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Fórum 2003Fórum 2003
Competitividade, Inovação e Qualificação: Estratégias, Políticas e DesafiosCompetitividade, Inovação e Qualificação: Estratégias, Políticas e Desafios
Sessão TemáticaSessão Temática
S5S5
TURISMOTURISMO
ESTRATÉGIA DE COMPETITIVIDADEESTRATÉGIA DE COMPETITIVIDADE
Uma visão Política.Uma visão Política.
De Política de Turismo.De Política de Turismo.
Vítor NetoVítor Neto
30 de Outubro de 200330 de Outubro de 2003
1.1. TURISMO.TURISMO. Todos de acordo: é importante!Todos de acordo: é importante!
• 1940 – António Ferro1940 – António Ferro – O Turismo constitui uma indústria importante... podendo ser– O Turismo constitui uma indústria importante... podendo ser
um factor de riqueza para as empresas e para o próprio Estado...um factor de riqueza para as empresas e para o próprio Estado...
• 1994 – Michael Porter1994 – Michael Porter – Portugal tem que descobrir em si próprio o que possui de– Portugal tem que descobrir em si próprio o que possui de
único, especial e diferenciado... por forma a competir nessas vertentes...único, especial e diferenciado... por forma a competir nessas vertentes...
• O sucesso competitivo de cada país encontra-se concentrado em grupos de «indústrias»O sucesso competitivo de cada país encontra-se concentrado em grupos de «indústrias»
inter-relacionadas, designadas porinter-relacionadas, designadas por clustersclusters ...... Entre elesEntre eles o grande clustero grande cluster dodo TurismoTurismo
que com a resolução de problemas importantes de competitividade terá um impactoque com a resolução de problemas importantes de competitividade terá um impacto
significativo para a economia em geral...significativo para a economia em geral...
• 1998 – PNDES/ Governo PS1998 – PNDES/ Governo PS – Quatro anos depois, o Plano Nacional de– Quatro anos depois, o Plano Nacional de
Desenvolvimento Económico e Social, repete o diagnóstico, denuncia os sinais deDesenvolvimento Económico e Social, repete o diagnóstico, denuncia os sinais de
esgotamento do modelo de crescimento económico existente... aponta para umaesgotamento do modelo de crescimento económico existente... aponta para uma
mudança estrutural que integre novos factores de competitividade... perspectiva umamudança estrutural que integre novos factores de competitividade... perspectiva uma
visão de transformação que passa entre outras pelo reforço da «clusterização» davisão de transformação que passa entre outras pelo reforço da «clusterização» da
economia em torno de pólos fortemente competitivos...entre eleseconomia em torno de pólos fortemente competitivos...entre eles o clustero cluster
Turismo/LazerTurismo/Lazer
• 2003 – Governo PSD/PP –2003 – Governo PSD/PP – Preocupado com a crise económica e pressionado pelaPreocupado com a crise económica e pressionado pela
necessidade de uma retoma rápida através do aumento das exportações de «bens enecessidade de uma retoma rápida através do aumento das exportações de «bens e
serviços», elege o Turismo como «actividade estratégica para o desenvolvimentoserviços», elege o Turismo como «actividade estratégica para o desenvolvimento
económico e social do país» ...económico e social do país» ...
2.2. Apesar das grandes afirmações de princípio,Apesar das grandes afirmações de princípio, o Turismoo Turismo
não tem sido tratado nem como «importante»não tem sido tratado nem como «importante»
nem como verdadeiro «cluster» prioritárionem como verdadeiro «cluster» prioritário..
• Tem havido períodos com medidas positivas e crescimentos, mas não houveTem havido períodos com medidas positivas e crescimentos, mas não houve
continuidade de políticas coerentes nem se consolidou uma estratégia nacional.continuidade de políticas coerentes nem se consolidou uma estratégia nacional.
• Apesar de tudo, o Turismo cresceu, desenvolveu-seApesar de tudo, o Turismo cresceu, desenvolveu-se e atingiu resultadose atingiu resultados
significativos, graças sobretudo à força da sua dinâmica objectivasignificativos, graças sobretudo à força da sua dinâmica objectiva..
• O Turismo impôs-seO Turismo impôs-se..
3.3. CONDIÇÕES PARA CONSTRUIR UMA ESTRATÉGIACONDIÇÕES PARA CONSTRUIR UMA ESTRATÉGIA
PARA O TURISMOPARA O TURISMO e definir os factores de competitividade:e definir os factores de competitividade:
CONHECER A REALIDADE:CONHECER A REALIDADE:
Turismo:Turismo:
• Uma actividade económica relevante – representa mais de 11% do PIB – 20% das exportaçõesUma actividade económica relevante – representa mais de 11% do PIB – 20% das exportações
de bens e serviços – 6.200 Milhões de Euros de receitas cambiais, que cobrem 42% do déficede bens e serviços – 6.200 Milhões de Euros de receitas cambiais, que cobrem 42% do défice
da balança comercial;da balança comercial;
• 10% da população activa (directa e indirectamente);10% da população activa (directa e indirectamente);
• Dezenas de milhares deDezenas de milhares de empresasempresas – directas e indirectas;– directas e indirectas;
• Actividade económica principal noActividade económica principal no AlgarveAlgarve e nae na Madeira;Madeira;
• Actividade muito importante na região deActividade muito importante na região de Lisboa;Lisboa;
• Actividade de futuro e de esperança em muitas outras regiões.Actividade de futuro e de esperança em muitas outras regiões.
Turistas:Turistas:
• 1212 milhões de turistas estrangeiros com estadia média de 7 dias: 84 Milhões de dormidas;milhões de turistas estrangeiros com estadia média de 7 dias: 84 Milhões de dormidas;
• 1616 Milhões de excursionistas estrangeiros (menos de 24 horas);Milhões de excursionistas estrangeiros (menos de 24 horas);
• 44 Milhões de portugueses - mais de 15 anos - passam férias foraMilhões de portugueses - mais de 15 anos - passam férias fora dada residência habitual;residência habitual;
• 1,51,5 Milhões de emigrantes que visitam anualmente Portugal, com estadia média de 14 dias.Milhões de emigrantes que visitam anualmente Portugal, com estadia média de 14 dias.
