Palestra sobre os “Encontros possíveis entre a Educação e a Comunicação em Saúde”, realizada em modo remoto em 30.11.2022, durante o XIV CICLO DE ATUALIZAÇÃO EM ZOONOSES E SAÚDE PÚBLICA, destinado aos profissionais, técnicos de nível universitário de zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de SP, Prefeituras da Grande São Paulo e do interior, Prefeituras de outros estados e alunos da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Apresenta as ações e desafios do projeto "Arbocontrol – Arbovírus dengue, Zika e chikungunya compartilham o mesmo inseto vetor: o mosquito Aedes aegypti – moléculas do Brasil e do mundo para o controle, novas tecnologias em saúde e gestão da informação, educação e comunicação", realizado pelo Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade de Brasília.
Controle de vetor, educação e novas tecnologias para arbovírus
1. Arbocontrol – Arbovírus dengue, Zika e
chikungunya compartilham o mesmo inseto
vetor: o mosquito Aedes aegypti – moléculas
do Brasil e do mundo para o controle, novas
tecnologias em saúde e gestão da informação,
educação e comunicação.
Encontros possíveis entre a Educação e a
Comunicação em Saúde
Profa. Valéria Mendonça
30 nov/2022
XIV Ciclo de Atualização em
Zoonoses e Saúde Pública
2. Pesquisa para o controle
de vetor
Novas tecnologias
em saúde
Educação, informação
e comunicação para
o controle do vetor
Formação e
Capacitação
profissional
15. Estudos qualitativos com profissionais de saúde - Recomendações
• Fragilidades nos processos de educação permanente dos profissionais, no que se refere às capacitações em arboviroses;
• Falta de autonomia em planejamento estratégico por parte das UBS para a realização de ações;
• Ampla variação da intensidade e formas de engajamento das equipes das UBS;
• Problemas no planejamento estratégico de intervenções nos territórios e mobilização da comunidade;
• Condições precárias ou desfavoráveis à atuação profissional para o cumprimento das funções relacionadas à prevenção das arboviroses;
• Problemas na gestão de resíduos e gestão territorial, envolvendo questões de infraestrutura, tais como calçamento de ruas, limpeza de terrenos
públicos, canais e rios, saneamento básico, terrenos baldios e domicílios sem habitação;
• Falta de orientações sobre a divulgação das campanhas nacionais no âmbito do município e desenvolvimento de campanhas locais e realização de
outras atividades de informação e comunicação em saúde para as comunidades.
16. O GT Arbo Capacidades objetivou mapear as capacidades das Secretarias de
Saúde (estaduais e municipais) no controle e prevenção das arboviroses DZC nos
eixos de informação e educação em apoio ao trabalho dos profissionais de saúde, e a
partir das ações previstas na agenda 2030 no que tange à proteção ambiental,
controle de vetores, prevenção e promoção da saúde.
O questionário foi elaborado com base nas Funções Essenciais da Saúde Pública nas
Américas (OPAS) e na Estrutura para Avaliação das Necessidades de Controle
Nacional de Vetores (OMS), abordando áreas como gestão de pessoas, estrutura
financeira, estrutura logística, aspectos normativos, características operacionais,
informação, educação e comunicação em saúde.
17. Gestão de Pessoas
• Uniformizar a distribuição de ACE’s na capital em relação aos demais municípios.
• Formar equipes com servidores efetivos, composta por profissionais de diferentes especialidades com conhecimento epidemiológico, desde
agentes até enfermeiros e médicos veterinários.
• Aproximar as coordenações estaduais e municipais no processamento das informações para produzir conteúdos eficazes de capacitação
e treinamento dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias, onde não há participação das universidades públicas e
da rede de educação.
• Induzir a melhores condições de trabalho, visando uma equiparação em todo o país.
• Utilizar os dados referentes ao cadastro do SUS nos municípios e Estados para gestão de pessoas e contratação dos agentes comunitários
de saúde e de combate à endemias, com ênfase na revisão do posicionamento em relação ao quantitativo de profissionais.
Arbo Capacidades - Recomendações
18. Aspectos Financeiros
• Recomenda-se que as vigilâncias reforcem a utilização de outras fontes de dados como as do IBGE e CNES para subsidiar seu
planejamento de ações, considerando os níveis de vulnerabilidade e especificidades do território e populações.
