O documento fornece informações sobre o romance "O Som e a Fúria" de William Faulkner. Ele descreve o enredo do livro, que narra o declínio de uma família aristocrática do sul dos EUA entre os anos 1890 e 1928 através de quatro perspectivas narrativas distintas. O documento também fornece detalhes biográficos sobre o autor e sua recepção crítica, incluindo o Prêmio Nobel que recebeu.
1. Ficha de Leitura<br />O som e a fúria<br />William Faulkner<br />Título: O som e a fúria<br />Autor: William Faulkner<br />Género: Romance Gótico (Ficção)<br />País: Estados unidos da América<br />Língua: Portuguesa (Versão original: Inglesa)<br />Editora: Dom Quixote<br />Data de Edição: 6ª Edição a Outubro de 2008(1ª Edição a Maio de 1994) <br />Número de Páginas: 261 (Versão original: 336)<br />O autor<br />William Faulkner nasceu em New Albany, no Mississippi, a 25 de Setembro de 1897. Frequentou a Universidade do Mississippi e, em 1918, alistou-se na Royal Air Force do Canadá. Depois de ter viajado pela Europa durante 1925-1926 em Oxford, Mississippi, onde teve vários empregos enquanto tentava afirmar-se como escritor. O seu primeiro romance foi publicado em 1926., Soldier’s Party. Fulkner recebeu o Prémio Nobel de Literatura em 1949. Pelo seu último livro, Os Ratoneiros – uma Reminiscência, recebeu o segundo prémio Pulitzer, pouco tempo depois da sua morte, já em 1962. <br />Eu e o livro<br />Há um tempo atrás roubei um livro com o título As I Lay Dying, confesso que não sou particularmente fã de William Faulkner, e tentei lê-lo uma vez.. mas não me despertou muito interesse. No entanto, gostei de ler o som e a fúria, penso que quem gosta de literatura deveria lêr este título. O livro não é longo e é muito interessante, and apesar de eu não ser o tal grande fã de Faulkner, ele, apesar de tudo, recebeu o Prémio Nobel da Literatura e dois Pulitzers, portante ele deve ser um grande escritor; afinal o que sei eu?<br />Introdução<br />Hoje ouvi um bando de trovoadas malfeitoras resmungar pelos vales e terras . Pareciam tão temíveis e furiosas que caíam e entravam em confronto nas ruas e prédios, como touros jovens que lutam uns contra os outros, disputando para ver qual o mais forte, sem pensar nem ter cuidado sobre os pedaços de relva que vão pisando, relva verde suculenta e eles a pisarem com os cascos. Os relâmpagos fazem as suas luzes brilham num espetáculo alucinante de incrível força e beleza terrível. E não se soltam, embate após embate, como se fossem um exército em direcção à batalha, tentando assustar o inimigo à desistência, carregam os seus sabres e escudos, em seguida, numa só voz and com toda a sua força, fazem um grande, glamusoro, grito de guerra. É tudo espetáculo, e até que a primeira gota esteja derramada, é tudo dança, nada mais.<br />Hoje, numa tempestade distante, eu presênciei a Mãe Natureza fazer um fantástico ballet, tudo frut doo seu dominio e soberania sobre os seus habitantes, e, no fim, era tudo um espetáculo…muito som, e quase pouca fúria.<br />Resumo<br />O romance narra o inexorável declínio de uma família da velha aristocracia sulista, os Compson, desde os últimos anos do século XIX até 1928. A tensão e o conflito estão presentes desde as primeiras páginas do romance, quando se tem a perspectiva aflita e imprecisa da narração do demente Benjy, deficiente mental de mais de 30 anos, que não fala, apenas geme, baba e urra. <br />Porém há aqui um frescor narrativo e uma inventividade que só se percebem após vencido o enorme estranhamento inicial da tresloucada sintaxe; a seguir, na Segunda Parte, a angustiosa e não menos perturbada narração do irmão incestuso, Quentin, torna esse momento do romance uma espécie de pesadelo, uma assustadora polifonia de vozes fantasmagóricas que irrompem na tentativa de esclarecer os obscuros fatos até ali expostos. <br />Porém, o momento de maior êxtase na leitura e de clarividência narrativa estão reservados para as duas partes finais do romance, quando explode a raiva, o ressentimento e o involuntário humor negro de que se mascara o discurso rancoroso e machista do irmão que ficou pra trás, fechado na província (ao passo que os outros dois, Caddy e Quentin, de certa forma “ganharam o mundo”), ao qual sobrou a ingrata tarefa de sustentar (física e mentalmente) a decadente família Compson. E, por fim, a narração em terceira pessoa na parte final, que foca a acção nos movimentos da velha negra Dilsey e seu modo simples (porém verdadeiro a seu modo) de enxergar a vida e a decadência moral da família (do mundo?) a que servira (com fidelidade, amor e dedicação) por tantos anos.<br />Citação Favorita<br />“A Cady foi buscar a caixa, pousou-a no chão e abriu-a. Estava cheia de estrelas. Quando eu estava quieto, elas estavam quietas. Quando eu me mexia, elas brilhavam e cintilavam. Calei-me.” <br />