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IMAGEM COMPLEXA E ANÁLISE DE 
IMAGENS NA CONTEMPORANEIDADE
IMAGEM COMPLEXA 
[ Josep Català ] 
• A imagem complexa é um conceito 
que nos permite repensar as 
imagens. 
• Vivemos uma época de uma grande 
proliferação de imagens e de uma 
grande poluição da imagem. 
• Filme ensaio e interface são 
aspectos da imagem complexa
IMAGEM COMPLEXA 
[ Uma cidade palimpsesta]
O OLHAR 
Primeira ilustração de uma câmara Teatro Grego escura - 1544
O OLHAR 
No teatro grego o espectador contempla uma 
representação cercado pelos outros espectadores, 
mas com o surgimento da câmara obscura o 
“espetáculo se privatizou e agora é um espectador 
individualizado quem observa (CATALÀ, 2005: 537). 
• Essa comparação revelar a mudança e a forma 
como observamos uma vez que a câmara 
obscura fundamentou a distinção entre o olhar 
artístico e a visão cientifica: “uma regida pela 
emoção e outra pela razão”(CATALÀ, 2005: 538).
• No teatro se organiza as vários imaginações 
e representações construindo uma 
arquitetura. Organiza realidade e ficção. 
• O Teatro grego organiza o pensamento 
grego. 
• No melodrama teatral não é possível captar 
toda a realidade, diferentemente do cinema. 
• O cinema vem do melodrama teatral. 
• Os primeiros filmes são parados, sem 
movimentos, como se fosse um grande 
palco. 
O PENSAMENTO
A chegada do trem na estação [ Irmãos Lumière -1895]
• A pintura renascentista deseja a 
janela e usa a janela. 
• É preciso criar a ideia de janela 
para que o visitante possa olhar 
pela janela. 
• As imagens ao entrar nos olhos 
e são guardados. 
• Segue a ideia de câmera 
escura. 
The Virgin of Chancellor Rolin - 
1433-34 - Jan van Eyck 
Musee du Louvre, Paris
A visão, em sentido geral, não está só 
relacionada com os olhos. Na verdade, 
podemos dizer que vemos também com o 
corpo, já que o campo de visão e as 
experiências que dele derivam estão 
conectados à posição do corpo em relação à 
realidade que o rodeia, assim como toda 
experiência visual tem que ver com os 
estímulos que são recebidos do entorno por 
meio do corpo em sua totalidade. 
[...] A nossa visão não é outra coisa que não a 
propriedade de um corpo. Mas tudo isso só 
pode ter sentido para nós se o considerarmos 
a partir do momento em que já temos uma 
ideia clara do que significa a visão e das 
relações que ela mantém com o que 
chamamos de imagem ( CATALÀ: 2011: 19) 
A VISÃO
A VISÃO Fora da imagem, o espectador ( ou 
ator, nos processos de interatividade 
contemporâneos) situa-se diante dela 
de uma maneira que determina a 
percepção que se tem dela, ao 
mesmo tempo que a própria imagem, 
ou fenômeno visual, o coloca em uma 
posição social que articula sua 
identidade dentro desse marco. 
Perceber, ser receptor ou usuário de 
uma imagem, significa em primeiro 
lugar iniciar um jogo entre a identidade 
social e a identidade individual 
( CATALÀ: 2011: 19).
selfiecity — 
são 
paulo 
[A video montage of 640 selfies from São Paulo]
Kessel, Jan van the Elder - America complete (1966) Albert Eckhout - Índia Tupi 
IMAGEM 
COMPLEXA 
[ Josep Català ]
[ As imagens como ponte para o conhecimento] 
• Uma produção pictórica do hermetismo medieval onde 
15 gravuras que descreve o método da grande obra da 
alquímica. 
• Não é um livro sem palavras. Na lâmina 14, existe uma 
expressão latina conhecida dos alquimistas: “Ora, lege, 
lege, lege, relege, labora et invenies” (“Reza, lê, lê, lê, 
relê, trabalha e encontrarás”). 
• A ideia de livro mudo vem a ser à total incompreensão 
dos seus sinais por parte dos leigos em alquimia, já 
que só os entendidos compreendiam as revelações das 
gravuras. 
• Uma complexa composição de imagens em que nada 
está Mutus Liber – Editado por representado por acaso. 
Eugene Canseliet 1958.
[ As imagens como ponte para o conhecimento]
• A verdade da imagem se encontra através da 
técnica, por ser um instrumento profundamente 
ligado a cultura visual contemporânea. 
• A tecnologia fez com que as imagens 
contemporâneas tornassem imagens complexas. 
• Todas as imagens podem ser complexas uma vez 
que a nossa “mirada” é complexa. 
El poeta y el pinto - Chirico 
IMAGEM 
COMPLEXA 
[ Josep Català ]
A FORMA 
DAS IDEIAS 
A perspectiva representa a 
tendência no sentido da 
globalidade da imagem época 
renascentista e pós-renascentista. 
A técnica implica 
uma vontade integradora muito 
forte que constitui o 
embasamento de seu realismo 
essencial (CATALÀ,2011: 123). 
Vittore Carpaccio (1460-1526). O retorno do Embaixador.
• Durante o renascimento, 
ocorre uma recuperação 
do mundo clássico cuja 
tradição tinha sido 
supostamente, esquecida 
durante a longa Idade 
Média. 
• Um movimento cultural 
faz renascer tradições 
perdidas e consideradas 
transcendentais. 
A FORMA 
DAS IDEIAS
[ As imagens como ponte para o conhecimento]
[ As imagens como ponte para o conhecimento] 
A Entrega das Chaves a São Pedro, Capela Sistina 
[1481–82] 
Reconstrução do templo de Jerusalém - 
Guillaume de Tyr. [Entre 1200 e1300]. 
As arestas paralelas dos objetos, ao se 
distanciarem do observador, fixo, deveriam 
convergir para um ponto (ponto de fuga), 
porém, elas não o fazem.
• O interesse em recuperar o pensamento clássico é 
acompanhado de um interesse pela arte do 
passado e então há uma tomada de consciência de 
que esses restos tinham permanecidos até o 
momento sob o mesmo subsolo que sustentava as 
construções da sociedade atual. 
• Materializava-se também a ideia moderna da 
temporalidade.
OS EMBAIXADORES - Hans Holbein, o Jovem 
[ roteiro a partir de leituras de John Berger, Arlindo Machado e Omar 
Calabrese] [ Carlos Roberto da costa] 
• Hans Holbein nasceu em Augsburgo 
em 1497 e morreu em Londres em 
1543. 
• Estudou com o pai (Holbein, o 
velho). 
• Em 1515 se instala em Basileia, na 
Suíça, e ilustra O elogio da loucura, 
de Erasmo de Rotterdam. 
• Torna-se amigo de Erasmo, que irá 
dar-lhe várias cartas de 
recomendação.
Hans Holbein 
• Em 1518 viaja para a Itália e entra 
em contato com a pintura de 
Leonardo da Vinci e de Andrea 
Mantegna. 
• Esta viagem influenciará no 
acabamento de seus retratos, na 
composição e riqueza das cores, 
típicas do renascimento italiano. 
• Acaba se tornando um grande 
retratista, embora fosse homem de 
muitas artes, como a astronomia e o 
desenho de projetos.
Hans Holbein 
• Volta para a Suíça, mas retorna para a 
Inglaterra em 1532, e se torna pintor da 
corte, por indicação do embaixador Jean 
de Dinteville, seu amigo. Fez diversos 
retratos de Henrique VIII. 
• Holbein foi um dos pintores mais 
intelectualizados de sua época. 
• Amigo de cientistas (como Kratzer, 
Schöner, Erasmo de Rotterdam e More). 
• Morreu numa epidemia de peste em 
1543.
• Este retrato de Tomás More, 
pintado por Holbein em sua 
primeira estadia na Corte 
inglesa, dá uma boa amostra 
de seu estilo de pintura e de 
retratista amante dos 
detalhes. Holbein se 
apresentar com carta de 
recomendação de seu amigo 
Erasmo. 
