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Educação Pré-Escolar
Caderno de
Todas as actividades deste caderno
devem ser sempre realizadas com um
adulto.
As histórias e as canções encontram-se
também gravadas na cassete.
NOTA INTRODUTÓRIA
HISTÓRIAS
Era uma vez um homem que tinha uma filha e casou-se com uma
mulher que também tinha uma filha. E a madrasta tratava a enteada
muito mal.
E um dia a menina viu vir um passarinho verde muito bonito, e o
passarinho falou e disse-lhe:
- Arranja-me uma bacia de água, outra de leite e um laço de
fita. E abalou a fugir.
E ela assim fez e o passarinho veio e caiu no laço, e banhou-se na
bacia de água, depois na bacia de leite e saíu um príncipe.
E o príncipe disse-lhe que era El-Rei Pássaro Verde e que estava
encantado.
Mas que se alguma vez contasse o seu segredo perdê-lo-ia, só
voltando a encontrá-lo quando rompesse três pares de sapatos de
ferro.
No outro dia a madrasta ouviu vozes, espreitou e viuo passarinho
verde banhar-se na água e no leite e transformar-se em príncipe.
Ficou cheia de inveja e quando o príncipe se tornou a fazer em
passarinho verde, d eitou-lhe vidro moído semquea menina
desse por isso.
Quando o passarinho verde voltou e foi banhar-se, ficou muito
ferido e fugiu.
A menina lembrou-se do que ele lhe tinha dito, foi ao ferreiro
mandar fazer três pares de sapatos de ferro e partiu à procura do
príncipe.
Foi andando, andando e já tinha rompido um par de sapatos quando
avistou uma casinha e foi bater à porta.
Apareceu-lhe uma velhinha:
na á gua
- A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde?
- Eu cá não sei, mas a minha filha que é a Lua há-de saber...
EL-REI PÁSSARO VERDE
5
Esconda-se aí que ela tem muito mau génio.
Escondeu-se a menina, e dali a pouco tempo chegou a Lua.
-Cheira-me aqui a fôlego vivo -disse ela muito zangada.
- Ó filha, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde
morava El-Rei Pássaro Verde.
- Eu só ando de noite, à hora em que toda a gente dorme com as
portas e as janelas fechadas. O vento é quem há-de saber.
Ao outro dia a velhinha deu à menina o recado da Lua e entregou-lhe
uma bolota, com a recomendação de só a abrir quando precisasse
muito.
Pôs-se a menina outra vez a caminho e quando tinha rompido o
segundo par de sapatos de ferro, avistou outra casinha.
Bateu à porta e uma velhinha veio abrir.
- A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde?
- Eu cá não sei, mas o meu filho Vento que anda por todo o mundo
há-de saber. Mas esconda-se porque ele tem muito mau génio.
A menina escondeu-se e dali a pouco chegou o Vento a soprar:
- Cheira-me aqui a fôlego vivo.
- Ó filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde
mora El-Rei Pássaro Verde.
- Quando eu apareço, todos fecham as portas e as janelas d e
modo que não sei onde ele está. Quem deve saber é o Sol.
No dia seguinte a velhinha deu à menina o recado do seu filho Vento
e entregou-lhe uma nozcom a recomendação de só a abrir quando
muito precisasse.
A menina recomeçou a caminhar e quando já tinha andado tanto que
tinha rompido o terceiro par de sapatos, viu ao longe outra casinha.
Bateu à porta e uma velhinha veio ver quem era.
- A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde?
- Eu cá não sei, mas o meu filho que é o Sol há-de saber. Mas
esconda-se até que ele chegue.
A menina fez o que a velhinha lhe dizia e dali a pouco chegou o Sol.
- Cheira-me aqui a fôlego vivo.
- Ó filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde
6
morava El-Rei Pássaro Verde.
- El-Rei PássaroVerde mora muito longe daqui e está em perigo
de vida. Ninguém sabe curar a sua doença.
No outro dia, a velhinha deu à menina as notícias que o seu filho Sol
lhe tinha dito e entregou-lhe uma castanha com a recomendação de
não a abrir senão quando muito precisasse.
E a menina pôs-se outra vez a caminhar.
Quando anoiteceu, deitou-se debaixo de uma árvore onde as rolas
faziam ninho e antes de adormecer ouviu as rolinhas falar:
- Então que notícias há de El-Rei Pássaro Verde?
- El-Rei Pássaro Verde está muito doente.
- E já não pode curar-se?
- Pode, pode. Basta que alguém junte algumas das nossas penas,
as queime e com as cinzas polvilhe as suas feridas durante três
noites a fio.
A menina foi o que quis ouvir. Logo que as rolas adormeceram,
apanhou as penas caídas no chão e fez como as rolas tinham dito.
De manhã pôs-se a caminho da cidade.
Quando chegou diante do palácio, sentou-se no chão e abriu a bolota
Apareceu uma dobadoira de prata com meadas de oiro, a prenda
mais rica que se podia imaginar. A menina pôs-se a dobar.
A rainha mãe chegou à janela e vendo aquela dobadoira tão bonita,
mandou um criado perguntar à menina se a queria vender.
- Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar-me
ficar esta noite ao pé do príncipe.
A rainha aceitou e a menina, de noite, polvilhou as feridas do
príncipe com as cinzas.
No dia seguinte foi sentar-se outra vez diante do palácio e abriu a
noz.
Saiu dela uma roca de oiro cravejada de brilhantes, com um fuso de
prata e a menina pôs-se a fiar.
Veio a rainha à janela e vendo a roca, mandou o criado saber se ela a
queria vender.
7
- Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar-me
ficar esta noite ao pé do príncipe.
A rainha disse que sim e a menina, sem ninguém ver, polvilhou as
feridas do príncipe com as cinzas que levava.
Pela terceira vez se sentou em frente do palácio e abriu a castanha,
donde saiu uma galinha de oiro com pintainhos de prata.
Quando a rainha a viu, quis logo que a menina lha vendesse, mas ela
respondeu:
- Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar que eu
fique mais esta noite ao pé do príncipe.
Assim foi; e pela terceira vez a menina deitou o resto das cinzas
sobre as feridas do príncipe, que abriu os olhos e logo a reconheceu.
A menina contou-lhe tudo quanto tinha acontecido e El-Rei Pássaro
Verde casou com ela e foram muito felizes. E ainda lá estão. Bendito
e louvado, está o meu conto acabado!
In 1988,ME.:HistóriasTradicionais,
8
Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas, por sua vez,
qual era a mais sua amiga? A mais velha respondeu:
- Quero mais a meu pai do que à luz do Sol.
