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Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 85
Recursos naturais e uso da terra em áreas de produção
familiar rural, médio alto Uruguai, RS*
1
Janete Teresinha Reis,2
Vera Maria Favila Miorin
1
Mestre em Geomática/UFSM, Santa Maria, RS
e-mail: georeis2003@yahoo.com.br
2
Profa
. Dra
. Departamento de Geociências, CCNE/UFSM, Santa Maria, RS
e-mail: vmiorin.sma@terra.com.br
Resumo
O trabalho tem a preocupação em quantificar o recurso terra e
sua disponibilidade nas unidades familiares rurais, determinando as formas
de uso, a renda bruta proveniente da atividade agropecuária e as formas de
relevo predominantes nos estabelecimentos rurais. Estas formas são
especificadas sob o enfoque da sustentabilidade e do equilíbrio ambiental
no uso dos recursos, tendo como perspectiva a garantia da preservação fu-
tura, diante da ação antrópica. Enfatiza ainda a importância da conservação
dos solos nestas unidades de produção e o papel que os recursos naturais
representam no conjunto das atividades produtivas. O trabalho foi origi-
nalmente dividido em quatro partes e dirigido ao estudo de caso tendo
como universo empírico a Região do Médio Alto Uruguai. Em seu conteú-
do são abordadas temáticas referentes: a agricultura familiar; disponibilida-
de de recursos naturais e reprodução social e econômica das unidades obje-
to de análise.
Palavras-chave: Recurso Terra, Agricultura Familiar, Reprodução
Socioeconômica, Sustentabilidade.
Summary
The work has the concern in quantifying the resource land and its
availability in the agricultural familiar units, determining the forms of use,
the gross income proceeding from the farming activity and the predominant
relief forms in the agricultural establishments. These forms are specified
under the approach of the sustainability and the ambient balance in the use
*Trabalho de Graduação na obtenção do Grau de Licenciado em Geografia/CCNE/UFSM
86 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006
of the resources and having as perspective the guarantee of the future
preservation, ahead of the entropy action. It still emphasizes the importance
of the conservation of ground in these units of production and the roll that
the natural resources represent in the set of the productive activities. These
forms are specified under the approach of the sustainability and the
environment balance in the use of the resources and having as perspective
the guarantee of the future preservation, ahead of the entropy action. It
still emphasizes the importance of the ground conservation in these units
of production and the roll the natural resources represent in the set of the
productive activities. The work originally was divided in four parts and
directed to the case study having as empirical universe the Region of the
Medium-High Uruguay. In its content it approaches the concepts referring
to familiar agriculture; availability of natural resources and social and
economic reproduction of the units, analysis objects.
Key Words: land resource, family agriculture, social and economic
reproduction, sustainability.
1. Introdução
As deficiências e as dificuldades apresentadas pelas unidades fa-
miliares rurais vem se tornando alvo de atenção e preocupação em nível
nacional e estadual, devido à representatividade da agricultura familiar no
tocante da produção e atendimento aos mercados locais e regionais. Neste
particular, destaca-se a porção norte do Estado do Rio Grande do Sul, en-
tre as coordenadas geográficas de 52º 43' 4" a 53º 44' 34" de longitude oeste
e 27º 5' 1" a 27º 47' 31" de latitude sul. Referindo-se as propriedades rurais
dos municípios de Alpestre, Cristal do Sul, Caiçara, Frederico Westphalen,
Pinhal, Vista Alegre, Erval Seco, Rodeio Bonito, Liberato Salzano,
Pinheirinho do Vale, Planalto, Seberí e Vicente Dutra que compreendem a
área estudada e caracterizada pela pequena propriedade familiar, entendida
como sendo explorada exclusiva ou principalmente pelo trabalho familiar.
A investigação teve a preocupação de quantificar o recurso terra e
sua disponibilidade nas unidades de produção familiar rurais, determinan-
do as formas de uso da terra assim como, as formas de relevo existentes nas
propriedades e a classificação dos solos, como base de entendimento para
as perspectivas futuras de permanência dos produtores familiares no cam-
po. O estudo estendeu atenção especial ao equilíbrio entre o uso dos recur-
sos e sua manutenção futura. Sendo necessário para tanto, organizar, anali-
sar e interpretar as formas de exploração da terra, o tipo de relevo explora-
do, bem como a atividade agropecuária explorada para minimizar os impac-
tos negativos sobre o solo.
Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 87
Para os procedimentos metodológicos utilizou-se de informações
coletadas a campo (Entrevistas) armazenadas em tabelas organizadas pelo
programa excel que compõe o Banco de Informações sobre os municípios
do Médio Alto Uruguai, distribuídos em escala municipal. Sobre estas in-
formações foram selecionadas as variáveis pertinentes ao presente estudo e
isoladas em uma planilha específica permitindo a aplicação do software
statistica (Softstat). O tratamento das variáveis e as análises foram orienta-
dos no sentido da ordenação e da classificação em geografia sob a ótica da
abordagem sistêmica permitindo trabalhar inúmeras informações sem per-
der as interações e as correlações pertinentes ao estudo da espacialidade
dos fenômenos observados.
3. Fundamentação teórica
3.1 Caracterização dos recursos naturais
O que vem a ser um recurso? Paterson (1975) em sua afirmativa
caracteriza como sendo o conjunto de condições naturais de que o planeta
foi dotado: rochas, minérios, terra, água, vegetação e animais selvagens.
Normalmente fala-se desses recursos como "naturais", no sentido da exis-
tência, por ser independente das ações do homem e resultante de um aci-
dente geológico, bem como resultante de processos físicos iniciados no
começo dos tempos. Porém a distribuição destes recursos naturais ocorre
de forma desigual em nosso planeta e algumas regiões são mais favorecidas
do que outros. Contudo, deve-se ter o pensamento de que eles são "em-
prestados" as gerações, as quais devem agir e planejar o seu uso em benefí-
cio próprio e delegando-os as novas gerações.
O primeiro e o mais óbvio dos recursos naturais, apontados por
Paterson (1975) é a água "doce" e o outro recurso se constitui na terra e em
seus produtos agrícolas e minérios, medidos pela proporção de "renda dire-
ta" e de riqueza nacional que oferece. Salienta-se que este último vem dimi-
nuindo com a passagem do tempo. O homem ao iniciar a derrubada de
florestas, a semeadura e a irrigação passou a alterar a ação da atmosfera e,
conseqüentemente, as mudanças climáticas vêm ocorrendo de maneira im-
perceptível no equilíbrio térmico. A chuva e o sistema de ventos são con-
siderados processos secundários e tendem a ter efeitos mais restritos
(Drews, 1986).
Os solos representam um fator do ambiente humano e tem vital
importância ao permitir a formação da "renda direta" e significando a possi-
bilidade alimentar, onde a qualidade dos solos é sempre um fator
88 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006
determinante do rendimento das culturas. Eles mantêm-se em equilíbrio
com os fatores que determinam suas características; o clima, os materiais
de origem, a topografia, a biota e o tempo, ocorrendo qualquer mudança
em um destes fatores afetará também o solo com grau de variação, devido a
sua sensibilidade a cada tipo de tensão.
A textura do solo dificilmente muda, a menos que seja adicionada
grande quantidade de areia grossa ou de matéria orgânica fibrosa, porém a
sua composição química e biológica, segundo Drews (1986) variam com
muito mais facilidade e provocam posteriores efeitos na estrutura e na dre-
nagem dos solos. A deterioração da estrutura dos solos resulta da crescen-
te mecanização da lavoura, do preparo do solo lavrado e gradeado em épo-
cas impróprias pelos agricultores que, sob pressão econômica, realizam se-
meaduras mais cedo.
Em sua ação o homem deveria conhecer os fatores que determi-
nam o caráter do solo em uso, pelo menos em nível local. Entre esses fato-
res intrínsecos e que possibilitam a fertilidade de um solo destacando-se a
sua estrutura física e a textura que o constitui. Além disso, é necessário
também considerar os teores de calcário do solo e a natureza mineral de
seus contribuintes como bem analisa Mounnier e Stengel, 1982 apud Ro-
meiro, 1998, p.190.
