Autores: Livia Penna Firme Rodrigues Nina Paula Laranjeira Nilcionir Garcez Costa Coordenação: Livia Penna Firme Rodrigues Nilcionir Garcez Costa César Adriano de Souza Barbosa Tutoras: Amanda Torres, Cristiane Meireles Selma Bernardes Fotografia: Ingrid Souza Bolsistas do Centro UnB Cerrado: Dyana Regina de Souza Jhéssica Rosa Fátima Graciele Martins Gabrielly da Silva Graciely Fonte Maria Campelo Taisa Fernandes Telma Gabrielle Paulino Wallissom Souza Rodrigues, Livia Penna Firme. R696 Cozinha-escola em Alto Paraíso : educação alimentar e nutricional com ênfase nos alimentos regionais da Chapada dos Veadeiros / Livia Penna Firme Rodrigues, Nina Paula Laranjeira, Nilcionir Garcez Costa. – Brasília : Universidade de Brasília, 2016. 36 p. : il. ISBN 978-85-64593-42-8 1. Educação alimentar. 2. Nutrição. 3. Chapada dos Veadeiros (Brasil). I. Laranjeira, Nina Paula. II. Costa, Nilcionir Garcez. III. Título. CDU 613.2:37
  • 3. 1. Apresentação..................................................................................................... 5 2. Promovendo Alimentação Saudável e Sustentável para a SAN..................... 7 3. As Oficinas...................................................................................................... 11 4. Valor Nutricional dos Alimentos Utilizados................................................. 13 5. Receitas Desenvolvidas.................................................................................. 23 Anexo: Os Dez Passos da Alimentação Saudável............................................. 33 Referências Bibliográficas................................................................................. 36 Sumário
  • 4.
  • 5. 5 Esta cartilha é fruto da experiência realizada no Projeto Cozinha-Escola em Alto Paraíso(GO): Espaço de Reflexão e Práticas em Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) como Estratégia de Superação da Pobreza, que trata de implantação de Cozinha-Escola no Centro UnB Cerrado em Alto Paraíso de Goiás(GO). Tem como objetivos fortalecer a SAN a partir de uma cozinha-es- cola comunitária, desenvolvendo valores ligados à cidadania, sustentabilidade, solidariedade e cooperação; elaborar oficinas de culinária com ingredientes regionais e estimular a criação de espaços populares de comercialização de alimentos. O projeto foi apoiado pelo PROEXT 2014, do Ministério da Edu- cação, na Faculdade UnB de Planaltina e executado no Centro UnB Cerrado. Desde 2009, o Centro UnB Cerrado tem desenvolvido ações de Edu- cação Alimentar e Nutricional (EAN) aliadas à Educação Ambiental e Agroe- cologia, com estudantes das escolas locais e com a comunidade, em parceria com o Projeto de Extensão e Ação Contínua (PEAC) da FUP, intitulado Ali- mentação Sustentável: Nutrição e Educação. Em 2014, foi criado o Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Alimentação Sustentável e Produção Agroe- cológica, o qual passou a integrar as ações citadas. Em 2014, foi criado o Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa em Ali- mentação Sustentável e Produção Agroecológica - NASPA, por meio da Cha- mada MCTI/Ação Transversal–LEI/CNPq Nº 82/2013 - Segurança Alimentar e Nutricional no Âmbito da UNASUL e ÁFRICA, que incluiu o Cozinha Es- cola além de outros projetos sobre alimentação e agroecologia. A partir dos resultados obtidos com a pesquisa de SAN na Chapada dos Veadeiros (RODRIGUES & NARDOTO, 2014) percebeu-se a importân- cia de continuar desenvolvendo atividades de EAN, porém, em parceria com a comunidade, a fim de estreitar laços, contribuir para a formação de lideranças e realizar eventos comunitários, como feiras de produtos locais, buscando no- vas fontes de renda. O projeto Cozinha-Escola Comunitária empodera as mulheres da co- munidade para serem multiplicadoras de práticas que beneficiarão a SAN, 1. Apresentação
  • 6. 6 estimulando o consumo de produtos locais, testando novas receitas e valori- zando a cultura tradicional alimentar local. Propõe também a realização de feiras nos bairros, que permitirão que outras pessoas da comunidade tenham acesso ao que foi preparado na cozi- nha, repassem o excedente da produção local de hortas e quintais, por meio de venda ou troca, promovendo a economia solidária. Essas ações contribuem para a diminuição da pobreza local e, consequentemente, para a melhoria da SAN do município de Alto Paraíso de Goiás. Apresentaremos a seguir o conteúdo desta cartilha, que trata da im- portância da alimentação saudável e sustentável para a saúde; das oficinas de culinária realizadas e do valor nutricional de alguns alimentos regionais, com respectivas receitas elaboradas, valorizando-se a culinária local e os alimentos que são cultivados no Cerrado da Chapada dos Veadeiros. Ao final, incluímos os Dez Passos da Alimentação Saudável, atualizados pelo Ministério da Saúde, em 2014. Estimular o consumo dos alimentos regionais e introduzir os dez pas- sos em seu dia a dia contribui para melhorar a SAN, pois, a partir do cultivo doméstico em hortas e quintais e da produção limpa e sustentável pelos agri- cultores familiares, poderemos alcançar a almejada Soberania Alimentar da região. Desfrutem e bom proveito!
