SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 26
Baixar para ler offline
Ficha Técnica
Título
Experimentação em Cultura sem Solo. Morango
Edição
Universidade do Algarve
Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Redacção
Armindo Rosa
Mário Reis
Fotografia
Armindo Rosa
Mário Reis
Design e Paginação
Mário Reis
Armindo Rosa
Impressão
Laboratório de Imagem do ITUCA
Dezembro de 2006
ISBN
978-972-9341-71-7
Nº de depósito Legal
265235/07
Tiragem
100 exemplares
Experimentação em Cultura sem Solo, desenvolvida no período
de 2006 a 2007, ao abrigo de acordo de Parceria entre:

Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve
Hubel Verde
Universidade do Algarve
DRAPALG
Direcção Regional
de Agricultura e Pescas
do Algarve

Equipa:
CENTRO DE EXPERIMENTAÇÃO HORTOFRUTÍCOLA DO PATACÃO da
DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO ALGARVE
Armindo Rosa (armirosa@draalg.min-agricultura.pt)
Paulo Oliveira
Baguinho de Sousa
Artur Rodrigues

HUBEL VERDE – GRUPO HUBEL
João Caço (jcaco@hubel.pt)
Pedro Mogo

FACULDADE DE ENGENHARIA DE RECURSOS NATURAIS da
UNIVERSIDADE DO ALGARVE
Mário Reis (coordenador) (mreis@ualg.pt)
CULTURA SEM SOLO
Cultura de morango em estufa
Índice
1.

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2.

SISTEMA DE PRODUÇÃO................................................................................. 1
2.1
LOCAL .......................................................................................................... 2
2.2
MATERIAL VEGETAL ........................................................................................ 2
2.3
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E MODALIDADES EM ESTUDO ............................. 2
2.3.1
Ensaio de densidades de plantação.................................................. 2
2.3.2
Ensaio do tipo de propágulo da cultura............................................ 3

3.

RESULTADOS.................................................................................................... 4
3.1
FERTIRREGA .................................................................................................. 4
3.2
PRAGAS E DOENÇAS ....................................................................................... 5
3.3
ENSAIO DE DENSIDADE DE PLANTAÇÃO ............................................................ 5
3.3.1
Pragas e doenças................................................................................ 5
3.3.2
Desenvolvimento da cultura .............................................................. 5
3.3.3
Produtividade ...................................................................................... 7
3.3.3.1 Produção por planta........................................................................ 7
3.3.3.2 Produção por unidade de área ....................................................... 9
3.3.3.3 Distribuição por classes de qualidade ........................................ 10
3.3.4
Análise económica............................................................................ 12
3.4
ENSAIO DO TIPO DE PROPÁGULO DA CULTURA ................................................ 15

4.

CONCLUSÕES ................................................................................................. 17
1. Introdução
O cultivo sem solo do morango em estufa adquiriu, nos últimos anos, grande
importância na região do Algarve, onde se contabilizam já cerca de 40 ha com esta
cultura. Tem sido dada especial atenção pela OP - Madrefruta, ao morango e a
outros pequenos frutos, cultivando os seus associados cerca de 18 ha. A
reconversão dos cultivos é uma realidade nesta OP, onde, alguns dos sócios, como
as empresas agrícolas do Grupo Hubel, produzem actualmente apenas pequenos
frutos. Atendendo ao previsível alargamento da área de produção e com o objectivo
de aumentar a produtividade/ rentabilidade da cultura, realizaram-se ensaios em que
se compararam 4 densidades de plantação (8 a 14 plantas/ m2) e duas formas de
instalação da cultura (plantas de raiz nua e plantas em vaso). Os resultados foram
avaliados através da análise de variáveis como: nº de cachos florais, nº de flores e
nº de frutos, o peso e peso médio do fruto por classe de qualidade.
Este trabalho teve a colaboração de três entidades: Hubel Verde, Direcção Regional
de Agricultura e Pescas do Algarve e Universidade do Algarve - Faculdade de
Engenharia de Recursos Naturais

2. Sistema de produção
O morango foi cultivado em sistema de cultura sem solo. Este sistema utiliza os
equipamentos comuns a outras culturas no mesmo sistema, como o tomate já
estudado em trabalhos anteriores, nomeadamente: o cabeçal de controlo
automatizado da fertirrega (DGT Volmatic, AMI 1000) através do controlo de
condutividade eléctrica (CE) e acidez (pH) da solução nutritiva e o sistema de rega
gota a gota. Contudo, diferencia-se de outras culturas sem solo pelo tipo de
substrato utilizado, pela forma de suporte do substrato, pela densidade de plantação
e, como era natural, pela composição das soluções nutritivas.
Nos ensaios utilizou-se um substrato desenvolvido especialmente para o morango
pela Hubel Verde, designado por “CH - M1 Especial Morango”. Este substrato é uma
mistura de casca de pinheiro compostada (40%), fibra de coco (20%) e turfa (40%),
que garante uma boa capacidade de retenção de água, boa drenagem e bom
arejamento. O substrato é colocado em sacos de polietileno (PE) negro de 30 L, com
1 m de comprimento e cerca de 20 cm de largura (depois de colocado no local).

1
O suporte dos sacos de cultura era constituído por bancadas em verguinha de ferro,
com a altura de 1m e intervaladas na linha de 1 m (Figura 1).
2.1 Local
O ensaio decorreu numa estufa
tradicional

com

estrutura

em

madeira, coberta com filme de PE
térmico,

no

Centro

de

Experimentação Horto-Frutícola do
Patacão da DRAPALG.
Figura 1 - Aspecto da estrutura de suporte
em ferro

2.2 Material vegetal

Cultivou-se morango ‘El Santa’, cv. remontante de dias neutros, muito popular no
Norte de Europa e ‘Candonga’, cv de dias curtos (Viveiros Planasa, Espanha).

2.3 Delineamento experimental e modalidades em estudo
Estudou-se o efeito do tipo de propágulo usado e o efeito da densidade de plantação
na produtividade. Os ensaios foram instalados em blocos completos casualizados
com 4 repetições. Cada parcela era constituída por 2 sacos.

2.3.1 Ensaio de densidades de plantação
Testaram-se 4 densidades de plantação da
cv. ‘Candonga’. A cultura foi plantada em 6
de

Outubro

de

2006,

nas

seguintes

condições:
2

• Modalidade 1: 8 plantas por m

2

• Modalidade 2: 10 plantas por m

2

• Modalidade 3: 12 plantas por m

Figura 2 - Saco de cultivo

2

• Modalidade 4: 14 plantas por m

2

Saco de
cultivo
Devido ao compasso dos sacos, estas densidades corresponderam respectivamente
a 8, 10, 12 e 14 plantas por saco. Como cada parcela era constituída por 2 sacos
existiam respectivamente 16, 20, 24, 28 plantas por parcela em função da densidade
de plantação.

2.3.2 Ensaio do tipo de propágulo da cultura
Para avaliar o efeito do tipo de propágulo usado na produtividade plantaram-se, em
25 de Setembro de 2006, morangueiros ‘El Santa’ utilizando plantas enraizadas em

vasos (mottes, à esquerda e em baixo) e de raiz nua (à direita), instaladas ambas
com a densidade de plantação de 10 plantas por m2.

Figura 3 - Planta enraizada em vaso (motte)

3
3. Resultados
A fertirrega e o controlo fitossanitário foram idênticos em ambos os ensaios. Os
resultados relativos ao desenvolvimento das culturas e produtividade serão
abordados em separado.

3.1 Fertirrega
Os valores que serviram de referência para a preparação das soluções nutritivas
apresentam-se na Tabela 1.
Tabela 1 - Valores de referência para preparação das soluções nutritivas
Data
Out. a Dez./06
Jan. a Mar./07
Abr. a Jun/07
Média

N
12,7
11,1
11,1
11,6

NO3 NH4 H2PO4
11,5
10,8
10,8
11,0

1,2
0,3
0,3
0,6

1,6
1,7
1,7
1,7

K

Ca SO4
mmol/L
4,6 4,6 2,6
5,3 4,1 2,2
5,3 4,1 2,2
5,1 4,3 2,3

Mg

Cl

Na HCO3

1,9
1,8
1,8
1,8

0,1
0,1
0,1
0,1

2,0
2,0
2,0
2,0

0,5
0,5
0,5
0,5

Fe

Mn

39,1
32,6
30,1
33,9

13,1
12,9
12,9
13,0

B Cu
µmol/L
21,1 0,9
21,8 0,9
21,8 0,9
21,5 0,9

Zn Mo
6,2
5,0
5,0
5,4

CE
ms/cm
1,8
1,8
1,8
1,8

0,6
0,6
0,6
0,6

pH
5,5
5,5
5,5
5,5

Na Tabela 2 indicam-se os volumes de solução nutritiva aplicada à cultura, de
solução drenada, o consumo pelas plantas e os valores de condutividade eléctrica
(CE) e pH das soluções, ao longo do período de ensaio.
Tabela 2 - Solução nutritiva aplicada à cultura e o seu destino
Solução nutritiva
Mês

Dias

aplicada às plantas
(L.m dia )

CE
( ds/m)

pH

(L.m dia )

CE
( ds/m)

pH

-2.

-1

consumida pelas
plantas

drenada
-2.

-1

Outubro
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho

25-31
1-30
1-31
1-31
1-28
1-31
1-30
1-31
1-15

1,9
2,8
1,6
1,4
2,4
3,2
3,8
5,7
6,1

1,6
1,8
2,0
1,9
1,7
1,5
1,5
1,5
1,5

7,3
6,4
6,2
6,3
6,0
5,7
5,9
6,9
7,2

1,1
1,1
0,7
0,5
1,1
1,4
1,7
2,4
2,4

1,6
1,8
2,1
2,3
2,1
2,2
2,2
2,2
2,2

7,7
7,7
7,6
7,9
7,4
7,1
7,2
7,5
7,7

Total

25/10 - 15/06

3,1

1,7

6,3

1,3

2,1

7,5

% do
aplicado

(L.m dia )

% do
aplicado

57
38
45
32
46
43
46
42
39
41

0,8
1,7
0,9
1,0
1,3
1,8
2,1
3,3
3,7
1,83

43
62
55
68
54
57
54
58
61
59

-2.

-1

Nestes ensaios, a fertirrega foi efectuada em circuito aberto. Registou-se o consumo
médio de 1,8 L m-2.dia-1 de solução nutritiva, o que representa 59 % do volume total
da solução nutritiva fornecida à cultura na rega. A solução drenada, 41 % do volume
da solução nutritiva fornecida, foi reutilizada na fertirrega de um pomar de citrinos.

4
Os valores de CE situaram-se dentro do intervalo esperado. O pH apresentou
valores um pouco superiores ao programado, em virtude de anomalias detectadas
na sonda do equipamento de controlo deste parâmetro, cuja reparação nem sempre
pode ser imediata.

3.2 Pragas e doenças
Quanto às pragas, nomeadamente ácaros e tripes, não houve problemas de maior,
sendo estas pragas controladas recorrendo a insectos auxiliares. Ao longo da cultura
o oídio e a botrytis estiveram controlados, sendo a sua incidência semelhante em
ambos os ensaios.

3.3 Ensaio de densidade de plantação
3.3.1 Pragas e doenças
Com base nos resultados do ensaio, verifica-se que o aumento da densidade de
plantação não trouxe desvantagens a nível fitossanitário, o que poderia ter
acontecido devido ao menor arejamento que poderia ter proporcionado, durante um
maior período de tempo, condições favoráveis ao desenvolvimento destas doenças.