O mais negativo dos efeitos do homem sobre o solo consiste em
criar condições para que ocorra a erosão parcial ou total de seu manejo
inadequado. Muitos vêem o solo como formador de "renda direta" e para
isto utilizam uma série de tecnologias mecânicas e químicas. Não se ignora
que a produtividade agrícola é uma atividade complexa, pois ela depende da
fertilidade do solo, assim como das condições do clima e da declividade dos
terrenos.
Um dos fatores responsáveis para que ocorra equilíbrio no
ecossistema é a presença da vegetação nativa. No momento da retirada da
vegetação nativa, se estabelece um rompimento no equilíbrio natural exis-
tente. A utilização exagerada de implementos agrícolas, como o arado e a
grade, além do trânsito freqüente de máquinas e implementos pesados pro-
voca a destruição da estrutura do solo e contribui na alteração do equilíbrio
no ecossistema, pois a pulverização da camada superficial dos solos auxilia
na formação de camadas compactadas, superficiais e sub-superficiais.
Primavezi (1985, p.527) ao se referir ao equilíbrio do ecossistema,
considerando os solos como elemento fundamental, escreve: "o futuro do
Brasil está ligado a sua terra. O manejo adequado de seus solos é a chave
mágica para a prosperidade e bem estar geral". No Rio Grande do Sul, parte
dos solos agrícolas, inclusive os das áreas planas de várzeas, apresentam
problemas de conservação. No geral, pode-se dizer que apenas os solos
Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 89
com matas nativas ou pastagens permanentes de boa qualidade não apre-
sentam maiores problemas.
3.2 O recurso solo da área de estudo
A recurso solo é abordado pelo Macrozoneamento Agroecológico
e Econômico: Regiões Agroecológicas do Estado do Rio Grande do Sul, de
Região das Encostas Basálticas e Outras Áreas Declivosas (Região II), de
acordo com a classificação realizada pela Secretária de Agricultura e Abas-
tecimento do Governo do Estado e Centro Nacional da Pesquisa do Trigo/
EMBRAPA, no ano de 1994. Compreende esta Região II, nove dos treze
municípios da área estudada, a saber: Seberi, Frederico Westphalen, Caiçara,
Vicente Dutra, Planalto, Rodeio Bonito, Alpestre, Liberato Salzano e
Erval Seco.
Pela classificação, os solos em destaque são originados do basalto
(Encostas basalticas do RS), e ocorrem especialmente os solos Litólicos,
Cambissolos, Brunizens, Terras Brunas e afloramento de rochas. É muito
comum a ocorrência de associações como é o caso da associação de solos
Brunizens Avermelhado com Litólicos (associação das unidades de
mapeamento Ciríaco e Charrua).
De maneira geral, as características mais ou menos comum a to-
dos os solos são as do tipo acentuadas declividades, a pequena profundida-
de (solos rasos), os afloramentos de rocha e a presença de pedras na super-
fície, ocupando paisagens em relevos acentuados, muitas vezes, com forte
ondulação e/ou montanhoso. São consideradas como exceções às áreas pla-
nas das várzeas que se estendem ao longo dos rios e que possuem solos
mais profundos, geralmente sem pedras na superfície, mas, esporadicamente
sujeitos a inundações temporárias. Além disso, estes solos têm recebido
intenso cultivo anual, ao longo dos anos e normalmente em pequenas áreas
de propriedades, consideradas como pequenas propriedades ao possuírem
uma extensão de terra equivalente a um ou menos de um módulo rural.
Uma característica encontrada nas porções de declividade acentu-
ada é a exploração da pecuária de médio e pequeno porte, determinados
pela pecuária leiteira e suinocultura, além do criatório de aves, caracteriza-
dos pela presença de aviários. A utilização dos solos das áreas de declividade
acentuada com culturas anuais vem provocando erosão hídrica, devido a
freqüência das chuvas torrenciais frente a acentuada declividade dos solos,
sendo comum o uso, em pequenas áreas, para as culturas anuais e, também,
das lavouras de subsistência.
O grande problema do Médio Alto Uruguai consiste no intenso
uso agrícola do solo, o qual ainda que adequado, apresenta declividades no
terreno, que não permitem a formação de camadas profundas de solo. As-
90 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006
sim, em muitas áreas não se pode realizar um uso intenso com cultivos,
além de culturas anuais sob pena de ocorrer rápido desgaste e empobreci-
mento, provocados pela erosão gravitacional (lixiviação) dos solos. Neste
caso, segundo Macrozoneamento Agroecológico e Econômico (1994) a
recomendação recai sobre a produção de culturas anuais em áreas não mui-
to extensas, além da utilização da rotação de culturas e do preparo mínimo
optando-se pelo plantio direto. Os resíduos das culturas devem ser manti-
dos na superfície aliados a adubação orgânica com estercos ou o uso racio-
nal de adubos e corretivos minerais.
Recomenda, também, o cultivo mínimo com ervilhaca, o qual é
indicado como excelente prática de manejo para culturas anuais. Além dis-
so, deve ser intensificado o emprego de práticas conservacionistas, tais
como cultivo em torno, cordões de vegetação permanente, culturas em fai-
xas, cordões de pedra, conforme indicação do Macrozoneamento
Agroecológico e Econômico: regiões agroecológicas do Estado do Rio
Grande do Sul (1994).
3.3. O relevo da área de estudo
O relevo afeta a agricultura através da inclinação, altitude e drena-
gem. Qualquer um destes fatores poderá tornar a agricultura, inviável eco-
nomicamente, ou mesmo, impossível, os dois primeiros por serem excessi-
vos e o último por ser inadequado. A inclinação associa-se com a velocida-
de crescente do deslizamento, com o movimento de massa e com a erosão
do solo (Paterson, 1975). O cultivo de encostas acentuadas, na maioria das
vezes, causa danos à terra a longo prazo, assim como pode causar catástro-
fes imediatas, além da ocorrência de deslizamento de terras e inundações.
A altitude afeta a agricultura devido as suas características associadas a bai-
xas temperaturas, umidade e instabilidade econômica. As temperaturas afe-
tam a taxa de crescimento das plantas em determinadas altitudes e sob con-
dições frias e úmidas favorecendo, apenas, a um número limitado de cultu-
ras (Paterson, 1975). A drenagem geralmente está associada a áreas com
inundações ou com excesso de água tornando as terras alagadiças sendo
possível usá-las, depois de construir meios de drenagem.
A intervenção humana abrevia o tempo e intensifica a modifica-
ção da paisagem tendo na erosão do solo um de seus resultados. Em refe-
rência a topografia se destaca a presença de diferentes tipos de relevo que
caracterizam as terras de uso para fins rurais o que permitiu, no trabalho,
organizar a distribuição das formas de relevo e a distribuição do uso da
terra nas unidades de produção familiares. Em sua distribuição de uso da
terra predominam percentuais maiores nas áreas de Encosta Moderada,
Acentuada e Terras de Vales.
Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 91
3.4. A Problemática das unidades de produção familiar rural do médio alto
Uruguai, RS
A agricultura nos últimos decênios tem-se mostrado ineficaz na
manutenção do homem no campo, pois este não encontra condições e al-
ternativas para se manter e, menos ainda, para tentar se promover como
agricultor. Esta situação decorre de vários fatores, entre eles a mecanização
no campo, que trouxe consigo a expansão da lavoura comercial, dando ori-
gem as extensas áreas de monoculturas e exigindo mais disponibilidade de
área, uma vez que as políticas de financiamento, direcionadas para algumas
culturas de exportação, geram perspectivas lucrativas.
Em contrapartida, os produtores que não possuem extensas áreas
transformam-se em produtores marginais ao processo produtivo e se vol-
tam para a lavoura de abastecimento do mercado interno, dos pequenos
mercados e para a sobrevivência familiar. A comercialização no mercado
interno não possibilitou ganhos suficientes para realizar avanços técnicos
ou gerenciamento racional ao longo de um tempo, o que pode ser traduzi-
do como falta de especialização do homem rural que, ao diversificar suas
atividades, não encontrou métodos de racionalização somados a pouca ins-
trução formal.
