Conasems: a defesa e promoção do SUS nos municípios brasileiros
1.
2. FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
Conasems
Presidente
Wilames Freire Bezerra
Vice Presidente
Charles Cezar Tocantins De Souza
Cristiane Martins Pantaleão
Diretor Administrativo
Geraldo Reple Sobrinho
Diretor Financeiro
Hisham Mohamad Hamida
Secretário Executivo
Mauro Junqueira
Mais Conasems
Coordenação do Núcleo de Audiovisual e TV
Mário Criscuolo Parreiras
Isabel de Laguna Geisel
Alexandre Fischgold
Constâncio Viana Martins
Marcio Aparecido Oliveira Rodrigues
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância
Rubensmidt Ramos Riani
Cristina Fátima dos Santos Crespo
Valdívia de França Marçal
Kelly Cristina Santana
Daniel Vilela Martins
Coordenação de Web Desenvolvedores
Cristina Perrone
Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, Sala 144
Zona Cívico-Administrativa, Brasília - DF, 70058-900 - (61) 3022-8900
Revista Mais Conasems
Edição Especial 01 | Julho 2023
Impressão:
CNPJ:
Tiragem: 3 mil exemplares
Acesse o QRCode e conheça
ou acesse mais.conasems.app
O SUS nunca
O SUS nunca
esteve tão perto.
esteve tão perto.
A EaD em saúde
A EaD em saúde
nunca foi tão
nunca foi tão
longe.
longe.
Coordenação Executiva
Sylvio Rômulo Guimarães de Andrade Júnior
Coordenação de Tecnologia da Plataforma AVA
Alexandre Liberal Ferreira de Santana
Assessoria de Conteúdo
Patrícia da Silva Campos
Textos
Cristina Fátima dos Santos Crespo
Kelly Cristina Santana
Priscila Rondas
Rubensmidt Ramos Riani
Valdívia de França Marçal
Revisão Linguística
Keylla Manfili Fioravante
Assessoria Executiva
Conexões Consultoria em Saúde Ltda
Imagens
Fototeca Conasems
Produção de entrevistas e projeto gráfico
Cintia Ferreira
Jonas Costa
4. Conasems:
Conasems:
a defesa e promoção do SUS
promoção do SUS
nos municípios brasileiros
O Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de
Saúde (Conasems) é uma
organização que represen-
ta as secretarias municipais
de saúde do Brasil. Funda-
do em 1988, o Conasems
tem como objetivo princi-
pal a defesa e a promoção
do Sistema Único de Saúde
(SUS) nos municípios.
O Conasems é compos-
to por uma diretoria execu-
tiva e por representantes
das secretarias municipais
de saúde de todos os esta-
dos brasileiros. A organi-
zação tem como principais
atividades a promoção de
debates e discussões so-
bre temas relevantes para
a saúde pública, a elabora-
ção de projetos e progra-
mas de saúde e a articula-
ção com outros órgãos e
entidades do setor.
Entre as pautas defen-
didas pelo Conasems estão
a ampliação do acesso aos
serviços de saúde, a melho-
ria da qualidade dos aten-
dimentos, o fortalecimento
do papel dos municípios no
SUS e a garantia da parti-
cipação social nas políticas
públicas de saúde.
Além disso, o Conasems
tem uma atuação impor-
tante na capacitação e for-
mação de gestores e pro-
fissionais da área de saúde,
por meio de cursos, trei-
namentos e eventos. A
organização realiza tam-
bém ações de cooperação
técnica com outras insti-
tuições, visando ao apri-
moramento da gestão em
saúde nos municípios.
Por fim, é importante
ressaltar que o Conasems
é uma entidade fundamen-
tal para a defesa do SUS e
para o fortalecimento das
políticas públicas de saúde
no Brasil. A organização de-
sempenha um papel impor-
tante na articulação entre
os municípios e as demais
esferas de governo, contri-
buindo para a construção
de um sistema de saúde
mais justo e equânime a to-
dos os brasileiros.
04
5. Inovar
Inovar para educar:
para educar:
nasce o Mais Conasems
nasce o Mais Conasems
Desde 1988, o Conasems
participa da promoção e
consolidação de um novo
modelo de gestão públi-
ca de saúde, alicerçado em
conceitos como descentra-
lização/municipalização, e
assumiu o desafio de rom-
per com a estrutura centra-
lista de decisões impostas,
fazendo jus aos preceitos
constitucionais de formu-
lação do Sistema Único de
Saúde (SUS). Na defesa in-
condicional da melhoria do
sistema público de saúde, os
municípios assumem, cada
vez mais, por meio da re-
presentação do Conasems,
o papel de formuladores
de políticas públicas e, para
tanto, se faz necessária a
articulação de soluções que
possibilitem a entidade in-
teragir e alinhar, de forma
cada vez mais intensa e efi-
caz, com as 5.570 secreta-
rias municipais de saúde
em todo o país.
Para promover a im-
plementação de diversas
estratégias de gestão, edu-
cação e transformações de
processos de trabalho, a
decisão foi de inovar com a
construção da rede corpo-
rativa de TV, com capacida-
de tecnológica de produ-
ção de conteúdos digitais e
educação a distância (EaD):
nasce assim o Programa
Mais Conasems.
05
6. Objetivos
Objetivos do Mais Conasems
• Propiciar o debate sobre políticas públicas e programas da área de saúde.
• Desenvolver e fortalecer a educação permanente, por meio da EaD.
• Possibilitar a uniformidade da informação e a homogeneidade da reflexão no SUS nacionalmente.
• Promover e favorecer a troca de experiências e conhecimentos na área de saúde;
• Difundir informações epidemiológicas, ambientais e sanitárias.
• Fortalecer a gestão do SUS, de forma descentralizada e com maior protagonismo dos municípios.
• Favorecer a atuação do Conasems de forma uniforme em crises epidemiológicas nacionais.
06
7. Em seus três anos de ati-
vidades, o Mais Conasems já
tem muitas contribuições e
muitos sucessos.