Os que vêm de fora do país: correspondemOs que vêm de fora do país: correspondem
a uma cidade permanente dea uma cidade permanente de 350350..000000 habitanteshabitantes..
OO TuristaTurista - disse António Ferro há mais de 60 anos - é o único estrangeiro- disse António Ferro há mais de 60 anos - é o único estrangeiro
que não vem a Portugal buscar dinheiro, mas deixar dinheiro...que não vem a Portugal buscar dinheiro, mas deixar dinheiro...
TURISMO PORTUGUÊS:TURISMO PORTUGUÊS:
• 1,5% do Turismo mundial1,5% do Turismo mundial
• 3% do Turismo europeu3% do Turismo europeu
• 5% do Turismo mediterrânico5% do Turismo mediterrânico
• 16-18º lugar no ranking mundial16-18º lugar no ranking mundial
• 8º no ranking da U.E (15)8º no ranking da U.E (15)
• 4º lugar no ranking mediterrânico4º lugar no ranking mediterrânico
O Turismo em Portugal tem peso económico, importânciaO Turismo em Portugal tem peso económico, importância
social e é factor de desenvolvimento do país.social e é factor de desenvolvimento do país.
4.4. CONDICIONANTES A UMA ESTRATÉGIACONDICIONANTES A UMA ESTRATÉGIA
de TURISMOde TURISMO
Distribuição geográfica:Distribuição geográfica:
• O turismo não tem distribuição geográfica homogénea no país;O turismo não tem distribuição geográfica homogénea no país;
• 70-85% do Turismo (estrangeiro) concentra-se em três regiões –70-85% do Turismo (estrangeiro) concentra-se em três regiões – AlgarveAlgarve,, LisboaLisboa ee
MadeiraMadeira – hoje, como há vinte anos;– hoje, como há vinte anos;
• Algarve – representa entre 40 a 60% do Turismo;Algarve – representa entre 40 a 60% do Turismo;
• Nestas três regiões são diferentes o tipo de recursos e oferta turística e os perfisNestas três regiões são diferentes o tipo de recursos e oferta turística e os perfis
de procura (interesses, gastos, estadia).de procura (interesses, gastos, estadia).
Países de origem:Países de origem:
• 95%95% dos turistas que visitam Portugal, provêm dados turistas que visitam Portugal, provêm da Europa;Europa;
• 85%85% dos turistas provêm dedos turistas provêm de cincocinco países –países – EspanhaEspanha,, Reino UnidoReino Unido,, AlemanhaAlemanha,,
HolandaHolanda ee FrançaFrança – hoje, como há vinte anos;– hoje, como há vinte anos;
• 50%50% dos turistas que visitam Portugal, provêm dedos turistas que visitam Portugal, provêm de Espanha.Espanha.
5.5. CONDIÇÕES ESSENCIAISCONDIÇÕES ESSENCIAIS
PARA A COMPETITIVIDADE DOPARA A COMPETITIVIDADE DO
TURISMOTURISMO
i.i. Definir factores competitivos.Definir factores competitivos.
Vantagens e pontos fracos.Vantagens e pontos fracos.
ii.ii. Construir uma estratégia.Construir uma estratégia.
Definir prioridades. Concentrar meios.Definir prioridades. Concentrar meios.
iii.iii. Criar instrumentos políticos com capacidade deCriar instrumentos políticos com capacidade de
execução efectiva das políticas definidas.execução efectiva das políticas definidas.
6.6. FACTORES COMPETITIVOS.FACTORES COMPETITIVOS.
VANTAGENS.VANTAGENS.
• Portugal está no terreno – constitui umPortugal está no terreno – constitui um destino turístico consolidadodestino turístico consolidado ––
integrado no maior mercado turístico do Mundo (Europa: 400 Milhões deintegrado no maior mercado turístico do Mundo (Europa: 400 Milhões de
Turistas) - de acesso fácil para os grandes mercados europeus;Turistas) - de acesso fácil para os grandes mercados europeus;
• Possui recursos diversificados de alta procura (Sol e Mar, PatrimónioPossui recursos diversificados de alta procura (Sol e Mar, Património
natural, histórico e cultural) e oferta organizada de qualidade, a preçosnatural, histórico e cultural) e oferta organizada de qualidade, a preços
acessíveis;acessíveis;
• Portugal possuiPortugal possui três regiõestrês regiões com notoriedade e prestígio, que constituem jácom notoriedade e prestígio, que constituem já
«marcas»«marcas» turísticasturísticas – Algarve, Madeira– Algarve, Madeira ee LisboaLisboa e outras com grandese outras com grandes
potencialidades;potencialidades;
• Portugal possui acessibilidades e infra-estruturas modernas;Portugal possui acessibilidades e infra-estruturas modernas;
• A sociedade portuguesa assimilou a importância do Turismo.A sociedade portuguesa assimilou a importância do Turismo.
7.7. PONTOS FRACOS. AMEAÇAS.PONTOS FRACOS. AMEAÇAS.
• Portugal possui umPortugal possui um território pequenoterritório pequeno, com, com recursos turísticosrecursos turísticos limitados elimitados e
frágeis, em que os mais fortes estão concentrados emfrágeis, em que os mais fortes estão concentrados em pequenaspequenas zonaszonas de poucasde poucas
regiões;regiões;
• Portugal possui umaPortugal possui uma capacidadecapacidade dede cargacarga turística limitada;turística limitada;
• É um país periférico, quase uma ilha (Áustria tem fronteira com 8 países, recebeÉ um país periférico, quase uma ilha (Áustria tem fronteira com 8 países, recebe
anualmente 18,6 Milhões de turistas);anualmente 18,6 Milhões de turistas);
• Dependemos de 5 mercados, sendo metade de um só país;Dependemos de 5 mercados, sendo metade de um só país;
• Portugal está inserido noPortugal está inserido no maiormaior – mas também o mais concorrencial - mercado– mas também o mais concorrencial - mercado
turístico do mundo (Europa), com os mesmos produtos, alguns melhores, quaseturístico do mundo (Europa), com os mesmos produtos, alguns melhores, quase
sempre mais baratos;sempre mais baratos;
• Portugal tem aqui ao lado a 2ª maior potência turística do mundo –Portugal tem aqui ao lado a 2ª maior potência turística do mundo – EspanhaEspanha --
território 6 vezes maior que Portugal, com recursos imensos e diversificados.território 6 vezes maior que Portugal, com recursos imensos e diversificados.