Respondeu a domeio:
- Gosto mais do meu pai do que de mim mesmo.
A mais moça respondeu:
- Quero-lhe tanto como a comida quer o sal.
O rei entendeu por isto que a filha mais nova não o amava tanto como
as outras e pô-la fora do palácio. Ela foi, muito triste, por esse
mundo e chegou ao palácio de um rei, aí ofereceu para ser
cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao
parti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de grande preço.
Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel.
Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passando até que foi
chamada a cozinheira e só a ela é que o anel servia.
O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era
de família de nobreza.
Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas
e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e
ambos viram o caso. O reideu licença aofilhopara casar c om ela,
mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o
jantar do dia da boda. Para as festas do noivado convidou-se o rei
que tinha as três filhas e que pusera fora de casa a mais nova.
A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser
postos ao rei seu pai não botou sal de propósito.Todos comiam com
vontade, mas só o rei convidado é que nada comia. Por fim
perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia.
Respondeu ele, que não sabia que assistia ao casamento da filha:
- É porque a comida não tem sal.
se
O SAL E A ÁGUA
O AMOR DE FILHA
9
O pai do noivo fingiu-se raivoso e mandou que a cozinheira viesse ali
dizer porque é que não tinha botado sal na comida. Veio então a
menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a
logo e confessou alia sua culpa por não ter percebido quanto era
amado por sua filha, que lhe tinha dito que lhe queria tanto como a
comida quer o sal e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da
injustiça de seu pai.
TEÓFILO BRAGA
In: ,1988,ME.HistóriasTradicionais
10
O PINTAINHO E O BAGUINHO DE MILHO
Era uma vez um pintainho que andava a passear na estrada.
Encontrou um baguinho de milho. Ficou todo contente e ia apanhá-
lo, mas nisto passou a carruagem do rei, que vinha de uma caçada
numa grande correria. O pintainho assustou-se e fugiu.
Quando a carruagem já lá ia adiante, o pintainho voltou ao meio da
estrada, pelo baguinho de milho. Pôs-se a procurá-lo, a procurá-lo,
mas não o encontrou. E vai, pensou assim:
Foi por causa do rei que eu perdi o meu baguinho de milho. Pois vou ao
palácio, pedir-lhe que mo dê.
E pôs-se a caminho.
Andou, andou e a certa altura, muito cansado, sentou-se numa pedra
a descansar. A pedra perguntou-lhe:
- Ó pintainho, onde vais com tanta pressa?
- Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho.
- Oh! Se me levasses contigo era tão bom!
- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!
A pedra meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o seu
caminho.
Chegou lá adiante, estava outra vez muito cansado, encontrou o
machado de um lenhador que tinha ido almoçar e sentou-se no cabo
do machado a descansar. O machado perguntou:
- Ó pintainho, onde vais com tanta pressa?
- Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho.
- Oh! Se me levasses contigo era tão bom!
- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!
O machado meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o
seu caminho.
Lá mais adiante, estava outra vez muito cansado, sentou-se à beira
de um ribeiro, que lhe perguntou:
- Ó pintainho onde vais com tanta pressa?
- Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho.
11
- Oh! Se me levasses contigo era tão bom!
- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!
O ribeiro meteu-se dentro do papo do pintainho, que continuou o seu
caminho, até que chegou de fronte do palácio do rei. Então, pôs-se a
cantar:
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
O rei mandou um criado saber o que se passava. O criado foi e voltou
e disse:
- Está ali um pintainho que diz que quer o baguinho de milho que
o rei lhe fez perder.
- Ora o atrevido! Mete-o na capoeira!
O criado meteu o pintainho na capoeira, mas ele assim que se viu
fechado disse:
- Machado, salta do meu papinho e parte-me esta porta.
O machado partiu a porta e o pintainho voltou para defronte do
palácio.
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
O rei, muito zangado, chamou o criado e ordenou:
- Mete-me esse pintainho dentro de um pote e tapa-o bem
tapado, para ele não fugir.
O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do pote
disse:
- Pedra,salta do meu papinho, e parte-me este pote.
A pedra partiu o pote e o pintainho voltou para de fronte do palácio
do rei:
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinhode milho já para aqui!
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
O rei ficou ainda mais furioso, e gritou para o criado:
- Mete-me esse pinto dentro do forno quando ele estiver bem
quente.
O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do forno,
disse:
12
- Ribeirinho, salta do meu papinho e apaga-me este forno.
O ribeirinho apagou o forno e o pintainho voltou para de fronte do
palácio.
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
Então o rei mandou ir o pintainho à sua presença
e ele contou como tinha perdido o baguinho de milho que achara na
estrada, por ter passado a carruagem real. Por isso estava ali a
pedir o baguinho de milho.
O rei deu-lhe razão, mandou-lhe entregar um grande saco de milho e
o pintainho foi-se embora, todo contente.
In 1988,ME.:HistóriasTradicionais,
13
Era uma vez
um coelhinho
que foi à sua horta
buscarcouves
p´ra fazer um caldinho.
Quando o coelhinho branco voltou para casa depois de vir da horta,
chegou à porta e achou-a fechada por dentro; bateu e
perguntaram-lhe de dentro: -"Quem é?" O coelhinho respondeu:
Sou eu, o coelhinho
que venho da horta
e vou fazer um caldinho.
Responderam-lhe dedentro:
E eu sou a cabra cabrez
que te salto em cima
e te faço em três.
Foi-se o coelhinho por aí fora muito triste, e encontrou um boi e
disse-lhe:
Eu sou o coelhinho
que tinha ido à horta
e ia para casa
fazer o caldinho;
mas quandolá cheguei
encontrei a cabra cabrez,
que me salta em cima
e me faz em três.
Responde o boi: - "Eu não vou lá que tenho medo". Foi o coelhinho
andando e encontrou um cão e disse-lhe:
O COELHINHO BRANCO
14
Eu sou o coelhinho
que tinha ido à horta
eia para casa
fazer o caldinho;
mas quando lá cheguei
encontrei a cabra cabrez,
que me salta em cima
e me faz em três.
Responde o cão: -"Eu não vou lá que tenho medo." Foi mais adiante o
coelhinho e encontrou um galo, a quem disse também:
Eu sou o coelhinho
que tinha ido à horta
eia para casa
fazer o caldinho;
mas quando lá cheguei
encontrei a cabra cabrez,
que me salta em cima
e me faz em três.
Responde o galo: - "Eu não vou lá que tenho medo. " Foi-se o
coelhinho muito mais triste, já sem esperanças de poder voltar para
casa, quando encontrou uma formiga que lhe perguntou: -"Que tens
coelhinho?"
