As questões platinas eram centrais na política externa brasileira durante o o 2º Reinado. Este vídeo destina-se a alunos e alunas do Ensino Médio e trata da Guerra do Paraguai.
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Invasão paraguaia ao Mato Grosso e ofensiva em território brasileiro (1864-1865
1. • Após o sequestro do Marquês de
Olinda, tropas paraguaias invadem
o Mato Grosso em dezembro de
1864, antes da declaração oficial de
guerra, que só viriam em 13 de
dezembro.
• Em 27 e 28 de dezembro de 1864, o
exército paraguaio ataca o forte
Coimbra, atualmente na região de
Mato Grosso do Sul. Em janeiro de
1864, os paraguaios invadem
Corumbá, Miranda e a Colônia
Militar dos Dourados. 1
2. • Após o sequestro do Marquês de
Olinda em 12 de novembro, as forças
paraguaias se movimentam para a
invasão do Mato Grosso.
• Em 13 de dezembro, o Paraguai
declara guerra ao Brasil e em 27 e
28 de dezembro, o forte Coimbra,
atualmente na região de Mato
Grosso do Sul, é atacado.
• Em janeiro de 1865, o Exército
paraguaio invade Corumbá, Miranda
e Dourados.
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3. • A invasão do Mato Grosso foi
planejada com antecedência e
espiões paraguaios estavam
incógnitos na região desde o
ano de 1862.
• Neste momento, a guerra é
entre Paraguai e Brasil.
• Ao lado: Expedição brasileira
ao Mato Grosso, 18 de fevereiro
de 1866. Acampamento da
divisão expedicionária nas
florestas de Goiás.
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4. • Em janeiro de 1865, Solano López
pediu permissão à Argentina para que
um exército de 20 mil homens
cruzasse território do país e o
presidente Mitre, que já havia negado
algo semelhante ao Brasil, recusou.
• O Congresso paraguaio reuniu-se de
forma emergencial em 5 de março,
depois de muitas deliberações,
declarou guerra à Argentina em 23 de
março e a declaração formal foi
enviada em 29 de março a Buenos
Aires. 4
5. • Pelos cálculos do governo paraguaio,
Corrientes e Entre-Rios, províncias
resistentes às ordens de Buenos
Aires, aceitariam um acordo, mas a
invasão em 13 de abril teve um efeito
contrário.
• A invasão das províncias de
Corrientes (AR) e do Rio Grande do
Sul (BR) marca a 2ª fase da ofensiva
paraguaia. Para apoiar os blancos
uruguaios, os paraguaios tiveram
que percorrer o território argentino. 5
6. • A invasão da frota paraguaia a Corrientes tinha como
objetivo garantir uma proteção para que as tropas do
país invadissem o Brasil.
• Quando os colorados tomam o poder em Montevidéu,
em fevereiro, houve a declaração de guerra ao
Paraguai; invadir o território argentino também
garantiria acesso ao território uruguaio.
• Em 1 de maio de 1865, Brasil, Argentina e Uruguai
assinaram secretamente o Tratado da Tríplice Aliança
em Buenos Aires. Bartolomé Mitre foi declarado
comandante supremo das forças aliadas.
• A invasão do Rio Grande do Sul iniciou-se em 10 de
junho com a tomada da vila de São Borja. 6
7. • A invasão ao Rio Grande do Sul foi
freada na cidade de Uruguaiana.
• Tomada pelos paraguaios e sitiada
entre os dias 16 de julho a 18 de
setembro, representou a derrota
do plano de Solano López de
obrigar o Brasil a firmar um
acordo em separado com o
Paraguai.
• Estava terminada a ofensiva
paraguaia em território brasileiro,
restava recuperar o Mato Grosso.
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8. Capitulação de
Uruguaiana. Os
paraguaios foram
vencidos
principalmente
pela fome e pelas
doenças.
Ilustração de Cosson-
Smeeton & Janet Lange
(a partir de um esboço de
Francisco Rubio) para a
revista L'illustration
(03/02/1866).
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9. • Diante da carência de soldados para lutar
na guerra, em 7 de janeiro de
1865 (Decreto nº 3.371 do Império do
Brasil) foram criados os Corpos de
Voluntários da Pátria.
• São prometidas recompensas para quem
se voluntariar à luta (300 mil réis, lotes de
terra em colônias militares, preferência
nos empregos públicos, patentes de
oficiais honorários, liberdade a escravos,
assistência a órfãos, viúvas e a mutilados
de guerra) e o furor patriótico provocou
uma corrida ao alistamento em um
primeiro momento. 9
10. D. Pedro II e seus
dois genros, o
Conde d'Eu e o
Duque de Saxe,
em uniforme
militar e no Rio
Grande do Sul.
Pedro II se
ofereceu como
voluntário da
pátria nº1.
