Fotografia de moda no pós guerra
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O documento descreve os principais acontecimentos da fotografia de moda no pós-guerra, incluindo o lançamento do estilo "New Look" de Christian Dior em 1947, o uso das primeiras câmeras Hasselblad por Erwin Blumenfeld em 1948 e o lançamento da primeira revista colorida do Reino Unido, The Sunday Times Magazine, em 1962.
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- 1. FOTOGRAFIA DE MODA NO PÓS-GUERRA principais acontecimentos
- 2. Anali Teixeira Larissa Ferreira Luiza Valle Priscila Lampe Raquel Zilio Iluminação Editorial – 2016/2 Curso Superior de Tecnologia em Fotografia / ULBRA Professor Fernando Pires
- 3. O estilista Christian Dior inaugura sua casa de moda em 12 de fevereiro. Já em 1949, os modelos da Dior correspondem a 5% da receita de exportação da França. Após anos de reclusão, a mulher pós- guerra queria se sentir feminina novamente e desejava voltar ao luxo e elegância. Nos bailes da época, as mulheres ricas compareciam usando DIOR: os vestidos longos, busto acentuado, a cintura bem marcada e as saias amplas. No dia 12 de fevereiro de 1947 foi lançada a coleção chamada ‘Carolle Line’ que contava com a saia na altura do tornozelo, apelidada de ‘New Look’. Na época, tornou-se um sucesso imediato, e ganhou inúmeras variações. O modelo símbolo do ‘New Look’ foi o tailleur bar, um casaquinho de seda bege, ombros naturais e ampla saia preta que vinha até os tornozelos. Luvas, sapato de salto alto e chapéu completavam o figurino. 1947 Estilo New Look
- 4. As primeiras câmeras Hasselblad são comercializadas. Erwin Blumenfeld (1897- 1969) é o primeiro a usá-las em fotografias de moda. Hasselblad é uma empresa fabricante de câmeras e material fotográfico com sede em Gotemburgo, na Suécia, fundada por Victor Hasselblad em 1941. Já nos Estados Unidos, Erwin Blumenfeld reatou seu trabalho na Harper’s Bazaar e iniciou parceria com a Vogue norte- americana. A partir daí, ele se tornou um dos fotógrafos mais bem pagos da história da moda. E é nesse período que se concentra a exposição em Londres, que apresenta imagens feitas em seu estúdio no Central Park, local onde retratou as principais modelos e personalidades da época – sem nunca deixar de lado o experimentalismo, a principal marca do seu trabalho. 1948 Câmera hasselblad
- 5. Man About Town começou como uma revista trimestral em 1952 e a edição de Taylor era tipicamente irreverente. Magforum disse: “Para Taylor, Man About Town foi uma plataforma para saciar seus interesses em vinhos finos, especialmente champanhe, boa comida, mulheres e empresa de entretenimento”. A Press Gazette chamou a Man About Town de progenitora das revistas de estilo masculino atuais. Com o tempo, a aparência e o conteúdo da revista mudou significativamente. Mais material fotográfico foi usado e o diretor de arte Tom Wolsey foi importante para ajudar fotógrafos como Terence Donovan e Don McCullin se estabelecer. Para o designer gráfico Mike Dempsey, o trabalho de Wolsey “a aparência da revista foi dinâmica no uso da tipografia, espaço para respirar e imagens maravilhosas”. 1952 David Beckham, edição nº 12/2013
- 6. Sputnik-1 foi a primeira missão do Programa Sputnik, que enviou o primeiro satélite artificial da Terra. A missão foi lançada pela URSS em outubro de 1957. O satélite orbitou a Terra por três meses antes de cair. Sputnik foi um marco na ciência e deu aos cientistas valiosas informações, além de dar início à corrida espacial entre os EUA e a URSS. A ficção científica e todos os temos espacial passam a ser associados a modernidade e foram muito usados. Diante disso, surgiu nesse período, uma juventude vasta e consumista. Na moda, no ano de 1957, a silhueta começou a mudar, tornando mais moderna, com formas ovais, e os sapatos ganham ponta fina que não machucavam os pés e os saltos foram se caracterizando com a altura média, dando indícios de como seria a década de 60. 1957 Satélite Sputnik-1
- 7. Alexey Brodovich nasceu em 1898 na Rússia. Em 1924, fez um pôster que foi vencedor de um concurso e, em 1925, foi premiado pelo desenvolvimento de um display para a Feira Internacional de Artes Decorativas. Em 1930 começa a dar aulas na Escola do Museu da Filadélfia. Em paralelo ao magistério começou a atuar como freelancer de ilustração. Em 1934 foi contratado como editor de arte da Harper’s Bazaar. Seu trabalho, entre os anos 40 e 50, foi revolucionário por ter trazido o trabalho dos artistas europeus para dentro da magazine americana. Como “assinatura” de seus trabalhos tinha o uso de espaços brancos (vazios), layouts em páginas abertas. O seu design tinha como premissa a simplicidade, o frescor e a clareza. 1958 Capa da Edição de Julho de 1958
- 8. David Royston Bailey é um dos ícones culturais da Swinging London. Os anos 60 na cidade de Londres, marcaram sua carreira com trabalhos para algumas das maiores revistas do mundo, inovando no estilo das fotografias de moda, e pelos portraits feitos de celebridades. Em 1959, tornou-se assistente do fotógrafo londrino, John French, passando a fazer trabalhos próprios e ganhando dinheiro também como freelancer. Aos 22 anos foi contratado pela Vogue britânica para fazer as fotos dos editoriais de moda da publicação, o que veio a transformá- lo numa celebridade internacional. No ano de 1960, a modelo de 19 anos, paulene Stone foi posta com um esquilo por David Bailey para o Daily Express, em uma imagem icônica que é creditada com o lançamento da carreira do fotógrafo. 1960 Paulene Stone
- 9. Marvin Israel estudou com Alexey Brodovitch e em 1955 obteve seu mestrado em Belas Artes em design gráfico de Yale e tornou-se diretor de arte para revista Seventeen Magazine. Em 1956 ele fotografou Elvis. Em 1960, ele deixou a fotografia como sua principal mídia para se concentrar no desenho de carvão, pastel e tinta. De 1961 a 1963 foi editor de moda para Harper Bazaar juntamente com artistas como Diane Arbus e Lee Friedlander. Como diretor de arte para Harper's Bazaar, Israel publicou o trabalho de “O ponto principal do Bazaar, com Marvin, foi que você nunca dirigiu apenas um belo portfólio de mulheres extraordinariamente bonitas retocadas”, diz a diretora de arte Ruth Ansel, “Você também teve um portfólio de Diane Arbus com pessoas estranhas que tatuaram seu corpo”. 1961 Capas Harper Bazaar anos 60.
