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                     Implementando Learning Management
                       System (LMS) em Universidades
                                               Marta de Campos Maia
                                                   FGV-EAESP
                                                Marta.maia@fgv.br

BIOGRAFIA
Administradora e Doutora em Administração de Empresas pela FGV-EAESP. Atua como professora da FGV-EAESP, no
INSPER e na FAAP nos cursos de pós-graduação e de Graduação. Atou como Coordenadora de Educação a Distância da
FGV-EAESP e da FAAP. É autora de capítulos de livros e de dezenas de artigos, pesquisas e trabalhos sobre Tecnologia de
Informação e Educação a Distância, publicados no Brasil e no exterior.


RESUMO
A utilização das tecnologias educacionais emerge como uma grande oportunidade para reverter o processo de ensino-
aprendizagem, que são tão antigos quanto a própria humanidade, e podem ampliar os potenciais educacionais, estimulando a
introdução de atividades mais dinâmicas, não só pela flexibilidade, mas ao proporcionar novas competências e novas formas
de aprendizado. Por esta razão, o computador emerge como uma força para a ruptura no modelo vigente e uma oportunidade
promissora para atender à demanda das escolas em trabalhar as múltiplas inteligências dos alunos, modelos e estilos de
aprendizagem distintos. Uma etapa inicial para esta ruptura é a utilização de um Sistema Gerenciador do Processo de
Aprendizagem (LMS). A implantação de LMS é uma tarefa de grandes proporções, que requer a mobilização de recursos
substanciais de investimento e considerável esforço organizacional. O trabalho apresentará um estudo de caso, que permitirá
analisar diversos aspectos envolvidos no processo de implementação de um LMS.
Palavras-chaves
Gerenciamento de conteúdo de aprendizagem; sistemas de informação, educação, universidade, inovação.


INTRODUÇÃO
O LMS é uma plataforma que facilita a criação de um ambiente educacional baseado na web. Automatiza a administração de
eventos de um curso, e tem por objetivo possibilitar a criação de ambientes para que haja um aprendizado real. Esta
ferramenta deverá possibilitar a administração, apoio pedagógico, geração e distribuição de conteúdo aos alunos, bem como
uma interação entre todos os envolvidos no processo (alunos, professores, monitores, coordenação e suporte).
Para os supervisores e administradores, o sistema faz o rastreamento de dados, disponibiliza informações, auxilia na análise e
gera relatórios sobre o progresso dos participantes. Para os professores, o sistema permite um planejamento do curso,
compartilhamento de informações com outros docentes, acompanhamento das atividades dos alunos e interação nas diversas
comunidades de práticas disponíveis no LMS. Para os alunos, o sistema auxilia no planejamento individual de seus processos
de aprendizagem, e permite que os mesmos colaborem entre si através da troca de informações e conhecimentos.
Por estas características, o sistema precisa ser muito bem escolhido, para oferecer atividades variadas que provoquem o
envolvimento do aluno, de maneira a permitir o acesso ao conteúdo que está sendo trabalhado. Outros aspectos, como a
linguagem e o nível de dificuldade de manuseio exigido pelo LMS, devem ser levados em consideração e precisam ser
compatíveis com a infra-estrutura da Instituição de Ensino Superior (IES) e, principalmente, com o nível de capacitação dos
funcionários, professores e alunos envolvidos no processo.
O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de aplicação concomitante de dois modelos: para assimilação de tecnologia e
administração da mudança, que permitiram a IES obter uma melhor compreensão dos mecanismos que comprometiam a
adoção da tecnologia pelos professores e embasaram o projeto de ações mobilizadoras e corretivas que resultaram num
enorme crescimento e disseminação da utilização do LMS, como apoio ao ensino presencial tradicional.




Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010                                                215
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O problema a ser solucionado antes da implantação do sistema nas Universidades analisadas foi assim enunciado: “Como
abordar as dificuldades comportamentais e prevenir as deficiências de implementação de forma a maximizar a adoção das
novas tecnologias educacionais nos cursos presenciais de uma Universidade tradicional, minimizando os riscos do projeto?”


TECNOLOGIA EDUCACIONAL
“Uma peça de giz e quadro-negro ou mesmo um galho e um chão de areia são ferramentas nas mãos de um "mestre". Tais
educadores podem ser professores da escola primária, instrutores militares, idosos de uma tribo ou educadores de outdoors
usando suas ferramentas para ensinar um aspecto de sua cultura aos aprendizes. De modo similar, equipamentos de
videoconferência ou computadores pessoais podem ser usados como ferramentas educacionais por educadores que saibam - a
tecnologia de - como usá-las para propósitos pedagógicos. Ferramentas e tecnologias são tão fundamentais para educação que
é difícil imaginá-la sem eles; especialmente os sons e símbolos como ferramentas e a escrita e a linguagem como tecnologias
(Evans, 2002).
A tecnologia deve ser utilizada como um catalisador de uma mudança do paradigma educacional (Valente, 1993). Um
paradigma que promove a aprendizagem ao invés do ensino, que coloca o controle do processo de aprendizagem nas mãos do
aprendiz, e que auxilia o professor a entender que a educação não é somente a transferência de conhecimento, mas um
processo de construção do conhecimento pelo aluno, como produto do seu próprio engajamento intelectual ou do aluno como
um todo (Neitzel, 2001). As tecnologias não substituem o professor, mas permitem que algumas das tarefas e funções dos
professores possam ser modificadas (Moran, 2008).
A pedagogia moderna afirma que o aluno deve ser estimulado a buscar soluções em grupo, por meio dos recursos de
interação, a fim de estimular competências como as capacidades cognitivas de avaliação, análise, síntese, e não mais a
simples memorização do conteúdo. Esta idéia foi proposta anteriormente por diversos autores, entre eles Piaget, Vygotsky,
Freire, que afirmam que o que caracteriza a aprendizagem é o movimento de um saber fazer a um saber, o que não ocorre
naturalmente, mas por uma abstração reflexiva, processo pelo qual o indivíduo pensa o processo que executa e constrói
algum tipo de teoria que justifique os resultados obtidos (Maia, 2010).
A capacitação dos docentes é essencial para que ocorra efetivamente alguma inovação na sala de aula. O que normalmente se
observa nas escolas brasileiras é que o foco dessa capacitação limita-se ao desenvolvimento das habilidades do professor no
uso do computador, em detrimento do entendimento das possibilidades que possam ser criadas por meio da interação, da
comunicação e da troca de informações entre todos os participantes.


LMS - LEARNING MANAGEMENT SYSTEM
O uso de novas tecnologias deve oferecer a possibilidade de reformulação constante dos cursos e de monitoramento da
aprendizagem do aluno. A aprendizagem por meio de ambientes virtuais já é uma realidade em uma parcela das instituições
educacionais. Para consolidar e expandir essa situação, será necessário que a escolha da tecnologia para construção e
utilização destes ambientes esteja submetida a uma estratégia didático-pedagógica compatível com as necessidades dos
usuários, segundo Niquini e Botelho (2005).
Os Sistemas Gerenciadores do Processo de Aprendizagem simplificam rotinas de administração e acadêmicas de cursos.
Foram desenvolvidos para lidar com cursos de múltiplas publicações e múltiplos provedores. Podem registrar usuários, trilhar
cursos em um catálogo e gravar dados dos alunos. Normalmente, não incluem capacidade própria de autoria, focam
compatibilidade com cursos criados por uma variedade de fontes diversas.
Um LMS possibilita diferentes maneiras de ensinar e aprender com tecnologias digitais e interativas. Entre os principais
objetivos, destacam-se a ampliação da comunicação entre alunos e docentes, o desenvolvimento de uma nova metodologia de
ensino.
Cada professor cria o ambiente virtual de sua disciplina de acordo com suas necessidades, podendo conter: o programa
detalhado de suas aulas, conteúdos e atividades didáticas, bibliografias, materiais de apoio, metodologia, avaliação, testes,
pesquisas, links, fóruns de discussão, gestão de grupo, ferramenta para verificação de plágio, entre outros diversos recursos.
Desta forma, o professor pode dispor do tempo na sala de aula presencial para promover a interatividade entre os alunos,
trabalhar dinâmicas de grupo e desenvolver novas metodologias de ensino, deixando para os momentos presenciais, situações
diferenciadas que a interface tecnológica não permite.




Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010                                                216
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Este sistema auxilia os alunos no planejamento individual de seus processos de aprendizagem, e permite que os mesmos
colaborem entre si através da troca de informações e conhecimentos. Os alunos sentem uma sensação de igualdade, porque
cada aluno tem a mesma oportunidade de participar e dar a sua opinião através das ferramentas de interação, independente de
fatores como sua voz ou seu sexo. Estudantes com uma certa timidez ou muito ansiosos sentem-se mais confortáveis,
expressando idéias online, ao invés de falar perante a platéia da sala de aula.
Outros aspectos, como a linguagem e o nível de dificuldade de manuseio exigido pelo LMS, devem ser levados em
consideração e precisam ser compatíveis com a infra-estrutura da IES e, principalmente, com o nível de capacitação dos
funcionários, professores e alunos envolvidos no processo.
As ferramentas de comunicação e colaboração são instrumentos de interação entre os diversos atores em sistemas de
informação educacionais. Para Carvalho (2010) além das ferramentas de avaliação, as ferramentas de interação e
comunicação interativa são as mais importantes ferramentas de um LMS. Mas, em um LMS é possível encontrar inúmeras
outras funcionalidades, como as listadas abaixo (tabela 1):


Funcionalidade de Trabalho Individual                              Funcionalidade de Interação e Comunicação

Acompanhamento de atividades                                       Ambiente 3D interativo
Atividades e jogos online                                          Área do estudante
Auto-avaliacao                                                     Áudio conferencia
Bloco de notas                                                     Blog
Controle operacional                                               Chat textual
Funcionalidade de acesso                                           Comunicador instantâneo
Funcionalidades de retorno                                         Comunidades de aprendizagem
Glossário                                                          Correio eletrônico interno
Histórico de atividades                                            Diversão
Idiomas                                                            FAQ ajuda
Informações gerais                                                 FAQ inteligente
Links externos                                                     Fóruns de discussão
Lista de participantes                                             M-learning
Material para download                                             Multimídia
Mecanismos de busca                                                Mural
Personalização                                                     Perfil do aluno
                                                                   Sala de aula virtual
                                                                   Vídeo conferencia
                                                                   Whiteboard
                                                                   Wiki

                                    Tabela 1: Características de Funcionalidade nos LMS
                                                  Fonte: Carvalho (2010)

Mas, na prática, apesar de todas as funcionalidades e recursos disponíveis, o LMS não está sendo utilizado na sua totalidade,
e por isso, não está proporcionando a quebra de paradigma necessária ao processo de ensino e aprendizagem vigente.
De acordo muitos autores (Arvan, 2009; Cuban, 2001; Lane, 2009; Departamento de Educação dos EUA, 2010) o perfil de
uso do LMS é preocupante porque o LMS serve como uma afirmação de tecnologia tradicional de ensino. O professor não se
contrapõe ao LMS, e o aluno recebe o benefício de conveniência de distribuição eletrônica de documentos (e notas), mas
pouco mais do que isso. De acordo com estes autores os LMS não atendem às novas demandas do ensino centrado no aluno,
pois eles trabalham de forma centrada no conteúdo.
Um grande estudo realizado no Vale do Silício sobre os efeitos dos investimentos realizados com tecnologia nos Ensinos
Básica, Fundamental e Médio americano concluiu que as formas tradicionais de ensino parecem continuar relativamente
intocadas apesar dos enormes investimentos em tecnologias que têm sido realizados desde 1960. Na maioria dos casos, os
professores usam a tecnologia para manter as práticas existentes (Cuban, 2001). A tecnologia tem sido aplicada no que está
no exterior ao processo educativo, e não como uma ferramenta essencial na renovação do processo em si. Tão importante




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quanto as conveniências que o LMS pode oferecer, é o sentimento que, de alguma forma, perdeu-se o maior potencial de
melhoria e de transformação que a tecnologia poderia ter implementado na educação (Bush e Mott, 2009).
Sistemas de gestão de aprendizagem têm dominado o panorama do ensino e da aprendizagem no ensino superior na década
passada, conforme recente relatório da Delta Iniciative, o qual indica que mais de 90 por cento das faculdades e universidades
americanos têm um LMS (Mott, 2010).


METODOLOGIA DE PESQUISA
Além do levantamento bibliográfico para a construção do referencial teórico (Malhotra, 1999) constituído pelos modelos
estudados, a metodologia utilizada neste trabalho foi o estudo de caso – devido às questões básicas de pesquisa, ausência de
controle dos eventos comportamentais e ênfase nos eventos contemporâneos (Yin, 2001).
A capacitação contínua e permanente dos professores tem enfoque em duas áreas: metodologia de ensino que visa o ensino
presencial e a distância, e o uso prático dos recursos tecnológicos que mediarão o processo de aprendizagem, visando o uso
de recursos tecnológicos para a mediação da aprendizagem será analisada a evolução de um programa de capacitação de
professores na IES em estudo.
O atual estudo pode ser considerado como exploratório e descritivo. Segundo Mattar (1997, p. 80), “a pesquisa exploratória
visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva”. Segundo este
autor, a pesquisa exploratória utiliza métodos como: levantamento em fontes secundárias, experiências, estudo de caso e
observação informal. Para Gil (1996), a pesquisa descritiva tem como principal característica a utilização de métodos
padronizados de coleta de dados, como o questionário e a observação.
Vergara (1998) propõe uma taxonomia para classificar os tipos de pesquisa, segundo dois critérios básicos: quanto aos fins e
quanto aos meios de investigação. Essa pesquisa é classificada quanto aos fins, como sendo exploratória e quanto aos meios
de investigação, como pesquisa de campo - por meio do método de estudo de caso (Yin, 2001) e bibliográfica.
O estudo considerou e respeitou os vários aspectos, condições, recomendações, componentes e requisitos, definidos por
vários autores, dentre eles Yin (2001).Um estudo de caso é um questionamento empírico que investiga um fenômeno
contemporâneo com seus contextos de vida real, quando as fronteiras entre fenômeno e contexto não são claramente
evidentes, e nos quais fontes múltiplas de evidência são usadas (Yin, 2001).
A aplicação da metodologia de estudo de caso baseou-se amplamente na experiência pessoal dos autores como participantes
ativos na condução do processo de assimilação de tecnologia aqui relatado, e foi realizada por meio de uma série de
entrevistas com técnicos e professores da instituição, utilizando um protocolo elaborado especificamente para este fim. Este
protocolo considerou a necessidade de conhecer a organização e seus processos de integração.
Yin (2001) define o estudo de caso como o método que examina o fenômeno de interesse em seu ambiente natural, pela
aplicação de diversas metodologias de coleta de dados, visando obter informações de múltiplas entidades. Além disso, a
pesquisa será bibliográfica, já que os seguintes assuntos serão investigados: tecnologia educacional, metodologia de ensino,
Internet através de estudos de artigos, livros que tratem do assunto em bibliotecas, sites, instituições e etc.
População, amostra e coleta de dados
Neste estudo, o processo de amostragem é não probabilístico, pois parte-se de um universo naturalmente restrito, uma vez
que participaram apenas os professores que estavam dentro do requisito desejado. A IES analisada possui em seu quadro
docente cerca de 300 professores.
A pesquisa baseou-se em questionário auto-aplicável, disponível em meio eletrônico e fundamentado na literatura resenhada.
O questionário foi elaborado pela equipe interna da IES. O trabalho de desenvolvimento do questionário objetivou garantir o
correto preenchimento das questões, tais como aquelas que permitiam somente uma alternativa como resposta ou aquelas que
solicitavam ao informante uma escolha dentre alternativas. Em caso de erro no preenchimento, o professor recebia uma
mensagem na tela, identificando a pergunta em que houvesse erro. Esse procedimento garantiu que todos os questionários
recebidos puderam ser considerados válidos. Um e-mail foi enviado aos professores, fazendo o convite para a pesquisa e o
questionário. A versão final do questionário consiste de 15 questões de várias naturezas, cobrindo diversos aspectos do LMS,
inclusive aspectos relacionados ao aprendizado dos alunos.