ESPANHA – PORTUGALESPANHA – PORTUGAL
Em Turismo: uma batalha desigualEm Turismo: uma batalha desigual
• A EspanhaA Espanha tem um território 6 vezes maior que Portugal e possui recursos turísticostem um território 6 vezes maior que Portugal e possui recursos turísticos
imensos e diversificados;imensos e diversificados;
• A oferta turística espanholaA oferta turística espanhola é muito agressiva através do preço e aumentaé muito agressiva através do preço e aumenta
permanentemente em todas as regiões;permanentemente em todas as regiões;
• A Espanha possui 17.000 estabelecimentos de alojamento (Portugal 1.700)A Espanha possui 17.000 estabelecimentos de alojamento (Portugal 1.700) ee possui 1,5possui 1,5
Milhões de camas (capacidade de alojamento) - Portugal 220.000;Milhões de camas (capacidade de alojamento) - Portugal 220.000;
• A AndaluziaA Andaluzia possui o dobro das camas do Algarve;possui o dobro das camas do Algarve;
• A Espanha recebe 50 Milhões de turistas estrangeiros, Portugal 12 Milhões;A Espanha recebe 50 Milhões de turistas estrangeiros, Portugal 12 Milhões;
• Os nossos principais mercados são totalmenteOs nossos principais mercados são totalmente dominadosdominados pela Espanha;pela Espanha;
• Portugal recebe 2 Milhões de Ingleses – a Espanha, 15 Milhões;Portugal recebe 2 Milhões de Ingleses – a Espanha, 15 Milhões;
• Portugal recebe 800.000 Alemães – a Espanha, 10 Milhões;Portugal recebe 800.000 Alemães – a Espanha, 10 Milhões;
• Portugal recebe 700.000 Franceses – a Espanha, 8 Milhões;Portugal recebe 700.000 Franceses – a Espanha, 8 Milhões;
• Portugal recebe 500.000 Holandeses – a Espanha, 2,5 Milhões.Portugal recebe 500.000 Holandeses – a Espanha, 2,5 Milhões.
A ESPANHA é o principal cliente e o maior concorrente de PortugalA ESPANHA é o principal cliente e o maior concorrente de Portugal
ESPANHA constitui a principal condicionanteESPANHA constitui a principal condicionante
à evolução do Turismo portuguêsà evolução do Turismo português
FACTORES POLÍTICOS NEGATIVOSFACTORES POLÍTICOS NEGATIVOS
• Apesar da legislação avançadaApesar da legislação avançada, não existe em Portugal uma, não existe em Portugal uma
política integrada de gestão do territóriopolítica integrada de gestão do território com instrumentoscom instrumentos
políticos regionais com poder efectivo, numa perspectiva depolíticos regionais com poder efectivo, numa perspectiva de
desenvolvimento sustentável do Turismo.desenvolvimento sustentável do Turismo.
NÃO EXISTE UMA VISÃO,NÃO EXISTE UMA VISÃO,
UMA ESTRATÉGIA E UMAUMA ESTRATÉGIA E UMA
POLÍTICA NACIONAL DE TURISMOPOLÍTICA NACIONAL DE TURISMO
8.8. CONSTRUIR UMA ESTRATÉGIACONSTRUIR UMA ESTRATÉGIA
COMPETITIVACOMPETITIVA
• Para oPara o TurismoTurismo ter sucesso não é suficiente «crescer» e limitar-se a eliminar oster sucesso não é suficiente «crescer» e limitar-se a eliminar os
obstáculos «burocráticos» ao investimento, flexibilizar a legislação, na fé de que oobstáculos «burocráticos» ao investimento, flexibilizar a legislação, na fé de que o
mercado tudo resolvemercado tudo resolve;;
• A definição de umaA definição de uma Estratégia Nacional de TurismoEstratégia Nacional de Turismo exige que se tenha em conta:exige que se tenha em conta:
– Dimensão do territórioDimensão do território
– Características e limitação de recursosCaracterísticas e limitação de recursos
– Perfis da procura potencialPerfis da procura potencial
– ConcorrênciaConcorrência
• PortugalPortugal tendo em conta a pequenez do território e a limitação de recursos da sua ofertatendo em conta a pequenez do território e a limitação de recursos da sua oferta
mais forte nunca poderá competir com os destinos massificados da Espanha emais forte nunca poderá competir com os destinos massificados da Espanha e
mediterrâneo que se afirmam cada vez mais pelomediterrâneo que se afirmam cada vez mais pelo preço: Portugalpreço: Portugal não temnão tem ofertaoferta emem
quantidade nemquantidade nem preçopreço para se confrontar nesse terreno;para se confrontar nesse terreno;
• PortugalPortugal tem que construir umtem que construir um posicionamentoposicionamento no mercado turístico internacional, queno mercado turístico internacional, que
oo distingadistinga ee diferenciediferencie claramente de Espanha;claramente de Espanha;
• Impõe-se umaImpõe-se uma PolíticaPolítica PúblicaPública dede TurismoTurismo – para preservar recursos, que são limitados– para preservar recursos, que são limitados
e frágeis, para superar desequilíbrios regionais, promover parcerias e desenvolvere frágeis, para superar desequilíbrios regionais, promover parcerias e desenvolver
sinergias entre diferentes protagonistas do sector, para a promoção e o embate com ossinergias entre diferentes protagonistas do sector, para a promoção e o embate com os
mega operadores;mega operadores;
• Portugal, partindo dos seus recursos,Portugal, partindo dos seus recursos, tem que construir ofertas capazes detem que construir ofertas capazes de
corresponder à evolução doscorresponder à evolução dos perfisperfis dede procura,procura, e aose aos segmentossegmentos dos seus mercadosdos seus mercados
alvo.alvo.