- 10. The Sunday Times é um jornal dominical britânico de circulação nacional mais vendido. Em 1962 lançou a primeira revista colorida da Grã-Bretanha - The Sunday Times Magazine. O lançamento da revista colorida dominical foi uma revolução na época, pois os jornais tinham pouca tradição em encartes e em edições coloridas. O Conde e fotógrafo Antony Armstrong- Jones (cunhado da Rainha Elizabeth II) tornou-se o editor de imagens da revista e ganhou a reputação de um dos mais respeitados e proeminentes fotógrafos do Reino Unido. Seus trabalhos já foram publicados em revistas como Vogue, Vanity Fair e Daily Telegraph. Entre seus cliques estão J.R.R. Tolkien e a Princesa Diana. 1962 The Sunday Times Magazine - fevereiro de 2013
- 11. Lesley Hornby nasceu em Londres em 1949. Ficou conhecida como Twiggy (graveto) e é considerada a primeira top model do mundo. Foi nomeada “The Face of '66” pelo Daily Express. Sua imagem quase andrógena, magérrima, rosto sardento com traços angelicais, e olhos realçados com rímel e cílios postiços a tornaram ícone Youthquake dos anos 60. Twiggy trabalhou também como atriz, cantora, escritora, apresentadora de tv e designer. Sua beleza intemporal transcende as décadas e ela continua a modelar, apresentando na capa de inúmeras revistas como Vogue e Tatler. Youthquake foi um movimento de moda, musical e cultural dos anos 60. Londres era o centro do movimento no qual os adolescentes dominaram a cena da moda e da música. A moda da juventude era divertida, espirituosa e jovem - minissaia e macacão. 1966 Twiggy
- 12. ‘New Documents’ foi uma influente exposição de fotografia documental no Museu de Arte Moderna de Nova York, em 1967, com curadoria de John Szarkowski. Ele apresentou fotografias de Diane Arbus, Lee Friedlander e Garry Winogrand. Os trabalhos de fotografia documental da mostra foram considerados radicais na época e foram vistos com ceticismo pelos críticos. Arbus, Friedlander e Winogrand não eram bem conhecidos na época, mas todos eles passaram a ser considerados entre os principais talentos de sua geração. Os novos documentos continham 94 fotografias em preto-e-branco (32 de Arbus, 30 de Friedlnder e 32 de Winogrand). A exposição foi exibida no Museu de Arte Moderna de Nova York de 28 de fevereiro a 7 de maio de 1967. 1967 Exibição New Documents, The Museum of Modern Art, New York, 1967. Photo Diane Arbus.
- 13. A modelo americana Beverly Johnson nascida em 1952 fez história quando chegou à fama como a primeira modelo negra a aparecer na capa da Vogue americana em agosto de 1974 anos 21 anos. Um ano depois, se tornou a primeira mulher negra a aparecer na capa da edição francesa da Elle O fotógrafo norte-americano Francesco Scavullo (conhecido por suas fotografias de celebridades e suas capas para a revista Cosmopolitan) foi o autor deste registro. 1974 Beverly Johnson para Vogue.
- 14. O crítico americano de arte cultural Hilton Kramer ataca a fotografia de moda da época em seu artigo: “The Dubious Art of Fashion Photography”. O jornalista faz um comparativo severo entre a fotografia documental e a fotografia publicitária pautando que “a fidelidade à vida é o que conta, ou se pensa contar, na tradição documental” e em contraponto a isso, na fotografia de moda os “artifícios fundamentais são objetificados a uma ficção intolerável e mendaz”. Em seu artigo, Kramer critica a exposição "Seis Décadas“ que contava com a participação de grandes autores da fotografia: “A fotografia de moda não produziu talentos maiores do que os de Cecil Beaton e Irving Penn, e algumas das fotos de George Platt Lynes e George Hoyningen-Huene estão na mesma (primeira) classe. Mas alguns dos grandes nomes da exposição são meramente nomes.” 1975 Hilton Kramer