• Melhorar o acesso às informações financeiras dos municípios a serem repassadas aos Estados, uma vez que as informações financeiras
são atribuídas principalmente aos municípios, assim como as informações de gestão de pessoas.
• Aumentar os recursos e verbas destinadas pelos municípios para os Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias,
pois o recurso que chega é insuficiente para atender as demandas dos municípios.
Arbo Capacidades - Recomendações
19. Estrutura Logística
• Promover maior celeridade na aquisição de equipamentos, uma vez que, atualmente, há uma demora muito grande ocasionando a falta de
EPI’s (equipamentos de proteção individual) nos municípios, o que vem sendo suprido parcialmente pelo Estado.
Estrutura Normativa
• Motivar os municípios a realizarem planejamento próprio para facilitar no atendimento das normas nacionais.
• Recomenda-se o investimento em tecnologias acessíveis, capazes de alcançar todos os municípios, independente das restrições de acesso à
internet ou à equipamentos sofisticados, para facilitar o desempenho do trabalho e consubstanciar os sistemas de notificação.
• Sobre os sistemas e plataformas nos quais são registradas as notificações dos casos de arboviroses do município, rever os programas que hoje
são alinhados às arboviroses, mais especificamente a Dengue. Sugerimos pensar num sistema único para o país inteiro que, no campo, os
agentes consigam gerar e lançar dados diretamente, permitindo planejamento das ações de prevenção e controle mais rápido e efetivo.
Arbo Capacidades - Recomendações
20. Estrutura Operacional
• Melhorar a distribuição dos serviços de tratamento de água e esgoto nos territórios.
• Desenvolver ações de coleta seletiva nos locais onde a mesma não existe e melhorar a logística onde ela já ocorre.
• Desenvolver ações de educação ambiental a fim de conscientizar a população da importância do meio ambiente no desenvolvimento das arboviroses.
• Formular ações e programas que possibilitem o cumprimento das metas previstas na agenda 2030 que impactam diretamente o crescimento das
arboviroses.
Informação, educação e comunicação
• Sugere-se a realização de ações voltadas para a informação, educação e comunicação direcionadas à população, como a adoção e potencialização da
utilização da internet e das redes sociais na promoção da saúde e controle das arboviroses na comunidade.
• Promover ações junto a população que busquem desmistificar o uso da internet para a promoção da saúde, uma vez que o Estado tem usado
frequentemente a internet e as redes sociais para se comunicar com a população.
Arbo Capacidades - Recomendações
21. Contribuições
GT Monitoramento e Avaliação
• Os cursos do Arbocontrol tiveram alcance nacional da iniciativa, propiciado pela modalidade de oferta via EaD. A ampla rede de interlocução do projeto
permitiu o envolvimento de participantes em diversas regiões do país;
• Considerou-se que há um campo de investigação científica pouco explorado, o de avaliação de cursos em modalidade de educação a distância;
• Desenvolvimento de uma Matriz de Avaliação Qualitativa composta por três dimensões:
22. A Rede Brasil de Gestão da Informação e Tradução do Conhecimento é
composta por representação nacional de Instituições de Ensino Superior
(IES) das cinco regiões brasileiras, situadas não somente nas capitais do
país, mas também em municípios onde estão instaladas unidades
avançadas, polos ou campi das Universidades que integram a Rede.
Tempor objetivo propor melhorias e inovações às ações de
informação, educação e comunicação em vários setores do Estado e
da sociedade civil organizada, para traduzir o conhecimento à comunidade
acadêmica, à população e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), de
modo a contribuir nas tomadas de decisões.
Rede Brasil
23.
24. • Realizar diagnósticos loco regionais no que tange a perfis epidemiológicos, sanitários e sócio culturais;
• Mapear as lideranças loco regionais;
• Mobilizar e sensibilizar as lideranças e parcerias loco regionais ao desenvolvimento das ações;
• Identificar as potencialidades e lacunas temáticas loco regionais quanto à prevenção das arboviroses DZC;
• Estimular o protagonismo loco regional na produção de conteúdo à prevenção das arboviroses DZC.
• Promover a educação midiática, respeitando os princípios da qualidade da informação em saúde;
• Reconhecer os saberes loco regionais;
• Divulgar e socializar a produção loco regional em suas mídias individuais e/ou institucionais;
• Monitorar o progresso e alcance das ações; e, sobretudo, contribuir nos processos formativos à promoção da Ciência Cidadã.