Eu vinha da horta
eia para casa
fazer o caldinho;
mas quando lá cheguei
encontrei a cabra cabrez,
que me salta em cima
e me faz em três.
Responde a formiga: -"Eu vou lá e veremos como isso há de ser".
Foram ambos e bateram à porta; diz-lhe a cabra cabrez lá de
dentro:
15
Aqui ninguém entra
está cá a cabra cabrez
que lhes salta em cima
e os faz em três.
Responde a formiga:
Eu sou a formiga rabiga,
que te tiro as tripas
e furo a barriga.
Dito isto, a formiga entrou pelo buraco da fechadura, matou a cabra
cabrez; abriu a porta ao coelhinho; foram fazer o caldinho, e
ficaram vivendo juntos, o coelhinho branco e a formiga rabiga.
In: , 1988,ME.
ADOLFO COELHO
Histórias Tradicionais
16
Passou um macaco em frente de uma escola de meninas; mal estas o
viram puseram-se a gritar: olhem o macaco com o rabo muito
comprido. O macaco foi a um barbeiro e pediu que lhe cortasse o
rabo. O barbeiro cortou. Voltou o macaco a passar defronte da
escola e as meninas desataram a rir dizendo: Olhem o macaco do
rabo curto! Tornou o macaco a casa do barbeiro e pediu-lhe o rabo.
- Já o enterrei - respondeu o barbeiro.
- Pois levo uma navalha - disse o macaco.
Pegou na navalha e saiu, encontrando uma mulher a escamar o peixe
à mão. Deu-lhe a navalha. Momentos depois voltou a pedir a navalha.
- Perdi-a - respondeu a mulher.
- Pois então levo uma sardinha.
E o macaco foi com a sardinha até encontrar a mulher de um moleiro
a comer pão sem conduto. Deu-lhe a sardinha. Momentos depois
voltou a pedir-lhe a sardinha.
- Já a comi - respondeu a moleira.
- Levo um saco de farinha.
E levou o saco de farinha. Chegou a uma escola e deu o saco à mestra.
Momentos depois voltou a pedir o saco de farinha.
- As meninas já comeram a farinha em pão.
- Levo uma menina.
E levou a menina a casa de um homem que trabalhava em gaiolas.
Momentos depois voltou pela menina.
- Foi para casa do pai - respondeu o gaioleiro.
- Levo uma gaiola.
E pegou numa gaiola e levou-a a casa de um violeiro. Momentos
depois voltou a pedir a gaiola.
- Partiu-se.
- Pois levo uma viola.
Saiu o macaco com a viola e pôs-se a cantar e a tocar:
O MACACO E A VIOLA
17
Do rabo fiz navalha
Da navalha fiz sardinha
Da sardinha fiz farinha
Da farinha fiz menina
Da menina fiz gaiola
Da gaiola fiz viola
Tinglintim, tinglintim
Eu já me vou embora.
Tinglintm, tinglintim
Eu já me vou embora.
ATAÍDE OLIVEIRA
In: ,1988, ME.Histórias Tradicionais
18
Numa poça isolada do rio grande,vivia uma colónia de peixinhos.
Eram muito amigos uns dos outros e reinava a paz no local. Havia, no
entanto, um peixe grande e orgulhoso que estragava um pouco essa
harmonia. Resmungava quando os peixinhos se aproximavam dele e
queria para si tudo o que havia de melhor.
Um dia, um dos peixinhos, numa tentativa de se libertar dele, disse
ao peixe:
- Só me admiro que não vás viver além, no rio grande! Esta poça
é muito pequena para ti. Lá, terias companheiros mais distintos do
que peixinhos como nós.
O peixe meditou nas palavras do outro e convenceu-se que, de
facto, estaria melhor no rio grande, cercado por peixes do seu
tamanho e importância. -"Estou farto destes peixinhos!"-pensou.-
"São tão ignorantes e irrequietos! Quando vierem aschuvas e as
inundações, poderei sair desta poça e nadar até ao rio. Vai ser um
prazer conviver com os meus semelhantes!"
Não tardou muito q ue as águas d as chuvas cobrissem a terra e foi
fácil para o peixe nadar até ao rio. Que diferente era tudo: as
rochas eram maiores, as plantas maiores também e os outros
peixes...eram grandes de mais!
Descansava um pouco ao pé de umas pedras grandes que formavam
uma gruta, quando sentiu a água a mexer-se atrás de si e quatro
peixes enormes se aproximaram e o empurraram para o lado, sem
cerimónia nenhuma:
- Sai daqui, peixinho! Não sabes que esta gruta está reservada
para peixes como nós?!
"Peixinho"! Ele?! De facto, a vida no rio era muito diferente. Que
maus modos tinham estes peixes! Podiam tê-lo avisado doutra
maneira!
O peixe escondeu-se numas algas próximas, mas pouco tempo pôde
descansar, pois dois peixes grandes, pretos e brancos, deram com
O DESCONTENTAMENTO DO PEIXE GRANDE
19
ele e atacaram-no com a boca aberta e intenções evidentes de o
comerem! Fugiu muito depressa, nadando com toda a sua força e
teve a felicidade de conseguir introduzir-se na fenda de uma rocha
antes que aqueles dentes afiados lhe mordessem. Que susto! Então,
era isto a vida do rio? Era essa a convivência com peixes de
importância?
Começou a ter saudades do sossego da sua poça e da companhia dos
peixinhos que, pelo menos, erampacíficos!
Uma mordidela pôs termo às suas reflexões. Mais uma vez,viu-se
obrigado a fugir. Escondeu-se no lodo, no fundo do rio, e tomou uma
decisão: voltar para a poça quanto antes!
Foi uma viagem bem penosa, porque teve de nadar contra a
corrente, e quantas vezes arbustos e árvores lhe impediam a
passagem! Quando, finalmente, alcançou a sua poça, sentiu uma
alegria e um alívio muito grandes. No final de contas, que bonita que
era e que bem que se estava ali!
Os peixinhos concordaram entre si que a viagem tinha feito bem ao
peixe grande; já não resmungava tanto e estava sempre pronto para
contar as aventuras no rio, o que os divertia muito.
In: , 1988,ME.HistóriasTradicionais
20
POESIAS
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem, sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
OU ISTO OU AQUILO
23
Cecília Meireles
in ,1986,
DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC
ColectâneadeLengalengasePoesias
O NASCER
O CHAPÉUZINHO
MatildeRosaAraújo
Mãe!
Que verdade linda
O nascer encerra:
Eu nasci de ti
Como a flor da terra!
A menina comprouum chapéu
E pô-lo devagarinho:
Nele nasceram papoilas,
Dois pássaros fizeram ninho.