  • 7. 7 A promoção da alimentação saudável e sustentável é importante para a saúde de indivíduos e comunidades. Isso significa utilizar os produtos indus- trializados à venda nos supermercados o menos possível, dando preferência aos alimentos in natura, produzidos na região, sem agrotóxicos e preparados em casa. Além disso, é importante levar em conta outros aspectos essenciais à saúde, como a consciência sobre o uso e a qualidade da água e a produção e destino de resíduos. Segurança Alimentar e Nutricional significa ter alimentos de qualida- de, na quantidade necessária, produzidos de forma sustentável, respeitando a diversidade cultural, permitindo que todas as pessoas e comunidades te- 2. Provendo Alimentação Saudável e Sustentável para a SAN
  • 8. 8 nham acesso a eles, sem prejudicar outras necessidades essenciais da família. E esses alimentos serão transformados em deliciosas refeições, preparadas de acordo com as tradições locais e consumidas com alegria, desfrutando do prazer que proporciona uma alimentação saudável, gostosa e partilhada entre familiares e amigos. Soberania Alimentar refere-se ao direito dos povos de decidir seu pró- prio sistema alimentar e produtivo, definir alimentos saudáveis e culturalmen- te adequados, produzidos de forma sustentável e ecológica, e colocar aqueles que produzem, distribuem e consomem alimentos no centro dos sistemas e políticas alimentares, acima das exigências do mercado e das empresas. A Cozinha-Escola é uma oportunidade de formar cidadãos críticos com relação à Soberania Alimentar e SAN, conscientes da importância da ali- mentação regional e sustentável para a saúde. Atualmente, há uma tendência de se fazer a maioria das refeições fora de casa ou de comprar alimentos pro- cessados ou prontos para o consumo; ricos em gorduras, açúcares e aditivos químicos, responsáveis pelo aparecimento de várias doenças (como as car- diovasculares, câncer, diabetes, hipertensão arterial, obesidade, entre outras) que podem ser prevenidas por uma alimentação saudável e sustentável. O Brasil tem uma grande variedade de alimentos regionais. Na Chapa- da dos Veadeiros, as hortaliças e frutas cultivadas, de forma orgânica, devem ser incorporados à alimentação diária, limitando ou substituindo os produtos nocivos à saúde. Isso requer uma informação permanente à população, por meio da EAN, aspecto muito importante do Projeto Cozinha-Escola. O projeto Cozinha-Escola trabalha, preferencialmente, com as mulhe- res que estão com algum grau de insegurança alimentar. As mulheres são o grupo-chave para a promoção da alimentação saudável, pois são elas as res- ponsáveis pelas práticas alimentares da família. É importante que as mulheres das comunidades sejam ouvidas sobre seus conhecimentos tradicionais em relação aos seus hábitos alimentares, o que tem sido valorizado neste projeto. Com o apoio do projeto Cozinha-Escola, os excedentes produzidos e as receitas elaboradas podem ser negociados nas feiras de pequenos produto- res, trazendo uma renda extra para a família, contribuindo para a SAN. Nesta
  • 9. 9 primeira versão do Projeto foi feita uma banca com esses produtos, expostos na IV Feira de Sementes e Mudas da Chapada dos Veadeiros, realizada em setembro de 2014, em Alto Paraíso. A partir de novembro de 2015 uma nova feira de pequenos produtores rurais, a Feira Popular da Agricultura Familiar começou a funcionar no bairro Cidade Alta, permitindo que mais famílias de baixo poder aquisitivo também tenham acesso a alimentos de qualidade e com preço baixo.
  • 10.
  • 11. 11 As oficinas foram realizadas na Cozinha do Centro UnB Cerrado e em outros espaços como o Centro de Vivências Crescer, no primeiro semestre; no Grupo Mães da Terra, no Assentamento Silvio Rodrigues e no Povoado do Moinho. A Comunidade foi mobilizada a partir de reuniões, visitas domicilia- res a famílias indicadas pelo Centro de Referência em Ação Social (CRAS), da Prefeitura de Alto Paraíso, convite às famílias dos alunos do Centro UnB Cerrado e conversas com líderes das comunidades. Os temas principais abordados nas Oficinas de Culinária foram: Ali- mentação e Saúde; Dez Passos da Alimentação Saudável; Cardápio Equilibra- do; Hortaliças: importância para a saúde, vitaminas, minerais e fibras; Horta- liças mais usadas nos quintais de Alto Paraíso: hortaliças não convencionais; Alimentos regionais: recursos alimentares do cerrado; Trigo: grão e suas quebras (farinha integral, branca, germe, farelo, trigo para quibe, trigo bur- gol); Raízes: mandioca, cará e inhame, valor nutricional e usos culinários. Se- mentes e oleaginosas: gergelim, abóbora, linhaça; Cocos locais (indaiá, xodó); Castanha do Brasil, de caju, de baru. Em cada oficina apresentou-se uma parte teórica, de acordo com o tema do dia, seguida da elaboração das receitas com alimentos regionais e degustação pelos participantes. Em algumas delas foram convidadas pessoas da comunidade para expor sua experiência. Além das oficinas, aconteceram outras atividades no Projeto Cozi- nha-Escola como a organização da banca exposta na IV Feira de Sementes e Mudas, com degustação de algumas preparações com alimentos regionais, atividades de sensibilização e reuniões com a equipe. O Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico do Centro UnB Cerrado criou um grupo intitulado Cozinha-Escola, em que, inspirados pelo projeto maior, os estudantes realizaram pesquisas sobre os alimentos regionais e desenvolveram diversas atividades nas escolas da cidade, com o objetivo de sensibilizar alunos, professores e merendeiras, para a melhoria 3. As Oficinas
  • 12. 12 da alimentação escolar, a partir da utilização de produtos da agricultura fami- liar, de baixo custo, sazonais, contribuindo, também, para o fortalecimento da economia local. No Povoado do Moinho foram realizadas outras oficinas espe- cíficas, voltadas para o resgate do uso tradicional de alguns frutos da região, como jabuticaba, amora e manga.
