O documento fornece um resumo histórico da ergonomia, desde suas origens na Segunda Guerra Mundial até se tornar uma disciplina científica. A ergonomia surgiu da necessidade de se adaptar máquinas complexas às capacidades humanas. O texto também descreve princípios ergonômicos relacionados a posturas corporais como sentado, em pé e a alternância entre elas.
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Ergonomia
1. História
Ergonomia, como disciplina, teve as suas origens na Segunda Guerra
Mundial, mais propriamente em 1949, quando falharam as formas tradicionais de
resolução do conflito entre homens e máquinas - a selecção e o treino.
Foi nessa época que se evidenciaram as incompatibilidades entre o
progresso humano e o progresso técnico. Os equipamentos militares exigiam dos
operadores decisões rápidas e execução de actividades novas (aviões mais velozes,
radares e submarinos) em condições críticas, implicando complexidade e riscos de
decisão.
2. A guerra solicitou e produziu máquinas novas e complexas, inovações
essas, que não corresponderam ao que delas se desejava porque, na sua
concepção, não foram tomadas em consideração as características e as
capacidades humanas.
4. Surgiu, então, a necessidade do aparecimento
de uma nova ciência, a…
5. Ergonomia
“ergon” significa trabalho.
“nomos” significa leis.
"A Ergonomia é entendida como o domínio
científico e tecnológico interdisciplinar que se
ocupa da optimização das condições de
trabalho visando de forma integrada, a saúde
e o bem estar do trabalhador e o aumento da
produtividade.” 1
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE: "A Ergonomia é uma ciência que visa o
máximo rendimento, reduzindo os riscos do erro humano ao mínimo, ao mesmo tempo
que trata de diminuir, dentro do possível, os perigos para o trabalhador. Estas funções
são realizadas com a ajuda de métodos científicos e tendo em conta, simultaneamente,
as possibilidades e as limitações humanas devido à anatomia, fisiologia e psicologia".
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE TRABALHO: "A Ergonomia consiste na
aplicação das ciências biológicas do Homem em conjunto com as ciências de
engenharia, para alcançar a adaptação do homem com o seu trabalho medindo os seus
efeitos em torno da eficiência e do bem estar para o Homem".
6. A Associação Portuguesa de Ergonomia (APERGO) foi
fundada a 12 de Janeiro de 1992. Este projecto tem por base
a defesa e promoção da Ergonomia e dos ergonomistas
associados.
http://www.apergo.pt/index.php
7. Prática da Ergonomia
INTERVENÇAO
ANÁLISE
consiste na identificação e compreensão
das relações existentes entre as
condições organizacionais técnicas,
sociais e humanas que determinam a
actividade de trabalho e os efeitos desta
sobre o operador e o sistema produtivo.
consiste na operacionalização de planos de
acção resultantes da análise ergonómica.
Pode situar-se a diferentes domínios de
actuação: concepção e/ou reformulação,
formação profissional, higiene, segurança e
saúde ocupacional.
8. Em trabalho ou em repouso, o corpo pode assumir três posturas básicas:
•Deitado
•Sentado,
•De pé
O corpo humano não está preparado para
estar sentado longos períodos de tempo. Sentar é uma
postura que provoca estiramento dos músculos e
ligamentos da coluna vertebral, que provocam
diminuição da actividade muscular e diminuição da
circulação sanguínea. As pressões intra-discais
aumentam, se existirem maus hábitos
Esta posição é vulgar nas actividades do sector
terciário, comércio e serviços e é a recomendada para
tarefas sujeitas a deslocamentos frequentes, ou quando há
necessidade de aplicar forças significativas. Tem os
seguintes inconvenientes: prejudica a circulação nas
pernas, que se faz mais lentamente; o corpo repousa
durante muito tempo numa superfície muito pequena;
necessidade de manter o equilíbrio durante muito tempo
com a consequente tensão muscular; diminuição da
habilidade manual
9. •o tronco, a cabeça e os membros devem estar numa posição natural e relaxada, devendo ser
evitada a cifose da coluna lombar;
•as frequentes alterações de posição, são importantes na prevenção da fadiga;
•a superfície de apoio deve ser ampla, para que seja mínima a pressão por unidade de superfície;
•a altura do assento deve ser ligeiramente inferior ao comprimento da perna, estando o pé
completamente apoiado no solo e o joelho flectido num ângulo recto; a profundidade do assento
deve ser tal, que o seu bordo não exerça pressão contra a parte posterior do joelho;
•as cadeiras devem ter um encosto que proporcione um apoio à região lombar, permitindo o
relaxamento da musculatura lombar;
•os cotovelos do indivíduo que trabalha sentado, devem ter, com a sua mesa de trabalho, a mesma
relação que haveria se estivesse de pé. A altura do plano de trabalho, varia de acordo com a
pressão que precisa de ser exercida.