Hans Holbein 
[ Retratos ] Tomás More
Hans Holbein 
[ Retratos ] Kratzer e de Erasmo de Rotterdam
Hans Holbein 
[ Retratos] 
Gisze, um mercador alemão em Londres, e das rainhas Jane Seymour e Ana de Clèves 
(terceira e quarta esposa de Henrique VIII).
LER UMA PINTURA 
• A pintura é um texto aberto à leitura. 
• Há mensagens distintas e em diversas 
camadas, como as de uma cebola. 
• Essa leitura demanda olhar atento, como 
a leitura de qualquer imagem, na 
descoberta das intertextualidades.
Olhar Atento 
• A intertextualidade define um conjunto de 
capacidades e pressupostos por parte do 
leitor e são evocadas mais ou menos 
explicitamente em um texto. 
• Algumas são histórias ou narrativas já 
produzidas por outro autor. Como a 
clássica cena do carrinho de bebê na 
escadaria de Odessa, durante a 
repressão do czar, no filme O 
encouraçado Potenkin (1925), de 
Eisenstein. Essa cena foi citada por Brian 
de Palma no filme Os intocáveis (1987).
Encouraçado Potekim - Sergei Eisenstein -1925
A cena da escadaria de Odessa 
(acima), da obra de Eisenstein, é 
citada por Brian de Palma no filme Os 
Intocáveis (direita).
Os Intocáveis - Brian de Palma [1987 ]
• Os embaixadores [1533] – National Gallery, 
em Londres. 
• A tela é considerada enigmática, misteriosa, 
filosófica 
• Equipara-se As Meninas, de Velázquez 
(1656) em quantidade de estudos e de 
análises.
• O pintor está 
representado no 
próprio quadro e 
olha para fora da 
tela, na direção do 
espectador, o 
“nosso lugar” em 
relação à tela. 
• Mas lugar do ponto 
de vista do 
observador se 
mostra ocupado: no 
reflexo do espelho, 
no fundo da sala, se 
veem as duas 
figuras reais que 
seriam o alvo do 
trabalho do pintor.
O casal real (Felipe IV e 
Mariana da Áustria) refletido 
no espelho. O lugar do 
espectador é o lugar o rei 
(Foucault em A palavra e as 
coisas).
Os Embaixadores 
[Hans Holbein ] Descrição do quadro
• É um retrato de ocasião: feito com hora marcada, 
encomendado ao artista em ocasião especial. A 
própria tapeçaria (usada em outros quadros de 
Holbein) realça a dignidade dos retratados. 
• Numa sala solene, de piso marchetado e cortinas de 
seda verde com brocado ao fundo, dois cavalheiros 
são retratados em pé. 
• Eles estão apoiados numa mesa com tampo duplo, 
repleta de objetos científicos, musicais e 
geográficos. A mesa está coberta por uma tapeçaria. 
• Os dois personagens parecem figuras importantes 
na hierarquia da corte. 
• Um está vestido com sinais de dignidade: a capa de 
arminho branco, o colar de ouro e um punhal. 
• Veste ricas roupas e imponentes adereços. 
• Os dois olham para o pintor, ou (como quer John 
Berger) têm um olhar distante, como alheios: na 
realidade não olhariam para nada. 
Greta Garbo. Rainha 
Cristina. 
Rouben Mamoulian - 1933
• O homem pintado à direita é um eclesiástico, 
membro da elite da igreja (trajes e luvas). 
• Há no quadro um efeito realista nos pormenores 
legíveis. 
• O quadro está pintando com grande habilidade para 
criar no observador a ilusão de que “olha” objetos e 
materiais reais. No entanto tudo se dirige ao tato. 
• Cada centímetro da superfície da tela, embora 
visual, apela ao tato: peles, sedas, metal, madeira, 
veludo, mármore. 
• Os dois homens têm presença, mas a cena é 
tomada pelos “materiais” dos objetos e de suas 
roupas. 
• Fora mãos e rostos, tudo fala da qualidade da 
fabricação e da arte dos artesãos que as 
produziram.
• Na mesma época em que 
Holbein pintou a tela 
estavam em moda os 
quadros de enigma, que 
tiveram no pintor Ehrard 
Schön sua expressão 
maior. 
• Essas obras eram um tipo 
de jogo de adivinhação (a 
mentira e o segredo). 
Martinho Lutero, por Ehrard 
Schön
“ O que se olha é aquilo que não se 
pode ver ”. 
• Neste sentido que se pode dizer 
que, diante da tela de Holbein, o 
olhar cai sempre no furo, já que aí 
o olhar quer ver aquilo que não 
há. Toda pulsão é sempre a 
pulsão de morte. 
• Arlindo Machado escreve que 
esse “segundo olho” introjetado 
na cena é um olho crítico, com a 
função de desmantelar as 
certezas do sistema 
renascentista.
• A tela de Hans 
Holbein, ensina Omar 
Calabrese, possui 
dois olhares distintos: 
um para o público em 
geral e outro para 
aqueles que possuem 
a “chave”.
Enigma 1: O segredo 
• O quadro é teatral na apresentação na 
anamorfose (a morte) em contraste com a 
opulência do cenário e dos personagens. 
• A força do poder político, das ciências contra o 
nada: a caveira. 
• O quadro atrai e confunde e convida para o jogo. 
O que é aquela figura atravessada no primeiro 
plano? 
• A tela celebra uma nova classe de riqueza. Mais 
dinâmica (não é a posse de uma casa) e cuja 
única porta de acesso é o supremo poder de 
compra que o dinheiro proporciona ( Jonh Berger). 
• O desejo se baseia na tangibilidade, no poder de 
tocar, satisfazendo o tato e a mão do proprietário. 
• Se o crânio (memento mori), colocado a pedido 
dos retratados, fosse pintado igual ao restante, 
teria perdido sua significação metafísica. Seria 
apenas parte do esqueleto de alguém que morreu. 
A anamorfose (a caveira/ 
crânio transfigurada) 
reposicionada numa rotação 
feita com o computador
Enigma 1: O segredo 
A anamorfose (a caveira/ 
crânio transfigurada) 
reposicionada numa rotação 
feita com o computador
Enigma 2: Os personagens 
• Georges de Salve, 24 
anos, sagrado bispo aos 
18. Embaixador papal, 
está em Londres também 
em missão de trabalho. 
• Jean de Dinteville, 
embaixador do rei 
Francisco I da França na 
corte inglesa. Tinha 29 
anos em 1533. No 
pescoço a medalha da 
Ordem de São Miguel, 
oferta do rei francês.
Enigma 2 – Os personagens 
• Os objetos entre os 
embaixadores (globo celeste, 
alinômetro, goniômetro, relógio 
solar, mapa-múndi, alaúde, 
flautas. 
• O livro entreaberto é o L’ 
Arithmétique des Marchands, 
de Petrus Apianus, de 1527. 
• O outro é o Gesangbüchlein, 
de Johann Walter, de cantos 
corais (Wittenberg, 1524).
Enigma 3 : Cultura e ciência 
• Os personagens se apoiam e 
se rodeiam não de elementos 
celestes, mas de ícones da 
ciência. 
• É um elogio da nova era da 
ciência e do saber moderno. 
• Copérnico defende, naquele 
mesmo 1533, a teoria 
heliocêntrica perante o papa 
Clemente VII. Tempos de 
reforma religiosa e científica.
Enigma 4 : O segredo da amizade 
• Os dois personagens do quadro são 
mensageiros da modernidade e pertencem a 
um círculo de sábios. 
• Dinteville é amigo de Nicolau Kratzer, 
cientista e astrônomo, e alguns dos objetos 
presentes no quadro estão também no 
retrato de Kratzer feito por Holbein. 
• Dinteville é amigo de Erasmo de Rotterdam, 
que o recomendou a Tomás More, chanceler 
inglês que neste 1533 está preso por não 
haver aceito o casamento de Henrique VIII 
com Ana Bolena. More está presente no 
quadro. 
Erasmo de 
Rotterdam por 
Holbein 
Retrato do matemático Nicolau 
Kratzer, do círculo de Thomas 
More
Enigma 5 : A política 
• 1533 é uma data fatídica para a 
modernidade. 
