SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 38
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
          Faculdade de Farmácia
             Micologia Clínica




  Fungos filamentosos e
leveduriformes emergentes
          Amanda Valle Pinhatti




             Porto Alegre, 2012
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Os fungos emergentes, ubíquos na natureza, provocam doenças,
até há pouco tempo, raras. Algumas ainda são raras mas estão a
aumentar de uma forma crescente sendo de extrema gravidade e de
difícil tratamento porque são causadas por agentes resistentes aos
antifúngicos padrão sendo portanto um grande desafio.
Fungos emergentes
Grande aumento da incidência nas últimas
décadas


•Quimioterapia antineoplásica intensiva
•Antibioticoterapia de amplo espectro
•Uso de instrumentos médicos invansivos
•Transplante de órgãos e MO
•Aumento do número de pacientes em UTI
•Aumento prematuridade e longividade
•AIDS
Candidemias

Internações em UTI
Duração da neutropenia
Uso de corticoesteróides




Febre
Lesões cutâneas e oculares
Hipotensão
% cepas resistentes
               n    Fluco     Itra        Vori
C. albicans   536   0,74      0,37        0,22
C. parap.     473   0,42      0,42         0
C. tropicalis 175   3,4        4          3,73
C. glabrata   151   29,1      29,1        10,5
C. krusei     76    100       6,5         9,3
Dados:Valério Rodrigues Aquino
Caso clínico




• Mujer de 34 años diagnosticada de diabetes mellitus de tipo 1 desde los 13 años con insuficiencia
  renal crónica en fase terminal es sometida el trasplante renopancreático.
• La fase postoperatoria temprana del trasplante transcurre sin complicaciones relevantes. En ese
  momento se inició inmunosupresión con tacrolimus, micofenolato mofetilo y corticoides, además de
  profilaxis antifúngica con fluconazol (100mg/día), según el protocolo de nuestro centro.
• Posteriormente, la paciente comienza con un cuadro de dolor abdominal e intolerancia digestiva, que
  obliga a instaurar nutrición parenteral total a través del catéter venoso central (CVC).En el 10.° día
  postrasplante, además de la persistencia de la clínica abdominal y de la nutrición parenteral, y en el
  seno del tratamiento con imipenem y vancomicina, se presenta un nuevo episodio febril acompañado
  de afectación del estado general e inestabilidad hemodinámica que obliga a su ingreso en la unidad
  de cuidados in-tensivos (UCI).
• que desarrolla una candidemia persistente asociada a catéter, causada por Candida glabrata, que se
  trata con anidulafungina. Presentó una buena evolución clínica y no se observaron interacciones
  farmacológicas relevantes.
Aspergilose

              Vias de infecção
Aspergilose

               % amostras com MIC > 2 mg/l
                n          Anfotericina B
A. fumigatus   268             1,80
A. flavus       65             23,1
A. terreus      65             53,8
Caso Clínico




 Uma mulher de 75 anos foi encaminhado ao hospital para avaliação de
 fraqueza de membros inferiores e deterioração. Foram detectadas várias
 fraturas vertebrais por esmagamento, uma lesão cavitária no lobo pulmonar
 superior direito e infiltração no lobo superior esquerdo. Na biópsia da lesão
 foi observado um fungo filamentoso crescendo e sendo positiva a lavagem
 brônquica para Aspergillus terreus. Com o tratamento prolongado com
 anfotericina B lipossomal a lesão desapareceu, permanecendo com doses
 orais itraconazol 3 meses.
Diagnóstico
 • Análise microscópica
 • Análise histopatológica
 • Cultura
 • Molecular: PCR- Sequênciamento- Gene Bank
                           ITS I                   ITS II
    Nuclear rDNA 18S                  5.8S                  Nuclear rDNA 26S
                Its-1                                       Its-4
                                             PCR