3.3.2 Desenvolvimento da cultura
Para avaliar a influência da densidade de plantação sobre o desenvolvimento da
cultura, cerca de um mês após a plantação (17/11/2006) iniciou-se a contagem
semanal do nº de ramalhetes/ planta, do nº de flores/ planta e do nº de frutos
vingados/ planta. Os resultados destas observações, que terminaram em
25/05/2007, apresentam-se na Tabela 3 e nas Figura 4 a Figura 6.
Tabela 3 - Resultado das contagens durante o período de observação (de 17/11/06
a 25/05/07)
Modalidade

Nº de Ramalhetes Nº de Flores Nº de Frutos
2

8 plantas/m
2
10 plantas/m
2
12 plantas/m
2
14 plantas/m

157
137
114
111

147
138
118
120

5

184
170
139
144
8 pl/m2

10 pl/m2

Figura 5 - Somatório do nº de flores/ planta

6

02

23

16

Data

12 pl/m2

25

-0
5

-0
5

-0
5

-0
5

-0
4

-0
4

-0
4

-0
4

14 pl/m2

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

12 pl/m2

18

11

04

27

20

13

06

-0
3

-0
3

-0
3

-2
00

-2
00

7

7

7

7

7

7

7

6

6

6

6

6

6

6

10 pl/m2

30

23

-0
3

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

25

18

11

04

27

20

13

06

30

23

16

09

02

23

16

09

02

26

19

12

05

29

22

15

08

01

24

17

Data

16

09

-0
3

-0
2

-0
2

-0
2

-0
2

-0
1

-0
1

-0
1

-0
1

-1
2

-1
2

-1
2

-1
2

-1
2

-1
1

-1
1

Nº de Flores

8 pl/m2

09

02

26

19

12

05

29

22

15

08

01

24

17

-0
5

-0
5

-0
5

-0
5

-0
4

-0
4

-0
4

-0
4

-0
3

-0
3

-0
3

-0
3

-0
3

-0
2

-0
2

-0
2

-0
2

-0
1

-0
1

-0
1

-0
1

-1
2

-1
2

-1
2

-1
2

-1
2

-1
1

-1
1

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

7

6

6

6

6

6

6

6

-2
00
7
-2
00
7

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

-2
00

Nº de Ramalhetes
180,0

160,0

140,0

120,0

100,0

80,0

60,0

40,0

20,0

0,0

14 pl/m2

Figura 4 - Somatório do nº de ramalhetes/ planta

160,0

140,0

120,0

100,0

80,0

60,0

40,0

20,0

0,0
200,0
180,0
160,0

Nº de Frutos

140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0

24

17

-1
120
- 1 06
101 20
- 1 06
2
08 -20
- 1 06
2
15 -20
- 1 06
2
22 -20
- 1 06
2
29 -20
- 1 06
2
05 -20
- 0 06
1
12 -20
- 0 07
1
19 -20
- 0 07
1
26 -20
- 0 07
1
02 -20
- 0 07
2
09 -20
- 0 07
2
16 -20
- 0 07
2
23 -20
- 0 07
2
02 -20
- 0 07
3
09 -20
- 0 07
3
16 -20
- 0 07
3
23 -20
- 0 07
3
30 -20
- 0 07
3
06 -20
- 0 07
4
13 -20
- 0 07
4
20 -20
- 0 07
4
27 -20
- 0 07
4
04 -20
- 0 07
5
11 -20
- 0 07
5
18 -20
- 0 07
5
25 -20
- 0 07
520
07

0,0

Data

8 pl/m2

10 pl/m2

12 pl/m2

14 pl/m2

Figura 6 - Somatório do nº de frutos/ planta
De acordo com os resultados, ao aumentar a densidade de plantação, registou-se
uma tendência no sentido da diminuição do nº de ramalhetes, do nº de flores e do nº
de frutos por planta.

3.3.3 Produtividade
As colheitas foram efectuadas 2 ou 3 vezes
por semana, tendo-se iniciado em 20/12/06
e terminado em 14/6/07 (Figura 7).
Dado o potencial produtivo das plantas, as
colheitas poderiam ter-se prolongado, se
os preços de venda justificassem os
encargos com a cultura, nomeadamente
em mão-de-obra.

Figura 7 - Colheita de morango

3.3.3.1 Produção por planta
Verificou-se uma tendência no sentido da diminuição da produtividade por planta
(produção e nº de frutos por planta) com o aumento da densidade.

7
A produção comercial (no total da campanha) situou-se entre o valor máximo de 897
g/ planta na densidade 8 pl/ m2, e o valor mínimo de 641 g/ planta na densidade de
14 pl/ m2 (Figura 8).
O nº de frutos mostrou igual tendência, com valores de: 62, 55, 45 e 44 frutos/
planta, respectivamente nas densidades de: 8, 10, 12 e 14 plantas/ m2 (Figura 9).

14pl/m2

0,1

0,3

0,2

12pl/m2

0,1

0,3

0,2

10pl/m2

0,1

8pl/m2

0,1

0,1

0,4

0,1

0,3

0,4

0,1

0,3

0,2

Kg / Planta
0,0

0,2

Incomercializavel

0,4

0,6

Comercializável Classe II

0,8

1,0

Comercializável Classe I

1,2

Comercializável Extra

Figura 8 - Produção por planta (kg), nas diferentes classes

14pl/m2

8

12pl/m2

8

10pl/m2

28

28

9

8pl/m2

13

13

3

4

34

8

16

36

4

20

5

Nº de Frutos / Planta
0

10

Incomercializavel

20

30

40

Comercializável Classe II

50

Comercializável Classe I

Figura 9 - Nº frutos por planta, nas diferentes classes

8

60

70

Comercializável Extra

80
3.3.3.2 Produção por unidade de área
O aumento da densidade de plantação originou o aumento da produção total por
unidade de área, em peso e nº de frutos (Tabela 4, Figura 10 e Figura 11).
Tabela 4 – Produção obtida segundo as diferentes densidades de plantação
Densidade
da
plantação
(nº
plantas/m2)

Incomercializável

Comercializável
Classe II

Classe I

Classe Extra

Total

nº

peso (g)

nº

peso
(g)

nº

peso
(g)

nº

peso
(g)

nº

peso (g)

Peso
médio do
fruto (g)

8

63,8c

538c

287c

3199c

163

2695b

43,1

1284

493b

7178b

14,6

10

94,0b

816b

345ab

3845b

163 2905ab 40,9

1271

548ab

8021ab

14,6

12

93,4b

843b

332bc

3739b

162 2924ab 49,4

1212

543ab

7875ab

14,5

14
115,1a
1010a
388a 4417a 181 3306a 41,9 1252
611a
8975a
14,7
*na mesma coluna, os valores seguidos da mesma letra não apresentam diferenças significativas para p ≤ 5%
pelo teste de Duncan

A maior produção comercializável, 9,0 kg/ m2, obteve-se com a maior densidade de
plantação e a menor produção obteve-se na menor densidade, 7,2 kg/ m2.
O nº de frutos/ m2 mostrou um comportamento análogo, com valores de: 611, 543,
548 e 493 frutos/ m2 respectivamente nas densidades de 14, 12, 10 e 8 plantas/ m2.

9,0
8pl/m2

10pl/m2

12pl/m2

9,0

14pl/m2

8,0

8,0

7,0

7,9

7,2

Kg / m2

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0
Classe II

Classe I

Incomercializavel

Extra

Comercializável

Figura 10 - Produção/ m2, nas diferentes classes de qualidade

9

Total
700
8pl/m2

10pl/m2

12pl/m2

14pl/m2

600

611
548 543

500
Nº de Frutos / m

2

493
400

300

200

100

0
Classe II

Classe I

Incomercializavel

Extra

Total

Comercializável

Figura 11 - Nº frutos/m2, nas diferentes classes de qualidade

3.3.3.3 Distribuição por classes de qualidade
As normas de qualidade para a comercialização do morango impõem que os frutos
apresentem o diâmetro mínimo na secção equatorial de: 25 mm para a classe Extra
e de 22 mm para as classes I e II, não impondo restrições ao nível do peso por fruto
desde que os mesmos cumpram as normas estabelecidas para cada classe.
No entanto, sabe-se que o consumidor valoriza os frutos mais grados e pesados,
razão pela qual a nível comercial algumas entidades de comercialização impõem
normas próprias no sentido de melhor valorizar os produtos.
Nestas condições, ao ordenar os frutos nas diferentes classes foi estabelecido que
neste ensaio o peso dos frutos deveria obedecer ao seguinte critério:
Classe II: até 16 g,
Classe I de 17 a 26 g,
Classe Extra: mais de 26 g
Ao classificar a produção procurou-se respeitar estes limites, o que foi possível, pois
apenas os frutos das plantas na densidade de 12 pl/m2, na classe Extra,
apresentaram peso inferior ao pré-estabelecido (Figura 12).
10
14
14
14
14

Comercializável

Total

30
25

Extra

31
30
18
18
18

Classe I
17
11
11
11
11

Incomercializavel

Classe II

9
9
9
8

0

5

8pl/m2

Gramas / Fruto

10

15

20

10pl/m2

25

30

12pl/m2

35
14pl/m2

Figura 12 - Peso médio dos frutos, nas diferentes classes (Total: peso médio dos
frutos comercializáveis e incomercializáveis, por densidade de plantação)
A densidade de plantação não afectou significativamente o peso médio do fruto, nas
várias classes de qualidade, isto é, o aumento densidade de plantação não conduziu
à diminuição do peso médio do fruto. Nem o peso médio dos frutos comercializáveis
(Tabela 4) nem o dos frutos totais (Figura 12), apresentaram diferenças
significativas. Verificou-se contudo ligeira tendência para uma % mais elevada de
frutos das classes Extra e I nas densidades de plantação menores (Tabela 5).
Observou-se também um ligeiro aumento, 3%, do refugo (frutos incomercializáveis)
nas plantas instaladas com uma maior densidade (Tabela 5).
Tabela 5 - Produção nas diferentes classes de qualidade (% em peso)
Densidade de
plantação
(plantas/m2)

Produção comercializável
Refugo

Classe Extra

Classe I

Classe II

8

17

35

41

7

10

14

33

44

9

12

14

34

43

10

14

13

33

44

10

11
3.3.4 Análise económica
Para avaliar sumariamente a influência das densidades de plantação na
rentabilidade da cultura, consideraram-se os preços de venda do morango ao longo
da campanha e as produções obtidas nesse período, em cada colheita.
Verificou-se, conforme esperado, que a produtividade e o rendimento bruto por
planta foram mais elevados nas menores densidades de plantação. O rendimento
bruto por planta variou entre o máximo de 0,92 €/ pl (com 8 pl/ m2) e o mínimo de
0,65 €/ pl (com 14 pl/ m2) (Figura 13).
2
Produção (Kg/m2) 8 pl

6

Produção (Kg/m2) 10 pl

1,8

Produção (Kg/m2) 14 pl
5

1,6

Venda (€ / Kg)
Rendimento (€/Planta) 8 pl

1,4

Preço de venda (€ / Kg)

Rendimento (€/Planta) 10 pl
Rendimento (€/Planta) 12 pl

4

Rendimento (€/Planta) 14 pl

1,2
1

3
0,8
2

0,6

0,4

Produção (Kg / Planta) - Rendimento (€ / Planta)

Produção (Kg/m2) 12 pl

1
0,2

0

0
24ª/2007

23ª/2007

22ª/2007

21ª/2007

20ª/2007

19ª/2007

18ª/2007

17ª/2007

16ª/2007

15ª/2007

14ª/2007

13ª/2007

12ª/2007

11ª/2007

10ª/2007

09ª/2007

08ª/2007

07ª/2007

06ª/2007

05ª/2007

04ª/2007

03ª/2007

02ª/2007

01ª/2007

54ª/2006

53ª/2006

Data de colheita (semana)

Figura 13 - Preço de venda e valores acumulados da produtividade e rendimento
bruto por planta de morango nas densidades testadas (8, 10, 12 e 14 plantas/ m2).
Contudo, atendendo à diferença de densidades de plantação, é mais importante
analisar a produtividade e o rendimento bruto por unidade de área. Ao aumentar a
densidade de plantação, o acréscimo de encargos com a manutenção da cultura e a
colheita teve um acréscimo reduzido. Assim, além do encargo mais elevado com
plantas e de um ligeiro aumento da mão-de-obra (colheita e limpeza das plantas), o
restante manteve-se praticamente igual (água, fertilizantes, controlo fitossanitário,
etc). Nestas condições, com o aumento da densidade de plantação, de 8 para 14
plantas por m2, o rendimento subiu de 7,3 €/m2 para 9,2 €/m2 (Figura 14 e Tabela 6).
O aumento da densidade de plantação aumentou a produção precoce, a
produtividade e o rendimento por unidade de área.