Chapéu de palha de trigo
Que a foice um dia cortou:
Na cabeça da menina,
O trigo ressuscitou.
Depois tirou o chapéu,
Tirou-o devagarinho,
Não vão murchar as papoilas,
Não se vá espantar o ninho.
E, chapeuzinho na mão,
De cabeça levantada,
A menina olhou o sol
Como a dizer-lhe: Obrigada!
in ,1986,
DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC
ColectâneadeLengalengasePoesias
24
BRINQUEDO
Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
um cordel e um menino de bibe.
O menino tinha lançado a estrela
com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
presa pelo cordel à sua mão.
Mas tão alto subiu
que deixou de ser estrela de papel,
e o menino aovê-la assim, sorriu
e cortou-lhe o cordel.
MiguelTorga
ALEGRIA
O patinho amarelo
saíu do ovo
de manhã cedinho
Que tudo é belo
que tudo é novo,
gritou o patinho
Que bom que vai ser
brincar e correr
com outros do meu tamanho
mostrar que sou pato
e ir ao regato
tomar banho
Sidónio Muralha
in ,1986,
DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC
ColectâneadeLengalengasePoesias
25
Uma gota de chuva
suspensa de um telhado.
Dá-lhe o sol e parece
pequena maravilha.
Éumberlinde, dizem
crianças entre si.
É uma bola, e bela,
mas não rebola, brilha!
É a Lua? Uma bolha
de sabão a brincar?
Um balão? Um brilhante
de uma estrela vaidosa?
Diz a v elhinha olhando:
quem chorou esta lágrima?
Uma gota de chuva
suspensa de umtelhado:
Chegou uma andorinha
engoliu-a e voou.
ESPANTO
MariaAlbertaMenéres
in ,1986,
DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC
ColectâneadeLengalengasePoesias
26
LENGALENGAS
Lagarto pintado quem te pintou
Foiuma velha que aqui passou
No tempo da eira fazia poeira
Puxa lagarto por esta orelha
Sape gato lambareiro
Tira a mão do açucareiro
Tira a mão, tira o pé
do açúcar, do café
Fui à caixa das bolachas
Tirei uma ...
Tirei duas ...
Tirei três ...
Tirei quatro ...
Tirei cinco …
Tirei seis...
Tirei sete ...
Tirei oito...
Tirei nove …
Tirei dez...
Que é para veres o guloso que tu és!
29
Era uma vez um gato
chamado Carocho
Ai que lindo que lindo
que era o bicho
Enrolou-se no capacho
caiu da janela abaixo
e foi parar ao balde do lixo
Um, dois, três, quatro
A galinha mais o pato
Fugiram da capoeira
Foi atrás a cozinheira
Que lhes deu com o sapato
Um, dois, três, quatro
in ,1986,
DivisãodeEducaçãoPré-escolar,
Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC
ColectâneadeLengalengasePoesias
30
RIMAS E ADIVINHAS
Brincar
Saltar
Correr
Escrever
Ler
Jogar
Rimar
Cantar
Adivinhar
31
A videira dá a uva
A nuvem escura dá a...
Batam palmas ao artista
lá no palco está o ...
A onda grande da praia
já molhou a minha ...
Tem asas o passarinho
a voar vai par ao...
Para lavar a minha mão
preciso de água e ...
33
Qual é coisa
Qual é ela que
mal entra em casa
se põe à j anela ?
Qual é coisa
Qual é ela
que tem dentes
e não come?
Qual é coisa
Qual é ela que
quanto mais se afia
mais pequeno é?
Tem coroa e não é
rei
Tem escamas sem
peixe ser
Além de servir
para doce
é fruta, podes
comer?
ADIVINHA
34
Qual é coisa
Qual é ela
tem dentes
e não come
tem barbas
e não é homem?
Qual é coisa
Qual é ela
quanto mais alta
melhorse vê?
Qual é coisa
Qual é ela
que se veste
no verão
e se despe
no inverno?
Qual é coisa
Qual é ela
Branco é
Galinha o
põe...?
ADIVINHA
35
CANÇÕES
O meu pai deu-me uma laranja,
que cheirinho que ela tem.
É redonda e amarela
tenho fome, calha bem.
UMA LARANJA
Semente, sementinha
que na terra dá flor.
Semente, sementinha
verde, branca ou doutra cor.
Força, força,
força p'ra nascer!
Ai, que linda,
já vem a aparecer!
SEMENTINHA
39
I
II
AnaMariaFerrão, MadalenaSáPessoa
In: ,1983,PlátanoEditora.Histórias Cantadas
Conchas conchinhas
conchas do mar.
Conchas conchinhas
p'ra eu apanhar.
A chuva cai, cai
Bis A chuva cai, cai
A chuva cai na cabeça
...nojoelho
...nas pestanas, etc.
Vêm de longe,
vêm nas ondas.
Ficam na areia
a brilhar...
CONCHAS CONCHINHAS
A CHUVA CAI, CAI
40
I II
Ana MariaFerrão,Madalena SáPessoa
In: ,1983,PlátanoEditora.Histórias Cantadas
Um dois três quatro,
a galinha mais o pato.
Fugiram da capoeira,
por causa da cozinheira.
Um dois três quatro.
Cinco seis sete oito,
eu fui buscar um biscoito
e levei-o à galinha
que escondi numa caixinha.
Cinco seis sete oito.
Umdois três quatro
Cinco seis sete oito
Um dois três quatro
Cinco seis sete oito
Da janela do teu quarto
quantas coisas para ver:
As árvores a baloiçar,
as pessoas a correr,
Autocarros, automóveis,
um polícia a mandar parar;
Limpa os vidros, limpa, limpa
até os pôr a brilhar.
Limpa os vidros,limpa, limpa,
que a poeira veio sujar.
Limpa os vidros da janela,
e depois põe-te a espreitar.
A GALINHA MAIS O PATO
LIMPA OS VIDROS
I
II
III
41
Ana Maria Ferrão,Madalena SáPessoa
In: ,1983,PlátanoEditora.Histórias Cantadas
COM O VENTO DE MANSINHO
As velas do moinho
Hum-hum, hum-hum (boca fechada)
Com o vento demansinho
Hum-hum, hum-hum
Gira gira gira giram,
viradinhas para o mar.
E as cabaças que as enfeitam,
nunca param de cantar.
