O documento descreve momentos importantes da história da fotografia publicitária entre 1935 e 1983, incluindo o trabalho de fotógrafos como Anton Bruehl, Fernand Bourges e Irving Penn para a Condé Nast. Além disso, aborda acontecimentos como a publicação do poema "Uivo" de Allen Ginsberg em 1956 e a campanha publicitária de Cacharel fotografada por Sarah Moon em 1977.
1. Momentos memoráveis
Principais acontecimentos da Fotografia
Publicitária
Giovana Smialowski, Henrique Ferreira, Lucas Silveira, Ludiemili
Ferreira, Maria Luiza Lopes, Thaís Souza.
Professor Fernando Pires
Fundamentos de Fotografia para Publicidade e Propaganda – Comunicação Social / Publicidade e Propaganda
2017/1
2. 1935 - O livro de Condé Nast Collor Sells (cor verde) mostra anúncios dos
fotógrafos de sua editora Anton Bruehl (1900-1982) e Fernand Bourges (1930-
1960).
• Fundada em 1909 por Condé Montrose Nast, a
Condé Nast é um grupo editorial chefe no setor
da criatividade, tendo o melhor equipamento
possível na aplicação do trabalho publicitário.
• Tem uma circulação total estimada em cerca de
13 milhões de exemplares diversos ao mês,
sendo o número de leitores cinco vezes superior
a esse número.
3. • A primeira revista publicada, foi com ênfase em
moda, tal é denominada Vogue e tem grande
prestígio mundial. Atualmente o grupo trabalha
com 17 títulos diferentes de revistas.
• A empresa foi a criadora da estratégia de
marketing , hoje universalizada, de lançar
publicações dedicadas a assuntos específicos
como moda, culinária, decoração, arquitetura e
golfe.
4. • Sua sede fica em Nova Iorque. Suas
subsidiárias e escritórios estão espalhados em
grandes metrópoles como Sydney, Paris, Milão,
São Paulo e outras. No Brasil, as
revistas Condé Nast são publicadas
pela Editora Globo.
5. Anton Bruehl
• Estudou engenharia na Christian Brothers School antes
de emigrar para os Estados Unidos em 1919 para
aceitar um emprego na Western Electric.
• Uma exposição de fotografias na Escola Clarence H.
White, em Nova York, inspirou-a a desistir da engenharia
para a fotografia. Ele se matriculou na escola de White
em 1924-25, e logo se tornou assistente de ensino para
White em Nova York e Canaan, Connecticut.
• Depois que Vogue publicou suas fotografias em 1926,
Bruehl dedicou-se à fotografia comercial freelance
estabelecendo um estúdio de Nova York, que estava
ativo de 1927 a 1966. Suas fotografias apareceram em
Vogue, Vanity Fair e outras publicações proeminentes.
6. • É notado para a fotografia de cor, ele produziu
na década de 1930 para Condé Nast, que na
época tinha um virtual monopólio sobre o
processo de impressão a cores.
11. Fernand A. Bourges
• Teve suas fotos publicadas pela revista Time
Life
• Fez grande diferença no tempo/espaço pós
guerra, tendo sua fotografia enfática em cores
exposta como sinônimo da paz do natal.
13. Anton Bruehl e Fernand Bourges – Vanity Fair – Maio 1934
14. 1942 – Morte de Condé Nast. A revista Time o define como o homem de quem
milhões de mulheres americanas “obtiveram quase todas as sua ideias de
sobre o padrão de vida desejável”.
• Condé Montrose Nast foi um editor americano,
empresário e magnata de negócios.
• Ele passou a obter um diploma de Direito da
Universidade de Washington, em St. Louis, em 1897.
• Nast não tomou bem para a lei, e após a formatura ele
conseguiu um emprego trabalhando para um colega de
classe Georgetown anterior, Robert Collier, como gerente
de publicidade para Collier's Weekly (1898-1907). Ao
longo de uma década ele aumentou a receita publicitária
em 100 vezes.