12
7

10
Produção (Kg/m2) 8 pl
Produção (Kg/m2) 10 pl

9

Produção (Kg/m2) 12 pl
Produção (Kg/m2) 14 pl

8

Venda (€ / Kg)
Rendimento (€/m2) 8 pl

Preço de venda (€ / Kg)

5

7

Rendimento (€/m2) 10 pl
Rendimento (€/m2) 12 pl
Rendimento (€/m2) 14 pl

6

4
5
3
4

3

2

Produção (Kg/m2) - Rendiento (€/m2)

6

2
1
1

0

0
24ª/2007

23ª/2007

22ª/2007

21ª/2007

20ª/2007

19ª/2007

18ª/2007

17ª/2007

16ª/2007

15ª/2007

14ª/2007

13ª/2007

12ª/2007

11ª/2007

10ª/2007

09ª/2007

08ª/2007

07ª/2007

06ª/2007

05ª/2007

04ª/2007

03ª/2007

02ª/2007

01ª/2007

54ª/2006

53ª/2006

Data de colheita (Semana)

Figura 14 - Preço de venda e valores acumulados da produção e rendimento bruto
de morango nas diferentes situações em estudo (8, 10, 12 e 14 plantas/m2)
Tabela 6 - Produtividade e rendimento bruto/m2 * obtido nas diferentes situações em
estudo (8, 10, 12 e 14 plantas/m2
Produção (Kg/m2)
Semana

Data

53ª/2006
54ª/2006
1ª/2007
2ª/2007
3ª/2007
4ª/2007
5ª/2007
6ª/2007
7ª/2007
8ª/2007
9ª/2007
10ª/2007
11ª/2007
12ª/2007
13ª/2007
14ª/2007
15ª/2007
16ª/2007
17ª/2007
18ª/2007
19ª/2007
20ª/2007
21ª/2007
22ª/2007
23ª/2007
24ª/2007
Soma

Rendimento (€/m2)

Venda

8 pl

10 pl

12 pl

14 pl

(€ / Kg)

8 pl

10 pl

12 pl

14 pl

17-Dez a 23-Dez
24-Dez a 30-Dez
31-Dez a 06-Jan
07-Jan a 13-Jan
14-Jan a 20-Jan
21-Jan a 27-Jan
28-Jan a 3-Fev
04-Fev a 10-Fev
11-Fev a 17-Fev
18-Fev a 24-Fev
25-Fev a 03-Mar
04-Mar a 10-Mar
11-Mar a 17-Mar
18-Mar a 24-Mar
25-Mar a 31-Mar
01-Abr a 07-Abr
08-Abr a 14-Abr
15-Abr a 21-Abr

0,01
0,04
0,06
0,14
0,12
0,12
0,06
0,04
0,05
0,03
0,04
0,17
0,38
0,43
0,40
0,50
0,58
0,72

0,02
0,07
0,08
0,12
0,15
0,12
0,06
0,06
0,04
0,02
0,02
0,10
0,47
0,50
0,54
0,65
0,68
0,75

0,02
0,07
0,10
0,10
0,12
0,09
0,06
0,09
0,06
0,03
0,02
0,10
0,46
0,47
0,45
0,64
0,75
0,69

0,01
0,05
0,09
0,14
0,14
0,13
0,09
0,11
0,09
0,02
0,06
0,14
0,48
0,48
0,53
0,68
0,90
0,83

6,2
5,3
3,0
2,2
3,3
2,6
2,6
2,4
1,2
1,4
1,9
1,6
1,6
1,2
0,9
1,1
0,8
0,6

0,06
0,21
0,17
0,31
0,39
0,30
0,16
0,10
0,06
0,04
0,08
0,28
0,60
0,51
0,35
0,54
0,48
0,45

0,12
0,36
0,24
0,28
0,50
0,31
0,15
0,14
0,05
0,03
0,05
0,17
0,73
0,58
0,47
0,71
0,57
0,48

0,14
0,35
0,29
0,22
0,39
0,22
0,16
0,21
0,07
0,04
0,05
0,17
0,73
0,55
0,39
0,70
0,63
0,43

0,09
0,28
0,27
0,31
0,47
0,35
0,23
0,26
0,10
0,03
0,12
0,23
0,75
0,56
0,46
0,74
0,75
0,53

22-Abr a 28-Abr
29-Abr a 05-Mai
06-Mai a 12-Mai
13-Mai a 19-Mai
20-Mai a 26-Mai
27-Mai a 02-Jun
03-Jun a 09-Jun
10-Jun a 16-Jun

0,43
0,22
0,21
0,25
0,45
0,48
0,61
0,66

0,48
0,25
0,24
0,27
0,47
0,45
0,77
0,66

0,44
0,26
0,27
0,30
0,51
0,54
0,66
0,59

0,60
0,32
0,25
0,28
0,51
0,65
0,67
0,71

0,4
0,4
0,7
0,7
0,6
0,8
0,8
0,8

0,16
0,08
0,15
0,17
0,26
0,39
0,49
0,53

0,18
0,09
0,17
0,18
0,27
0,36
0,62
0,53

0,16
0,09
0,19
0,20
0,29
0,43
0,53
0,48

0,22
0,11
0,18
0,19
0,29
0,52
0,54
0,57

7,2

8,0

7,9

9,0

7,3

8,3

8,1

9,2

* considerou-se “rendimento bruto” o produto do preço de venda pela produtividade
13
Na Tabela 7 apresenta-se a produção e o rendimento, escalonados em 3 períodos
iguais, de 17 semanas cada. Observa-se, por exemplo, que no 1º terço de colheitas,
período em que o preço de venda foi mais alto, o melhor resultado económico
obteve-se com 14 pl/m2, tendo a produção de 0,9 kg/ m2 “rendido” 2,4 €/ m2
enquanto que, no último terço de colheitas, 4,3 kg/ m2 renderam só mais 0,5 €/ m2.

Tabela 7 - Precocidade e rendimento bruto
Data

Venda € /
Colheita
kg

Produção (Kg/m2)
2

2

2

Rendimento (€/m 2)
2

8 pl/m

10 pl/m

12 pl/m

14 pl/m

1,8
3,1
2,4

2,1
3,5
2,7

2,1
3,5
2,6

2,4
4,0
2,9

7,3

8,3

8,1

9,2

0,7
3,3
4,0

0,7
3,3
3,9

0,9
3,8
4,3

Total

1,0

7,2

8,0

7,9

9,0

20-Dez. a 15-Fev. 1ª à 17ª
19-Fev. a 16-Abr. 18ª à 34ª
35ª à 51ª

19-Abr. a 14-Jun.

2

14 pl/m

0,6
2,9
3,7

Venda €
/ kg

2

12 pl/m

2,9
1,0
0,6

Colheita

2

10 pl/m

20-Dez. a 15-Fev. 1ª à 17ª
19-Fev. a 16-Abr. 18ª à 34ª
19-Abr. a 14-Jun. 35ª à 51ª

Data

2

8 pl/m

Produção (% da produção Total)

Rendimento (% do Rendimento final)

8 pl/m2

10 pl/m2

12 pl/m2

14 pl/m2

8 pl/m2

10 pl/m2

12 pl/m2

14 pl/m2

2,9
1,0

8,9
40,1

8,9
41,5

8,9
41,7

9,5
42,1

25
42

26
42

26
43

26
43

0,6

51,0

49,6

49,5

48,4

33

31

32

31

Em abono da importância da precocidade neste tipo de culturas realizadas no
Inverno, chama-se a atenção para o facto de no 1º terço de colheitas se ter colhido
apenas 9% da produção total mas, para qualquer das densidade de plantação
estudadas, o seu valor económico ter representado mais de 25% do rendimento
bruto obtido com a cultura, por se ter comercializado quando o preço de mercado
era mais elevado.

14
3.4 Ensaio do tipo de propágulo da cultura
Neste ensaio as colheitas iniciaram-se mais cedo, em 3 de Novembro 2006, mas
efectuaram-se apenas até 19 de Abril de 2007, devido ao baixo valor de venda do ‘El
Santa’ nessa época do ano. Realizaram-se 52 colheitas, num período de cerca de 5
meses e meio. Apresentam-se por isso apenas os resultados de produtividade
obtidos.
A produção comercializável das plantas dos mottes foi significativamente maior, em
nº de frutos e em peso, excepto no peso dos frutos da Classe Extra (Tabela 8 e
Figura 15). Não se registou diferença na produção incomercializável.
Tabela 8 – Produção de morango ‘El Santa’ obtida com os dois tipos de propágulo
Densidade
da
plantação
(nº
plantas/m2)

Incomercializável

Comercializável
Classe II

Classe I

Classe Extra

Total

nº

peso (g)

nº

peso
(g)

nº

peso
(g)

nº

peso
(g)

nº

peso (g)

Peso
médio do
fruto (g)

Mottes

81,6

862

99,0

847

65,3

848

17,8

336

182

2030

11,1

Raís nua

68,5

854

62,0

524

37,2

510

8,6

147

107

1181

11,0

*

Sig.
ns
ns
***
***
***
***
**
ns
***
***
ns
*diferenças: ns, não significativas para p ≤ 5%; ** significativas para p ≤ 0,1%;*** significativas para p ≤ 0,01%

Raiz Nua

85

Mottes

86

52

51

15

85

85

34

g / Planta
0

50
Incomercializavel

100

150

200

Comercializável Classe II

250

Comercializável Classe I

300
Comercializável Extra

Figura 15 – Produção do morango ‘El Santa’ (g/ planta), obtida com os diferentes
tipos de propágulo

15

350
A produção comercializável obtida com as plantas dos mottes foi quase o dobro da
alcançada com as plantas de raiz nua. Esta diferença ficou a dever-se ao maior nº
de frutos das plantas dos mottes (Figura 16), pois o peso médio dos frutos
comercializáveis em ambas as modalidades foi idêntico (Tabela 8).