                                   Sequenciamento

  • Sorológico
      • Detecção de Ag capsular de C. neoformans
      • Galactomannana para Aspergillus
      • Mannana para Candida
      • Detecção de beta-glucan
Diagnóstico
Não
             não               disponív
          recomend   Reação
SEMANA!              cruzada      el
             ado
                               comerci
                               almente

                     Reação
                     cruzada
Obrigada pela atenção !




       amandapinhatti@gmail.com

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Genética bacteriana
Genética bacterianaGenética bacteriana
Genética bacteriana
kaiorochars
 
Estrutura e funções dos anticorpos para alunos
Estrutura e funções dos anticorpos para alunosEstrutura e funções dos anticorpos para alunos
Estrutura e funções dos anticorpos para alunos
Gildo Crispim
 

Mais procurados (20)

Tétano e Coqueluche Doenças bacterianas
Tétano e Coqueluche Doenças bacterianasTétano e Coqueluche Doenças bacterianas
Tétano e Coqueluche Doenças bacterianas
 
04 aula tétano
04 aula   tétano04 aula   tétano
04 aula tétano
 
Doenças bacterianas
Doenças bacterianasDoenças bacterianas
Doenças bacterianas
 
Aula 05 bacterias
Aula   05  bacteriasAula   05  bacterias
Aula 05 bacterias
 
GERENCIAMENTO EPI CONSCIENTIZAÇÃO E USO – NR 6
GERENCIAMENTO EPI CONSCIENTIZAÇÃO E USO – NR 6GERENCIAMENTO EPI CONSCIENTIZAÇÃO E USO – NR 6
GERENCIAMENTO EPI CONSCIENTIZAÇÃO E USO – NR 6
 
Tst epc - nr 06
Tst   epc - nr 06Tst   epc - nr 06
Tst epc - nr 06
 
Genética bacteriana
Genética bacterianaGenética bacteriana
Genética bacteriana
 
Canteiro de obras
Canteiro de obrasCanteiro de obras
Canteiro de obras
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções
ICSA17 - Resposta Imune a infecçõesICSA17 - Resposta Imune a infecções
ICSA17 - Resposta Imune a infecções
 
NR 12 - Máquinas e Equipamentos
NR 12 - Máquinas e EquipamentosNR 12 - Máquinas e Equipamentos
NR 12 - Máquinas e Equipamentos
 
Micologia
MicologiaMicologia
Micologia
 
Epi e epc
Epi e epcEpi e epc
Epi e epc
 
Aula 5 epi
Aula 5   epiAula 5   epi
Aula 5 epi
 
Estrutura e funções dos anticorpos para alunos
Estrutura e funções dos anticorpos para alunosEstrutura e funções dos anticorpos para alunos
Estrutura e funções dos anticorpos para alunos
 
EPI - Equipamento de Proteção Coletiva
EPI - Equipamento de Proteção ColetivaEPI - Equipamento de Proteção Coletiva
EPI - Equipamento de Proteção Coletiva
 
A importância da Segurança do Trabalho para Melhoria da Prevenção de Acidente...
A importância da Segurança do Trabalho para Melhoria da Prevenção de Acidente...A importância da Segurança do Trabalho para Melhoria da Prevenção de Acidente...
A importância da Segurança do Trabalho para Melhoria da Prevenção de Acidente...
 
Criptococose patogenicidade
Criptococose   patogenicidadeCriptococose   patogenicidade
Criptococose patogenicidade
 
O.s para padeiros
O.s para padeirosO.s para padeiros
O.s para padeiros
 
Pneumonia
PneumoniaPneumonia
Pneumonia
 
Epi e epc
Epi e epcEpi e epc
Epi e epc
 

Semelhante a Aprensentação fungos emergentes

Neutropenia Febril E Fungemia
Neutropenia Febril E  FungemiaNeutropenia Febril E  Fungemia
Neutropenia Febril E Fungemia
galegoo
 
Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2
Larissa Torres
 
Micotoxinas produzidas por fungos endofíticos
Micotoxinas produzidas por fungos endofíticos Micotoxinas produzidas por fungos endofíticos
Micotoxinas produzidas por fungos endofíticos
Med. Veterinária 2011
 
Plasmodium vivax malaria
Plasmodium vivax malariaPlasmodium vivax malaria
Plasmodium vivax malaria
Pasmela
 
Hepatites virais aula 04 junio
Hepatites virais aula 04 junioHepatites virais aula 04 junio
Hepatites virais aula 04 junio
BeatrisMaria
 

Semelhante a Aprensentação fungos emergentes (20)

Neutropenia Febril E Fungemia
Neutropenia Febril E  FungemiaNeutropenia Febril E  Fungemia
Neutropenia Febril E Fungemia
 
Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2
 
HIV-GastrointestinalInfeccao....FinaL.ppt
HIV-GastrointestinalInfeccao....FinaL.pptHIV-GastrointestinalInfeccao....FinaL.ppt
HIV-GastrointestinalInfeccao....FinaL.ppt
 
HIV-Gastrointestinal.IntestinalI.FinaL.ppt
HIV-Gastrointestinal.IntestinalI.FinaL.pptHIV-Gastrointestinal.IntestinalI.FinaL.ppt
HIV-Gastrointestinal.IntestinalI.FinaL.ppt
 
Aula introdução aos atb 1
Aula introdução aos atb   1Aula introdução aos atb   1
Aula introdução aos atb 1
 
Malária: Quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Atualização
Malária: Quadro clínico, diagnóstico e tratamento. AtualizaçãoMalária: Quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Atualização
Malária: Quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Atualização
 
Doença de chagas
Doença de chagas   Doença de chagas
Doença de chagas
 
Micotoxinas produzidas por fungos endofíticos
Micotoxinas produzidas por fungos endofíticos Micotoxinas produzidas por fungos endofíticos
Micotoxinas produzidas por fungos endofíticos
 
Candidiase - tratamento candidiase vulvovaginal
Candidiase - tratamento candidiase vulvovaginalCandidiase - tratamento candidiase vulvovaginal
Candidiase - tratamento candidiase vulvovaginal
 
Classificação dos antimicrobianos 2015
Classificação dos  antimicrobianos 2015Classificação dos  antimicrobianos 2015
Classificação dos antimicrobianos 2015
 
Neisseria gonorrhoeae
Neisseria gonorrhoeaeNeisseria gonorrhoeae
Neisseria gonorrhoeae
 
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidadePneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
 
leishmaniose-visceral.ppt
leishmaniose-visceral.pptleishmaniose-visceral.ppt
leishmaniose-visceral.ppt
 
Plasmodium vivax malaria
Plasmodium vivax malariaPlasmodium vivax malaria
Plasmodium vivax malaria
 
Aula 3 -_doencas_infecciosas
Aula 3 -_doencas_infecciosasAula 3 -_doencas_infecciosas
Aula 3 -_doencas_infecciosas
 
Aula 7 - imunologias das infecções parasitarias.pptx
Aula 7 - imunologias das infecções parasitarias.pptxAula 7 - imunologias das infecções parasitarias.pptx
Aula 7 - imunologias das infecções parasitarias.pptx
 
Carbapenemases
CarbapenemasesCarbapenemases
Carbapenemases
 
Doenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdfDoenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdf
 
Hepatites virais aula 04 junio
Hepatites virais aula 04 junioHepatites virais aula 04 junio
Hepatites virais aula 04 junio
 
sífilis.pdf
sífilis.pdfsífilis.pdf
sífilis.pdf
 

Aprensentação fungos emergentes

  • 1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Farmácia Micologia Clínica Fungos filamentosos e leveduriformes emergentes Amanda Valle Pinhatti Porto Alegre, 2012
  • 3.
  • 4. INTRODUÇÃO Os fungos emergentes, ubíquos na natureza, provocam doenças, até há pouco tempo, raras. Algumas ainda são raras mas estão a aumentar de uma forma crescente sendo de extrema gravidade e de difícil tratamento porque são causadas por agentes resistentes aos antifúngicos padrão sendo portanto um grande desafio.
  • 5. Fungos emergentes Grande aumento da incidência nas últimas décadas •Quimioterapia antineoplásica intensiva •Antibioticoterapia de amplo espectro •Uso de instrumentos médicos invansivos •Transplante de órgãos e MO •Aumento do número de pacientes em UTI •Aumento prematuridade e longividade •AIDS
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17. Candidemias Internações em UTI Duração da neutropenia Uso de corticoesteróides Febre Lesões cutâneas e oculares Hipotensão
  • 18. % cepas resistentes n Fluco Itra Vori C. albicans 536 0,74 0,37 0,22 C. parap. 473 0,42 0,42 0 C. tropicalis 175 3,4 4 3,73 C. glabrata 151 29,1 29,1 10,5 C. krusei 76 100 6,5 9,3
  • 20. Caso clínico • Mujer de 34 años diagnosticada de diabetes mellitus de tipo 1 desde los 13 años con insuficiencia renal crónica en fase terminal es sometida el trasplante renopancreático. • La fase postoperatoria temprana del trasplante transcurre sin complicaciones relevantes. En ese momento se inició inmunosupresión con tacrolimus, micofenolato mofetilo y corticoides, además de profilaxis antifúngica con fluconazol (100mg/día), según el protocolo de nuestro centro. • Posteriormente, la paciente comienza con un cuadro de dolor abdominal e intolerancia digestiva, que obliga a instaurar nutrición parenteral total a través del catéter venoso central (CVC).En el 10.° día postrasplante, además de la persistencia de la clínica abdominal y de la nutrición parenteral, y en el seno del tratamiento con imipenem y vancomicina, se presenta un nuevo episodio febril acompañado de afectación del estado general e inestabilidad hemodinámica que obliga a su ingreso en la unidad de cuidados in-tensivos (UCI). • que desarrolla una candidemia persistente asociada a catéter, causada por Candida glabrata, que se trata con anidulafungina. Presentó una buena evolución clínica y no se observaron interacciones farmacológicas relevantes.
  • 21. Aspergilose Vias de infecção
  • 22. Aspergilose % amostras com MIC > 2 mg/l n Anfotericina B A. fumigatus 268 1,80 A. flavus 65 23,1 A. terreus 65 53,8
  • 23. Caso Clínico Uma mulher de 75 anos foi encaminhado ao hospital para avaliação de fraqueza de membros inferiores e deterioração. Foram detectadas várias fraturas vertebrais por esmagamento, uma lesão cavitária no lobo pulmonar superior direito e infiltração no lobo superior esquerdo. Na biópsia da lesão foi observado um fungo filamentoso crescendo e sendo positiva a lavagem brônquica para Aspergillus terreus. Com o tratamento prolongado com anfotericina B lipossomal a lesão desapareceu, permanecendo com doses orais itraconazol 3 meses.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28.
  • 29.
  • 30.
  • 31.
  • 32. Diagnóstico • Análise microscópica • Análise histopatológica • Cultura • Molecular: PCR- Sequênciamento- Gene Bank ITS I ITS II Nuclear rDNA 18S 5.8S Nuclear rDNA 26S Its-1 Its-4 PCR Sequenciamento • Sorológico • Detecção de Ag capsular de C. neoformans • Galactomannana para Aspergillus • Mannana para Candida • Detecção de beta-glucan
  • 33.
  • 35. Não não disponív recomend Reação SEMANA! cruzada el ado comerci almente Reação cruzada
  • 36.
  • 37.
  • 38. Obrigada pela atenção ! amandapinhatti@gmail.com

Notas do Editor

  1. Cryptococus neoformans fenol-oxidase, oxida radicais fenólicos em melanina---fator de virulência