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U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena
          Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores
1 - Introdução
       “A cinética química e o projeto de reatores estão no coração de quase todos os produtos
químicos industriais. É, principalmente, o conhecimento da cinética química e o projeto do reator
que distinguem o engenheiro químico dos outros engenheiros”
       (Fogler – Capítulo 1 – Introdução de seu livro)


2 – Objetivos do Curso
       -   Familiarizar estudantes com a terminologia e conceitos das Engenharias das Reações
           Químicas.
       -   Integrar para o estudante o uso da Cinética Química no projeto de reatores químicos.
       -   Desenvolver e reforçar habilidades matemáticas necessárias para o projeto de reatores
           químicos.


3 – Estrutura
      A idéia central do curso de reatores é permitir que o aluno faça a integração entre os
conhecimentos de química e a sua aplicação na Engenharia.

       Os pilares da Engenharia das Reações Químicas, segundo Fogler, estão representados na
Figura 1.




                      Figura 1 - Os pilares da Engenharia das Reações Químicas




4 – Equação Geral de Balanço de Massa
       O ponto inicial para o estudo de reatores é o balanço de massa das espécies químicas
(reagentes ou produtos) que participam de uma reação química.

       Este balanço de massa é representado, de uma forma geral, pela equação 1.




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   Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena
          Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores

                                                       ⎡Taxa de consumo de⎤
⎡Taxa de escoamento de⎤ ⎡Taxa de escoamento de⎤ ⎢                          ⎥ ⎡ Taxa de acúmulo ⎤
⎢ reagente para dentro ⎥ = ⎢ reagente para fora do ⎥ + ⎢ reagente devido à ⎥ + ⎢ do reagente no ⎥
⎢                      ⎥ ⎢                         ⎥ ⎢ Reação Química no ⎥ ⎢                    ⎥
⎢ do elemento de volume⎥ ⎢ elemento de volume ⎥ ⎢
⎣                      ⎦ ⎣                         ⎦ elemento de volume ⎣  ⎥ ⎢elemento de volume⎥
                                                                                                ⎦
                                                       ⎣                   ⎦

       [Entra]        =        [Sai]       +     [Reage]      +     [Acumula]
           ___________________________________________________________
                             Equação 1 – Balanço de Massa Genérico


      Para um elemento de volume do reator, o balanço de massa é representado na Figura 2.




           Figura 2 – Balanço de massa para um elemento de volume do reator (Levenspiel)




5 – Equação Geral de Balanço de Energia
      Uma análise mais completa de um reator implica também no estudo do balanço de energia
das espécies químicas (reagentes ou produtos) que participam de uma reação química.

      Este balanço de energia é representado, de uma forma geral, pela equação 2.

                                            ⎡ Taxa de energia ⎤
  ⎡ Taxa de energia ⎤ ⎡ Taxa de energia ⎤ ⎢                   ⎥ ⎡ Taxa de acúmulo ⎤
  ⎢ que entra no ⎥ = ⎢     que sai do   ⎥ + ⎢ consumida pela ⎥ + ⎢ de energia no ⎥
  ⎢                 ⎥ ⎢                 ⎥ ⎢ reação químicano ⎥ ⎢                  ⎥
  ⎢elemento de volume ⎢elementode volume ⎢
  ⎣                 ⎥ ⎣
                    ⎦                   ⎥
                                        ⎦ elementode volume ⎣ ⎥  ⎢elementode volume
                                                                                  ⎥
                                                                                  ⎦
                                            ⎣                 ⎦

        [Entra]      =      [Sai]       +      [Reage]      +      [Acumula]
           ___________________________________________________________
                             Equação 2 – Balanço de Energia Genérico

      Para um elemento de volume do reator, o balanço de energia é representado na Figura 3.



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   Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena
          Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores




           Figura 3 – Balanço de energia para um elemento de volume do reator (Levenspiel)


6 – Reatores Ideais e Não Ideais
       Reatores Ideais são aqueles para os quais se desenvolve um modelo matemático
específico a partir de condições pré-estabelecidas e que aplicado às condições reais se ajusta
adequadamente.