O primeiro foi o desafio
de, em plena pandemia, capa-
citar os profissionais de saú-
de das 45 mil salas de vacinas
existentes, de forma efetiva,
para atender às necessidades
impostas pelos novos proces-
sos de vacinação e sem in-
terrupção das atividades im-
prescindíveis desses mesmos
profissionais no atendimento
à população. Concebe-se as-
sim um projeto educacional
inovador denominado ‘‘Imu-
nizaSUS’’, em parceria com o
Ministério da Saúde.
O segundo, também mui-
to desafiador, foi o de capa-
citar a gestão municipal em
novas estratégias, procedi-
mentos e processos decor-
rentes da mesma pandemia
avassaladora que atingia o
país. Para tanto, foi idealizado
o projeto “Ser Gestor SUS”.
O terceiro desafio abra-
çado pelo Conasems foi o de,
em parceria com o Ministério
da Saúde, empreender a for-
mação técnica dos agentes
de saúde, determinada em
lei, conjugada com a definiti-
va implantação das Políticas
Nacionais de Atenção Básica
(PNAB) e de Vigilância em Saú-
de (PNVS), para os mais de 380
mil agentes de saúde distribu-
ídos em mais de 5 mil municí-
pios. Para atender a esse desa-
fio, foi concebido o programa
“Saúde com Agente”.
Tudo isso só foi possível
com a estruturação do Núcleo
Educacional Conasems, situa-
do em Belo Horizonte (MG), e
uma TV corporativa, em Brasí-
lia (DF), com seus vários equi-
pamentos e profissionais.
O Núcleo Educacional tra-
balha com uma equipe mul-
tiprofissional formada por
pedagogos, especialistas em
educação a distância, desig-
ners instrucionais, web de-
senvolvedores, revisores de
texto, roteiristas de teleaulas,
diagramadores, especialistas
em saúde, especialistas em
desenvolvimento de material
didático online e conteudistas.
Inovar para educar
07
8. 08
+ RESULTADOS
Autonomia e
Autonomia e
protagonismo
protagonismo do aluno
na aprendizagem: eixos
do Núcleo Educacional
do Mais Conasems
O grande desafio da
equipe pedagógica do
Conasems sempre foi o de
tornar suas ações educacio-
nais atrativas, tecnicamente
consistentes e com conteú-
dos significativos suficientes
para que os alunos, nos mais
diversos locais de trabalho
espalhados pelos rincões
do Brasil, se mantivessem
curiosos, participantes e dis-
Material didático apresenta
linguagem de fácil compreensão Teleaulas de fácil entendimento
postos a empreenderem seu
processo de aprendizado a
cada dia de aula.
Para que isso ocorra e
continue, a estratégia adota-
da foi a educação interativa,
metodologia que convida os
alunos a desempenharem
um papel ativo no processo
de aprendizagem. Nela bus-
ca-se o envolvimento dos
alunos num amplo proces-
so de interação, seja aluno-
-aluno, seja aluno-tutor ou
aluno-material didático. Esse
último, com a adoção das
metodologias ativas que o
Núcleo Educacional do Mais
Conasems desenvolve, de-
sempenha uma importante
função, pois os alunos pas-
sam a ser os grandes prota-
gonistas e podem aprender
de forma contínua.
As aulas interativas, com
sua linguagem dialógica,
dão a oportunidade de o alu-
no raciocinar, refletir, ressig-
nificar seus conhecimentos
prévios, elaborar soluções
e ultrapassar desafios por
conta própria. Ele se envolve
nas atividades propostas pe-
los professores e acaba de-
senvolvendo habilidades e
autonomia, que repercutem
em suas atitudes, promo-
vendo transformações indi-
viduais e coletivas em seu
ambiente de trabalho.
Por ser relevante para o
processo de aprendizagem,
essa metodologia é avaliada
continuamente ao longo das
ações educacionais de modo
a sempre se manter fiel ao
seu propósito (veja exemplos
da sistemática avaliativa nos
gráficos desta matéria).
9. Mais Conasems em números
140
140
aulas
interativas e
e-books para apoio
102
102
guias de
tutorias
140
140
teleaulas
326
326
produções audiovisuais
Mostra Brasil, aqui tem
SUS
+ de 300
+ de 300
mil alunos
matriculados
9.200
9.200
páginas de material
analisadas e
transformadas em
conteúdo didático
165
165
roteiros para
teleaulas
+ de 800
+ de 800
especialistas
entrevistados
+ de 6.100
+ de 6.100
horas de
produção
audiovisual
45
45
cursos
160
160
horas de reuniões
pedagógicas
interinstitucionais
25
25
webinários
Presente nos
5.570
municípios
brasileiros
09
Curso de formação
de tutores e
preceptores
44 mil alunos
Curso Ser Gestor
Programa
ImunizaSUS
Curso Técnico de
Agente de Combate
às Endemias
Curso Técnico de
Agente Comunitário
de Saúde
13 mil alunos
52 mil alunos
+ de 40 mil
alunos
+ de 150 mil
alunos
Para garantir a qualidade
das ações educacionais reali-
zadas na modalidade a distân-
cia, foi criado o Curso de For-
mação de Tutor e Preceptor,
Formação de tutores e preceptores garante qualidade em cursos EaD
Formação de tutores e preceptores garante qualidade em cursos EaD
que prepara os responsáveis
pela formação teórico-prá-
tica em cursos ofertados no
canal Mais Conasems. Funda-
mentais no acompanhamento
do aluno e na mediação da
aprendizagem, tutores e pre-
ceptores são capacitados a
estimular o autodidatismo, a
autoavaliação e a autocrítica.
O conteúdo do curso inclui,
entre outros temas, história
da EaD, seus conceitos e uso
das metodologias ativas.