  • 13. 13 Nas oficinas de culinária foi priorizado o uso de alimentos regionais, alguns típicos da região do Cerrado, outros, mais comuns, que nascem nos quintais ou são produzidos pelos agricultores familiares da região. Deve-se ressaltar que esses alimentos são de baixo custo e estão disponíveis nas feiras e supermercados, e nos quintais dos domicílios. Apresentaremos, a seguir, características e uso culinário de alguns ali- mentos regionais utilizados. As informações sobre os alimentos foram retira- das da publicação intitulada Alimentos Regionais Brasileiros (BRASIL, 2015). 4. Alimentos Regionais Utilizados nas Oficinas de Culinária
  • 14. 14 ABACATE Nome científico: Persea americana Mill De sabor suave e gosto bom, nem doce nem amargo, o abacate é fruto macio e car- nudo. Sua polpa cremosa, verde-amarelada ou amarela quase branca, assemelha- se a um creme amanteigado, sendo basicamente constituída por ácidos graxos não saturados e concentrando apenas 70% de água em sua composição, o que é pouco em comparação com a maioria das frutas existentes. Uso culinário: por suas qualidades e extrema suavidade ao paladar, é uma das frutas mais versáteis existentes, podendo ser utilizada em incon- táveis e variadas receitas. Pelo sabor de sua polpa pouco açucarada, o abacate pode ser consumido como iguaria doce ou salgada, de acordo com os hábitos e a cultura dos povos das regiões em que é cultivado. Receita elaborada: Guacamole. ABÓBORA Nome científico: Cucurbita moschata Duch. e C. maxima Duch. Os tipos mais encontrados são: seca (frutos grandes), baianinha (casca rajada), mo- ranga (casca alaranjada) e cabotiá (casca verde escura). É cultura tipicamente de clima tropi- cal, sendo produzida de norte a sul do Brasil. Os frutos são ricos em vitamina A e também forne- cem vitaminas do complexo B, cálcio e fósforo. Uso culinário: a abóbora é consumida em saladas, cozidos, refogados, sopas, purês, pães, bolos, pudins e doces. As sementes
  • 15. 15 podem ser torradas e consumidas como aperitivo. Elas podem conter até 50% de óleo e 35% de proteína, sendo consideradas como suplemento proteico. As abóboras maduras, quando armazenadas em local fresco e seco, possuem longo período de conservação pós-colheita, por mais de três a quatro meses. Receita elaborada: quibe de abóbora. BARU Nome científico: Dipteryx alata Vogel O baruzeiro, que é uma leguminosa arbórea, oferece um fruto de casca fina no qual se esconde uma amêndoa dura e comestível. Quando maduros, os frutos caem com facilidade da árvore. O baru tem alto valor nutricional, com mais de 26% no teor de proteína. A amêndoa é rica em cálcio, fósforo e manganês. Uso culinário: a polpa pode ser consumida ao natural ou na forma de geleia e licor. Para retirar a amêndoa do baru, é necessário quebrar o caroço, que é muito duro. Reco- menda-se quebrar apenas os frutos cujas amêndoas deslizam no seu interior. A amêndoa pode ser comida crua ou torrada e, nesse último caso, substitui com equivalência a castanha-de-caju, servindo como ingrediente em receitas de pé de moleque, rapadura e paçoquinha. É utilizada também para enrique- cer pães, bolos, sorvetes e acompanhar aperitivos. Receitas elaboradas: pão integral com gergelim e baru, bolo de arroz. CAPUCHINHA Planta anual, prostrada, que se alastra com facilidade. O caule é her- báceo, retorcido, longo e carnoso. As folhas são arredondadas, com colora- ção verde-azulada; as flores são vistosas e afuniladas, apresentando diversas
  • 16. 16 cores. Produz frutos de coloração esverdeada, formados por dois ou três pequenos aquênios arredondados. Uso culinário: a capuchinha é uma das flores comestíveis mais consumidas no Brasil, com sabor picante, assemelhando-se ao do agrião ou mostarda ardida. As flores, com cores variadas, vermelhas, laranjas, ama- relas, mescladas, dão um toque especial às saladas. Receita elaborada: salada verde com flor de capuchinha. COUVE Nome científico: Brassica oleracea L. var. acephala D.C. É muito rica em nutrientes, especialmente cálcio, ferro e vitaminas A, C, K e B5. As couves apresentam grande diversidade de cores (de ver- de claro a violeta escura), formatos e tipos de crescimento. Em condição ambiente, pode ser mantida por um a dois dias com os talos den- tro de uma vasilha com água em local fresco. Quando em geladeira, deve ser colocada in- teira ou picada em recipientes fechados. Uso culinário: pode ser consu- mida crua, em sucos e saladas, refogada ou como ingrediente de sopas, farofas e cozidos. Receitas elaboradas: suco ver- de, suco de limão com couve e manga.