PORTUGAL PARA TER ESTRATÉGIAPORTUGAL PARA TER ESTRATÉGIA
VENCEDORA TEM QUE SE AFIRMAR COMVENCEDORA TEM QUE SE AFIRMAR COM
VALORES PRÓPRIOS:VALORES PRÓPRIOS:
• Especificidade (único)Especificidade (único)
• Diferença (melhor)Diferença (melhor)
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• Qualidade (depende de nós)Qualidade (depende de nós)
A afirmação destes valores só é possível no quadro deA afirmação destes valores só é possível no quadro de uma visãouma visão
integradaintegrada à escala regionalà escala regional e numa perspectiva de desenvolvimentoe numa perspectiva de desenvolvimento
qualitativo.qualitativo.
A concretização destes objectivos exigeA concretização destes objectivos exige INSTRUMENTOSINSTRUMENTOS POLÍTICOSPOLÍTICOS
comcom capacidadecapacidade de intervenção EXECUTIVA Regional e Nacional.de intervenção EXECUTIVA Regional e Nacional.
9.9. INSTRUMENTOS POLÍTICOSINSTRUMENTOS POLÍTICOS
• O Turismo - se é importante - tem que ocupar o devido lugar na política económica dosO Turismo - se é importante - tem que ocupar o devido lugar na política económica dos
Governos;Governos;
• O Turismo tem que ter aO Turismo tem que ter a forçaforça políticapolítica institucionalinstitucional necessária à articulação com outrosnecessária à articulação com outros
departamentos -ordenamento, ambiente, finanças, cultura, património, formação;departamentos -ordenamento, ambiente, finanças, cultura, património, formação;
• Têm que existir políticas públicas de TurismoTêm que existir políticas públicas de Turismo, porque:, porque:
– aa matériamatéria primaprima dodo TurismoTurismo é, na sua base, constituída essencialmente poré, na sua base, constituída essencialmente por
recursosrecursos públicospúblicos (natureza, ambiente, cultura, património) em geral não(natureza, ambiente, cultura, património) em geral não
renováveis;renováveis;
– o desenvolvimento é desigual de região para região e em cada região;o desenvolvimento é desigual de região para região e em cada região;
– são necessárias infra-estruturas e apoios financeiros, e acções comunssão necessárias infra-estruturas e apoios financeiros, e acções comuns
(promoção);(promoção);
– os actores privados são muitos e variados e com objectivos nem sempreos actores privados são muitos e variados e com objectivos nem sempre
coincidentes;coincidentes;
– a qualidade tem que ser global e permanente.a qualidade tem que ser global e permanente.
• Tem que existir um instrumentoTem que existir um instrumento RegionalRegional com poderes executivos reais, com legitimidadecom poderes executivos reais, com legitimidade
democrática, (na área do planeamento, ordenamento e ambiente, e infra-estruturas) –democrática, (na área do planeamento, ordenamento e ambiente, e infra-estruturas) –
porqueporque a Região é a área territorial mínimaa Região é a área territorial mínima para a construção de um «destino turístico» epara a construção de um «destino turístico» e
uma estratégia de turismo adequada;uma estratégia de turismo adequada;
• São imprescindíveis as parcerias público-privadas (Governo-autarquias-empresas);São imprescindíveis as parcerias público-privadas (Governo-autarquias-empresas);
• É absolutamente indispensável aÉ absolutamente indispensável a autonomia financeiraautonomia financeira ee institucionalinstitucional das estruturasdas estruturas
específicas do Turismo – DGT, IFT, INFTUR, ICEP – porque o Turismo não temespecíficas do Turismo – DGT, IFT, INFTUR, ICEP – porque o Turismo não tem
«consistência» suficiente para sobreviver ao confronto institucional com outros sectores«consistência» suficiente para sobreviver ao confronto institucional com outros sectores
económicos (Indústria, etc.).económicos (Indústria, etc.).
Em minha opinião a não verificarem-se as condições referidas o TurismoEm minha opinião a não verificarem-se as condições referidas o Turismo
português terá muitas dificuldades em enfrentar os desafios que já aí estãoportuguês terá muitas dificuldades em enfrentar os desafios que já aí estão
e sobretudo a pujança e a força arrastadora da dinâmica do Turismoe sobretudo a pujança e a força arrastadora da dinâmica do Turismo
espanhol.espanhol.
PortugalPortugal corre o risco de ser um sub-mercado do hipermercado turísticocorre o risco de ser um sub-mercado do hipermercado turístico
espanhol.espanhol.
Em tal cenário teriam as maiores dificuldades os destinos já afirmadosEm tal cenário teriam as maiores dificuldades os destinos já afirmados
como Algarve, Madeira (e Lisboa), mas teriam enormes dificuldades emcomo Algarve, Madeira (e Lisboa), mas teriam enormes dificuldades em
«arrancar» os destinos emergentes.«arrancar» os destinos emergentes.
CONCLUSÃO:CONCLUSÃO:
• Em minha opinião se não consolidarmos nos próximos cinco anos uma efectiva políticaEm minha opinião se não consolidarmos nos próximos cinco anos uma efectiva política
de Turismo – na base dos pressupostos referidos – o Turismo português não conseguiráde Turismo – na base dos pressupostos referidos – o Turismo português não conseguirá
afirmar-se como cluster vencedor;afirmar-se como cluster vencedor;
• Poderá soçobrar perante destinos concorrentes e esgotar-se em dez anos;Poderá soçobrar perante destinos concorrentes e esgotar-se em dez anos;
• Poderá ter o mesmo destino que os outros «sectores económicos», que ao longo daPoderá ter o mesmo destino que os outros «sectores económicos», que ao longo da
história nos passaram ao lado;história nos passaram ao lado;
• Atenção: «depois do Turismo»... que outros sectores nos restam?!Atenção: «depois do Turismo»... que outros sectores nos restam?!
Temos pouco tempo à nossa frente.Temos pouco tempo à nossa frente.