10. “Com o Mais Conasems,
municípios melhoraram
municípios melhoraram
a
a condição de acesso
condição de acesso aos
seus serviços de saúde”
Sonho que tomou forma
em meio ao pesadelo da pan-
demia de covid-19, o Mais Co-
nasems é classificado como
“principal ferramenta de cur-
sos a distância do país” pelo
presidente do Conselho Na-
cional de Secretarias Munici-
pais de Saúde, Wilames Freire
Bezerra. O odontólogo de 54
anos, eleito em 2019 e reeleito
em 2021, é secretário de Saú-
de de Pacatuba (CE), município
da Grande Fortaleza. Na en-
trevista a seguir, ele comenta
o desafio da crise sanitária, o
sucesso do Mais Conasems e
as perspectivas do Canal.
Como foi a experiência
de presidir o Conasems e
representar as secretarias
municipais de saúde duran-
te toda a crise sanitária oca-
sionada pelo coronavírus?
Wilames Freire Bezerra
– É uma grande honra e uma
oportunidade ímpar presi-
dir uma entidade de renome
nacional que representa os
5.570 municípios brasileiros.
E foi um grande desafio ser
presidente do Conasems,
com uma diretoria brilhan-
te, num momento em que
o sistema público de saúde
do Brasil foi exigido por uma
pandemia cujo comporta-
mento não sabíamos como
seria. A sociedade precisava
muito do nosso sistema pú-
blico, precisava muito dos
municípios organizados e a
10
postos para dar socorro ime-
diato a quem necessitasse.
Eu, que já estava na pre-
sidência naquele momento,
entendi que era fundamen-
tal nossa entidade liderar os
municípios, tranquilizá-los e
prepará-los para o enfrenta-
mento da pandemia, capa-
citando nossos vacinadores,
nossos trabalhadores.
Foi um grande desafio
e um grande aprendiza-
do. Tenho certeza de que o
Conasems saiu fortalecido
desse enfrentamento, sen-
do uma entidade, hoje, re-
conhecida nacional e inter-
nacionalmente como forte
representação dos sistemas
municipais de saúde.
De que forma o Mais
Conasems se tornou, em
tão pouco tempo, a grande
contribuição do conselho à
saúde pública ao longo da
pandemia de covid-19?
+ DIÁLOGO
11. Wilames – O Mais Cona-
sems tem uma longa história.
Algum tempo atrás, quando
eu fazia parte da diretoria
do Conasems em outras fun-
ções, sempre falava que tería-
mos que evoluir e trabalhar
com as demandas vindas dos
municípios, que o Conasems
não poderia ficar somente
na esteira da representação
tutelar dos municípios, que
precisávamos partir também
para o campo da orientação.
O município é, hoje, o ente
que mais emprega trabalha-
dores no sistema público de
saúde do Brasil e que faz a
gestão da atenção primária.
O Conasems colocou em
sua pauta que era necessá-
rio atendermos às demandas
do processo de educação em
saúde nos nossos municípios.
Aí surgiu a ideia, durante a
pandemia, de criarmos o ca-
nal Mais Conasems com o
objetivo claro de nos comu-
nicarmos diretamente com a
“ponta”: com as unidades de
saúde, com os trabalhado-
res, com os gestores, com os
técnicos e com a comunidade
que milita no sistema público.
A princípio, imagináva-
mos uma estrutura simples
que pudesse fazer um diálogo
esporádico lá na “ponta”. Com
o sucesso do Mais Conasems,
ele ganhou dimensão e, hoje,
dota os profissionais da saúde
de informações técnicas capa-
zes de mitigar os problemas
de acesso da população aos
sistemas públicos. É a principal
ferramenta de cursos a distân-
cia que temos no país.
Hoje, temos capacidade,
por exemplo, de promover
um curso com 200 mil for-
mandos, o “Saúde com Agen-
te”, para agentes de combate
a endemias e agentes comu-
nitários de saúde, com nível
O sucesso do canal está
O sucesso do canal está
comprovado e nosso objetivo
comprovado e nosso objetivo
é um aperfeiçoamento ainda
é um aperfeiçoamento ainda
maior. É a principal ferramenta
maior. É a principal ferramenta
de cursos a distância do país.”
de cursos a distância do país.”
“
de satisfação acima de 90%
e nível de frequência de qua-
se 90%. Isso demonstra que
o sucesso do canal está mais
do que comprovado, e nos-
so objetivo é um aperfeiçoa-
mento ainda maior.
Algum momento lhe
marcou mais nestes três
anos do Mais Conasems?
Wilames – Muita coi-
sa me surpreendeu no
Mais Conasems. Alguns
fatos específicos nos
emocionam quando
assistimos aos do-
cumentários feitos
nos diversos mu-
nicípios do Brasil,
que retratam o
resultado do
11
12. trabalho das gestões mu-
nicipais, dos trabalhadores
das unidades de saúde. Mu-
nicípios que, em algumas si-
tuações, têm dificuldades de
acesso, dificuldades finan-
ceiras, dificuldades técnicas,
mas observamos que, com o
processo formativo chegan-
do pela educação a distância
do Mais Conasems, consegui-
ram melhorar muito a condi-
ção de acesso da população
aos seus serviços de saúde,
com capacitação de profis-
sionais. Esses documentários
nos emocionam muito por-
que são constatações de que
o Conasems estava certo no
momento em que optou pela
criação desse belo Canal.
Qual resultado já alcan-
çado pelo projeto mais lhe
orgulha?
Wilames – Acho que o
maior legado do Mais Co-
nasems é a resposta que dá
na melhoria dos serviços, na
capacitação e na orientação
dos trabalhadores. Já tive-
mos diversos cursos, capa-
citamos milhares e milhares
de pessoas, e isso, com cer-
teza, tem reflexo positivo lá
na “ponta”, principalmente,
salvando vidas.
A existência do canal é
motivo de muito orgulho
para nós. E a forma como as
coisas acontecem no Mais
Conasems, com agenda
diariamente lotada de gra-
vações de programas e de
projetos sendo executados,
demonstra que o Canal tem
tido o máximo de utilização
possível.