O baixo grau de conhecimento geral, também contribuiu para di-
ficultar a assimilação de novas tecnologias fazendo com que o
distanciamento se tornasse mais intenso ao longo do tempo. Levando em
consideração os tipos de propriedades familiares produtivas, entende-se que as
propriedades familiares periféricas e as semiconsolidadas estão entre as que
apresentam maior gama de problemas. Via de regra, as propriedades de transi-
ção estão em posição melhor que as de subsistência, mas seus problemas asse-
melham-se. Além dos problemas técnicos, essas propriedades familiares se
deparam como questões ligadas a pobreza e escassez de terras; pouca e não-
especializada mão-de-obra o que caracteriza a ausência de capitalização.
Atualmente tem-se como consenso que o esgotamento do solo é
um dos principais condicionantes que levou as unidades de produção a se
descapitalizar em seu processo produtivo. O esgotamento foi fruto do uso
intensivo de tecnologias cujo manuseio e adequação foram incorretos e
que teria provocado a compactação e/ou acelerado o processo de erosão do
solo, diminuindo a produtividade e prejudicando o ecossistema, além de
reduzir as condições financeiras dos agricultores.
Destaca-se que a necessidade dos recursos naturais à sobrevivên-
cia humana nem sempre é acompanhada de uma consciência conservadora
e preservadora das riquezas existentes. Em muitos momentos, as necessi-
dades transformam-se em ações destrutivas em que, mesmo diante de uma
abundância de recursos, é possível ocorrer impactos e deterioração, dando
92 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006
origem aos problemas ambientais. Por outro lado, entender que as relações
entre o homem e a natureza sempre resultam em degradação é desconhecer
ou, até mesmo, negar as possibilidades de existência de uma exploração
adequadamente equilibrada.
4. Resultados: solo e relevo nos municípios de estudo
Os resultados sobre uso da terra em diferentes topografias dos
estabelecimentos rurais dos municípios no Médio Alto Uruguai - RS, per-
mitem que se destaque solos com declividade acentuada e de pequena pro-
fundidade (C-Ch), classificados como solos rasos evidenciando um culti-
vo inadequado das Encostas Acentuadas e das Terras de Várzea. Destaca-se
nesta classificação os municípios de: Alpestre, Erval Seco, Planalto, Rodeio
Bonito e Vicente Dutra. Os solos do tipo Ec, cujas características são oriun-
das da origem basáltica, com afloramento de rochas, mas contendo boa
textura e topografia ondulada permitindo maior extensão da área em uso.
Com estas características ressalta-se os municípios de: Caiçara, Seberi,
Frederico Westphalen e Liberato Salzano.
As unidades de produção familiar de Caiçara possuem percentuais
significativos de Terras de Várzea e de Encosta Moderada para desenvolver
suas atividades. Porém, o uso da Terra é caracterizado por Encosta Acentu-
ada e Morro, correspondendo a uma parcela ligeiramente significativa en-
tre as terras disponíveis, não sendo, necessariamente, utilizadas com ativi-
dades agrícolas.
No município de Cristal do Sul e Rodeio Bonito, se destacam a
topografia com acentuada declividade e pouca espessura dos solos, classifi-
cados como solos pobres. Devido a estas condições, deverá ocorrer análise
mais detalhada, a fim de detectar o tipo mais adequado de uso da terra.
O município de Erval Seco possui traços nítidos que esta ativida-
de agrícola é desenvolvida sobre uma topografia disponível, constituída de
Encosta Moderada e Encosta Acentuada. Os solos apresentam problemas
de uso limitando-se a necessidade de conhecimento maior e gerenciamento
de uso balanceado, em virtude do percentual de uso das Encostas Modera-
das e Acentuadas. Desta forma, permite inferir que o uso da terra nestas
unidades está sendo praticado de forma inadequada.
No município de Frederico Westphalen, tem-se o uso da terra so-
bre topografia de Encosta Moderada seguida de Encosta Acentuada. Os
solos apresentam fertilidade natural relativamente baixa.
No município de Liberato Salzano, correlacionando a atividade
agrícola com a topografia local, as unidades familiares rurais constituem-se
no intenso uso das Encostas Moderadas, seguidas de Encosta Acentuada.
Neste caso, o uso do solo é de caráter inadequado por ocorrer sobre as
Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 93
Encostas Acentuadas, facilitando a presença da erosão hídrica, definida pelo
escoamento superficial.
No município de Pinhal, observa-se que as unidades de produção
desenvolvem suas atividades sobre Encosta Acentuada, Encosta Moderada
e sobre Morros. Os solos revelam fragilidade devido a pouca profundidade,
declividade acentuada e uso intensivo da terra independentemente da to-
pografia local. Desta forma, entende-se que ocorrem práticas agrícolas nas
Encostas Acentuadas e até em Morros, o que determina um uso inadequa-
do do solo.
Com relação ao município de Pinheirinho do Vale, caracteriza um
uso adequado do solo, com fertilidade baixa nas áreas mais elevadas, justi-
ficando o uso de culturas em Terras de Vales que, neste caso, se revelam
como ideal para a prática da atividade agrícola. Contudo, o alto percentual
de uso das Encostas Moderadas, onde a fertilidade tende a diminuir, identi-
fica-se como área de risco por desgaste de suas condições que revelam im-
pactos negativos.
Levando em consideração a topografia das unidades familiares ru-
rais do município de Planalto, percebe-se que o uso da terra ocorre sobre
Terras de Vale e de Encostas Moderadas. Além disso, as unidades de produ-
ção familiares possuem Encosta Acentuada, ocupadas com atividade pecu-
ária. O uso da terra limita-se a alta declividades, pouca profundidade dos
solos e sujeitos a processos erosivos.
No que concerne ao município de Rodeio Bonito, as unidades
familiares rurais exibem uma renda bruta praticamente semelhante para suas
atividades agrícola e de pecuária. Referindo-se a topografia destas unidades
familiares rurais, observa-se o predomínio de Encosta Moderada, seguido
de Encosta Acentuada. Os solos apresentam pouca profundidade, com
afloramentos de rochas que em presença de um uso agrícola intensivo so-
bre as Encostas Acentuadas, revelam-se como de risco.
A análise da topografia das unidades familiares rurais de Seberi
revela o uso da terra sobre Encosta Moderada e Encosta Acentuada. Os
solos predominantes são ricos em nutrientes minerais de origem basáltica,
com declividade moderada e mais profunda. Estes solos têm recebido cul-
tivos intensivos em lavouras de subsistência e, portanto, sujeitos a poucos
investimentos e técnicas de produção.
Quanto ao município de Vicente Dutra, a topografia das unidades
apresentam o seu maior percentual sobre Encosta Moderada e Terras de
Vale, caracterizadas como áreas ideais para a prática agrícola. Cabe ressaltar
que as unidades familiares rurais ocupam as Terras de Várzea e de Morros.
Neste município os solos são rasos, cuja topografia apresenta uma
declividade acentuada, com afloramento de rochas e pobres em nutrientes,
sendo, por sua vez inadequados ao uso intensivo.
94 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006
O município de Vista Alegre se destaca topograficamente ao uso
de Encosta Moderada, seguida de Terra de Vale. Os solos são rasos e sujei-
tos a erosão, apresentando afloramentos rochosos. Adaptando-se bem ao
uso da pecuária, ainda que cobertos com vegetação nativa. Estas condições
permitem evidenciar que o uso do solo esteja sendo realizado de maneira
adequada.
Analisando-se o conjunto dos municípios, tem-se que os tipos e
associações de solos existentes no Médio Alto Uruguai - RS, definem am-
bientes, cujos solos estão sujeitos a erosões, pela presença de relevos aci-
dentados e pela remoção da cobertura vegetal. Deste modo, a população
passou a desenvolver atividades agropecuárias de forma intensiva, sob con-
dições de solos, ainda que adequados, com declividades acentuadas e sujei-
tos ao desgaste e empobrecimento, como já ocorreu em tempos passados
(década de 1950).