Cada um cumpra o seu dever.Cada um cumpra o seu dever.
Vítor NetoVítor Neto

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Estratégia competitividade turismo Portugal visão política

  • 1. AIPAIP Fórum 2003Fórum 2003 Competitividade, Inovação e Qualificação: Estratégias, Políticas e DesafiosCompetitividade, Inovação e Qualificação: Estratégias, Políticas e Desafios Sessão TemáticaSessão Temática S5S5 TURISMOTURISMO ESTRATÉGIA DE COMPETITIVIDADEESTRATÉGIA DE COMPETITIVIDADE Uma visão Política.Uma visão Política. De Política de Turismo.De Política de Turismo. Vítor NetoVítor Neto 30 de Outubro de 200330 de Outubro de 2003
  • 2. 1.1. TURISMO.TURISMO. Todos de acordo: é importante!Todos de acordo: é importante! • 1940 – António Ferro1940 – António Ferro – O Turismo constitui uma indústria importante... podendo ser– O Turismo constitui uma indústria importante... podendo ser um factor de riqueza para as empresas e para o próprio Estado...um factor de riqueza para as empresas e para o próprio Estado... • 1994 – Michael Porter1994 – Michael Porter – Portugal tem que descobrir em si próprio o que possui de– Portugal tem que descobrir em si próprio o que possui de único, especial e diferenciado... por forma a competir nessas vertentes...único, especial e diferenciado... por forma a competir nessas vertentes... • O sucesso competitivo de cada país encontra-se concentrado em grupos de «indústrias»O sucesso competitivo de cada país encontra-se concentrado em grupos de «indústrias» inter-relacionadas, designadas porinter-relacionadas, designadas por clustersclusters ...... Entre elesEntre eles o grande clustero grande cluster dodo TurismoTurismo que com a resolução de problemas importantes de competitividade terá um impactoque com a resolução de problemas importantes de competitividade terá um impacto significativo para a economia em geral...significativo para a economia em geral... • 1998 – PNDES/ Governo PS1998 – PNDES/ Governo PS – Quatro anos depois, o Plano Nacional de– Quatro anos depois, o Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, repete o diagnóstico, denuncia os sinais deDesenvolvimento Económico e Social, repete o diagnóstico, denuncia os sinais de esgotamento do modelo de crescimento económico existente... aponta para umaesgotamento do modelo de crescimento económico existente... aponta para uma mudança estrutural que integre novos factores de competitividade... perspectiva umamudança estrutural que integre novos factores de competitividade... perspectiva uma visão de transformação que passa entre outras pelo reforço da «clusterização» davisão de transformação que passa entre outras pelo reforço da «clusterização» da economia em torno de pólos fortemente competitivos...entre eleseconomia em torno de pólos fortemente competitivos...entre eles o clustero cluster Turismo/LazerTurismo/Lazer • 2003 – Governo PSD/PP –2003 – Governo PSD/PP – Preocupado com a crise económica e pressionado pelaPreocupado com a crise económica e pressionado pela necessidade de uma retoma rápida através do aumento das exportações de «bens enecessidade de uma retoma rápida através do aumento das exportações de «bens e serviços», elege o Turismo como «actividade estratégica para o desenvolvimentoserviços», elege o Turismo como «actividade estratégica para o desenvolvimento económico e social do país» ...económico e social do país» ...
  • 3. 2.2. Apesar das grandes afirmações de princípio,Apesar das grandes afirmações de princípio, o Turismoo Turismo não tem sido tratado nem como «importante»não tem sido tratado nem como «importante» nem como verdadeiro «cluster» prioritárionem como verdadeiro «cluster» prioritário.. • Tem havido períodos com medidas positivas e crescimentos, mas não houveTem havido períodos com medidas positivas e crescimentos, mas não houve continuidade de políticas coerentes nem se consolidou uma estratégia nacional.continuidade de políticas coerentes nem se consolidou uma estratégia nacional. • Apesar de tudo, o Turismo cresceu, desenvolveu-seApesar de tudo, o Turismo cresceu, desenvolveu-se e atingiu resultadose atingiu resultados significativos, graças sobretudo à força da sua dinâmica objectivasignificativos, graças sobretudo à força da sua dinâmica objectiva.. • O Turismo impôs-seO Turismo impôs-se..
  • 4. 3.3. CONDIÇÕES PARA CONSTRUIR UMA ESTRATÉGIACONDIÇÕES PARA CONSTRUIR UMA ESTRATÉGIA PARA O TURISMOPARA O TURISMO e definir os factores de competitividade:e definir os factores de competitividade: CONHECER A REALIDADE:CONHECER A REALIDADE: Turismo:Turismo: • Uma actividade económica relevante – representa mais de 11% do PIB – 20% das exportaçõesUma actividade económica relevante – representa mais de 11% do PIB – 20% das exportações de bens e serviços – 6.200 Milhões de Euros de receitas cambiais, que cobrem 42% do déficede bens e serviços – 6.200 Milhões de Euros de receitas cambiais, que cobrem 42% do défice da balança comercial;da balança comercial; • 10% da população activa (directa e indirectamente);10% da população activa (directa e indirectamente); • Dezenas de milhares deDezenas de milhares de empresasempresas – directas e indirectas;– directas e indirectas; • Actividade económica principal noActividade económica principal no AlgarveAlgarve e nae na Madeira;Madeira; • Actividade muito importante na região deActividade muito importante na região de Lisboa;Lisboa; • Actividade de futuro e de esperança em muitas outras regiões.Actividade de futuro e de esperança em muitas outras regiões. Turistas:Turistas: • 1212 milhões de turistas estrangeiros com estadia média de 7 dias: 84 Milhões de dormidas;milhões de turistas estrangeiros com estadia média de 7 dias: 84 Milhões de dormidas; • 1616 Milhões de excursionistas estrangeiros (menos de 24 horas);Milhões de excursionistas estrangeiros (menos de 24 horas); • 44 Milhões de portugueses - mais de 15 anos - passam férias foraMilhões de portugueses - mais de 15 anos - passam férias fora dada residência habitual;residência habitual; • 1,51,5 Milhões de emigrantes que visitam anualmente Portugal, com estadia média de 14 dias.Milhões de emigrantes que visitam anualmente Portugal, com estadia média de 14 dias. Os que vêm de fora do país: correspondemOs que vêm de fora do país: correspondem a uma cidade permanente dea uma cidade permanente de 350350..000000 habitanteshabitantes.. OO TuristaTurista - disse António Ferro há mais de 60 anos - é o único estrangeiro- disse António Ferro há mais de 60 anos - é o único estrangeiro que não vem a Portugal buscar dinheiro, mas deixar dinheiro...que não vem a Portugal buscar dinheiro, mas deixar dinheiro...