Quais novos passos do
Mais Conasems já são pos-
síveis de serem vislumbra-
dos para os próximos anos?
Wilames – O futuro é promis-
sor. Acredito que teremos TV
aberta, criação de aplicativo,
internacionalização do Canal.
O futuro também é traba-
lharmos muito fortemente
nas parcerias que já inicia-
mos, tanto com o governo fe-
deral quanto com a iniciativa
privada, no processo formati-
vo e fortalecimento do nosso
sistema público de saúde, no
incentivo à participação po-
pular, no esclarecimento da
população quanto ao papel
de cada ente federado no sis-
tema, na tarefa de mostrar
ao povo seus direitos e o que
o SUS faz.
O Mais Conasems vai
continuar trabalhando na
educação em saúde, preven-
ção em saúde e formação dos
trabalhadores do SUS. Vai se
consolidar como o principal
canal de saúde pública do
Brasil porque é voltado dire-
tamente para atender às de-
mandas do sistema público.
Sonho em ver a popula-
ção, nas residências, sintoni-
zando suas TVs no Canal Mais
Conasems. Com isso, conse-
guiremos diminuir os agravos
em saúde e desobstruir nos-
sos serviços porque a popula-
ção estará mais consciente da
necessidade permanente de
cuidar da própria saúde.
12
12
+ DIÁLOGO
13. A crise sanitária pro-
vocada pela disseminação
do coronavírus colocou em
evidência a diversidade dos
municípios brasileiros, os di-
ferentes imunizantes utiliza-
dos contra a covid-19 e a im-
portância da vacinação. Para
impulsionar a procura e a
eficiência das 45 mil salas de
vacina do país, o Conasems
criou o Projeto ImunizaSUS,
Diversidade de municípios
Diversidade de municípios e de vacinas
é contemplada pelo “ImunizaSUS”
“ImunizaSUS”
unindo ensino, pesquisa e
mobilização social.
O carro-chefe do proje-
tofoiocurso“Fortalecimen-
to de Ações de Imunização
em Territórios Municipais”,
realizado ao longo de 10
meses para capacitar mais
de 32 mil vacinadores de
todos os estados. A forma-
ção aconteceu pela modali-
dade a distância, mas com
13
+ EDUCAÇÃO
o acompanhamento de 1,8
mil tutores.
O curso atualizou con-
ceitos e práticas de imu-
nização e saúde pública.
O ImunizaSUS produziu e
difundiu informação cien-
tífica de qualidade com lin-
guagem acessível sobre as
vacinas contra a covid-19
e as outras 18 incluídas no
Programa Nacional de Imu-
nizações (PNI) – não apenas
em aulas, mas também na
série documental “Questão
de Saúde” e em conteúdos
voltados para redes sociais.
Além disso, o projeto
pesquisou a queda das ta-
xas de cobertura vacinal no
Brasil, com participação de
mais de 90% das secretarias
municipais de saúde nesse
levantamento.
14. 14
“Saúde com Agente”
“Saúde com Agente” forma
quase 200 mil, maior turma
de saúde do Brasil
Com atribuições am-
pliadas por leis recentes,
os agentes comunitários de
saúde (ACSs) e os agentes
de combate às endemias
(ACEs) passaram a neces-
sitar de formação técnica
à altura de suas novas res-
ponsabilidades. A resposta
veio do Conasems e do Mi-
nistério da Saúde, que cria-
ram, em 2022, o Programa
Saúde com Agente em par-
ceria com a Universidade
Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), com carga ho-
rária de 1.275 horas e inves-
timento de R$ 388 milhões.
O programa nasceu
para fortalecer a política de
atenção básica do Sistema
Único de Saúde (SUS) e va-
lorizar o papel dos agentes
como educadores para a
cidadania na saúde. A capa-
citação teve 198.265 inscri-
tos (155.309 ACSs e 42.956
ACEs), maior turma de um
curso formal de saúde da
história do Brasil. A inicia-
tiva é a primeira formação
técnica na área a utilizar for-
mato híbrido, que combina
educação a distância (EaD) e
ensino presencial.
+ EDUCAÇÃO
15. 15
No Saúde com Agente, a
formação é atrelada ao pro-
cesso de trabalho por meio
das atividades de campo,
buscando o aprimoramento
imediato dos alunos e a me-
lhoria dos indicadores de
qualidade e resolutividade
dos serviços da atenção pri-
mária. Esse modelo favore-
ce a integração dos agentes
às demais carreiras do SUS,
consolidando o status de
profissionais de saúde para
os ACSs e ACEs.
A realização do pro-
grama motivou o reconhe-
cimento inédito, pelo Mi-
nistério da Educação, das
Unidades Básicas de Saúde
(UBS) como espaços didáti-
co-pedagógicos, processo
que resultou em 46 mil no-
vos polos de educação no
país e num baixíssimo índice
de evasão dos alunos (cerca
de 2,5%, número 10 vezes in-
ferior à média nacional).
16. “Ser Gestor SUS”
prepara secretários e
equipes para novos
novos
desafios
desafios
Compreendendo que os
desafios do Sistema Único de
Saúde na esfera local se tor-
naram ainda mais complexos
com a chegada da pande-
mia de covid-19, o Conasems
lançou, em 2021, o Curso de
Aperfeiçoamento em Gestão
Municipal do SUS (Ser Ges-
tor SUS), com carga horária
de 183 horas em 10 meses
(nove de aulas e um para de-
senvolvimento do projeto in-
tegrador de intervenções no
município).
Realizado na modalidade
EaD, o curso teve 20 mil vagas
para gestores e técnicos das
secretarias municipais de saú-
de, membros do Ministério
Público e da Rede de Gover-
nança do Tribunal de Contas
da União (TCU). O principal
objetivo desse aperfeiçoa-
mento é promover reflexões
sobre a prática da gestão nos
diferentes cenários do terri-
tório brasileiro, considerando
aspectos políticos, adminis-
trativos, éticos e técnicos.