42
I
II
A na MariaFerrão,MadalenaSáPessoa
In: ,1983,PlátanoEditora.Histórias Cantadas
Ficha Técnica
Caderno de Histórias
Vasco Alves
Paula Aguiar
Maria de Lurdes Costa
Maria Manuela Moura
Maria da Conceição Baptista
Maria Teresa Gomes de Abreu
Madalena Guedes
Maria Manuela Lourenço
2002
, Poesias, Lengalengas, Adivinhas, Canções
Director
Coordenadora do N úcleo de Educação Pré-Escolar
Concepção do Caderno
Apoio Técnico
Capa, Ilustrações e Concepção Gráfica
Data
Este caderno foi concebido no âmbito do projecto "Travelling Early Learners" da EFECOT (European
Federation for the Education of the Occupational Travellers) do qual Portugal é membro.
Com a colaboração da Direcção Regional de Educação de Lisboa
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Brochura de Atividades Educativas

  • 2. Todas as actividades deste caderno devem ser sempre realizadas com um adulto. As histórias e as canções encontram-se também gravadas na cassete. NOTA INTRODUTÓRIA
  • 4. Era uma vez um homem que tinha uma filha e casou-se com uma mulher que também tinha uma filha. E a madrasta tratava a enteada muito mal. E um dia a menina viu vir um passarinho verde muito bonito, e o passarinho falou e disse-lhe: - Arranja-me uma bacia de água, outra de leite e um laço de fita. E abalou a fugir. E ela assim fez e o passarinho veio e caiu no laço, e banhou-se na bacia de água, depois na bacia de leite e saíu um príncipe. E o príncipe disse-lhe que era El-Rei Pássaro Verde e que estava encantado. Mas que se alguma vez contasse o seu segredo perdê-lo-ia, só voltando a encontrá-lo quando rompesse três pares de sapatos de ferro. No outro dia a madrasta ouviu vozes, espreitou e viuo passarinho verde banhar-se na água e no leite e transformar-se em príncipe. Ficou cheia de inveja e quando o príncipe se tornou a fazer em passarinho verde, d eitou-lhe vidro moído semquea menina desse por isso. Quando o passarinho verde voltou e foi banhar-se, ficou muito ferido e fugiu. A menina lembrou-se do que ele lhe tinha dito, foi ao ferreiro mandar fazer três pares de sapatos de ferro e partiu à procura do príncipe. Foi andando, andando e já tinha rompido um par de sapatos quando avistou uma casinha e foi bater à porta. Apareceu-lhe uma velhinha: na á gua - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde? - Eu cá não sei, mas a minha filha que é a Lua há-de saber... EL-REI PÁSSARO VERDE 5
  • 5. Esconda-se aí que ela tem muito mau génio. Escondeu-se a menina, e dali a pouco tempo chegou a Lua. -Cheira-me aqui a fôlego vivo -disse ela muito zangada. - Ó filha, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde morava El-Rei Pássaro Verde. - Eu só ando de noite, à hora em que toda a gente dorme com as portas e as janelas fechadas. O vento é quem há-de saber. Ao outro dia a velhinha deu à menina o recado da Lua e entregou-lhe uma bolota, com a recomendação de só a abrir quando precisasse muito. Pôs-se a menina outra vez a caminho e quando tinha rompido o segundo par de sapatos de ferro, avistou outra casinha. Bateu à porta e uma velhinha veio abrir. - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde? - Eu cá não sei, mas o meu filho Vento que anda por todo o mundo há-de saber. Mas esconda-se porque ele tem muito mau génio. A menina escondeu-se e dali a pouco chegou o Vento a soprar: - Cheira-me aqui a fôlego vivo. - Ó filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde mora El-Rei Pássaro Verde. - Quando eu apareço, todos fecham as portas e as janelas d e modo que não sei onde ele está. Quem deve saber é o Sol. No dia seguinte a velhinha deu à menina o recado do seu filho Vento e entregou-lhe uma nozcom a recomendação de só a abrir quando muito precisasse. A menina recomeçou a caminhar e quando já tinha andado tanto que tinha rompido o terceiro par de sapatos, viu ao longe outra casinha. Bateu à porta e uma velhinha veio ver quem era. - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pássaro Verde? - Eu cá não sei, mas o meu filho que é o Sol há-de saber. Mas esconda-se até que ele chegue. A menina fez o que a velhinha lhe dizia e dali a pouco chegou o Sol. - Cheira-me aqui a fôlego vivo. - Ó filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde 6
  • 6. morava El-Rei Pássaro Verde. - El-Rei PássaroVerde mora muito longe daqui e está em perigo de vida. Ninguém sabe curar a sua doença. No outro dia, a velhinha deu à menina as notícias que o seu filho Sol lhe tinha dito e entregou-lhe uma castanha com a recomendação de não a abrir senão quando muito precisasse. E a menina pôs-se outra vez a caminhar. Quando anoiteceu, deitou-se debaixo de uma árvore onde as rolas faziam ninho e antes de adormecer ouviu as rolinhas falar: - Então que notícias há de El-Rei Pássaro Verde? - El-Rei Pássaro Verde está muito doente. - E já não pode curar-se? - Pode, pode. Basta que alguém junte algumas das nossas penas, as queime e com as cinzas polvilhe as suas feridas durante três noites a fio. A menina foi o que quis ouvir. Logo que as rolas adormeceram, apanhou as penas caídas no chão e fez como as rolas tinham dito. De manhã pôs-se a caminho da cidade. Quando chegou diante do palácio, sentou-se no chão e abriu a bolota Apareceu uma dobadoira de prata com meadas de oiro, a prenda mais rica que se podia imaginar. A menina pôs-se a dobar. A rainha mãe chegou à janela e vendo aquela dobadoira tão bonita, mandou um criado perguntar à menina se a queria vender. - Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar-me ficar esta noite ao pé do príncipe. A rainha aceitou e a menina, de noite, polvilhou as feridas do príncipe com as cinzas. No dia seguinte foi sentar-se outra vez diante do palácio e abriu a noz. Saiu dela uma roca de oiro cravejada de brilhantes, com um fuso de prata e a menina pôs-se a fiar. Veio a rainha à janela e vendo a roca, mandou o criado saber se ela a queria vender. 7
  • 7. - Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar-me ficar esta noite ao pé do príncipe. A rainha disse que sim e a menina, sem ninguém ver, polvilhou as feridas do príncipe com as cinzas que levava. Pela terceira vez se sentou em frente do palácio e abriu a castanha, donde saiu uma galinha de oiro com pintainhos de prata. Quando a rainha a viu, quis logo que a menina lha vendesse, mas ela respondeu: - Dar sim, vender não; mas sua Majestade há-de deixar que eu fique mais esta noite ao pé do príncipe. Assim foi; e pela terceira vez a menina deitou o resto das cinzas sobre as feridas do príncipe, que abriu os olhos e logo a reconheceu. A menina contou-lhe tudo quanto tinha acontecido e El-Rei Pássaro Verde casou com ela e foram muito felizes. E ainda lá estão. Bendito e louvado, está o meu conto acabado! In 1988,ME.:HistóriasTradicionais, 8