       Reatores Não Ideais são aqueles para os quais é necessário um tratamento matemático
específico em função de peculiaridades de reação e/ou reator.

      O foco do nosso curso estará em Reatores Ideais.


7 – Tipos de Processos
      Os três tipos de processos mais comuns são os seguintes:
         • Descontínuo (ou Batelada) – Exemplo (a) da Figura 4
         • Contínuo - Exemplo (b) da Figura 4
         • Semi Batelada (ou semi contínuo) - Exemplos (c), (d) e (e) da Figura 4




                    Figura 4 – Formas de alimentação de um sistema (Levenspiel)


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   Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena
          Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores
       Para cada uma das formas de alimentação apresentadas na Figura 4, a Tabela 1
apresenta um resumo da análise da variação do volume e da composição do meio reacional em
função do tempo.

       EXEMPLO             OPERAÇÃO                    VOLUME                   COMPOSIÇÃO

          (a)                Batelada                 Constante                    Variável
                                                                                   Constante
          (b)                Contínua                 Constante
                                                                               (no mesmo ponto)
          (c)             Semi Batelada                Variável                    Variável

          (d)             Semi Batelada                Variável                   Constante

          (e)             Semi Batelada               Constante                    Variável
                Tabela 1 - Análise da variação do volume e da composição do meio reacional
                   em função do tempo para diferentes formas de operação de um reator.


8 – Os 3 principais Reatores Ideais Básicos (foco nas reações homogêneas)
        8.1- Reator descontínuo (ou batelada) – é um tanque com agitação mecânica no qual
todos os reagentes são introduzidos no reator em uma única vez. Em seguida são misturados e
reagem entre si. Após um tempo, os produtos obtidos são descarregados de única vez deste
reator.
        Em inglês é conhecido como: Batch Reactor (vide figura 5a)

     8.2 – Reator Tubular – é um tubo sem agitação no qual todas as partículas escoam com a
mesma velocidade na direção do fluxo.
     Em inglês é conhecido como: Tubular Reactor ou Plug Flow Reactor (PFR). (vide figura 5b)

       8.3 – Reator de mistura – é um tanque agitado com escoamento contínuo e sem acúmulo
de reagentes ou produtos e é operado de acordo com as seguintes características:
              composição uniforme dentro do reator
              a composição de saída é igual à composição do interior do reator
              a taxa da reação é a mesma em todo o reator, inclusive na saída.
       Em inglês é conhecido como: Continuous Stirred Tank Reactor (CSTR). (vide figura 5c)




                              Figura 5 – Principais Tipos de Reatores Ideais



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   Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena
          Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores
       Para cada um destes três principais tipos de reatores ideais, uma pergunta básica que
permite distinguir bem os três reatores entre si é a seguinte:

           O que ocorre com a composição no meio reacional do reator (___________)
                          se forem coletadas alíquotas de seu interior:
                              (1) em tempos diferentes de um mesmo local?
                              (2) em locais diferentes ao mesmo tempo?

       Reator          (1) Variação de Ci com o tempo          (2) Variação de Ci no espaço
        Batch                       varia                                 não varia
       CSTR                       Não varia                               não varia
        PFR                       não varia                                 varia
      Tabela 2 - Análise da variação da concentração em função do tempo em uma posição fixa ou
             da variação da concentração em função da posição no reator num tempo fixo.


9 – Reatores para Reações Heterogêneas

9.1 – Reator de Leito Fixo

                                                            É um reator onde normalmente o meio
                                                     reacional se encontra em uma fase (líquida ou
                                                     gasosa) e existe um catalisador na fase
                                                     sólida. Normalmente, também é chamado de
                                                     reator catalítico de leito fixo, onde o
                                                     catalisador sólido é constituído de inúmeras e
                                                     pequenas partículas depositadas ao longo do
                                                     comprimento de um tubo.
                                                             Em inglês é conhecido como Packed-
                                                     Bed Reactor (PBR).