15. • Ele publicou livros e Revista mensal de Lippincott com
Robert M. McBride (McBride, Nast & Co.). Depois de
deixar Collier's, Nast comprou a Vogue, então uma
pequena revista da sociedade de Nova York,
transformando-a em uma das principais revistas de
moda da América.
• Ele então transformou Vanity Fair em uma sofisticada
publicação de interesse geral, com a ajuda de seu
amigo Frank Crowninshield, que foi editor e uma grande
influência por mais de vinte anos.
16. • Publicou muitos escritores novos e de alta qualidade,
bem como exibindo reproduções de arte moderna. Nast
eventualmente possuía um estável de revistas que
incluía House & Garden, edições britânicas, francesas e
argentinas de Vogue, Jardins des Modes e Glamour (a
última revista adicionada ao grupo enquanto ele estava
vivo).
• Condé Nast morreu em 19 de setembro de 1942 e foi
enterrado no Cemitério Gate of Heaven em Hawthorne,
Nova York.
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18. 1943 – Irving Peen (1917-2009) começa a trabalhar na Vogue. Torna-se o fotógrafo que
mais tempo trabalhou para a editora de Condé Nast.
1948 - Irving Peen viaja para Europa. Ele retrata personalidades artísticas como Balthus
em Paris e Roberto Rosselline e Anna Magnani em Roma.
• Irving pensava inicialmente em ser artista ou designer
gráfico – não fotógrafo. Tanto que, na hora de escolher a
faculdade, optou por estudar na Pennsylvania Museum
School of Industrial Art na Filadélfia, sob a tutela do
renomado diretor de arte russo Alexey Brodovitch.
• Trabalhou como assistente dele e, depois de se formar,
decidiu passar um ano no México dedicando-se à
pintura.
• Frustrado com o resultado de suas telas, abandonou o
pincel e, de volta à Nova York, abocanhou a concorrida
vaga de assistente de Alexander Liberman, lendário
diretor de arte da Vogue americana.
19. • Dizem que o time da revista não deu, a princípio, muita
abertura ao novato, até que o próprio Liberman desafiou
Penn a fazer uma foto. O assistente não se intimidou e
descolou uma câmera emprestada para clicar a imagem.
• Inspirado na experiência com pintura e desenho, criou
uma linda composição com uma bolsa de couro marrom,
um cachecol bege, luvas, limões, laranjas e um topázio
enorme. Liberman amou, e a foto foi publicada na capa
da Vogue de outubro, em 1943. Começava assim a
carreira de Penn por trás das câmeras
21. • Penn revolucionou um sem-número de gêneros
fotográficos; no entanto, o campo da fotografia
de moda é um daqueles em que sua marca foi
impressa de forma mais profunda. De fato, é
difícil imaginar o que seria da foto de moda
contemporânea sem a seminal influência da
estética de Penn – criador de uma beleza
elegante e simples, mas construída com um
rígido formalismo e uma sensibilidade incomum.
23. A top Gisele Bündchen, em 1999 pelas lentes de Penn para a Vogue americana
24. A modelo Carol Trentini, em 2007 pelas lentes de Penn para a Vogue americana
25. 1956 – O escritor da geração beat Allen Ginsberg publica seu poema Uivo. Seu editor é
processado por disseminação de literatura obscena.
• Poeta beat nascido em New Jersey (Estados Unidos).
Allen Ginsberg (1926-1997) foi não apenas o poeta
norte-americano de maior prestígio da segunda metade
do século XX, como também o grande rebelde
romântico e poeta-anarquista contemporâneo.
• Em 1956 lançava Howl and other poems e, logo em seguida,
de On the Road, de Kerouac... Etc.
26. Impacto à época
• Expressões da liberdade de criação, tais obras
romperam com o beletrismo, o exacerbado
formalismo que dominava a criação poética e o
ambiente acadêmico, e com seu correlato, o
bom-mocismo da sociedade. Arejaram um
mundo sufocado pela polarização entre o
macarthismo e o stalinismo, abrindo
perspectivas, não só literárias, mas existenciais
e políticas.