• Marca o final dos tempos medievais. 
• Dinteville e Georges de Salve foram 
enviados a Londres (o piso da sala 
reproduz o chão da Abadia de 
Westminster) em missão diplomática 
secreta. Objetivo: tentar evitar a ruptura 
religiosa entre a Grã-Bretanha e Roma. 
Martinho Lutero já havia aberto um cisma 
na igreja (1521). Mas a missão é difícil, se 
não impossível. A ruptura é iminente, como 
veremos a seguir. 
O piso da sala em que os 
embaixadores se encontram reproduz 
o chão da Abadia de Westminster: os 
dois estão ali em missão diplomática 
secreta, para tentar evitar uma ruptura 
que se apresenta como iminente
Enigma 6 : A ruptura 
• A ruptura já ocorreu com Lutero, em 1521. 
• O alaúde de 10 cordas tem uma delas 
partida. 
• Georges de Salve tem o rosto com a pele 
estranha, como uma pintura incompleta. 
Holbein poderia ter terminado depois, se 
quisesse. A pele é imperfeita como a 
própria missão do bispo Georges. 
• O livro de cânticos mostra um hino 
luterano: o final da unidade da igreja. O 
alaúde, a grande lira do universo, foi 
rompido. 
Uma das dez cordas do alaúde foi 
quebrada: a ruptura já ocorreu. A 
igreja una está dividida.
Enigma 7 : O linguístico 
• A segunda caveira dentro da caveira. A 
caveira no alfinete de Dinteville. “Memento 
mori”. Holbein, em alemão, quer dizer 
“osso oco”. 
• A morte como segredo. E o detalhe final: o 
crucifico escondido no lado esquerdo da 
pintura. 
• É o último golpe teatral, o último dos 
segredos do quadro. Oculto na última 
prega à esquerda da cortina, um crucifixo 
de prata em perfil, com o braço curto da 
luz voltado para nós, é o simulacro do 
irrepresentável, de Deus. Ponte e 
passagem para o além da representação. 
A caveira no alfinete 
do chapéu ou boina 
de Dinteville. 
“Memento mori”: 
lembre-se de que 
você irá morrer. 
O golpe teatral final: o crucifixo 
escondido na dobra da cortina.
Mudança do imaginário 
Método de Dürer que se utiliza de um vidro quadriculado 
como plano secante da pirâmide visual. 
• O final do século XIX, é um momento 
transcendental. 
• Há uma mudança radical na forma 
como se concebia a imagem. 
• Muda o nosso imaginário sobre a 
forma de concepção da imagem. 
• Continua a pensar na imagem criada 
pela renascimento [ imagem 
perspectivista] . 
Construção geométrica de uma 
perspectiva. Gravura de Henricus 
Hondius.
Cliff 
Evans, 
em 
“Citzen: 
the 
wolf 
and 
the 
Nany 
(2009)
Mudança do imaginário 
[ A fotografia] 
• Há uma ruptura profunda que de 
alguma forma explica o que 
acontece hoje. 
• O século XX foi uma preparação 
do que estamos vivendo hoje, 
ao mesmo tempo que manteve 
os equívocos de interpretração 
desse tipo de imagem. 
• Na contemporaneidade 
podemos regressar e 
reinterpretar a imagens do 
século XIX. 
Nicéphore Niépce [ 1826] 
Panorama de Daguerre: 
Boulevard parisien - 1827
Mudança do imaginário 
[ A fotografia]
Proto imagem cinematográfica
Proto imagem cinematográfica 
• A sensação da imagem 
em movimento. 
• Um tipo de imagem 
anterior ao cinematógrafo 
[ não são considerado 
imagens já que as 
imagens seriam produtos 
de um movimento.
A modernização do olhar/observador 
• A suposição do olhar às 
novas formas racionalizadas 
de movimento. 
• Essa mudança coincidiu com 
a crescente abstração da 
experiência óptica diante de 
um referente estável. 
• Um desraizamemto visão 
diante do sistema 
representacional [câmara 
escura] .
Les affiches en goguettes [ Georges Méliès – 1907 ]
A modernização do olhar/observador 
• Méliès tinha uma imaginação transbordante e 
fazia algo pode ser considerado moderno e 
contemporâneo. 
• Há um dispositivo de representação que hoje a 
TV e o cinema estão utilizando: a tela dividida em 
diferentes ações. 
• Uma imagem complexa por possuir movimento 
em potencial, um mecanismo interno, uma técnica 
e uma visualidade não visível. 
• Esse mecanismo tipicamente modernista oculta a 
complexidade atrás da impressão de 
modernidade. 
• Há um prolongamento do imaginário renascentista 
que pretendia a ilusão do realismo.
• Méliès faz uma colagem, não é 
uma vista direta do que está 
direta da camera 
• Nos anos 30 isso se repete: 
compor uma imagem atraves de 
outra imagem. 
• Quentin Tarantino faz isso hoje. 
• Essa forma faz esconder algo 
para fazer uma anunciação 
visual escondendo a 
complexidade interna.
Taran.no 
// 
From 
Below 
[ 
Kogonada
IMAGEM COMPLEXA 
[ As imagens como ponte para o conhecimento]
O 
livro 
de 
cabeceira 
-­‐ 
Peter 
Greenway 
[ 
1996] 
O 
livro 
de 
cabeceira 
-­‐ 
Peter 
Greenway 
[ 
1996]
IMAGEM COMPLEXA 
HQ como forma de exposição 
Rodolphe Töpffer [ 1799 - 1846] 
A narração gráfica
IMAGEM COMPLEXA 
[ Split-screen ]
IMAGEM COMPLEXA 
HQ como forma de exposição 
• Nascia uma outra forma de 
representação distinta do 
cinematógrafo. 
• Uma representação em uma página 
e que produzem articulações dentro 
da página que parecem ser 
cinematograficas, mas com a 
virtude de estar presente na 
superfície. 
• Nesse sentido a imagem de Méliès 
seria mais complexa.
Framed 
game
IMAGEM COMPLEXA 
HQ como forma de exposição 
• Uma representação em uma página 
e que produzem articulações dentro 
da página que parecem ser 
cinematograficas, mas com a 
virtude de estar presente na 
superfície.
IMAGEM COMPLEXA 
[ Gabinetes das curiosidades ] 
The Gallery of Cornelis 
van der Geest – 1628. 
Willem van Haecht
Jan van Eyck, Femme à 
sa toilette 
The Gallery of Cornelis 
van der Geest – 1628. 
Willem van Haecht 
IMAGEM COMPLEXA 
[ Gabinetes das curiosidades ]
Alice Madness Returns - De volta ao País das Maravilhas
Novas histórias de fantasmas . Didi-Huberman - 2014
A VIRGEM E O MENINO À FRENTE DE UM GUARDA-FOGO 
[ O mestre Flemalle - Robert Campin] 
• A pintura holandesa mostrou a possibilidade 
de uma arte capaz de imitar a realidade. 
• Símbolos cotidiano de um cenário doméstico 
em símbolos em símbolos de símbolos. 
• O tema é a Mãe. Tudo gira em torno da 
Virgem. 
• O pintor deixa pista no ambiente para saber 
a identidade dessa mulher. 
• Maria vive em um mundo real. 
• Elevou uma mãe humana, em circunstâncias 
comum, a uma posição sagrada ( A Mãe de 
Deus). 
• Humaniza o divino.
O FILHO 
• Olha com olhar convincentes. 
• Segura uma flor invisível . 
A MÃE 
• Olha para cima, oferecendo o mamilo direito 
menos para o filho do que para o 
espectador. 
• Cabelos ondulados. 
• Seios redondos- a metade inferior ausente 
por baixo das dobras do vestido. 
• Maria é imaculada como o lírio.
AS VÁRIAS REPRESENTAÇOES DA VIRGEM 
Isis e Horus – Egito (primeiros 
registros após 2500 A.C.) 
O nascimento da Via Láctea, 1636. Peter 
A Virgem Abençoada Castigando o Paul Rubens. 