4.1 Análise dos resultados
Considerando-se as atividades agropecuárias, em relação aos ti-
pos de relevo e solos, pode-se agrupar os municípios como de atividades
adequadas, semi-adequadas e atividades inadequadas, no que se refere a ex-
ploração e preservação dos recursos:
Municípios com Atividades Agropecuárias Adequadas: Consti-
tui-se este primeiro grupo pelos municípios de Pinheirinho do Vale e Pla-
nalto. Eles se identificam por um uso do solo topograficamente mais ade-
quado para a atividade agropecuária. Isto se deve ao elevado percentual de
Terras de Vale e Encosta Moderada predominante em suas unidades de pro-
dução (Tabela 1).
Municípios com Atividades Agropecuárias Semi-Adequadas:
Alpestre, Cristal do Sul, Caiçara, Frederico Westphalen, Rodeio Bonito,
Seberi, Vicente Dutra e Vista Alegre (Tabela 2).
Estes municípios apresentam sua formação de renda alicerçada em
atividades agropecuárias desenvolvidas sobre uma topografia variada, cujo
uso do solo nem sempre atende as condições de adequação, como é o caso
da elevada presença de Morros e Encostas Acentuadas com o domínio da
agricultura em suas atividades de produção e de geração de renda bruta.
Deste modo, alguns estabelecimentos apresentam atividades ade-
quadas e outras não adequadas, conforme a atividade desempenhada e a
forma do relevo que está sendo explorada com atividade agropecuária. Al-
gumas áreas oferecerem limite de uso devido a sua declividade acentuada.
Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 95
Tabela 1. Municípios classificados como atividade agropecuária adequada
Fonte: Entrevistas realizadas nos estabelecimentos rurais e Macrozoneamento.
Org: REIS, J. T. 2002.
Tabela 2. Municípios com atividade agropecuária semi-adequada
Fonte: Entrevistas realizadas nos estabelecimentos rurais e Macrozoneamento.
Org: REIS, J. T. 2002.
3
Levou-se em consideração a variável topográfica como sendo a mais expressiva para realizar
a presente classificação, aliada ao tipo de uso da terra.
oipícinuM
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96 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006
Municípios com atividades agropecuárias inadequadas: Este últi-
mo grupo compreende os municípios de Erval Seco; Liberato Salzano;
Pinhal. Eles se caracterizam topograficamente pelo uso do solo inade-
quado, devido ao elevado percentual de Encosta Moderada, Encosta Acen-
tuado e Morro. Sendo assim, infere-se que nestes municípios o impacto
negativo sobre as propriedades familiares rurais está mais acentuado (in-
tenso).
A atividade agrícola se revela como a mais difundida para todos os
municípios e exerce importante papel na economia local e regional, consti-
tuindo-se na maior fonte de renda econômica. A exploração das atividades
agropecuárias nas unidades de produção familiar destes municípios ocorre
principalmente sobre, Encosta Moderada e Encosta Acentuada (Tabela 3).
Porém, o uso da terra atende as necessidades de sobrevivência e de realiza-
ção socioeconômica dos agricultores familiares rurais, o que se considera
como resultante da ação humana independentemente de qualquer outro
elemento, mas tem-se como "carro chefe" as suas necessidades vitais.
Tabela 3. Municípios com atividades agropecuárias inadequadas dos recursos naturais
Fonte: Entrevistas realizadas nos estabelecimentos rurais e Macrozoneamento.
Org: REIS, J. T. 2002.
Para um universo de treze municípios estudados destaca-se um
percentual 61,53% municípios que desenvolvem atividades sobre formas
de relevo que, nem sempre é considerado ideal ao tipo de uso. Outros mu-
nicípios como: Erval Seco, Liberato Salzano e Pinhal as unidades familiares
4
A variável de maior relevância na presente classificação é a forma topográfica, nas diferentes
formas, usadas para desenvolver as atividades agropecuárias
soipícinuM
oloS
etnanimoderp
sactsíretcaraC
acifárgopoTamroF
arretadosU 4
od%roiaM
arreTadosU
onazlaSotarebiL cE
acitlásabmegirO
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satsocnE
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esahcoredotnemarolfa
setneirtunmeserbop
satsocnE
sadaredoM
sadautnecA
edadivitA
alocírga
Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 97
rurais apresentam relevos acentuados, cujas famílias desenvolvem a ati-
vidade agropecuária em suas unidades de forma inadequada. Além da
pouca terra para cultivar, enfrentam grandes dificuldades para se manter
e tornar a terra produtiva. Neste caso o ecossistema se desequilibra, e os
agricultores familiares rurais carecem de auxílios e políticas públicas para
atender aos cuidados da terra. Estas unidades estão sujeitas a processos
erosivos acentuados, perda da fertilidade do solo e conseqüentemente a
redução da produtividade.
5. Considerações finais
Os cuidados com o uso da terra devem ser constantes, pois foram
identificadas formas topográficas que exigem manejo adequado e que nem
sempre é atendido pelos produtores. Desse modo, a questão ambiental tão
discutida, tendo em vista a produção e reprodução do homem rural, ainda
enfrenta um outro elemento a que se denomina de sobrevivência.
Observando-se o uso dos solos nas propriedades estudadas, des-
taca-se que necessitam de planejamento adequado e gerenciamento de uso,
uma vez que possuem condições para alcançar excelente rentabilidade agrí-
cola, destacando as atividades agropecuárias da região.
Em termos gerais, na maioria dos municípios assume expressão a
atividade agrícola, demonstrando a viabilidade para investimentos no setor
rural, tanto para os produtos "in natura" como para os produtos transfor-
mados. Os municípios de Erval Seco e Liberato Salzano possuem mais de
60% da renda proveniente do setor agrícola e o município de Vista Alegre
se destaca na atividade pecuária, ambos apresentam viabilidade para
agroindústrias, cada qual em sua atividade de destaque.
No entanto, o predomínio do sustento e a formação de renda fa-
miliar advêm do trabalho na "escassa terra" com fertilidade variada tornan-
do-se difícil atender aos princípios de manejo e controle do meio ambiente,
contemplando integralmente a preservação dos recursos. Porém, a prática
do uso da rotação de culturas, bem como o plantio direto, seguido de cur-
vas-de-nível são recomendações para evitar a erosão do solo.
98 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006
6. Referências b ibliográficas
DREWS, D. Processos Interativos Homem - Meio Ambiente. São Paulo:
DIFEL, 1986.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA/DN.P.A - SECRETARIA DA
AGRICULTURA/DRNR. Levantamento de Reconhecimento dos So-
los do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: BARBERO. Projeção
UTM, escala 1: 750.000, 1970. (mapa).
PATERSON, J; H. Geografia recursos e população. In: Introdução à ge-
ografiaeconômica:terra,trabalhoerecursos. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1975.
PRIMAVEZI, A. Manejo ecológico do solo agricultura em regiões tro-
picais. 8ª ed. São Paulo: NOBEL, 1985.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricultura e Abastecimento;
Centro Nacional de Pesquisa do Trigo. Macrozoneamento Agroecológico
e Econômico do Estado do Rio Grande do Sul. V.1-2. Porto Alegre, 1994.
ROMEIRO, Ademar Ribeiro. Meio Ambiente e dinâmica de inovações
na agricultura. São Paulo: ANABLUME, 1998.