        Dos três tipos de reatores ideais apresentados, este reator (PBR) assmelha-se ao reator
tubular. A diferença é o “recheio” de partículas sólidas que existem nele.




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    Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena
          Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores
9.2 – Reator de Leito Fluidizado




                                                     O funcionamento deste reator é parecido com
                                             o PBR. Entretanto na prática trata-se de um tubo
                                             vertical onde pequenas partículas sólidas são
                                             suspensas em uma corrente de fluxo ascendente.

                                                      A velocidade do fluxo é suficiente para
                                             “suspender“ as partículas, mas não grande o
                                             suficiente para arrastá-las para fora do reator. Em
                                             função deste efeito, as partículas sólidas “dançam”
                                             no fluido e permitem que se forme uma excelente
                                             mistura entre ambos (partículas sólidas e fluido).




Exemplos de Reatores Industriais
       Leituras Complementares Sugeridas
       Missen – capítulo 11 – páginas 283 a 292
       Missen – capítulo 21 – páginas 512 a 515
       Missen – capítulo 23 – páginas 569 a 571
       Fogler – capítulo 1 – páginas 16 a 24 (Exemplos de Reatores Industriais)
       Fogler – capítulo 12 – páginas 786-787 (Reator de Leito Fluidizado)

       Fotos de reatores industriais -   http://www.engin.umich.edu/~cre/01chap/master.htm


10 – Considerações Gerais
10.1 – Parâmetros Relacionados com Projeto de Reatores
   1. Tipo de processo: Descontínuo, Contínuo ou Semi Batelada.
   2. Tipo e natureza do sistema reagente:
             Reagente(s) e produto(s)
             Reação Simples e Complexa
             Estequiometria
             Número de Fases Presentes
             Reação Catalítica ou Não Catalítica
             Reação Endotérmica ou Exotérmica
   3. Tipo e tamanho do Reator
             Batelada
             Contínuo (Mistura, Tubular, Leito Fixo, Leito Fluidizado,...)
   4. Modo de Operação
             Um único reator ou vários reatores
             Reatores em série e/ou paralelo
             Operação Isotérmica ou não isotérmica
             Operação Adiabática ou não adiabática
   5. Condições do Processo
             Perfil de Temperatura

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           Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores
               Perfil de pressão
               Composição da alimentação
               Composição de saída do reator
   6.   Otimização
               das Condições do Processo
               do Tamanho do Reator
               da Distribuição dos Produtos
               da Conversão de Saída
               dos Custos do Processo
   7.   Controle e Estabilidade de Operação
               Instrumentação
               Utilização de Catalisador (desativação, envenenamento)
               Variáveis Sócio-Econômicas
               Custos
               Meio Ambiente
               Segurança
   8.   Materiais da Construção
   9.   Procedimentos de Scale Up e Start Up

10.2 – Dados Requeridos para o Projeto de Reatores

         Dados                                     Tipos de Dados
                          Reagentes
        Químicos
                          Produtos
                          Lei da Velocidade (ordem, constante de velocidade)
        Cinéticos
                          Energia de ativação’
                          Equilíbrio Químico
                          Dados Termoquímicos (entalpia de reação, calores de formação,
   Físico-Químicos        capacidades caloríficas)
                          Densidade
                          Viscosidade

10.3 – Ferramentas a serem utilizadas
   1. Cinética Química
   2. Transferência de Calor
   3. Transferência de Massa (Difusão)
   4. Termodinâmica Química (Equilíbrio Químico e Equilíbrio de Fases)
   5. Matemática Avançada
   6. Softwares computacionais

Leitura Complementar
Levenspiel – Capítulo 4 – pagina 67-69

BIBLIOGRAFIA DO CAPÍTULO
             Tópico                                              Bibliografia
   Equação Geral de Balanço de      Fogler - capítulo 1 – páginas 6 a 8
  Massa e de Balanço de Energia     Levenspiel – Capítulo 4 – paginas 67-69
 Reatores Ideais Básicos (reações   Fogler – capítulo1 – páginas 8 a 14, 16 a 21
          homogêneas)               Missen – capítulo 2 – páginas 26,29,33,294-295, 335-336, 365-366
Ferramentas do estudo de Reatores   Missen – capítulo 11- páginas 279 a 283



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   Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena
            Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores

                                     Avaliação do Aprendizado


        1 – (Fogler 1.9) – Consultando o texto do livro e as referencias adicionais sobre reatores comerciais
fornecidas ao final deste capitulo, preencha a seguinte tabela.