  • 8. Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas, por sua vez, qual era a mais sua amiga? A mais velha respondeu: - Quero mais a meu pai do que à luz do Sol. Respondeu a domeio: - Gosto mais do meu pai do que de mim mesmo. A mais moça respondeu: - Quero-lhe tanto como a comida quer o sal. O rei entendeu por isto que a filha mais nova não o amava tanto como as outras e pô-la fora do palácio. Ela foi, muito triste, por esse mundo e chegou ao palácio de um rei, aí ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passando até que foi chamada a cozinheira e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família de nobreza. Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O reideu licença aofilhopara casar c om ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda. Para as festas do noivado convidou-se o rei que tinha as três filhas e que pusera fora de casa a mais nova. A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não botou sal de propósito.Todos comiam com vontade, mas só o rei convidado é que nada comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia. Respondeu ele, que não sabia que assistia ao casamento da filha: - É porque a comida não tem sal. se O SAL E A ÁGUA O AMOR DE FILHA 9
  • 9. O pai do noivo fingiu-se raivoso e mandou que a cozinheira viesse ali dizer porque é que não tinha botado sal na comida. Veio então a menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo e confessou alia sua culpa por não ter percebido quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito que lhe queria tanto como a comida quer o sal e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu pai. TEÓFILO BRAGA In: ,1988,ME.HistóriasTradicionais 10
  • 10. O PINTAINHO E O BAGUINHO DE MILHO Era uma vez um pintainho que andava a passear na estrada. Encontrou um baguinho de milho. Ficou todo contente e ia apanhá- lo, mas nisto passou a carruagem do rei, que vinha de uma caçada numa grande correria. O pintainho assustou-se e fugiu. Quando a carruagem já lá ia adiante, o pintainho voltou ao meio da estrada, pelo baguinho de milho. Pôs-se a procurá-lo, a procurá-lo, mas não o encontrou. E vai, pensou assim: Foi por causa do rei que eu perdi o meu baguinho de milho. Pois vou ao palácio, pedir-lhe que mo dê. E pôs-se a caminho. Andou, andou e a certa altura, muito cansado, sentou-se numa pedra a descansar. A pedra perguntou-lhe: - Ó pintainho, onde vais com tanta pressa? - Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho. - Oh! Se me levasses contigo era tão bom! - Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho! A pedra meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o seu caminho. Chegou lá adiante, estava outra vez muito cansado, encontrou o machado de um lenhador que tinha ido almoçar e sentou-se no cabo do machado a descansar. O machado perguntou: - Ó pintainho, onde vais com tanta pressa? - Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho. - Oh! Se me levasses contigo era tão bom! - Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho! O machado meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o seu caminho. Lá mais adiante, estava outra vez muito cansado, sentou-se à beira de um ribeiro, que lhe perguntou: - Ó pintainho onde vais com tanta pressa? - Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho. 11
  • 11. - Oh! Se me levasses contigo era tão bom! - Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho! O ribeiro meteu-se dentro do papo do pintainho, que continuou o seu caminho, até que chegou de fronte do palácio do rei. Então, pôs-se a cantar: - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! O rei mandou um criado saber o que se passava. O criado foi e voltou e disse: - Está ali um pintainho que diz que quer o baguinho de milho que o rei lhe fez perder. - Ora o atrevido! Mete-o na capoeira! O criado meteu o pintainho na capoeira, mas ele assim que se viu fechado disse: - Machado, salta do meu papinho e parte-me esta porta. O machado partiu a porta e o pintainho voltou para defronte do palácio. - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! O rei, muito zangado, chamou o criado e ordenou: - Mete-me esse pintainho dentro de um pote e tapa-o bem tapado, para ele não fugir. O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do pote disse: - Pedra,salta do meu papinho, e parte-me este pote. A pedra partiu o pote e o pintainho voltou para de fronte do palácio do rei: - Qui-qui-ri-qui, meu baguinhode milho já para aqui! - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! O rei ficou ainda mais furioso, e gritou para o criado: - Mete-me esse pinto dentro do forno quando ele estiver bem quente. O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do forno, disse: 12
  • 12. - Ribeirinho, salta do meu papinho e apaga-me este forno. O ribeirinho apagou o forno e o pintainho voltou para de fronte do palácio. - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui! Então o rei mandou ir o pintainho à sua presença e ele contou como tinha perdido o baguinho de milho que achara na estrada, por ter passado a carruagem real. Por isso estava ali a pedir o baguinho de milho. O rei deu-lhe razão, mandou-lhe entregar um grande saco de milho e o pintainho foi-se embora, todo contente. In 1988,ME.:HistóriasTradicionais, 13
  • 13. Era uma vez um coelhinho que foi à sua horta buscarcouves p´ra fazer um caldinho. Quando o coelhinho branco voltou para casa depois de vir da horta, chegou à porta e achou-a fechada por dentro; bateu e perguntaram-lhe de dentro: -"Quem é?" O coelhinho respondeu: Sou eu, o coelhinho que venho da horta e vou fazer um caldinho. Responderam-lhe dedentro: E eu sou a cabra cabrez que te salto em cima e te faço em três. Foi-se o coelhinho por aí fora muito triste, e encontrou um boi e disse-lhe: Eu sou o coelhinho que tinha ido à horta e ia para casa fazer o caldinho; mas quandolá cheguei encontrei a cabra cabrez, que me salta em cima e me faz em três. Responde o boi: - "Eu não vou lá que tenho medo". Foi o coelhinho andando e encontrou um cão e disse-lhe: O COELHINHO BRANCO 14