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APRESENTAÇÃO DO CASO : A PROBLEMÁTICA DA INTRODUÇÃO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NOS
CURSOS PRESENCIAIS
Embora a grande maioria dos professores perceba que as novas tecnologias aplicadas ao ensino irão transformar radicalmente
o ambiente acadêmico em futuro não muito distante, e reconheçam a necessidade de a IES posicionar-se proativamente em
relação a esta transformação, as entrevistas realizadas demonstraram que muitos relutam em inserir-se neste futuro e
projetam, de maneira algo velada, que esta transformação deverá ocorrer numa outra escola, situada além do seu tempo de
magistério.
Adicionalmente, as entrevistas revelaram que um tempo de resposta ruim, instabilidade do sistema, inexistência de uma
estrutura adequada de apoio e baixo domínio do ambiente, foram fatores decisivos que levaram ao abandono do uso das
tecnologias, à rejeição do LMS e ao reforço do comportamento conservador entre os professores. A análise revelou que,
diferentemente dos cursos a distância ou semipresenciais, onde a infra-estrutura tecnológica é um fator crítico de sucesso, os
projetos de extensão do uso das tecnologias educacionais aos cursos presenciais necessitavam do mesmo rigor técnico,
treinamento e infra-estrutura de apoio que favoreciam a sua adoção nas demais modalidades de ensino.
Descrição do Caso
Ao longo dos últimos anos, a IES em análise desenvolveu um esforço de reforma e renovação de suas instalações e
equipamentos. No que diz respeito especificamente à aplicação de tecnologia ao ensino e à aprendizagem, a adaptação do
corpo docente à nova tecnologia, entretanto, vinha sendo feita de modo informal, ao sabor das iniciativas individuais e sem
um projeto definido que viesse a apoiar e garantir esta adaptação. Em 2001, observava-se que as aplicações das novas
tecnologias educacionais como apoio aos cursos presenciais encontravam-se, em sua maioria, muito restrita, estagnada. A
sensação predominante, era de que as ferramentas demandavam muito trabalho e ofereciam um retorno duvidoso, outro
sintoma típico da estagnação no primeiro nível.
Projeto Pioneiros I
A IES constatou a necessidade de fomentar a adoção destas novas tecnologias pelo corpo docente e elaborou o projeto
Pioneiros, com o intuito de selecionar e instrumentalizar um grupo de professores voluntários para desenvolvimento de
conteúdo on-line para algumas disciplinas. Os professores receberam um incentivo financeiro, em forma de uma bolsa, pois
foi entendido que a correta remuneração deste esforço era um requisito fundamental para seu sucesso. O objetivo do projeto
era apenas a produção de conteúdos on-line, sem preocupação com a sua efetiva implementação e posterior avaliação de
resultados. O LMS então adotada na IES era o WebCT. Foi organizada uma série de palestras para os professores
selecionados, constituídas de: apresentação do projeto Pioneiros, apresentação dos princípios de Desenho Instrucional e
treinamento na utilização do WebCT.
O projeto foi desenvolvido por cerca de oito meses, durante os quais os professores contaram com apoio técnico no uso do
WebCT e no desenho instrucional, caso achassem necessário. O resultado do projeto foi considerado um sucesso relativo.
61% dos professores concluíram suas disciplinas, e elas foram utilizadas em níveis diferenciados pelos alunos, uma vez que
constituíam, em sua maioria, matérias complementares às disciplinas presenciais, não sendo obrigatória sua utilização pelos
alunos. O melhor resultado do projeto foi a motivação dos professores envolvidos: aqueles que concluíram com sucesso a
implementação de suas disciplinas tornaram-se evangelizadores da utilização do novo ferramental, e passaram a adotá-lo em
outras disciplinas, atraindo outros professores e multiplicando os efeitos do projeto.
Neste momento a IES empreendeu, uma análise dos projetos desenvolvidos, e aplicou entrevistas com os professores
envolvidos, visando reunir elementos que justificassem um eventual prosseguimento do projeto. Esta avaliação revelou as
seguintes conclusões:
       a) o conteúdo desenvolvido era, na maioria dos casos, uma mera transcrição do conteúdo presencial para o novo
          ambiente, sem explorar os princípios de desenho instrucional apresentados;
       b) o WebCT foi considerado uma ferramenta de difícil utilização, tanto por professores quanto pelos alunos,
          comprometendo os resultados do projeto;
       c) que a plataforma tecnológica (servidor) utilizado era deficiente, apresentando muita instabilidade
          (indisponibilidade) e dificultando a utilização dos conteúdos pelos alunos.
Com base no resultado desta avaliação, e percebendo um promissor interesse e crescente adoção das novas tecnologias pelos
professores, a IES decidiu investir numa nova plataforma tecnológica, integrada por servidores de alta capacidade,
redundantes, hospedados num data center com capacidade de acesso (largura de banda) escalonável, e selecionando um novo
LMS, o Blackboard. Surge assim o Projeto Pioneiros II.