  • 17. 17 GERGELIM Nome científico: Sesamum indicum L O principal produto do gergelim são suas se- mentes, que possuem elevado valor nutricional em virtude de quantidades significativas de vitaminas, principalmente do complexo B, e de minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio, magnésio, sódio, zinco e selênio. A semente é importante fonte de óleo comestível e largamente usada como tempero. Uso culinário: suas sementes podem ser usadas como tempero em saladas e arroz. A semente torrada e moída (farinha) é usada como massa para biscoito, bolachas, bolos, doces, sopas, mingaus, pães e pastas; e pode ser empregada também no enriquecimento de alimentos. O óleo e o farelo, extraídos em nível artesanal, são usados na produção de doces (como o pé de moleque), gersal (sal iodado misturado com gergelim para tempero culinário) e na fabricação de pães em geral. Receitas elaboradas: pão integral com gergelim e baru, leite de gergelim. JACA Nome científico: Artocarpus heterophyllus Lam. Os frutos da jaca são ovalados ou arredondados, de casca amarelada, quando maduros, e possuem superfície áspera com pequenas saliências. O interior da jaca é formado por vários gomos, cada um desses gomos contém grande caroço recoberto por uma polpa cremosa, viscosa e muito aromática. As sementes são numerosas, chegando a 500 unidades por fruto. As varie- dades mais cultivadas são jaca-dura, jaca-mole e jaca-manteiga.
  • 18. 18 Uso culinário: a polpa, consumida in natura, possui boa quantidade de proteínas e vitamina A; se processada, compõe doces, compotas, polpas congeladas, refrescos, sucos e bebidas (licor). As sementes são ricas em ami- do, podem ser consumidas cozidas e assadas e, quando moídas, produzem farinha utilizada no preparo de biscoitos e doces. Receitas elaboradas: carne de jaca verde, molho de carne de jaca. JATOBÁ Nome científico: Hymenaea sp Fruto comestível, podendo ser consu- mido cru ou cozido com leite. Fornece farinha de ótimo valor nutritivo. Cerca de 60 vagens rende um quilo de farinha. Seu valor protei- co e utilização são iguais ao do fubá. Os frutos maduros, de cor escura, são coletados de setembro a dezembro. Uso culinário: essa polpa farinácea pode ser utilizada em bolos, pães, mingaus, entre outras iguarias. Pode ser utilizado imediatamente ou conserva- do sob refrigeração. Para preparar a farinha de jatobá, raspe as sementes com uma faca até obter a polpa. Bata no liquidificador e, depois, passe na peneira. Receitas elaboradas: bolo de arroz, suco de açaí com farinha de jatobá. JABUTICABA Nome científico: Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg. É uma fruta silvestre de cor roxa es- cura ou negra. Apresenta polpa branca e suculenta. Há três tipos diferentes: jabuti- caba-gaúcha (jabuticaba-tuba ou jabutica- ba-açu), que é grande, de casca fina, roxa
  • 19. 19 escura; jabuticaba-de-cabinho, reconhecida pelos seus cabinhos compridos; e jabuticaba-sabará ou miúda, que é pequena e de casca grossa. Uso culinário: pode ser consumida ao natural, mas também na forma de doces, geleias, licor ou vinho. Deve ser imediatamente consumida, pois tem alto poder de fermentação. O fruto deve estar com consistência firme, brilhante e sem rachaduras. Receita elaborada: Vinho de jabuticaba. MANGA Nome científico: Mangifera indica L É uma fruta polposa, de sabor e aroma muito agradáveis, além de ser grande fonte de carotenoides e carboidratos. Existe uma gran- de diversidade de tipos de frutos, com sabores e cores diferenciadas. Uso culinário: é consumida preferen- cialmente in natura, mas, também, em sucos, compotas, geleias, sorvetes e chutney. Receitas elaboradas: sucos de limão, couve e manga, picles de manga. MANGABA Nome científico: Hancornia speciosa Gomes O nome mangaba, em tupi-guarani, significa “coisa boa de comer”. A frutificação pode ocorrer em qualquer época do ano, mas principalmente de janeiro a abril ou de julho a outubro. Apresenta casca muito fina e a polpa mole, sendo, portanto, altamente perecível. Por
  • 20. 20 isso, é mais seguro e rentável que se faça a coleta dos frutos semimaduros. Uso culinário: além do seu consumo in natura, a polpa é utilizada na fabricação de doces, sorvetes, sucos, licores, vinhos, xaropes e vinagre. Receita elaborada: suco de mangaba. MANDIOCA Nome científico: Manihot esculenta Crantz De fácil adaptação, é cultivada e consumida em todos os estados bra- sileiros, situando-se entre os nove primeiros produtos agrícolas do País. A mandioca se deteriora muito mais rapidamente do que as outras hortaliças de raiz. A melhor alternativa para o armazenamento doméstico e para a co- mercialização tem sido o congelamento da raiz descascada ou conservada por alguns dias imersa em água. Outros indicadores de boa qualidade são a polpa úmida e a casca que se solta com facilidade. Uso culinário: diferencia-se em mandioca-brava e mandioca-mansa, também chamada de macaxeira ou aipim. A mandioca-brava apresenta alto valor de ácido cianídrico, substância tóxica que a torna inadequada para o consumo humano sem o devido processamento, sendo utilizada no preparo da farinha de mandioca e do polvilho (goma). A mandioca-mansa apresenta menores teores de ácido cianídrico, podendo-se fazer uso das raízes cozidas. Receita elaborada: rosti de mandioca.