  • 14. Eu sou o coelhinho que tinha ido à horta eia para casa fazer o caldinho; mas quando lá cheguei encontrei a cabra cabrez, que me salta em cima e me faz em três. Responde o cão: -"Eu não vou lá que tenho medo." Foi mais adiante o coelhinho e encontrou um galo, a quem disse também: Eu sou o coelhinho que tinha ido à horta eia para casa fazer o caldinho; mas quando lá cheguei encontrei a cabra cabrez, que me salta em cima e me faz em três. Responde o galo: - "Eu não vou lá que tenho medo. " Foi-se o coelhinho muito mais triste, já sem esperanças de poder voltar para casa, quando encontrou uma formiga que lhe perguntou: -"Que tens coelhinho?" Eu vinha da horta eia para casa fazer o caldinho; mas quando lá cheguei encontrei a cabra cabrez, que me salta em cima e me faz em três. Responde a formiga: -"Eu vou lá e veremos como isso há de ser". Foram ambos e bateram à porta; diz-lhe a cabra cabrez lá de dentro: 15
  • 15. Aqui ninguém entra está cá a cabra cabrez que lhes salta em cima e os faz em três. Responde a formiga: Eu sou a formiga rabiga, que te tiro as tripas e furo a barriga. Dito isto, a formiga entrou pelo buraco da fechadura, matou a cabra cabrez; abriu a porta ao coelhinho; foram fazer o caldinho, e ficaram vivendo juntos, o coelhinho branco e a formiga rabiga. In: , 1988,ME. ADOLFO COELHO Histórias Tradicionais 16
  • 16. Passou um macaco em frente de uma escola de meninas; mal estas o viram puseram-se a gritar: olhem o macaco com o rabo muito comprido. O macaco foi a um barbeiro e pediu que lhe cortasse o rabo. O barbeiro cortou. Voltou o macaco a passar defronte da escola e as meninas desataram a rir dizendo: Olhem o macaco do rabo curto! Tornou o macaco a casa do barbeiro e pediu-lhe o rabo. - Já o enterrei - respondeu o barbeiro. - Pois levo uma navalha - disse o macaco. Pegou na navalha e saiu, encontrando uma mulher a escamar o peixe à mão. Deu-lhe a navalha. Momentos depois voltou a pedir a navalha. - Perdi-a - respondeu a mulher. - Pois então levo uma sardinha. E o macaco foi com a sardinha até encontrar a mulher de um moleiro a comer pão sem conduto. Deu-lhe a sardinha. Momentos depois voltou a pedir-lhe a sardinha. - Já a comi - respondeu a moleira. - Levo um saco de farinha. E levou o saco de farinha. Chegou a uma escola e deu o saco à mestra. Momentos depois voltou a pedir o saco de farinha. - As meninas já comeram a farinha em pão. - Levo uma menina. E levou a menina a casa de um homem que trabalhava em gaiolas. Momentos depois voltou pela menina. - Foi para casa do pai - respondeu o gaioleiro. - Levo uma gaiola. E pegou numa gaiola e levou-a a casa de um violeiro. Momentos depois voltou a pedir a gaiola. - Partiu-se. - Pois levo uma viola. Saiu o macaco com a viola e pôs-se a cantar e a tocar: O MACACO E A VIOLA 17
  • 17. Do rabo fiz navalha Da navalha fiz sardinha Da sardinha fiz farinha Da farinha fiz menina Da menina fiz gaiola Da gaiola fiz viola Tinglintim, tinglintim Eu já me vou embora. Tinglintm, tinglintim Eu já me vou embora. ATAÍDE OLIVEIRA In: ,1988, ME.Histórias Tradicionais 18
  • 18. Numa poça isolada do rio grande,vivia uma colónia de peixinhos. Eram muito amigos uns dos outros e reinava a paz no local. Havia, no entanto, um peixe grande e orgulhoso que estragava um pouco essa harmonia. Resmungava quando os peixinhos se aproximavam dele e queria para si tudo o que havia de melhor. Um dia, um dos peixinhos, numa tentativa de se libertar dele, disse ao peixe: - Só me admiro que não vás viver além, no rio grande! Esta poça é muito pequena para ti. Lá, terias companheiros mais distintos do que peixinhos como nós. O peixe meditou nas palavras do outro e convenceu-se que, de facto, estaria melhor no rio grande, cercado por peixes do seu tamanho e importância. -"Estou farto destes peixinhos!"-pensou.- "São tão ignorantes e irrequietos! Quando vierem aschuvas e as inundações, poderei sair desta poça e nadar até ao rio. Vai ser um prazer conviver com os meus semelhantes!" Não tardou muito q ue as águas d as chuvas cobrissem a terra e foi fácil para o peixe nadar até ao rio. Que diferente era tudo: as rochas eram maiores, as plantas maiores também e os outros peixes...eram grandes de mais! Descansava um pouco ao pé de umas pedras grandes que formavam uma gruta, quando sentiu a água a mexer-se atrás de si e quatro peixes enormes se aproximaram e o empurraram para o lado, sem cerimónia nenhuma: - Sai daqui, peixinho! Não sabes que esta gruta está reservada para peixes como nós?! "Peixinho"! Ele?! De facto, a vida no rio era muito diferente. Que maus modos tinham estes peixes! Podiam tê-lo avisado doutra maneira! O peixe escondeu-se numas algas próximas, mas pouco tempo pôde descansar, pois dois peixes grandes, pretos e brancos, deram com O DESCONTENTAMENTO DO PEIXE GRANDE 19
  • 19. ele e atacaram-no com a boca aberta e intenções evidentes de o comerem! Fugiu muito depressa, nadando com toda a sua força e teve a felicidade de conseguir introduzir-se na fenda de uma rocha antes que aqueles dentes afiados lhe mordessem. Que susto! Então, era isto a vida do rio? Era essa a convivência com peixes de importância? Começou a ter saudades do sossego da sua poça e da companhia dos peixinhos que, pelo menos, erampacíficos! Uma mordidela pôs termo às suas reflexões. Mais uma vez,viu-se obrigado a fugir. Escondeu-se no lodo, no fundo do rio, e tomou uma decisão: voltar para a poça quanto antes! Foi uma viagem bem penosa, porque teve de nadar contra a corrente, e quantas vezes arbustos e árvores lhe impediam a passagem! Quando, finalmente, alcançou a sua poça, sentiu uma alegria e um alívio muito grandes. No final de contas, que bonita que era e que bem que se estava ali! Os peixinhos concordaram entre si que a viagem tinha feito bem ao peixe grande; já não resmungava tanto e estava sempre pronto para contar as aventuras no rio, o que os divertia muito. In: , 1988,ME.HistóriasTradicionais 20