Raiz Nua

6,9

Mottes

6,2

8,2

3,7

0,9

9,9

6,5

1,8

Nº de Frutos / Planta
0,0

5,0
Incomercializavel

10,0

15,0

Comercializável Classe II

20,0
Comercializável Classe I

25,0
Comercializável Extra

Figura 16 – Produção do morango ‘El Santa’ (nº de frutos/ planta), obtida com os
diferentes tipos de propágulo

16

30,0
4. Conclusões
Nas condições dos ensaios, os resultados obtidos indicam como principais
conclusões:

• O consumo de água e nutrientes pela cultura foi aproximadamente 60 % do volume
total da solução nutritiva fornecida (valor médio: 1,8 L m-2 dia-1),

• A solução drenada (cerca de 40 % do volume fornecido pela rega) é facilmente
reaproveitada noutras culturas, como os citrinos. Assim, a realização deste tipo
de culturas deverá preferencialmente incluir a reutilização da drenagem ou a sua
reciclagem. Para a reciclagem, haverá que garantir condições de segurança
fitossanitária para a cultura,
• O aumento da densidade de plantação de 8 para 14 plantas por m2:
• diminuiu:
o

o nº de ramalhetes, o nº de flores e o nº de frutos por planta,

o a produtividade por planta (de 897 para 641 g),
o o nº de frutos por planta (de 62 para 44),
o o rendimento bruto por planta (de 0,92 € para 0,65 €),
• aumentou:
o a produtividade por m2 (de 7,2 para 9,0 kg),
o o nº de frutos por m2 (de 493 para 611),
o o rendimento bruto por m2 (7,3 € para 9,2 €)
• não afectou o peso médio dos frutos,
• não aumentou a ocorrência de pragas e doenças.
• Houve uma ligeira tendência para uma maior % de refugo nas densidades mais
elevadas e de maior % de frutos das classes Extra e I, nas densidades mais
baixas,

• O acréscimo de custos devidos ao aumento da densidade teve um peso reduzido
na economia da cultura,

17
• Na cultura do morango, bem como noutras realizadas em época climaticamente
desfavorável, a obtenção de produção precoce é muito importante. Neste ensaio,
o preço médio de venda do morango foi de 2,9 €/kg durante o 1º terço das
colheitas (20 de Dezembro a 15 de Fevereiro) e apenas 0,6 €/kg no terço final da
cultura (19 de Abril a 14 de Junho). Por isso, a produção do 1º terço de colheitas
representou cerca de 9% em peso mas cerca de 25% em valor,

• A cultura instalada a partir de plantas enraizadas em vasos (mottes) produziu
bastante mais do que a instalada com plantas de raiz nua. Contudo, é necessário
analisar o comportamento das plantas durante um período mais longo e
determinar os respectivos custos de produção, nomeadamente de plantação,
para uma correcta avaliação económica da cultura instalada a partir de plantas
em mottes.

18
Instituições e responsáveis pelo trabalho realizado:
DRAPALG - Armindo Rosa, Baguinho de Sousa, Artur Rodrigues, Paulo Oliveira
Grupo Hubel - Hubel Verde - Pedro Mogo, João Caço
UALG - FERN - Mário Reis

19
Experimentação em Cultura sem Solo
desenvolvida no período de 2006 – 2007,
ao abrigo de Parceria entre:

DRAPALG
Direcção Regional
de Agricultura e Pescas
do Algarve

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

apostila-de-olericultura-nad-pdf
apostila-de-olericultura-nad-pdfapostila-de-olericultura-nad-pdf
apostila-de-olericultura-nad-pdfSaul Ramos
 
PROCESSO MECANIZADO NO PREPARO DO CAFÉ PÓS COLHEITA Carlos Tomás 12º agrocafé
PROCESSO MECANIZADO NO PREPARO DO CAFÉ PÓS COLHEITA Carlos Tomás 12º agrocaféPROCESSO MECANIZADO NO PREPARO DO CAFÉ PÓS COLHEITA Carlos Tomás 12º agrocafé
PROCESSO MECANIZADO NO PREPARO DO CAFÉ PÓS COLHEITA Carlos Tomás 12º agrocaféRevista Cafeicultura
 
Apresentação pós colheita
Apresentação pós colheitaApresentação pós colheita
Apresentação pós colheitaÍtalo Arrais
 
Manejo do solo e plantio do feijoeiro
Manejo do solo e plantio do feijoeiroManejo do solo e plantio do feijoeiro
Manejo do solo e plantio do feijoeiroGeagra UFG
 
Macrofauna do solo
Macrofauna do soloMacrofauna do solo
Macrofauna do soloJRSILVA0701
 
Aula 02 propagação e implantação de plantas ornamentais
Aula 02   propagação e implantação de plantas ornamentaisAula 02   propagação e implantação de plantas ornamentais
Aula 02 propagação e implantação de plantas ornamentaisCETEP, FTC, FASA..
 
Manual da Hidroponia
Manual da HidroponiaManual da Hidroponia
Manual da HidroponiaSher Hamid
 
Forragicultura e-pastagens-22
Forragicultura e-pastagens-22Forragicultura e-pastagens-22
Forragicultura e-pastagens-22Gerson Ndafa
 
Umbuzeiro (spondias tuberosa) ednei
Umbuzeiro (spondias tuberosa)   edneiUmbuzeiro (spondias tuberosa)   ednei
Umbuzeiro (spondias tuberosa) edneiCETEP, FTC, FASA..
 
Cultivo de bananeiras notas de aula.
Cultivo de bananeiras   notas de aula. Cultivo de bananeiras   notas de aula.
Cultivo de bananeiras notas de aula. CETEP, FTC, FASA..
 

Mais procurados (20)

apostila-de-olericultura-nad-pdf
apostila-de-olericultura-nad-pdfapostila-de-olericultura-nad-pdf
apostila-de-olericultura-nad-pdf
 
Como calcular a dosagem de vinhaça
Como  calcular  a dosagem  de  vinhaçaComo  calcular  a dosagem  de  vinhaça
Como calcular a dosagem de vinhaça
 
Cartilha Manejo Apropriado de Água
Cartilha Manejo Apropriado de ÁguaCartilha Manejo Apropriado de Água
Cartilha Manejo Apropriado de Água
 
Aula 7 olericultura
Aula 7 olericulturaAula 7 olericultura
Aula 7 olericultura
 
4. biofertilizante
4. biofertilizante4. biofertilizante
4. biofertilizante
 
PROCESSO MECANIZADO NO PREPARO DO CAFÉ PÓS COLHEITA Carlos Tomás 12º agrocafé
PROCESSO MECANIZADO NO PREPARO DO CAFÉ PÓS COLHEITA Carlos Tomás 12º agrocaféPROCESSO MECANIZADO NO PREPARO DO CAFÉ PÓS COLHEITA Carlos Tomás 12º agrocafé
PROCESSO MECANIZADO NO PREPARO DO CAFÉ PÓS COLHEITA Carlos Tomás 12º agrocafé
 
Informativo técnico
Informativo técnicoInformativo técnico
Informativo técnico
 
Apresentação pós colheita
Apresentação pós colheitaApresentação pós colheita
Apresentação pós colheita
 
Aulapastejolotação.ppt
Aulapastejolotação.pptAulapastejolotação.ppt
Aulapastejolotação.ppt
 
Manejo do solo e plantio do feijoeiro
Manejo do solo e plantio do feijoeiroManejo do solo e plantio do feijoeiro
Manejo do solo e plantio do feijoeiro
 
Macrofauna do solo
Macrofauna do soloMacrofauna do solo
Macrofauna do solo
 
Extensão rural
Extensão ruralExtensão rural
Extensão rural
 
Aula 02 propagação e implantação de plantas ornamentais
Aula 02   propagação e implantação de plantas ornamentaisAula 02   propagação e implantação de plantas ornamentais
Aula 02 propagação e implantação de plantas ornamentais
 
Abubação do abacaxi
Abubação do abacaxiAbubação do abacaxi
Abubação do abacaxi
 
Manual da Hidroponia
Manual da HidroponiaManual da Hidroponia
Manual da Hidroponia
 
Forragicultura e-pastagens-22
Forragicultura e-pastagens-22Forragicultura e-pastagens-22
Forragicultura e-pastagens-22
 
Umbuzeiro (spondias tuberosa) ednei
Umbuzeiro (spondias tuberosa)   edneiUmbuzeiro (spondias tuberosa)   ednei
Umbuzeiro (spondias tuberosa) ednei
 
Aula 1.pptx
Aula 1.pptxAula 1.pptx
Aula 1.pptx
 
Cultivo de bananeiras notas de aula.
Cultivo de bananeiras   notas de aula. Cultivo de bananeiras   notas de aula.
Cultivo de bananeiras notas de aula.
 
Terreiro de lama de cimento
Terreiro de lama de cimentoTerreiro de lama de cimento
Terreiro de lama de cimento
 

Semelhante a Cultura sem solo morango

ESTUDO DA CULTURA DO "COURGETTE" INSTALADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS DE LÃ DE ...
ESTUDO DA CULTURA DO "COURGETTE" INSTALADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS DE LÃ DE ...ESTUDO DA CULTURA DO "COURGETTE" INSTALADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS DE LÃ DE ...
ESTUDO DA CULTURA DO "COURGETTE" INSTALADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS DE LÃ DE ...Armindo Rosa
 
Melancia em substrato de lã de rocha
Melancia em substrato de lã de rochaMelancia em substrato de lã de rocha
Melancia em substrato de lã de rochaArmindo Rosa
 
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...Armindo Rosa
 
AVALIAÇÃO DOS CARACTERES AGRONÔMICOS DE AVEIA PRETA (Avena strigosa SCHREB.) ...
AVALIAÇÃO DOS CARACTERES AGRONÔMICOS DE AVEIA PRETA (Avena strigosa SCHREB.) ...AVALIAÇÃO DOS CARACTERES AGRONÔMICOS DE AVEIA PRETA (Avena strigosa SCHREB.) ...
AVALIAÇÃO DOS CARACTERES AGRONÔMICOS DE AVEIA PRETA (Avena strigosa SCHREB.) ...Diego Henrique Uroda
 
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambie...
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambie...Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambie...
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambie...Armindo Rosa
 
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃODIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃOAna Aguiar
 
CONTROLE DE Cerconota anonella (SEPP.) (LEP.: OECOPHORIDAE) E DE Bephratelloi...
CONTROLE DE Cerconota anonella (SEPP.) (LEP.: OECOPHORIDAE) E DE Bephratelloi...CONTROLE DE Cerconota anonella (SEPP.) (LEP.: OECOPHORIDAE) E DE Bephratelloi...
CONTROLE DE Cerconota anonella (SEPP.) (LEP.: OECOPHORIDAE) E DE Bephratelloi...Ysa35
 
Levantamento de Oligochaetas, Fauna do Solo e do Folhedo (Renata Pontes Araúj...
Levantamento de Oligochaetas, Fauna do Solo e do Folhedo (Renata Pontes Araúj...Levantamento de Oligochaetas, Fauna do Solo e do Folhedo (Renata Pontes Araúj...
Levantamento de Oligochaetas, Fauna do Solo e do Folhedo (Renata Pontes Araúj...Renata Araújo
 
Produção de alface (Lactuca sativa L.), em função de diferentes concentrações...
Produção de alface (Lactuca sativa L.), em função de diferentes concentrações...Produção de alface (Lactuca sativa L.), em função de diferentes concentrações...
Produção de alface (Lactuca sativa L.), em função de diferentes concentrações...Ana Bya Suzuki
 
Artigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoArtigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoEuvaldo Junior
 
Dalyse castanheira - palestra IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil
Dalyse castanheira - palestra IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do BrasilDalyse castanheira - palestra IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil
Dalyse castanheira - palestra IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do BrasilRevista Cafeicultura
 
Projeto 3 ej descarte do lixo do campus (3)
Projeto 3 ej descarte do lixo do campus (3)Projeto 3 ej descarte do lixo do campus (3)
Projeto 3 ej descarte do lixo do campus (3)rfreitas2013
 
PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA
PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICAPRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA
PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICAAna Aguiar
 

Semelhante a Cultura sem solo morango (20)

ESTUDO DA CULTURA DO "COURGETTE" INSTALADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS DE LÃ DE ...
ESTUDO DA CULTURA DO "COURGETTE" INSTALADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS DE LÃ DE ...ESTUDO DA CULTURA DO "COURGETTE" INSTALADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS DE LÃ DE ...
ESTUDO DA CULTURA DO "COURGETTE" INSTALADA EM DIFERENTES SUBSTRATOS DE LÃ DE ...
 