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Recursos naturais e uso da terra em áreas de produção familiar

  • 1. Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 85 Recursos naturais e uso da terra em áreas de produção familiar rural, médio alto Uruguai, RS* 1 Janete Teresinha Reis,2 Vera Maria Favila Miorin 1 Mestre em Geomática/UFSM, Santa Maria, RS e-mail: georeis2003@yahoo.com.br 2 Profa . Dra . Departamento de Geociências, CCNE/UFSM, Santa Maria, RS e-mail: vmiorin.sma@terra.com.br Resumo O trabalho tem a preocupação em quantificar o recurso terra e sua disponibilidade nas unidades familiares rurais, determinando as formas de uso, a renda bruta proveniente da atividade agropecuária e as formas de relevo predominantes nos estabelecimentos rurais. Estas formas são especificadas sob o enfoque da sustentabilidade e do equilíbrio ambiental no uso dos recursos, tendo como perspectiva a garantia da preservação fu- tura, diante da ação antrópica. Enfatiza ainda a importância da conservação dos solos nestas unidades de produção e o papel que os recursos naturais representam no conjunto das atividades produtivas. O trabalho foi origi- nalmente dividido em quatro partes e dirigido ao estudo de caso tendo como universo empírico a Região do Médio Alto Uruguai. Em seu conteú- do são abordadas temáticas referentes: a agricultura familiar; disponibilida- de de recursos naturais e reprodução social e econômica das unidades obje- to de análise. Palavras-chave: Recurso Terra, Agricultura Familiar, Reprodução Socioeconômica, Sustentabilidade. Summary The work has the concern in quantifying the resource land and its availability in the agricultural familiar units, determining the forms of use, the gross income proceeding from the farming activity and the predominant relief forms in the agricultural establishments. These forms are specified under the approach of the sustainability and the ambient balance in the use *Trabalho de Graduação na obtenção do Grau de Licenciado em Geografia/CCNE/UFSM
  • 2. 86 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006 of the resources and having as perspective the guarantee of the future preservation, ahead of the entropy action. It still emphasizes the importance of the conservation of ground in these units of production and the roll that the natural resources represent in the set of the productive activities. These forms are specified under the approach of the sustainability and the environment balance in the use of the resources and having as perspective the guarantee of the future preservation, ahead of the entropy action. It still emphasizes the importance of the ground conservation in these units of production and the roll the natural resources represent in the set of the productive activities. The work originally was divided in four parts and directed to the case study having as empirical universe the Region of the Medium-High Uruguay. In its content it approaches the concepts referring to familiar agriculture; availability of natural resources and social and economic reproduction of the units, analysis objects. Key Words: land resource, family agriculture, social and economic reproduction, sustainability. 1. Introdução As deficiências e as dificuldades apresentadas pelas unidades fa- miliares rurais vem se tornando alvo de atenção e preocupação em nível nacional e estadual, devido à representatividade da agricultura familiar no tocante da produção e atendimento aos mercados locais e regionais. Neste particular, destaca-se a porção norte do Estado do Rio Grande do Sul, en- tre as coordenadas geográficas de 52º 43' 4" a 53º 44' 34" de longitude oeste e 27º 5' 1" a 27º 47' 31" de latitude sul. Referindo-se as propriedades rurais dos municípios de Alpestre, Cristal do Sul, Caiçara, Frederico Westphalen, Pinhal, Vista Alegre, Erval Seco, Rodeio Bonito, Liberato Salzano, Pinheirinho do Vale, Planalto, Seberí e Vicente Dutra que compreendem a área estudada e caracterizada pela pequena propriedade familiar, entendida como sendo explorada exclusiva ou principalmente pelo trabalho familiar. A investigação teve a preocupação de quantificar o recurso terra e sua disponibilidade nas unidades de produção familiar rurais, determinan- do as formas de uso da terra assim como, as formas de relevo existentes nas propriedades e a classificação dos solos, como base de entendimento para as perspectivas futuras de permanência dos produtores familiares no cam- po. O estudo estendeu atenção especial ao equilíbrio entre o uso dos recur- sos e sua manutenção futura. Sendo necessário para tanto, organizar, anali- sar e interpretar as formas de exploração da terra, o tipo de relevo explora- do, bem como a atividade agropecuária explorada para minimizar os impac- tos negativos sobre o solo.
  • 3. Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 87 Para os procedimentos metodológicos utilizou-se de informações coletadas a campo (Entrevistas) armazenadas em tabelas organizadas pelo programa excel que compõe o Banco de Informações sobre os municípios do Médio Alto Uruguai, distribuídos em escala municipal. Sobre estas in- formações foram selecionadas as variáveis pertinentes ao presente estudo e isoladas em uma planilha específica permitindo a aplicação do software statistica (Softstat). O tratamento das variáveis e as análises foram orienta- dos no sentido da ordenação e da classificação em geografia sob a ótica da abordagem sistêmica permitindo trabalhar inúmeras informações sem per- der as interações e as correlações pertinentes ao estudo da espacialidade dos fenômenos observados. 3. Fundamentação teórica 3.1 Caracterização dos recursos naturais O que vem a ser um recurso? Paterson (1975) em sua afirmativa caracteriza como sendo o conjunto de condições naturais de que o planeta foi dotado: rochas, minérios, terra, água, vegetação e animais selvagens. Normalmente fala-se desses recursos como "naturais", no sentido da exis- tência, por ser independente das ações do homem e resultante de um aci- dente geológico, bem como resultante de processos físicos iniciados no começo dos tempos. Porém a distribuição destes recursos naturais ocorre de forma desigual em nosso planeta e algumas regiões são mais favorecidas do que outros. Contudo, deve-se ter o pensamento de que eles são "em- prestados" as gerações, as quais devem agir e planejar o seu uso em benefí- cio próprio e delegando-os as novas gerações. O primeiro e o mais óbvio dos recursos naturais, apontados por Paterson (1975) é a água "doce" e o outro recurso se constitui na terra e em seus produtos agrícolas e minérios, medidos pela proporção de "renda dire- ta" e de riqueza nacional que oferece. Salienta-se que este último vem dimi- nuindo com a passagem do tempo. O homem ao iniciar a derrubada de florestas, a semeadura e a irrigação passou a alterar a ação da atmosfera e, conseqüentemente, as mudanças climáticas vêm ocorrendo de maneira im- perceptível no equilíbrio térmico. A chuva e o sistema de ventos são con- siderados processos secundários e tendem a ter efeitos mais restritos (Drews, 1986). Os solos representam um fator do ambiente humano e tem vital importância ao permitir a formação da "renda direta" e significando a possi- bilidade alimentar, onde a qualidade dos solos é sempre um fator