27. • O Uivo, lançado no ano de 1956 conquistou
milhões de leitores e valeu um processo por
pornografia contra seu editor, Ferlinghetti, no
ano seguinte. O escândalo, associado ao
impacto do lançamento de On the Road de
Kerouac, contribuiu para promover
mundialmente a Geração Beat e transformá-la
em mito moderno e movimento social.
28. O que é o “Beat”?
• Foi um movimento literário originado em
meados dos anos 1950 por um grupo de jovens
intelectuais que estava cansado do modelo
quadradinho de ordem estabelecido nos EUA
após a Segunda Guerra Mundial. Com o
objetivo de se expressarem livremente e
contarem sua visão do mundo e suas histórias.
29. Allen e sua parte no “beat”
• Ideólogo, pensador e agitador do movimento, foi
também o responsável pela chamada
“extensão” do beat às gerações futuras. Diz-se
até que foram seus cabelos compridos, sua
barba e suas batas coloridas (adquiridas em
uma viagem à Índia) que teriam inspirado o
típico visual dos hippies. Para compor suas
poesias, provou todo tipo de droga (até
distribuiu LSD nas ruas!), mas depois “viciou-se”
em ioga e meditação.
30. 1970 – Avanços e desavenças no Still Life brasileiro.
• Foi na década de 1970 que Ricardo Mendes acredita ter
iniciado um longo processo de reconhecimento da
fotografia brasileira, cujo resultado é o panorama da
fotografia brasileira contemporânea
• "É relevante apontar como 'aquela geração' de
fotógrafos, os primeiros pesquisadores e a própria
sociedade elegeram como conceito 'fotografia' um
universo diversificado de manifestações, do
jornalismo à experimentação.
31. O que é fotografia “Still”?
• Still é uma expressão que se refere à fotografia de
temas inanimados, fotografia parada, sem movimento.
• A fotografia Still é essencialmente realizada em estúdio,
embora em alguns casos possa ser feita em ambientes
externos. Por ser um tipo específico de foto, requer
equipamentos e técnicas específicas também.
• Para a época, a fotografia Still foi um achado, pois
proporcionava uma riqueza de detalhes que agradava o
público em geral. Hoje em dia, é tida como a fotografia
do e-commerce, fazendo jus à ao seu destaque somente
no produto em si e em suas especificidades. Cabe ao
fotografo retratá-lo de maneira fiel e atrativa, sempre
com muita dose de sensibilidade, técnica e
planejamento.
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35. 1977 – Sarah Moon fotografa a campanha publicitária de Cacharel para o
perfume AnaÏs AnaÏs, dando origem a um estilo vintage que se tornou um
ícone.
• Fotógrafa francesa, nascida em 1941 de família judia,
forçada a deixar seus país e ir para a Inglaterra, onde
estudou desenho.
• Em 1960 fez trabalhos como modelo, o contato com os
sets, reverteu-a a fotografia nos anos 70. Assinou
campanhas de marcas como Cacharel, Dior, Chanel,
Christian Lacroix, além de editoriais para as mais
famosas revistas do mundo, tornando-se assim
referência e garantindo seu nome na história da moda.
36. • Seu trabalho é destacado pela percepção mais delicada
e sutil sobre o corpo feminino. Diferente dos demais
fotógrafos da moda, abordando temas como as
lembranças, o feminino, a morte, a infância e a solidão.
• Em 1966 Sarah é contratada por Jean Bousquet
fundador da Cacharel, juntamente com o publicitário
Robert Delpire, para a busca de uma imagem para a
Maison, logo, a mesma é definida como “Flower Power”.
Três anos mais tarde a marca diversificou com o
lançamento de seu primeiro perfume.
37. • Nos anos 70, após uma série de investimentos em
novos padrões de tecelagens e estampas. A grife
procurou a L’Óreal para a criação de um perfume. O
resultado se deu em 1978, o perfume Anaïs Anaïs, cujo
o nome é inspirado na Deusa Persa do Amor, eleito em
1981 o melhor perfume do mundo.