Melancia em substrato de lã de rocha
Melancia em substrato de lã de rochaMelancia em substrato de lã de rocha
Melancia em substrato de lã de rocha
 
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
 
AVALIAÇÃO DOS CARACTERES AGRONÔMICOS DE AVEIA PRETA (Avena strigosa SCHREB.) ...
AVALIAÇÃO DOS CARACTERES AGRONÔMICOS DE AVEIA PRETA (Avena strigosa SCHREB.) ...AVALIAÇÃO DOS CARACTERES AGRONÔMICOS DE AVEIA PRETA (Avena strigosa SCHREB.) ...
AVALIAÇÃO DOS CARACTERES AGRONÔMICOS DE AVEIA PRETA (Avena strigosa SCHREB.) ...
 
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambie...
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambie...Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambie...
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambie...
 
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃODIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
 
CONTROLE DE Cerconota anonella (SEPP.) (LEP.: OECOPHORIDAE) E DE Bephratelloi...
CONTROLE DE Cerconota anonella (SEPP.) (LEP.: OECOPHORIDAE) E DE Bephratelloi...CONTROLE DE Cerconota anonella (SEPP.) (LEP.: OECOPHORIDAE) E DE Bephratelloi...
CONTROLE DE Cerconota anonella (SEPP.) (LEP.: OECOPHORIDAE) E DE Bephratelloi...
 
Tese amido nativo e modificado
Tese   amido nativo e modificadoTese   amido nativo e modificado
Tese amido nativo e modificado
 
Levantamento de Oligochaetas, Fauna do Solo e do Folhedo (Renata Pontes Araúj...
Levantamento de Oligochaetas, Fauna do Solo e do Folhedo (Renata Pontes Araúj...Levantamento de Oligochaetas, Fauna do Solo e do Folhedo (Renata Pontes Araúj...
Levantamento de Oligochaetas, Fauna do Solo e do Folhedo (Renata Pontes Araúj...
 
204 638-1-pb
204 638-1-pb204 638-1-pb
204 638-1-pb
 
Produção de alface (Lactuca sativa L.), em função de diferentes concentrações...
Produção de alface (Lactuca sativa L.), em função de diferentes concentrações...Produção de alface (Lactuca sativa L.), em função de diferentes concentrações...
Produção de alface (Lactuca sativa L.), em função de diferentes concentrações...
 
Artigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoArtigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completo
 
Ciências agrárias
Ciências agráriasCiências agrárias
Ciências agrárias
 
905-3074-1-PB
905-3074-1-PB905-3074-1-PB
905-3074-1-PB
 
Dalyse castanheira BIG COFFEE
Dalyse castanheira BIG COFFEE Dalyse castanheira BIG COFFEE
Dalyse castanheira BIG COFFEE
 
Dalyse castanheira - palestra IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil
Dalyse castanheira - palestra IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do BrasilDalyse castanheira - palestra IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil
Dalyse castanheira - palestra IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil
 
Projeto 3 ej descarte do lixo do campus (3)
Projeto 3 ej descarte do lixo do campus (3)Projeto 3 ej descarte do lixo do campus (3)
Projeto 3 ej descarte do lixo do campus (3)
 
Artigo bioterra v16_n2_08
Artigo bioterra v16_n2_08Artigo bioterra v16_n2_08
Artigo bioterra v16_n2_08
 
Genoveva
GenovevaGenoveva
Genoveva
 
PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA
PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICAPRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA
PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA
 

Mais de Armindo Rosa

Património varietal de fruteiras da região do Algarve
Património varietal de fruteiras da região do AlgarvePatrimónio varietal de fruteiras da região do Algarve
Património varietal de fruteiras da região do AlgarveArmindo Rosa
 
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...Armindo Rosa
 
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das CulturasCuriosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das CulturasArmindo Rosa
 
Colecções do CEAT em Tavira
Colecções do CEAT em TaviraColecções do CEAT em Tavira
Colecções do CEAT em TaviraArmindo Rosa
 
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.Armindo Rosa
 
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEATVinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEATArmindo Rosa
 
Colecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do AlgarveColecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do AlgarveArmindo Rosa
 
Colecção de Amendoeiras do Algarve
Colecção de Amendoeiras do AlgarveColecção de Amendoeiras do Algarve
Colecção de Amendoeiras do AlgarveArmindo Rosa
 
Colecção de Alfarrobeiras do Algarve
Colecção de Alfarrobeiras do AlgarveColecção de Alfarrobeiras do Algarve
Colecção de Alfarrobeiras do AlgarveArmindo Rosa
 
Rega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da ÁguaRega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da ÁguaArmindo Rosa
 
Percurso sete fontes
Percurso sete fontesPercurso sete fontes
Percurso sete fontesArmindo Rosa
 
Percurso serra e montes
Percurso serra e montesPercurso serra e montes
Percurso serra e montesArmindo Rosa
 
Percurso amendoeira
Percurso amendoeiraPercurso amendoeira
Percurso amendoeiraArmindo Rosa
 
Relação Carbono / Azoto
Relação Carbono / AzotoRelação Carbono / Azoto
Relação Carbono / AzotoArmindo Rosa
 
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...Armindo Rosa
 
Mangas de Água na Produção de Melão Precoce
Mangas de Água na Produção de Melão PrecoceMangas de Água na Produção de Melão Precoce
Mangas de Água na Produção de Melão PrecoceArmindo Rosa
 
Folheto analise foliar no abacateiro
Folheto analise foliar no abacateiroFolheto analise foliar no abacateiro
Folheto analise foliar no abacateiroArmindo Rosa
 
Plano para recuperação de drenados
Plano para recuperação de drenadosPlano para recuperação de drenados
Plano para recuperação de drenadosArmindo Rosa
 

Mais de Armindo Rosa (20)

Património varietal de fruteiras da região do Algarve
Património varietal de fruteiras da região do AlgarvePatrimónio varietal de fruteiras da região do Algarve
Património varietal de fruteiras da região do Algarve
 
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
 
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das CulturasCuriosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
 
Colecções do CEAT em Tavira
Colecções do CEAT em TaviraColecções do CEAT em Tavira
Colecções do CEAT em Tavira
 
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
 
Norte / Sul
Norte  /  SulNorte  /  Sul
Norte / Sul
 
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEATVinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
 
Colecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do AlgarveColecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do Algarve
 
Colecção de Amendoeiras do Algarve
Colecção de Amendoeiras do AlgarveColecção de Amendoeiras do Algarve
Colecção de Amendoeiras do Algarve
 
Colecção de Alfarrobeiras do Algarve
Colecção de Alfarrobeiras do AlgarveColecção de Alfarrobeiras do Algarve
Colecção de Alfarrobeiras do Algarve
 
Rega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da ÁguaRega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da Água
 
Percurso sete fontes
Percurso sete fontesPercurso sete fontes
Percurso sete fontes
 
Percurso serra e montes
Percurso serra e montesPercurso serra e montes
Percurso serra e montes
 
Percurso amendoeira
Percurso amendoeiraPercurso amendoeira
Percurso amendoeira
 
Relação Carbono / Azoto
Relação Carbono / AzotoRelação Carbono / Azoto
Relação Carbono / Azoto
 
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
 
Mangas de Água na Produção de Melão Precoce
Mangas de Água na Produção de Melão PrecoceMangas de Água na Produção de Melão Precoce
Mangas de Água na Produção de Melão Precoce
 
Fertirrega
Fertirrega Fertirrega
Fertirrega
 
Folheto analise foliar no abacateiro
Folheto analise foliar no abacateiroFolheto analise foliar no abacateiro
Folheto analise foliar no abacateiro
 
Plano para recuperação de drenados
Plano para recuperação de drenadosPlano para recuperação de drenados
Plano para recuperação de drenados
 