  • 4. 88 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006 determinante do rendimento das culturas. Eles mantêm-se em equilíbrio com os fatores que determinam suas características; o clima, os materiais de origem, a topografia, a biota e o tempo, ocorrendo qualquer mudança em um destes fatores afetará também o solo com grau de variação, devido a sua sensibilidade a cada tipo de tensão. A textura do solo dificilmente muda, a menos que seja adicionada grande quantidade de areia grossa ou de matéria orgânica fibrosa, porém a sua composição química e biológica, segundo Drews (1986) variam com muito mais facilidade e provocam posteriores efeitos na estrutura e na dre- nagem dos solos. A deterioração da estrutura dos solos resulta da crescen- te mecanização da lavoura, do preparo do solo lavrado e gradeado em épo- cas impróprias pelos agricultores que, sob pressão econômica, realizam se- meaduras mais cedo. Em sua ação o homem deveria conhecer os fatores que determi- nam o caráter do solo em uso, pelo menos em nível local. Entre esses fato- res intrínsecos e que possibilitam a fertilidade de um solo destacando-se a sua estrutura física e a textura que o constitui. Além disso, é necessário também considerar os teores de calcário do solo e a natureza mineral de seus contribuintes como bem analisa Mounnier e Stengel, 1982 apud Ro- meiro, 1998, p.190. O mais negativo dos efeitos do homem sobre o solo consiste em criar condições para que ocorra a erosão parcial ou total de seu manejo inadequado. Muitos vêem o solo como formador de "renda direta" e para isto utilizam uma série de tecnologias mecânicas e químicas. Não se ignora que a produtividade agrícola é uma atividade complexa, pois ela depende da fertilidade do solo, assim como das condições do clima e da declividade dos terrenos. Um dos fatores responsáveis para que ocorra equilíbrio no ecossistema é a presença da vegetação nativa. No momento da retirada da vegetação nativa, se estabelece um rompimento no equilíbrio natural exis- tente. A utilização exagerada de implementos agrícolas, como o arado e a grade, além do trânsito freqüente de máquinas e implementos pesados pro- voca a destruição da estrutura do solo e contribui na alteração do equilíbrio no ecossistema, pois a pulverização da camada superficial dos solos auxilia na formação de camadas compactadas, superficiais e sub-superficiais. Primavezi (1985, p.527) ao se referir ao equilíbrio do ecossistema, considerando os solos como elemento fundamental, escreve: "o futuro do Brasil está ligado a sua terra. O manejo adequado de seus solos é a chave mágica para a prosperidade e bem estar geral". No Rio Grande do Sul, parte dos solos agrícolas, inclusive os das áreas planas de várzeas, apresentam problemas de conservação. No geral, pode-se dizer que apenas os solos
  • 5. Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 89 com matas nativas ou pastagens permanentes de boa qualidade não apre- sentam maiores problemas. 3.2 O recurso solo da área de estudo A recurso solo é abordado pelo Macrozoneamento Agroecológico e Econômico: Regiões Agroecológicas do Estado do Rio Grande do Sul, de Região das Encostas Basálticas e Outras Áreas Declivosas (Região II), de acordo com a classificação realizada pela Secretária de Agricultura e Abas- tecimento do Governo do Estado e Centro Nacional da Pesquisa do Trigo/ EMBRAPA, no ano de 1994. Compreende esta Região II, nove dos treze municípios da área estudada, a saber: Seberi, Frederico Westphalen, Caiçara, Vicente Dutra, Planalto, Rodeio Bonito, Alpestre, Liberato Salzano e Erval Seco. Pela classificação, os solos em destaque são originados do basalto (Encostas basalticas do RS), e ocorrem especialmente os solos Litólicos, Cambissolos, Brunizens, Terras Brunas e afloramento de rochas. É muito comum a ocorrência de associações como é o caso da associação de solos Brunizens Avermelhado com Litólicos (associação das unidades de mapeamento Ciríaco e Charrua). De maneira geral, as características mais ou menos comum a to- dos os solos são as do tipo acentuadas declividades, a pequena profundida- de (solos rasos), os afloramentos de rocha e a presença de pedras na super- fície, ocupando paisagens em relevos acentuados, muitas vezes, com forte ondulação e/ou montanhoso. São consideradas como exceções às áreas pla- nas das várzeas que se estendem ao longo dos rios e que possuem solos mais profundos, geralmente sem pedras na superfície, mas, esporadicamente sujeitos a inundações temporárias. Além disso, estes solos têm recebido intenso cultivo anual, ao longo dos anos e normalmente em pequenas áreas de propriedades, consideradas como pequenas propriedades ao possuírem uma extensão de terra equivalente a um ou menos de um módulo rural. Uma característica encontrada nas porções de declividade acentu- ada é a exploração da pecuária de médio e pequeno porte, determinados pela pecuária leiteira e suinocultura, além do criatório de aves, caracteriza- dos pela presença de aviários. A utilização dos solos das áreas de declividade acentuada com culturas anuais vem provocando erosão hídrica, devido a freqüência das chuvas torrenciais frente a acentuada declividade dos solos, sendo comum o uso, em pequenas áreas, para as culturas anuais e, também, das lavouras de subsistência. O grande problema do Médio Alto Uruguai consiste no intenso uso agrícola do solo, o qual ainda que adequado, apresenta declividades no terreno, que não permitem a formação de camadas profundas de solo. As-
  • 6. 90 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006 sim, em muitas áreas não se pode realizar um uso intenso com cultivos, além de culturas anuais sob pena de ocorrer rápido desgaste e empobreci- mento, provocados pela erosão gravitacional (lixiviação) dos solos. Neste caso, segundo Macrozoneamento Agroecológico e Econômico (1994) a recomendação recai sobre a produção de culturas anuais em áreas não mui- to extensas, além da utilização da rotação de culturas e do preparo mínimo optando-se pelo plantio direto. Os resíduos das culturas devem ser manti- dos na superfície aliados a adubação orgânica com estercos ou o uso racio- nal de adubos e corretivos minerais. Recomenda, também, o cultivo mínimo com ervilhaca, o qual é indicado como excelente prática de manejo para culturas anuais. Além dis- so, deve ser intensificado o emprego de práticas conservacionistas, tais como cultivo em torno, cordões de vegetação permanente, culturas em fai- xas, cordões de pedra, conforme indicação do Macrozoneamento Agroecológico e Econômico: regiões agroecológicas do Estado do Rio Grande do Sul (1994). 3.3. O relevo da área de estudo O relevo afeta a agricultura através da inclinação, altitude e drena- gem. Qualquer um destes fatores poderá tornar a agricultura, inviável eco- nomicamente, ou mesmo, impossível, os dois primeiros por serem excessi- vos e o último por ser inadequado. A inclinação associa-se com a velocida- de crescente do deslizamento, com o movimento de massa e com a erosão do solo (Paterson, 1975). O cultivo de encostas acentuadas, na maioria das vezes, causa danos à terra a longo prazo, assim como pode causar catástro- fes imediatas, além da ocorrência de deslizamento de terras e inundações. A altitude afeta a agricultura devido as suas características associadas a bai- xas temperaturas, umidade e instabilidade econômica. As temperaturas afe- tam a taxa de crescimento das plantas em determinadas altitudes e sob con- dições frias e úmidas favorecendo, apenas, a um número limitado de cultu- ras (Paterson, 1975). A drenagem geralmente está associada a áreas com inundações ou com excesso de água tornando as terras alagadiças sendo possível usá-las, depois de construir meios de drenagem. A intervenção humana abrevia o tempo e intensifica a modifica- ção da paisagem tendo na erosão do solo um de seus resultados. Em refe- rência a topografia se destaca a presença de diferentes tipos de relevo que caracterizam as terras de uso para fins rurais o que permitiu, no trabalho, organizar a distribuição das formas de relevo e a distribuição do uso da terra nas unidades de produção familiares. Em sua distribuição de uso da terra predominam percentuais maiores nas áreas de Encosta Moderada, Acentuada e Terras de Vales.