Menino Jesus Perante Três Testemunhas 
( André Breton, Paul Éluard e o artista) – 
1926. Max 
Ernst 
-­‐ 
Metropolitan 
Museum 
of 
Art 
em 
Nova 
York.
AS 
VÁRIAS 
REPRESENTAÇOES 
DA 
VIRGEM 
Isis e Horus – Egito 
(primeiros registros após 
2500 A.C.) 
O nascimento da Via Láctea, 1636. Peter Paul Rubens.
• O leite torna-se um dos aspectos 
da humanidade de Cristo. 
• O leite é o dom da vida. 
• Com o leite crescerá e tornará 
homem. 
• Vinho alemão Liebfraumilch ( Leite 
de nossa senhora).
• Os sete atos de misericórdia. 
• Em representação do juízo final do 
Séc XVII Maria despe diante do filho. 
• O Filho mostra as feridas no próprio. 
Maria e Jesus perante ao Senhor. Mestre dos 
Encarnados de Zurique. 1503 
• Maria como Mãe misericordiosa, 
alimenta com seu leite as almas do 
purgatório. 
Filotesi dellÁmatrice. C.1508.
AURÉOLA 
• Guarda-fogo feito de palha. 
• Depois de Cristo todos os santos herdaram 
esse traço singular de divindade. 
• A auréola também percorreu o oriente. 
• Coroava a cabeça de Deus Pai. 
• O Espírito Santo em forma de cisne e Deus 
Filho. 
• O círculo é a mais perfeita forma geométrica. 
Apolo Coroado com uma auréola, 
examinando inúmeros vasos 
contendo os atributos dos 
deuses.Vincenzo Catari . 1556. 
Incomensurável Buda 
dos 48 desejos. 
Desenho chinês à 
tinta. Sec. X. 
O quarto homem - Paul Verhoeven. 1983. 
A mãe coroa o seu filho uma casca de maçã.
A.I. – 
Inteligência 
Artificial 
[ Steven 
Spielberg – 
2001] 
• O protagonista está isolado. 
• Ele tem a perfeição de um santo e tem direito a uma auréola. 
• Mas a tarefa é executada também no conteúdo (lustre 
adequado) e pelo estilo ( A câmera no local adequado para que 
funcione a ideia. 
• Davi é preso dentro do seu desejo circular. Da mesma forma que 
o movimento de câmera em círculo.
A CHAMA 
• Presença no ambiente 
(Espírito Santo). 
• A chama é uma convenção 
iconografia medieval. 
BANCO DE 3 Pés 
• Presença da Santíssima Trindade. 
• 3 círculos interligados 
• Animal de 3 cabeças como a íbis 
ou salamandra.
TRÍPTICO DE JARDIM DAS DELÍCIAS - HIERONYMUS BOSCH .
MUNDO/IMAGEM NA JANELA 
• A cena pintada em detalhe meticuloso, como uma 
miniatura retrata a cena de uma cidade. 
• A igreja no centro da cidade aponta padrão céu. 
• Pessoas 
• Uma mulher parada na porta da casa. 
• Dois cavalheiros passam com ar de ócio 
• Pedestres parados conversam na rua.
O LIVRO 
• A mãe interrompeu a leitura para 
amamentar o filho. 
• Verba - assume a forma do mesmo. 
• Scripta – passa 
• O pintor acreditava na palavra escrita.
A ROUPA 
• A cor azul celeste se manteve como valor 
simbólico 
• Ornada com bordados e pedras preciosas 
• Vestida com requinte celestial. 
• Usa anel de casamento. 
• Noiva de José e Deus. 
• Santo Agostinho dizia " a esposa do Filho”. 
O AMBIENTE 
• Não de forma aristocrática. 
• O guarda-louça gótico e o cálice foram 
acrescentados no séc. XIX e oculto sua 
genitália do menino. 
• No séc. xv era comum ver o Menino Jesus 
nu.
• Há pelo menos duas pinturas: 
1. Uma cena doméstica comum e um interior 
confortável. 
2. Conta a história de um deus nascido de uma 
mulher mortal, o qual assume na sua feição 
humana a sexualidade da carne e o 
conhecimento. 
• Essa história ameaça ser infinita , uma vez 
que toda leitura nova acrescenta outras 
camadas ao seu enredo. 
• Ao analisa-la hoje, emprestamos à pintura 
uma abundância de detalhes curiosos, dos 
quais o artista não fazia ideia.
Leonardo's 
Last 
Supper 
-­‐ 
Peter 
Greenway
Cultura visual 
[ Novas configurações ] 
• A imagem na cultura visual permite ver e explicar as 
novas configurações . 
• Ao tentar explicar novas configurações temos que 
recorrrer as novas visualidades que tem em comum 
determinadas configurações. 
• O que há no fundo do conhecimento. 
• Hipertextual implica uma leitura distinta. 
• Qualquer imagem ou instrumento visual introduzidos 
nesses textos permitem através de mapas e 
interface descontruir e também reconstruir o texto 
através dos instrumentos visuais. 
• Qualquer Tecnologia aplicada a anterior, possibilita 
ver a complexidade da tecnologia. 
• Imagem de vídeo é possível desconstruir o quadro.
The Survivor from Warsaw, Saskia Boddeke & Peter Greenaway
IMAGEM COMPLEXA 
[ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO] Photosynth 
• Fotografias que vieram de variados bases de 
dados. 
• Photosynth tem uma grande coleção de fotos de 
um lugar ou objeto, analisa-los por semelhanças e 
os exibe em um espaço dimensional reconstruído. 
• Já não estamos fazendo montagem com imagem 
de apenas uma pessoa, mas com fotos tiradas de 
diferentes pessoas, que são colocadas na internet e 
que existem conexões entre elas. 
• A tela aparece como diferentes tábulas que os 
planos podem ser colocadas de diferentes formas. 
• É um passo adiante da linguagem cinematográfica. 
• Há a criação de espaços virtuais diferentes. 
• Uma imagem metafórica baseada em bancos de 
dados.
Photosynth
IMAGEM COMPLEXA 
[ Interface ] 
• Modelo mental é uma maneira de organizar o 
conhecimento. 
• A interface é um novo modelo mental. 
• Organizamos através de imagens, pode ser 
parecido com cinematográfica. 
• No videojogos a se que faz na tela cria uma nova 
disposição visual que permite avançar um passo a 
mais. 
• Videojogo pretende ser realista. 
• Não observamos como um avanço e sim como uma 
imersão ao universo virtual realista com ações e 
gestões que são naturais. 
• Mas essas ações não toma com base a imaginação 
como o espectador de um espetáculo. 
• Toma a decisão também com a ação de uma corpo.
Immemory - [Chris Markers ] 1997
• Do universo que configuramos surgem 
uma série de “objetos” que constituem 
a materialização da fenomenologia 
virtual. 
• Os objetos surgem de uma estrutura 
anteriormente delimitada, do seu 
funcionamento multi-estável. 
• Ao considerar estes elementos como 
objetos, extraímos da arquitetura que 
fazem parte e do seu fluxo constante. 
• Ao descrevê-los e determinar o seu 
significado levar em conta que são 
objetos complexos e por isso estão 
abertos tanto a constelação 
( arquitetura) e à rede ( circulação) a 
que pertence.
IMAGEM COMPLEXA 
[ Interface ] 
• Imagem interface em um novo tipo de 
imagem [mutante, fluida]. 
• Todo esse elementos não estáveis, se 
articulam e daí a necessidade de de 
compreender o que significa. 
• E onde esta organizado o nosso 
pensamento? 
• Estamos na era da representação 
fluida e em movimento. 
• Os meios anteriores não somem. 
• Assumem camadas, novas epidermes 
e complicando a estrutura de imagem. 
• Os meios se transformam a medida 
que assumem novos meios.
The Left-behind 
Family - Liu jie
The Left-behind 
Family - liu jie 
Camponês 
trabalhador Wang 
Daisheng 
trabalhador na 
cidade de 
Chengdu ao lado 
da imagem do 
filho deixado na 
na província de 
Sichuan.