Cultura sem solo morango

  • 1.
  • 2. Ficha Técnica Título Experimentação em Cultura sem Solo. Morango Edição Universidade do Algarve Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Redacção Armindo Rosa Mário Reis Fotografia Armindo Rosa Mário Reis Design e Paginação Mário Reis Armindo Rosa Impressão Laboratório de Imagem do ITUCA Dezembro de 2006 ISBN 978-972-9341-71-7 Nº de depósito Legal 265235/07 Tiragem 100 exemplares
  • 3. Experimentação em Cultura sem Solo, desenvolvida no período de 2006 a 2007, ao abrigo de acordo de Parceria entre: Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve Hubel Verde Universidade do Algarve DRAPALG Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve Equipa: CENTRO DE EXPERIMENTAÇÃO HORTOFRUTÍCOLA DO PATACÃO da DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO ALGARVE Armindo Rosa (armirosa@draalg.min-agricultura.pt) Paulo Oliveira Baguinho de Sousa Artur Rodrigues HUBEL VERDE – GRUPO HUBEL João Caço (jcaco@hubel.pt) Pedro Mogo FACULDADE DE ENGENHARIA DE RECURSOS NATURAIS da UNIVERSIDADE DO ALGARVE Mário Reis (coordenador) (mreis@ualg.pt)
  • 4.
  • 5. CULTURA SEM SOLO Cultura de morango em estufa Índice 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 2. SISTEMA DE PRODUÇÃO................................................................................. 1 2.1 LOCAL .......................................................................................................... 2 2.2 MATERIAL VEGETAL ........................................................................................ 2 2.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E MODALIDADES EM ESTUDO ............................. 2 2.3.1 Ensaio de densidades de plantação.................................................. 2 2.3.2 Ensaio do tipo de propágulo da cultura............................................ 3 3. RESULTADOS.................................................................................................... 4 3.1 FERTIRREGA .................................................................................................. 4 3.2 PRAGAS E DOENÇAS ....................................................................................... 5 3.3 ENSAIO DE DENSIDADE DE PLANTAÇÃO ............................................................ 5 3.3.1 Pragas e doenças................................................................................ 5 3.3.2 Desenvolvimento da cultura .............................................................. 5 3.3.3 Produtividade ...................................................................................... 7 3.3.3.1 Produção por planta........................................................................ 7 3.3.3.2 Produção por unidade de área ....................................................... 9 3.3.3.3 Distribuição por classes de qualidade ........................................ 10 3.3.4 Análise económica............................................................................ 12 3.4 ENSAIO DO TIPO DE PROPÁGULO DA CULTURA ................................................ 15 4. CONCLUSÕES ................................................................................................. 17
  • 6.
  • 7. 1. Introdução O cultivo sem solo do morango em estufa adquiriu, nos últimos anos, grande importância na região do Algarve, onde se contabilizam já cerca de 40 ha com esta cultura. Tem sido dada especial atenção pela OP - Madrefruta, ao morango e a outros pequenos frutos, cultivando os seus associados cerca de 18 ha. A reconversão dos cultivos é uma realidade nesta OP, onde, alguns dos sócios, como as empresas agrícolas do Grupo Hubel, produzem actualmente apenas pequenos frutos. Atendendo ao previsível alargamento da área de produção e com o objectivo de aumentar a produtividade/ rentabilidade da cultura, realizaram-se ensaios em que se compararam 4 densidades de plantação (8 a 14 plantas/ m2) e duas formas de instalação da cultura (plantas de raiz nua e plantas em vaso). Os resultados foram avaliados através da análise de variáveis como: nº de cachos florais, nº de flores e nº de frutos, o peso e peso médio do fruto por classe de qualidade. Este trabalho teve a colaboração de três entidades: Hubel Verde, Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve e Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais 2. Sistema de produção O morango foi cultivado em sistema de cultura sem solo. Este sistema utiliza os equipamentos comuns a outras culturas no mesmo sistema, como o tomate já estudado em trabalhos anteriores, nomeadamente: o cabeçal de controlo automatizado da fertirrega (DGT Volmatic, AMI 1000) através do controlo de condutividade eléctrica (CE) e acidez (pH) da solução nutritiva e o sistema de rega gota a gota. Contudo, diferencia-se de outras culturas sem solo pelo tipo de substrato utilizado, pela forma de suporte do substrato, pela densidade de plantação e, como era natural, pela composição das soluções nutritivas. Nos ensaios utilizou-se um substrato desenvolvido especialmente para o morango pela Hubel Verde, designado por “CH - M1 Especial Morango”. Este substrato é uma mistura de casca de pinheiro compostada (40%), fibra de coco (20%) e turfa (40%), que garante uma boa capacidade de retenção de água, boa drenagem e bom arejamento. O substrato é colocado em sacos de polietileno (PE) negro de 30 L, com 1 m de comprimento e cerca de 20 cm de largura (depois de colocado no local). 1
  • 8. O suporte dos sacos de cultura era constituído por bancadas em verguinha de ferro, com a altura de 1m e intervaladas na linha de 1 m (Figura 1). 2.1 Local O ensaio decorreu numa estufa tradicional com estrutura em madeira, coberta com filme de PE térmico, no Centro de Experimentação Horto-Frutícola do Patacão da DRAPALG. Figura 1 - Aspecto da estrutura de suporte em ferro 2.2 Material vegetal Cultivou-se morango ‘El Santa’, cv. remontante de dias neutros, muito popular no Norte de Europa e ‘Candonga’, cv de dias curtos (Viveiros Planasa, Espanha). 2.3 Delineamento experimental e modalidades em estudo Estudou-se o efeito do tipo de propágulo usado e o efeito da densidade de plantação na produtividade. Os ensaios foram instalados em blocos completos casualizados com 4 repetições. Cada parcela era constituída por 2 sacos. 2.3.1 Ensaio de densidades de plantação Testaram-se 4 densidades de plantação da cv. ‘Candonga’. A cultura foi plantada em 6 de Outubro de 2006, nas seguintes condições: 2 • Modalidade 1: 8 plantas por m 2 • Modalidade 2: 10 plantas por m 2 • Modalidade 3: 12 plantas por m Figura 2 - Saco de cultivo 2 • Modalidade 4: 14 plantas por m 2 Saco de cultivo
  • 9. Devido ao compasso dos sacos, estas densidades corresponderam respectivamente a 8, 10, 12 e 14 plantas por saco. Como cada parcela era constituída por 2 sacos existiam respectivamente 16, 20, 24, 28 plantas por parcela em função da densidade de plantação. 2.3.2 Ensaio do tipo de propágulo da cultura Para avaliar o efeito do tipo de propágulo usado na produtividade plantaram-se, em 25 de Setembro de 2006, morangueiros ‘El Santa’ utilizando plantas enraizadas em vasos (mottes, à esquerda e em baixo) e de raiz nua (à direita), instaladas ambas com a densidade de plantação de 10 plantas por m2. Figura 3 - Planta enraizada em vaso (motte) 3
  • 10. 3. Resultados A fertirrega e o controlo fitossanitário foram idênticos em ambos os ensaios. Os resultados relativos ao desenvolvimento das culturas e produtividade serão abordados em separado. 3.1 Fertirrega Os valores que serviram de referência para a preparação das soluções nutritivas apresentam-se na Tabela 1. Tabela 1 - Valores de referência para preparação das soluções nutritivas Data Out. a Dez./06 Jan. a Mar./07 Abr. a Jun/07 Média N 12,7 11,1 11,1 11,6 NO3 NH4 H2PO4 11,5 10,8 10,8 11,0 1,2 0,3 0,3 0,6 1,6 1,7 1,7 1,7 K Ca SO4 mmol/L 4,6 4,6 2,6 5,3 4,1 2,2 5,3 4,1 2,2 5,1 4,3 2,3 Mg Cl Na HCO3 1,9 1,8 1,8 1,8 0,1 0,1 0,1 0,1 2,0 2,0 2,0 2,0 0,5 0,5 0,5 0,5 Fe Mn 39,1 32,6 30,1 33,9 13,1 12,9 12,9 13,0 B Cu µmol/L 21,1 0,9 21,8 0,9 21,8 0,9 21,5 0,9 Zn Mo 6,2 5,0 5,0 5,4 CE ms/cm 1,8 1,8 1,8 1,8 0,6 0,6 0,6 0,6 pH 5,5 5,5 5,5 5,5 Na Tabela 2 indicam-se os volumes de solução nutritiva aplicada à cultura, de solução drenada, o consumo pelas plantas e os valores de condutividade eléctrica (CE) e pH das soluções, ao longo do período de ensaio. Tabela 2 - Solução nutritiva aplicada à cultura e o seu destino Solução nutritiva Mês Dias aplicada às plantas (L.m dia ) CE ( ds/m) pH (L.m dia ) CE ( ds/m) pH -2. -1 consumida pelas plantas drenada -2. -1 Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho 25-31 1-30 1-31 1-31 1-28 1-31 1-30 1-31 1-15 1,9 2,8 1,6 1,4 2,4 3,2 3,8 5,7 6,1 1,6 1,8 2,0 1,9 1,7 1,5 1,5 1,5 1,5 7,3 6,4 6,2 6,3 6,0 5,7 5,9 6,9 7,2 1,1 1,1 0,7 0,5 1,1 1,4 1,7 2,4 2,4 1,6 1,8 2,1 2,3 2,1 2,2 2,2 2,2 2,2 7,7 7,7 7,6 7,9 7,4 7,1 7,2 7,5 7,7 Total 25/10 - 15/06 3,1 1,7 6,3 1,3 2,1 7,5 % do aplicado (L.m dia ) % do aplicado 57 38 45 32 46 43 46 42 39 41 0,8 1,7 0,9 1,0 1,3 1,8 2,1 3,3 3,7 1,83 43 62 55 68 54 57 54 58 61 59 -2. -1 Nestes ensaios, a fertirrega foi efectuada em circuito aberto. Registou-se o consumo médio de 1,8 L m-2.dia-1 de solução nutritiva, o que representa 59 % do volume total da solução nutritiva fornecida à cultura na rega. A solução drenada, 41 % do volume da solução nutritiva fornecida, foi reutilizada na fertirrega de um pomar de citrinos. 4