  • 21. Ou se tem chuva e não se tem sol ou se tem sol e não se tem chuva! Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva! Quem, sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares. É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo nos dois lugares! Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro. Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... e vivo escolhendo o dia inteiro! Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranquilo. Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo. OU ISTO OU AQUILO 23 Cecília Meireles in ,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC ColectâneadeLengalengasePoesias
  • 22. O NASCER O CHAPÉUZINHO MatildeRosaAraújo Mãe! Que verdade linda O nascer encerra: Eu nasci de ti Como a flor da terra! A menina comprouum chapéu E pô-lo devagarinho: Nele nasceram papoilas, Dois pássaros fizeram ninho. Chapéu de palha de trigo Que a foice um dia cortou: Na cabeça da menina, O trigo ressuscitou. Depois tirou o chapéu, Tirou-o devagarinho, Não vão murchar as papoilas, Não se vá espantar o ninho. E, chapeuzinho na mão, De cabeça levantada, A menina olhou o sol Como a dizer-lhe: Obrigada! in ,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC ColectâneadeLengalengasePoesias 24
  • 23. BRINQUEDO Foi um sonho que eu tive: Era uma grande estrela de papel, um cordel e um menino de bibe. O menino tinha lançado a estrela com ar de quem semeia uma ilusão; E a estrela ia subindo, azul e amarela, presa pelo cordel à sua mão. Mas tão alto subiu que deixou de ser estrela de papel, e o menino aovê-la assim, sorriu e cortou-lhe o cordel. MiguelTorga ALEGRIA O patinho amarelo saíu do ovo de manhã cedinho Que tudo é belo que tudo é novo, gritou o patinho Que bom que vai ser brincar e correr com outros do meu tamanho mostrar que sou pato e ir ao regato tomar banho Sidónio Muralha in ,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC ColectâneadeLengalengasePoesias 25
  • 24. Uma gota de chuva suspensa de um telhado. Dá-lhe o sol e parece pequena maravilha. Éumberlinde, dizem crianças entre si. É uma bola, e bela, mas não rebola, brilha! É a Lua? Uma bolha de sabão a brincar? Um balão? Um brilhante de uma estrela vaidosa? Diz a v elhinha olhando: quem chorou esta lágrima? Uma gota de chuva suspensa de umtelhado: Chegou uma andorinha engoliu-a e voou. ESPANTO MariaAlbertaMenéres in ,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC ColectâneadeLengalengasePoesias 26
  • 26. Lagarto pintado quem te pintou Foiuma velha que aqui passou No tempo da eira fazia poeira Puxa lagarto por esta orelha Sape gato lambareiro Tira a mão do açucareiro Tira a mão, tira o pé do açúcar, do café Fui à caixa das bolachas Tirei uma ... Tirei duas ... Tirei três ... Tirei quatro ... Tirei cinco … Tirei seis... Tirei sete ... Tirei oito... Tirei nove … Tirei dez... Que é para veres o guloso que tu és! 29
  • 27. Era uma vez um gato chamado Carocho Ai que lindo que lindo que era o bicho Enrolou-se no capacho caiu da janela abaixo e foi parar ao balde do lixo Um, dois, três, quatro A galinha mais o pato Fugiram da capoeira Foi atrás a cozinheira Que lhes deu com o sapato Um, dois, três, quatro in ,1986, DivisãodeEducaçãoPré-escolar, Direcção-GeraldoEnsinoBásicoeSecundário-MEC ColectâneadeLengalengasePoesias 30
  • 29. A videira dá a uva A nuvem escura dá a... Batam palmas ao artista lá no palco está o ... A onda grande da praia já molhou a minha ... Tem asas o passarinho a voar vai par ao... Para lavar a minha mão preciso de água e ... 33
  • 30. Qual é coisa Qual é ela que mal entra em casa se põe à j anela ? Qual é coisa Qual é ela que tem dentes e não come? Qual é coisa Qual é ela que quanto mais se afia mais pequeno é? Tem coroa e não é rei Tem escamas sem peixe ser Além de servir para doce é fruta, podes comer? ADIVINHA 34
  • 31. Qual é coisa Qual é ela tem dentes e não come tem barbas e não é homem? Qual é coisa Qual é ela quanto mais alta melhorse vê? Qual é coisa Qual é ela que se veste no verão e se despe no inverno? Qual é coisa Qual é ela Branco é Galinha o põe...? ADIVINHA 35
  • 33. O meu pai deu-me uma laranja, que cheirinho que ela tem. É redonda e amarela tenho fome, calha bem. UMA LARANJA Semente, sementinha que na terra dá flor. Semente, sementinha verde, branca ou doutra cor. Força, força, força p'ra nascer! Ai, que linda, já vem a aparecer! SEMENTINHA 39 I II AnaMariaFerrão, MadalenaSáPessoa In: ,1983,PlátanoEditora.Histórias Cantadas
  • 34. Conchas conchinhas conchas do mar. Conchas conchinhas p'ra eu apanhar. A chuva cai, cai Bis A chuva cai, cai A chuva cai na cabeça ...nojoelho ...nas pestanas, etc. Vêm de longe, vêm nas ondas. Ficam na areia a brilhar... CONCHAS CONCHINHAS A CHUVA CAI, CAI 40 I II Ana MariaFerrão,Madalena SáPessoa In: ,1983,PlátanoEditora.Histórias Cantadas
  • 35. Um dois três quatro, a galinha mais o pato. Fugiram da capoeira, por causa da cozinheira. Um dois três quatro. Cinco seis sete oito, eu fui buscar um biscoito e levei-o à galinha que escondi numa caixinha. Cinco seis sete oito. Umdois três quatro Cinco seis sete oito Um dois três quatro Cinco seis sete oito Da janela do teu quarto quantas coisas para ver: As árvores a baloiçar, as pessoas a correr, Autocarros, automóveis, um polícia a mandar parar; Limpa os vidros, limpa, limpa até os pôr a brilhar. Limpa os vidros,limpa, limpa, que a poeira veio sujar. Limpa os vidros da janela, e depois põe-te a espreitar. A GALINHA MAIS O PATO LIMPA OS VIDROS I II III 41 Ana Maria Ferrão,Madalena SáPessoa In: ,1983,PlátanoEditora.Histórias Cantadas
  • 36. COM O VENTO DE MANSINHO As velas do moinho Hum-hum, hum-hum (boca fechada) Com o vento demansinho Hum-hum, hum-hum Gira gira gira giram, viradinhas para o mar. E as cabaças que as enfeitam, nunca param de cantar. 42 I II A na MariaFerrão,MadalenaSáPessoa In: ,1983,PlátanoEditora.Histórias Cantadas
  • 37. Ficha Técnica Caderno de Histórias Vasco Alves Paula Aguiar Maria de Lurdes Costa Maria Manuela Moura Maria da Conceição Baptista Maria Teresa Gomes de Abreu Madalena Guedes Maria Manuela Lourenço 2002 , Poesias, Lengalengas, Adivinhas, Canções Director Coordenadora do N úcleo de Educação Pré-Escolar Concepção do Caderno Apoio Técnico Capa, Ilustrações e Concepção Gráfica Data Este caderno foi concebido no âmbito do projecto "Travelling Early Learners" da EFECOT (European Federation for the Education of the Occupational Travellers) do qual Portugal é membro. Com a colaboração da Direcção Regional de Educação de Lisboa
  • 38. Apoio à Educação de Filhos de Profissionais Itinerantes