  • 21. 21 ORA-PRO-NOBIS Nome científico: Pereskia aculeata Mill Planta perene, semiereta, com folhas suculentas e lanceoladas. Nos ramos jovens, há pequenos espinhos parecidos com os de roseiras; nos ramos mais velhos e grossos, os espinhos são longos como agulhas e nas- cem aglomerados. O cultivo é feito por en- raizamento de estacas e é muito comum uti- lizá-la como cerca viva, em função da grande quantidade de espinhos. As folhas conser- vam-se bem quando colocadas na geladeira e embaladas. Uso culinário: sopas, refogados, mistos, mexidos e omeletes. Em algumas regiões, é comum usá-la mistu- rada ao feijão. As folhas são utilizadas na culinária mineira, refogados, em substituição a outras hortaliças folhosas, ou combinando-as com aves, como o tradicional prato “frango com ora-pro-nobis”. Receita elaborada: Macarrão com ora-pro-nobis. TAIOBA Nome científico: Xanthosoma sagittifolium (L.) Schoot A Taioba é uma planta que faz parte da cultura alimentar dessa região, mas que está sendo esquecida. Suas folhas são gostosas e ricas em nutrientes. É muito fácil de ser produzida, especialmente no verão. Pode ser cultivada em ampla faixa de condições ambientais, mas se desenvolve melhor em regiões de clima quente e úmido. É preciso assegurar-se de que a variedade utilizada é comestível e que, mesmo sendo de variedade comestível, apresenta boas condições para o consumo.
  • 22. 22 Uso culinário: as partes mais utilizadas são as folhas e talos, que po- dem ser consumidos refogados ou em omeletes e suflês. As folhas devem sempre ser bem tenras e, no preparo, bem refogadas ou cozidas. Se consumi- das cruas, provocam irritação das mucosas na boca e na garganta, causando coceira e sensação de asfixia pelo efeito físico urticante dos cristais de oxalato de cálcio. A taioba é indicada como substituta do espinafre e da couve em uma variedade de pratos como tortas, quiches e sanduíches. Receitas elaboradas: rosti de mandioca, arroz com taioba.
  • 23. 23 5. Receitas Preparadas nas Oficinas de EAN Índice Suco verde................................................................................................................................................................................... 24 Suco de mangaba.............................................................................................................................................. 24 Suco de açaí com farinha de jatobá....................................................... 24 Suco de limão com couve e manga............................................................. 25 Vinho de jabuticaba..................................................................................................................................... 25 Leite de gergelim.................................................................................................................................................... 26 Pão integral com gergelim e baru.................................................................. 26 Bolo de arroz................................................................................................................................................................. 27 Rosti de mandioca........................................................................................................................................... 27 Picles de manga verde........................................................................................................................... 28 Guacamole................................................................................................................................................................................... 29 Salada verde com flor de capuchinha................................................. 29 Quibe de abóbora............................................................................................................................................... 30 Arroz com taioba.............................................................................................................................................. 30 Carne de jaca verde......................................................................................................................................... 31 Molho de carne de jaca...........................................................................................................................31 Macarrão com ora-pro-nobis.....................................................................................32
  • 24. 24 Suco verde Ingredientes Quantidade Modo de fazer Limão Quatro unidades médias Esprema os limões, adicione as folhas de couve, de ora-pro-nobis, o suco de me- lancia e o gengibre. Bata tudo no liquidi- ficador, coe e sirva. Couve Três folhas médias Ora-pro-nobis Cinco folhas pequenas Gengibre Duas rodelinhas Melancia Um copo de suco Observação: este suco é desintoxicante, muito bom para a saúde. Rendimento: 1 litro Suco de mangaba Ingredientes Quantidade Modo de fazer Polpa de mangaba 300 gramas Bata a polpa com um pouco de água no liquidificador. Adoce a gosto.Açúcar mascavo A gosto Rendimento: um litro Suco de açaí com farinha de jatobá Ingredientes Quantidade Modo de fazer Açaí Um quilo Bata tudo no liquidificador até obter uma mistura homogênea. Farinha de jatobá 200 gramas Banana nanica Quatro unidades Rendimento: oito porções