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Projeto Pioneiros II
Neste momento a IES decidiu desenvolver uma segunda versão do projeto Pioneiros para testar uma nova metodologia de
capacitação de professores para desenvolvimento de professores elaborada pelos desenhistas instrucionais em resposta às
deficiências diagnosticadas no primeiro projeto Pioneiros.
Para elaboração desta nova abordagem, teve-se como tema principal o desenvolvimento de uma metodologia pedagógica que
tivesse como objetivo repensar o papel do professor e do aluno no processo de ensinar e aprender. Foi levado em
consideração o processo de reflexão sobre as experiências individuais de cada professor juntamente com a abordagem teórica
das metodologias pedagógicas, as quais conduziriam ao desenvolvimento de uma nova estruturação das disciplinas que, após
concebidas e adequadamente estruturadas, utilizariam os recursos tecnológicos educacionais disponíveis.
A principal diferença no resultado é que, no Projeto Pioneiros II, os professores ao final dos três workshops tinham um site
da disciplina implementado na plataforma, contendo não apenas o programa detalhado, mas atividades didáticas que foram
elaboradas a partir da sua análise baseada numa metodologia de ensino centrada no aluno. Enquanto que no projeto Pioneiros
I, os professores não tiveram a oportunidade de praticar e aplicar seus novos conhecimentos de uma maneira sistemática.
Em termos de resultados estatísticos 93% dos professores do projeto Pioneiros II implementaram as suas disciplinas. Outros
elementos citados pelos professores avaliados que contribuíram para uma maior adoção da metodologia e recursos
tecnológicos foram a plataforma adotada e as melhorias na infra-instrutora.
Nas entrevistas com os participantes do projeto Pioneiros II foi unânime a constatação sobre a importância da metodologia de
ensino e como ela contribuiu para desenvolverem aulas de melhor qualidade. 70% dos professores disseram que se sentiam
mais preparados para desenvolverem atividades de aprendizagem elaboradas com recursos de tecnologia educacional. 95%
dos professores aprovaram o formato e temas do workshop, sendo que 80% solicitaram mais workshops sobre metodologia
de ensino e didática. Todos sem exceção aprovaram a plataforma de ensino adotada pela instituição (Blackboard) e não
tiveram dificuldades em utilizá-la.
Resultados Alcançados
O quadro abaixo sintetiza a evolução de utilização do LMS na IES a partir do primeiro semestre de 2001. As análises e ações
descritas começaram a ser desenvolvidas no primeiro semestre de 2003, e seus resultados já se fazem notar nos dados
relativos ao segundo semestre do mesmo ano. Pode-se observar que a utilização na IES evoluiu vegetativamente até o
segundo semestre de 2003, quando o efeito das ações descritas neste caso propicia uma explosão de crescimento que veio a se
confirmar como tendência já no início do primeiro semestre de 2004 (Maia et al, 2004).
Ao longo 2005 esperava-se a adesão de mais professores e a oferta de novas disciplinas em decorrência do efeito de contágio
e da conclusão da segunda fase do projeto Pioneiros, a qual envolvia um processo intenso de capacitação em metodologia de
ensino-aprendizagem mediado por tecnologia.
A partir do segundo semestre de 2003, quando houve um aumento considerável do uso do LMS, percebeu-se que em dois
anos, chegou-se a quase 50% das disciplinas presenciais mediadas por tecnologia (gráfico 1). Considerando que o número
total de disciplinas dos diversos programas da IES, em 2005 (tabela2) totalizavam 586 oferecidas através do sistema de
gestão do aprendizado (LMS).
             Período        Disciplinas   Alunos                               Observações
            o
           1 sem 2001           11          250    11 professores do projeto Pioneiros I
           2o sem 2001          13          295    11 professores do projeto Pioneiros II e 2 voluntários
           1o sem 2002          22          465    5 professores do projeto Pioneiros I e II e 9 voluntários
           2o sem 2002          23          425    Nº. exclui 15 disciplinas e 367 alunos das novas unidades
           1o sem 2003          7           147    Descontinuidade do crescimento vegetativo: mudança do LMS
           2o sem 2003          79         1.222   Crescimento explosivo da utilização do LMS
           1o sem 2004         128         1.514   Aumento de números de disciplinas
           2o sem 2004         258         3.506   Forte campanha dos alunos para o uso do Blackboard
               2005            586         7.850
                                                   Estabilidade do sistemas e do uso do LMS
           2006 a 2009         904        10.216

                                             Tabela 2 - Utilização do LMS na IES




Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010                                                  220
Maia                                                                                      Implementando LMS em Universidades



Além dos dados quantitativos apresentados acima, as entrevistas com os professores e técnicos ao longo da implantação,
corroboraram para a avaliação positiva dos resultados alcançados, que se evidencia na predominância de uma atitude
entusiasmada e confiante em relação aos benefícios do LMS e na predisposição para a adoção da tecnologia num número
crescente de disciplinas.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todo processo educativo tem a necessidade de “traduzir” as mensagens pedagógicas. Por esta razão, quanto mais
aprofundamos a pesquisa e o desenvolvimento das tecnologias educacionais, mais esta se torna presente dentro de uma IES,
por meio de: um sistema integrado de gestão educacional; um repositório de learning objects; ambientes de colaboração
virtual, síncronos e assíncronos; e ambientes de conferência web (webcasting) para suportar aulas enriquecidas por vídeo,
som, imagem e aplicativos diversos, tudo isto de forma simultânea, promovendo uma singular experiência na aprendizagem.
Implantar tecnologia é uma tarefa relativamente fácil se comparada à mudança dos processos de ensino, que já é mais
complexa e difícil de se promover. Para promover as mudanças, os esforços devem ser concentrados nas pessoas chaves - os
professores. Estes devem ser capacitados para a promoção das mudanças, tornando-se agentes.
A cada dia, mais e mais a tecnologia está presente de forma transversal dentro de todos os processos educacionais. Seja para
criar cursos híbridos (semipresenciais), seja para suportar os cursos presenciais por meio de ambientes virtuais, seja, ainda,
para oferecer metodologias e conteúdos digitais, capacitar professores, avaliar alunos, criar uma matriz curricular comum
entre os cursos, entre outras tantas possibilidades.
Ao tornar-se mais presente dentro da instituição, a tecnologia vai gradativamente desaparecendo dentro dos processos
organizacionais. Ou seja, ela vai deixando de se tornar protagonista para se tornar coadjuvante. Procedendo desta forma,
sobressaem-se as relações de ensino e aprendizagem, que são o core educacional da instituição. É importante observar que
uma mudança profunda e abrangente como a apresentada neste caso, que tem por objetivo a utilização das novas tecnologias
educacionais em todos os cursos presenciais, não se faz de uma vez só, mas num processo mais ou menos contínuo, onde
indivíduos são cooptados para a mudança, empreendem a ação, e necessitam de mecanismos de fixação, estando todos os
processos constantemente em atividade para diferentes indivíduos em diferentes momentos do seu processo de mudança.
Os próximos passos indicam a necessidade do desenvolvimento de um processo de avaliação da efetividade do aprendizado
no novo ambiente, com as disciplinas desenvolvidas com a metodologia adotada. Novos estudos teóricos são necessários para
o desenvolvimento de métricas comparativas que permitam qualificar e quantificar o aprendizado, relacionando-o com a
metodologia instrucional empregada. Finalmente, a completa assimilação das tecnologias em nível departamental e
posteriormente institucional, deverão ser monitoradas e futuramente incorporadas a este estudo de maneira conclusiva.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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     University System, 2009, p. 5.
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Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010                                                221
Maia                                                                                     Implementando LMS em Universidades



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     <http://www.rae.com.br/eletronica/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=XXXX&Secao=RSESNHA&Volume=9&Numer
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10. Maia, M., Mendonça, A. & Goes, P. (2004). Implementação de Ensino Mediado por Tecnologia em Cursos Presencias.
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13. Moran, J. M. (2008). Desafios da Internet para o Professor. Disponível em:
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17. Vergara, S. C. (1998). Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2ª edição.
18. Yin, R. (2001). Estudo de caso: Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman, 2ª edição.




Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010                                               222

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Implementando LMS em Universidades: Estudo de Caso

  • 1. Maia Implementando LMS em Universidades Implementando Learning Management System (LMS) em Universidades Marta de Campos Maia FGV-EAESP Marta.maia@fgv.br BIOGRAFIA Administradora e Doutora em Administração de Empresas pela FGV-EAESP. Atua como professora da FGV-EAESP, no INSPER e na FAAP nos cursos de pós-graduação e de Graduação. Atou como Coordenadora de Educação a Distância da FGV-EAESP e da FAAP. É autora de capítulos de livros e de dezenas de artigos, pesquisas e trabalhos sobre Tecnologia de Informação e Educação a Distância, publicados no Brasil e no exterior. RESUMO A utilização das tecnologias educacionais emerge como uma grande oportunidade para reverter o processo de ensino- aprendizagem, que são tão antigos quanto a própria humanidade, e podem ampliar os potenciais educacionais, estimulando a introdução de atividades mais dinâmicas, não só pela flexibilidade, mas ao proporcionar novas competências e novas formas de aprendizado. Por esta razão, o computador emerge como uma força para a ruptura no modelo vigente e uma oportunidade promissora para atender à demanda das escolas em trabalhar as múltiplas inteligências dos alunos, modelos e estilos de aprendizagem distintos. Uma etapa inicial para esta ruptura é a utilização de um Sistema Gerenciador do Processo de Aprendizagem (LMS). A implantação de LMS é uma tarefa de grandes proporções, que requer a mobilização de recursos substanciais de investimento e considerável esforço organizacional. O trabalho apresentará um estudo de caso, que permitirá analisar diversos aspectos envolvidos no processo de implementação de um LMS. Palavras-chaves Gerenciamento de conteúdo de aprendizagem; sistemas de informação, educação, universidade, inovação. INTRODUÇÃO O LMS é uma plataforma que facilita a criação de um ambiente educacional baseado na web. Automatiza a administração de eventos de um curso, e tem por objetivo possibilitar a criação de ambientes para que haja um aprendizado real. Esta ferramenta deverá possibilitar a administração, apoio pedagógico, geração e distribuição de conteúdo aos alunos, bem como uma interação entre todos os envolvidos no processo (alunos, professores, monitores, coordenação e suporte). Para os supervisores e administradores, o sistema faz o rastreamento de dados, disponibiliza informações, auxilia na análise e gera relatórios sobre o progresso dos participantes. Para os professores, o sistema permite um planejamento do curso, compartilhamento de informações com outros docentes, acompanhamento das atividades dos alunos e interação nas diversas comunidades de práticas disponíveis no LMS. Para os alunos, o sistema auxilia no planejamento individual de seus processos de aprendizagem, e permite que os mesmos colaborem entre si através da troca de informações e conhecimentos. Por estas características, o sistema precisa ser muito bem escolhido, para oferecer atividades variadas que provoquem o envolvimento do aluno, de maneira a permitir o acesso ao conteúdo que está sendo trabalhado. Outros aspectos, como a linguagem e o nível de dificuldade de manuseio exigido pelo LMS, devem ser levados em consideração e precisam ser compatíveis com a infra-estrutura da Instituição de Ensino Superior (IES) e, principalmente, com o nível de capacitação dos funcionários, professores e alunos envolvidos no processo. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de aplicação concomitante de dois modelos: para assimilação de tecnologia e administração da mudança, que permitiram a IES obter uma melhor compreensão dos mecanismos que comprometiam a adoção da tecnologia pelos professores e embasaram o projeto de ações mobilizadoras e corretivas que resultaram num enorme crescimento e disseminação da utilização do LMS, como apoio ao ensino presencial tradicional. Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010 215
  • 2. Maia Implementando LMS em Universidades O problema a ser solucionado antes da implantação do sistema nas Universidades analisadas foi assim enunciado: “Como abordar as dificuldades comportamentais e prevenir as deficiências de implementação de forma a maximizar a adoção das novas tecnologias educacionais nos cursos presenciais de uma Universidade tradicional, minimizando os riscos do projeto?” TECNOLOGIA EDUCACIONAL “Uma peça de giz e quadro-negro ou mesmo um galho e um chão de areia são ferramentas nas mãos de um "mestre". Tais educadores podem ser professores da escola primária, instrutores militares, idosos de uma tribo ou educadores de outdoors usando suas ferramentas para ensinar um aspecto de sua cultura aos aprendizes. De modo similar, equipamentos de videoconferência ou computadores pessoais podem ser usados como ferramentas educacionais por educadores que saibam - a tecnologia de - como usá-las para propósitos pedagógicos. Ferramentas e tecnologias são tão fundamentais para educação que é difícil imaginá-la sem eles; especialmente os sons e símbolos como ferramentas e a escrita e a linguagem como tecnologias (Evans, 2002). A tecnologia deve ser utilizada como um catalisador de uma mudança do paradigma educacional (Valente, 1993). Um paradigma que promove a aprendizagem ao invés do ensino, que coloca o controle do processo de aprendizagem nas mãos do aprendiz, e que auxilia o professor a entender que a educação não é somente a transferência de conhecimento, mas um processo de construção do conhecimento pelo aluno, como produto do seu próprio engajamento intelectual ou do aluno como um todo (Neitzel, 2001). As tecnologias não substituem o professor, mas permitem que algumas das tarefas e funções dos professores possam ser modificadas (Moran, 2008). A pedagogia moderna afirma que o aluno deve ser estimulado a buscar soluções em grupo, por meio dos recursos de interação, a fim de estimular competências como as capacidades cognitivas de avaliação, análise, síntese, e não mais a simples memorização do conteúdo. Esta idéia foi proposta anteriormente por diversos autores, entre eles Piaget, Vygotsky, Freire, que afirmam que o que caracteriza a aprendizagem é o movimento de um saber fazer a um saber, o que não ocorre naturalmente, mas por uma abstração reflexiva, processo pelo qual o indivíduo pensa o processo que executa e constrói algum tipo de teoria que justifique os resultados obtidos (Maia, 2010). A capacitação dos docentes é essencial para que ocorra efetivamente alguma inovação na sala de aula. O que normalmente se observa nas escolas brasileiras é que o foco dessa capacitação limita-se ao desenvolvimento das habilidades do professor no uso do computador, em detrimento do entendimento das possibilidades que possam ser criadas por meio da interação, da comunicação e da troca de informações entre todos os participantes. LMS - LEARNING MANAGEMENT SYSTEM O uso de novas tecnologias deve oferecer a possibilidade de reformulação constante dos cursos e de monitoramento da aprendizagem do aluno. A aprendizagem por meio de ambientes virtuais já é uma realidade em uma parcela das instituições educacionais. Para consolidar e expandir essa situação, será necessário que a escolha da tecnologia para construção e utilização destes ambientes esteja submetida a uma estratégia didático-pedagógica compatível com as necessidades dos usuários, segundo Niquini e Botelho (2005). Os Sistemas Gerenciadores do Processo de Aprendizagem simplificam rotinas de administração e acadêmicas de cursos. Foram desenvolvidos para lidar com cursos de múltiplas publicações e múltiplos provedores. Podem registrar usuários, trilhar cursos em um catálogo e gravar dados dos alunos. Normalmente, não incluem capacidade própria de autoria, focam compatibilidade com cursos criados por uma variedade de fontes diversas. Um LMS possibilita diferentes maneiras de ensinar e aprender com tecnologias digitais e interativas. Entre os principais objetivos, destacam-se a ampliação da comunicação entre alunos e docentes, o desenvolvimento de uma nova metodologia de ensino. Cada professor cria o ambiente virtual de sua disciplina de acordo com suas necessidades, podendo conter: o programa detalhado de suas aulas, conteúdos e atividades didáticas, bibliografias, materiais de apoio, metodologia, avaliação, testes, pesquisas, links, fóruns de discussão, gestão de grupo, ferramenta para verificação de plágio, entre outros diversos recursos. Desta forma, o professor pode dispor do tempo na sala de aula presencial para promover a interatividade entre os alunos, trabalhar dinâmicas de grupo e desenvolver novas metodologias de ensino, deixando para os momentos presenciais, situações diferenciadas que a interface tecnológica não permite. Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010 216