+ EDUCAÇÃO
16
17. EducaConasems: aprimoramento
aprimoramento
e atualização
e atualização na atenção básica
Programa educacional
inovador, amplo e acessível,
o EducaConasems engloba
diversas ações contínuas
para atualização, capacita-
ção e aperfeiçoamento das
práticas e dos processos de
trabalho dos profissionais
que fazem o Sistema Único
de Saúde (SUS) acontecer
no nível municipal.
Os cursos oferecidos
pelo programa são desti-
nados à qualificação das
equipes multiprofissionais
de atenção básica e dos
integrantes da Rede Cona-
sems-Cosems, um universo
de mais de 200 mil alunos
em potencial. Entre os re-
sultados esperados estão
o aprimoramento técnico
dos profissionais, o fortale-
cimento da gestão pública
em saúde, a valorização do
desempenho das equipes
e dos serviços de atenção
primária.
Desenvolvido na mo-
dalidade a distância (EaD),
com atividades realizadas
no próprio ambiente de tra-
balho, o EducaConasems
atende às necessidades de
capacitação dos trabalha-
dores e gestores munici-
pais do SUS. Para difundir
e estimular práticas trans-
formadoras que melhorem
a resolutividade do cuida-
do, o programa aposta na
andragogia (ciência para
orientar adultos a apren-
derem), nas metodologias
ativas e na conexão entre
teoria e prática.
+ EDUCAÇÃO
17
18. Projeto Imunize:
Trilhas de
Conhecimento
sobre doenças
doenças
imunopreveníveis
imunopreveníveis
1. Influenza 2. Febre
amarela
3. Hepatite A
Infecção aguda do sistema
respiratório, provocada pelo
vírus da Influenza, com grande
potencial de transmissão. Os
vírus da Influenza A e B são
responsáveis por epidemias
sazonais, sendo o tipo A cau-
sador das grandes pandemias.
A taxa de letalidade da doença
é de 0,1% a 0,2% dos casos.
Febre hemorrágica viral grave,
transmitida por mosquitos. É
endêmica nas regiões tropi-
cais e subtropicais da África e
da América do Sul. Após redu-
ção da incidência da doença
no inverno, houve novo surto
em 2016/2017. Está inserida
no grupo de doenças de notifi-
cação compulsória.
Infecção causada pelo vírus da
hepatite A (HAV). Na maioria
dos casos, tem caráter benig-
no, mas o curso sintomático e
a letalidade aumentam com a
idade. De 2000 a 2021, Nor-
deste e Norte concentraram a
maioria dos casos. Está inse-
rida no grupo de doenças de
notificação compulsória.
4. Coqueluche
Infecção respiratória transmis-
sível, causada pela bactéria
Bordetella pertussis e presente
em todo o mundo. Após cres-
cimento de 283% dos casos
no Brasil entre 2011 e 2014,
houve redução significativa a
partir de 2015. Está inserida
no grupo de doenças de notifi-
cação compulsória.
5. HPV
Vírus (papilomavírus humano)
que infecta pele ou mucosas,
tanto de homens quanto de
mulheres, provocando ver-
rugas na região genital e no
ânus. A infecção pelo HPV é
sexualmente transmissível
(IST) e pode causar câncer. Há
vacinação contra o vírus na
infância e na adolescência.
O Projeto Imunize tem
como primeira grande inicia-
tiva a capacitação a distância
de profissionais para o ma-
nejo clínico de 21 doenças
imunopreveníveis. Seu con-
teúdo é dividido em Trilhas
de Conhecimento – cami-
nhos alternativos e flexíveis
que respeitam a autonomia
e os interesses dos alunos,
com formato autoinstrucio-
nal, diálogo e reflexão sobre
a prática do processo de tra-
balho. Conheça os temas.
+ EDUCAÇÃO
18
19. 8. Pneumonia
12. Rotavírus
7. Difteria
11. Rubéola
6. Hepatite B
10. Sarampo
9. Haemophilus
influenzae B
13.Tuberculose
Infecção pulmonar identificada
pela sigla PAC (pneumonia ad-
quirida na comunidade). Tendo
como patógeno predominante
o pneumococo (Streptococcus
pneumoniae), confere altas
morbidade e mortalidade na
população. É uma das prin-
cipais causas de internação
hospitalar no Brasil.
Agente viral que causa diarreia
grave em crianças menores de
cinco anos, especialmente nos
países em desenvolvimento.
Está associado a 30-50% dos
casos de hospitalização por
doença diarreica nessa faixa
etária, com maior incidência
entre pacientes de seis a 24
meses de idade.
Doença transmissível causada
por bactéria (Corynebacterium
diphtheriae) e que atinge amíg-
dalas, faringe, laringe, nariz e,
ocasionalmente, outras partes
do corpo. Sua cobertura va-
cinal tem diminuído no Brasil
desde 2016. Está inserida no
grupo de doenças de notifica-
ção compulsória.
Doença exantemática viral
aguda, de alta contagiosida-
de, transmitida por vírus do
gênero Rubivirus da família
Togaviridae. Com vigilância e
controle intensificados a partir
de 1999, o país recebeu, em
2015, a verificação da elimina-
ção da rubéola e da síndrome
da rubéola congênita.
Infecção causada pelo vírus
da hepatite B (HBV), que
pertence à família Hepadnavi-
ridae e possui tropismo pelas
células hepáticas. Entre 2000
e 2017, esse vírus esteve asso-
ciado a 21,3% das mortes re-
lacionadas às hepatites. Está
inserida no grupo de doenças
de notificação compulsória.
Doença viral extremamente
contagiosa e potencialmente
grave, que pode resultar em
morte. É causado pelo vírus
Measles morbillivirus. O vírus
voltou a circular no Brasil em
2018, o que ocasionou novos
surtos da doença e a perda da
certificação de “país livre do
vírus do sarampo”.
Bactéria Gram-negativa que
pode ser classificada em seis
sorotipos (A, B, C, D, E e F) – o
de maior relevância é o Haemo-
philus influenzae tipo b (Hib).