Chen Man
IMAGEM COMPLEXA 
[ Modo de exposição ] Chen Man
IMAGEM COMPLEXA E ANÁLISE DE 
IMAGENS NA CONTEMPORANEIDADE 
OBRIGADO José Geraldo de Oliveira 
zooliveira@uol.com.br
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro, Martins Fontes, 1987. 
CALABRESE, Omar. A linguagem da arte. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1987. 
CATALÀ, Josep M.. La Imagen Compleja. La Fenomenológia de las Imagenes en la 
Era de la Cultura Visual. Bellaterra: Servei de Publicacions, 2005. 
________________. El Murmullo de la imágense. Imaginación, documental y 
silencio. Cantabria, Shangrila, 2012. 
________________. A forma do real: introdução aos estudos visuais. São Paulo: 
Sumus: 2011. 
________________. La imagen interfaz. Representación audiovisual y conocimiento 
en la era de la complejidad. Bilbao: Servicio Editorial D. L., 2010. 
DANCYGER, K. Técnicas de Edição para Cinema e Vídeo. 4ª Edição. Rio de Janeiro: 
Campus, 2007. 
Laurent Jullier e Michel Marie. Lendo Imagens do cinema. São Paulo: Editora Senac 
São Paulo, 2009. 
JOLY, Martine. La Imagen Fija. Buenos Aires: La Marca Editora,2012. 
MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Cia das Letras, 2001. 
OLIVEIRA, José Geraldo. Grafitecidade e visão travelar. Disponível em 
http://www.portalcomunicacion.com/monograficos_det.asp?id=226&lng=por

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  • 1. IMAGEM COMPLEXA E ANÁLISE DE IMAGENS NA CONTEMPORANEIDADE
  • 2. IMAGEM COMPLEXA [ Josep Català ] • A imagem complexa é um conceito que nos permite repensar as imagens. • Vivemos uma época de uma grande proliferação de imagens e de uma grande poluição da imagem. • Filme ensaio e interface são aspectos da imagem complexa
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  • 14. IMAGEM COMPLEXA [ Uma cidade palimpsesta]
  • 15. O OLHAR Primeira ilustração de uma câmara Teatro Grego escura - 1544
  • 16. O OLHAR No teatro grego o espectador contempla uma representação cercado pelos outros espectadores, mas com o surgimento da câmara obscura o “espetáculo se privatizou e agora é um espectador individualizado quem observa (CATALÀ, 2005: 537). • Essa comparação revelar a mudança e a forma como observamos uma vez que a câmara obscura fundamentou a distinção entre o olhar artístico e a visão cientifica: “uma regida pela emoção e outra pela razão”(CATALÀ, 2005: 538).
  • 17. • No teatro se organiza as vários imaginações e representações construindo uma arquitetura. Organiza realidade e ficção. • O Teatro grego organiza o pensamento grego. • No melodrama teatral não é possível captar toda a realidade, diferentemente do cinema. • O cinema vem do melodrama teatral. • Os primeiros filmes são parados, sem movimentos, como se fosse um grande palco. O PENSAMENTO
  • 18. A chegada do trem na estação [ Irmãos Lumière -1895]
  • 19. • A pintura renascentista deseja a janela e usa a janela. • É preciso criar a ideia de janela para que o visitante possa olhar pela janela. • As imagens ao entrar nos olhos e são guardados. • Segue a ideia de câmera escura. The Virgin of Chancellor Rolin - 1433-34 - Jan van Eyck Musee du Louvre, Paris
  • 20. A visão, em sentido geral, não está só relacionada com os olhos. Na verdade, podemos dizer que vemos também com o corpo, já que o campo de visão e as experiências que dele derivam estão conectados à posição do corpo em relação à realidade que o rodeia, assim como toda experiência visual tem que ver com os estímulos que são recebidos do entorno por meio do corpo em sua totalidade. [...] A nossa visão não é outra coisa que não a propriedade de um corpo. Mas tudo isso só pode ter sentido para nós se o considerarmos a partir do momento em que já temos uma ideia clara do que significa a visão e das relações que ela mantém com o que chamamos de imagem ( CATALÀ: 2011: 19) A VISÃO
  • 21. A VISÃO Fora da imagem, o espectador ( ou ator, nos processos de interatividade contemporâneos) situa-se diante dela de uma maneira que determina a percepção que se tem dela, ao mesmo tempo que a própria imagem, ou fenômeno visual, o coloca em uma posição social que articula sua identidade dentro desse marco. Perceber, ser receptor ou usuário de uma imagem, significa em primeiro lugar iniciar um jogo entre a identidade social e a identidade individual ( CATALÀ: 2011: 19).
  • 22.
  • 23. selfiecity — são paulo [A video montage of 640 selfies from São Paulo]
  • 24.
  • 25. Kessel, Jan van the Elder - America complete (1966) Albert Eckhout - Índia Tupi IMAGEM COMPLEXA [ Josep Català ]
  • 26. [ As imagens como ponte para o conhecimento] • Uma produção pictórica do hermetismo medieval onde 15 gravuras que descreve o método da grande obra da alquímica. • Não é um livro sem palavras. Na lâmina 14, existe uma expressão latina conhecida dos alquimistas: “Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies” (“Reza, lê, lê, lê, relê, trabalha e encontrarás”). • A ideia de livro mudo vem a ser à total incompreensão dos seus sinais por parte dos leigos em alquimia, já que só os entendidos compreendiam as revelações das gravuras. • Uma complexa composição de imagens em que nada está Mutus Liber – Editado por representado por acaso. Eugene Canseliet 1958.
  • 27. [ As imagens como ponte para o conhecimento]
  • 28. • A verdade da imagem se encontra através da técnica, por ser um instrumento profundamente ligado a cultura visual contemporânea. • A tecnologia fez com que as imagens contemporâneas tornassem imagens complexas. • Todas as imagens podem ser complexas uma vez que a nossa “mirada” é complexa. El poeta y el pinto - Chirico IMAGEM COMPLEXA [ Josep Català ]
  • 29. A FORMA DAS IDEIAS A perspectiva representa a tendência no sentido da globalidade da imagem época renascentista e pós-renascentista. A técnica implica uma vontade integradora muito forte que constitui o embasamento de seu realismo essencial (CATALÀ,2011: 123). Vittore Carpaccio (1460-1526). O retorno do Embaixador.
  • 30. • Durante o renascimento, ocorre uma recuperação do mundo clássico cuja tradição tinha sido supostamente, esquecida durante a longa Idade Média. • Um movimento cultural faz renascer tradições perdidas e consideradas transcendentais. A FORMA DAS IDEIAS
  • 31. [ As imagens como ponte para o conhecimento]
  • 32. [ As imagens como ponte para o conhecimento] A Entrega das Chaves a São Pedro, Capela Sistina [1481–82] Reconstrução do templo de Jerusalém - Guillaume de Tyr. [Entre 1200 e1300]. As arestas paralelas dos objetos, ao se distanciarem do observador, fixo, deveriam convergir para um ponto (ponto de fuga), porém, elas não o fazem.
  • 33. • O interesse em recuperar o pensamento clássico é acompanhado de um interesse pela arte do passado e então há uma tomada de consciência de que esses restos tinham permanecidos até o momento sob o mesmo subsolo que sustentava as construções da sociedade atual. • Materializava-se também a ideia moderna da temporalidade.
  • 34. OS EMBAIXADORES - Hans Holbein, o Jovem [ roteiro a partir de leituras de John Berger, Arlindo Machado e Omar Calabrese] [ Carlos Roberto da costa] • Hans Holbein nasceu em Augsburgo em 1497 e morreu em Londres em 1543. • Estudou com o pai (Holbein, o velho). • Em 1515 se instala em Basileia, na Suíça, e ilustra O elogio da loucura, de Erasmo de Rotterdam. • Torna-se amigo de Erasmo, que irá dar-lhe várias cartas de recomendação.
  • 35. Hans Holbein • Em 1518 viaja para a Itália e entra em contato com a pintura de Leonardo da Vinci e de Andrea Mantegna. • Esta viagem influenciará no acabamento de seus retratos, na composição e riqueza das cores, típicas do renascimento italiano. • Acaba se tornando um grande retratista, embora fosse homem de muitas artes, como a astronomia e o desenho de projetos.