  • 11. Os valores de CE situaram-se dentro do intervalo esperado. O pH apresentou valores um pouco superiores ao programado, em virtude de anomalias detectadas na sonda do equipamento de controlo deste parâmetro, cuja reparação nem sempre pode ser imediata. 3.2 Pragas e doenças Quanto às pragas, nomeadamente ácaros e tripes, não houve problemas de maior, sendo estas pragas controladas recorrendo a insectos auxiliares. Ao longo da cultura o oídio e a botrytis estiveram controlados, sendo a sua incidência semelhante em ambos os ensaios. 3.3 Ensaio de densidade de plantação 3.3.1 Pragas e doenças Com base nos resultados do ensaio, verifica-se que o aumento da densidade de plantação não trouxe desvantagens a nível fitossanitário, o que poderia ter acontecido devido ao menor arejamento que poderia ter proporcionado, durante um maior período de tempo, condições favoráveis ao desenvolvimento destas doenças. 3.3.2 Desenvolvimento da cultura Para avaliar a influência da densidade de plantação sobre o desenvolvimento da cultura, cerca de um mês após a plantação (17/11/2006) iniciou-se a contagem semanal do nº de ramalhetes/ planta, do nº de flores/ planta e do nº de frutos vingados/ planta. Os resultados destas observações, que terminaram em 25/05/2007, apresentam-se na Tabela 3 e nas Figura 4 a Figura 6. Tabela 3 - Resultado das contagens durante o período de observação (de 17/11/06 a 25/05/07) Modalidade Nº de Ramalhetes Nº de Flores Nº de Frutos 2 8 plantas/m 2 10 plantas/m 2 12 plantas/m 2 14 plantas/m 157 137 114 111 147 138 118 120 5 184 170 139 144
  • 12. 8 pl/m2 10 pl/m2 Figura 5 - Somatório do nº de flores/ planta 6 02 23 16 Data 12 pl/m2 25 -0 5 -0 5 -0 5 -0 5 -0 4 -0 4 -0 4 -0 4 14 pl/m2 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 pl/m2 18 11 04 27 20 13 06 -0 3 -0 3 -0 3 -2 00 -2 00 7 7 7 7 7 7 7 6 6 6 6 6 6 6 10 pl/m2 30 23 -0 3 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 25 18 11 04 27 20 13 06 30 23 16 09 02 23 16 09 02 26 19 12 05 29 22 15 08 01 24 17 Data 16 09 -0 3 -0 2 -0 2 -0 2 -0 2 -0 1 -0 1 -0 1 -0 1 -1 2 -1 2 -1 2 -1 2 -1 2 -1 1 -1 1 Nº de Flores 8 pl/m2 09 02 26 19 12 05 29 22 15 08 01 24 17 -0 5 -0 5 -0 5 -0 5 -0 4 -0 4 -0 4 -0 4 -0 3 -0 3 -0 3 -0 3 -0 3 -0 2 -0 2 -0 2 -0 2 -0 1 -0 1 -0 1 -0 1 -1 2 -1 2 -1 2 -1 2 -1 2 -1 1 -1 1 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 6 6 6 6 6 6 6 -2 00 7 -2 00 7 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 -2 00 Nº de Ramalhetes 180,0 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 14 pl/m2 Figura 4 - Somatório do nº de ramalhetes/ planta 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0
  • 13. 200,0 180,0 160,0 Nº de Frutos 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 24 17 -1 120 - 1 06 101 20 - 1 06 2 08 -20 - 1 06 2 15 -20 - 1 06 2 22 -20 - 1 06 2 29 -20 - 1 06 2 05 -20 - 0 06 1 12 -20 - 0 07 1 19 -20 - 0 07 1 26 -20 - 0 07 1 02 -20 - 0 07 2 09 -20 - 0 07 2 16 -20 - 0 07 2 23 -20 - 0 07 2 02 -20 - 0 07 3 09 -20 - 0 07 3 16 -20 - 0 07 3 23 -20 - 0 07 3 30 -20 - 0 07 3 06 -20 - 0 07 4 13 -20 - 0 07 4 20 -20 - 0 07 4 27 -20 - 0 07 4 04 -20 - 0 07 5 11 -20 - 0 07 5 18 -20 - 0 07 5 25 -20 - 0 07 520 07 0,0 Data 8 pl/m2 10 pl/m2 12 pl/m2 14 pl/m2 Figura 6 - Somatório do nº de frutos/ planta De acordo com os resultados, ao aumentar a densidade de plantação, registou-se uma tendência no sentido da diminuição do nº de ramalhetes, do nº de flores e do nº de frutos por planta. 3.3.3 Produtividade As colheitas foram efectuadas 2 ou 3 vezes por semana, tendo-se iniciado em 20/12/06 e terminado em 14/6/07 (Figura 7). Dado o potencial produtivo das plantas, as colheitas poderiam ter-se prolongado, se os preços de venda justificassem os encargos com a cultura, nomeadamente em mão-de-obra. Figura 7 - Colheita de morango 3.3.3.1 Produção por planta Verificou-se uma tendência no sentido da diminuição da produtividade por planta (produção e nº de frutos por planta) com o aumento da densidade. 7
  • 14. A produção comercial (no total da campanha) situou-se entre o valor máximo de 897 g/ planta na densidade 8 pl/ m2, e o valor mínimo de 641 g/ planta na densidade de 14 pl/ m2 (Figura 8). O nº de frutos mostrou igual tendência, com valores de: 62, 55, 45 e 44 frutos/ planta, respectivamente nas densidades de: 8, 10, 12 e 14 plantas/ m2 (Figura 9). 14pl/m2 0,1 0,3 0,2 12pl/m2 0,1 0,3 0,2 10pl/m2 0,1 8pl/m2 0,1 0,1 0,4 0,1 0,3 0,4 0,1 0,3 0,2 Kg / Planta 0,0 0,2 Incomercializavel 0,4 0,6 Comercializável Classe II 0,8 1,0 Comercializável Classe I 1,2 Comercializável Extra Figura 8 - Produção por planta (kg), nas diferentes classes 14pl/m2 8 12pl/m2 8 10pl/m2 28 28 9 8pl/m2 13 13 3 4 34 8 16 36 4 20 5 Nº de Frutos / Planta 0 10 Incomercializavel 20 30 40 Comercializável Classe II 50 Comercializável Classe I Figura 9 - Nº frutos por planta, nas diferentes classes 8 60 70 Comercializável Extra 80
  • 15. 3.3.3.2 Produção por unidade de área O aumento da densidade de plantação originou o aumento da produção total por unidade de área, em peso e nº de frutos (Tabela 4, Figura 10 e Figura 11). Tabela 4 – Produção obtida segundo as diferentes densidades de plantação Densidade da plantação (nº plantas/m2) Incomercializável Comercializável Classe II Classe I Classe Extra Total nº peso (g) nº peso (g) nº peso (g) nº peso (g) nº peso (g) Peso médio do fruto (g) 8 63,8c 538c 287c 3199c 163 2695b 43,1 1284 493b 7178b 14,6 10 94,0b 816b 345ab 3845b 163 2905ab 40,9 1271 548ab 8021ab 14,6 12 93,4b 843b 332bc 3739b 162 2924ab 49,4 1212 543ab 7875ab 14,5 14 115,1a 1010a 388a 4417a 181 3306a 41,9 1252 611a 8975a 14,7 *na mesma coluna, os valores seguidos da mesma letra não apresentam diferenças significativas para p ≤ 5% pelo teste de Duncan A maior produção comercializável, 9,0 kg/ m2, obteve-se com a maior densidade de plantação e a menor produção obteve-se na menor densidade, 7,2 kg/ m2. O nº de frutos/ m2 mostrou um comportamento análogo, com valores de: 611, 543, 548 e 493 frutos/ m2 respectivamente nas densidades de 14, 12, 10 e 8 plantas/ m2. 9,0 8pl/m2 10pl/m2 12pl/m2 9,0 14pl/m2 8,0 8,0 7,0 7,9 7,2 Kg / m2 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 Classe II Classe I Incomercializavel Extra Comercializável Figura 10 - Produção/ m2, nas diferentes classes de qualidade 9 Total
  • 16. 700 8pl/m2 10pl/m2 12pl/m2 14pl/m2 600 611 548 543 500 Nº de Frutos / m 2 493 400 300 200 100 0 Classe II Classe I Incomercializavel Extra Total Comercializável Figura 11 - Nº frutos/m2, nas diferentes classes de qualidade 3.3.3.3 Distribuição por classes de qualidade As normas de qualidade para a comercialização do morango impõem que os frutos apresentem o diâmetro mínimo na secção equatorial de: 25 mm para a classe Extra e de 22 mm para as classes I e II, não impondo restrições ao nível do peso por fruto desde que os mesmos cumpram as normas estabelecidas para cada classe. No entanto, sabe-se que o consumidor valoriza os frutos mais grados e pesados, razão pela qual a nível comercial algumas entidades de comercialização impõem normas próprias no sentido de melhor valorizar os produtos. Nestas condições, ao ordenar os frutos nas diferentes classes foi estabelecido que neste ensaio o peso dos frutos deveria obedecer ao seguinte critério: Classe II: até 16 g, Classe I de 17 a 26 g, Classe Extra: mais de 26 g Ao classificar a produção procurou-se respeitar estes limites, o que foi possível, pois apenas os frutos das plantas na densidade de 12 pl/m2, na classe Extra, apresentaram peso inferior ao pré-estabelecido (Figura 12). 10
  • 17. 14 14 14 14 Comercializável Total 30 25 Extra 31 30 18 18 18 Classe I 17 11 11 11 11 Incomercializavel Classe II 9 9 9 8 0 5 8pl/m2 Gramas / Fruto 10 15 20 10pl/m2 25 30 12pl/m2 35 14pl/m2 Figura 12 - Peso médio dos frutos, nas diferentes classes (Total: peso médio dos frutos comercializáveis e incomercializáveis, por densidade de plantação) A densidade de plantação não afectou significativamente o peso médio do fruto, nas várias classes de qualidade, isto é, o aumento densidade de plantação não conduziu à diminuição do peso médio do fruto. Nem o peso médio dos frutos comercializáveis (Tabela 4) nem o dos frutos totais (Figura 12), apresentaram diferenças significativas. Verificou-se contudo ligeira tendência para uma % mais elevada de frutos das classes Extra e I nas densidades de plantação menores (Tabela 5). Observou-se também um ligeiro aumento, 3%, do refugo (frutos incomercializáveis) nas plantas instaladas com uma maior densidade (Tabela 5). Tabela 5 - Produção nas diferentes classes de qualidade (% em peso) Densidade de plantação (plantas/m2) Produção comercializável Refugo Classe Extra Classe I Classe II 8 17 35 41 7 10 14 33 44 9 12 14 34 43 10 14 13 33 44 10 11
  • 18. 3.3.4 Análise económica Para avaliar sumariamente a influência das densidades de plantação na rentabilidade da cultura, consideraram-se os preços de venda do morango ao longo da campanha e as produções obtidas nesse período, em cada colheita. Verificou-se, conforme esperado, que a produtividade e o rendimento bruto por planta foram mais elevados nas menores densidades de plantação. O rendimento bruto por planta variou entre o máximo de 0,92 €/ pl (com 8 pl/ m2) e o mínimo de 0,65 €/ pl (com 14 pl/ m2) (Figura 13). 2 Produção (Kg/m2) 8 pl 6 Produção (Kg/m2) 10 pl 1,8 Produção (Kg/m2) 14 pl 5 1,6 Venda (€ / Kg) Rendimento (€/Planta) 8 pl 1,4 Preço de venda (€ / Kg) Rendimento (€/Planta) 10 pl Rendimento (€/Planta) 12 pl 4 Rendimento (€/Planta) 14 pl 1,2 1 3 0,8 2 0,6 0,4 Produção (Kg / Planta) - Rendimento (€ / Planta) Produção (Kg/m2) 12 pl 1 0,2 0 0 24ª/2007 23ª/2007 22ª/2007 21ª/2007 20ª/2007 19ª/2007 18ª/2007 17ª/2007 16ª/2007 15ª/2007 14ª/2007 13ª/2007 12ª/2007 11ª/2007 10ª/2007 09ª/2007 08ª/2007 07ª/2007 06ª/2007 05ª/2007 04ª/2007 03ª/2007 02ª/2007 01ª/2007 54ª/2006 53ª/2006 Data de colheita (semana) Figura 13 - Preço de venda e valores acumulados da produtividade e rendimento bruto por planta de morango nas densidades testadas (8, 10, 12 e 14 plantas/ m2). Contudo, atendendo à diferença de densidades de plantação, é mais importante analisar a produtividade e o rendimento bruto por unidade de área. Ao aumentar a densidade de plantação, o acréscimo de encargos com a manutenção da cultura e a colheita teve um acréscimo reduzido. Assim, além do encargo mais elevado com plantas e de um ligeiro aumento da mão-de-obra (colheita e limpeza das plantas), o restante manteve-se praticamente igual (água, fertilizantes, controlo fitossanitário, etc). Nestas condições, com o aumento da densidade de plantação, de 8 para 14 plantas por m2, o rendimento subiu de 7,3 €/m2 para 9,2 €/m2 (Figura 14 e Tabela 6). O aumento da densidade de plantação aumentou a produção precoce, a produtividade e o rendimento por unidade de área. 12