                                      Tipos de
  Tipo de
                 Características        Fases              Uso               Vantagens        Desvantagens
  Reator
                                      Presentes
  Batch

  CSTR

   PFR

   PBR




       2 – (Fogler 1.14) – Escreva um resumo de um parágrafo de um artigo de um periódico de cinética
química ou engenharia de reatores químicos. O artigo deve ter sido publicado nos últimos cinco anos. O que
você aprendeu deste artigo? Por que este artigo é importante?



        3 – (Fogler 1-17) – Veja as fotografias e os esquemas de reatores no CD-ROM (na biblioteca) ou no
website do livro (na web), na seção “Elements of Chemical Reaction Engineering – Chapter 1”.
        Escreva um parágrafo descrevendo dois ou mais dos reatores. Que diferenças e semelhanças você
observa entre as fotos de reatores na Web e os reatores que você vê nos livros textos?


        4 – (P1 – 2003) - Você está começando a sua vida profissional em uma indústria química. Seu chefe
sai com você para mostrar a fabrica e ao longo do trajeto vai lhe fazendo comentários sobre os diversos
tipos de reatores que lá estão.
        Na primeira planta a ser visitada, seu chefe mostra a você um reator e diz : “Este é um reator
______________, e ele possui controle automáticos de temperatura e pressão que o monitoram o tempo
todo. Este é um tanque, que muitas vezes é confundido com um misturador. Sua principal característica é
__________________________________________________________________________”
        Em seguida passando por uma outra planta industrial, seu chefe comenta: “Ih....este reator
_______________ agora é complicado, porque o maior desafio que temos é mantê-lo funcionando
continuamente a temperatura constante. Isto é muito difícil. Entretanto, dentre os reatores que operam em
fluxo continuo, este reator possui uma grande vantagem que é: ___________________________________
____________________________________________________________________________. Este reator
deve ser usado, preferencialmente, em reações em fase __________________.
       Por outro lado, os reatores ____________________________ são usados quando a produção é
pequena ou quando as reações de segurança exigem que se opere pequenas quantidades de cada vez,
como é o caso de explosivos.