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11. • Em 21 de janeiro de 1865, o Decreto nº 3.383, do
Império do Brasil, convoca a Guarda Nacional para se
juntar ao Exército. Era composta por cerca de 440 mil
homens, mas pouco mais de 40 mil participaram do
combate.
• Ainda com números insuficientes, o imperador ordenou
que, cada província, teria que fornecer, no mínimo, 1%
de sua população para a causa. Por outro lado, havia
várias formas de se escapar da convocação: os ricos
faziam doações de recursos, equipamentos, escravos e
empregados para lutarem em seu lugar; os de menos
posses alistavam seus parentes, filhos, sobrinhos ou
agregados; aos despossuídos só restava a fuga para o
mato. 11
12. • Com o prolongamento do conflito, o
furor patriótico diminui e o governo
imperial passou a exigir dos
presidentes das províncias uma
cota de “voluntários” que eles
deveriam recrutar.
• Ainda no ano de 1865, os
voluntários passaram a contar com
um “recrutamento forçado”
instituído pelos políticos locais e
pelos oficiais da Guarda Nacional
que, de maneira autoritária,
forçavam o alistamento de seus
opositores. 12
14. 14
• A piauiense Jovita Alves Feitosa tinha 17
anos quando vestiu roupa masculina e se
alistou para ser uma “voluntária da pátria”.
Seu desejo era vingar as mulheres mato-
grossenses abusadas pelos paraguaios.
• Identificada como mulher, tornou-se peça
de propaganda e recebeu a promessa de
que poderia combater, o que lhe foi negado.
Ofereceram-lhe um lugar como enfermeira,
ela recusou, não era o bastante.
• De volta ao lar, foi rejeitada pelo pai e o tio.
Jovita voltou ao Rio de Janeiro e terminou
cometendo suicídio aos 19 anos.
16. A batalha travou-se a 11 de junho de 1865, no arroio
Riachuelo, no rio Paraná, na província de Corrientes, sob o
comando do Almirante Barroso. Determinou o isolamento do
Paraguai, agora sem possibilidade de acesso ao mar. 16
18. 18
• Em 16 de abril de 1866, Exército aliado na Argentina
cruza o rio Paraná e invade o Paraguai, onde inicia
marcha rumo à fortaleza de Humaitá.
• Em 24 de maio de 1866, acontece a Batalha de Tuiuti,
a mais importante e a mais sangrentas da guerra e
dentre as ocorridas na América do Sul. O exército
paraguaio atacou os soldados da Tríplice Aliança que
seguiam para Humaitá. Apesar das inúmeras mortes,
os aliados venceram.
• Em 12 de setembro de 1866, López pede encontro
com Bartolomé Mitre, presidente da Argentina. Os
dois se reúnem, mas não há acordo para o fim da
guerra.
19. Ao término da Batalha do Tuiuti, foram contabilizados
quase sete mil mortos, sendo seis mil do lado
paraguaio. 19
20. 20
• Em 22 de setembro de 1866, o exército da Tríplice
Aliança ataca fortaleza de Curupaiti, mas é derrotado
pelos paraguaios. Foi a maior derrota da Tríplice
Aliança na guerra.
• Em 6 de novembro de 1866, o Decreto nº 3.725-A, do
Império do Brasil, liberta escravos que servissem no
exército contra o Paraguai. A presença negra nas
tropas brasileiras será alvo de deboche por parte da
imprensa paraguaia.
• Em abril e maio de 1867, as tropas aliadas invadem o
Paraguai rumo à fazenda Laguna, mas são atacadas
pelos paraguaios e obrigadas a recuar. Episódio é
conhecido como Retirada da Laguna.
22. 22
• Em outubro de 1866, o Partido Conservador, na
oposição, responsabilizava o Partido Liberal, no poder,
pelos rumos incertos tomados pelo conflito. É neste
contexto que o General Luís Alves de Lima e Silva, que
também era Senador pelo Partido Conservador,
assume, o comando das tropas do Império.
• Na frente de batalha no Paraguai a situação do
Exército era complexa. A tropa estava desanimada
contando com um efetivo insuficiente e despreparado.
Rareava a apresentação de voluntários, o que fez com
que se intensificasse o recrutamento obrigatório.
Críticas ferozes se avolumavam na imprensa, que
chegou a classificar a guerra como "açougue do
Paraguai."
24. 24
• Coube à Caxias não somente treinar as tropas,
colocá-las em ordem em um sentido mais amplo.
Muitos soldados estavam doentes, havia uma
epidemia de cólera, ele mandou instalar filtros com
água potável, fornecer remédios, roupas limpas e
fardamento adequado. A ofensiva foi reiniciada e
conduziu ao final da guerra. Após a tomada de
Assunção, em 1869, Caxias desejava encerrar a
guerra, mas o imperador queria Solano Lopez.
• Caxias entregou o comando, contra a vontade do
imperador, mas, ainda assim, foi agraciado pelo
monarca com Grão-Colar da Ordem de D. Pedro I,
honraria que ninguém havia ainda recebido, e o mais
alto grau nobiliárquico do Império: o título de duque.