  • 7. Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 91 3.4. A Problemática das unidades de produção familiar rural do médio alto Uruguai, RS A agricultura nos últimos decênios tem-se mostrado ineficaz na manutenção do homem no campo, pois este não encontra condições e al- ternativas para se manter e, menos ainda, para tentar se promover como agricultor. Esta situação decorre de vários fatores, entre eles a mecanização no campo, que trouxe consigo a expansão da lavoura comercial, dando ori- gem as extensas áreas de monoculturas e exigindo mais disponibilidade de área, uma vez que as políticas de financiamento, direcionadas para algumas culturas de exportação, geram perspectivas lucrativas. Em contrapartida, os produtores que não possuem extensas áreas transformam-se em produtores marginais ao processo produtivo e se vol- tam para a lavoura de abastecimento do mercado interno, dos pequenos mercados e para a sobrevivência familiar. A comercialização no mercado interno não possibilitou ganhos suficientes para realizar avanços técnicos ou gerenciamento racional ao longo de um tempo, o que pode ser traduzi- do como falta de especialização do homem rural que, ao diversificar suas atividades, não encontrou métodos de racionalização somados a pouca ins- trução formal. O baixo grau de conhecimento geral, também contribuiu para di- ficultar a assimilação de novas tecnologias fazendo com que o distanciamento se tornasse mais intenso ao longo do tempo. Levando em consideração os tipos de propriedades familiares produtivas, entende-se que as propriedades familiares periféricas e as semiconsolidadas estão entre as que apresentam maior gama de problemas. Via de regra, as propriedades de transi- ção estão em posição melhor que as de subsistência, mas seus problemas asse- melham-se. Além dos problemas técnicos, essas propriedades familiares se deparam como questões ligadas a pobreza e escassez de terras; pouca e não- especializada mão-de-obra o que caracteriza a ausência de capitalização. Atualmente tem-se como consenso que o esgotamento do solo é um dos principais condicionantes que levou as unidades de produção a se descapitalizar em seu processo produtivo. O esgotamento foi fruto do uso intensivo de tecnologias cujo manuseio e adequação foram incorretos e que teria provocado a compactação e/ou acelerado o processo de erosão do solo, diminuindo a produtividade e prejudicando o ecossistema, além de reduzir as condições financeiras dos agricultores. Destaca-se que a necessidade dos recursos naturais à sobrevivên- cia humana nem sempre é acompanhada de uma consciência conservadora e preservadora das riquezas existentes. Em muitos momentos, as necessi- dades transformam-se em ações destrutivas em que, mesmo diante de uma abundância de recursos, é possível ocorrer impactos e deterioração, dando
  • 8. 92 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006 origem aos problemas ambientais. Por outro lado, entender que as relações entre o homem e a natureza sempre resultam em degradação é desconhecer ou, até mesmo, negar as possibilidades de existência de uma exploração adequadamente equilibrada. 4. Resultados: solo e relevo nos municípios de estudo Os resultados sobre uso da terra em diferentes topografias dos estabelecimentos rurais dos municípios no Médio Alto Uruguai - RS, per- mitem que se destaque solos com declividade acentuada e de pequena pro- fundidade (C-Ch), classificados como solos rasos evidenciando um culti- vo inadequado das Encostas Acentuadas e das Terras de Várzea. Destaca-se nesta classificação os municípios de: Alpestre, Erval Seco, Planalto, Rodeio Bonito e Vicente Dutra. Os solos do tipo Ec, cujas características são oriun- das da origem basáltica, com afloramento de rochas, mas contendo boa textura e topografia ondulada permitindo maior extensão da área em uso. Com estas características ressalta-se os municípios de: Caiçara, Seberi, Frederico Westphalen e Liberato Salzano. As unidades de produção familiar de Caiçara possuem percentuais significativos de Terras de Várzea e de Encosta Moderada para desenvolver suas atividades. Porém, o uso da Terra é caracterizado por Encosta Acentu- ada e Morro, correspondendo a uma parcela ligeiramente significativa en- tre as terras disponíveis, não sendo, necessariamente, utilizadas com ativi- dades agrícolas. No município de Cristal do Sul e Rodeio Bonito, se destacam a topografia com acentuada declividade e pouca espessura dos solos, classifi- cados como solos pobres. Devido a estas condições, deverá ocorrer análise mais detalhada, a fim de detectar o tipo mais adequado de uso da terra. O município de Erval Seco possui traços nítidos que esta ativida- de agrícola é desenvolvida sobre uma topografia disponível, constituída de Encosta Moderada e Encosta Acentuada. Os solos apresentam problemas de uso limitando-se a necessidade de conhecimento maior e gerenciamento de uso balanceado, em virtude do percentual de uso das Encostas Modera- das e Acentuadas. Desta forma, permite inferir que o uso da terra nestas unidades está sendo praticado de forma inadequada. No município de Frederico Westphalen, tem-se o uso da terra so- bre topografia de Encosta Moderada seguida de Encosta Acentuada. Os solos apresentam fertilidade natural relativamente baixa. No município de Liberato Salzano, correlacionando a atividade agrícola com a topografia local, as unidades familiares rurais constituem-se no intenso uso das Encostas Moderadas, seguidas de Encosta Acentuada. Neste caso, o uso do solo é de caráter inadequado por ocorrer sobre as
  • 9. Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 93 Encostas Acentuadas, facilitando a presença da erosão hídrica, definida pelo escoamento superficial. No município de Pinhal, observa-se que as unidades de produção desenvolvem suas atividades sobre Encosta Acentuada, Encosta Moderada e sobre Morros. Os solos revelam fragilidade devido a pouca profundidade, declividade acentuada e uso intensivo da terra independentemente da to- pografia local. Desta forma, entende-se que ocorrem práticas agrícolas nas Encostas Acentuadas e até em Morros, o que determina um uso inadequa- do do solo. Com relação ao município de Pinheirinho do Vale, caracteriza um uso adequado do solo, com fertilidade baixa nas áreas mais elevadas, justi- ficando o uso de culturas em Terras de Vales que, neste caso, se revelam como ideal para a prática da atividade agrícola. Contudo, o alto percentual de uso das Encostas Moderadas, onde a fertilidade tende a diminuir, identi- fica-se como área de risco por desgaste de suas condições que revelam im- pactos negativos. Levando em consideração a topografia das unidades familiares ru- rais do município de Planalto, percebe-se que o uso da terra ocorre sobre Terras de Vale e de Encostas Moderadas. Além disso, as unidades de produ- ção familiares possuem Encosta Acentuada, ocupadas com atividade pecu- ária. O uso da terra limita-se a alta declividades, pouca profundidade dos solos e sujeitos a processos erosivos. No que concerne ao município de Rodeio Bonito, as unidades familiares rurais exibem uma renda bruta praticamente semelhante para suas atividades agrícola e de pecuária. Referindo-se a topografia destas unidades familiares rurais, observa-se o predomínio de Encosta Moderada, seguido de Encosta Acentuada. Os solos apresentam pouca profundidade, com afloramentos de rochas que em presença de um uso agrícola intensivo so- bre as Encostas Acentuadas, revelam-se como de risco. A análise da topografia das unidades familiares rurais de Seberi revela o uso da terra sobre Encosta Moderada e Encosta Acentuada. Os solos predominantes são ricos em nutrientes minerais de origem basáltica, com declividade moderada e mais profunda. Estes solos têm recebido cul- tivos intensivos em lavouras de subsistência e, portanto, sujeitos a poucos investimentos e técnicas de produção. Quanto ao município de Vicente Dutra, a topografia das unidades apresentam o seu maior percentual sobre Encosta Moderada e Terras de Vale, caracterizadas como áreas ideais para a prática agrícola. Cabe ressaltar que as unidades familiares rurais ocupam as Terras de Várzea e de Morros. Neste município os solos são rasos, cuja topografia apresenta uma declividade acentuada, com afloramento de rochas e pobres em nutrientes, sendo, por sua vez inadequados ao uso intensivo.
  • 10. 94 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006 O município de Vista Alegre se destaca topograficamente ao uso de Encosta Moderada, seguida de Terra de Vale. Os solos são rasos e sujei- tos a erosão, apresentando afloramentos rochosos. Adaptando-se bem ao uso da pecuária, ainda que cobertos com vegetação nativa. Estas condições permitem evidenciar que o uso do solo esteja sendo realizado de maneira adequada. Analisando-se o conjunto dos municípios, tem-se que os tipos e associações de solos existentes no Médio Alto Uruguai - RS, definem am- bientes, cujos solos estão sujeitos a erosões, pela presença de relevos aci- dentados e pela remoção da cobertura vegetal. Deste modo, a população passou a desenvolver atividades agropecuárias de forma intensiva, sob con- dições de solos, ainda que adequados, com declividades acentuadas e sujei- tos ao desgaste e empobrecimento, como já ocorreu em tempos passados (década de 1950). 4.1 Análise dos resultados Considerando-se as atividades agropecuárias, em relação aos ti- pos de relevo e solos, pode-se agrupar os municípios como de atividades adequadas, semi-adequadas e atividades inadequadas, no que se refere a ex- ploração e preservação dos recursos: Municípios com Atividades Agropecuárias Adequadas: Consti- tui-se este primeiro grupo pelos municípios de Pinheirinho do Vale e Pla- nalto. Eles se identificam por um uso do solo topograficamente mais ade- quado para a atividade agropecuária. Isto se deve ao elevado percentual de Terras de Vale e Encosta Moderada predominante em suas unidades de pro- dução (Tabela 1). Municípios com Atividades Agropecuárias Semi-Adequadas: Alpestre, Cristal do Sul, Caiçara, Frederico Westphalen, Rodeio Bonito, Seberi, Vicente Dutra e Vista Alegre (Tabela 2). Estes municípios apresentam sua formação de renda alicerçada em atividades agropecuárias desenvolvidas sobre uma topografia variada, cujo uso do solo nem sempre atende as condições de adequação, como é o caso da elevada presença de Morros e Encostas Acentuadas com o domínio da agricultura em suas atividades de produção e de geração de renda bruta. Deste modo, alguns estabelecimentos apresentam atividades ade- quadas e outras não adequadas, conforme a atividade desempenhada e a forma do relevo que está sendo explorada com atividade agropecuária. Al- gumas áreas oferecerem limite de uso devido a sua declividade acentuada.