 _____________________________________________________
    Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira

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  • 1. U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores 1 - Introdução “A cinética química e o projeto de reatores estão no coração de quase todos os produtos químicos industriais. É, principalmente, o conhecimento da cinética química e o projeto do reator que distinguem o engenheiro químico dos outros engenheiros” (Fogler – Capítulo 1 – Introdução de seu livro) 2 – Objetivos do Curso - Familiarizar estudantes com a terminologia e conceitos das Engenharias das Reações Químicas. - Integrar para o estudante o uso da Cinética Química no projeto de reatores químicos. - Desenvolver e reforçar habilidades matemáticas necessárias para o projeto de reatores químicos. 3 – Estrutura A idéia central do curso de reatores é permitir que o aluno faça a integração entre os conhecimentos de química e a sua aplicação na Engenharia. Os pilares da Engenharia das Reações Químicas, segundo Fogler, estão representados na Figura 1. Figura 1 - Os pilares da Engenharia das Reações Químicas 4 – Equação Geral de Balanço de Massa O ponto inicial para o estudo de reatores é o balanço de massa das espécies químicas (reagentes ou produtos) que participam de uma reação química. Este balanço de massa é representado, de uma forma geral, pela equação 1. _____________________________________________________ Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
  • 2. U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores ⎡Taxa de consumo de⎤ ⎡Taxa de escoamento de⎤ ⎡Taxa de escoamento de⎤ ⎢ ⎥ ⎡ Taxa de acúmulo ⎤ ⎢ reagente para dentro ⎥ = ⎢ reagente para fora do ⎥ + ⎢ reagente devido à ⎥ + ⎢ do reagente no ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ Reação Química no ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ do elemento de volume⎥ ⎢ elemento de volume ⎥ ⎢ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ elemento de volume ⎣ ⎥ ⎢elemento de volume⎥ ⎦ ⎣ ⎦ [Entra] = [Sai] + [Reage] + [Acumula] ___________________________________________________________ Equação 1 – Balanço de Massa Genérico Para um elemento de volume do reator, o balanço de massa é representado na Figura 2. Figura 2 – Balanço de massa para um elemento de volume do reator (Levenspiel) 5 – Equação Geral de Balanço de Energia Uma análise mais completa de um reator implica também no estudo do balanço de energia das espécies químicas (reagentes ou produtos) que participam de uma reação química. Este balanço de energia é representado, de uma forma geral, pela equação 2. ⎡ Taxa de energia ⎤ ⎡ Taxa de energia ⎤ ⎡ Taxa de energia ⎤ ⎢ ⎥ ⎡ Taxa de acúmulo ⎤ ⎢ que entra no ⎥ = ⎢ que sai do ⎥ + ⎢ consumida pela ⎥ + ⎢ de energia no ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ reação químicano ⎥ ⎢ ⎥ ⎢elemento de volume ⎢elementode volume ⎢ ⎣ ⎥ ⎣ ⎦ ⎥ ⎦ elementode volume ⎣ ⎥ ⎢elementode volume ⎥ ⎦ ⎣ ⎦ [Entra] = [Sai] + [Reage] + [Acumula] ___________________________________________________________ Equação 2 – Balanço de Energia Genérico Para um elemento de volume do reator, o balanço de energia é representado na Figura 3. _____________________________________________________ Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
  • 3. U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores Figura 3 – Balanço de energia para um elemento de volume do reator (Levenspiel) 6 – Reatores Ideais e Não Ideais Reatores Ideais são aqueles para os quais se desenvolve um modelo matemático específico a partir de condições pré-estabelecidas e que aplicado às condições reais se ajusta adequadamente. Reatores Não Ideais são aqueles para os quais é necessário um tratamento matemático específico em função de peculiaridades de reação e/ou reator. O foco do nosso curso estará em Reatores Ideais. 7 – Tipos de Processos Os três tipos de processos mais comuns são os seguintes: • Descontínuo (ou Batelada) – Exemplo (a) da Figura 4 • Contínuo - Exemplo (b) da Figura 4 • Semi Batelada (ou semi contínuo) - Exemplos (c), (d) e (e) da Figura 4 Figura 4 – Formas de alimentação de um sistema (Levenspiel) _____________________________________________________ Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