  • 5. TURISMO PORTUGUÊS:TURISMO PORTUGUÊS: • 1,5% do Turismo mundial1,5% do Turismo mundial • 3% do Turismo europeu3% do Turismo europeu • 5% do Turismo mediterrânico5% do Turismo mediterrânico • 16-18º lugar no ranking mundial16-18º lugar no ranking mundial • 8º no ranking da U.E (15)8º no ranking da U.E (15) • 4º lugar no ranking mediterrânico4º lugar no ranking mediterrânico O Turismo em Portugal tem peso económico, importânciaO Turismo em Portugal tem peso económico, importância social e é factor de desenvolvimento do país.social e é factor de desenvolvimento do país.
  • 6. 4.4. CONDICIONANTES A UMA ESTRATÉGIACONDICIONANTES A UMA ESTRATÉGIA de TURISMOde TURISMO Distribuição geográfica:Distribuição geográfica: • O turismo não tem distribuição geográfica homogénea no país;O turismo não tem distribuição geográfica homogénea no país; • 70-85% do Turismo (estrangeiro) concentra-se em três regiões –70-85% do Turismo (estrangeiro) concentra-se em três regiões – AlgarveAlgarve,, LisboaLisboa ee MadeiraMadeira – hoje, como há vinte anos;– hoje, como há vinte anos; • Algarve – representa entre 40 a 60% do Turismo;Algarve – representa entre 40 a 60% do Turismo; • Nestas três regiões são diferentes o tipo de recursos e oferta turística e os perfisNestas três regiões são diferentes o tipo de recursos e oferta turística e os perfis de procura (interesses, gastos, estadia).de procura (interesses, gastos, estadia). Países de origem:Países de origem: • 95%95% dos turistas que visitam Portugal, provêm dados turistas que visitam Portugal, provêm da Europa;Europa; • 85%85% dos turistas provêm dedos turistas provêm de cincocinco países –países – EspanhaEspanha,, Reino UnidoReino Unido,, AlemanhaAlemanha,, HolandaHolanda ee FrançaFrança – hoje, como há vinte anos;– hoje, como há vinte anos; • 50%50% dos turistas que visitam Portugal, provêm dedos turistas que visitam Portugal, provêm de Espanha.Espanha.
  • 7. 5.5. CONDIÇÕES ESSENCIAISCONDIÇÕES ESSENCIAIS PARA A COMPETITIVIDADE DOPARA A COMPETITIVIDADE DO TURISMOTURISMO i.i. Definir factores competitivos.Definir factores competitivos. Vantagens e pontos fracos.Vantagens e pontos fracos. ii.ii. Construir uma estratégia.Construir uma estratégia. Definir prioridades. Concentrar meios.Definir prioridades. Concentrar meios. iii.iii. Criar instrumentos políticos com capacidade deCriar instrumentos políticos com capacidade de execução efectiva das políticas definidas.execução efectiva das políticas definidas.
  • 8. 6.6. FACTORES COMPETITIVOS.FACTORES COMPETITIVOS. VANTAGENS.VANTAGENS. • Portugal está no terreno – constitui umPortugal está no terreno – constitui um destino turístico consolidadodestino turístico consolidado –– integrado no maior mercado turístico do Mundo (Europa: 400 Milhões deintegrado no maior mercado turístico do Mundo (Europa: 400 Milhões de Turistas) - de acesso fácil para os grandes mercados europeus;Turistas) - de acesso fácil para os grandes mercados europeus; • Possui recursos diversificados de alta procura (Sol e Mar, PatrimónioPossui recursos diversificados de alta procura (Sol e Mar, Património natural, histórico e cultural) e oferta organizada de qualidade, a preçosnatural, histórico e cultural) e oferta organizada de qualidade, a preços acessíveis;acessíveis; • Portugal possuiPortugal possui três regiõestrês regiões com notoriedade e prestígio, que constituem jácom notoriedade e prestígio, que constituem já «marcas»«marcas» turísticasturísticas – Algarve, Madeira– Algarve, Madeira ee LisboaLisboa e outras com grandese outras com grandes potencialidades;potencialidades; • Portugal possui acessibilidades e infra-estruturas modernas;Portugal possui acessibilidades e infra-estruturas modernas; • A sociedade portuguesa assimilou a importância do Turismo.A sociedade portuguesa assimilou a importância do Turismo.
  • 9. 7.7. PONTOS FRACOS. AMEAÇAS.PONTOS FRACOS. AMEAÇAS. • Portugal possui umPortugal possui um território pequenoterritório pequeno, com, com recursos turísticosrecursos turísticos limitados elimitados e frágeis, em que os mais fortes estão concentrados emfrágeis, em que os mais fortes estão concentrados em pequenaspequenas zonaszonas de poucasde poucas regiões;regiões; • Portugal possui umaPortugal possui uma capacidadecapacidade dede cargacarga turística limitada;turística limitada; • É um país periférico, quase uma ilha (Áustria tem fronteira com 8 países, recebeÉ um país periférico, quase uma ilha (Áustria tem fronteira com 8 países, recebe anualmente 18,6 Milhões de turistas);anualmente 18,6 Milhões de turistas); • Dependemos de 5 mercados, sendo metade de um só país;Dependemos de 5 mercados, sendo metade de um só país; • Portugal está inserido noPortugal está inserido no maiormaior – mas também o mais concorrencial - mercado– mas também o mais concorrencial - mercado turístico do mundo (Europa), com os mesmos produtos, alguns melhores, quaseturístico do mundo (Europa), com os mesmos produtos, alguns melhores, quase sempre mais baratos;sempre mais baratos; • Portugal tem aqui ao lado a 2ª maior potência turística do mundo –Portugal tem aqui ao lado a 2ª maior potência turística do mundo – EspanhaEspanha -- território 6 vezes maior que Portugal, com recursos imensos e diversificados.território 6 vezes maior que Portugal, com recursos imensos e diversificados.