Princípios fundamentais da postura de Sentado:
10. •Devem ser evitadas todas as inclinações do corpo, pois a manutenção destas posturas, implica
grandes esforços ao nível dos músculos das pernas, da coluna e dos ombros. Os músculos da
coluna ficam em tensão e quando a pessoa se endireita, sente-se rígida e endurecida;
•A altura da superfície de trabalho, deve ser ajustada à altura do trabalhador, de modo a estar
ao nível dos cotovelos, quando se está direito, de pé e com os ombros descontraídos;
•Deve-se poder estar parado e direito, em frente e perto da superfície sobre a qual se trabalha
e com o peso do próprio corpo, igualmente distribuído sobre os pés. Deve haver espaço suficiente
para as pernas ou pés;
•A natureza especial de um trabalho, pode obrigar a mudar a altura do plano de trabalho;
•Os controlos e outros objectos necessários à realização do trabalho, devem encontrar-se a uma
altura inferior à dos ombros;
•Se possível, o trabalhador deve ter a possibilidade de alternar entre a postura de pé e sentado;
•se o trabalho se faz parcialmente sentado, deve-se poder dispor de uma cadeira móvel ou
equivalente;
•A superfície sobre a qual o trabalhador permanece de pé, deve ser adequada às condições de
trabalho;
•sapatos adequados diminuem os esforços ao nível das pernas e coluna lombar.
Princípios fundamentais da postura em Pé:
11. Postura sentado – de pé
É preferível às posições de “todo o dia sentado” ou “todo o
dia de pé” com pouquíssima actividade física.
Para isso tem de se elevar o posto de trabalho para a
altura ideal para o trabalho de pé, dotando o posto de trabalho
de um assento mais alto, com um apoio de costas que permita ao
indivíduo trabalhar confortavelmente sentado, se assim o desejar.
Do ponto de vista ortopédico e fisiológico, é
altamente recomendável um local de trabalho
que alterne o trabalho sentado com uma postura
de pé.
Uma postura sentada prolongada é muito menos
comprometedora com trabalho estático do que a
postura de pé. Apesar disso, também na posição
sentada surgem complicações de fadiga, que pela
alternância com o trabalho em pé, se tornam
menos críticas.
Realmente, os músculos usados na postura de pé
e na sentada não são os mesmos, de modo que
uma alternância da postura vai significar o alivio
de determinados grupos musculares, em
detrimento da carga de outros grupos de
músculos.
12. A ergonomia é assim uma forma de adaptar o meio
envolvente ás dimensões e capacidades humanas onde
máquinas, dispositivos, utensílios e o ambiente físico sejam
utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia.
A análise e intervenção ergonómica traduz-se em:
- Melhores condições de trabalho
- Menores riscos de incidente e acidente
- Menores custos humanos
- Formação com o objectivo de prevenir
- Maior produtividade
- Optimizar o sistema homem / máquina
13. Dados Bibliográficos:
1 (Departamento de Ergonomia da Faculdade
de Motricidade Humana).
http://www.apergo.pt/index.php
Google
Revista farmácia saúde edição Março 2010