  • 11. Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 95 Tabela 1. Municípios classificados como atividade agropecuária adequada Fonte: Entrevistas realizadas nos estabelecimentos rurais e Macrozoneamento. Org: REIS, J. T. 2002. Tabela 2. Municípios com atividade agropecuária semi-adequada Fonte: Entrevistas realizadas nos estabelecimentos rurais e Macrozoneamento. Org: REIS, J. T. 2002. 3 Levou-se em consideração a variável topográfica como sendo a mais expressiva para realizar a presente classificação, aliada ao tipo de uso da terra. oipícinuM oloSedopiT etnanimoderp acitsíretcaraC olosod amroF cifárgopot a3 od%roiaM arretadosu otlanalP hC-C acuoP edadidnuforp edotnemarolfa serbopesahcor setneirtunme elaVedsarreT satsocnEede sadaredoM edadivitA alocírga ohniriehniP elaVod cE mesociR esetneirtun edsiarenim megiro acitlásab atsocnE sadaredoM elaVedsarreT edadivitA alocírga oipícinuM euqoloS animoderp sacitsíretcaraC amroF cifárgopot a3 arretadosu%roiaM araçiaC ertseplA ,cE edotnemarolfa,acitlásabmegirO aifargopotearutxetaob,sahcor .adaludno satsocnE esadautnecA aezráVedsarreT alocírgaedadivitA luSodlatsirC hC-C eedadivilcedadautnecamocaifargopoT ,solossodarussepseacuop eaezráVedsarreT atsocnEed adaredoM alocírgaedadivitA otinoBoiedoR hC-C acuopeedadivilcedadautnecA solossodarussepse aezráVedsarreT alocírgaedadivitA .ptseW.derF cE etnemavitalerélarutanedadilitreF axiab atsocnE eadaredoM atsocnE adautnecA ealocírgaedadivitA airáucep irebeS cE megiroedsiarenimsetneirtunmesociR acitlásab atsocnE eadaredoM atsocnE .adautnecA alocírgaedadivitA artuDetneciV hC-C moc,adautnecaaifargopot,sosarsoloS meserbopesahcoredotnemarolfa setneirtun atsocnE sarreTeadaredoM edsarreTelaVed edeaezráV sorroM alocírgaedadivitA ergelAatsiV hC-C sotnemarolfAadautnecaedadivilceD .serbop,sosohcor atsocnE arreTe,adaredoM .elaVed airáucepedadivitA
  • 12. 96 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006 Municípios com atividades agropecuárias inadequadas: Este últi- mo grupo compreende os municípios de Erval Seco; Liberato Salzano; Pinhal. Eles se caracterizam topograficamente pelo uso do solo inade- quado, devido ao elevado percentual de Encosta Moderada, Encosta Acen- tuado e Morro. Sendo assim, infere-se que nestes municípios o impacto negativo sobre as propriedades familiares rurais está mais acentuado (in- tenso). A atividade agrícola se revela como a mais difundida para todos os municípios e exerce importante papel na economia local e regional, consti- tuindo-se na maior fonte de renda econômica. A exploração das atividades agropecuárias nas unidades de produção familiar destes municípios ocorre principalmente sobre, Encosta Moderada e Encosta Acentuada (Tabela 3). Porém, o uso da terra atende as necessidades de sobrevivência e de realiza- ção socioeconômica dos agricultores familiares rurais, o que se considera como resultante da ação humana independentemente de qualquer outro elemento, mas tem-se como "carro chefe" as suas necessidades vitais. Tabela 3. Municípios com atividades agropecuárias inadequadas dos recursos naturais Fonte: Entrevistas realizadas nos estabelecimentos rurais e Macrozoneamento. Org: REIS, J. T. 2002. Para um universo de treze municípios estudados destaca-se um percentual 61,53% municípios que desenvolvem atividades sobre formas de relevo que, nem sempre é considerado ideal ao tipo de uso. Outros mu- nicípios como: Erval Seco, Liberato Salzano e Pinhal as unidades familiares 4 A variável de maior relevância na presente classificação é a forma topográfica, nas diferentes formas, usadas para desenvolver as atividades agropecuárias soipícinuM oloS etnanimoderp sactsíretcaraC acifárgopoTamroF arretadosU 4 od%roiaM arreTadosU onazlaSotarebiL cE acitlásabmegirO ,sahcoredotnemarolfa aifargopotarutxetaob .adaludno satsocnE sadautnecA edadivitA alocírga lahniP hC-C aifargopot,sosarsoloS ,adautnecaedadivilced esahcoredotnemarolfa setneirtunmeserbop atsocnE ,adautnecA adaredoMatsocnE sorroM edadivita alocírga oceSlavrE hC-C aifargopotsosarsoloS ,adautnecaedadivilced esahcoredotnemarolfa setneirtunmeserbop satsocnE sadaredoM sadautnecA edadivitA alocírga
  • 13. Ciência e Natura, UFSM, 28 (2): 85 - 98, 2006 97 rurais apresentam relevos acentuados, cujas famílias desenvolvem a ati- vidade agropecuária em suas unidades de forma inadequada. Além da pouca terra para cultivar, enfrentam grandes dificuldades para se manter e tornar a terra produtiva. Neste caso o ecossistema se desequilibra, e os agricultores familiares rurais carecem de auxílios e políticas públicas para atender aos cuidados da terra. Estas unidades estão sujeitas a processos erosivos acentuados, perda da fertilidade do solo e conseqüentemente a redução da produtividade. 5. Considerações finais Os cuidados com o uso da terra devem ser constantes, pois foram identificadas formas topográficas que exigem manejo adequado e que nem sempre é atendido pelos produtores. Desse modo, a questão ambiental tão discutida, tendo em vista a produção e reprodução do homem rural, ainda enfrenta um outro elemento a que se denomina de sobrevivência. Observando-se o uso dos solos nas propriedades estudadas, des- taca-se que necessitam de planejamento adequado e gerenciamento de uso, uma vez que possuem condições para alcançar excelente rentabilidade agrí- cola, destacando as atividades agropecuárias da região. Em termos gerais, na maioria dos municípios assume expressão a atividade agrícola, demonstrando a viabilidade para investimentos no setor rural, tanto para os produtos "in natura" como para os produtos transfor- mados. Os municípios de Erval Seco e Liberato Salzano possuem mais de 60% da renda proveniente do setor agrícola e o município de Vista Alegre se destaca na atividade pecuária, ambos apresentam viabilidade para agroindústrias, cada qual em sua atividade de destaque. No entanto, o predomínio do sustento e a formação de renda fa- miliar advêm do trabalho na "escassa terra" com fertilidade variada tornan- do-se difícil atender aos princípios de manejo e controle do meio ambiente, contemplando integralmente a preservação dos recursos. Porém, a prática do uso da rotação de culturas, bem como o plantio direto, seguido de cur- vas-de-nível são recomendações para evitar a erosão do solo.
  • 14. 98 Ciência e Natura, UFSM, 28(2): 85 - 98, 2006 6. Referências b ibliográficas DREWS, D. Processos Interativos Homem - Meio Ambiente. São Paulo: DIFEL, 1986. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA/DN.P.A - SECRETARIA DA AGRICULTURA/DRNR. Levantamento de Reconhecimento dos So- los do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: BARBERO. Projeção UTM, escala 1: 750.000, 1970. (mapa). PATERSON, J; H. Geografia recursos e população. In: Introdução à ge- ografiaeconômica:terra,trabalhoerecursos. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1975. PRIMAVEZI, A. Manejo ecológico do solo agricultura em regiões tro- picais. 8ª ed. São Paulo: NOBEL, 1985. RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricultura e Abastecimento; Centro Nacional de Pesquisa do Trigo. Macrozoneamento Agroecológico e Econômico do Estado do Rio Grande do Sul. V.1-2. Porto Alegre, 1994. ROMEIRO, Ademar Ribeiro. Meio Ambiente e dinâmica de inovações na agricultura. São Paulo: ANABLUME, 1998.