  • 10. ESPANHA – PORTUGALESPANHA – PORTUGAL Em Turismo: uma batalha desigualEm Turismo: uma batalha desigual • A EspanhaA Espanha tem um território 6 vezes maior que Portugal e possui recursos turísticostem um território 6 vezes maior que Portugal e possui recursos turísticos imensos e diversificados;imensos e diversificados; • A oferta turística espanholaA oferta turística espanhola é muito agressiva através do preço e aumentaé muito agressiva através do preço e aumenta permanentemente em todas as regiões;permanentemente em todas as regiões; • A Espanha possui 17.000 estabelecimentos de alojamento (Portugal 1.700)A Espanha possui 17.000 estabelecimentos de alojamento (Portugal 1.700) ee possui 1,5possui 1,5 Milhões de camas (capacidade de alojamento) - Portugal 220.000;Milhões de camas (capacidade de alojamento) - Portugal 220.000; • A AndaluziaA Andaluzia possui o dobro das camas do Algarve;possui o dobro das camas do Algarve; • A Espanha recebe 50 Milhões de turistas estrangeiros, Portugal 12 Milhões;A Espanha recebe 50 Milhões de turistas estrangeiros, Portugal 12 Milhões; • Os nossos principais mercados são totalmenteOs nossos principais mercados são totalmente dominadosdominados pela Espanha;pela Espanha; • Portugal recebe 2 Milhões de Ingleses – a Espanha, 15 Milhões;Portugal recebe 2 Milhões de Ingleses – a Espanha, 15 Milhões; • Portugal recebe 800.000 Alemães – a Espanha, 10 Milhões;Portugal recebe 800.000 Alemães – a Espanha, 10 Milhões; • Portugal recebe 700.000 Franceses – a Espanha, 8 Milhões;Portugal recebe 700.000 Franceses – a Espanha, 8 Milhões; • Portugal recebe 500.000 Holandeses – a Espanha, 2,5 Milhões.Portugal recebe 500.000 Holandeses – a Espanha, 2,5 Milhões. A ESPANHA é o principal cliente e o maior concorrente de PortugalA ESPANHA é o principal cliente e o maior concorrente de Portugal ESPANHA constitui a principal condicionanteESPANHA constitui a principal condicionante à evolução do Turismo portuguêsà evolução do Turismo português
  • 11. FACTORES POLÍTICOS NEGATIVOSFACTORES POLÍTICOS NEGATIVOS • Apesar da legislação avançadaApesar da legislação avançada, não existe em Portugal uma, não existe em Portugal uma política integrada de gestão do territóriopolítica integrada de gestão do território com instrumentoscom instrumentos políticos regionais com poder efectivo, numa perspectiva depolíticos regionais com poder efectivo, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável do Turismo.desenvolvimento sustentável do Turismo. NÃO EXISTE UMA VISÃO,NÃO EXISTE UMA VISÃO, UMA ESTRATÉGIA E UMAUMA ESTRATÉGIA E UMA POLÍTICA NACIONAL DE TURISMOPOLÍTICA NACIONAL DE TURISMO
  • 12. 8.8. CONSTRUIR UMA ESTRATÉGIACONSTRUIR UMA ESTRATÉGIA COMPETITIVACOMPETITIVA • Para oPara o TurismoTurismo ter sucesso não é suficiente «crescer» e limitar-se a eliminar oster sucesso não é suficiente «crescer» e limitar-se a eliminar os obstáculos «burocráticos» ao investimento, flexibilizar a legislação, na fé de que oobstáculos «burocráticos» ao investimento, flexibilizar a legislação, na fé de que o mercado tudo resolvemercado tudo resolve;; • A definição de umaA definição de uma Estratégia Nacional de TurismoEstratégia Nacional de Turismo exige que se tenha em conta:exige que se tenha em conta: – Dimensão do territórioDimensão do território – Características e limitação de recursosCaracterísticas e limitação de recursos – Perfis da procura potencialPerfis da procura potencial – ConcorrênciaConcorrência • PortugalPortugal tendo em conta a pequenez do território e a limitação de recursos da sua ofertatendo em conta a pequenez do território e a limitação de recursos da sua oferta mais forte nunca poderá competir com os destinos massificados da Espanha emais forte nunca poderá competir com os destinos massificados da Espanha e mediterrâneo que se afirmam cada vez mais pelomediterrâneo que se afirmam cada vez mais pelo preço: Portugalpreço: Portugal não temnão tem ofertaoferta emem quantidade nemquantidade nem preçopreço para se confrontar nesse terreno;para se confrontar nesse terreno; • PortugalPortugal tem que construir umtem que construir um posicionamentoposicionamento no mercado turístico internacional, queno mercado turístico internacional, que oo distingadistinga ee diferenciediferencie claramente de Espanha;claramente de Espanha; • Impõe-se umaImpõe-se uma PolíticaPolítica PúblicaPública dede TurismoTurismo – para preservar recursos, que são limitados– para preservar recursos, que são limitados e frágeis, para superar desequilíbrios regionais, promover parcerias e desenvolvere frágeis, para superar desequilíbrios regionais, promover parcerias e desenvolver sinergias entre diferentes protagonistas do sector, para a promoção e o embate com ossinergias entre diferentes protagonistas do sector, para a promoção e o embate com os mega operadores;mega operadores; • Portugal, partindo dos seus recursos,Portugal, partindo dos seus recursos, tem que construir ofertas capazes detem que construir ofertas capazes de corresponder à evolução doscorresponder à evolução dos perfisperfis dede procura,procura, e aose aos segmentossegmentos dos seus mercadosdos seus mercados alvo.alvo.