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• Em Julho de 1867, tropas brasileiras partem em
direção a Humaitá, para atacar a fortaleza. Em 15 de
agosto de 1867, a esquadra do governo imperial
segue pelo rio Paraguai e ultrapassa a fortaleza de
Curupaiti, mas não tenta passar por Humaitá.
Permanece seis meses entre as duas fortalezas e,
apesar de bombardeá-las, não consegue destruí-las.
• Em 3 de março de 1868, López deixa a Fortaleza de
Humaitá e arma quartel-general em San Fernando,
distante cerca de 10 quilômetros.
• Em 25 de julho de 1868, o exército aliado toma posse
da Fortaleza de Humaitá, o primeiro grande feito do
Duque de Caxias na guerra.
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• A baiana Anna Justina Ferreira Nery é a patrona
da enfermagem no Brasil. Viúva aos 29 anos,
seus três filhos seguiram para a Guerra do
Paraguai, um como militar, dois como médicos.
• Escreveu para a presidência da província
pedindo que lhe enviassem ao Rio Grande do Sul
como enfermeira. Sem esperar a resposta,
partiu, aprendeu a profissão trabalhou em
hospitais de campanha em Salto, Corrientes,
Humaitá e Assunção e Assunção. Investiu sua
fortuna pessoal no bem estar dos soldados. O
governo imperial concedeu-lhe a Medalha Geral
de Campanha e a Medalha Humanitária de
primeira classe.
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• O mês de dezembro de 1868 ficou conhecido como
Dezembrada e foi marca por uma série de vitórias
sobre os paraguaios nas batalhas de Itororó (6/12),
Avaí (11/12), Lomas Valentinas (21-27/12) e a
Rendição de Angostura (30/12), quando parte das
tropas paraguaias se rendeu sem resistência.
• No dia 1º de janeiro de 1869, as tropas brasileiras
invadem e saqueiam Assunção, mas não capturas
Solano Lopez. O Marquês de Caxias deseja negociar
o fim da guerra, mas o imperador quer o ditador
paraguaio. Caxias renuncia e o Conde D’Eu, marido
da Princesa Isabel, assume o comando das tropas
brasileiras.
31. 31
• No dia 14 de abril de 1869, o Conde D’Eu chega a
Assunção e assume a chefia das forças brasileiras.
• Em 5 de maio de 1869, a Fundição de Ibicuí, onde
eram feitas as armas do exército paraguaio, é
destruída.
• Em 16 de agosto de 1869, acontece a trágica Batalha
de Acosta-Ñu, em que 20 mil soldados da Tríplice
Aliança derrotam as tropas formadas por 6 mil
paraguaios, em sua maioria idosos e crianças. Em
homenagem às vítimas, 16 de agosto se tornou o Dia
das Crianças no Paraguai.
• Em 1º de março de 1870, Solano López é morto por
dois soldados brasileiros em Cerro Corá. A morte de
López encerra a guerra.
33. 33
Para o Paraguai, a guerra foi
muito prejudicial.
Observe o mapa e veja que
uma questão imediata foi a
perda de vários territórios
para Argentina e Brasil e
ficou ocupado por tropas
brasileiras até 1876.
Perdeu entre 180 e 200 mil
pessoas de uma população de
aproximadamente 406 mil.
A dívida de guerra do Paraguai
foi perdoada em 1943 no
governo Getúlio Vargas.
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• Para o Brasil, a guerra gerou forte impacto na
economia, os gastos com o conflito foram de 11 vezes o
orçamento anual do país em 1864. O governo brasileiro
saiu bastante endividado, principalmente com bancos
ingleses, em decorrência dos empréstimos feitos para
financiar o conflito.
• Entre as perdas humanos, calcula-se que morreram
cerca de 50 mil pessoas, enquanto a Argentina perdeu
18 mil e o Uruguai teve 3.120 mortos.
• A vitória na guerra beneficiou a imagem do imperador e
o Exército, mas para o monarca, os frutos foram breves,
enquanto a instituição militar saiu profissionalizada,
estruturada e bem vista pela opinião pública.
35. 35
• Com o fim da guerra, os sentimentos
abolicionistas se tornaram fortes
entre os militares do Exército, pois
nas batalhas os soldados negros
dividiram as mesmas dificuldades
que seus companheiros brancos.
• Vários soldados negros receberam a
liberdade, mas seus familiares
permaneciam cativos.
• Os anos seguintes à Guerra do
Paraguai veriam o Exército assumir
cada vez mais importância na vida
política brasileira e da defesa dos
sentimentos republicanos.
36. • COTRIM, Gilberto. História Global. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2019.
• SCHWARCZ, Lilia M. As Barbas do Imperador – D.
Pedro II, um monarca nos trópicos. 2ª ed. São Paulo:
Cia das Letras, 1998.
• FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14ª ed. São Paulo:
UNESP, 2015.
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