Com vacina conjugada no PNI
desde 1999, o Brasil reduziu
em torno de cinco vezes a
incidência de meningite por
Haemophilus até 2014.
Doença infecciosa e transmis-
sível, causada pela bactéria
Mycobacterium tuberculosis,
também conhecida como baci-
lo de Koch. O Plano Brasil Livre
da Tuberculose, publicado em
2017, busca eliminar a doença
até 2035. Está inserida no gru-
po de doenças de notificação
compulsória.
19
20. 16. Tétano
20. Raiva
humana
15. Covid-19
19. Caxumba
14. Varicela
18. Poliomielite
17. Meningite
21. Botulismo
Doença infecciosa não conta-
giosa, prevenível por vacina,
que causa síndrome neuro-
lógica devido a neurotoxinas
do Clostridium tetani. Em 2017,
a Opas declarou eliminado o
tétano materno e neonatal
(TMN) nas Américas. Está inse-
rida no grupo de doenças de
notificação compulsória.
Doença infecciosa, zoonótica e
antropozoonótica (hidrofobia),
causada pelo vírus da raiva e
que afeta mamíferos. Apesar
da disponibilidade da vacina
antirrábica, a raiva é um pro-
blema de saúde pública nos
países em desenvolvimento.
Está no grupo de doenças de
notificação compulsória.
Infecção respiratória aguda,
causada pelo coronavírus SAR-
S-CoV-2, potencialmente grave,
de elevada transmissibilidade e
de distribuição global. O fim da
emergência de saúde pública
de importância internacional,
em 2023, não significa que a
doença tenha deixado de ser
uma ameaça.
Infecção viral aguda e conta-
giosa, causada pelo Paramyxo-
virus, da família Rubulavirus.
Também conhecida como
papeira, é a única parotidite
epidêmica. Do ponto de vista
epidemiológico, é uma doença
bastante contagiosa. Sua inci-
dência no Brasil tem diminuído
desde a introdução do PNI.
Doença infecciosa, altamen-
te contagiosa, que acomete
apenas humanos e se apre-
senta de forma exantemática.
No Brasil, afeta cerca de 3
milhões de pessoas por ano,
concentrando internações no
Sudeste e no Nordeste. Está
inserida no grupo de doenças
de notificação compulsória.
Doença infectocontagiosa
viral aguda (paralisia infantil),
cujo reservatório é o homem,
sobretudo as crianças meno-
res de cinco anos. Com vacina-
ção pelo PNI, o Brasil recebeu
da Opas, em 2004, o certifica-
do de erradicação da “pólio”.
Está no grupo de doenças de
notificação compulsória.
Infecção das membranas que
revestem o cérebro e a medula
espinhal, que pode ser causada
por infecções, doenças au-
toimunes, neoplasias e medi-
camentos. No Brasil, 393.941
casos suspeitos foram notifi-
cados de 2007 a 2020. Está no
grupo de doenças de notifica-
ção compulsória imediata.
Doença infecciosa, não conta-
giosa, neuroparalítica grave,
causada pela toxina botulínica
produzida por espécies de
Clostridium botulinium, de alta
letalidade. Um caso de botu-
lismo já caracteriza surto. É
considerada de notificação
compulsória imediata e emer-
gência médica, tratada em UTI.
20
21. O Programa Mais Rede
surgiu para fortalecimento
do SUS nos municípios por
meio do aprimoramento
dos processos de trabalho
dos coordenadores, facilita-
dores e apoiadores da Rede
Conasems-Cosems. Faz par-
Rede Conasems-Cosems
ganha programa de
programa de
fortalecimento
fortalecimento e ação
educativa
te do programa a ação edu-
cativa Projeto Revisitando a
Rede, desenvolvida através
de Trilhas de Aprendizagem
na modalidade EaD, com
180 horas de duração, para
tornar a rede mais homogê-
nea e qualificada.
21
+ EDUCAÇÃO
22. Um desafio tamanho Brasil
Um desafio tamanho Brasil
O Conasems represen-
ta os 5.570 municípios do
Brasil, um país continental
e com mudanças a todo
momento na gestão públi-
ca. Nos últimos três anos e
meio, tivemos cinco minis-
tros da Saúde, e essa rota-
tividade no ministério é a
mesma que acontece nos
estados e municípios.
Imagine um gestor
novo chegando, tendo que
enfrentar os problemas to-
dos e fazer uma boa ges-
tão. Fazer saúde com a
complexidade que é e com
a enormidade de diretrizes
do Ministério da Saúde. Só
do gabinete do ministro
são mais de 20 mil porta-
rias vigentes.
Criamos o Mais
Conasems pensando nis-
so e trazendo a experiên-
cia de Minas Gerais, onde
fui presidente do Cosems
por oito anos e apoiamos
o desenvolvimento do Ca-
nal Minas Saúde pela Se-
cretaria de Estado. À época,
desenvolvemos um trabalho
para os 853 municípios mi-
neiros, uma iniciativa muito
exitosa, com várias capaci-
tações. Tínhamos essa expe-
riência acumulada.
Quando a pandemia
chegou, nos afastou! Todos
os meses, o Conasems se
reúne com seus diretores e
com os secretários de for-
ma presencial, mas, com
a pandemia, isso não foi
possível, houve um lap-
so de aproximadamente
dois anos sem reuniões
presenciais. Tivemos que
buscar novas ferramentas
rapidamente.
O distanciamento tam-
bém nos provocou a pen-
sar em colocar um canal à
disposição, não só para um
estado, mas para o país
todo. Pensávamos, inicial-
mente, numa capacitação
para gestores municipais
de saúde por toda essa
complexidade: rotativida-
de de gestores, enorme
quantidade de legislação…
Foi com esse objetivo que
aproveitamos a expertise
minha e do Dr. Antônio Jor-
ge, ex-secretário de Saúde
de Minas Gerais, um par-
ceiro que convidamos para
alavancar o projeto.