  • 19. 7 10 Produção (Kg/m2) 8 pl Produção (Kg/m2) 10 pl 9 Produção (Kg/m2) 12 pl Produção (Kg/m2) 14 pl 8 Venda (€ / Kg) Rendimento (€/m2) 8 pl Preço de venda (€ / Kg) 5 7 Rendimento (€/m2) 10 pl Rendimento (€/m2) 12 pl Rendimento (€/m2) 14 pl 6 4 5 3 4 3 2 Produção (Kg/m2) - Rendiento (€/m2) 6 2 1 1 0 0 24ª/2007 23ª/2007 22ª/2007 21ª/2007 20ª/2007 19ª/2007 18ª/2007 17ª/2007 16ª/2007 15ª/2007 14ª/2007 13ª/2007 12ª/2007 11ª/2007 10ª/2007 09ª/2007 08ª/2007 07ª/2007 06ª/2007 05ª/2007 04ª/2007 03ª/2007 02ª/2007 01ª/2007 54ª/2006 53ª/2006 Data de colheita (Semana) Figura 14 - Preço de venda e valores acumulados da produção e rendimento bruto de morango nas diferentes situações em estudo (8, 10, 12 e 14 plantas/m2) Tabela 6 - Produtividade e rendimento bruto/m2 * obtido nas diferentes situações em estudo (8, 10, 12 e 14 plantas/m2 Produção (Kg/m2) Semana Data 53ª/2006 54ª/2006 1ª/2007 2ª/2007 3ª/2007 4ª/2007 5ª/2007 6ª/2007 7ª/2007 8ª/2007 9ª/2007 10ª/2007 11ª/2007 12ª/2007 13ª/2007 14ª/2007 15ª/2007 16ª/2007 17ª/2007 18ª/2007 19ª/2007 20ª/2007 21ª/2007 22ª/2007 23ª/2007 24ª/2007 Soma Rendimento (€/m2) Venda 8 pl 10 pl 12 pl 14 pl (€ / Kg) 8 pl 10 pl 12 pl 14 pl 17-Dez a 23-Dez 24-Dez a 30-Dez 31-Dez a 06-Jan 07-Jan a 13-Jan 14-Jan a 20-Jan 21-Jan a 27-Jan 28-Jan a 3-Fev 04-Fev a 10-Fev 11-Fev a 17-Fev 18-Fev a 24-Fev 25-Fev a 03-Mar 04-Mar a 10-Mar 11-Mar a 17-Mar 18-Mar a 24-Mar 25-Mar a 31-Mar 01-Abr a 07-Abr 08-Abr a 14-Abr 15-Abr a 21-Abr 0,01 0,04 0,06 0,14 0,12 0,12 0,06 0,04 0,05 0,03 0,04 0,17 0,38 0,43 0,40 0,50 0,58 0,72 0,02 0,07 0,08 0,12 0,15 0,12 0,06 0,06 0,04 0,02 0,02 0,10 0,47 0,50 0,54 0,65 0,68 0,75 0,02 0,07 0,10 0,10 0,12 0,09 0,06 0,09 0,06 0,03 0,02 0,10 0,46 0,47 0,45 0,64 0,75 0,69 0,01 0,05 0,09 0,14 0,14 0,13 0,09 0,11 0,09 0,02 0,06 0,14 0,48 0,48 0,53 0,68 0,90 0,83 6,2 5,3 3,0 2,2 3,3 2,6 2,6 2,4 1,2 1,4 1,9 1,6 1,6 1,2 0,9 1,1 0,8 0,6 0,06 0,21 0,17 0,31 0,39 0,30 0,16 0,10 0,06 0,04 0,08 0,28 0,60 0,51 0,35 0,54 0,48 0,45 0,12 0,36 0,24 0,28 0,50 0,31 0,15 0,14 0,05 0,03 0,05 0,17 0,73 0,58 0,47 0,71 0,57 0,48 0,14 0,35 0,29 0,22 0,39 0,22 0,16 0,21 0,07 0,04 0,05 0,17 0,73 0,55 0,39 0,70 0,63 0,43 0,09 0,28 0,27 0,31 0,47 0,35 0,23 0,26 0,10 0,03 0,12 0,23 0,75 0,56 0,46 0,74 0,75 0,53 22-Abr a 28-Abr 29-Abr a 05-Mai 06-Mai a 12-Mai 13-Mai a 19-Mai 20-Mai a 26-Mai 27-Mai a 02-Jun 03-Jun a 09-Jun 10-Jun a 16-Jun 0,43 0,22 0,21 0,25 0,45 0,48 0,61 0,66 0,48 0,25 0,24 0,27 0,47 0,45 0,77 0,66 0,44 0,26 0,27 0,30 0,51 0,54 0,66 0,59 0,60 0,32 0,25 0,28 0,51 0,65 0,67 0,71 0,4 0,4 0,7 0,7 0,6 0,8 0,8 0,8 0,16 0,08 0,15 0,17 0,26 0,39 0,49 0,53 0,18 0,09 0,17 0,18 0,27 0,36 0,62 0,53 0,16 0,09 0,19 0,20 0,29 0,43 0,53 0,48 0,22 0,11 0,18 0,19 0,29 0,52 0,54 0,57 7,2 8,0 7,9 9,0 7,3 8,3 8,1 9,2 * considerou-se “rendimento bruto” o produto do preço de venda pela produtividade 13
  • 20. Na Tabela 7 apresenta-se a produção e o rendimento, escalonados em 3 períodos iguais, de 17 semanas cada. Observa-se, por exemplo, que no 1º terço de colheitas, período em que o preço de venda foi mais alto, o melhor resultado económico obteve-se com 14 pl/m2, tendo a produção de 0,9 kg/ m2 “rendido” 2,4 €/ m2 enquanto que, no último terço de colheitas, 4,3 kg/ m2 renderam só mais 0,5 €/ m2. Tabela 7 - Precocidade e rendimento bruto Data Venda € / Colheita kg Produção (Kg/m2) 2 2 2 Rendimento (€/m 2) 2 8 pl/m 10 pl/m 12 pl/m 14 pl/m 1,8 3,1 2,4 2,1 3,5 2,7 2,1 3,5 2,6 2,4 4,0 2,9 7,3 8,3 8,1 9,2 0,7 3,3 4,0 0,7 3,3 3,9 0,9 3,8 4,3 Total 1,0 7,2 8,0 7,9 9,0 20-Dez. a 15-Fev. 1ª à 17ª 19-Fev. a 16-Abr. 18ª à 34ª 35ª à 51ª 19-Abr. a 14-Jun. 2 14 pl/m 0,6 2,9 3,7 Venda € / kg 2 12 pl/m 2,9 1,0 0,6 Colheita 2 10 pl/m 20-Dez. a 15-Fev. 1ª à 17ª 19-Fev. a 16-Abr. 18ª à 34ª 19-Abr. a 14-Jun. 35ª à 51ª Data 2 8 pl/m Produção (% da produção Total) Rendimento (% do Rendimento final) 8 pl/m2 10 pl/m2 12 pl/m2 14 pl/m2 8 pl/m2 10 pl/m2 12 pl/m2 14 pl/m2 2,9 1,0 8,9 40,1 8,9 41,5 8,9 41,7 9,5 42,1 25 42 26 42 26 43 26 43 0,6 51,0 49,6 49,5 48,4 33 31 32 31 Em abono da importância da precocidade neste tipo de culturas realizadas no Inverno, chama-se a atenção para o facto de no 1º terço de colheitas se ter colhido apenas 9% da produção total mas, para qualquer das densidade de plantação estudadas, o seu valor económico ter representado mais de 25% do rendimento bruto obtido com a cultura, por se ter comercializado quando o preço de mercado era mais elevado. 14
  • 21. 3.4 Ensaio do tipo de propágulo da cultura Neste ensaio as colheitas iniciaram-se mais cedo, em 3 de Novembro 2006, mas efectuaram-se apenas até 19 de Abril de 2007, devido ao baixo valor de venda do ‘El Santa’ nessa época do ano. Realizaram-se 52 colheitas, num período de cerca de 5 meses e meio. Apresentam-se por isso apenas os resultados de produtividade obtidos. A produção comercializável das plantas dos mottes foi significativamente maior, em nº de frutos e em peso, excepto no peso dos frutos da Classe Extra (Tabela 8 e Figura 15). Não se registou diferença na produção incomercializável. Tabela 8 – Produção de morango ‘El Santa’ obtida com os dois tipos de propágulo Densidade da plantação (nº plantas/m2) Incomercializável Comercializável Classe II Classe I Classe Extra Total nº peso (g) nº peso (g) nº peso (g) nº peso (g) nº peso (g) Peso médio do fruto (g) Mottes 81,6 862 99,0 847 65,3 848 17,8 336 182 2030 11,1 Raís nua 68,5 854 62,0 524 37,2 510 8,6 147 107 1181 11,0 * Sig. ns ns *** *** *** *** ** ns *** *** ns *diferenças: ns, não significativas para p ≤ 5%; ** significativas para p ≤ 0,1%;*** significativas para p ≤ 0,01% Raiz Nua 85 Mottes 86 52 51 15 85 85 34 g / Planta 0 50 Incomercializavel 100 150 200 Comercializável Classe II 250 Comercializável Classe I 300 Comercializável Extra Figura 15 – Produção do morango ‘El Santa’ (g/ planta), obtida com os diferentes tipos de propágulo 15 350
  • 22. A produção comercializável obtida com as plantas dos mottes foi quase o dobro da alcançada com as plantas de raiz nua. Esta diferença ficou a dever-se ao maior nº de frutos das plantas dos mottes (Figura 16), pois o peso médio dos frutos comercializáveis em ambas as modalidades foi idêntico (Tabela 8). Raiz Nua 6,9 Mottes 6,2 8,2 3,7 0,9 9,9 6,5 1,8 Nº de Frutos / Planta 0,0 5,0 Incomercializavel 10,0 15,0 Comercializável Classe II 20,0 Comercializável Classe I 25,0 Comercializável Extra Figura 16 – Produção do morango ‘El Santa’ (nº de frutos/ planta), obtida com os diferentes tipos de propágulo 16 30,0
  • 23. 4. Conclusões Nas condições dos ensaios, os resultados obtidos indicam como principais conclusões: • O consumo de água e nutrientes pela cultura foi aproximadamente 60 % do volume total da solução nutritiva fornecida (valor médio: 1,8 L m-2 dia-1), • A solução drenada (cerca de 40 % do volume fornecido pela rega) é facilmente reaproveitada noutras culturas, como os citrinos. Assim, a realização deste tipo de culturas deverá preferencialmente incluir a reutilização da drenagem ou a sua reciclagem. Para a reciclagem, haverá que garantir condições de segurança fitossanitária para a cultura, • O aumento da densidade de plantação de 8 para 14 plantas por m2: • diminuiu: o o nº de ramalhetes, o nº de flores e o nº de frutos por planta, o a produtividade por planta (de 897 para 641 g), o o nº de frutos por planta (de 62 para 44), o o rendimento bruto por planta (de 0,92 € para 0,65 €), • aumentou: o a produtividade por m2 (de 7,2 para 9,0 kg), o o nº de frutos por m2 (de 493 para 611), o o rendimento bruto por m2 (7,3 € para 9,2 €) • não afectou o peso médio dos frutos, • não aumentou a ocorrência de pragas e doenças. • Houve uma ligeira tendência para uma maior % de refugo nas densidades mais elevadas e de maior % de frutos das classes Extra e I, nas densidades mais baixas, • O acréscimo de custos devidos ao aumento da densidade teve um peso reduzido na economia da cultura, 17
  • 24. • Na cultura do morango, bem como noutras realizadas em época climaticamente desfavorável, a obtenção de produção precoce é muito importante. Neste ensaio, o preço médio de venda do morango foi de 2,9 €/kg durante o 1º terço das colheitas (20 de Dezembro a 15 de Fevereiro) e apenas 0,6 €/kg no terço final da cultura (19 de Abril a 14 de Junho). Por isso, a produção do 1º terço de colheitas representou cerca de 9% em peso mas cerca de 25% em valor, • A cultura instalada a partir de plantas enraizadas em vasos (mottes) produziu bastante mais do que a instalada com plantas de raiz nua. Contudo, é necessário analisar o comportamento das plantas durante um período mais longo e determinar os respectivos custos de produção, nomeadamente de plantação, para uma correcta avaliação económica da cultura instalada a partir de plantas em mottes. 18
  • 25. Instituições e responsáveis pelo trabalho realizado: DRAPALG - Armindo Rosa, Baguinho de Sousa, Artur Rodrigues, Paulo Oliveira Grupo Hubel - Hubel Verde - Pedro Mogo, João Caço UALG - FERN - Mário Reis 19
  • 26. Experimentação em Cultura sem Solo desenvolvida no período de 2006 – 2007, ao abrigo de Parceria entre: DRAPALG Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve