SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 25
Baixar para ler offline
Ciclo de Born-Haber
Energia Reticular e Ligação Iônica
Preparado por Guilherme Z M Fahur Bottino
Para o curso de Inorgânica do EOQ
Julho de 2011
Referências
 Literatura Principal:
 SHRIVER, D. F. (Duward F.) (autor); ATKINS, P. W. (coaut.). Inorganic
chemistry. 3rd ed. Oxford: Oxford Univ. Press.
 Literatura Recomendada:
 HUHEEY, James E (autor); KEITER, Ellen A (coaut.); KEITER, Richard
L (coaut.). Inorganic chemistry: principles of structure and reactivity.
4th ed. New York, N.Y.: HarperCollins
 SMART, Lesley (autor); MOORE, Elaine (Elaine A.) (coaut.). Solid
state chemistry: an introduction. 3rd ed. Boca Raton, Fla.: Taylor and
Francis/CRC.
Ligação Iônica
 “Ligação” iônica – Atração de caráter eletrostático entre
partículas possuidoras de cargas de sinais opostos.
 Geralmente muito forte, dada a ordem da Força
Eletrostática entre as partículas, comparativamente à
sua massa. No entanto, muito dependente do meio em
que se localizam (Parâmetro eo da Lei de Coulomb)
Ligação Iônica
 Energia Reticular:
Para que exista coesão
entre os átomos, em se
tratando de uma atração
eletrostática, ela é regida
pelas Leis de Coulomb,
que são uma das
possíveis explicações
para o gráfico ao lado,
bastante famoso no
quesito ligação.
Ligação Iônica
 A linha Rosa acima da
origem (Positiva, portanto
aumenta a energia do
composto) se refere à
energia potencial elétrica
(Coulômbica) entre duas
cargas de mesmo sinal, a
saber os elétrons das
nuvens eletrônicas dos
dois átomos envolvidos
na ligação.
Ligação Iônica
 A linha Verde abaixo da
origem (Negativa,
portanto diminui a
energia do composto) se
refere à energia potencial
elétrica (Coulômbica)
entre duas cargas de
sinais opostos, a saber
as cargas relativas dos
átomos da ligação.
Ligação Iônica
 A linha Azul representa a
energia resultante (soma
das duas linhas).
Percebe-se que ela gera
um pequeno “poço”, cujo
fundo está sinalizado
com o círculo laranja. Ele
simboliza o estado de
menor energia possível
para a ligação.
Ligação Iônica
 Essa energia, de sinal
negativo, que está no
fundo do Poço, é
denominada Energia
Reticular, e é a energia
da ligação iônica. De
forma análoga, o valor do
ponto no eixo x dá a
distância internuclear.
Mas... Mas... Mas...
 MAS... Como é possível determinar a Distância
Internuclear se, segundo o Modelo Heisenberg-
deBroglie - Schrödinger não sabemos a posição dos
elétrons?
 Na verdade, o Poço de Morse é uma aproximação que
leva em conta as pequenas vibrações da molécula, e só
vai possuir E mínima quando d = dmédia de ligação.
Portanto, o poço é baseado em um valor teórico, mas
funciona muito bem para alguns outros assuntos que
não nos cabem por ora.
Entalpia Reticular
 A Energia Reticular, ou Entalpia Reticular, ou Energia de
Rede, simbolizada em química por Uo ou ΔHrede é,
portanto, a energia liberada quando da atração entre
dois íons com cargas opostas. Ainda, ela é definida em
fase gasosa, de tal forma que seja possível imaginar
dois átomos interagindo sem interferência, com todos os
seus vizinhos bem dispersos e separados.
 Trocando em miúdos, Uo é a entalpia da reação entre
dois íons em fase gasosa para formar um composto
iônico (geralmente um sal).
Mn+
(g) + Xm-
(g) MmXn(s) ΔH = Uo
Equação de Born-Landé
 Utilizando a Lei de Coulomb aplicada a esse exemplo, é
possível deduzir uma fórmula que calcule o valor de Uo
de maneira completamente eletrostática:
 Equação de Born-Landé:











b
A
r
ezz
U
1
1
4
||||
0
2
0 

Lei de
Coulomb
(Potencial)
Conversão
em Mol
Parâmetro geométrico
(arranjo no espaço)
Correção Diferencial
(Cálculo Numérico)
Lembre-se!
Negativo!!!
Equação de Born-Landè
 Fatos Importantes que devem estar em nossa mente
sobre essa forma da Entalpia Reticular:
 Valor de modelo e dependência Coulômbica/Geométrica;
 Ou seja, leva em conta apenas o modelo eletrostático;
 Admite um arranjo ideal do sal na forma cristalina, sem defeitos;
 Cálculos mostram que, de fato, o modelo é valido para 95% da
energia;
 Índice de Permissividade influencia no meio;
 O Valor de Uo é sempre calculado com constante dielétrica no
vácuo, mas a energia reticular pode se alterar conforme o meio;
 Requer alguns conhecimentos sobre o cristal, como estrutura
cristalina, fórmula e raios iônicos;
 Fatores r, n e A da fórmula;
Ciclo de Born-Haber
 Embora a equação seja um modelo bastante válido,
percebe-se que ela apresenta desvios, principalmente
em virtude dos parâmetros abordados anteriormente!
 Tentemos, então, realizar melhorias na nossa
interpretação da Entalpia Reticular, começando com a
questão da reação...
Vamos começar pelos materiais de partida...
Ciclo de Born-Haber
 Não possuímos, no entanto, íons em fase gasosa para
usar em nossas reações; de fato, a reação de formação
do nosso mesmo composto MX é escrita não da forma
iônica, mas da seguinte forma, que envolve as
substâncias na forma natural:
M(s) + 1/2X2(g) MX(s) ΔH= ?
 Como, então, relacionar a entalpia de formação da
reação realizada dessa forma à Entalpia Reticular que
conhecemos/podemos calcular?
Ciclo de Born-Haber
 Ora, sabemos que é possível realizar transformações na
matéria através do fornecimento de energia;
 Sabemos também que, segundo
a Lei de Hess, uma reação que
tenha vários caminhos possíveis
para chegar ao mesmo produto
sempre envolve a mesma
quantidade de energia em cada
um deles;
Ciclo de Born-Haber
 ...segundo essa discussão,...
M(s) X2(g) MX(s)+
M(g) M+
(g)
X(g) X-
(g)
2
1
+
ΔHi
ΔHge
ΔHf
Uo
ΔHs
ΔHf = ΔHs + ΔHi + 1/2 ΔHa + ΔHge + Uo
ΔHa2
1
Ciclo de Born-Haber
 ... Que utilizando a série de reações nesse Ciclo – que
nada mais é que uma aplicação da Lei de Hess – e
tendo os valores tabelados das entalpias individuais e o
valor calculado da Energia Reticular, é possível prever a
tendência de formação de um composto iônico
(Hformação)!
 E digo mais: se tivermos possibilidades de compostos
iônicos diferentes, que podem ser formados pelos
mesmos materiais de partida, poderemos intuir qual ou
quais deles serão formados, de fato!
 É ou não é maravilhoso?
Comparação
 Abaixo, comparemos alguns valores de Energia
Reticular, determinados experimentalmente e calculados
com a Eq. Born-Landé:
Exercícios
 Os exemplos a seguir podem nos mostrar algumas das
aplicações práticas dessa nossa nova descoberta. Para
realizar os exercícios, tenhamos em mente a Equação
de Born-Landé (Slide 10) e o Ciclo de Born-Haber (Slide
15)
Exercício
 Utilizando o Ciclo de Born-Haber e os dados a seguir,
calcule a Energia Reticular do composto Cloreto de
Cálcio (CaCl2):
 Dados (todos estão em kJ/mol):
 Entalpia de Atomização do Cálcio: 178
 Primeira Energia de Ionização do Cácio: 590
 Segunda Energia de Ionização do Càlcio: 1146
 Entalpia de Dissociação do Cloro Gasoso: 244
 Entalpia de Ganho de Elétron do Cloro: -349
 Entalpia de Formação do Cloreto de Cálcio: -795.8
Exercício
Ca(s) Cl2(g) CaCl2 (s)+
Ca(g) Ca2+
(g)
2Cl(g) 2Cl-
(g)
+
ΔHi1+ΔHi2
2ΔHge
ΔHf
Uo
ΔHa
ΔHD
ΔHf = ΔHa + (ΔHi1+ ΔHi2) + ΔHD + 2ΔHge + Uo
Uo = -ΔHa -(ΔHi1+ ΔHi2) -ΔHD -2ΔHge +ΔHf
Exercício
Uo = -178 -1736 -244 -2(-394) +(-795.8)
Uo = -2210.8 +1396
Uo = -814.8 kJ/mol
D E S A F I O
 Utilizando os dados a seguir, calcule a Entalpia de
Protonação da Amônia utilizando o Ciclo de Born-Haber:
 Dados (em kJ/mol):
 Entalpia Reticular NH4Cl: -679
 Entalpia de Formação da Amônia: -46
 Entalpia de Formação do Cloreto de Amônio: -314,4
 Entalpia de Dissociação do Hidrogênio: 439
 Entalpia de Dissociação do Cloro: 244
 Primeira Energia de Ionização do Hidrogênio 1314
 Entalpia de Ganho de Elétron do Cloro -349
D E S A F I O
Resolução:
ΔHprotonação = - [ΔHfamônia -ΔHfsal + ( ½ ΔHDH2
+ΔHiH) +½ ΔHDCl2 +ΔHge +Uo]
ΔHprotonação = - (-46 +314,4 +219,5 +1314 +122 -349 -679)
ΔHprotonação ~ - 895 kJ/mol
Muito Obrigado!
Turma EOQ - 2011

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Reações de Substituição Nucleofílica e de Eliminação
Reações de Substituição Nucleofílica e de EliminaçãoReações de Substituição Nucleofílica e de Eliminação
Reações de Substituição Nucleofílica e de EliminaçãoJosé Nunes da Silva Jr.
 
Reações de Ácidos Carboxílicos e Derivados
Reações de Ácidos Carboxílicos e DerivadosReações de Ácidos Carboxílicos e Derivados
Reações de Ácidos Carboxílicos e DerivadosJosé Nunes da Silva Jr.
 
Entalpia de formação e energia de ligação (2 ano)
Entalpia de formação e energia de ligação (2 ano)Entalpia de formação e energia de ligação (2 ano)
Entalpia de formação e energia de ligação (2 ano)Karol Maia
 
Aula 10 carga nuclear efetiva
Aula 10   carga nuclear efetivaAula 10   carga nuclear efetiva
Aula 10 carga nuclear efetivaJupira Silva
 
Apostila volumetria de oxirredução
Apostila volumetria de oxirreduçãoApostila volumetria de oxirredução
Apostila volumetria de oxirreduçãoGraziela Leal
 
Funções Inorgânicas
Funções InorgânicasFunções Inorgânicas
Funções Inorgânicasloirissimavivi
 
Equilíbrio Químico e Iônico
Equilíbrio Químico e IônicoEquilíbrio Químico e Iônico
Equilíbrio Químico e IônicoCarlos Priante
 
FUNÇÕES INORGÂNICAS COMPLETO
FUNÇÕES INORGÂNICAS COMPLETOFUNÇÕES INORGÂNICAS COMPLETO
FUNÇÕES INORGÂNICAS COMPLETOSilvio Gentil
 

Mais procurados (20)

Reações de Substituição Nucleofílica e de Eliminação
Reações de Substituição Nucleofílica e de EliminaçãoReações de Substituição Nucleofílica e de Eliminação
Reações de Substituição Nucleofílica e de Eliminação
 
Reações de Aldeídos e Cetonas
Reações de Aldeídos e CetonasReações de Aldeídos e Cetonas
Reações de Aldeídos e Cetonas
 
Reações de Ácidos Carboxílicos e Derivados
Reações de Ácidos Carboxílicos e DerivadosReações de Ácidos Carboxílicos e Derivados
Reações de Ácidos Carboxílicos e Derivados
 
Entalpia de formação e energia de ligação (2 ano)
Entalpia de formação e energia de ligação (2 ano)Entalpia de formação e energia de ligação (2 ano)
Entalpia de formação e energia de ligação (2 ano)
 
Aula 10 carga nuclear efetiva
Aula 10   carga nuclear efetivaAula 10   carga nuclear efetiva
Aula 10 carga nuclear efetiva
 
Projeções de newman
Projeções de newmanProjeções de newman
Projeções de newman
 
Ligações covalentes
Ligações covalentesLigações covalentes
Ligações covalentes
 
Geometria molecular
Geometria molecularGeometria molecular
Geometria molecular
 
PH e pOH
  PH  e pOH  PH  e pOH
PH e pOH
 
Lei de hess
Lei de hessLei de hess
Lei de hess
 
Aula Digital de Química - Ácidos e Bases
Aula Digital de Química - Ácidos e BasesAula Digital de Química - Ácidos e Bases
Aula Digital de Química - Ácidos e Bases
 
Apostila volumetria de oxirredução
Apostila volumetria de oxirreduçãoApostila volumetria de oxirredução
Apostila volumetria de oxirredução
 
Funções Inorgânicas
Funções InorgânicasFunções Inorgânicas
Funções Inorgânicas
 
Eletroquimica
EletroquimicaEletroquimica
Eletroquimica
 
Equilíbrio Químico
Equilíbrio QuímicoEquilíbrio Químico
Equilíbrio Químico
 
Polaridade
PolaridadePolaridade
Polaridade
 
Introdução às Reações Orgânicas
Introdução às Reações OrgânicasIntrodução às Reações Orgânicas
Introdução às Reações Orgânicas
 
Equilíbrio Químico e Iônico
Equilíbrio Químico e IônicoEquilíbrio Químico e Iônico
Equilíbrio Químico e Iônico
 
FUNÇÕES INORGÂNICAS COMPLETO
FUNÇÕES INORGÂNICAS COMPLETOFUNÇÕES INORGÂNICAS COMPLETO
FUNÇÕES INORGÂNICAS COMPLETO
 
Aula 6 aromaticidade
Aula 6   aromaticidadeAula 6   aromaticidade
Aula 6 aromaticidade
 

Semelhante a Ciclo de born haber

Aula 5 - Teoria dos Orbitais Moleculares.pptx
Aula 5 - Teoria dos Orbitais Moleculares.pptxAula 5 - Teoria dos Orbitais Moleculares.pptx
Aula 5 - Teoria dos Orbitais Moleculares.pptxDavidMangira
 
Exercicios química geral
Exercicios química geralExercicios química geral
Exercicios química geralUilson Alves
 
Eletrodinâmica Elementar
Eletrodinâmica ElementarEletrodinâmica Elementar
Eletrodinâmica Elementarleandrobertoldo
 
O Experimento de Franck Hertz
O Experimento de Franck HertzO Experimento de Franck Hertz
O Experimento de Franck HertzThiago Mosqueiro
 
aula 2 - - o modelo atômico de Bohr.pptx
aula 2 - - o modelo atômico de Bohr.pptxaula 2 - - o modelo atômico de Bohr.pptx
aula 2 - - o modelo atômico de Bohr.pptxguilhermeb7
 
Aula 4 - Modelo Atômico de Bohr
Aula 4 - Modelo Atômico de BohrAula 4 - Modelo Atômico de Bohr
Aula 4 - Modelo Atômico de BohrNewton Silva
 
582459657.estrutura atomica(pafor)
582459657.estrutura atomica(pafor)582459657.estrutura atomica(pafor)
582459657.estrutura atomica(pafor)Ricardo França
 
A Fisica do seculo XX Nicolau Gilberto Ferrato
A Fisica do seculo XX Nicolau Gilberto FerratoA Fisica do seculo XX Nicolau Gilberto Ferrato
A Fisica do seculo XX Nicolau Gilberto Ferratolasvegas4
 
Aula_Átomo e modelos atômicos_Final.pptx
Aula_Átomo e modelos atômicos_Final.pptxAula_Átomo e modelos atômicos_Final.pptx
Aula_Átomo e modelos atômicos_Final.pptxLucianeTomzRodrigues
 
O átomo e suas caraterísticas na Química
O átomo e suas caraterísticas na QuímicaO átomo e suas caraterísticas na Química
O átomo e suas caraterísticas na QuímicaRaquel Acácio Mendanha
 
Recuperação anual 1 poliedro
Recuperação anual 1 poliedroRecuperação anual 1 poliedro
Recuperação anual 1 poliedroAnalynne Almeida
 
Bohr e os raios-X
Bohr e os raios-XBohr e os raios-X
Bohr e os raios-Xcasifufrgs
 

Semelhante a Ciclo de born haber (20)

Teste nº 4 FQ
Teste nº 4 FQTeste nº 4 FQ
Teste nº 4 FQ
 
Atividade01
Atividade01Atividade01
Atividade01
 
Aula 5 - Teoria dos Orbitais Moleculares.pptx
Aula 5 - Teoria dos Orbitais Moleculares.pptxAula 5 - Teoria dos Orbitais Moleculares.pptx
Aula 5 - Teoria dos Orbitais Moleculares.pptx
 
Exercicios química geral
Exercicios química geralExercicios química geral
Exercicios química geral
 
Postulados de bohr
Postulados de bohrPostulados de bohr
Postulados de bohr
 
Eletrodinâmica Elementar
Eletrodinâmica ElementarEletrodinâmica Elementar
Eletrodinâmica Elementar
 
Atividade01
Atividade01Atividade01
Atividade01
 
O Experimento de Franck Hertz
O Experimento de Franck HertzO Experimento de Franck Hertz
O Experimento de Franck Hertz
 
aula 2 - - o modelo atômico de Bohr.pptx
aula 2 - - o modelo atômico de Bohr.pptxaula 2 - - o modelo atômico de Bohr.pptx
aula 2 - - o modelo atômico de Bohr.pptx
 
Aula 4 - Modelo Atômico de Bohr
Aula 4 - Modelo Atômico de BohrAula 4 - Modelo Atômico de Bohr
Aula 4 - Modelo Atômico de Bohr
 
582459657.estrutura atomica(pafor)
582459657.estrutura atomica(pafor)582459657.estrutura atomica(pafor)
582459657.estrutura atomica(pafor)
 
Fisica sec xx
Fisica sec xxFisica sec xx
Fisica sec xx
 
A Fisica do seculo XX Nicolau Gilberto Ferrato
A Fisica do seculo XX Nicolau Gilberto FerratoA Fisica do seculo XX Nicolau Gilberto Ferrato
A Fisica do seculo XX Nicolau Gilberto Ferrato
 
quimica geral Aula 03
quimica geral Aula 03quimica geral Aula 03
quimica geral Aula 03
 
Aula_Átomo e modelos atômicos_Final.pptx
Aula_Átomo e modelos atômicos_Final.pptxAula_Átomo e modelos atômicos_Final.pptx
Aula_Átomo e modelos atômicos_Final.pptx
 
O átomo e suas caraterísticas na Química
O átomo e suas caraterísticas na QuímicaO átomo e suas caraterísticas na Química
O átomo e suas caraterísticas na Química
 
Recuperação anual 1 poliedro
Recuperação anual 1 poliedroRecuperação anual 1 poliedro
Recuperação anual 1 poliedro
 
Ea01 alunos
Ea01 alunosEa01 alunos
Ea01 alunos
 
Bohr e os raios-X
Bohr e os raios-XBohr e os raios-X
Bohr e os raios-X
 
Modelos Atmicos2
Modelos Atmicos2Modelos Atmicos2
Modelos Atmicos2
 

Ciclo de born haber

  • 1. Ciclo de Born-Haber Energia Reticular e Ligação Iônica Preparado por Guilherme Z M Fahur Bottino Para o curso de Inorgânica do EOQ Julho de 2011
  • 2. Referências  Literatura Principal:  SHRIVER, D. F. (Duward F.) (autor); ATKINS, P. W. (coaut.). Inorganic chemistry. 3rd ed. Oxford: Oxford Univ. Press.  Literatura Recomendada:  HUHEEY, James E (autor); KEITER, Ellen A (coaut.); KEITER, Richard L (coaut.). Inorganic chemistry: principles of structure and reactivity. 4th ed. New York, N.Y.: HarperCollins  SMART, Lesley (autor); MOORE, Elaine (Elaine A.) (coaut.). Solid state chemistry: an introduction. 3rd ed. Boca Raton, Fla.: Taylor and Francis/CRC.
  • 3. Ligação Iônica  “Ligação” iônica – Atração de caráter eletrostático entre partículas possuidoras de cargas de sinais opostos.  Geralmente muito forte, dada a ordem da Força Eletrostática entre as partículas, comparativamente à sua massa. No entanto, muito dependente do meio em que se localizam (Parâmetro eo da Lei de Coulomb)
  • 4. Ligação Iônica  Energia Reticular: Para que exista coesão entre os átomos, em se tratando de uma atração eletrostática, ela é regida pelas Leis de Coulomb, que são uma das possíveis explicações para o gráfico ao lado, bastante famoso no quesito ligação.
  • 5. Ligação Iônica  A linha Rosa acima da origem (Positiva, portanto aumenta a energia do composto) se refere à energia potencial elétrica (Coulômbica) entre duas cargas de mesmo sinal, a saber os elétrons das nuvens eletrônicas dos dois átomos envolvidos na ligação.
  • 6. Ligação Iônica  A linha Verde abaixo da origem (Negativa, portanto diminui a energia do composto) se refere à energia potencial elétrica (Coulômbica) entre duas cargas de sinais opostos, a saber as cargas relativas dos átomos da ligação.
  • 7. Ligação Iônica  A linha Azul representa a energia resultante (soma das duas linhas). Percebe-se que ela gera um pequeno “poço”, cujo fundo está sinalizado com o círculo laranja. Ele simboliza o estado de menor energia possível para a ligação.
  • 8. Ligação Iônica  Essa energia, de sinal negativo, que está no fundo do Poço, é denominada Energia Reticular, e é a energia da ligação iônica. De forma análoga, o valor do ponto no eixo x dá a distância internuclear.
  • 9. Mas... Mas... Mas...  MAS... Como é possível determinar a Distância Internuclear se, segundo o Modelo Heisenberg- deBroglie - Schrödinger não sabemos a posição dos elétrons?  Na verdade, o Poço de Morse é uma aproximação que leva em conta as pequenas vibrações da molécula, e só vai possuir E mínima quando d = dmédia de ligação. Portanto, o poço é baseado em um valor teórico, mas funciona muito bem para alguns outros assuntos que não nos cabem por ora.
  • 10. Entalpia Reticular  A Energia Reticular, ou Entalpia Reticular, ou Energia de Rede, simbolizada em química por Uo ou ΔHrede é, portanto, a energia liberada quando da atração entre dois íons com cargas opostas. Ainda, ela é definida em fase gasosa, de tal forma que seja possível imaginar dois átomos interagindo sem interferência, com todos os seus vizinhos bem dispersos e separados.  Trocando em miúdos, Uo é a entalpia da reação entre dois íons em fase gasosa para formar um composto iônico (geralmente um sal). Mn+ (g) + Xm- (g) MmXn(s) ΔH = Uo
  • 11. Equação de Born-Landé  Utilizando a Lei de Coulomb aplicada a esse exemplo, é possível deduzir uma fórmula que calcule o valor de Uo de maneira completamente eletrostática:  Equação de Born-Landé:            b A r ezz U 1 1 4 |||| 0 2 0   Lei de Coulomb (Potencial) Conversão em Mol Parâmetro geométrico (arranjo no espaço) Correção Diferencial (Cálculo Numérico) Lembre-se! Negativo!!!