Levantamos o Canal
em plena pandemia. Uti-
lizamos toda a estrutura
Mauro Guimarães Junqueira, secretário executivo do Conasems
22
+ OPINIÃO
23. do Conasems e dos 26
Cosems. Contratamos
uma banda de satélite
para que o sinal pudes-
se chegar a qualquer
canto deste país. Tínha-
mos a opção de fazer só
por streamig, mas temos
dificuldade com a inter-
net em várias partes
do país. Então,
optamos tan-
to por strea-
mig quanto
por sinal
via sa-
télite.
Par-
timos daí e abraçamos al-
guns desafios que a pan-
demia nos trouxe, como a
questão da vacinação.
O canal já nasceu com
uma grande demanda, de
formar pessoas para vaci-
nar – obrigação dos esta-
dos, que não vinham fazen-
do essa capacitação havia
muitos anos. Era necessário
disponibilizar uma ferra-
menta rápida de capacita-
ção a distância, porque não
podíamos concentrar pes-
soas, tínhamos que manter
o distanciamento. O Cona-
sems fez esse papel através
de um curso pactuado com
o Ministério da Saúde.
O canal já nasceu com uma grande
O canal já nasceu com uma grande
demanda, de formar pessoas para
demanda, de formar pessoas para
vacinar. O Conasems fez esse papel,
vacinar. O Conasems fez esse papel,
e tivemos muito sucesso.”
e tivemos muito sucesso.”
“
Capacitamos mais de
50 mil trabalhadores no
período da pandemia. Tive-
mos muito sucesso na va-
cinação contra a covid-19,
com quantidade insignifi-
cante de erros na aplicação
das vacinas, porque o Mais
Conasems disponibilizou
um curso de 180 horas,
com teleaulas toda semana
e, no meio delas, lives com
orientações. Esse foi o pri-
meiro grande desafio do ca-
nal, levando informação e
capacitação de qualidade à
“ponta” para atender àque-
la demanda tão necessária
da população, que foi o en-
frentamento da covid.
23
24. Audácia, inovação e acesso
Audácia, inovação e acesso
Criar o Mais Conasems
foi uma iniciativa audaciosa
pelo tamanho e pela densi-
dade tecnológica que colo-
camos. Quando decidimos
implementar o Canal, para
formação e comunicação
aos gestores e trabalha-
dores do Sistema Único de
Saúde, buscamos o que não
existia. Sentíamos muita
falta de uma comunicação
de qualidade que, de fato,
mostrasse o SUS, formasse
e atualizasse seus profissio-
nais. Para isso, precisáva-
mos investir em tecnologia
com algo diferente.
Fomos buscar o que ha-
via de melhor no mercado
e optamos que o Mais Co-
nasems deveria ser aces-
sado de qualquer lugar,
a qualquer momento, em
qualquer tela, ou seja, te-
ríamos que superar as bar-
reiras de conectividade que
existem no país. Temos um
desafio de internet, então,
a única alternativa naquele
momento era via satélite:
colocamos um canal para
que, com uma antena off-
set, qualquer unidade de
saúde pudesse receber o si-
nal. É claro que, se a unida-
de tiver internet, também
pode receber por streamig,
porque estamos em todos
os meios.
O primeiro passo foi
observarmos a possibili-
dade de alocação de um
espaço, de uma banda sa-
telital, para disponibilizar
o conteúdo do canal. Ou-
tro ponto foi a questão da
produção. Normalmente, o
que vem das produtoras é
focado num mercado mais
comercial, o que não é nos-
so caso. Optamos por mon-
tar nossa própria estrutura
de produção, com aquisi-
ção de câmeras, servidores,
computadores de edição
gráfica, de processamento,
de pós-produção...
Também desenvolve-
mos nossa própria platafor-
ma educacional. Naquele
momento, a grande maio-
ria das pessoas utilizava
plataforma gratuita ou com
custo reduzido, mas com
várias limitações. A princí-
pio, vimos que aquilo não
supriria o que pensávamos
para o ambiente virtual de
aprendizagem.
Outro ponto foi a lin-
guagem a ser utilizada na
Hisham Mohamad Hamida, diretor financeiro do Conasems
24
+ OPINIÃO
25. formação, sendo escolhi-
da a andragogia, voltada
ao ensino de adultos, para
deixar à vontade os traba-
lhadores e outros públicos
que buscam nossas infor-
mações e potencializar seu
aprendizado.
Tínhamos que ter algo
diferente, sem trabalhar
com o mesmo cenário,
aquela coisa física. Opta-
mos pelo cenário virtual,
por trabalhar toda a nossa
formação no ambiente vir-
tual, então, nossa própria
equipe desenvolve nossos
cenários virtuais, o que
é utilizado pelas grandes
emissoras de televisão do
país hoje.
Na busca de ter um
produto final de excelência,
que prendesse a atenção
do nosso público, tivemos
que investir em todo esse
aparato de última geração,
desenvolvendo um portal
educacional que centraliza
o conteúdo e garantindo
transmissão com conec-
tividade robusta. Com a
tecnologia disponibilizada
pelo Mais Conasems, qual-
quer unidade de saúde do
país consegue ter acesso a
Com a tecnologia disponibilizada
Com a tecnologia disponibilizada
pelo Mais Conasems, qualquer
pelo Mais Conasems, qualquer
unidade de saúde do país consegue
unidade de saúde do país consegue
ter acesso a formação e informação.”
ter acesso a formação e informação.”
“
formação e informação.
Para mim, o Mais Co-
nasems é a maior inicia-
tiva de formação real do
Sistema Único de Saúde,
para todos os municípios
brasileiros, respeitando
suas particularidades e
levando o que é a ne-
cessidade de saúde
da população no dia
a dia. Não se encon-
tra nenhum profis-
sional que não se
sinta representado,
que não se enxer-
gue nesse processo
de formação.