Rede Brasil
26. Recomendações
Rede Brasil Gestão da Informação e Tradução do Conhecimento
• Aperfeiçoar, a partir da Política Nacional de Vigilância em Saúde, ações de Vigilância em Saúde junto à Atenção Básica, integrando as equipes,
sobretudo Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), a fim de que possam reconhecer, de fato, os
territórios de abrangência da Unidade Básica de Saúde e identificar áreas vulneráveis para a transmissibilidade das arboviroses. Reforça-se a
necessidade da integração de ACEs às equipes da Estratégia Saúde da Família para atuação interna aos territórios a partir da Vigilância em
Saúde mais perto das comunidades;
• Consolidar ações de mobilização social e educação em saúde, de acordo com cada realidade regional;
• Fortalecer as comunidades e os mecanismos de controle social, assim como criar e disseminar estratégias de comunicação e educação
populares, é fundamental para que a população contribua com seus conhecimentos e possibilite mudanças de práticas em relação ao controle do
Aedes;
• Sensibilizar a população periférica, sem acesso ao saneamento básico e distante dos grandes centros, para linguagens utilizadas pelos meios de
comunicação de massa da sociedade contemporânea, promovendo a emancipação dos sujeitos e evidenciando novos discursos sobre as
arboviroses;
• Ampliar a rede de distribuição de conteúdo audiovisual (mídias sonoras e visuais) elucidativo acerca das arboviroses, voltado à população das
comunidades periféricas de capitais do Nordeste, produzido pelos próprios moradores;
27. • Um público que também precisa ser alcançado é o de idosos e mulheres, principalmente pela fragilidade do primeiro em relação à desinformação e,
pela condição do segundo de ampliar o debate, sobretudo por conta do engajamento e participação feminina nos diferentes espaços;
• Inserção dos profissionais da mídia local nas capacitações, objetivando técnicas e produtos que favoreçam a disseminação de conteúdos
relacionados à saúde (Arbo nas Comunidades);
• A produção de conteúdo para distribuição pelo WhatsApp se mostrou uma forma muito eficiente de alcançar à comunidade, nesse sentido,
recomenda-se um produto para distribuição em mais grupos;
• Consolidação de campanhas de comunicação comunitária voltadas especificamente à conscientização sobre o trabalho dos ACS e ACE, com foco
em bairros com maior vulnerabilidade social, com o objetivo de valorizar as visitas domiciliares e estimular uma maior receptividade da população;
• Estimular a rede de parcerias com meios de comunicação comunitária e entidades da sociedade civil para execução de ações de
conscientização nos bairros;
• Induzir a elaboração de projetos de educação permanente para profissionais de saúde e educação para o uso das linguagens midiáticas para
a criação de espaços de interação com a comunidade, numa perspectiva educomunicativa, promovendo a descentralização das campanhas e
ações de comunicação.
Recomendações
Rede Brasil Gestão da Informação e Tradução do Conhecimento
28. As informações sobre arboviroses não chegam de forma efetiva nas comunidades que foram investigadas nas ações do
Projeto (quilombolas, indígenas e comunidades urbanas periféricas);
Dificuldade de acesso digital de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes Comunitários de Endemias (ACE);
Ausência de estratégias de formação de multiplicadores nas comunidades;
Falta de orientações sobre a divulgação das campanhas nacionais no âmbito do município e desenvolvimento de campanhas
locais e realização de outras atividades de informação e comunicação em saúde para as comunidades.
Problemas no planejamento estratégico de intervenções nos territórios e mobilização da comunidade;
Recomendações
Rede Brasil Gestão da Informação e Tradução do Conhecimento
29. Fortalecer estratégias de comunicação voltadas às especificidades das comunidades vulneráveis, como quilombolas e
indígenas, considerando lacunas de conhecimento e de diálogo sobre o tema arboviroses;
Promover ações contínuas (e não sazonais) sobre métodos preventivos das arboviroses, sinais e sintomas e quando/como
procurar auxílio na rede de serviços de saúde;
Apoiar os processos formativos dos(as) líderes comunitários(as) para incentivar a participação popular na prevenção das
arboviroses e para se constituírem em pontos focais, de diálogo próximo e oportuno em relação à prevenção das arboviroses
nas suas localidades.
Recomendações
Rede Brasil Gestão da Informação e Tradução do Conhecimento