  • 4. U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores Para cada uma das formas de alimentação apresentadas na Figura 4, a Tabela 1 apresenta um resumo da análise da variação do volume e da composição do meio reacional em função do tempo. EXEMPLO OPERAÇÃO VOLUME COMPOSIÇÃO (a) Batelada Constante Variável Constante (b) Contínua Constante (no mesmo ponto) (c) Semi Batelada Variável Variável (d) Semi Batelada Variável Constante (e) Semi Batelada Constante Variável Tabela 1 - Análise da variação do volume e da composição do meio reacional em função do tempo para diferentes formas de operação de um reator. 8 – Os 3 principais Reatores Ideais Básicos (foco nas reações homogêneas) 8.1- Reator descontínuo (ou batelada) – é um tanque com agitação mecânica no qual todos os reagentes são introduzidos no reator em uma única vez. Em seguida são misturados e reagem entre si. Após um tempo, os produtos obtidos são descarregados de única vez deste reator. Em inglês é conhecido como: Batch Reactor (vide figura 5a) 8.2 – Reator Tubular – é um tubo sem agitação no qual todas as partículas escoam com a mesma velocidade na direção do fluxo. Em inglês é conhecido como: Tubular Reactor ou Plug Flow Reactor (PFR). (vide figura 5b) 8.3 – Reator de mistura – é um tanque agitado com escoamento contínuo e sem acúmulo de reagentes ou produtos e é operado de acordo com as seguintes características: composição uniforme dentro do reator a composição de saída é igual à composição do interior do reator a taxa da reação é a mesma em todo o reator, inclusive na saída. Em inglês é conhecido como: Continuous Stirred Tank Reactor (CSTR). (vide figura 5c) Figura 5 – Principais Tipos de Reatores Ideais _____________________________________________________ Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
  • 5. U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores Para cada um destes três principais tipos de reatores ideais, uma pergunta básica que permite distinguir bem os três reatores entre si é a seguinte: O que ocorre com a composição no meio reacional do reator (___________) se forem coletadas alíquotas de seu interior: (1) em tempos diferentes de um mesmo local? (2) em locais diferentes ao mesmo tempo? Reator (1) Variação de Ci com o tempo (2) Variação de Ci no espaço Batch varia não varia CSTR Não varia não varia PFR não varia varia Tabela 2 - Análise da variação da concentração em função do tempo em uma posição fixa ou da variação da concentração em função da posição no reator num tempo fixo. 9 – Reatores para Reações Heterogêneas 9.1 – Reator de Leito Fixo É um reator onde normalmente o meio reacional se encontra em uma fase (líquida ou gasosa) e existe um catalisador na fase sólida. Normalmente, também é chamado de reator catalítico de leito fixo, onde o catalisador sólido é constituído de inúmeras e pequenas partículas depositadas ao longo do comprimento de um tubo. Em inglês é conhecido como Packed- Bed Reactor (PBR). Dos três tipos de reatores ideais apresentados, este reator (PBR) assmelha-se ao reator tubular. A diferença é o “recheio” de partículas sólidas que existem nele. _____________________________________________________ Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
  • 6. U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores 9.2 – Reator de Leito Fluidizado O funcionamento deste reator é parecido com o PBR. Entretanto na prática trata-se de um tubo vertical onde pequenas partículas sólidas são suspensas em uma corrente de fluxo ascendente. A velocidade do fluxo é suficiente para “suspender“ as partículas, mas não grande o suficiente para arrastá-las para fora do reator. Em função deste efeito, as partículas sólidas “dançam” no fluido e permitem que se forme uma excelente mistura entre ambos (partículas sólidas e fluido). Exemplos de Reatores Industriais Leituras Complementares Sugeridas Missen – capítulo 11 – páginas 283 a 292 Missen – capítulo 21 – páginas 512 a 515 Missen – capítulo 23 – páginas 569 a 571 Fogler – capítulo 1 – páginas 16 a 24 (Exemplos de Reatores Industriais) Fogler – capítulo 12 – páginas 786-787 (Reator de Leito Fluidizado) Fotos de reatores industriais - http://www.engin.umich.edu/~cre/01chap/master.htm 10 – Considerações Gerais 10.1 – Parâmetros Relacionados com Projeto de Reatores 1. Tipo de processo: Descontínuo, Contínuo ou Semi Batelada. 2. Tipo e natureza do sistema reagente: Reagente(s) e produto(s) Reação Simples e Complexa Estequiometria Número de Fases Presentes Reação Catalítica ou Não Catalítica Reação Endotérmica ou Exotérmica 3. Tipo e tamanho do Reator Batelada Contínuo (Mistura, Tubular, Leito Fixo, Leito Fluidizado,...) 4. Modo de Operação Um único reator ou vários reatores Reatores em série e/ou paralelo Operação Isotérmica ou não isotérmica Operação Adiabática ou não adiabática 5. Condições do Processo Perfil de Temperatura _____________________________________________________ Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