  • 25. 25 Suco de limão com couve e manga Ingredientes Quantidade Modo de fazer Limão Uma unidade Bata tudo no liquidificador. Água filtrada Um litro Couve Duas folhas Açúcar mascavo Cinco colheres Manga Duas mangas maduras Rendimento: oito copos Vinho de Jabuticaba Ingredientes Modo de preparo Jabuticaba Primeiro, colete uma boa quantidade de amora (ou jabuticaba) e lave bem; depois, coloque a amora numa vasilha de plástico. Amasse bem (com as mãos ou colher) e acrescente açúcar (de preferência cristal) aos poucos. Deixe esta mistura descansar (curtir) por, no mínimo, 15 dias; depois, coe e coloque mais um pouco de açúcar (a gosto) na parte coada. Deixe curtir por mais alguns dias até perceber que parou de fermentar (ausência de bolhas). Certifique-se de que realmente encerrou a fermentação antes de engarrafar. Amora Rendimento: 10 copos
  • 26. 26 Leite de gergelim Ingredientes Quantidade Modo de fazer Gergelim Uma xícara Deixe o gergelim de molho na água por oito horas. Bata tudo no liquidificador e coe em peneira fina. Água Duas xícaras Cacau em pó A gosto Açúcar mascavo A gosto Observação: utilizar o leite em qualquer preparação culinária, inclusive para vita- minas. Sugestão: vitamina de banana. Rendimento: um litro Pão integral com gergelim e baru Ingredientes Quantidade Modo de fazer Farinha de trigo integral Um quilo Coloque a água em uma bacia; adicione o fermento e acrescente a farinha aos pou- cos. Quando a mistura virar uma massa grudenta, acrescente o sal, o açúcar, o óleo, o gergelim e baru. Vá adicionando o restante da farinha de trigo até que a massa fique firme, mas não dura. Deixe crescer até dobrar de volume. Faça os pães e deixe crescer novamente. Asse até dourar. Aproximadamente 40 minutos. Água morna 500ml Sal A gosto Óleo de girassol 100ml Gergelim Meia xícara de chá Baru moído Meia xícara de chá Fermento 30 gramas Açúcar 50 gramas Observação: Pode enriquecer o pão com jatobá. Rendimento: dois pães grandes
  • 27. 27 Bolo de arroz Ingredientes Quantidade Modo de fazer Arroz integral Dois copos e meio Deixe o arroz de molho por seis horas. Coloque todos os ingredientes no liqui- dificador, exceto o arroz e o fermento. Deixe bater, vá acrescentando a farinha de arroz aos poucos, a farinha de baru, farinha de jatobá e, por último, acres- cente o fermento, uma pitada de sal e misture levemente. Coloque em uma forma untada e leve ao forno pré-aque- cido. Asse até dourar (aproximadamente 40 minutos). Suco de laranja 400ml Açúcar Um copo Óleo de girassol 100ml Farinha de Jatobá Uma colher de sopa Fermento em pó Uma colher de sopa Farinha de Baru Três colheres de sopa Rendimento: 12 porções Rosti de mandioca Ingredientes Quantidade Modo de fazer Mandioca Um quilo Descasque a mandioca e rale no mesmo ralador de cenoura. Dessa quantidade de mandioca ralada, separe um copo ame- ricano e bata no liquidificador com as folhas de ora-pro-nobis e o azeite. Após bater, junte esta mistura com o restante da mandioca ralada, acrescente o sal e misture bem. Numa frigideira untada, espalhe um pouco da massa, até cobrir o fundo da frigideira. Depois da panqueca organiza- da na frigideira, leve ao fogo até dourar, vire para assar do outro lado. Ora-pro-nobis 15 folhas Azeite Três colheres Sal Uma colher de sopa Sugestões de recheio: abobrinha refogada, berinjela, guacamole, tomate, ou outros ingredientes de sua preferência. Rendimento: oito unidades
  • 28. 28 Picles de manga verde Ingredientes Quantidade Modo de preparo Mangas verdes cruas Um quilo Lave e corte a manga em pequenos pe- daços; salgue e deixe descansar por 20 minutos (para absorver o sabor). Em seguida, coloque no sol por duas a três horas para desidratar. Aqueça um pouco de óleo numa frigideira, acrescente as colheres de sementes de mostarda, me- xendo até começar a “estourar”; retire do fogo e deixe esfriar. Triture levemen- te o feno grego. Misture o feno grego e os demais ingredientes com a fritura das sementes de mostarda preta, a cúrcuma, o chili (pimenta), e mais uma xícara de óleo. Junte esta mistura com os pedaços de manga, cobrindo-os por completo. Transfira os pedaços de manga para um pote esterilizado. Despeje o restante do óleo sobre os pedaços de forma que fi- quem todos submersos no óleo. Coloque um pano fino sobre os potes, pode utili- zar um elástico para prender na boca dos recipientes. Deixe os potes ao sol por quatro ou cinco dias. Isso dará tempo su- ficiente para o picles adquirir sabor. De tempos em tempos, chacoalhe os potes para auxiliar o processo. Após esse perío- do, retire o pano e tampe os potes. Certi- fique-se de que estão bem vedados para conservar por mais tempo. Sirva este pi- cles com pão, arroz ou vegetais cozidos. Óleo de girassol Uma xícara e meia (375ml) Feno grego Três colheres de sopa Sementes de mostarda preta Quatro colheres de sopa Chili em pó (pimenta) Duas colheres de chá Cúrcuma (açafrão da terra) Duas colheres de chá Sal A gosto Rendimento: 10 porções