  • 13. PORTUGAL PARA TER ESTRATÉGIAPORTUGAL PARA TER ESTRATÉGIA VENCEDORA TEM QUE SE AFIRMAR COMVENCEDORA TEM QUE SE AFIRMAR COM VALORES PRÓPRIOS:VALORES PRÓPRIOS: • Especificidade (único)Especificidade (único) • Diferença (melhor)Diferença (melhor) • Diversidade (variedade)Diversidade (variedade) • Qualidade (depende de nós)Qualidade (depende de nós) A afirmação destes valores só é possível no quadro deA afirmação destes valores só é possível no quadro de uma visãouma visão integradaintegrada à escala regionalà escala regional e numa perspectiva de desenvolvimentoe numa perspectiva de desenvolvimento qualitativo.qualitativo. A concretização destes objectivos exigeA concretização destes objectivos exige INSTRUMENTOSINSTRUMENTOS POLÍTICOSPOLÍTICOS comcom capacidadecapacidade de intervenção EXECUTIVA Regional e Nacional.de intervenção EXECUTIVA Regional e Nacional.
  • 14. 9.9. INSTRUMENTOS POLÍTICOSINSTRUMENTOS POLÍTICOS • O Turismo - se é importante - tem que ocupar o devido lugar na política económica dosO Turismo - se é importante - tem que ocupar o devido lugar na política económica dos Governos;Governos; • O Turismo tem que ter aO Turismo tem que ter a forçaforça políticapolítica institucionalinstitucional necessária à articulação com outrosnecessária à articulação com outros departamentos -ordenamento, ambiente, finanças, cultura, património, formação;departamentos -ordenamento, ambiente, finanças, cultura, património, formação; • Têm que existir políticas públicas de TurismoTêm que existir políticas públicas de Turismo, porque:, porque: – aa matériamatéria primaprima dodo TurismoTurismo é, na sua base, constituída essencialmente poré, na sua base, constituída essencialmente por recursosrecursos públicospúblicos (natureza, ambiente, cultura, património) em geral não(natureza, ambiente, cultura, património) em geral não renováveis;renováveis; – o desenvolvimento é desigual de região para região e em cada região;o desenvolvimento é desigual de região para região e em cada região; – são necessárias infra-estruturas e apoios financeiros, e acções comunssão necessárias infra-estruturas e apoios financeiros, e acções comuns (promoção);(promoção); – os actores privados são muitos e variados e com objectivos nem sempreos actores privados são muitos e variados e com objectivos nem sempre coincidentes;coincidentes; – a qualidade tem que ser global e permanente.a qualidade tem que ser global e permanente. • Tem que existir um instrumentoTem que existir um instrumento RegionalRegional com poderes executivos reais, com legitimidadecom poderes executivos reais, com legitimidade democrática, (na área do planeamento, ordenamento e ambiente, e infra-estruturas) –democrática, (na área do planeamento, ordenamento e ambiente, e infra-estruturas) – porqueporque a Região é a área territorial mínimaa Região é a área territorial mínima para a construção de um «destino turístico» epara a construção de um «destino turístico» e uma estratégia de turismo adequada;uma estratégia de turismo adequada; • São imprescindíveis as parcerias público-privadas (Governo-autarquias-empresas);São imprescindíveis as parcerias público-privadas (Governo-autarquias-empresas); • É absolutamente indispensável aÉ absolutamente indispensável a autonomia financeiraautonomia financeira ee institucionalinstitucional das estruturasdas estruturas específicas do Turismo – DGT, IFT, INFTUR, ICEP – porque o Turismo não temespecíficas do Turismo – DGT, IFT, INFTUR, ICEP – porque o Turismo não tem «consistência» suficiente para sobreviver ao confronto institucional com outros sectores«consistência» suficiente para sobreviver ao confronto institucional com outros sectores económicos (Indústria, etc.).económicos (Indústria, etc.).
  • 15. Em minha opinião a não verificarem-se as condições referidas o TurismoEm minha opinião a não verificarem-se as condições referidas o Turismo português terá muitas dificuldades em enfrentar os desafios que já aí estãoportuguês terá muitas dificuldades em enfrentar os desafios que já aí estão e sobretudo a pujança e a força arrastadora da dinâmica do Turismoe sobretudo a pujança e a força arrastadora da dinâmica do Turismo espanhol.espanhol. PortugalPortugal corre o risco de ser um sub-mercado do hipermercado turísticocorre o risco de ser um sub-mercado do hipermercado turístico espanhol.espanhol. Em tal cenário teriam as maiores dificuldades os destinos já afirmadosEm tal cenário teriam as maiores dificuldades os destinos já afirmados como Algarve, Madeira (e Lisboa), mas teriam enormes dificuldades emcomo Algarve, Madeira (e Lisboa), mas teriam enormes dificuldades em «arrancar» os destinos emergentes.«arrancar» os destinos emergentes.
  • 16. CONCLUSÃO:CONCLUSÃO: • Em minha opinião se não consolidarmos nos próximos cinco anos uma efectiva políticaEm minha opinião se não consolidarmos nos próximos cinco anos uma efectiva política de Turismo – na base dos pressupostos referidos – o Turismo português não conseguiráde Turismo – na base dos pressupostos referidos – o Turismo português não conseguirá afirmar-se como cluster vencedor;afirmar-se como cluster vencedor; • Poderá soçobrar perante destinos concorrentes e esgotar-se em dez anos;Poderá soçobrar perante destinos concorrentes e esgotar-se em dez anos; • Poderá ter o mesmo destino que os outros «sectores económicos», que ao longo daPoderá ter o mesmo destino que os outros «sectores económicos», que ao longo da história nos passaram ao lado;história nos passaram ao lado; • Atenção: «depois do Turismo»... que outros sectores nos restam?!Atenção: «depois do Turismo»... que outros sectores nos restam?! Temos pouco tempo à nossa frente.Temos pouco tempo à nossa frente. Cada um cumpra o seu dever.Cada um cumpra o seu dever. Vítor NetoVítor Neto