  • 36. Hans Holbein • Volta para a Suíça, mas retorna para a Inglaterra em 1532, e se torna pintor da corte, por indicação do embaixador Jean de Dinteville, seu amigo. Fez diversos retratos de Henrique VIII. • Holbein foi um dos pintores mais intelectualizados de sua época. • Amigo de cientistas (como Kratzer, Schöner, Erasmo de Rotterdam e More). • Morreu numa epidemia de peste em 1543.
  • 37. • Este retrato de Tomás More, pintado por Holbein em sua primeira estadia na Corte inglesa, dá uma boa amostra de seu estilo de pintura e de retratista amante dos detalhes. Holbein se apresentar com carta de recomendação de seu amigo Erasmo. Hans Holbein [ Retratos ] Tomás More
  • 38. Hans Holbein [ Retratos ] Kratzer e de Erasmo de Rotterdam
  • 39. Hans Holbein [ Retratos] Gisze, um mercador alemão em Londres, e das rainhas Jane Seymour e Ana de Clèves (terceira e quarta esposa de Henrique VIII).
  • 40. LER UMA PINTURA • A pintura é um texto aberto à leitura. • Há mensagens distintas e em diversas camadas, como as de uma cebola. • Essa leitura demanda olhar atento, como a leitura de qualquer imagem, na descoberta das intertextualidades.
  • 41. Olhar Atento • A intertextualidade define um conjunto de capacidades e pressupostos por parte do leitor e são evocadas mais ou menos explicitamente em um texto. • Algumas são histórias ou narrativas já produzidas por outro autor. Como a clássica cena do carrinho de bebê na escadaria de Odessa, durante a repressão do czar, no filme O encouraçado Potenkin (1925), de Eisenstein. Essa cena foi citada por Brian de Palma no filme Os intocáveis (1987).
  • 42. Encouraçado Potekim - Sergei Eisenstein -1925
  • 43. A cena da escadaria de Odessa (acima), da obra de Eisenstein, é citada por Brian de Palma no filme Os Intocáveis (direita).
  • 44. Os Intocáveis - Brian de Palma [1987 ]
  • 45. • Os embaixadores [1533] – National Gallery, em Londres. • A tela é considerada enigmática, misteriosa, filosófica • Equipara-se As Meninas, de Velázquez (1656) em quantidade de estudos e de análises.
  • 46. • O pintor está representado no próprio quadro e olha para fora da tela, na direção do espectador, o “nosso lugar” em relação à tela. • Mas lugar do ponto de vista do observador se mostra ocupado: no reflexo do espelho, no fundo da sala, se veem as duas figuras reais que seriam o alvo do trabalho do pintor.
  • 47. O casal real (Felipe IV e Mariana da Áustria) refletido no espelho. O lugar do espectador é o lugar o rei (Foucault em A palavra e as coisas).
  • 48. Os Embaixadores [Hans Holbein ] Descrição do quadro
  • 49. • É um retrato de ocasião: feito com hora marcada, encomendado ao artista em ocasião especial. A própria tapeçaria (usada em outros quadros de Holbein) realça a dignidade dos retratados. • Numa sala solene, de piso marchetado e cortinas de seda verde com brocado ao fundo, dois cavalheiros são retratados em pé. • Eles estão apoiados numa mesa com tampo duplo, repleta de objetos científicos, musicais e geográficos. A mesa está coberta por uma tapeçaria. • Os dois personagens parecem figuras importantes na hierarquia da corte. • Um está vestido com sinais de dignidade: a capa de arminho branco, o colar de ouro e um punhal. • Veste ricas roupas e imponentes adereços. • Os dois olham para o pintor, ou (como quer John Berger) têm um olhar distante, como alheios: na realidade não olhariam para nada. Greta Garbo. Rainha Cristina. Rouben Mamoulian - 1933
  • 50. • O homem pintado à direita é um eclesiástico, membro da elite da igreja (trajes e luvas). • Há no quadro um efeito realista nos pormenores legíveis. • O quadro está pintando com grande habilidade para criar no observador a ilusão de que “olha” objetos e materiais reais. No entanto tudo se dirige ao tato. • Cada centímetro da superfície da tela, embora visual, apela ao tato: peles, sedas, metal, madeira, veludo, mármore. • Os dois homens têm presença, mas a cena é tomada pelos “materiais” dos objetos e de suas roupas. • Fora mãos e rostos, tudo fala da qualidade da fabricação e da arte dos artesãos que as produziram.
  • 51. • Na mesma época em que Holbein pintou a tela estavam em moda os quadros de enigma, que tiveram no pintor Ehrard Schön sua expressão maior. • Essas obras eram um tipo de jogo de adivinhação (a mentira e o segredo). Martinho Lutero, por Ehrard Schön
  • 52. “ O que se olha é aquilo que não se pode ver ”. • Neste sentido que se pode dizer que, diante da tela de Holbein, o olhar cai sempre no furo, já que aí o olhar quer ver aquilo que não há. Toda pulsão é sempre a pulsão de morte. • Arlindo Machado escreve que esse “segundo olho” introjetado na cena é um olho crítico, com a função de desmantelar as certezas do sistema renascentista.
  • 53. • A tela de Hans Holbein, ensina Omar Calabrese, possui dois olhares distintos: um para o público em geral e outro para aqueles que possuem a “chave”.
  • 54. Enigma 1: O segredo • O quadro é teatral na apresentação na anamorfose (a morte) em contraste com a opulência do cenário e dos personagens. • A força do poder político, das ciências contra o nada: a caveira. • O quadro atrai e confunde e convida para o jogo. O que é aquela figura atravessada no primeiro plano? • A tela celebra uma nova classe de riqueza. Mais dinâmica (não é a posse de uma casa) e cuja única porta de acesso é o supremo poder de compra que o dinheiro proporciona ( Jonh Berger). • O desejo se baseia na tangibilidade, no poder de tocar, satisfazendo o tato e a mão do proprietário. • Se o crânio (memento mori), colocado a pedido dos retratados, fosse pintado igual ao restante, teria perdido sua significação metafísica. Seria apenas parte do esqueleto de alguém que morreu. A anamorfose (a caveira/ crânio transfigurada) reposicionada numa rotação feita com o computador
  • 55. Enigma 1: O segredo A anamorfose (a caveira/ crânio transfigurada) reposicionada numa rotação feita com o computador
  • 56. Enigma 2: Os personagens • Georges de Salve, 24 anos, sagrado bispo aos 18. Embaixador papal, está em Londres também em missão de trabalho. • Jean de Dinteville, embaixador do rei Francisco I da França na corte inglesa. Tinha 29 anos em 1533. No pescoço a medalha da Ordem de São Miguel, oferta do rei francês.
  • 57. Enigma 2 – Os personagens • Os objetos entre os embaixadores (globo celeste, alinômetro, goniômetro, relógio solar, mapa-múndi, alaúde, flautas. • O livro entreaberto é o L’ Arithmétique des Marchands, de Petrus Apianus, de 1527. • O outro é o Gesangbüchlein, de Johann Walter, de cantos corais (Wittenberg, 1524).
  • 58. Enigma 3 : Cultura e ciência • Os personagens se apoiam e se rodeiam não de elementos celestes, mas de ícones da ciência. • É um elogio da nova era da ciência e do saber moderno. • Copérnico defende, naquele mesmo 1533, a teoria heliocêntrica perante o papa Clemente VII. Tempos de reforma religiosa e científica.
  • 59. Enigma 4 : O segredo da amizade • Os dois personagens do quadro são mensageiros da modernidade e pertencem a um círculo de sábios. • Dinteville é amigo de Nicolau Kratzer, cientista e astrônomo, e alguns dos objetos presentes no quadro estão também no retrato de Kratzer feito por Holbein. • Dinteville é amigo de Erasmo de Rotterdam, que o recomendou a Tomás More, chanceler inglês que neste 1533 está preso por não haver aceito o casamento de Henrique VIII com Ana Bolena. More está presente no quadro. Erasmo de Rotterdam por Holbein Retrato do matemático Nicolau Kratzer, do círculo de Thomas More
  • 60. Enigma 5 : A política • 1533 é uma data fatídica para a modernidade. • Marca o final dos tempos medievais. • Dinteville e Georges de Salve foram enviados a Londres (o piso da sala reproduz o chão da Abadia de Westminster) em missão diplomática secreta. Objetivo: tentar evitar a ruptura religiosa entre a Grã-Bretanha e Roma. Martinho Lutero já havia aberto um cisma na igreja (1521). Mas a missão é difícil, se não impossível. A ruptura é iminente, como veremos a seguir. O piso da sala em que os embaixadores se encontram reproduz o chão da Abadia de Westminster: os dois estão ali em missão diplomática secreta, para tentar evitar uma ruptura que se apresenta como iminente
  • 61. Enigma 6 : A ruptura • A ruptura já ocorreu com Lutero, em 1521. • O alaúde de 10 cordas tem uma delas partida. • Georges de Salve tem o rosto com a pele estranha, como uma pintura incompleta. Holbein poderia ter terminado depois, se quisesse. A pele é imperfeita como a própria missão do bispo Georges. • O livro de cânticos mostra um hino luterano: o final da unidade da igreja. O alaúde, a grande lira do universo, foi rompido. Uma das dez cordas do alaúde foi quebrada: a ruptura já ocorreu. A igreja una está dividida.
  • 62. Enigma 7 : O linguístico • A segunda caveira dentro da caveira. A caveira no alfinete de Dinteville. “Memento mori”. Holbein, em alemão, quer dizer “osso oco”. • A morte como segredo. E o detalhe final: o crucifico escondido no lado esquerdo da pintura. • É o último golpe teatral, o último dos segredos do quadro. Oculto na última prega à esquerda da cortina, um crucifixo de prata em perfil, com o braço curto da luz voltado para nós, é o simulacro do irrepresentável, de Deus. Ponte e passagem para o além da representação. A caveira no alfinete do chapéu ou boina de Dinteville. “Memento mori”: lembre-se de que você irá morrer. O golpe teatral final: o crucifixo escondido na dobra da cortina.
  • 63. Mudança do imaginário Método de Dürer que se utiliza de um vidro quadriculado como plano secante da pirâmide visual. • O final do século XIX, é um momento transcendental. • Há uma mudança radical na forma como se concebia a imagem. • Muda o nosso imaginário sobre a forma de concepção da imagem. • Continua a pensar na imagem criada pela renascimento [ imagem perspectivista] . Construção geométrica de uma perspectiva. Gravura de Henricus Hondius.
  • 64. Cliff Evans, em “Citzen: the wolf and the Nany (2009)
  • 65. Mudança do imaginário [ A fotografia] • Há uma ruptura profunda que de alguma forma explica o que acontece hoje. • O século XX foi uma preparação do que estamos vivendo hoje, ao mesmo tempo que manteve os equívocos de interpretração desse tipo de imagem. • Na contemporaneidade podemos regressar e reinterpretar a imagens do século XIX. Nicéphore Niépce [ 1826] Panorama de Daguerre: Boulevard parisien - 1827
  • 66. Mudança do imaginário [ A fotografia]
  • 68. Proto imagem cinematográfica • A sensação da imagem em movimento. • Um tipo de imagem anterior ao cinematógrafo [ não são considerado imagens já que as imagens seriam produtos de um movimento.
  • 69. A modernização do olhar/observador • A suposição do olhar às novas formas racionalizadas de movimento. • Essa mudança coincidiu com a crescente abstração da experiência óptica diante de um referente estável. • Um desraizamemto visão diante do sistema representacional [câmara escura] .
  • 70. Les affiches en goguettes [ Georges Méliès – 1907 ]
  • 71. A modernização do olhar/observador • Méliès tinha uma imaginação transbordante e fazia algo pode ser considerado moderno e contemporâneo. • Há um dispositivo de representação que hoje a TV e o cinema estão utilizando: a tela dividida em diferentes ações. • Uma imagem complexa por possuir movimento em potencial, um mecanismo interno, uma técnica e uma visualidade não visível. • Esse mecanismo tipicamente modernista oculta a complexidade atrás da impressão de modernidade. • Há um prolongamento do imaginário renascentista que pretendia a ilusão do realismo.
  • 72. • Méliès faz uma colagem, não é uma vista direta do que está direta da camera • Nos anos 30 isso se repete: compor uma imagem atraves de outra imagem. • Quentin Tarantino faz isso hoje. • Essa forma faz esconder algo para fazer uma anunciação visual escondendo a complexidade interna.
  • 73. Taran.no // From Below [ Kogonada
  • 74. IMAGEM COMPLEXA [ As imagens como ponte para o conhecimento]
  • 75. O livro de cabeceira -­‐ Peter Greenway [ 1996] O livro de cabeceira -­‐ Peter Greenway [ 1996]
  • 76. IMAGEM COMPLEXA HQ como forma de exposição Rodolphe Töpffer [ 1799 - 1846] A narração gráfica
  • 77. IMAGEM COMPLEXA [ Split-screen ]
  • 78. IMAGEM COMPLEXA HQ como forma de exposição • Nascia uma outra forma de representação distinta do cinematógrafo. • Uma representação em uma página e que produzem articulações dentro da página que parecem ser cinematograficas, mas com a virtude de estar presente na superfície. • Nesse sentido a imagem de Méliès seria mais complexa.
  • 80. IMAGEM COMPLEXA HQ como forma de exposição • Uma representação em uma página e que produzem articulações dentro da página que parecem ser cinematograficas, mas com a virtude de estar presente na superfície.
  • 81. IMAGEM COMPLEXA [ Gabinetes das curiosidades ] The Gallery of Cornelis van der Geest – 1628. Willem van Haecht
  • 82. Jan van Eyck, Femme à sa toilette The Gallery of Cornelis van der Geest – 1628. Willem van Haecht IMAGEM COMPLEXA [ Gabinetes das curiosidades ]
  • 83. Alice Madness Returns - De volta ao País das Maravilhas
  • 84. Novas histórias de fantasmas . Didi-Huberman - 2014
  • 85. A VIRGEM E O MENINO À FRENTE DE UM GUARDA-FOGO [ O mestre Flemalle - Robert Campin] • A pintura holandesa mostrou a possibilidade de uma arte capaz de imitar a realidade. • Símbolos cotidiano de um cenário doméstico em símbolos em símbolos de símbolos. • O tema é a Mãe. Tudo gira em torno da Virgem. • O pintor deixa pista no ambiente para saber a identidade dessa mulher. • Maria vive em um mundo real. • Elevou uma mãe humana, em circunstâncias comum, a uma posição sagrada ( A Mãe de Deus). • Humaniza o divino.
  • 86. O FILHO • Olha com olhar convincentes. • Segura uma flor invisível . A MÃE • Olha para cima, oferecendo o mamilo direito menos para o filho do que para o espectador. • Cabelos ondulados. • Seios redondos- a metade inferior ausente por baixo das dobras do vestido. • Maria é imaculada como o lírio.
  • 87. AS VÁRIAS REPRESENTAÇOES DA VIRGEM Isis e Horus – Egito (primeiros registros após 2500 A.C.) O nascimento da Via Láctea, 1636. Peter A Virgem Abençoada Castigando o Paul Rubens. Menino Jesus Perante Três Testemunhas ( André Breton, Paul Éluard e o artista) – 1926. Max Ernst -­‐ Metropolitan Museum of Art em Nova York.
  • 88. AS VÁRIAS REPRESENTAÇOES DA VIRGEM Isis e Horus – Egito (primeiros registros após 2500 A.C.) O nascimento da Via Láctea, 1636. Peter Paul Rubens.
  • 89. • O leite torna-se um dos aspectos da humanidade de Cristo. • O leite é o dom da vida. • Com o leite crescerá e tornará homem. • Vinho alemão Liebfraumilch ( Leite de nossa senhora).
  • 90. • Os sete atos de misericórdia. • Em representação do juízo final do Séc XVII Maria despe diante do filho. • O Filho mostra as feridas no próprio. Maria e Jesus perante ao Senhor. Mestre dos Encarnados de Zurique. 1503 • Maria como Mãe misericordiosa, alimenta com seu leite as almas do purgatório. Filotesi dellÁmatrice. C.1508.
  • 91. AURÉOLA • Guarda-fogo feito de palha. • Depois de Cristo todos os santos herdaram esse traço singular de divindade. • A auréola também percorreu o oriente. • Coroava a cabeça de Deus Pai. • O Espírito Santo em forma de cisne e Deus Filho. • O círculo é a mais perfeita forma geométrica. Apolo Coroado com uma auréola, examinando inúmeros vasos contendo os atributos dos deuses.Vincenzo Catari . 1556. Incomensurável Buda dos 48 desejos. Desenho chinês à tinta. Sec. X. O quarto homem - Paul Verhoeven. 1983. A mãe coroa o seu filho uma casca de maçã.
  • 92. A.I. – Inteligência Artificial [ Steven Spielberg – 2001] • O protagonista está isolado. • Ele tem a perfeição de um santo e tem direito a uma auréola. • Mas a tarefa é executada também no conteúdo (lustre adequado) e pelo estilo ( A câmera no local adequado para que funcione a ideia. • Davi é preso dentro do seu desejo circular. Da mesma forma que o movimento de câmera em círculo.
  • 93.
  • 94. A CHAMA • Presença no ambiente (Espírito Santo). • A chama é uma convenção iconografia medieval. BANCO DE 3 Pés • Presença da Santíssima Trindade. • 3 círculos interligados • Animal de 3 cabeças como a íbis ou salamandra.
  • 95. TRÍPTICO DE JARDIM DAS DELÍCIAS - HIERONYMUS BOSCH .
  • 96. MUNDO/IMAGEM NA JANELA • A cena pintada em detalhe meticuloso, como uma miniatura retrata a cena de uma cidade. • A igreja no centro da cidade aponta padrão céu. • Pessoas • Uma mulher parada na porta da casa. • Dois cavalheiros passam com ar de ócio • Pedestres parados conversam na rua.
  • 97. O LIVRO • A mãe interrompeu a leitura para amamentar o filho. • Verba - assume a forma do mesmo. • Scripta – passa • O pintor acreditava na palavra escrita.
  • 98. A ROUPA • A cor azul celeste se manteve como valor simbólico • Ornada com bordados e pedras preciosas • Vestida com requinte celestial. • Usa anel de casamento. • Noiva de José e Deus. • Santo Agostinho dizia " a esposa do Filho”. O AMBIENTE • Não de forma aristocrática. • O guarda-louça gótico e o cálice foram acrescentados no séc. XIX e oculto sua genitália do menino. • No séc. xv era comum ver o Menino Jesus nu.
  • 99. • Há pelo menos duas pinturas: 1. Uma cena doméstica comum e um interior confortável. 2. Conta a história de um deus nascido de uma mulher mortal, o qual assume na sua feição humana a sexualidade da carne e o conhecimento. • Essa história ameaça ser infinita , uma vez que toda leitura nova acrescenta outras camadas ao seu enredo. • Ao analisa-la hoje, emprestamos à pintura uma abundância de detalhes curiosos, dos quais o artista não fazia ideia.
  • 100.
  • 101. Leonardo's Last Supper -­‐ Peter Greenway
  • 102. Cultura visual [ Novas configurações ] • A imagem na cultura visual permite ver e explicar as novas configurações . • Ao tentar explicar novas configurações temos que recorrrer as novas visualidades que tem em comum determinadas configurações. • O que há no fundo do conhecimento. • Hipertextual implica uma leitura distinta. • Qualquer imagem ou instrumento visual introduzidos nesses textos permitem através de mapas e interface descontruir e também reconstruir o texto através dos instrumentos visuais. • Qualquer Tecnologia aplicada a anterior, possibilita ver a complexidade da tecnologia. • Imagem de vídeo é possível desconstruir o quadro.
  • 103. The Survivor from Warsaw, Saskia Boddeke & Peter Greenaway
  • 104. IMAGEM COMPLEXA [ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO] Photosynth • Fotografias que vieram de variados bases de dados. • Photosynth tem uma grande coleção de fotos de um lugar ou objeto, analisa-los por semelhanças e os exibe em um espaço dimensional reconstruído. • Já não estamos fazendo montagem com imagem de apenas uma pessoa, mas com fotos tiradas de diferentes pessoas, que são colocadas na internet e que existem conexões entre elas. • A tela aparece como diferentes tábulas que os planos podem ser colocadas de diferentes formas. • É um passo adiante da linguagem cinematográfica. • Há a criação de espaços virtuais diferentes. • Uma imagem metafórica baseada em bancos de dados.
  • 106. IMAGEM COMPLEXA [ Interface ] • Modelo mental é uma maneira de organizar o conhecimento. • A interface é um novo modelo mental. • Organizamos através de imagens, pode ser parecido com cinematográfica. • No videojogos a se que faz na tela cria uma nova disposição visual que permite avançar um passo a mais. • Videojogo pretende ser realista. • Não observamos como um avanço e sim como uma imersão ao universo virtual realista com ações e gestões que são naturais. • Mas essas ações não toma com base a imaginação como o espectador de um espetáculo. • Toma a decisão também com a ação de uma corpo.
  • 107. Immemory - [Chris Markers ] 1997
  • 108. • Do universo que configuramos surgem uma série de “objetos” que constituem a materialização da fenomenologia virtual. • Os objetos surgem de uma estrutura anteriormente delimitada, do seu funcionamento multi-estável. • Ao considerar estes elementos como objetos, extraímos da arquitetura que fazem parte e do seu fluxo constante. • Ao descrevê-los e determinar o seu significado levar em conta que são objetos complexos e por isso estão abertos tanto a constelação ( arquitetura) e à rede ( circulação) a que pertence.
  • 109.
  • 110. IMAGEM COMPLEXA [ Interface ] • Imagem interface em um novo tipo de imagem [mutante, fluida]. • Todo esse elementos não estáveis, se articulam e daí a necessidade de de compreender o que significa. • E onde esta organizado o nosso pensamento? • Estamos na era da representação fluida e em movimento. • Os meios anteriores não somem. • Assumem camadas, novas epidermes e complicando a estrutura de imagem. • Os meios se transformam a medida que assumem novos meios.
  • 112. The Left-behind Family - liu jie Camponês trabalhador Wang Daisheng trabalhador na cidade de Chengdu ao lado da imagem do filho deixado na na província de Sichuan.
  • 113.
  • 114.
  • 115.
  • 116.
  • 118.
  • 119. IMAGEM COMPLEXA [ Modo de exposição ] Chen Man
  • 120. IMAGEM COMPLEXA E ANÁLISE DE IMAGENS NA CONTEMPORANEIDADE OBRIGADO José Geraldo de Oliveira zooliveira@uol.com.br
  • 121. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro, Martins Fontes, 1987. CALABRESE, Omar. A linguagem da arte. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1987. CATALÀ, Josep M.. La Imagen Compleja. La Fenomenológia de las Imagenes en la Era de la Cultura Visual. Bellaterra: Servei de Publicacions, 2005. ________________. El Murmullo de la imágense. Imaginación, documental y silencio. Cantabria, Shangrila, 2012. ________________. A forma do real: introdução aos estudos visuais. São Paulo: Sumus: 2011. ________________. La imagen interfaz. Representación audiovisual y conocimiento en la era de la complejidad. Bilbao: Servicio Editorial D. L., 2010. DANCYGER, K. Técnicas de Edição para Cinema e Vídeo. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Campus, 2007. Laurent Jullier e Michel Marie. Lendo Imagens do cinema. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009. JOLY, Martine. La Imagen Fija. Buenos Aires: La Marca Editora,2012. MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Cia das Letras, 2001. OLIVEIRA, José Geraldo. Grafitecidade e visão travelar. Disponível em http://www.portalcomunicacion.com/monograficos_det.asp?id=226&lng=por