  • 29. 29 Guacamole Ingredientes Quantidade Modo de fazer Abacate Duas unidades Amasse o abacate; corte o tomate em cubinhos bem pequenos (sem a semen- te) e pique o cheiro verde. Coloque tudo numa tigela, esprema o limão; coloque o azeite e sal a gosto. Sirva com salada de alface ou como ti- ra-gosto, com pão, torradas, tapioca, biscoito. Tomate Uma unidade Azeite Duas colheres de sopa Limão Uma unidade Cheiro verde A gosto Sal A gosto Rendimento: oito porções Salada verde com flor de capuchinha Ingredientes Quantidade Modo de fazer Folhas de azedinha Um molho Monte a salada com as folhas bem lava- das e secas. Decore com tomates cereja e flores de capuchinha. Sirva com mo- lho de limão. Folhas beldroega Um molho Folhas de agrião Um molho Suco de limão, azeite, orégano e sal A gosto Flores de capuchinha inteiras A gosto Tomate cereja Uma xícara (chá) Rendimento: oito porções
  • 30. 30 Quibe de abóbora Ingredientes Quantidade Modo de fazer Triguilho Meio pacote Refogue a cebola no óleo até dourar; adicione o triguilho espremido, misture bem, coloque a abóbora amassada, a taioba, a aveia e a hortelã picada. Misture mais um pouco e ponha numa forma untada, polvilhe o queijo por cima e asse por 20 minutos. Abóbora japonesa cozida no vapor Um quarto de abóbora Mussarela ralada 150 gramas Cebola pequena Uma unidade Hortelã 10 folhas Azeite Cinco colheres de sopa Aveia Duas colheres de sopa Shoyo e sal A gosto Rendimento: 12 porções Arroz com taioba Ingredientes Quantidade Modo de fazer Arroz cozido Cinco xícaras (chá) Pique a taioba em tiras bem finas, dei- xando-as molhadas e reserve. Em uma panela, derreta a manteiga, adicione a taioba e mexa até que ela desmanche e vire um creme. Misture o arroz cozido, adicione o queijo e mexa devagar até o arroz ficar bem verdinho. Manteiga Uma colher (sopa) Queijo ralado Meia xícara (chá) Taioba picada (quatro folhas médias) Duas xícaras (chá) Rendimento: seis porções
  • 31. 31 Carne de jaca verde Ingredientes Quantidade Modo de fazer Jaca verde Uma unidade Antes de manusear a jaca, passe óleo nas mãos e na faca para não grudar. Corte a jaca já lavada em pedaços menores e lave-os para tirar um pouco do leite. Disponha-os na panela de pressão, cubra com água. Leve ao fogo, e, quando pegar pressão, espere mais 15 minutos e desligue o fogo. Escorra a água, espere esfriar para desfiar. Tire o miolo e a casca, que são mais duros. Retire as sementes também. A carne de jaca já está pronta para ser temperada. Água O bastante para cobrir a jaca. Rendimento: 500 gramas Molho de carne de jaca Ingredientes Quantidade Modo de fazer Carne de jaca Duas xícaras (de chá)  Em uma panela com o azeite, refogue o alho e a cebola até dourar. Acrescente a carne de jaca e o limão e tempere com sal e temperos a gosto (pode ser comi- nho e orégano, por exemplo). Refogue mais um pouco, adicione o molho de tomate, coloque uma pitada de açúcar (para quebrar um pouco o ácido do mo- lho), e adicione a azeitona, misturando até começar a borbulhar. Acrescente o cheiro verde picado, regue com azeite e desligue. Está pronto. Cebola picada Meia unidade Alho picado Três dentes médios Molho de tomate Uma xícara e meia Limão Meia unidade Azeitona picada Meia xícara (de chá) Orégano A gosto Cominho A gosto Azeite a gosto Açúcar Uma pitada Cheiro verde picado Meia xícara (de chá) Observação: este molho pode ser servido com macarrão, polenta; também pode rechear tortas, fricassê etc. Rendimento: seis porções
  • 32. 32 Macarrão com ora-pro-nobis Ingredientes Quantidade Modo de preparo Macarrão 300 gramas Cozinhe o macarrão e tempere-o com vinagre, alho, sal e pimenta, Refogar o ora-pro-nobis em óleo, com a cebola, até dourar. Acrescente os tomates e sirva. Cebola picada Uma xícara (chá) Tomate cereja Uma xícara (chá) Alho amassado Uma colher Óleo Uma colher Sal, pimenta-do- -reino, vinagre A gosto Ora-pro-nobis 100 gramas Rendimento: quatro porções
  • 33. 33 Em 2014, O Ministério da Saúde (BRASIL, 2014) publicou uma nova versão do Guia Alimentar da População Brasileira, publicação que orienta e estimula a promoção da alimentação saudável no País. Aqui publicaremos os novos passos, que valorizam o consumo de ali- mentos regionais e in natura. Vejam, a seguir, e procurem colocar em prática em seu dia a dia. 1. Fazer de alimentos a base da alimentação. Alimentos – e não produtos derivados de alimentos – devem ser a base de sua alimentação. Alimentos em grande variedade e predominantemente de origem ve- getal são uma base excelente para uma alimentação equilibrada e saborosa. Variedade significa alimentos de todos os tipos – grãos, raízes, tubérculos, legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, ovos e carnes – e variedade dentro de cada tipo – feijão, arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora, laranja, banana, frango, peixes, entre outros. 