  • 7. U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores Perfil de pressão Composição da alimentação Composição de saída do reator 6. Otimização das Condições do Processo do Tamanho do Reator da Distribuição dos Produtos da Conversão de Saída dos Custos do Processo 7. Controle e Estabilidade de Operação Instrumentação Utilização de Catalisador (desativação, envenenamento) Variáveis Sócio-Econômicas Custos Meio Ambiente Segurança 8. Materiais da Construção 9. Procedimentos de Scale Up e Start Up 10.2 – Dados Requeridos para o Projeto de Reatores Dados Tipos de Dados Reagentes Químicos Produtos Lei da Velocidade (ordem, constante de velocidade) Cinéticos Energia de ativação’ Equilíbrio Químico Dados Termoquímicos (entalpia de reação, calores de formação, Físico-Químicos capacidades caloríficas) Densidade Viscosidade 10.3 – Ferramentas a serem utilizadas 1. Cinética Química 2. Transferência de Calor 3. Transferência de Massa (Difusão) 4. Termodinâmica Química (Equilíbrio Químico e Equilíbrio de Fases) 5. Matemática Avançada 6. Softwares computacionais Leitura Complementar Levenspiel – Capítulo 4 – pagina 67-69 BIBLIOGRAFIA DO CAPÍTULO Tópico Bibliografia Equação Geral de Balanço de Fogler - capítulo 1 – páginas 6 a 8 Massa e de Balanço de Energia Levenspiel – Capítulo 4 – paginas 67-69 Reatores Ideais Básicos (reações Fogler – capítulo1 – páginas 8 a 14, 16 a 21 homogêneas) Missen – capítulo 2 – páginas 26,29,33,294-295, 335-336, 365-366 Ferramentas do estudo de Reatores Missen – capítulo 11- páginas 279 a 283 _____________________________________________________ Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
  • 8. U S P – E E L - Escola de Engenharia de Lorena Reatores – Aula 1 – Introdução a Engenharia de Reatores Avaliação do Aprendizado 1 – (Fogler 1.9) – Consultando o texto do livro e as referencias adicionais sobre reatores comerciais fornecidas ao final deste capitulo, preencha a seguinte tabela. Tipos de Tipo de Características Fases Uso Vantagens Desvantagens Reator Presentes Batch CSTR PFR PBR 2 – (Fogler 1.14) – Escreva um resumo de um parágrafo de um artigo de um periódico de cinética química ou engenharia de reatores químicos. O artigo deve ter sido publicado nos últimos cinco anos. O que você aprendeu deste artigo? Por que este artigo é importante? 3 – (Fogler 1-17) – Veja as fotografias e os esquemas de reatores no CD-ROM (na biblioteca) ou no website do livro (na web), na seção “Elements of Chemical Reaction Engineering – Chapter 1”. Escreva um parágrafo descrevendo dois ou mais dos reatores. Que diferenças e semelhanças você observa entre as fotos de reatores na Web e os reatores que você vê nos livros textos? 4 – (P1 – 2003) - Você está começando a sua vida profissional em uma indústria química. Seu chefe sai com você para mostrar a fabrica e ao longo do trajeto vai lhe fazendo comentários sobre os diversos tipos de reatores que lá estão. Na primeira planta a ser visitada, seu chefe mostra a você um reator e diz : “Este é um reator ______________, e ele possui controle automáticos de temperatura e pressão que o monitoram o tempo todo. Este é um tanque, que muitas vezes é confundido com um misturador. Sua principal característica é __________________________________________________________________________” Em seguida passando por uma outra planta industrial, seu chefe comenta: “Ih....este reator _______________ agora é complicado, porque o maior desafio que temos é mantê-lo funcionando continuamente a temperatura constante. Isto é muito difícil. Entretanto, dentre os reatores que operam em fluxo continuo, este reator possui uma grande vantagem que é: ___________________________________ ____________________________________________________________________________. Este reator deve ser usado, preferencialmente, em reações em fase __________________. Por outro lado, os reatores ____________________________ são usados quando a produção é pequena ou quando as reações de segurança exigem que se opere pequenas quantidades de cada vez, como é o caso de explosivos. _____________________________________________________ Notas de Aula - Reatores – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira