2. Índice
2
6
SEGUNDA REVOLUÇÃO VERDE
SOJA LANÇAMEN
TO
“É necessária uma
Controle seletivo de
lagartas Para assegurar a alimentação da
crescente população mundial
10 ALGODÃO LANÇAMEN
TO
Manejo seletivo de nas próximas décadas
lepidópteros
Os números estão crescendo. Estima-se que em 2012 a população mundial
14 SEMENTES alcançará a marca de sete bilhões de pessoas, passando em 2025 para oito
bilhões. Esse rápido crescimento ocorrerá quase exclusivamente nos
Tratamento completo países em desenvolvimento, onde já vivem mais de 80% da popu-
protege numerosas e lação mundial. E são precisamente esses países os mais atingidos
importantes culturas pela carência de alimentos.
O Banco Mundial calcula que, nesse período, o número de
pessoas famintas no mundo poderia subir dos 850 milhões
16 MILHO Convencional e Bt atuais para 950 milhões. Enquanto isso, as previsões da
Sementes tratadas elevam ONU mostram que, em 2050, estarão em condições de uso
para assegurar o suprimento de alimentos per capita
rendimento da cultura apenas 40% da área que era disponível para a agricul-
tura em 1950.
20 MILHO
Soberan mostra eficácia em
todas as regiões produtoras
22 BATATA e TOMATE LANÇAMEN
TO
Requeima e pinta-preta
exigem cuidados
26 INOVAÇÃO
Inseticida com sistemicidade
completa
Deixamos de publicar a bibliografia da maioria
das matérias desta edição, que permanece à
disposição dos interessados.
Correio - 2009
A revista Correio é uma publicação da Bayer CropScience,
dirigida a engenheiros agrônomos, agricultores, técnicos
agrícolas, faculdades de agronomia, bibliotecas e pessoas
interessadas em agricultura.
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2 CORREIO
4. enormes perdas para os produtores rurais.
Mas não são apenas as catástrofes naturais
que provocam a perda de bilhões de dólares
Garantia de alimentos com menos áreas de produção de riqueza agrícola todos os anos: persis-
tentes condições agrícolas desfavoráveis
como falta de água, aumento da salinização
Nos cerca de 13 bilhões de hectares de terras que cobrem a superfície terrestre,
de solos agricultáveis e calor ou frio extremo
aproximadamente 1,5 bilhão de hectares são utilizados para a agricultura e outros
são causas primárias de enormes perdas de
3,5 bilhões de hectares são ocupados por pastagens e campos. Essa área não pode
colheita. Milho, arroz e trigo já não con-
ser aumentada. Anualmente, cerca de sete milhões de hectares de terra agricultável
seguem suportar as mudanças climáticas
são perdidos como resultado de construções, erosão, desertificação e outras
extremas, que se somam aos estresses aos
causas. Sem medidas modernas de proteção das lavouras e fertilização, necessi-
quais as plantas estão sujeitas, com efeitos
taríamos de uma área agricultável significativamente maior, por volta de quatro
graves. Mesmo com os melhores cuidados
bilhões de hectares. Em consequência do crescimento populacional, a produção
dispensados às suas lavouras, os agricultores
agrícola deve crescer por volta de 2% ao ano para garantir o suprimento de ali-
perdem regularmente de 30% a 70% de suas
mentos necessário para nutrir todas as pessoas.
colheitas.
Esse número ainda não leva em conta o aumento da demanda por carne. Na China,
por exemplo, o consumo de carne dobrou nos últimos 15 anos. Para cada quilo-
grama de carne bovina, é necessário produzir mais de sete quilos de ração animal Produção agrícola deve ser
– o que também eleva as necessidades de alimentos para os animais, aumentando
a competição por terras agricultáveis para a produção de alimentos. obtida com sustentabilidade
“Há uma necessidade urgente não só de
tornarmos a produção agrícola mais eficiente,
mas também de fazê-la de forma sustentável”,
afirma o Professor Friedrich Berschauer,
Para culminar, as reservas mundiais de ali- Fenômenos climáticos presidente do Conselho da Bayer CropScience.
mentos estão neste momento em seu mais Um objetivo-chave dos cientistas dedicados à
baixo nível em 30 anos. O principal problema extremos ameaçam lavouras proteção das plantas é aumentar a produtivi-
é que não há praticamente nenhum potencial dade das culturas e tornar as plantas mais re-
para a expansão das áreas de produção de Outro problema é que os meteorologistas no sistentes à intensidade de frio, calor, seca ou
trigo, arroz ou milho. Em muitas partes da mundo inteiro estão registrando eventos ex- exposição ao sol. Estes fatores colocam as
Ásia, todas as elevações que poderiam ser tremos com frequência crescente – a falta de plantas sob enorme estresse, desencadeando
aproveitadas já estão cobertas por campos e deslocamento de chuvas tropicais assim processos que podem até mesmo conduzi-las à
terraços de arroz. Da mesma forma, em como fenômenos anormais de correntes autodestruição: as plantas aumentam seu con-
muitas regiões da África, é quase impossível marítimas. Um exemplo bem conhecido é o sumo de energia e, por conseguinte, podem
expandir a quantidade de áreas agricultáveis. do El Niño: de três a seis anos, chuvas tor- não mais produzir certas moléculas que trans-
Isso se deve em parte ao fato de os solos não renciais devastam áreas inteiras de terra na portam energia, as quais, entretanto, são
serem adequados e em parte porque a agri- América do Sul, enquanto ocorrem secas nas necessárias para a sobrevivência das células.
cultura intensiva levaria esses campos à de- regiões Sul e Leste da África, na Indonésia e Essa perda tem consequências dramáticas para
sertificação. na Austrália e geadas na Flórida, causando a planta, que não consegue mais suprir ade-
Bayer CropScience investe fortemente no desenvolvimento de plantas mais resistentes Uma grande variedade de produtos vegetais é fundamental
4 CORREIO
5. quadamente as folhas, os frutos e as hastes de Por que é necessária uma revelam que as culturas nas quais foram apli-
energia. As células individuais gradualmente cadas estrobilurinas produzem colheitas me-
morrem e, no final, morre a própria planta. “segunda revolução verde” lhores do que as protegidas com outros agen-
tes fungicidas”, diz o Dr. Dirk Ebbinghaus,
Pesquisa busca plantas Para Berschauer, a biotecnologia é uma ferra- pesquisador científico da Bayer CropScience.
menta vital para assegurar o suprimento de As culturas protegidas com trifloxystrobin tam-
tolerantes ao estresse alimentos para a população do mundo no fu- bém se desenvolvem melhor do que as não
turo. “É necessária uma segunda revolução tratadas em condições de seca. “Nosso ingre-
Os pesquisadores da Bayer CropScience verde. Se utilizarmos a biotecnologia em con- diente ativo claramente desencadeia uma série
estão utilizando um artifício para proteger as junto com as soluções para a proteção das plan- de diferentes efeitos positivos nas plantas, os
plantas de arroz, por exemplo, contra vários tas de maneira bem dirigida, poderemos quais resultam em um crescimento do rendi-
fatores de estresse. Eles as introduziram em alcançar avanços significativos em produtivi- mento acima da média”, diz Ebbinghaus.
um programa de fitness. “Nossa ideia foi dade”, comenta o presidente do Conselho da Os resultados mais recentes da pesquisa tam-
colocar as lavouras em forma”, diz Michael Bayer CropScience. Outros especialistas com- bém têm demonstrado que determinados in-
Metzlaff, do Centro de Inovação para Biotec- partilham essa visão: de acordo com as estima- gredientes ativos, como o imidacloprid, da
nologia de Plantas da Bayer CropScience, tivas do Grupo Consultivo em Pesquisa Bayer CropScience, também podem tornar as
situado em Gent, na Bélgica. Para conseguir Agrícola Internacional , somente com a biotec- plantas de arroz mais resistentes à flutuação do
isso, sua equipe está adotando duas estraté- nologia será possível elevar a produção agrícola teor de sal na água.
gias. Primeiro, os cientistas incorporam gens em aproximadamente 25%.
em plantas que devem ajudá-los a lidar com o
estresse excessivo causado por condições Agentes antifungo ajudam Compromisso: proteção à
secas ou úmidas. Depois, eles apenas desati-
vam os gens individuais que desencadeiam o desenvolvimento do trigo biodiversidade
reações ao estresse excessivo em plantas nor-
mais e prejudicam a produtividade. “Nossa Pesquisadores da Bayer CropScience no Ca- Uma vez que a demanda por alimentos de alta
meta é capacitar as plantas para que pro- nadá já estão empregando avanços no cultivo de qualidade em quantidades adequadas e a preços
duzam rendimentos elevados e estáveis por sementes que aumentam o rendimento de óleo acessíveis não pode ameaçar a natureza, a Bayer
longo prazo a despeito da flutuação das de canola em até 30% se comparado com as CropScience comprometeu-se com um impor-
condições ambientais”, diz Metzlaff. variedades convencionais. Além da biotecnolo- tante princípio: utilizando as mais avançadas
gia vegetal, novos agentes de proteção das tecnologias, a companhia deseja ajudar tanto os
lavouras também podem elevar o rendimento pequenos quanto os grandes agricultores a
das colheitas. O exemplo mais recente é o in- obterem maior produtividade no solo já uti-
grediente ativo trifloxystrobin. Agricultores do lizado para a agricultura. Isso protege os habi-
mundo inteiro têm utilizado esse agente há anos tats naturais, evitando que sejam transformados
para proteger culturas de cereais, hortaliças e em áreas agrícolas.
frutas contra doenças fúngicas.
Mas o trifloxystrobin, um agente fungicida per- Autor: Utz Klages
tencente ao grupo das estrobilurinas, pode fazer
mais: também aumenta a capacidade das plan- Mais informações no site
tas enfrentarem o estresse. “Ensaios de campo www. bayercropscience.com
para uma nutrição saudável
CORREIO 5
7. O controle químico é extremamente importante em
numerosas situações para complementar a eficácia
do controle biológico
A grande responsável pelo recente cresci- de óleo comestível e 23,5 milhões de
mento da agricultura brasileira é a soja. toneladas de farelo protéico, contribuindo
Atualmente, o País é o segundo maior pro- para a competitividade nacional na pro-
dutor mundial dessa oleaginosa, liderando dução de carnes, ovos e leite (REETZ et al.,
as exportações do seu complexo, que com- 2008).
preende grão, farelo e óleo. Ante a enorme escala de produção da soja,
A soja é cultivada desde o extremo Sul do é esperado o surgimento de desafios fi-
País até as regiões Norte/Nordeste. Na safra tossanitários, que necessitam ser equa-
2008/09, ocupou uma área de 21,6 milhões cionados para preservar a produtividade e a
de hectares, com produção de 57,6 milhões própria sustentabilidade dessa cultura tão
de toneladas de grãos. Responde por 7% das importante para o Brasil e sua agricultura.
exportações brasileiras ou 19,5% das ex- Os insetos-praga que ocorrem na soja
portações do agronegócio, gerando anual- podem reduzir significativamente o rendi-
mente US$ 11,4 bilhões em receitas mento de grãos/sementes da cultura. Dentre
cambiais. A indústria nacional transforma as principais pragas, destacam-se a lagarta
por ano 30,7 milhões de toneladas desse falsa-medideira Pseudoplusia includens e a
grão, produzindo 5,8 milhões de toneladas lagarta-da-soja Anticarsia gemmatalis.
CORREIO 7
8. Pragas Níveis de ação
Praga Época Nível de ação
20 lagartas maiores que 1,5 cm/m
antes do florescimento
30% de desfolhamento
Lagartas desfolhadoras
20 lagartas maiores que 1,5 cm/m
após o florescimento
15% de desfolhamento
Fonte: Embrapa Soja, 2008
Lagarta-falsa-medideira
Pseudoplusia includens
o hábito mede-palmo, torna-se ativa e cai no amostragens devem ser realizadas com um
solo quando incomodada. Em alta popu- pano de batida de cor branca, com 1 m de
lação, pode apresentar coloração preta, comprimento e 1 m de largura, preso em duas
mantendo as estrias brancas. Passa por seis varas. Esse pano deve ser estendido em uma
estádios larvais e a fase de pupa ocorre no fileira de soja, com sua outra parte sobre a
solo ou sob restos culturais. O adulto é uma fileira ao lado. As plantas da área compreen-
mariposa de coloração variando entre cinza, dida pelo pano (1 m) devem ser sacudidas
marrom, bege, amarelo ou azul claro, tendo vigorosamente sobre este, provocando a
sempre uma linha transversal unindo as queda dos insetos, que deverão ser contados.
Lagarta-da-soja pontas do primeiro par de asas. O processo Esse procedimento deve ser repetido em
Anticarsia gemmatalis reprodutivo ocorre no período noturno, vários pontos da lavoura, considerando-se
sendo os ovos depositados isoladamente no como resultado, a média de todos os pontos
caule, nos ramos, nos pecíolos e na face in- amostrados. Quanto maior for o número de
ferior das folhas (ÁVILA et al., 2006; amostragens realizadas na área, maior será a
Lagarta-falsa-medideira DEGRANDE e VIVAN, 2008). segurança de correta avaliação da infestação
de insetos-praga e inimigos naturais. Re-
Apresenta coloração verde claro com uma comenda-se, para áreas de até 10 ha, realizar
série de linhas brancas longitudinais espa-
Ciclo de vida seis amostragens; de 11 a 30 ha, oito amostra-
lhadas sobre o dorso. Tem dois pares de per- gens; e de 31 a 100 ha, dez amostragens. Em
nas abdominais e no seu deslocamento Duração média de 47 dias: ovo = 3 dias; la- áreas maiores, recomenda-se dividi-la em
ocorre intenso movimento do corpo, pare- garta = 15 dias; pupa = 9 dias; adulto = 20 talhões de 100 ha e realizar dez amostra-
cendo medir palmos. A fase de pupa ocorre dias; cada fêmea oviposita cerca de mil ovos gens (Embrapa-Soja, 2008; DEGRANDE e
nas folhas, no interior de um abrigo pro- (DEGRANDE e VIVAN, 2008). VIVAN, 2008).
duzido pela lagarta, a qual tem coloração
variando de marrom a verde. A mariposa Danos Alternativas de controle
apresenta asas dispostas na forma de uma
quilha quando está em repouso, tem cor Várias são as alternativas para o controle de
Durante a fase mede-palmo (de “fio”), a la-
marrom ou cinza, com duas manchas lagartas em soja, dentro do Manejo Inte-
garta inicialmente raspa o tecido foliar.
prateadas em cada uma das asas do primeiro grado de Pragas (MIP). O controle biológico
A partir do terceiro estádio, consome a su-
par (DEGRANDE e VIVAN, 2008). pode ser feito pela ação dos predadores
perfície foliar, inclusive as nervuras e os
pecíolos (ÁVILA et al. 2006; DEGRANDE (hemípteros e coleópteros), parasitóides
Ciclo de vida e VIVAN, 2008). (de lagartas e ovos) e patógenos (vírus –
Baculovirus anticarsia; bactérias – Bacillus
Duração de 46 dias: ovo = 5 dias; lagarta = thuringiensis; fungos – Nomuraea rileyi).
20 dias; pupa = 7 dias; adulto = 14 dias;
Amostragem O controle químico deve ser efetuado por
cada fêmea oviposita cerca de 500 ovos meio do uso de inseticidas seletivos.
(DEGRANDE e VIVAN, 2008). Para o monitoramento das lagartas e de ini- Para a tomada de decisão de controle
migos naturais presentes na cultura da soja, as químico das lagartas, é importante consi-
Danos
A lagarta alimenta-se das folhas e não des-
trói suas nervuras, conferindo-lhes aspecto
rendilhado (DEGRANDE e VIVAN, 2008).
Lagarta-da-soja
Apresenta coloração totalmente verde,
pardo-avermelhada ou preta, com estrias
brancas sobre o dorso e quatro pares de per-
nas abdominais. Nos estádios iniciais, pen-
dura-se por um fio de seda, tanto para
mudar de lugar na planta, quanto para não
cair ao solo e se comporta como a mede-
palmo. Entretanto, ao desenvolver-se, perde
8 CORREIO
9. encontram-se os inseticidas reguladores rível que se aplique, com boa cobertura fo-
Inimigos Naturais de crescimento – inibidores da síntese de liar, também nas primeiras fases de desen-
quitina (ex: triflumuron) e o recém-des- volvimento das lagartas, quando estas ainda
coberto grupo químico de inseticidas regu- não tiverem causado dano significativo.
ladores de receptor de rianodina, as Em outras situações, a aplicação de um in-
diamidas (ex: flubendiamida). seticida de maior efeito de choque pode
No caso dos reguladores de crescimento, tornar-se necessária. Nesse caso, os car-
como o triflumuron, as pulverizações devem bamatos (ex: tiodicarbe) são os indicados
ser realizadas quando as lagartas, em sua para o controle (BUENO et al., 2007;
maioria, ainda forem pequenas (menos de Embrapa-Soja, 2008).
1,5 cm), devido à ação mais lenta (ÁVILA e
Calosoma GOMEZ, 2007). Já a flubendiamida mostra-
Calosoma granulatum
se eficaz sobre lagartas (Anticarsia, Pseudo- Autor: Silvestre Bellettini
plusia e Spodoptera) em qualquer estádio, Universidade Estadual do Norte do Paraná
mas como sua ação é por ingestão, é prefe- (UENP)
Bayer CropScience oferece soluções TO
adequadas ao MIP da soja LANÇAMEN
Aranha Com o lançamento de Belt (flubendiamida) no Brasil, inseticida com mecanismo de ação
inédito no mercado, como regulador dos receptores de rianodina, agindo nos canais de cál-
cio das fibras musculares das lagartas, a Bayer CropScience passa a oferecer um programa
de manejo das lagartas desfolhadoras da cultura da soja, seletivo aos inimigos naturais de
pragas e plenamente compatível com o MIP – Manejo Integrado de Pragas.
Para que este programa se torne ainda mais completo, também é importante o tratamento
derar os hábitos de cada espécie. A lagarta-
de sementes com CropStar (em fase de registro para extensão à cultura da soja), que exerce
falsa-medideira localiza-se geralmente no
controle de pragas mastigadoras e sugadoras e evita o ataque dos nematóides ao sistema
baixeiro e/ou no terço médio das plantas. Os
radicular, protegendo as plantas de soja nos primeiros dias após a emergência na lavoura.
inseticidas aplicados na cultura normal-
Desta maneira, por meio da utilização de inseticidas que apresentam tanto seletivididade
mente não atingem o local onde está a praga,
ecológica (CropStar*), quanto seletividade fisiológica (Certero, Belt e Larvin), os inimigos
principalmente se a cultura estiver fechada,
naturais serão preservados desde a emergência até a fase reprodutiva e se tornarão aliados
protegendo o inseto da ação dos produtos.
no manejo integrado das pragas da soja.
Assim, as pulverizações de inseticidas
devem ser realizadas com gotas pequenas,
empregando-se preferencialmente bicos tipo Produtos seletivos para a cultura da soja
cone (ÁVILA e GOMEZ, 2007).
O controle químico da lagarta falsa-me-
dideira também tem sido mais difícil,
quando comparado ao da lagarta-da-soja,
por ser a primeira uma espécie mais tole-
rante às doses recomendadas, além do que
muitos ingredientes ativos têm se mostrado
ineficientes no seu controle (ÁVILA et al.,
2006).
Embora o controle biológico seja de extrema Nível de dano na fase vegetativa Nível de dano na fase reprodutiva
importância, o controle químico é indispen- 30% de desfolha ou 15% de desfolha ou
sável em muitas situações. Os produtos mais 20 lagartas/m 20 lagartas/m
adequados para utilização do MIP na soja
são aqueles que combinam um bom controle Manejo de lagartas na soja
do alvo biológico com o mínimo impacto
sobre os inimigos naturais. A preservação Ingrediente Ativo: Flubendiamida
dos inimigos naturais é muito importante, Formulação: 480 SC
não só no manejo de lagartas, mas também Grupo Químico: Diamidas (grupo 28 do IRAC)
para os demais insetos-praga na cultura Modo de Ação: Ingestão
(BUENO et al., 2007). Classe Toxicológica: III
Existem diversos inseticidas registrados para
o controle das lagartas (A. gemmatalis e P.
CropStar*: no tratamento de sementes, protegendo contra as pragas iniciais que atacam a cul-
includens) na cultura da soja (ANDREI,
tura, inclusive os nematóides de galhas e das lesões.
2009). Entretanto, as Comissões de Ento-
Certero: Na primeira aplicação, na fase vegetativa, no manejo da lagarta-da-soja (Anticar-
mologia da Reunião de Pesquisa de Soja da
sia gemmatalis).
Região Sul e Reunião de Pesquisa de Soja
Belt: em aplicação até o início da fase reprodutiva, no manejo do complexo de lagartas des-
da Região Central do Brasil, em função dos
folhadoras (Pseudoplusia, Spodoptera e Anticarsia).
resultados de pesquisa, indicam os insetici-
Larvin: em aplicações tardias, corretivas e na soja fechada, para o complexo de lagartas.
das mais eficientes no controle de pragas e
que ainda são seletivos aos inimigos natu- *em fase de extensão de uso para soja
rais. Entre os produtos considerados sele-
tivos para a maioria dos insetos benéficos, Autor: Desenvolvimento de Inseticidas - Bayer CropScience
CORREIO 9
10. ALGODÃO
Manejo e controle seletivo
de lepidópteros
Por sua diversidade, pela capacidade de atacar diferentes estruturas da
planta e pela variedade de danos que causam, os lepidópteros estão entre
as pragas mais nocivas à cultura do algodão
Na cultura do algodão são encontrados inú- Os insetos que o algodoeiro atrai atacam espécies e também pela capacidade de danos
meros insetos. Parte deles é constituída por as raízes, o caule, as folhas, os botões causados em várias estruturas de uma planta
pragas prejudiciais à planta, que atacam suas florais, as flores, as maçãs e os capulhos, e e por uma única espécie, com destaque para
estruturas e causam danos diretos e quantita- nestes, danificam as fibras e as sementes a Spodoptera frugiperda.
tivos, reduzindo sua produtividade, ou indi- (Tabela 1). As principais lagartas que atacam a cultu-
retos e qualitativos, depreciando a qualidade Dentre os vários insetos que atacam as es- ra do algodão durante a fase vegetativa e
da sua fibra. Por outro lado, há insetos bené- truturas do algodoeiro, os lepidópteros se produtiva são: curuquerê, falsa-medideira,
ficos ao sistema produtivo, predando ou pa- destacam pela diversidade de espécies, pela lagarta-rosada, lagarta-das-maçãs e lagarta-
rasitando as pragas. variedade de danos causados por essas militar.
10 CORREIO
11. Curuquerê Lagarta-das-maçãs Pragas
A lagarta do curuquerê (Alabama argillacea) A lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens) é
provoca desfolhas que podem ser de gran- muito parecida com a Helicoverpa zea. Al-
de intensidade, variando de acordo com o gumas diferenças não são percebidas pelos
número e o tamanho das lagartas. As lagar- amostradores durante o monitoramento,
tas pequenas raspam o parênquima foliar como a presença de microcerdas sobre os
deixando as folhas translúcidas, enquanto as tubérculos do 2° e do 8° segmentos na la-
lagartas maiores devoram todo o tecido das garta da Heliothis virescens, enquanto na
folhas, com exceção das nervuras. As desfo- Helicoverpa zea a base do pêlo é lisa.
lhas ocorrem no sentido descendente. Em Porém, nesta, uma placa escura e brilhante, Lagarta-das-maçãs
altas infestações, podem devorar toda a logo atrás da cabeça, permite a diferen- Heliothis virescens
planta, incluindo as brácteas das estruturas ciação. Após a eclosão dos ovos, que são
produtivas. depositados nos ponteiros, as pequenas la-
O curuquerê deve ser controlado com, no gartas se alimentam da folha expandida mais
máximo, 30% dos pontos amostrados com jovem da planta, permanecendo ali até o se-
presença de lagartas e com o mínimo de des- gundo ínstar. A partir do segundo ínstar, a
folha. Se necessário, o controle deverá ser lagarta ataca as estruturas produtivas da
realizado com percentuais menores para planta no sentido descendente. Ataca ini-
evitar desfolhas. cialmente o botão floral mais jovem da
planta e, à medida que a lagarta cresce, vai
atacando botões florais maiores, flores e até Lagarta-militar
Falsa-medideira maçãs.
Spodoptera sp
Durante toda a fase de lagarta, que dura
A falsa-medideira (Pseudoplusia includens) aproximadamente 15 dias, uma lagarta ataca
é a predominante nas lavouras quando com- sete estruturas produtivas, sendo em média garta-militar deverá ser realizado quando for
parada a Trichoplusia ni. Ambas possuem cinco a seis botões florais e uma maçã. constatada:
três pares de patas torácicas, dois pares Para o controle da lagarta-das-maçãs, deverá • presença de lagartas pequenas em 10% das
de pseudopatas e um par abdominal. Na ser considerado um nível de dano eco- plantas, vistoriando-se botões florais, flo-
Trichoplusia ni as patas torácicas são verdes nômico (NDE) de 10% de plantas infestadas res e maçãs;
enquanto na Pseudoplusia includens são es- com lagartas pequenas (percentual válido • presença de lagartas de tamanho variado
curas. O ataque nas lavouras de algodão apenas para a primeira infestação) ou 5% (pequenas e médias) em 5% das plantas;
coincide com a maturação das lavouras de de plantas infestadas com lagartas de • presença de postura e eclosão de massas de
soja. tamanho variado (pequenas e médias). Não ovos em 1% das plantas.
A lagarta falsa-medideira também provoca é aceitável a existência de lagartas grandes O amostrador também deverá observar,
desfolhas, porém os danos nas folhas são na lavoura, devido ao difícil sucesso no con- durante o caminhamento entre os pontos
perfurações circulares entre as nervuras e o trole e aos danos já causados. de avaliação, a presença de sintomas de
sentido é da desfolha ascendente. eclosão e considerar essa informação para
A presença de 20% das plantas com lagar- auxiliar na tomada de decisão. Cada lagarta-
tas pequenas determina o momento de con- Lagarta-militar militar destrói em média seis estruturas pro-
trole. dutivas, sendo dois a três botões florais e três
As desfolhas tardias durante o período de A lagarta-militar (Spodoptera eridanea, a quatro maçãs, durante um período de
abertura dos capulhos são provocadas por Spodoptera cosmioides e Spodoptera aproximadamente 20 dias que completa o
populações mistas de curuquerê e falsa-me- frugiperda) ocorre em praticamente todo o ciclo larval. Lagartas grandes são de difí-
dideira e o controle deve ser realizado antes período vegetativo da lavoura, atacando cil controle e apresentam alta capacidade
da deposição de excrementos nas fibras. praticamente todas as estruturas da planta. destrutiva.
Podem ser encontradas posturas de massas Quando a lagarta-das-maçãs e a lagarta-mi-
com aproximadamente 100 ovos na região litar ocorrem separadamente ou em períodos
Lagarta-rosada intermediária entre os terços superiores e distintos, são considerados os mesmos va-
médios (5ª folha expendida) ou sintomas de lores de referência para o seu controle, já que
A lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella) eclosão nas brácteas dos botões florais, das os danos provocados por ambas no período
poderá ocorrer desde a fase F1 (quando o flores e das maçãs. O ataque da Spodoptera considerado ideal para controle (2° ínstar),
primeiro botão floral do primeiro ramo frugiperda no algodoeiro geralmente está são semelhantes. Quando as duas pragas
frutífero se transforma em flor), que ocorre relacionado com a migração de adultos das ocorrem simultaneamente, deve-se consi-
aos 50 dias, até os 140 dias após a emer- gramíneas forrageiras (sorgo, milheto e derar a somatória das espécies para a tomada
gência. braquiária) nas infestações iniciais ou das de decisão.
Seu monitoramento deverá ser feito por meio lavouras de milho nas infestações mais tar-
do acompanhamento de capturas de adultos dias. Níveis de controle
em armadilhas de atratividade sexual. A cap- Para a lagarta-militar, além do percentual de
tura de quatro mariposas nas armadilhas tipo plantas atacadas com a presença das lagar- A tomada de decisão para o controle das
Delta (casinha), ou de 15 mariposas nas ar- tas, é extremamente importante quantificar a principais lagartas que ocorrem no algo-
madilhas de garrafa em um intervalo de 48 intensidade do ataque em número de lagar- doeiro considera níveis de referência para
horas, identifica a revoada da praga e deter- tas por planta. Intensidade superior a uma intervenção e controle, muitas vezes esta-
mina o momento de controle. Caso haja lagarta por planta ocorre em plantas próxi- belecidos por experiências e práticas de cada
capturas constantes de adultos, aplicações mas a eclosões de posturas em massas de região ou propriedade. Essas referências, que
semanais de piretróides em controle simultâ- ovos ou em migrações intensas de adultos e em conjunto recebem a denominação de
neo dos adultos do bicudo resultam em poderá prejudicar a avaliação da eficiência nível de dano econômico (NDE), são apro-
excelente controle da lagarta-rosada. de um produto aplicado. O controle da la- ximadas e variam de acordo com alguns fa-
CORREIO 11
12. Tabela 1: Fases e estruturas da planta atacadas pelas pragas do algodoeiro tores. Destes, os principais são: idade da cul-
tura, sistema de cultivo, tamanho da lavoura,
Estabelecimento
características da variedade e custo das apli-
cações.
Botão floral
Pragas
Capulho
Idade da cultura - A capacidade de dano de
Fase B
Fase C
Fase F
Fase V
Caule
Maçã
Folha
uma praga não tem a mesma influência na
Raiz
Flor
produtividade quando ocorre em plantas
Percevejo-castanho X X mais ou menos desenvolvidas ou quando
Lagarta-rosca X X ocorre em folhas ou estruturas vegetativas
Lagarta-elasmo X X em comparação com estruturas produtivas,
Broca-da-raiz X X X por exemplo.
Broca-da-haste X X X
Sistema de cultivo - A ocorrência de pragas
Pulgão-do-algodoeiro (*) X X X X X X X X X
nas culturas ou vegetações que antecedem o
Tripes X X X X X
plantio do algodão atua como fator facilita-
Cigarrinha X X
dor de multiplicação e migração de pragas.
Mosca-branca (*) X X X X X X
Tamanho da lavoura - Considera-se a in-
Curuquerê (*) X X X X X X X
fluência de pragas migratórias e/ou maior ex-
Falsa-medideira (*) X X X X X
posição das lavouras menores ao avanço
Lagarta-das-maçãs X X X X X X X X
Spodoptera cosmioides X X X X
dessas pragas (da bordadura para o centro da
Spodoptera eridanea X X X X área).
Spodoptera frugiperda X X X X X X X X X Características da variedade - As pragas
Percevejos migrantes X X X X X podem ser vetores de doenças, devendo con-
Percevejo-rajado X X X X X X siderar-se o potencial de prejuízo destas para
Percevejo-manchador (**) (***) X X X X X X X o algodão.
Ácaro-rajado X X X X Custo das aplicações - Consideram-se
Ácaro-branco X X X X doses, combinações e perfil dos produtos
Bicudo-do-algodoeiro(**) X X X X X X X X aplicados para o controle do complexo de
Lagarta-rosada(**) (***) X X X X X X X pragas ocorrentes, assim como o custo de
(*) O ataque a outras estruturas provoca danos à qualidade da fibra por deposição de excrementos.
aquisição destes produtos.
(**) O ataque ao capulho provoca danos à qualidade da fibra por deposição de excrementos e ruptura dos fios.
(***) O ataque ao capulho provoca danos à qualidade da fibra por ruptura dos fios e danos a semente.
Inimigos naturais
Tabela 2: Principais inimigos naturais das pragas do algodoeiro
Polyphagotarsonemus latus
Eutinobothrus brasiliensis
Alguns inimigos naturais atacam predando
Pectinophora gossypiella
ou parasitando pragas específicas, muitas
Frankliniella schultzei
Anthonomus grandis
Tetranychus urticae
Alabama argillacea
Heliothis virescens
Inimigos vezes em períodos também específicos,
Spodoptera spp
Bemisia tabaci
porém outros predam ou parasitam pragas
Aphis gossypii
Agrotis ipsilon
naturais diferentes e em fases diferentes. Na tabela 2
Percevejos
são descritos os principais inimigos naturais
Plusias
que atacam predando ou parasitando pragas
no sistema produtivo do algodoeiro.
Predadores
Nesse cenário de lavouras e insetos, surgiu a
Formicidae X X X X X X X
necessidade de conhecer as características
Coccinelidae X X X X X X
das pragas e dos inimigos naturais, as
Anthocoridae X X X X X X X X X X
Nabidae X X X X X X X X
doenças e o acompanhamento do desen-
Geocoridae X X X X X X X X X X
volvimento vegetativo e das práticas opera-
Asopinae X X X X X X cionais.
Reduviidae X X X X X X Foi criada então a figura do Amostrador Téc-
Carabidae X X X X X nico de Campo, um profissional treinado e
Dermaptera X X X X X X com a responsabilidade de coletar e reunir as
Vespidae X X X X X informações que auxiliam na tomada de de-
Chrysopidae X X X X cisão de controle. Para isso, os amostradores
Syrphidae X X devem conhecer e identificar os insetos-
Dolichopodidae X X praga e os insetos benéficos, conhecendo sua
Aranhas X X X X X X X X X capacidade de danos ou suas capacidades
Ácaros X X X benéficas, quantificando sua ocorrência nas
Pássaros X X X X X X lavouras, mediante amostragens periódicas.
Parasitóides A boa qualidade da amostragem é funda-
Trichogramma X X X X X X mental para diminuir os riscos de danos das
Braconidae X X X X X X pragas e depende do método utilizado, do
Ichneumonidae X X X X período de reavaliação e da representativi-
Eulophidae X X X dade do número de plantas amostradas na
Aphinidae X área (por amostragens, por pontos ou por
Aphelinidae X X plantas). O tamanho da área ajuda a definir o
Pteromalidae X número de amostras. Para isso, a amostra
Eupelmidae X deve ser considerada em função do tamanho
Tachinidae X X X X X da área e do intervalo entre amostragens. As
Fonte: Bastos & Torres (2003) Observação: Pragas citadas na matéria aparecem com fundo laranja áreas menores, por estarem mais expostas a
12 CORREIO
13. Tabela 3: Amostragens para o monitoramento considerando-se a idade e a área da lavoura
Inimigos Naturais
Idade Área da lavoura
da 50 ha 100 ha 150 ha
lavoura Plantas Plantas Pontos Total Plantas Pontos Total
< 40 DAE 100 50 10 500 75 10 750
40 a 80 DAE 100 50 05 250 75 05 375
> 80 DAE 100 50 03 150 75 03 225
DAE = Dias após a emergência
Percevejo predador
Nabis sp
Bayer CropScience oferece TO
soluções compatíveis com o MIP LANÇAMEN
O monitoramento regular e o uso de produtos seletivos são premissas básicas para o Manejo
Integrado de Pragas (MIP). Para o controle de lagartas importantes na cultura do algodão,
há uma carência de inseticidas que apresentem seletividade e, ao mesmo tempo, sejam
eficazes. A Bayer CropScience está lançando no mercado o inseticida Belt (flubendiamida),
altamente seletivo, do grupo químico das diamidas. Com Belt, a empresa passa a oferecer
um programa de manejo das principais lagartas do algodão, seletivo aos inimigos naturais
Joaninha-vermelha e compatível com MIP.
Cycloneda sanguinea
Para tornar o programa ainda mais completo, está em curso o processo de registro para
extensão de uso de CropStar para algodão, controlando de forma seletiva, por meio do trata-
mento da semente, as pragas iniciais e protegendo as plântulas nos primeiros dias após a
migrações de pragas, deverão ter amostras emergência e, inclusive, evitando o ataque dos nematóides ao sistema radicular.
com maior número de plantas vistoriadas in- Desta maneira, por meio do manejo seletivo com os inseticidas da Bayer CropScience,
dividualmente, que são proporcionalmente os inimigos naturais serão preservados no ambiente da cultura, desde a emergência até a
mais representativas em comparação com fase reprodutiva, e se tornarão aliados no controle das pragas.
áreas maiores, nas quais as amostras são obti-
das em pontos ao acaso.
Geralmente o número de plantas sugeridas Produtos seletivos para a cultura do algodão Produtos se-
nas avaliações periódicas é de duas plantas
por hectare, quando a opção for por plantas
ao acaso, ou de cinco plantas por hectare,
quando a opção for por pontos ao acaso (um
ponto de dez plantas cada dois hectares). No
caso de pontos ao acaso, existe a variação do
número de plantas por pontos para idades
diferentes da lavoura. A tabela 3 publicada ao
final deste texto relaciona a área, o número Manejo de lagartas do algodoeiro
de pontos e o número de plantas por ponto, Curuquerê - Alabama argillacea:
totalizando o número de plantas por área. Aplicar quando 30% dos pontos amostrados mostrarem dano foliar.
Embora a quantidade de plantas monitoradas Lagarta-das-maçãs - Heliothis virescens e Lagarta-militar - Spodoptera frugiperda:
por hectare, na opção de monitoramento por Aplicar com 10% de plantas infestadas com lagartas pequenas (percentual válido apenas para a
primeira infestação) ou 5% de plantas infestadas com lagartas de tamanho variado (pequenas e
plantas ao acaso, seja menor do que o médias).
número de plantas monitoradas por hectare
na opção por pontos ao acaso, deve-se con-
siderar que cada planta avaliada é um ponto Ingrediente Ativo: Grupo Químico:
observado durante o caminhamento. Se, por Flubendiamida Diamidas (grupo 28 do IRAC)
um lado, o número de plantas é menor, por
outro lado, o número de pontos visualizados Formulação: Modo de Ação:
é bem maior. 480 SC Ingestão
O bom Amostrador Técnico de Campo deve
estar atento à identificação e diferenciação Classe Toxicológica:
das pragas e dos inimigos naturais durante as III
amostragens e observar as características dos
produtos aplicados quanto à eficiência no
controle das pragas e sua seletividade aos CropStar*: no tratamento de sementes, protegendo contra as pragas iniciais que atacam a
inimigos naturais. Certos produtos possuem cultura, inclusive nematóides de galhas e das lesões.
modos de ação específicos a algumas pragas, Certero: conforme monitoramento, no controle de Alabama argillacea.
tornando-os bastante seletivos aos inimigos Belt: seguindo monitoramento, para infestações mistas de Heliothis virescens e Spodoptera
naturais, uma característica importante e frugiperda.
desejável, pois se mostram adequados ao Larvin: para as aplicações tardias e corretivas, no controle de lagartas.
manejo integrado de pragas.
*Produto em fase de extensão de uso para algodão.
Autor: Paulo Edimar Saran Autor: Desenvolvimento de Inseticidas - Bayer CropScience
Solo e Planta Consultoria
CORREIO 13
14. SEMENTES
Tratamento completo protege
numerosas e importantes culturas
Nas culturas de oleaginosas e cereais, o tratamento de
sementes visando o manejo de pragas iniciais e
nematóides é essencial para proteger o desenvolvimento
e assegurar o potencial produtivo das plantas
Numa agricultura moderna, em que o valor fere proteção à lavoura no momento crítico, Seguindo sua linha de inovação e busca de
genético das sementes é cada vez mais ele- em que todos os recursos investidos se trans- soluções, a Bayer CropScience desenvolveu
vado, a quantidade destas por área é reduzida formarão em uma lavoura com plantas sadias, CropStar* no Brasil para um grande número
e o uso do solo é intenso, o tratamento ade- protegidas, com vigor e com estande ideal. de culturas: algodão, amendoim, arroz, aveia,
quado das sementes com defensivos adquire A Bayer CropScience é a empresa que, nos cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja,
maior importância para o manejo das pragas últimos anos, mais tem investido nesse seg- sorgo e trigo.
iniciais e dos nematóides, que são fatores li- mento. Em todos os países em que atua, de-
mitantes da produtividade de grande parte das senvolve esse mercado, sempre voltada a Algodão
culturas anuais. A diversidade de espécies, sua atender as necessidades dos produtores.
frequência de aparecimento e sua população Assim, percebeu a grande necessidade de se Com CropStar*, nas doses de 1.500 a
têm aumentado consideravelmente nas últi- controlar pragas mastigadoras (como lagar- 2.400 ml/100 kg de sementes, as plantas fi-
mas safras. Manejar essas pragas é um desafio tas), pragas sugadoras (como percevejos e carão protegidas do ataque das mais impor-
constante para os técnicos e produtores liga- pulgões) e nematóides das culturas anuais tantes pragas iniciais do algodoeiro, que
dos a essas culturas. O tratamento de se- com apenas um produto. Afinal, é cada vez são o pulgão (Aphis gossypii), o tripes
mentes, cada vez mais adotado, é uma prática maior o número de áreas infestadas, ao (Frankliniella schultzei) e a lagarta-elasmo
eficiente e segura quando se busca implantar mesmo tempo, com esses problemas fi- (Elasmopalpus lignosellus). Na maior dose
lavouras com alto potencial produtivo. Con- tossanitários. (2.400 ml/100 kg), o produto também evita os
14 CORREIO
15. (Meloi-dogyne javanica) e o nematóide-das-
lesões (Pratylenchus brachyurus) atacam as
raízes e causam danos cada vez mais seve-
ros às lavouras. Também as perdas de área
Feijão foliar provocadas por pequenos besouros,
como a vaquinha-verde-amarela (Diabrotica
Além da mosca-branca (Bemisia tabaci), a speciosa) são consideráveis quando a popu-
principal praga da cultura e que pode trans- lação é alta. Todas esses problemas fitos-
mitir o vírus do mosaico-dourado para as sanitários podem ser manejados com
plantas, CropStar* controla outras pragas pre- CropStar*, utilizando-se as maiores doses
judiciais da parte aérea do feijoeiro, como a (500 a 700 ml/100 kg sementes) para o manejo
danos provocados nas raízes das plantas pelo cigarrinha-verde (Empoasca kraemeri), que de nematóides e lagarta-elasmo e a menor
nematóide-de-galhas (Meloidogyne incognita) também se alimenta de seiva, e a vaquinha- (300 ml/100 kg de sementes), para as demais
e pelo nematóide-das-lesões (Pratylenchus verde-amarela (Diabrotica speciosa), que pragas citadas.
brachyurus). Como se vê, trata-se de um pro- consome as folhas, diminuindo a área foliar
duto completo para a proteção da fase inicial fotossintética. As doses variam de acordo com
Características favoráveis
da lavoura de algodão. a praga visada (500 a 1000 ml/100 kg de se-
mentes). Devido às suas propriedades físico-químicas,
CropStar tem estabilidade em diferentes
Amendoim condições climáticas, sendo absorvido e
Girassol, mamona e sorgo translocado rapidamente, protegendo a planta
O tripes-do-bronzeamento (Enneothrips no momento mais crítico. Como apresenta
flavens) vive abrigado nos folíolos fechados, Em populações altas, a lagarta-elasmo amplo espectro de controle, protege a fase ini-
localizados nos ponteiros das plantas, ras- (Elasmopalpus lignosellus) ataca as plantas cial da lavoura do ataque de várias espécies
pando e sugando a seiva e, com isso, apare- novas, provocando falhas nas plantações e re- de insetos-praga pertencentes às ordens dos
cem estrias e deformações nos folíolos, duzindo o estande de plantas. CropStar*, lepidópteros, hemípteros, homópteros, ti-
acarretando expressivos danos na lavoura. aplicado nas doses de 700 ml/100kg de se- sanópteros, isópteros, coleópteros e, também,
Nas doses de 200 a 400 ml/100 kg de se- mentes em girassol e mamona e de 1.250 a dos nematóides, todos eles se alimentando da
mentes, CropStar* promove uma efetiva pro- 1.500 ml/100 kg em sorgo, previne esses seiva ou de órgãos vegetais. CropStar confere
teção contra esta praga na fase inicial da danos e proporciona uma densidade de plan- um maior período de proteção e, em virtude
cultura. tas adequada. da sua modalidade de aplicação, tem seletivi-
dade ecológica para os inimigos naturais,
Arroz Milho mostrando-se adequado para o manejo inte-
grado de pragas (MIP). Enfim, áreas tratadas
CropStar está registrado e já é largamente uti- com CropStar resultam em plantas vigorosas,
A dose recomendada de CropStar* para
lizado há três safras em todas as regiões pro- com estande normal, uniformes e com poten-
as pragas é variável com a espécie a ser
dutoras do Brasil para a proteção do milho cial produtivo, tanto por seu desempenho
controlada. Se o alvo for o pulgão-da-raiz
contra o complexo, representado por seis como inseticida-nematicida, quanto pelos
(Rhopalosiphum rufiabdominale), praga sub-
pragas: lagarta-do-cartucho (Spodoptera benefícios proporcionados pela Força Anti-
terrânea e sugadora de seiva, bastam 250 a
frugiperda), percevejo-barriga-verde Stress, característica exclusiva que confere às
350 ml/100 kg de sementes, enquanto as pra-
(Dichelops melacanthus), lagarta-elasmo plantas tolerância adicional ao estresse
gas mastigadoras que habitam o solo - lagarta-
(Elasmopalpus lignosellus), tripes (Frankliniella abiótico.
elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e cupim
(Procornitermes triacifer) - exigem doses que williamsi), pulgão-do-milho (Rhopalosiphum
maidis) e cigarrinha-das-pastagens (Deois *Produto em fase de extensão de uso.
podem chegar a 1.000 ml/100 kg de sementes.
Portanto, o produto apresenta um amplo es- flavopicta). De acordo com o local, a
condição climática e a época de plantio, essas Autor: Desenvolvimento Técnico
pectro, controlando diferentes espécies de pra-
pragas podem atacar a cultura em sua fase ini- Bayer CropScience
gas no arroz.
cial com menor ou maior intensidade, sendo
CropStar, na dose de 300 ml/ha, o tratamento
Cereais de inverno de sementes mais completo do mercado
brasileiro.
O coró (Phyllophaga cuyabana), larva de be- Nematóides
souro que ataca o sistema radicular das plan-
tas de trigo, cevada e aveia, o perce- Soja
vejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus)
e os pulgões (Metopolophium dirhodum e O aumento das pragas na fase inicial da plan-
Rhopalosiphum graminum), os quais se ali- tação e dos nematóides está se tornado
mentam da seiva, podem causar expressivos comum nas lavouras de soja em determinadas
prejuízos na fase inicial da lavoura. Na dose regiões do País. O piolho-de-cobra (Julus
de 300 ml/100 kg de sementes, CropStar* hesperus), as larvas de corós (Phyllophaga
protege o estande e a parte aérea das lavouras cuyabana e Liogenys sp) e a lagarta-elasmo
dos cereais de inverno, controlando várias (Elasmopalpus lignosellus) têm exigido muita Cropstar* também proporciona proteção às
atenção para evitar a redução do estan- plantas contra os nematóides
espécies de dife-rentes ordens de pragas (co-
leópteros, hemípteros e homópteros). de de plantas. Já o nematóide-das-galhas
CORREIO 15
16. MILHO
Convencional e Bt
Sementes tratadas
elevam rendimento da cultura
O agronegócio brasileiro vem passando, nos em diferentes regiões produtoras. No en-
O tratamento de últimos anos, por inúmeras modificações tanto, ainda podem ser verificadas dife-
visando ao aumento da sua competitividade renças significativas na produtividade em
sementes do milho tanto no âmbito do mercado interno como função dos fatores climáticos e do uso
no internacional. É visível o ganho de pro- de tecnologias (quantidade, qualidade e
convencional e Bt dutividade de várias commodities. Fato-
res ambientais favoráveis aliados a uma
oportunidade).
A presença de espécies de insetos fitófagos
com inseticidas genética avançada são elementos fundamen-
tais associados ao aumento de produtivi-
é um fator importante a ser considerado
como possível limitador da produtividade do
dade. No entanto, igualmente importante milho. Sem a presença de seus inimigos na-
sistêmicos é a está o manejo da lavoura, expressão que sig- turais, a população de tais espécies de inse-
nifica o uso adequado das tecnologias exis- tos geralmente atinge o chamado nível de
alternativa de menor tentes que permitam a expressão máxima do
potencial produtivo da planta, dentro de uma
dano econômico (NDE). Ou seja, os insetos
presentes na planta, se não controlados, irão
custo para o controle condição favorável do ambiente. Significa
também, na atualidade, redução no custo da
ocasionar prejuízos superiores ao valor mo-
netário do custo do controle. Portanto, é fun-
produção, seja esta financeira ou ambiental. damental conhecer, além das espécies
das pragas iniciais O milho é um dos componentes importantes fitófagas, o seu nível populacional, para
do agronegócio brasileiro. A cada ano, então, se necessário, utilizar a medida apro-
da lavoura novos recordes de produtividade são obtidos priada de controle.
16 CORREIO