25
26. Mais saúde, de ponta a ponta
Mais saúde, de ponta a ponta
Charles Cezar Tocantins de Souza, vice-presidente do Conasems
O Conasems tem a fun-
ção primordial de represen-
tar os gestores municipais de
saúde nos fóruns deliberati-
vos do SUS. Ao mesmo tem-
po que essa representação
é institucional, o Conasems
assume o papel de ser porta-
-voz das demandas internas e
imediatas dos gestores.
Uma das principais dessas
demandas era, justamente,
termos comunicação direta,
discussão da formação dos tra-
balhadoresdosis-
tema e cursos
para aperfei-
çoar a atuação
dos gestores,
profissionais e técnicos dos
municípios. E numa visão dife-
rente, porque a demanda dos
cursos e da comunicação não é
uma visão apenas do aparelho
formador para os profissionais
da “ponta”: é a “ponta” que de-
manda a formação, a qualifica-
ção, a agenda.
Para nós, da Região Nor-
te, o Mais Conasems é um
projeto muito positivo. A falta
de energia e tecnologia em
alguns locais da Amazônia é
uma realidade. Então, o Mais
Conasems tem aproveitado a
própria rede onde a estrutura-
ção permite. E onde não há es-
trutura de TV e energia (áreas
ribeirinhas, quilombolas e
indígenas), temos adotado
técnicas para que as equipes
tenham contato com o Mais
Conasems quando se deslo-
cam às sedes municipais.
O Mais Conasems é uma
ferramenta do futuro. O fu-
turo está na comunicação
rápida, está na formação di-
nâmica, está na intensidade
da interação entre quem faz
e quem recebe formação e
informação. Nossas experiên-
cias práticas indicam que o
aprendizado na “ponta” tem
sido fundamental para uma
saúde de mais qualidade à
população brasileira.
+ OPINIÃO
27. 27
Educar: missão
Educar: missão
permanente
permanente
Uma das deficiências da
qualificação do Sistema Único
de Saúde é a falta de exigên-
cia de formação para traba-
lhar no SUS. Sempre tivemos
profissionais formados para
trabalhar na assistência à saú-
de, mas nunca se exigiu que
os trabalhadores tenham ex-
periência no sistema. Nunca
houve uma política de Estado
de educação permanente para
o profissional atuar no SUS.
Isso ficou mais grave du-
rante a pandemia, quando ti-
vemos falta de conhecimento
sobre a situação na época e
percebemos que havia pouca
estrutura e pouco acesso aos
profissionais de saúde. Não
conseguíamos uma política
de educação permanente, in-
clusive, porque tivemos muita
troca de ministro e de secretá-
rios estaduais de saúde.
O Conasems, entenden-
do essa fragilidade e saben-
do da nossa responsabilida-
de de apoiar os municípios,
teve a ideia de criar uma te-
levisão com equipe pedagó-
gica, buscando se aproximar
dos profissionais e qualificá-
-los, principalmente, naquela
situação da pandemia. Perce-
bemos o quanto os profissio-
nais aderiram a essa iniciativa
do Conasems e assumimos
de vez a responsabilidade de
construir, dentro da institui-
ção, um processo pautado na
educação permanente.
Não há limite, hoje, para
a formação na modalidade
de educação a distância. O
que precisamos é trabalhar
com inovação, não fazer
mais do mesmo. Devemos
trabalhar conhecendo o ter-
ritório para sabermos o
que utilizar das estra-
tégias locais para for-
talecer aquilo que é
repassado na EaD.
Cristiane Martins Pantaleão, vice-presidente do Conasems
27
+ OPINIÃO
28. Salas de espera e de aula
Salas de espera e de aula
Com a oportunidade de
estar na diretoria do Cona-
sems, acompanhei a criação
do Mais Conasems e, em se-
guida, com a possibilidade de
o Canal ser reproduzido no
Brasil todo, tivemos conhe-
cimento de que, com ante-
nas, poderíamos reproduzi-lo
também nas nossas unidades
de saúde (UBSs e ESFs) de Ita-
jubá [município da região Sul
de Minas Gerais], onde sou
secretário de Saúde.
Tivemos a ideia de trans-
mitir o canal para 100% das
nossas unidades de saúde e
já podemos relatar o suces-
so que é nas salas de espera
de UBS termos programas
de tanta qualidade como são
os do Mais Conasems, com
conteúdos diversificados, que
passam um panorama da
saúde no Brasil todo. Entrar
em contato com essa riqueza
que é o SUS passou a ser uma
oportunidade à pessoa que
está lá esperando sua consul-
ta ou vacina. Tem sido uma
experiência muito boa.
Nossos colaboradores,
dentro das unidades, usu-
fruem mais ainda do Mais Co-
nasems, que é muito amplo.
Além de sua programação de
Nilo César do Vale Baracho, diretor administrativo
adjunto do Conasems
TV, o Canal se propõe, em par-
ceria com o Ministério da Saú-
de e com a Organização Pan-A-
mericana da Saúde, a oferecer
cursos a distância de alta qua-
lidade, sempre ligados a algu-
ma universidade, que ajuda na
produção do conteúdo e em
seu controle de qualidade.
Temos certeza de que,
em médio prazo, veremos
resultados na “ponta”: o pa-
ciente sendo mais bem as-
sistido e podendo dar uma
resposta muito boa de saúde
pública, com o SUS cada vez
mais universal, mais integral
e mais equânime.
28
+ OPINIÃO
29. 29
GALERIA DE FOTOS
Bastidores do canal em Brasília, Belo Horizonte e pelo Brasil adentro
Bastidores do canal em Brasília, Belo Horizonte e pelo Brasil adentro
31. Acesse o
QRCode e
confira
Série no YouTube
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produzida para tirar
produzida para tirar
dúvidas e exaltar a grande
dúvidas e exaltar a grande
contribuição das vacinas
contribuição das vacinas
para a saúde pública.
para a saúde pública.
Momentos de trabalho e integração
Momentos de trabalho e integração
no Mais Conasems
no Mais Conasems