  • 12. Equação de Born-Landè  Fatos Importantes que devem estar em nossa mente sobre essa forma da Entalpia Reticular:  Valor de modelo e dependência Coulômbica/Geométrica;  Ou seja, leva em conta apenas o modelo eletrostático;  Admite um arranjo ideal do sal na forma cristalina, sem defeitos;  Cálculos mostram que, de fato, o modelo é valido para 95% da energia;  Índice de Permissividade influencia no meio;  O Valor de Uo é sempre calculado com constante dielétrica no vácuo, mas a energia reticular pode se alterar conforme o meio;  Requer alguns conhecimentos sobre o cristal, como estrutura cristalina, fórmula e raios iônicos;  Fatores r, n e A da fórmula;
  • 13. Ciclo de Born-Haber  Embora a equação seja um modelo bastante válido, percebe-se que ela apresenta desvios, principalmente em virtude dos parâmetros abordados anteriormente!  Tentemos, então, realizar melhorias na nossa interpretação da Entalpia Reticular, começando com a questão da reação... Vamos começar pelos materiais de partida...
  • 14. Ciclo de Born-Haber  Não possuímos, no entanto, íons em fase gasosa para usar em nossas reações; de fato, a reação de formação do nosso mesmo composto MX é escrita não da forma iônica, mas da seguinte forma, que envolve as substâncias na forma natural: M(s) + 1/2X2(g) MX(s) ΔH= ?  Como, então, relacionar a entalpia de formação da reação realizada dessa forma à Entalpia Reticular que conhecemos/podemos calcular?
  • 15. Ciclo de Born-Haber  Ora, sabemos que é possível realizar transformações na matéria através do fornecimento de energia;  Sabemos também que, segundo a Lei de Hess, uma reação que tenha vários caminhos possíveis para chegar ao mesmo produto sempre envolve a mesma quantidade de energia em cada um deles;
  • 16. Ciclo de Born-Haber  ...segundo essa discussão,... M(s) X2(g) MX(s)+ M(g) M+ (g) X(g) X- (g) 2 1 + ΔHi ΔHge ΔHf Uo ΔHs ΔHf = ΔHs + ΔHi + 1/2 ΔHa + ΔHge + Uo ΔHa2 1
  • 17. Ciclo de Born-Haber  ... Que utilizando a série de reações nesse Ciclo – que nada mais é que uma aplicação da Lei de Hess – e tendo os valores tabelados das entalpias individuais e o valor calculado da Energia Reticular, é possível prever a tendência de formação de um composto iônico (Hformação)!  E digo mais: se tivermos possibilidades de compostos iônicos diferentes, que podem ser formados pelos mesmos materiais de partida, poderemos intuir qual ou quais deles serão formados, de fato!  É ou não é maravilhoso?
  • 18. Comparação  Abaixo, comparemos alguns valores de Energia Reticular, determinados experimentalmente e calculados com a Eq. Born-Landé:
  • 19. Exercícios  Os exemplos a seguir podem nos mostrar algumas das aplicações práticas dessa nossa nova descoberta. Para realizar os exercícios, tenhamos em mente a Equação de Born-Landé (Slide 10) e o Ciclo de Born-Haber (Slide 15)
  • 20. Exercício  Utilizando o Ciclo de Born-Haber e os dados a seguir, calcule a Energia Reticular do composto Cloreto de Cálcio (CaCl2):  Dados (todos estão em kJ/mol):  Entalpia de Atomização do Cálcio: 178  Primeira Energia de Ionização do Cácio: 590  Segunda Energia de Ionização do Càlcio: 1146  Entalpia de Dissociação do Cloro Gasoso: 244  Entalpia de Ganho de Elétron do Cloro: -349  Entalpia de Formação do Cloreto de Cálcio: -795.8
  • 21. Exercício Ca(s) Cl2(g) CaCl2 (s)+ Ca(g) Ca2+ (g) 2Cl(g) 2Cl- (g) + ΔHi1+ΔHi2 2ΔHge ΔHf Uo ΔHa ΔHD ΔHf = ΔHa + (ΔHi1+ ΔHi2) + ΔHD + 2ΔHge + Uo Uo = -ΔHa -(ΔHi1+ ΔHi2) -ΔHD -2ΔHge +ΔHf
  • 22. Exercício Uo = -178 -1736 -244 -2(-394) +(-795.8) Uo = -2210.8 +1396 Uo = -814.8 kJ/mol
  • 23. D E S A F I O  Utilizando os dados a seguir, calcule a Entalpia de Protonação da Amônia utilizando o Ciclo de Born-Haber:  Dados (em kJ/mol):  Entalpia Reticular NH4Cl: -679  Entalpia de Formação da Amônia: -46  Entalpia de Formação do Cloreto de Amônio: -314,4  Entalpia de Dissociação do Hidrogênio: 439  Entalpia de Dissociação do Cloro: 244  Primeira Energia de Ionização do Hidrogênio 1314  Entalpia de Ganho de Elétron do Cloro -349
  • 24. D E S A F I O Resolução: ΔHprotonação = - [ΔHfamônia -ΔHfsal + ( ½ ΔHDH2 +ΔHiH) +½ ΔHDCl2 +ΔHge +Uo] ΔHprotonação = - (-46 +314,4 +219,5 +1314 +122 -349 -679) ΔHprotonação ~ - 895 kJ/mol