  • 3. Maia Implementando LMS em Universidades Este sistema auxilia os alunos no planejamento individual de seus processos de aprendizagem, e permite que os mesmos colaborem entre si através da troca de informações e conhecimentos. Os alunos sentem uma sensação de igualdade, porque cada aluno tem a mesma oportunidade de participar e dar a sua opinião através das ferramentas de interação, independente de fatores como sua voz ou seu sexo. Estudantes com uma certa timidez ou muito ansiosos sentem-se mais confortáveis, expressando idéias online, ao invés de falar perante a platéia da sala de aula. Outros aspectos, como a linguagem e o nível de dificuldade de manuseio exigido pelo LMS, devem ser levados em consideração e precisam ser compatíveis com a infra-estrutura da IES e, principalmente, com o nível de capacitação dos funcionários, professores e alunos envolvidos no processo. As ferramentas de comunicação e colaboração são instrumentos de interação entre os diversos atores em sistemas de informação educacionais. Para Carvalho (2010) além das ferramentas de avaliação, as ferramentas de interação e comunicação interativa são as mais importantes ferramentas de um LMS. Mas, em um LMS é possível encontrar inúmeras outras funcionalidades, como as listadas abaixo (tabela 1): Funcionalidade de Trabalho Individual Funcionalidade de Interação e Comunicação Acompanhamento de atividades Ambiente 3D interativo Atividades e jogos online Área do estudante Auto-avaliacao Áudio conferencia Bloco de notas Blog Controle operacional Chat textual Funcionalidade de acesso Comunicador instantâneo Funcionalidades de retorno Comunidades de aprendizagem Glossário Correio eletrônico interno Histórico de atividades Diversão Idiomas FAQ ajuda Informações gerais FAQ inteligente Links externos Fóruns de discussão Lista de participantes M-learning Material para download Multimídia Mecanismos de busca Mural Personalização Perfil do aluno Sala de aula virtual Vídeo conferencia Whiteboard Wiki Tabela 1: Características de Funcionalidade nos LMS Fonte: Carvalho (2010) Mas, na prática, apesar de todas as funcionalidades e recursos disponíveis, o LMS não está sendo utilizado na sua totalidade, e por isso, não está proporcionando a quebra de paradigma necessária ao processo de ensino e aprendizagem vigente. De acordo muitos autores (Arvan, 2009; Cuban, 2001; Lane, 2009; Departamento de Educação dos EUA, 2010) o perfil de uso do LMS é preocupante porque o LMS serve como uma afirmação de tecnologia tradicional de ensino. O professor não se contrapõe ao LMS, e o aluno recebe o benefício de conveniência de distribuição eletrônica de documentos (e notas), mas pouco mais do que isso. De acordo com estes autores os LMS não atendem às novas demandas do ensino centrado no aluno, pois eles trabalham de forma centrada no conteúdo. Um grande estudo realizado no Vale do Silício sobre os efeitos dos investimentos realizados com tecnologia nos Ensinos Básica, Fundamental e Médio americano concluiu que as formas tradicionais de ensino parecem continuar relativamente intocadas apesar dos enormes investimentos em tecnologias que têm sido realizados desde 1960. Na maioria dos casos, os professores usam a tecnologia para manter as práticas existentes (Cuban, 2001). A tecnologia tem sido aplicada no que está no exterior ao processo educativo, e não como uma ferramenta essencial na renovação do processo em si. Tão importante Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010 217
  • 4. Maia Implementando LMS em Universidades quanto as conveniências que o LMS pode oferecer, é o sentimento que, de alguma forma, perdeu-se o maior potencial de melhoria e de transformação que a tecnologia poderia ter implementado na educação (Bush e Mott, 2009). Sistemas de gestão de aprendizagem têm dominado o panorama do ensino e da aprendizagem no ensino superior na década passada, conforme recente relatório da Delta Iniciative, o qual indica que mais de 90 por cento das faculdades e universidades americanos têm um LMS (Mott, 2010). METODOLOGIA DE PESQUISA Além do levantamento bibliográfico para a construção do referencial teórico (Malhotra, 1999) constituído pelos modelos estudados, a metodologia utilizada neste trabalho foi o estudo de caso – devido às questões básicas de pesquisa, ausência de controle dos eventos comportamentais e ênfase nos eventos contemporâneos (Yin, 2001). A capacitação contínua e permanente dos professores tem enfoque em duas áreas: metodologia de ensino que visa o ensino presencial e a distância, e o uso prático dos recursos tecnológicos que mediarão o processo de aprendizagem, visando o uso de recursos tecnológicos para a mediação da aprendizagem será analisada a evolução de um programa de capacitação de professores na IES em estudo. O atual estudo pode ser considerado como exploratório e descritivo. Segundo Mattar (1997, p. 80), “a pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva”. Segundo este autor, a pesquisa exploratória utiliza métodos como: levantamento em fontes secundárias, experiências, estudo de caso e observação informal. Para Gil (1996), a pesquisa descritiva tem como principal característica a utilização de métodos padronizados de coleta de dados, como o questionário e a observação. Vergara (1998) propõe uma taxonomia para classificar os tipos de pesquisa, segundo dois critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios de investigação. Essa pesquisa é classificada quanto aos fins, como sendo exploratória e quanto aos meios de investigação, como pesquisa de campo - por meio do método de estudo de caso (Yin, 2001) e bibliográfica. O estudo considerou e respeitou os vários aspectos, condições, recomendações, componentes e requisitos, definidos por vários autores, dentre eles Yin (2001).Um estudo de caso é um questionamento empírico que investiga um fenômeno contemporâneo com seus contextos de vida real, quando as fronteiras entre fenômeno e contexto não são claramente evidentes, e nos quais fontes múltiplas de evidência são usadas (Yin, 2001). A aplicação da metodologia de estudo de caso baseou-se amplamente na experiência pessoal dos autores como participantes ativos na condução do processo de assimilação de tecnologia aqui relatado, e foi realizada por meio de uma série de entrevistas com técnicos e professores da instituição, utilizando um protocolo elaborado especificamente para este fim. Este protocolo considerou a necessidade de conhecer a organização e seus processos de integração. Yin (2001) define o estudo de caso como o método que examina o fenômeno de interesse em seu ambiente natural, pela aplicação de diversas metodologias de coleta de dados, visando obter informações de múltiplas entidades. Além disso, a pesquisa será bibliográfica, já que os seguintes assuntos serão investigados: tecnologia educacional, metodologia de ensino, Internet através de estudos de artigos, livros que tratem do assunto em bibliotecas, sites, instituições e etc. População, amostra e coleta de dados Neste estudo, o processo de amostragem é não probabilístico, pois parte-se de um universo naturalmente restrito, uma vez que participaram apenas os professores que estavam dentro do requisito desejado. A IES analisada possui em seu quadro docente cerca de 300 professores. A pesquisa baseou-se em questionário auto-aplicável, disponível em meio eletrônico e fundamentado na literatura resenhada. O questionário foi elaborado pela equipe interna da IES. O trabalho de desenvolvimento do questionário objetivou garantir o correto preenchimento das questões, tais como aquelas que permitiam somente uma alternativa como resposta ou aquelas que solicitavam ao informante uma escolha dentre alternativas. Em caso de erro no preenchimento, o professor recebia uma mensagem na tela, identificando a pergunta em que houvesse erro. Esse procedimento garantiu que todos os questionários recebidos puderam ser considerados válidos. Um e-mail foi enviado aos professores, fazendo o convite para a pesquisa e o questionário. A versão final do questionário consiste de 15 questões de várias naturezas, cobrindo diversos aspectos do LMS, inclusive aspectos relacionados ao aprendizado dos alunos. Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010 218
  • 5. Maia Implementando LMS em Universidades APRESENTAÇÃO DO CASO : A PROBLEMÁTICA DA INTRODUÇÃO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NOS CURSOS PRESENCIAIS Embora a grande maioria dos professores perceba que as novas tecnologias aplicadas ao ensino irão transformar radicalmente o ambiente acadêmico em futuro não muito distante, e reconheçam a necessidade de a IES posicionar-se proativamente em relação a esta transformação, as entrevistas realizadas demonstraram que muitos relutam em inserir-se neste futuro e projetam, de maneira algo velada, que esta transformação deverá ocorrer numa outra escola, situada além do seu tempo de magistério. Adicionalmente, as entrevistas revelaram que um tempo de resposta ruim, instabilidade do sistema, inexistência de uma estrutura adequada de apoio e baixo domínio do ambiente, foram fatores decisivos que levaram ao abandono do uso das tecnologias, à rejeição do LMS e ao reforço do comportamento conservador entre os professores. A análise revelou que, diferentemente dos cursos a distância ou semipresenciais, onde a infra-estrutura tecnológica é um fator crítico de sucesso, os projetos de extensão do uso das tecnologias educacionais aos cursos presenciais necessitavam do mesmo rigor técnico, treinamento e infra-estrutura de apoio que favoreciam a sua adoção nas demais modalidades de ensino. Descrição do Caso Ao longo dos últimos anos, a IES em análise desenvolveu um esforço de reforma e renovação de suas instalações e equipamentos. No que diz respeito especificamente à aplicação de tecnologia ao ensino e à aprendizagem, a adaptação do corpo docente à nova tecnologia, entretanto, vinha sendo feita de modo informal, ao sabor das iniciativas individuais e sem um projeto definido que viesse a apoiar e garantir esta adaptação. Em 2001, observava-se que as aplicações das novas tecnologias educacionais como apoio aos cursos presenciais encontravam-se, em sua maioria, muito restrita, estagnada. A sensação predominante, era de que as ferramentas demandavam muito trabalho e ofereciam um retorno duvidoso, outro sintoma típico da estagnação no primeiro nível. Projeto Pioneiros I A IES constatou a necessidade de fomentar a adoção destas novas tecnologias pelo corpo docente e elaborou o projeto Pioneiros, com o intuito de selecionar e instrumentalizar um grupo de professores voluntários para desenvolvimento de conteúdo on-line para algumas disciplinas. Os professores receberam um incentivo financeiro, em forma de uma bolsa, pois foi entendido que a correta remuneração deste esforço era um requisito fundamental para seu sucesso. O objetivo do projeto era apenas a produção de conteúdos on-line, sem preocupação com a sua efetiva implementação e posterior avaliação de resultados. O LMS então adotada na IES era o WebCT. Foi organizada uma série de palestras para os professores selecionados, constituídas de: apresentação do projeto Pioneiros, apresentação dos princípios de Desenho Instrucional e treinamento na utilização do WebCT. O projeto foi desenvolvido por cerca de oito meses, durante os quais os professores contaram com apoio técnico no uso do WebCT e no desenho instrucional, caso achassem necessário. O resultado do projeto foi considerado um sucesso relativo. 61% dos professores concluíram suas disciplinas, e elas foram utilizadas em níveis diferenciados pelos alunos, uma vez que constituíam, em sua maioria, matérias complementares às disciplinas presenciais, não sendo obrigatória sua utilização pelos alunos. O melhor resultado do projeto foi a motivação dos professores envolvidos: aqueles que concluíram com sucesso a implementação de suas disciplinas tornaram-se evangelizadores da utilização do novo ferramental, e passaram a adotá-lo em outras disciplinas, atraindo outros professores e multiplicando os efeitos do projeto. Neste momento a IES empreendeu, uma análise dos projetos desenvolvidos, e aplicou entrevistas com os professores envolvidos, visando reunir elementos que justificassem um eventual prosseguimento do projeto. Esta avaliação revelou as seguintes conclusões: a) o conteúdo desenvolvido era, na maioria dos casos, uma mera transcrição do conteúdo presencial para o novo ambiente, sem explorar os princípios de desenho instrucional apresentados; b) o WebCT foi considerado uma ferramenta de difícil utilização, tanto por professores quanto pelos alunos, comprometendo os resultados do projeto; c) que a plataforma tecnológica (servidor) utilizado era deficiente, apresentando muita instabilidade (indisponibilidade) e dificultando a utilização dos conteúdos pelos alunos. Com base no resultado desta avaliação, e percebendo um promissor interesse e crescente adoção das novas tecnologias pelos professores, a IES decidiu investir numa nova plataforma tecnológica, integrada por servidores de alta capacidade, redundantes, hospedados num data center com capacidade de acesso (largura de banda) escalonável, e selecionando um novo LMS, o Blackboard. Surge assim o Projeto Pioneiros II. Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010 219
  • 6. Maia Implementando LMS em Universidades Projeto Pioneiros II Neste momento a IES decidiu desenvolver uma segunda versão do projeto Pioneiros para testar uma nova metodologia de capacitação de professores para desenvolvimento de professores elaborada pelos desenhistas instrucionais em resposta às deficiências diagnosticadas no primeiro projeto Pioneiros. Para elaboração desta nova abordagem, teve-se como tema principal o desenvolvimento de uma metodologia pedagógica que tivesse como objetivo repensar o papel do professor e do aluno no processo de ensinar e aprender. Foi levado em consideração o processo de reflexão sobre as experiências individuais de cada professor juntamente com a abordagem teórica das metodologias pedagógicas, as quais conduziriam ao desenvolvimento de uma nova estruturação das disciplinas que, após concebidas e adequadamente estruturadas, utilizariam os recursos tecnológicos educacionais disponíveis. A principal diferença no resultado é que, no Projeto Pioneiros II, os professores ao final dos três workshops tinham um site da disciplina implementado na plataforma, contendo não apenas o programa detalhado, mas atividades didáticas que foram elaboradas a partir da sua análise baseada numa metodologia de ensino centrada no aluno. Enquanto que no projeto Pioneiros I, os professores não tiveram a oportunidade de praticar e aplicar seus novos conhecimentos de uma maneira sistemática. Em termos de resultados estatísticos 93% dos professores do projeto Pioneiros II implementaram as suas disciplinas. Outros elementos citados pelos professores avaliados que contribuíram para uma maior adoção da metodologia e recursos tecnológicos foram a plataforma adotada e as melhorias na infra-instrutora. Nas entrevistas com os participantes do projeto Pioneiros II foi unânime a constatação sobre a importância da metodologia de ensino e como ela contribuiu para desenvolverem aulas de melhor qualidade. 70% dos professores disseram que se sentiam mais preparados para desenvolverem atividades de aprendizagem elaboradas com recursos de tecnologia educacional. 95% dos professores aprovaram o formato e temas do workshop, sendo que 80% solicitaram mais workshops sobre metodologia de ensino e didática. Todos sem exceção aprovaram a plataforma de ensino adotada pela instituição (Blackboard) e não tiveram dificuldades em utilizá-la. Resultados Alcançados O quadro abaixo sintetiza a evolução de utilização do LMS na IES a partir do primeiro semestre de 2001. As análises e ações descritas começaram a ser desenvolvidas no primeiro semestre de 2003, e seus resultados já se fazem notar nos dados relativos ao segundo semestre do mesmo ano. Pode-se observar que a utilização na IES evoluiu vegetativamente até o segundo semestre de 2003, quando o efeito das ações descritas neste caso propicia uma explosão de crescimento que veio a se confirmar como tendência já no início do primeiro semestre de 2004 (Maia et al, 2004). Ao longo 2005 esperava-se a adesão de mais professores e a oferta de novas disciplinas em decorrência do efeito de contágio e da conclusão da segunda fase do projeto Pioneiros, a qual envolvia um processo intenso de capacitação em metodologia de ensino-aprendizagem mediado por tecnologia. A partir do segundo semestre de 2003, quando houve um aumento considerável do uso do LMS, percebeu-se que em dois anos, chegou-se a quase 50% das disciplinas presenciais mediadas por tecnologia (gráfico 1). Considerando que o número total de disciplinas dos diversos programas da IES, em 2005 (tabela2) totalizavam 586 oferecidas através do sistema de gestão do aprendizado (LMS). Período Disciplinas Alunos Observações o 1 sem 2001 11 250 11 professores do projeto Pioneiros I 2o sem 2001 13 295 11 professores do projeto Pioneiros II e 2 voluntários 1o sem 2002 22 465 5 professores do projeto Pioneiros I e II e 9 voluntários 2o sem 2002 23 425 Nº. exclui 15 disciplinas e 367 alunos das novas unidades 1o sem 2003 7 147 Descontinuidade do crescimento vegetativo: mudança do LMS 2o sem 2003 79 1.222 Crescimento explosivo da utilização do LMS 1o sem 2004 128 1.514 Aumento de números de disciplinas 2o sem 2004 258 3.506 Forte campanha dos alunos para o uso do Blackboard 2005 586 7.850 Estabilidade do sistemas e do uso do LMS 2006 a 2009 904 10.216 Tabela 2 - Utilização do LMS na IES Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010 220
  • 7. Maia Implementando LMS em Universidades Além dos dados quantitativos apresentados acima, as entrevistas com os professores e técnicos ao longo da implantação, corroboraram para a avaliação positiva dos resultados alcançados, que se evidencia na predominância de uma atitude entusiasmada e confiante em relação aos benefícios do LMS e na predisposição para a adoção da tecnologia num número crescente de disciplinas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Todo processo educativo tem a necessidade de “traduzir” as mensagens pedagógicas. Por esta razão, quanto mais aprofundamos a pesquisa e o desenvolvimento das tecnologias educacionais, mais esta se torna presente dentro de uma IES, por meio de: um sistema integrado de gestão educacional; um repositório de learning objects; ambientes de colaboração virtual, síncronos e assíncronos; e ambientes de conferência web (webcasting) para suportar aulas enriquecidas por vídeo, som, imagem e aplicativos diversos, tudo isto de forma simultânea, promovendo uma singular experiência na aprendizagem. Implantar tecnologia é uma tarefa relativamente fácil se comparada à mudança dos processos de ensino, que já é mais complexa e difícil de se promover. Para promover as mudanças, os esforços devem ser concentrados nas pessoas chaves - os professores. Estes devem ser capacitados para a promoção das mudanças, tornando-se agentes. A cada dia, mais e mais a tecnologia está presente de forma transversal dentro de todos os processos educacionais. Seja para criar cursos híbridos (semipresenciais), seja para suportar os cursos presenciais por meio de ambientes virtuais, seja, ainda, para oferecer metodologias e conteúdos digitais, capacitar professores, avaliar alunos, criar uma matriz curricular comum entre os cursos, entre outras tantas possibilidades. Ao tornar-se mais presente dentro da instituição, a tecnologia vai gradativamente desaparecendo dentro dos processos organizacionais. Ou seja, ela vai deixando de se tornar protagonista para se tornar coadjuvante. Procedendo desta forma, sobressaem-se as relações de ensino e aprendizagem, que são o core educacional da instituição. É importante observar que uma mudança profunda e abrangente como a apresentada neste caso, que tem por objetivo a utilização das novas tecnologias educacionais em todos os cursos presenciais, não se faz de uma vez só, mas num processo mais ou menos contínuo, onde indivíduos são cooptados para a mudança, empreendem a ação, e necessitam de mecanismos de fixação, estando todos os processos constantemente em atividade para diferentes indivíduos em diferentes momentos do seu processo de mudança. Os próximos passos indicam a necessidade do desenvolvimento de um processo de avaliação da efetividade do aprendizado no novo ambiente, com as disciplinas desenvolvidas com a metodologia adotada. Novos estudos teóricos são necessários para o desenvolvimento de métricas comparativas que permitam qualificar e quantificar o aprendizado, relacionando-o com a metodologia instrucional empregada. Finalmente, a completa assimilação das tecnologias em nível departamental e posteriormente institucional, deverão ser monitoradas e futuramente incorporadas a este estudo de maneira conclusiva. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Delta Initiative. (2009). The State of Learning Management in Higher Education Systems, report for the California State University System, 2009, p. 5. 2. Arvan, L. (2009). Dis-Integrating the LMS. Educause Quarterly, vol. 32, no. 2 (April-June 2009). 3. Lane, L. M. (2009). Insidious Pedagogy: How Course Management Systems Impact Pedagogy. First Monday, vol. 14, no. 10 - October 5. 4. Cuban, L. (2001). Oversold and Underused: Computers in the Classroom. Harvard University Press, Cambridge, MA, pp. 129, 138. 5. U.S. Department of Education (2008). Harnessing Innovation to Support Student Success: Using Technology to Personalize Education. November 2008, see p. 9. 6. Bush, M. and Mott, J. (2009). The Transformation of Learning with Technology: Learner-Centricity, Content and Tool Malleability, and Network Effects. Educational Technology, vol. 49, no. 2 (March/April 2009), pp. 3–20. 7. CARVALHO, S. (2009). Dimensões de qualidade em ambientes virtuais de aprendizagem. Tese de Doutorado em Administração de Empresas – Universidade de São Paulo, FEA-USP. 8. EVANS, T. (2002). Uma revisão da educação superior a distância: uma perspectiva Australiana. In Congresso de Ensino Superior a Distância. Apresentação, I, 2002. Petrópolis. Anais. Petrópolis: ESud. Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010 221
  • 8. Maia Implementando LMS em Universidades 9. Maia, M. C.(2010). Entendendo a Necessidade de Renovação no Processo de Ensino e Aprendizagem. RAE-eletrônica, v. 9, n. 1, Resenha 1, jan./jun. 2010. Disponível em : <http://www.rae.com.br/eletronica/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=XXXX&Secao=RSESNHA&Volume=9&Numer o=1&Ano=2010>. Acesso em: 10 abr. 2010. 10. Maia, M., Mendonça, A. & Goes, P. (2004). Implementação de Ensino Mediado por Tecnologia em Cursos Presencias. Anais do 11º Congresso Internacional de Educação a Distancia, Salvador, Setembro 7-10. 11. Malhotra, N. K (1999). Marketing research: an applied orientation. Upper Saddle River: Prentice Hall, 3. ed, 1999. 12. Mott, J. (2010). Envisioning the Post-LMS Era: The Open Learning Network. Educause Quarterly -vol 33, number 1, 2010. 13. Moran, J. M. (2008). Desafios da Internet para o Professor. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/eca/prof/moran/desafio.htm>. Acesso em: 10 out. 2008. 14. Neitzel, L. C. (2001). Novas Tecnologias e Práticas Docentes: o hipertexto no processo de construção do conhecimento (uma experiência vivenciada na rede pública estadual de Santa Catarina). Dissertação (Mestrado), UFSC, Florianópolis. 15. Niquini, D. P. e Botelho, F. V.(2008). Telemática na Educação. Disponível em: <http://www.intelecto.net/EaD/tele1.htm>. Acesso em: 10 jun. 2008. 16. Valente, J. A. (1993). Por Quê o Computador na Educação. Em J. A. Valente (Org.), Computadores e Conhecimento: repensando a educação (pp. 24-44). Campinas, SP: Gráfica da UNICAMP. 17. Vergara, S. C. (1998). Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2ª edição. 18. Yin, R. (2001). Estudo de caso: Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman, 2ª edição. Anais da IV Conferência ACORN-REDECOM, Brasília, DF, 14-15 de maio de 2010 222