• Atualmente Sarah Moon dedica-se a fotografia artística,
mas mantendo sempre suas maiores inspirações, a
feminilidade, melancolia, romantismo e solidão.
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41. 1983 – Annie Lebovitz deixa a Rolling Stone e entra para a Vanity Fair.
• Anna-Lou Leibovitz, mais conhecida como Annie,
nasceu em Westpot, Connecticut em 2 de outubro de
1949 (68 anos). Filha de um oficial da aeronáutica e de
uma professora de dança moderna, Leibovitz estudou
no Instituto de Arte de São Franscisco, em que adquiriu
o gosto pela fotografia enquanto vivia nas Filipinas com
sua família.
• Suas fotografias possuem fortes características, pois
mistura um jogo de luzes naturais com artificiais, além
de possuir um estilo diferente para fotografar famosos,
seguindo um roteiro, com imagens normalmente
ensaiadas, fazendo com que suas imagem se tornem
especiais e marcantes.
42. • A imagem mais famosa de Annie, é a foto de John
Lennon com Yoko Ono, em posição fetal, que foi tirada
oito horas antes do cantor ser morto. Após a publicação,
o nome de Leibovit saiu em diversos jornais e revistas
como sendo a última pessoa a fotografar o artista e por
ela ter destacado perfeitamente o amor entre o casal.
• Annie passou por diversos tipos de fotografia, desde
reportagem jornalística até imagens de arte e de moda,
que é o que produz atualmente. Trabalhou para as
revistas Rolling Stone (onde ficou por 10 anos), Vogue,
Vanity Fair (até o presente momento), entre outras
revistas de moda.
43. • Seus trabalhos estão expostos em famosas galerias dos
Estados Unidos, como a National Portait Gallery em
Washington e o Brooklyn Museum of Art. Annie é uma
artista que inspira muitas pessoas, principalmente
mulheres, a se tornarem fotógrafas pela sua
grandiosidade e novação no mercado fotográfico e que
impacta diversas pessoas, e que vai passando de
geração em geração.
Annie Lebovitz
44. Lady Gaga, por Annie Leibovitz John Lennon e Yoko Ono, por Annie Leibovitz
52. 1986 – Juergen Teller faz suas primeiras fotos para a revista jovem i-D, e atrai
atenção por sua estética granulada e realista.
• Aos 19 anos Teller entrou em contato com a câmera
pela primeira vez e, olhando ao redor por trás das
lentes, encontrou sua verdadeira vocação.
• A partir de então, em 1984, Teller começou a estudar
fotografia em Munique, graduando-se em 1986. No
mesmo ano, mudou-se para Londres. Seus primeiros
trabalhos no Reino Unido foram na música: suas
grandes oportunidades aconteceram quando retratou
Sinéad O’Connor para o single “Nothing Compares 2
You”, de 1990, e, logo depois, em 1991, quando
acompanhou o Nirvana em uma turnê.
53. • Juergen Teller não é um fotógrafo de moda comum. Sua
obra, tampouco, assemelha-se a de seus
contemporâneos: propositalmente imperfeitas,
amareladas, estouradas pela luz dos flashes e, por
vezes, até granuladas, as imagens criadas pelo alemão
confrontam luxo e decadência, sexualidade e
inocência, kitsch e minimalismo.
• A estética adotada por Teller, que surgiu
“acidentalmente” em 1996 em um editorial com Kristen
McMenamy para a revista “Süddeutsche Zeitung”,
desnuda o indivíduo retratado, assim como põe de lado
o glamour habitual da indústria.
54. • Em 1994, Teller fotografou suas duas primeiras – e
únicas – capas da “Vogue” britânica; a edição de agosto
trazia Kate Moss na capa, já a de outubro era
estampada por Linda Evangelista. Logo vieram
trabalhos em revistas mais vanguardistas, como “The
Face”, “W”, “AnOther” e “i-D”, que, provavelmente,
possuem mais identificação com a já mencionada
“estética difícil” do alemão.