2. Usar óleos, gorduras, sal e açúcar com moderação. Óleos, gorduras, sal e açúcar são produtos alimentícios que devem ser usados com moderação para temperar e cozinhar alimentos e para convertê- los em preparações culinárias variadas e saborosas. 3. Limitar o uso de produtos prontos para consumo. Alguns produtos prontos para consumo, como pães e queijos feitos de modo artesanal, podem fazer parte de uma alimentação saudável quando, em pequenas quantidades, complementam e não substituem alimentos. Outros produtos, como pães de forma, pães doces, biscoitos recheados, guloseimas, “salgadinhos”, refrigerantes, bebidas adoçadas em geral, sopa e macarrão Anexo Os Dez Passos da Alimentação Saudável
  • 34. 34 “instantâneos”, “tempero pronto”, embutidos, produtos prontos para aque- cer, devem ser evitados ou consumidos apenas ocasionalmente. 4. Comer com regularidade e com atenção e em ambientes apropriados. Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias e evite comer nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfru- te o que está comendo, sem se envolver em outra atividade. Procure comer em locais limpos e onde você se sinta confortável e evite ambientes ruidosos ou estressantes. Evite também comer em ambientes onde há estímulo para o consumo de quantidades ilimitadas de alimentos. 5. Comer em companhia. Sempre que possível, prefira comer em companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola. A companhia favorece o comer com regularidade e atenção, combina com ambientes apropriados e amplia o des- frute da alimentação. 6. Fazer compras de alimentos em locais que ofertem varieda- des de alimentos frescos e evitar aqueles que só vendem produtos prontos para consumo. Em supermercados e outros estabelecimentos onde você encontra to- dos os tipos de alimentos e produtos, utilize uma lista de compras para não comprar mais do que você precisa. Fuja das ofertas que oferecem embalagens gigantes de produtos prontos para consumo, ou que distribuam brindes para crianças. Faça ao menos parte de suas compras em mercados, feiras livres, “sacolões” ou “varejões”, dando preferência a alimentos frescos que estão na safra e a produtores locais. 7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias. Se você tem habilidades culinárias, procure desenvolvê-las e partilhá- -las, principalmente com crianças e jovens, sem distinção de gênero. Se você
  • 35. 35 não tem habilidades culinárias – e isso vale para homens e mulheres – procure adquiri-las. Para isso, converse com as pessoas que sabem cozinhar, peça re- ceitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, consulte a internet; eventual- mente, faça cursos e comece a cozinhar. 8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece. Planeje as compras de alimentos, organize a despensa doméstica e de- fina com antecedência o cardápio da semana. Divida com os membros de sua família a responsabilidade por todas as atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições. Faça da preparação de refeições e do ato de comer mo- mentos privilegiados de convivência e prazer. Reavalie como você tem usado o seu tempo e identifique quais atividades poderiam ceder espaço para a ali- mentação. 9. Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora e evitar redes de fast food. No dia a dia, procure locais que servem “comida caseira” e a preço justo. Restaurantes que oferecem comida vendida por peso e “pratos feitos” podem ser boas opções, assim como refeitórios que servem “comida caseira” em escolas ou no local de trabalho. De vez em quando, se puder, vá a restau- rantes que servem pratos mais elaborados da culinária brasileira ou pratos da cozinha de outros países. 10. Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais. Lembre-se de que a função essencial da publicidade é aumentar a ven- da de produtos e não informar e, menos ainda, educar as pessoas. Avalie com crítica o que você lê, vê e ouve sobre alimentação em propagandas comer- ciais e estimule outras pessoas, particularmente crianças e jovens, a fazerem o mesmo.
  • 36. 36 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. ______. Guia Alimentar da população brasileira. 2. ed. Brasília : Ministério da Saúde, 2014. RODRIGUES, L. P. F; NARDOTO, G. Segurança Alimentar e Nutricio- nal na Chapada dos Veadeiros: Estudo de Caso na região rural e urbana do município de Alto Paraíso, Goiás. XV Simpósio Internacional IHU – Ali- mento e Nutrição no contexto dos objetivos do desenvolvimento do milênio. 5 a 8 de Maio de 2014, UNISINOS, São Leopoldo(RS). http://unbcerrado2014.blogspot.com.br/ secbsb.unbcerrado@gmail.com Esta obra teve o apoio do Ministério da Educação (MEC) por meio do Edital PROEXT 2014 contemplado na Faculdade UnB de Planaltina (FUP), e executado no Centro UnB Cerrado. Referências Bibliográficas